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Cinesiologia Ebook

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Prévia do material em texto

Marcelo Anselmo e Silva
CINESIOLOGIA
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. 
Imagens da capa: © Kraska; robuart; Macrovector // Shutterstock.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte 
desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos 
direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
Copyright Universidade Positivo 2018
Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5300 – Campo Comprido
Curitiba-PR – CEP 81280-330
Presidente da Divisão de Ensino
Reitor
Pró-Reitor de Graduação
Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Coordenação Geral de EAD
Coordenação de Metodologia e Tecnologia
Autoria
Parecer Técnico
Supervisão Editorial
Layout de Capa
Prof. Paulo Arns da Cunha
Prof. José Pio Martins
Prof. Carlos Longo
Prof. Ronaldo Vinicius Casagrande
Prof. Everton Renaud
Profa. Roberta Galon Silva
Prof. Marcelo Anselmo e Silva 
Profa. Maria Cláudia Vanicola
Aline Scaliante Coelho Baggetti
Valdir de Oliveira
DTCOM 
DIRECT TO COMPANY S/A 
Análise de Qualidade, Edição de Texto, 
Design Instrucional, Edição de Arte, 
Diagramação, Imagem de Capa, 
Design Gráfico e Revisão Textual
Ícones
Afirmação
Contexto
Biografia
Conceito
Esclarecimento
Dica
Assista
Curiosidade
Exemplo
Sumário
Apresentação .................................................................................................................. 11
O autor ............................................................................................................................. 12
Capítulo 1 
Introdução à Cinesiologia ................................................................................................ 13
1.1 Conceituação e história .............................................................................................. 13
1.1.1 Definições de cinesiologia .......................................................................................................................................13
1.1.2 Primeiros estudos cinesiológicos ............................................................................................................................15
1.1.3 Evolução da cinesiologia na humanidade.............................................................................................................. 16
1.1.4 Áreas de aplicação da cinesiologia ..........................................................................................................................17
1.2 Cinesiologia aplicada à Educação Física .................................................................... 17
1.2.1 Abordagens da Cinesiologia na Educação Física ....................................................................................................18
1.2.2 Conceitos cinéticos e cinemáticos para análise do movimento .............................................................................18
1.2.3 Cinesiologia no esporte ..........................................................................................................................................19
1.3 Bases do movimento humano ..................................................................................20
1.3.1 Posição anatômica referencia ................................................................................................................................ 20
1.3.2 Planos de movimento ........................................................................................................................................... 21
1.3.3 Eixos de rotação ..................................................................................................................................................... 23
1.3.4 Mobilidade das articulações ...................................................................................................................................24
1.4 Estudo dos movimentos articulares ..........................................................................26
1.4.1 Movimentos de deslizamento e rolamento ........................................................................................................... 29
1.4.2 Movimentos de rotação ..........................................................................................................................................31
1.4.3 Movimentos que combinam rolamento, deslizamento e rotação .........................................................................31
Referências ......................................................................................................................33
Capítulo 2 
Princípios da Cinesiologia ................................................................................................35
2.1 As unidades de força e as Leis de Movimento de Newton ........................................35
2.1.1 Elementos e sistemas de força ............................................................................................................................... 35
2.1.2 Aplicações e manifestações de força ..................................................................................................................... 37
2.1.3 Conceitos e aplicações das leis de Newton............................................................................................................ 39
2.2 Alavancas do corpo humano ..................................................................................... 41
2.2.1 Conceito e sistema de alavancas ............................................................................................................................41
2.2.2 Classificação das alavancas ................................................................................................................................... 42
2.2.3 Vantagem mecânica ............................................................................................................................................. 45
2.2.4 Torque ................................................................................................................................................................... 45
2.3 Gravidade e equilíbrio ...............................................................................................46
2.3.1 Impactos da gravidade no corpo humano ............................................................................................................ 47
2.3.2 Conceitos de equilíbrio e estabilidade corporal .................................................................................................... 48
2.3.3 Equilíbrio estático e dinâmico ............................................................................................................................... 49
Referências ......................................................................................................................51
Capítulo 3 
Estruturas ósseas e articulares ........................................................................................53
3.1 Composição e estrutura óssea ...................................................................................53
3.1.1 O tecido ósseo ........................................................................................................................................................ 56
3.2 Crescimento e desenvolvimento dos ossos ...............................................................59
3.2.1 Tipos de ossos ........................................................................................................................................................ 60
3.2.2 Princípios do crescimento e desenvolvimento ósseo............................................................................................ 62
3.3 Composição e estrutura articular ..............................................................................63
3.3.1 Conceituação de articulação ..................................................................................................................................64
3.3.2 Composição das articulações ................................................................................................................................ 65
3.4 Características funcionais das articulações ................................................................66
3.4.1 Classificação morfológica articular ........................................................................................................................ 67
3.4.2 Classificação funcional articular ............................................................................................................................ 69
3.4.3 Elementos determinantes da ação muscular e mobilidade articular .................................................................... 69
Referências ......................................................................................................................71
Capítulo 4 
Estrutura e função muscular ...........................................................................................73
4.1 Estrutura muscular ....................................................................................................73
4.1.1 Conceituação do tecido muscular ...........................................................................................................................74
4.1.2 Tipos, componentes e propriedades ..................................................................................................................... 75
4.2 Aspectos musculares determinantes do movimento................................................78
4.2.1 Produção de movimento pelos músculos esqueléticos ....................................................................................... 79
4.2.2 Aspectos neuromusculares e regulação do movimento ....................................................................................... 82
4.3 Funções e ações musculares .....................................................................................84
4.3.1 Funções musculares ............................................................................................................................................... 85
4.3.2 Ações musculares .................................................................................................................................................. 86
4.3.3 Fatores mecânicos na produção de força muscular .............................................................................................. 88
Referências ......................................................................................................................91
Capítulo 5 
