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ESTUDO DIRIGIDO BASES EPISTEMOLÓGICAS 1. Por que Rocha e Eckert (Etnografia) afirmam que “a expressão « entrada em campo » possui uma rica ambiguidade”? • A expressão “entrar em campo” significa tanto receber a autorização formal do nativo/grupo de usar sua cultura como objeto de estudo, quanto o momento no qual o antropólogo conquista a confiança do nativo/grupo estudado e começa a participar, de fato, de suas vidas cotidianas. A ambiguidade presente nessa expressão está no fato de que, só porque o nativo/grupo concedeu a permissão de ter seus costumes estudados, não necessariamente os participantes irão colaborar de forma efetiva com a pesquisa. 2. Explique a entrevista como instrumento e sua importância para discutir a perspectiva da singularidade na pesquisa qualitativa. • A entrevista é o instrumento usado para dialogar com os participantes da pesquisa . Porém, não devemos considerar imediatamente as respostas diretas das pessoas, precisamos ler nas entrelinhas e descobrir o que elas realmente querem dizer. A entrevista é um ótimo instrumento para se deparar com singularidades, uma vez que, ao dialogar com os participantes, as chances do entrevistador descobrir um processo singular (expressão de um fenômeno que o pesquisador ainda não conhecia) são muito favoráveis. 3. O que significa entrevista não dirigida? Quais suas vantagens ou desvantagens na pesquisa? • Uma entrevista não dirigida é uma entrevista sem um roteiro fixo, isto é, ocorre um diálogo aberto, no qual as informações são colhidas por vias indiretas. • As vantagens desse tipo de entrevista são: a abrangente quantidade de informações que permitem compreender o fenômeno de forma mais ampla; uma maior flexibilidade e abertura para os conhecimentos que serão adquiridos pela pesquisa; as chances de o participante se sentir mais à vontade e falar com menos censuras aumenta (tendo em vista que, por se tratar de uma conversa livre, a pessoa pode não sentir a pressão de uma entrevista dirigida por um roteiro de perguntas) • Por outro lado, as desvantagens são: a falta de objetivos formulados; as grandes chances de a conversa acabar se afastando demasiadamente do tema 4. Qual a importância do diário de campo para a etnografia? • Esse diário é formado pelas notas de campo (ferramenta importante na OP – documentação escrita do que está sendo observado – imediata), feitas pelo pesquisador enquanto este está em campo. Quando esse pesquisador vai fazer a parte escrita da pesquisa, o diário permite que ele não esqueça detalhes importantes. 5. Qual a importância do pensar crítico durante o processo etnográfico? • Durante o processo etnográfico, o pesquisador precisa refletir e questionar seu objeto de estudo o tempo inteiro. Ele precisa se afastar da naturalização, precisa eliminar os elementos que não fazem parte da pesquisa e ler nas entrelinhas. O pensar crítico é o que vai permitir que o pesquisador consiga focar nessas coisas. 6. O que distingue um mero observador de um observador participante? • O observador participante possui um duplo propósito (se empenhar em participar das atividades, registrá-las, descrever todos os presentes e tomar nota dos aspectos do ambiente), uma atenção explícita (tenta explicar tudo que o “homem comum” rejeita/não presta atenção), uma lente de ângulo aberto (alto senso de consciência + espectro mais alargado de informação), uma experiência de insider e outsider (tenta ser tanto o espectador quanto ator da atividade) e registra tudo oq vê e experimenta, recolhendo tanto dados objetivos quanto sentimentos subjetivos. • O mero observador vai apenas se empenhar em participar nas atividades propostas, não vai prestar muita atenção nos detalhes e vai experimentar algo no imediato e de forma subjetiva. 7. Explique o que significa escutar o outro e sua relação com o diálogo • Escutar o outro significa estar aberto a ouvir e interpretar a realidade deste. Significa ter uma escuta atenta e orientada teoricamente, se afastando dos seus ideais já construídos e estar disposto a reconhecer as singularidades do outro. Sua relação com o diálogo é que a escuta ocorre durante o ato de dialogar (?????? pergunta idiota da porra) 8. Explique os limites e possibilidades de o participante desempenhar o papel de bom aluno. • O participante acaba ficando limitado, pois quer causar uma boa impressão, quer dar as informações que acha que o pesquisador vai querer ouvir (em uma pesquisa sobre o combate à homofobia, vai dizer que não é homofóbico) • Por outro lado, ao desempenhar um papel de bom aluno, o participante vai acabar ficando mais engajado na pesquisa e se mostrando mais disposto a ceder informações. 9. Explique a relação entre vínculo e qualidade do diálogo • Quanto maior for o vínculo formado entre o pesquisador e o participante, melhor será a qualidade do diálogo, tendo em vista que o primeiro terá conquistado um certo nível de confiança do segundo, o qual se sentirá mais à vontade e disposto a colaborar com a pesquisa, fornecendo, assim, informações com menos censuras, mais verídicas. 10. Explique por que González Rey defende a singularidade como pressuposto do seu método de pesquisa. • A singularidade ocorre quando um novo fenômeno é testemunhado pelo pesquisador. Durante a pesquisa, é normal que nos deparemos com esses processos, por isso, precisamos estar dispostos a nos deparar com esses caminhos abertos pelas diferentes singularidades. Portanto, ao defender a singularidade como pressuposto do seu método de pesquisa, Rey quer dizer que esses casos teóricos abrem uma possibilidade para a produção de conhecimento, a qual irá enriquecer sua pesquisa. 11. Explique a razão de González Rey afirmar que não há nada que garanta de forma imediata no processo de pesquisa se o que estamos produzindo é adequado. • Nunca de forma imediata vamos reconhecer que aquilo que encontramos é adequado, precisa de uma análise teórica, interpretações. 12. Qual a diferença entre construção e interpretação para González Rey? • Construção: especulativa, tira mais ou menos do cu • Interpretação: já tem uma fundamentação teórica, tem uma base
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