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APS PSICANALISE (2) (2)

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Universidade Potiguar – UnP
Curso de Psicologia 
Disciplina: Psicanálise
Atividade: APS 
Professora: Ana Isaura Benfica Teixeira
Participantes:
Cláudia Luiz de Paula Borges - 202008290
Maria Isabel Angélica Dantas de Oliveira - 202010802
APS Caso Katharina
Aponte DOIS conceitos utilizados neste caso que foram
discutidos em sala de aula, apresentando uma descrição conceitual e uma
explicação sobre como ele foi utilizado na análise do caso.
Após a leitura do caso Katharina, volume 02 das Obras Completas de Sigmund
Freud, encontramos alguns conceitos vistos em sala de aula, no qual vamos
ressaltar dois desses conceitos, são eles - Histeria e Recalque.
HISTERIA:
Histeria é um diagnóstico dentro do campo da neurose que se caracteriza,
predominantemente, pela instabilidade emocional, esses conflitos interiores
manifestam-se pela transformação da ansiedade subjacente a um estado físico.
Podendo assim dizer que a histeria é o resultado do acúmulo do recalque, e quando
não há um escoamento dessa memória recalcada acontece a histeria que é
justamente esse acesso ao inconsciente.
Freud diagnostica um “ataque histérico” cujo conteúdo era a angústia, mas
provavelmente teria outro conteúdo, na maioria dos casos, começam quando uma
grande carga de afeto e de emoção fica reprimida, levando a um grande sentimento
de culpa e ansiedade. Uma das singularidades da histeria é a “conversão”, termo
que designa a transformação da excitação psíquica em sintomas orgânicos crônicos
(BREUER; FREUD, 1893-95).
Em seus trabalhos sobre a histeria, Freud e Breuer, evidenciaram que o
aparecimento de certos sintomas (vômitos, anorexia, paralisia passageira e outras
manifestações físicas), tanto motores como sensitivos, é uma representação
psíquica de conflitos relacionados a processo de inibição, sedução ou
hiperssexualidade e que foram rotulados como manifestações de conversão. Esses
conceitos psicanalíticos sobre conversão foram úteis para facilitar a compreensão
do psicossomatismo, e do que ocorre com o psiquismo de pacientes somáticos e
para o significado dos sintomas (BITELMAN, 2004).
Como foi mencionado, ela vomitou por três dias, ou seja, ela passou pelo período
de inibição ou incubação comprovando a manifestação da “histeria de conversão”.
As “crises de angústia” de Katharina, pela descrição de seus sintomas, designa
conjuntos de experiências que eram carregadas por ela, mas que não as
compreendia. Ao ver o casal no ato sexual, ela estabeleceu uma ligação entre a
nova impressão e aqueles dois conjuntos de lembranças, que ao mesmo tempo em
que começava a compreender, também as resistia. A associação dos fatos a levou a
sentir a tontura pela primeira vez. E a soma da fúria do tio com as tentativas dele em
culpá-la desencadearam uma reação de constantes sensações de angústia.
Notamos também, claramente, neste caso, a lógica temporal do inconsciente, o
presente e atual - é atemporal. Quando Katharina acessa sua memória ao dia em
que acordou com o tio em cima dela e depois à liga com a cena que viu pela “janela
do corredor”. Uma cena que aconteceu anteriormente se liga posteriormente a outra
cena, gerando o trauma a posteriori. Esse caso pode ser visto como exemplar no
que diz respeito à ideia de que é a sexualidade que está por trás dos sintomas
histéricos.
Descartando o uso da hipnose, Freud usou no caso Katharina o método analítico,
pela livre associação - “A Cura pela Fala”. O simples fato de narrar as lembranças
para o psicanalista fez com que Katharina tivesse uma compreensão e um alívio das
suas angústias. Freud não pôde afirmar que ela se curou definitivamente da
angústia que sofria. Entretanto, tende a crer que devido ao perfil desenvolto da
jovem, pois notou em seu rosto uma fisionomia aliviada, que ela tenha conseguido
lidar melhor com a aflição
RECALQUE:
Segundo Sigmund Freud, o efeito do recalque ou repressão é o mecanismo de
defesa de nossa psique a conteúdos angustiantes. Nós somos constituídos de tudo
aquilo que fazemos e do que ocultamos, de nós mesmos e dos outros. É justamente
essa parte da qual nós ocultamos que chamamos de recalque. Para um
entendimento mais prático, o recalque seria como uma prisão. Nessa prisão
colocaríamos esses sentimentos ruins e carregados de desprezo e angústias. O
recalque nasce de um conflito que existe entre o ID e o superego. O primeiro fica
totalmente imerso no inconsciente. Enquanto o segundo com suas regras e
sanções. O ID é formado por suas pulsões e a busca em encontrar seus prazeres.
O superego por sua vez faz o trabalho de coagir as pulsões do ID, reprimindo
qualquer coisa que possa causar algum dano psíquico.
Do conceito de recalcamento, sabemos que ele é mais característico da histeria,
mas que se encontra também em outras patologias. O recalque impede a passagem
da imagem à palavra, embora isso não elimine a representação, não destruindo,
inclusive a sua potência significante. Em outras palavras: o recalque não elimina
progressivamente o inconsciente, ao contrário, o constitui. E esse inconsciente
constituído pelo recalque continua insistindo no sentido de possibilitar uma
satisfação da pulsão.
No caso Katharina a construção gradual da técnica analítica está visceralmente
implicada com o reconhecimento das manifestações do inconsciente. Durante um
passeio, Freud é abordado por uma moça que o identifica como médico e lhe
apresenta uma série de sofrimentos. Freud por meio de uma conversa bastante
diretiva, busca deslindar as vivências traumáticas e sexuais subjacentes à
sintomatologia de Katharina. Freud afirma que a angústia das crises de Katharina é
"uma reprodução daquela angústia que emergiu em cada um dos traumas sexuais''.
Outro ponto relevante é a retificação que Freud faz acerca dos motivos que
desencadeiam o recalque. Restringindo a validade de seu comentário ao caso de
Katharina, defende que o motivo do isolamento da representação conflituosa é a
ignorância do Eu e não sua vontade.
Quando se comunica ao paciente o conteúdo de uma ideia recalcada, pode-se
afirmar que ela passou a ter existência em dois lugares psíquicos diversos. O
trauma psíquico fica retido em uma lembrança, que se manifesta, em forma de
histeria, lembrança abandonada no inconsciente. Então, Freud propõe, que para
tratar do recalque, necessita-se acessar o momento que causou o trauma, fazendo
assim surgir essa lembrança abandonada, a fim de liberar o efeito traumático. Foi o
que aconteceu no caso Katharina, Freud fez ela acessar suas memórias recalcadas,
liberando as suas emoções reprimidas vividas naquele momento traumático.

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