Estudo cinesiológico dos membros superiores ...............................................................93
5.1 Estudo do tórax, da cintura escapular e do complexo do ombro ..............................94
5.1.1 Artrologia das articulações do tórax, da cintura escapular e do ombro ................................................................ 94
5.1.2 Ações dos músculos do tórax, da cintura escapular e do ombro .......................................................................... 98
5.2 Estudo do complexo do cotovelo e rádio-ulnar ......................................................101
5.2.1 Artrologia do complexo do cotovelo e rádio-ulnar ..............................................................................................101
5.2.2 Ações dos músculos do complexo do cotovelo e rádio-ulnar .............................................................................102
5.3 Estudo do punho e da mão ....................................................................................104
5.3.1 Artrologia do punho e da mão ........................................................................................................................... 104
5.3.2 Ações dos músculos do punho e da mão ........................................................................................................... 107
Referências .................................................................................................................... 110
Capítulo 6 
Estudo cinesiológico da coluna vertebral e dos membros inferiores ............................ 111
6.1 Estudo do quadril .................................................................................................... 111
6.1.1 Artrologia do quadril .............................................................................................................................................112
6.1.2 Ações dos músculos do quadril ............................................................................................................................114
6.2 Estudo do joelho ..................................................................................................... 116
6.2.1 Artrologia do joelho .............................................................................................................................................117
6.2.2 Ações dos músculos do joelho ............................................................................................................................ 120
6.3 Estudo do tornozelo e do pé ...................................................................................121
6.3.1 Artrologia do tornozelo e do pé .......................................................................................................................... 122
6.3.2 Ações dos músculos do tornozelo e do pé ...........................................................................................................124
6.4 Estudo da coluna vertebral ......................................................................................125
6.4.1 Artrologia da coluna vertebral ..............................................................................................................................126
6.4.2 Ações dos músculos da coluna vertebral ............................................................................................................ 129
Referências ....................................................................................................................133
Capítulo 7 
Desenvolvimento da postura ereta e locomoção humana ...........................................135
7.1 Posturologia humana ...............................................................................................136
7.1.1 Conceituação de posturologia .............................................................................................................................. 136
7.1.2 Aspectos determinantes do controle postural ......................................................................................................137
7.2 Desenvolvimento postural .......................................................................................140
7.2.1 Fatores reguladores do desenvolvimento postural .............................................................................................. 140
7.2.2 Desenvolvimento postural na criança, adolescente, adulto e idoso ....................................................................141
7.3 Marcha humana.......................................................................................................145
7.3.1 Conceituação da marcha .......................................................................................................................................145
7.3.2 Ciclos da marcha .................................................................................................................................................. 146
7.3.3 Análise da marcha normal e patológica .............................................................................................................. 148
Referências ....................................................................................................................151
Capítulo 8 
Tópicos contemporâneos de Cinesiologia .....................................................................1538.1 Cinesiologia e esporte ..............................................................................................153
8.1.1 Fatores cinesiológicos que atuam no desempenho esportivo ............................................................................ 154
8.1.2 Análise de movimentos clássicos do esporte ...................................................................................................... 156
8.1.3 Análise dos movimentos específicos de esportes ............................................................................................... 158
8.2 Cinesiologia e ergonomia ........................................................................................160
8.2.1 Conceituação da ergonomia ............................................................................................................................... 160
8.2.2 Aspectos ergonômicos determinantes ............................................................................................................... 162
8.3 Cinesiologia e deficiência ........................................................................................164
8.3.1 Aspectos cinesiológicos dos distúrbios ortopédicos ........................................................................................... 164
8.3.2 Aspectos cinesiológicos dos distúrbios neurológicos ......................................................................................... 166
8.3.3 Aspectos cinesiológicos dos distúrbios congênitos ............................................................................................ 167
Referências ....................................................................................................................169
Este livro visa a apresentar a você os princípios que norteiam uma das discipli-
nas mais relevantes da Educação Física, procurando inspirá-lo(a) a analisar, identificar, 
compreender e, sobretudo, articular os conhecimentos da área da Cinesiologia com 
seu cotidiano, seja na escola, seja na academia, seja no treinamento personalizado, 
seja no desporto, seja na ginástica laboral. O que importa é utilizar, desfrutar e refletir 
sobre os conhecimentos adquiridos, sentindo-se cada vez mais capacitado(a) para dis-
cutir a respeito do movimento humano na sociedade.
Seja bem-vindo(a) e bons estudos!
Apresentação
Dedico este livro aos alunos de Educação Física, 
desejando que articulem os conhecimentos obtidos 
para prover soluções modernas e efetivas e melhorar a 
prática do exercício físico para a população. 
O autor
O professor Marcelo Anselmo e Silva é mestre em Educação (USAL), possui 
MBA em Marketing (FGV), é pós-graduado em Gerontologia (Instituto AVM) e graduado 
em Fisioterapia (FSJ) e em Educação Física (UNESA). É certificado em Gerenciamento de 
Estresse pela ISMA (International Stress Management Association). Autor de três livros 
na área de fitness, saúde e bem-estar. 
Currículo Lattes: 
<lattes.cnpq.br/3896746224742158>
1 Introdução à Cinesiologia 
A Cinesiologia é uma disciplina com 
vasta história, profunda integração com 
outras disciplinas e de robusta aplicação 
no dia a dia do aluno de Educação Física. 
Neste capítulo você verá o quão rico e plu-
ral é este estudo, que analisa o movimento 
e pode nos ajudar a identificar e conhecer 
de forma mais detalhada o corpo humano. 
Aqui, você irá estudar as bases do movimento humano ao aprender sobre os pla-
nos e os eixos de rotação existentes, bem como conhecer os movimentos realizados 
pelas articulações. 
1.1 Conceituação e história
Você certamente já ouviu falar de Aristóteles, Galileu e Leonardo Da Vinci. Mas 
sabia que a Cinesiologia foi a área de estudo de alguns dos filósofos e físicos mais fa-
mosos da história mundial e que estão ligados diretamente ao aperfeiçoamento e às 
descobertas sobre o corpo humano? Os experimentos físicos intimamente relaciona-
dos a esses personagens nos trouxeram as caracterizações e conceituações dos conhe-
cimentos cinesiológicos que ao longo do tempo foram sendo desenvolvidos, gerando, 
assim, novas aplicações, definições e até mesmo divisões nessa área de estudo.
A Cinesiologia é uma disciplina que abrange o estudo do movimento huma-
no. Segundo Hall (2000), visa a compreendê-lo sob o ponto de vista da funcionalida-
de corporal, possibilitando a combinação dos conhecimentos de Anatomia, Fisiologia, 
Antropometria e Mecânica. A busca incessante em explicar os fenômenos da mecânica 
corporal deu forma aos estudos cinesiológicos, fundamentando o elo da disciplina com 
outras áreas ligadas ao movimento humano. Isso ressalta seu contexto interdisciplinar, 
com vistas a explicações científicas, contemporâneas e efetivas, constituindo assim uma 
verdadeira teia de conhecimentos.
1.1.1 Definições de cinesiologia
O termo cinesiologia é oriundo da língua grega, em que kinein = movimento, e logos 
= estudo, e significa “o estudo do movimento”. Nesse sentido, é necessário enaltecer que 
cinesiologia se compõe prioritariamente da análise do movimento.
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Cinesiologia 14
 Essa área é dividida em dois ramos que, de acordo com Hamill e Knutzen (1999), 
são: a estática, que é o estudo dos sistemas que não estão em movimento ou em es-
tado de movimento com uma velocidade constante (nesse caso específico atribui-se à 
manutenção do equilíbrio corporal); e a dinâmica, que analisa os sistemas em movi-
mento nos quais a aceleração está presente.
