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PEDIATRIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 • Muito importante nos primeiros meses de vida porque o corpo é mais suscetível às perdas hídricas nessa faixa o Proporção de água corpórea no neonato é 80%, com 50% no espaço extracelular → no adulto, a proporção é ~60%, e 20% permanecem no espaço extracelular • O balanço hidroeletrolítico é mantido pelo equilíbrio entre ingestão e perdas, das quais: o Insensíveis, Renais e Fecais (desprezíveis em condições normais – 10 g/kg/d) ▪ Na diarreia, a perda fecal de água e eletrólitos pode ser muito intensa → em casos graves chega a volumes fecais de até 200 g/kg/d com perdas de sódio de 100 mEq/kg/d • FR → idade < 2meses, vômitos frequentes, 8 evacuações/dia, comorbidades ❖ Cálculo da osmolaridade plasmática → (2x Na) + (glicose/18) → normal entre 285 e 295 mOsm/kg Desidratação Isonatremica → perca de agua = perca de eletrólitos o Na 135-145 mEq/L // Osm 280-310 mOsm/L o Forma mais comum Desidratação Hipernatremica → perda de agua >>> perda de eletrólitos o Na 145-155 mEq/L // Osm > 310 mOsm/L o Na alto aumenta osmolaridade → meio extracelular absorve água do intracelular ▪ Sintomas de desidratação intracelular → sede, irritabilidade • Hipernatremia subestima a desidratação Desidratação Hiponatremia → perda de eletrólitos >>> perda de agua o Na < 135 mEq/L // < 280 mOsm o Queda de osmolaridade no plasma → meio intracelular absorve água → ingurgitação celular ▪ Agrava sintomas de desidratação intravascular → choque hipovolêmico, convulsões, pulso alterado.. • Os sinais de desidratação são evidentes precocemente AVALIAÇÃO DO ESTADO DE HIDRATAÇÃO EXAME FÍSICO Peso → percentual de perda ponderal o Em geral não se sabe o peso do dia anterior, mas ainda é importante medir pois se houver reidratação, se espera que comece a recuperar o peso ▪ Leve → perda < 5% ▪ Moderada → 6-9% ▪ Grave → > 10% Ectoscopia (observar) o Condição Geral → alerta / irritado / comatoso* o Olhos → normais / fundos / muitos fundos o Lagrimas → presente / ausente / ausente o Boca e língua → úmidas / secas / muito secas o Sede → normal / bebe avidamente / bebe mal* ▪ *indicam desidratação grave Exame direto (explorar) o Sinal da prega → desaparece rapidamente / lentamente / muito lentamente ▪ Pega na barriga, puxa e solta (deve voltar p lugar de imediato) o Pulso → cheio / débil / ausente* (quase que imperceptível) o Enchimento capilar → normal (ate 2s) / lento (entre 2 e 5s) / muito lento* (> 5s) ❖ Com essa avaliação se deve diagnosticar e definir tratamento o Não tem desidratação → nenhum ou 1 sinal alterado ▪ Plano A → paciente não toma nada na unidade, vai p casa com recomendações o Tem desidratação → 2 ou mais sinais alterados ▪ Plano B → hidratação oral o Tem desidratação grave → 2 ou + sinais alterador, com pelo menos 1 sendo sinal de gravidade ▪ Plano C → hidratação venosa direta PEDIATRIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 ❖ Manejo adequado consiste em evitar e tratar a desidratação, manter a alimentação e evitar medicamentos • Objetivo não é limitar a diarreia, pois é autolimitada e dura em geral 1sem → a preocupação é o estado de hidratação • A dieta é liberada para que o paciente mantenha bom aporte calórico, de maneira que facilite a recuperação do epitélio intestinal o quanto antes ❖ Sais Para Reidratação Oral • Mesmo com o epitélio intestinal agredido, a absorção conjunta de glicose acoplada ao sódio continua acontecendo, trazendo consigo a água o NaCl 3,5g / Citrato 2,9g / KCl 1,5g / Glicose 20g o Concentração em mEq/L → Na 90 / Cl 80 / Citrato 10 / K 20 / Glicose 111 → total 311 mOsm ▪ Osmolaridade discretamente mais elevada que a do plasma → pode gerar um pequeno efeito osmótico e piorar um pouco a diarreia • OMS recomenda soro com NaCl 2,6g e Na 75 mmol/L e pequena diminuição dos outros elementos → 245 mOsm o Esse soro diminui a necessidade de hidratação venosa, o volume de fezes e a frequência