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Resenha filme: Freud alem da alma

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Deborah Tavares Cal Leal
Gabriela Branco Ferolla
Freud Além da Alma
APS de Psicanálise 
Curso de Graduação em Psicologia - IBMR.
Professor: Thiago Crespi
Turno: Tarde
Rio de Janeiro
2021
A histeria era tratada como loucura ou mentira, e principalmente uma doença de mulheres, isso quando os médicos admitiam que realmente existia, por ser um fenômeno que desafiava todas as regras da ciência. Ela podia ser encontrada em registros de julgamentos de bruxaria de tempos mais remotos, que diziam que as vítimas estavam possuídas pelo demônio. Havia uma verdadeira epidemia dessa ilusão, comunidades inteiras era infectadas, embora não houvesse um germe.
Como os médicos e pesquisadores da época como não conseguiam encontrar uma causa orgânica para explicá-la, acabavam, então, por negar a sua existência e as pessoas que sofriam dela eram simplesmente largadas nos manicômios ou a sua própria sorte. Freud não concordava com a opinião desses médicos e acreditava que deveria haver um trauma ou algum outro motivo que pudesse explicar a causa da histeria. 
Freud sabia que, em Paris, Charcot estudava a histeria e, como não encontrou apoio no hospital em que trabalhava, com Prof. Meynert, nem nos médicos da época, tirou uma licença e viajou para Paris para conhecer Charcot e aprender os métodos de hipnose que ele praticava. 
Já em Paris, Freud ficou impressionado com as explanações e demonstrações de Charcot, que defendia que a histeria violava o princípio médico de que todos os sintomas devem ser de origem orgânica, e que a histeria rompia com o princípio psicológico de que a mente só é capaz de um pensamento de cada vez.
Charcot dizia que a histeria era uma doença mental e que a mente pode se dividir em duas linhas de pensamento ao mesmo tempo e que pensamento e consciência são o mesmo, e provou que a mente pode pensar durante o sono, um sono induzido através da hipnose, o que era considerado uma heresia pela Ciência, através do método de hipnose. A hipnose era capaz de produzir um estado mental no paciente similar aquele em que os sintomas foram concebidos.
Os pacientes, pouco se lembravam dos eventos que geraram o aparecimento dos sintomas, mas através de suas demonstrações, Charcot, provava que apenas com um comando verbal, chamado de sugestão, durante o transe hipnótico, era possível curar momentaneamente estes sintomas, ainda a possibilidade de troca de sintomas entre os pacientes histéricos. Essa cura momentânea se dava pelo fato da hipnose ser uma simulação.
Fascinado com tudo que viu, Freud retornou para sua cidade, e retomou seus estudos sobre a histeria. Contudo, continuava desacreditado por grande parte dos médicos, em uma de suas apresentação citou pela primeira vez sobre o inconsciente ao falar sobre as causas da histeria declarou que as ideias permaneciam desconhecidas para o paciente, sendo inconscientes Nesta época, o inconsciente era apenas uma abstração filosófica, mas que as demonstrações de Charcot possibilitavam comprovar que existe um “pensamento” em um âmbito não consciente, o inconsciente, que são produto de uma mente perturbada ou estão conectados a um trauma através de uma cadeia lógica cujo os elos ainda precisam ser descobertos.
Breuer assistia a essa apresentação e, ao final, convidou Freud a conhecer sua paciente Cecilia, que secretamente estava tratando com a hipnose, após ter uma crise nervosa gerada com a morte do pai. 
Segundo o filme a paciente, em transe, conseguia se lembrar pouco a pouco de seus traumas e chegou a ser curada de sua insônia, que era causada por um sonho, que não se recordava antes da hipnose, em que seu pai era devorado por gatos após sua morte. Breuer afirmou que, no transe, após reviver o incidente que havia gerado o trauma, o sintoma desaparecia e não voltava, como acontecia nas demonstrações de Charcot.
Freud, junto com Breuer, começou a correlacionar os acontecimentos que estava vivenciando com a teoria de Charcot e defendeu que se a lembrança do incidente traumático aliviava um sintoma, isso aconteceria porque a parte obscura continuaria produzindo maus pensamentos. Portanto, Charcot estaria errado ao dizer que o trauma divide a mente, ela só faria que a lembrança do incidente seja retirada do consciente e que elas criavam sintomas por estarem rodeadas por emoções que não encontram uma saída natural pelo consciente. Breuer chegou a conclusão de que a emoção é descarregada por uma ação física, mas se a emoção fica presa e reprimida, acaba encontrando outra forma de ser descarregada, outro caminho. Assim, um sintoma mórbido é apenas uma energia emocional saindo pelo lugar errado.
Em seus estudos, Freud começa a perceber que não há memória consciente e se questiona se haveria um mecanismo psíquico capaz de defende a mente contra lembranças intoleráveis, um mecanismo de repressão que impede que essas lembranças cheguem ao consciente. 
Através da análise do caso de Cecilia, que a princípio era tratad por Breuer e posteriromente se tornou sua paciente, e de suas próprias experiências descobrir o que de fato tem por traz do consciente que bloqueia nossas memórias para evitar que nos lembremos de coisas que nos fazem sofrer, mas ao mesmo tempo acaba externalizando sofrimento no corpo das pessoas. 
A partir de toda essa experiência Freud percebe que existe uma parte obscura, que nossos pensamentos escondem de nós mesmo, que chamou de inconsciente. Existem pensamentos que são dolorosos e muitas vezes imorais para estarem no nosso consciente. Assim, ficam protegidos no inconsciente, e através da associação livre e da análise dos sonhos da Cecília e de seus próprios, Freud começou a perceber que esses alguns desses pensamentos têm origem na infância, e que muitos deles têm um contexto sexual, por isso são tão reprimidos. Mais tarde ele chega a elaborar a teoria do complexo de édipo.

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