Platão interpretava a análise como um ramo da Filosofia, em que as coisas são como se apre-
sentam ao intelecto, e não como se apresentam aos sentidos. Desse modo, para compreender 
a realidade de um fato é preciso decompô-lo em diversas partes e examinar cada uma delas.
Observe que estamos falando sobre o ato de analisar movimentos de organismos 
vivos e não de sistemas mecânicos ou rígidos, criando uma forte ligação e, em muitos 
momentos, praticamente uma junção dos estudos e das aplicações cinesiológicas com 
a Biomecânica. Esta, tal como definida por Hamill e Knutzen (1999), tem como estudo 
a estrutura e a função dos sistemas biológicos utilizando os métodos da Mecânica.
Apesar das semelhanças e ligações estreitas na atuação, podemos conceber que 
existem diferenças entre as duas áreas. A Biomecânica se destina a avaliar o movi-
mento de um organismo e o efeito da força a cada momento, em uma abordagem que 
pode ser qualitativa ou quantitativa. 
Já a Cinesiologia possibilita duas formas distintas de entendimento: a primei-
ra está associada à descrição em si do movimento humano e de suas características; 
a segunda é o estudo científico do movimento humano, utilizado para falar sobre a 
avaliação cinesiológica, que pode ser aplicada dentro de uma avaliação anatômica, 
funcional, patológica ou, até mesmo, mecânica de movimento de um indivíduo.
Assim, podemos conceber os termos conforme mostrado a seguir:
Cinesiologia Biomecânica
Enfoque na dinâmica do sistema 
musculoesquelético, considerando 
as ações articulares e musculares
Enfoque na aplicação da mecânica 
aos sistemas biológicos no estudo 
do movimento humano
Fonte: HAMILL; KNUTZEN, 1999. (Adaptado).
Baseado nesses conceitos, observamos que o enfoque da Cinesiologia está vol-
tado à dinâmica do sistema musculoesquelético, e a Biomecânica, por sua vez, está 
orientada para a aplicação da mecânica aos sistemas biológicos.
Cinesiologia 15
1.1.2 Primeiros estudos cinesiológicos
A Cinesiologia teve o registro dos primeiros estudos atrelado aos experimentos fí-
sicos na área da mecânica corporal em 400 a.C., ou seja, muitos séculos atrás.
Segundo Vilela Júnior et al. (2011), o grego Aristóteles (384-322 a.C.) foi o pionei-
ro nos experimentos e é considerado o “pai da Cinesiologia” devido à magnitude de 
suas descobertas. Essas pesquisas levaram à dedução de que o movimento de rotação 
(girar ao redor de si mesmo ou do próprio eixo) poderia se transformar em um meio de 
translação (todos os pontos do corpo se movem na mesma distânciaou direção simul-
taneamente), possibilitando ao corpo humano a capacidade de deambulação.
A deambulação é o ato de andar propriamente dito. Para Hamill e Knutzen (1999), consiste em 
um método de locomoção que envolve o uso dos membros inferiores, de modo alternado, em 
apoio e propulsão, com ao menos um pé em contato com o solo durante todo o tempo.
Outro nome expressivo é o do romano Galeno (131-201 d.C.) que, de acordo com 
Portela (2016), se baseou na observação de gladiadores asiáticos para alicerçar suas 
análises sobre o movimento do corpo humano. Ele é considerado o primeiro médico 
comunitário da história.
 Os termos diartrose e sinartrose, usados até hoje na termologia da artrologia (es-
tudos das articulações), foram concebidos por ele, bem como existem relatos afirman-
do que a ideia de que os músculos se contraem também tem origem nos estudos de 
Galeno. Por essas razões, ele é considerado o pai da medicina desportiva, pois, a partir 
de todas as suas descobertas, concebeu o primeiro manual de Cinesiologia.
É interessante observar que houve prati-
camente uma interrupção muito expressiva de 
quase mil anos nos experimentos e achados ci-
nesiológicos em virtude da Idade Média. Isso 
aconteceu porque nesse período se deu a con-
solidação do cristianismo, que estava mais preo-
cupado em investigar os fenômenos da alma em 
detrimento do corpo. 
Após essa longa pausa, os estudos foram re-
tomados por Leonardo da Vinci (1452-1519), ar-
tista, engenheiro e cientista que realizou muitos 
experimentos em anatomia humana e, por conse-
quência, fez descrições dos músculos existentes, 
conforme você pode verificar na imagem a seguir. ©
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Cinesiologia 16
Além disso, ele aprofundou as pesquisas sobre a relação entre o centro de gra-
vidade, o equilíbrio e o centro de massa. Há relatos que apontam que foi o primeiro a 
descrever de forma científica a marcha humana e a registrar esse trabalho. 
1.1.3 Evolução da cinesiologia na humanidade
Após uma era sem avanços atrelada à Idade Média, a Cinesiologia voltou a ter 
descobertas importantes na época do Renascimento (1.200 d.C.). Seguindo o caminho 
trilhado por Da Vinci no que se refere aos experimentos com maior grau de critérios 
científicos, Galileo Galilei (1564-1642), físico e matemático italiano, fez dos símbolos 
matemáticos o grande aliado para a explicação dos fenômenos físicos. 
Nesse sentido, se aprofundou na aplicação dos termos matemáticos nos movi-
mentos do corpo humano, dando forma à metodologia experimental nas pesquisas 
científicas. Esse fato tornou possível a partir de então a denominação da Cinesiologia 
como uma verdadeira ciência. 
Outro nome de destaque para a trajetória da Cinesiologia foi Alfonso Borelli 
(1608-1672), fisiologista e matemático italiano, apontado como o pai da Biomecânica 
em virtude de seus estudos sobre a mecânica no movimento humano. 
Após Borelli, temos o registro dos trabalhos de 
Isaac Newton (1642-1727), físico, matemático e astrô-
nomo inglês, que publicou em 1687 “Princípios matemá-
ticos de filosofia natural”, na qual estabeleceu as bases 
da mecânica clássica com as três leis do movimento e a 
gravitação universal. A obra foi decisiva para comprovar 
a teoria copernicana do heliocentrismo, gerando grandes 
avanços nas pesquisas a respeito da locomoção humana. 
Veja a seguir uma imagem do pensador inglês ao lado.
No intuito de facilitar a leitura visual e a percepção do desenvolvimento cronoló-
gico, confira a seguir os acontecimentos mais marcantes da evolução da Cinesiologia e 
os principais personagens.
Aristóteles 
(384-322 a.C.) 