dos vômitos ▪ Em situações que a perda de Na é muito elevada, recomenda soro padrão • No Brasil ainda é usado o padrão PLANO A • Dar mais liquido do que o habitual, manter a alimentação habitual para prevenir desnutrição • Se o pcte não melhorar em 2 dias ou apresentar sinais de perigo, leva-lo ao serviço de saúde o ALERTA → piora da diarreia, vômitos repetidos, muita sede, recusa alimentar, febre, sangue nas fezes • Administrar zinco VO 1x ao dia, durante 10-14 dias → diminui risco de reincidência em 3 meses e mostra pequena diminuição do tempo da diarreia atual o Ate 6 meses – 10 mg/dia / maiores de 6 meses – 20 mg/dia PLANO B • Administrar Sais de Reidratação Oral → 50-100 ml/kg por 4 a 6h → funciona bem na MAIORIA dos pctes o Durante a reidratação, reavaliar o paciente o A princípio não se da alimentos durante a TRO → mas em lactentes, mantem alimentação ao seio o Se vômitos ou febre → muitas vezes a própria TRO já ameniza as náuseas e controla a hipertermia ▪ Não usar antitérmico em febres não muito altas → pois da sonolência e pode atrapalhar a TRO o Tentar uso de sonda nasogástrica → quando perda de peso até 2h de TRO ▪ Vômitos persistentes (4+ por hora), distensão abdominal grande, dificuldade de ingestão ▪ Velocidade 20-30 ml/kg/h o Hidratação venosa após uso da SNG ▪ Perda de peso após 2h, vômitos persistentes, crise convulsiva, sinais de choque ❖ Manutenção do Estado de Hidratação em casa o Fornecer envelopes de SRO → oferecer soro após cada evacuação o Manter aleitamento ao seio o Tentar fazer 1 refeição a mais que o usual até a recuperação nutricional PLANO C • Hidratação venosa se crise convulsiva, alteração do nível de consciência, choque, íleo paralítico ❖ FASE DE EXPANSAO → recuperar a volemia, mantendo o intravascular em níveis adequados • Infusão de SF cristaloide 20 ml/kg em 20 min, podendo repetir ate que a criança esteja hidratada o Segundo o MS, em menores de 5 anos: ▪ SF 0,9% → 20ml/kg por 30 min, repetir ate estar hidratado, reavaliando os sinais clínicos após cada fase de expansão administrada ▪ Para RN começa com 10 ml/kg o Em maiores de 5 anos: ▪ SF 30 ml/kg em 30 min ▪ Ringer lactato ou solução polieletrolitica 70 ml/kg por 2h30min PEDIATRIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 • Alimentação deve ser mantida → não diluir alimentos e não restringir gordura • Evitar antieméticos, antiespasmódicos e antipiréticos o Antieméticos podem causar sintomas extrapiramidais, antiespasmódicos diminuem a peristalse e podem reter germes perigosos no intestino • Suplementação com zinco ❖ FASE DE MANUTENÇÃO → administração de soro glicosado 5% + soro fisiológico 0,9% o Proporção de 4:1 em volume adequado para o peso ❖ FASE DE REPOSIÇÃO → administração de soro glicosado 5% + soro fisiológico 0,9% o Proporção 1:1 em volume de 50 ml/kg/dia, junto de KCl (2 ml para cada 100ml de solução). Antibioticoterapia • Restringe-se a situações como → diarreia causada pelo Vibrio cholerae, evolução para quadro séptico, imunodeprimidos, doença prolongada e debilitante • PELA SBP o 1ª escolha é o ciprofloxacino → dose em crianças em 15 mg/kg, 2x/d, por 3 dias ▪ Em adultos, 500 mg 2x/d por 3 dias o 2ª escolha é azitromicina → 10-12 mg/kg no primeiro dia e 5-6 mg/kg por mais 4 dias, VO ▪ Para tto dos casos de Shigella suspeita ou comprovada o Ceftriaxona → 50 a 100 mg/kg IV por dia por 3 a 5 dias ▪ Casos graves que requerem hospitalização • PELO MS o 1ª opção → ceftriaxona 50 mg/kg/d IM por 3 dias o 2ª opção → sulfametoxazol-trimetoprima, 40 mg/kg/d durante 5 dias ▪ Recomenda-se checar o perfil de resistência da Shigella daregião antes de escolher o antibiótico o Suspeita de giardíase ou de amebíase → metronidazol de 15 a 30 mg/kg/d, a cada 12 horas, durante 5 dias Prevenção → seio materno, imunizações (rotavírus 2 e 4 meses), saneamento básico, lavagem das mãos LITERATURA: - Tratado de Pediatria da SBP 4ª Ed. - 2017 - MEDCURSO 2019 PEDI - MEDCEL
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