Pioneiro nas descobertas;
considerado o
“Pai da Cinesiologia”
Galeno (131-201 d.C.)
Considerado o “Pai da
Medicina Desportiva”
e autor do primeiro
manual de Cinesiologia
Da Vinci (1452-1519)
O primeiro a efetuar a
descrição de forma
científica
da marcha humana
 Galilei (1564-1642)
Deu forma à metodologia
experimental nas pesquisas
científicas, possibilitando
a denominação da
Cinesiologia como
uma ciência
Newton (1642-1727)
Estabeleceu as bases da
mecânica clássica com
as três leis do movimento
e a gravitação universal
Fonte: HALL, 2000. (Adaptado).
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Cinesiologia 17
Ao observar essa linha do tempo, é possível ver os progressos dos estudos cine-
siológicos e a íntima relação deles com grandes autores e cientistas da humanidade.
1.1.4 Áreas de aplicação da cinesiologia
A Cinesiologia é uma disciplina com grande diversidade de aplicação, especial-
mente nas ciências da saúde, em que há uma necessidade latente do estudo do mo-
vimento humano por parte do profissional dessa área – professor de Educação Física, 
Fisioterapeuta, Médico, Terapeuta Ocupacional ou Engenheiro Biomédico.
Para Hall (2005), os profissionais de saúde têm em comum o grande interesse nos 
aspectos cinesiológicos das estruturas e funções dos elementos constituintes dos or-
ganismos vivos para sua aplicação na reabilitação, no esporte, na ergonomia, nas ativi-
dades físicas diárias e na fabricação de equipamentos biomédicos.
É importante destacar que mesmo que a essência das aplicações da disciplina seja 
voltada para o campo da saúde, as áreas básicas da ciência fornecem o apoio para fun-
damentar algumas explicações e contextualizações. É o caso da Física, da Matemática e 
da Biologia. 
Dessa forma, verificamos quão abrangente e rica em saberes e história é a 
Cinesiologia, promovendo uma teia de pontes e entrelaçamentos de conhecimentos 
voltados ao estudo do movimento humano. Agora vamos relacionar essa disciplina ao 
universo da Educação Física.
1.2 Cinesiologia aplicada à Educação Física
Mas por que temos a necessidade de estudar Cinesiologia? A relação da disciplina 
com o universo da Educação Física é muito ampla. Após ter analisado os segmentos e 
sistemas corporais na Anatomia Humana, é preciso examinar os diferentes movimen-
tos humanos, sua origem e sua interação que caracterizam essa verdadeira máquina 
criada para se mover em diferentes contextos e posições. Além disso, você terá mais 
elementos para compreender as leis de causa e efeito da Cinesiologia que regem o cor-
po, canalizando esse saber para uma aplicação cotidiana.
Isso mostra a complexidade dos fenôme-
nos que constituem o desenvolvimento do es-
tudo da Cinesiologia, favorecendo a percepção 
da importância de integrá-la com outras disci-
plinas do curso para que assim você possa ob-
servar a pluralidade desse conhecimento e do 
desafio constante de aperfeiçoar a análise do 
movimento humano. 
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Cinesiologia 18
1.2.1 Abordagens da Cinesiologia na Educação Física
O grande objeto de estudo da Educação Física é o movimento do corpo humano, o 
que nos leva a buscar o entendimento aprofundado dos seus elementos constituintes. 
Nesse sentido, a principal abordagem cinesiológica para o curso se caracteriza no siste-
ma musculoesquelético, isto é, o estudo do sistema muscular e do sistema ósseo. Esses 
conteúdos são ensinados separadamente para fins didáticos, mas é importante desta-
car que estão plenamente articulados com vistas a se entender como o movimento do 
corpo humano é produzido.
Quando abordamos elementos constituintes, falamos de alguns deles que o corpo humano 
possui, como ossos e músculos. Você sabia que um esqueleto humano adulto possui 206 ossos 
e 650 músculos estriados esqueléticos?
Smith et al (1997) afirmam que a Cinesiologia possui cinco abordagens de con-
textualização orientadas para as ciências da saúde, sobretudo e especificamente para 
a Educação Física: a estrutural (também denominada anatômica, direcionada aos as-
pectos do sistema musculoesquelético, como mencionamos anteriormente); a do 
exercício (envolvendo os itens ligados à análise do movimento durante a realização 
dos exercícios físicos); a clínica (que versa sobre as disfunções ou deficiências do mo-
vimento evoltada à reabilitação do movimento); a laboral (destinada à verificação dos 
aspectos ligados ao trabalho e relacionada com a ergonomia); e a desportiva (analisa 
os fenômenos das diversas práticas desportivas).
Independentemente dessas cinco diferentes abordagens, é importante entender 
o que é a cinemática e a cinética no estudo do movimento. É o que veremos a seguir.
1.2.2 Conceitos cinéticos e cinemáticos para análise do movimento
A análise do movimento dentro da Cinesiologia reúne ainda duas áreas de estudo 
que levam em conta os aspectos qualitativos e quantitativos do movimento humano: a 
cinemática (descrição espacial e/ou temporal do movimento sem referência às forças); 
e a cinética (examina as forças que agem sobre um sistema). 
Rasch e Burke (1987) propõem que esses conceitos sirvam para avaliar as caracte-
rísticas que compõem o movimento de uma carga, seu grau de dificuldade e as forças 
atuantes para a execução dele.
Cinesiologia 19
Vamos entender isso melhor por meio de 
um exemplo. Imagine trabalhadores do setor 
de produção de uma fábrica de peças de au-
tomóveis que deverão produzir determinadas 
peças por hora trabalhada. Nesse caso, a aná-
lise do ponto de vista cinemático irá verificar 
as características dos movimentos dos meta-
lúrgicos para a produção do objeto, desde os 
aspectos físicos do local em que a atividade é feita até o tempo necessário para que a 
tarefa seja finalizada. Já a análise cinética vai focar as forças necessárias para que os 
movimentos sejam executados, tanto em termos das forças internas quanto externas. 
No que se refere às formas de movimento dentro da cinemática, Hall (2005) de-
fende que o movimento do corpo humano possui duas principais: a linear e a angular. 
A linear (também conhecida como translação) é caracterizada por um movimento uni-
forme em que todas as partes do sistema se movem na mesma direção e com a mesma 
velocidade; é considerada uma unidade, em que as partes do corpo não se movimen-
tam umas em relação às outras. 
Já a angular corresponde a uma rotação ao redor de uma linha central imaginária, 
chamada de eixo de rotação. Ao trazer esse conteúdo para uma aplicação na vida diá-
ria, você pode detectar que diversos movimentos voluntários que realizamos envolvem 
a rotação de um segmento corporal ao redor de um eixo imaginário de rotação que 
passa pelo centro da articulação onde tal segmento está conectado. 
Dessa maneira, quando há um movimento angular (ou simplesmente conhecido 
como rotação), as partes do corpo se deslocam de modo permanente em relação às 
outras.
1.2.3 Cinesiologia no esporte
A Cinesiologia do Esporte é uma parte do estudo da Cinesiologia que visa a en-
tender as análises físicas do movimento do corpo humano no âmbito desportivo. Os 
fenômenos do esporte são estudados por meio de leis e padrões mecânicos em função 
das características biológicas, psicológicas e sociais do atleta, bem como da modalida-
de que ele pratica. 
De acordo com DaCosta (2005), a aplicação dessa disciplina no panorama desporti-
vo permite, entre outros aspectos: examinar e avaliar as técnicas usadas para o monito-
ramento de movimentos esportivos ou atividades da vida diária; perceber os parâmetros 
mecânicos de rendimento corporal motor; identificar os elementos mecânicos presentes 
no quadro de lesões adquiridas durante a execução de gestos inerentes e específicos ao 
esporte; e examinar e avaliar equipamentos e peças de vestuário do atleta. 
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Além disso, destina-se a analisar as causas e efeitos produzidos em relação ao 
aperfeiçoamento do rendimento esportivo. No sentido mais amplo de sua aplicação, 
ainda é tarefa da Cinesiologia detectar, nas atividades esportivas, a caracterização e 
otimização das técnicas de movimento a partir de conhecimentos científicos que deli-
mitam a área de atuação dessa ciência, que visa ao movimento esportivo como um dos 
seus objetos de estudo. 
O relacionamento entre os parâmetros estruturais do movimento se apresenta, 
na prática, pela interdependência entre os parâmetros qualitativo e quantitativo, dada 
a natureza da tarefa de movimento desportivo a ser executada.
Após conhecer mais sobre as abordagens cinesiológicas e o que é análise cinética e 
cinemática, agora é hora de compreender como podemos analisar o movimento humano.
1.3 Bases do movimento humano
Qual é a melhor posição para se observar a qualidade de determinado movimento 
corporal? Em que plano ele é realizado? A partir dessas questões você irá examinar os 
fundamentos que proporcionam o alicerce para a análise do movimento humano. 
Trata-se de uma das etapas mais relevantes para o desenvolvimento dos seus estudos 
na Cinesiologia. 
A identificação e a descrição das posições, 
dos planos e dos eixos corporais associados ao 
corpo humano consistem em elementos básicos 
para a consolidação do processo de aprendiza-
gem. Por essa razão, além de estudá-los, tenha 
em mente que você pode também vivenciá-los, 
tornando a interação com os temas mais inte-
gradora, prazerosa e sensorial. 
1.3.1 Posição anatômica referencia
Conhecer os movimentos do corpo humano corresponde a uma tarefa de grande 
complexidade, já que estes podem ser realizados em várias direções. Isso nos leva a esta-
belecer pontos de referência, além de dominar alguns conceitos que norteiam os estudos.
Nesse sentido, Hall (2005) afirma que a posição anatômica é considerada o ponto 
de partida para a definição dos termos ligados ao corpo humano, sendo uma conven-
ção adotada em Anatomia para descrever as posições espaciais dos órgãos, ossos e de-
mais componentes do corpo humano. Assim, podemos considerá-la como a orientação 
corporal utilizada convencionalmente como referencial. 
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Sobre a posição anatômica em si, podemos des-
crevê-la como ereta, vertical, com os pés ligeiramen-
te separados e os braços pendendo ao lado do corpo, 
relaxados, com as palmas das mãos voltadas para 
frente. Confira a imagem a seguir, que oferece uma 
visão tanto anterior quanto posterior.
Além de identificar algumas características da 
posição anatômica referencial, é importante tratar-
mos sobre os planos de movimento. É isso que abor-
daremos no próximo tópico.
1.3.2 Planos de movimento
Antes de ingressarmos no desenvolvimento dos tópicos ligados aos planos de 
movimento em si, precisamos abordar conceitos relacionados aos sistemas de refe-
rência. Assim, em um primeiro momento, devemos compreender as palavras de uma 
forma separada. “Sistema” consiste em um conjunto de elementos que interagem e 
mantêm relações entre si. Já o conceito de “referência”, por sua vez, é uma alusão ou 
relação que uma coisa tem com outra diferente.
Partindo dessas premissas, conhece-se pelo nome de sistema de referência o gru-
po de convenções a que um observador utiliza para medir grandezas físicas de um sis-
tema determinado, sendo concebidos como conjuntos de coordenadas. Torna-se, 
assim, possível situar distintos pontos no espaço físico e localizar acontecimentos em 
uma ordem cronológica.
No que se refere à aplicação desse conceito na análise do movimento humano, de-
vemos considerar a existência de dois tipos de sistemas de referência, isto é, o global e 
o relativo (ou local). O global visa analisar o movimento em relação ao solo, à direção 
da gravidade ou outro tipo de quadro de referência definida de forma externa no espa-
ço. Por exemplo, desvios laterais ou anteriores excessivos do tronco durante a marcha 
são exemplos de uma medida realizada em relação ao quadro de referência global. Neste 
exemplo, a posição do tronco é medida em relação a uma referência vertical externa. 
Já o sistema de referência relativo descreve a posição de um segmento de mem-
bro relacionado a outro segmento adjacente, tal como o pé em relação à perna, o an-
tebraço relacionado ao braço ou o tronco relacionado à coxa. Assim, uma medida é 
feita em comparação ao movimentode um ponto de referência ou de coordenadas 
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anatômicas entre segmentos de interesse. A goniometria (método usado para me-
dir amplitude de movimento através de um equipamento, o goniômetro) fornece um 
exemplo de sistema de referência relativo utilizado na prática clínica, em que, por 
exemplo, o arco de movimento da articulação do cotovelo, descreve uma medida com 
a utilização de um quadro de referência relativo definido pelo eixo longo dos segmen-
tos do braço e do antebraço, com um eixo de rotação através do cotovelo. 
Após vermos estes aspectos introdutórios dos sistemas de referência, pode-
mos considerar que um plano é definido como uma superfície de duas dimensões com 
orientação determinada pelas coordenadas espaciais, caracterizando-se como uma su-
perfície plana imaginária. Conforme Rasch e Burke (1987), os planos de referência tam-
bém são conhecidos como planos cardinais imaginários e realizam a divisão da massa 
corporal em três dimensões. 
Partindo dessa afirmativa, considere os três planos a seguir que favorecem a ob-
servação do corpo e dos movimentos realizados:
Atravessa o corpo de frente para trás, dividindo-o em duas metades iguais: direita e esquerda.
Plano sagital
Conhecido também como plano coronal, atravessa o corpo de um lado para outro, em um traje-
to paralelo à sutura coronal do crânio, dividindo o corpo em duas metades: anterior e posterior.
Plano frontal
Recebe também o nome de horizontal; seu corte ocorre na horizontal e atravessa o corpo ao 
meio dividindo-o em superior e inferior.
Plano transverso
Na figura a seguir, você pode conferir os três planos citados.
Cinesiologia 23
Ao aprofundarmos os conceitos de planos de movimento, verificamos que o pla-
no sagital passa por vários pontos anatômicos entre os quais: o nariz, o umbigo, e a 
sínfise púbica e se finda em um espaço livre entre calcanhares. A partir da linha medial 
do corpo, qualquer plano paralelo à esquerda ou à direita é considerado “plano sagi-
tal”. Assim, este plano nos permite dizer se uma estrutura é lateral ou medial. Dizemos 
que é lateral quando a estrutura se afasta da linha mediana, e dizemos que é medial 
quando ela se aproxima da linha mediana.
Sobre o plano frontal (coronal) é possível definir a parte ventral/anterior (fren-
te) da parte dorsal/posterior (costas) a partir dele, sendo usado para dividir diversos 
órgãos e para indicar a direção do ponto de vista de uma imagem (por exemplo, um 
plano frontal pode ser feito no hipotálamo para indicar qual parte fica em direção ao 
rosto, rostral, e qual fica em direção à nuca (caudal).
Já o plano transversal (horizontal) é perpendicular às linhas mediana e frontal. Ele 
divide o corpo em parte superior e inferior (cranial e caudal). 
Nesse sentido, é necessário que você leve em conta os planos de movimento 
como um dos tópicos mais importantes de todo o curso de Educação Física, impactan-
do não apenas a Cinesiologia, mas também as outras disciplinas do curso.
1.3.3 Eixos de rotação
Os eixos de rotação podem ser definidos como eixos imaginários de rotação, 
passando através de uma articulação à qual estão associados. Desse modo, podemos 
concebê-los como linhas imaginárias que atravessam os planos do corpo de forma 
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perpendicular. É pertinente salientar que tais planos e eixos serão sempre aplicados 
nas partes do corpo humano que permitem graus de movimentos amplos.
Para facilitar a descrição do movimento humano há três eixos referenciais de 
rotação:
Linha ao redor da qual ocorrem as rotações do plano sagital, estendendo-se de um lado ao 
outro, tanto da direita para esquerda quanto o inverso. Esse eixo também é conhecido como 
transversal ou horizontal, possibilitando a flexão e a extensão. Podemos perceber sua existên-
cia nos movimentos de articulação do ombro e do cotovelo.
Eixo transversal
Linha ao redor da qual ocorrem as rotações do plano frontal. Esse eixo se estende do sentido 
anterior para o posterior, do perpendicular ao plano frontal, sendo também chamado de sagi-
tal, possibilitando ao corpo os movimentos de abdução e adução que acontecem nas articula-
ções do ombro e do quadril, por exemplo.
Eixo sagital
As rotações do plano transversal ocorrem ao redor dessa linha que se estende de cima para baixo 
(ou vice-versa), situando-se perpendicular ao plano transversal. Esse eixo possibilita os movimen-
tos de rotação lateral e rotação medial, como acontece, por exemplo, com a articulação do ombro.
Longitudinal
Desse modo, podemos perceber que os eixos de rotação nos facilitam o reconhe-
cimento e a visualização dos planos de referência, assim como auxiliam a compreender 
as direções dos movimentos que o corpo executa.
1.3.4 Mobilidade das articulações
As articulações são as uniões funcionais entre os diferentes ossos do esqueleto, e 
sua classificação ocorre de acordo com sua estrutura e mobilidade. 
Com base em Smith et al (1997) devemos considerar: a) articulações fibrosas (si-
nartroses), caracterizadas como imóveis; b) articulações cartilaginosas (anfiartroses), 
que possuem movimentos limitados; e c) articulações sinoviais (diartroses), que pos-
suem movimentos amplos.
Cinesiologia 25
As articulações fibrosas englobam to-
das aquelas que possuem um tecido conjunti-
vo fibroso altamente delgado, fato que gera 
uma proximidade representativa entre as su-
perfícies articulares, levando a uma mobili-
dade articular menor, como nas articulações 
entre os ossos do crânio (exceto a Articulação 
Temporomandibular – ATM). 
Já nas articulações cartilaginosas, os ossos possuem uma união por meio das carti-
lagens, o que possibilita que pequenos movimentos sejam possíveis nestas articulações. 
As articulações sinoviais constituem a maioria das articulações do corpo. As su-
perfícies ósseas são recobertas por cartilagem articular, e a junção entre elas é feita 
por ligamentos revestidos por membrana sinovial. A articulação pode ser fragmentada 
de maneira completa ou incompleta por meio de um disco ou menisco articular. 
O estudo da mobilidade das articulações aborda ainda a classificação funcional, que 
podem realizar movimentos de um, dois ou três eixos, como mostram as divisões a seguir.
Articulação monoaxial: quando uma articulação realiza movimentos apenas em 
torno de um eixo (1 grau de liberdade). As articulações que só permitem flexão e exten-
são, como a do cotovelo, são monoaxiais. Há duas variedades nas quais o movimento é 
uniaxial: gínglimo (ou articulação em dobradiça) e trocoide (ou articulação em pivô). 
Podemos classificar o gínglimo como as superfícies articulares que permitem o 
movimento em um só plano, em que as articulações são mantidas por fortes ligamen-
tos colaterais. É o caso das articulações interfalangeanas e articulação úmero-ulnar. 
Já a trocoide acontece quando o movimento é exclusivamente de rotação. A arti-
culação é formada por um processo em forma de pivô que roda dentro de um anel ou 
um anel sobre um pivô (por exemplo, articulação rádio-ulnar proximal e atlanto-axial).
Articulação biaxial: quando uma articulação realiza movimentos em torno de 
dois eixos (2 graus de liberdade). Como exemplo podemos citar as articulações que 
realizam extensão, flexão, adução e abdução, como a rádio-cárpica. Esse tipo de arti-
culação possui duas variedades: condilar e selar. 
Na articulação condilar, uma superfície articular é recebida em uma cavidade que 
permite os movimentos de flexão e extensão, adução e abdução e circundução. É o 
caso dos movimentos da articulação do punho. 
Já na articulação selar, as faces ósseas são reciprocamente côncavo-convexas; 
permite os mesmos movimentos das articulações condilares (por exemplo, carpometa-
cárpicas do polegar).
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Articulação triaxial: quando uma articulação realiza movimentos em torno de 
três eixos (3 graus de liberdade). As articulaçõesque, além de flexão, extensão, abdu-
ção e adução, permitem também a rotação são chamadas de triaxiais, cujos exemplos 
típicos são as do ombro e do quadril. Há uma variedade dentro desse tipo de articula-
ção, chamado de esferoide ou enartrose, sendo uma forma de articulação na qual o 
osso distal tem a capacidade de se movimentar em torno de vários eixos, a partir de 
um centro comum. Podemos citar como exemplos as articulações do quadril e ombro.
Existe ainda outro tipo de articulação chamada de articulação plana, que pos-
sibilita somente movimentos deslizantes. É o caso das articulações dos corpos verte-
brais e em algumas articulações do carpo e do tarso. 
 Vamos entender a partir de agora como cada articulação do corpo combina seus 
planos e eixos para realizar os movimentos.
1.4 Estudo dos movimentos articulares
Antes de iniciarmos o estudo dos movimentos articulares, é imprescindível que 
você compreenda a divisão do esqueleto humano. Confira a ilustração a seguir.
Cabeça (Axial)
Esterno (Axial)
Coluna vertebral (Axial)
Membros superiores (Apendicular)
Membros inferiores (Apendicular)
O esqueleto axial é formado por cabeça, esterno, costelas e coluna vertebral, e o 
apendicular é composto pelos membros superiores e inferiores.
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Sobre os movimentos articulares, veja a ilustração a seguir, que simula os movi-
mentos do corpo humano.
Fonte: LIPERT, 2013. (Adaptado).
Acompanhe a classificação para cada movimento elaborada por Rasch e Burke (1987), 
considerando também as imagens do esqueleto e dos movimentos do corpo humano.
• Flexão: movimento de aproximação dos segmentos adjacentes do corpo, po-
dendo ser observados na imagem acima a partir dos movimentos de flexão do 
quadril.
• Extensão: movimento de afastamento de dois segmentos opostos e/ou adja-
centes do corpo; na imagem, observe o movimento de extensão do quadril.
• Abdução: movimento de afastamento de um segmento do corpo em relação à 
linha mediana; na imagem, observe o exemplo de abdução do quadril.
O termo linha mediana refere-se à linha sagital mediana que está no centro do corpo, dividin-
do-o de forma imaginária em direita e esquerda.
• Adução: movimento de aproximação de um segmento do corpo em relação à 
linha mediana; na imagem, veja o exemplo de adução do quadril.
• Rotação medial (interna): rotação de um segmento do corpo em torno do eixo 
longitudinal, de modo que a superfície anterior fique de frente para a linha me-
diana; na imagem, observe o exemplo de rotação medial do quadril.
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• Rotação lateral (externa): de um segmento do corpo em torno do eixo longi-
tudinal, de modo que a superfície anterior se volta para longe da linha media-
na; na imagem, confira o exemplo de rotação lateral do quadril.
• Flexão plantar: movimento de afastamento da face dorsal do pé em relação à 
face anterior da perna.
• Flexão dorsal (dorsiflexão): movimento de aproximação da face dorsal do pé 
em relação à face anterior da perna.
A figura a seguir ilustra esses dois movimentos.
DORSIFLEXÃO
FLEXÃO PLANTAR
Fonte: HALL, 2000. (Adaptado).
• Supinação: movimento que ocorre no antebraço que coloca a palma da mão 
posicionada para frente.
• Pronação: movimento que ocorre no antebraço que coloca a palma da mão 
voltada para trás.
Confira a figura a seguir, que ilustra esses movimentos.
SUPINAÇÃO
PRONAÇÃO
Fonte: HALL, 2000. (Adaptado).
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• Inversão: movimento que ocorre no pé como um todo e que vira a planta 
medialmente.
• Eversão: movimento que ocorre no pé como um todo e que vira a planta do pé 
lateralmente.
• Circundução: movimento combinado em torno dos três planos, envolvendo 
flexão e extensão, adução e abdução e rotação medial e lateral.
• Inclinação lateral: movimento de afastamento do tronco em relação à linha 
mediana do corpo.
No intuito de facilitar sua leitura visual no que tange ao movimento em si e ao 
plano no qual ele ocorre, considere a tabela a seguir.
Plano Movimentos Eixos
Sagital Flexão, extensão, dorsiflexão e flexão plantar Mediolateral
Frontal Abdução, adução, desvio ulnar e radial, flexão lateral Ântero-posterior
Transversal
Rotação medial, rotação lateral, pronação, supinação, adução 
horizontal, abdução horizontal
Longitudinal
Fonte: HALL, 2005. (Adaptado). 
Importante ressaltar que os movimentos de circundução, eversão e inversão 
acontecem em planos e eixos combinados.
Assim, fechamos o estudo dos movimentos articulares. Que tal você experimentá-
-los na frente de um espelho partindo da posição anatômica e realizando-os um a um? 
1.4.1 Movimentos de deslizamento e rolamento
Os movimentos que iremos tratar a partir de agora são conhecidos como artro-
cinemáticos, que incluem o deslizamento e o rolamento. Segundo Hall (2005), eles 
ocorrem sem controle voluntário dentro das articulações, mais precisamente nas su-
perfícies articulares, auxiliando na execução dos movimentos osteocinemáticos (fle-
xão, extensão, adução e os outros já comentados anteriormente). 
De acordo com Kaltenborn (2001), durante o rolamento, um osso rola sobre o ou-
tro apresentando as seguintes características: 
a. Superfícies articulares incongruentes; 
b. Novos pontos de uma superfície encontram novos pontos na superfície oposta;
Cinesiologia 30
c. Quando o rolamento acontece sozinho (sem outros movimentos associados 
como deslizamento ou rotação) há uma compressão nas superfícies do lado 
que o osso se move, fato que pode resultar em uma lesão articular, e uma se-
paração no outro lado. 
O rolamento deve ocorrer em conjunto com os movimentos de giro e desliza-
mento, fato que irá atuar de forma benéfica na realização dos movimentos articulares 
ideais e, por conseguinte, nos movimentos osteocinemáticos. 
No que concerne ao deslizamento (também conhecido como translação), durante 
esse movimento há um deslize do osso sobre o outro com as seguintes particularidades:
a. superfícies articulares congruentes; 
b. o mesmo ponto em uma superfície faz contato com novos pontos na superfície 
oposta; 
c. o deslizamento não ocorre sozinho devido ao fato de que as superfícies articu-
lares não são totalmente planas, ou seja, com congruência completa. 
Em termos dos movimentos artrocinemáticos, é necessário que você compreen-
da que, diferentemente do rolamento, a superfície articular que se move influencia a 
direção do deslizamento, o que é denominado de regra convexo-côncava. Ou seja, 
quando a superfície articular que se move é convexa, o deslizamento ocorre na direção 
oposta à do movimento angular do osso; já quando a superfície que se move é cônca-
va, o deslizamento ocorre na mesma direção do movimento angular do osso.
Convexo diz respeito a algo arredondado de modo externo, ou seja, tendo o formato arredonda-
do por fora. Já côncavo é algo cuja superfície é mais profunda no centro do que nas extremidades.
Você pode conferir essa descrição na ilustração a seguir.
Convexo esfera à esquerda
Convexo esfera à direita
Fonte: HALL, 2005. (Adaptado).
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 Assim como na imagem, verificamos que uma mesma superfície possui um lado 
convexo e outro côncavo. Na sequência desses estudos, vamos tratar de movimentos 
de rotação e como se aplicam no contexto do corpo humano.
1.4.2 Movimentos de rotação
Esse tipo de movimento artrocinemático (também conhecido como giro) efetua a ro-
tação de um segmento sobre um eixo mecânico estacionário; pode ser feito tanto no sen-
tido horário como anti-horário. Um exemplo de rotação consiste no movimento da cabeça 
radial na articulação umerorradial, quando há a pronação e a supinação do antebraço. 
Assim, podemos verificar que, durante a rotação, um osso gira sobre o outro, 
ocorrendo as seguintes manifestações: 
a. o osso faz uma rotação sobre um eixo mecânico estacionário; 
b. o ponto na superfície que se move faz um círculo à medidaque o osso gira; 
c. o giro dificilmente ocorre sozinho, mas geralmente em combinação com o 
deslizamento.
Como Neumann (2006) defende, durante a flexão do quadril há um ponto no cen-
tro da cabeça do fêmur que realiza rotação no acetábulo da pelve. Assim como ao pro-
nar e supinar o antebraço, a cabeça do rádio gira em relação ao capítulo do úmero. 
1.4.3 Movimentos que combinam rolamento, deslizamento e rotação
A combinação do deslizamento, rolamento e rotação faz com que haja uma gran-
de amplitude de movimento. Se apenas um desses movimentos fosse realizado, a am-
plitude de movimento seria pequena, ou então as superfícies articulares teriam que 
possuir um tamanho bem mais significativo para acomodar igual amplitude de movi-
mento, conforme ensina Hall (2000). 
Para exemplificarmos essa combina-
ção: as grandes amplitudes de movimento 
na abdução ou flexão do ombro e a cabeça 
do úmero em contato com a cavidade glenoi-
de só são possíveis em virtude da junção des-
ses três movimentos artrocinemáticos, já que 
ao fazer a abdução, a cabeça do úmero reali-
za um rolamento. Assim, se existisse somen-
te esse movimento, ocorreria uma luxação, enquanto o deslizamento para baixo auxilia 
na manutenção do contato com a cavidade glenoide, e a rotação lateral é necessária 
para minimizar o atrito do acrômio com o tubérculo maior.
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Baseado nos últimos três tópicos, considere que os movimentos artrocinemáticos 
são vitais para a locomoção humana, proporcionando uma execução efetiva dos movi-
mentos osteocinemáticos. 
E assim chegamos ao final do capítulo. Você pôde aprender um pouco a respeito 
de história da Cinesiologia, as suas aplicações na Educação Física, as bases que geram 
o movimento e as articulações. Esperamos que tenha percebido quão grandiosa, pro-
funda e interdisciplinar é a análise do movimento humano e que assim possa se sentir 
ainda mais inspirado a buscar conhecimento nessa área tão fascinante.
Cinesiologia 33
Referências
DACOSTA, L. P. Atlas do esporte no Brasil: Atlas do esporte, educação física e atividades 
físicas de saúde e lazer no Brasil. Rio de Janeiro: Shape, 2005.
HALL, S. J. Biomecânica básica. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. 
_________. Biomecânica básica. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 
HAMILL, J.; KNUTSEN, K. M. Bases biomecânicas do movimento humano. São Paulo: 
Manole, 1999. 
KALTENBORN, F. M. Mobilização Manual das Articulações. Vol. 1. São Paulo: Manole, 
2001. 
LIPPERT, L. Cinesiologia Clínica e Anatomia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. 
NEUMANN, D. D. Cinesiologia do Aparelho Músculo Esquelético: Fundamentos para 
Reabilitação Física. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
PORTELA, J. P. Cinesiologia. Sobral: Editora INTE, 2016. 
RASCH, P. J; BURKE, R. K. Cinesiologia e anatomia aplicada: A ciência do movimento hu-
mano. 5. ed. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara, 1987. 
SMITH, L. R.; WEISS, E. L.; LEHMKUHL, L. D. Cinesiologia Clínica de Brunnstrom. São 
Paulo: Manole, 1997. 
VILELA JUNIOR, G. B.; HAUSER, M. W.; DAGNONE F. D.; OLIVEIRA, A. L. Cinesiologia. 
Ponta Grossa: Editora UEPG, 2011.
2 Princípios da Cinesiologia
Este capítulo levará você a um dos aspectos mais importantes da Cinesiologia, que 
são as Leis de Movimento de Newton, um tópico que irá auxiliar você a compreender de 
forma mais aprofundada os aspectos relacionados aos sistemas e unidades de força. 
Aqui você também irá estudar sobre as ala-
vancas corporais, que são elementos que rea-
lizam as transmissões de força para a execução 
dos movimentos, além de aprender sobre os 
efeitos da gravidade no corpo humano. 
Iremos ver ao longo deste capítulo uma das 
capacidades mais básicas para o desempenho 
das atividades diárias humanas, isto é, o equilíbrio corporal, bem como compreender 
os pilares que proporcionam a capacidade de mantermos a estabilidade corporal.
2.1 As unidades de força e as Leis de Movimento de Newton
A Cinética é a área de estudo que examina as forças que agem sobre um sistema, 
seja o corpo humano, seja um objeto. Quando aplicada à Cinesiologia ela se baseia na 
análise do movimento de uma pessoa, e visa a definir as forças que provocaram esse 
movimento. Sendo assim, precisamos voltar à história e estudar as unidades de força 
baseadas nos princípios desenvolvidos por Isaac Newton.
A partir da teoria newtoniana podemos elucidar de forma mais clara alguns as-
pectos ligados aos elementos e sistemas de força, bem como suas aplicações e ma-
nifestações, contextualizando e empregando 
esses conceitos de maneira efetiva. 
Você poderá perceber – durante o desen-
volvimento dos tópicos relacionados às Leis de 
Movimento – que podemos relacionar e expli-
car diversas atividades do nosso cotidiano aos 
pensamentos e experimentos estabelecidos por 
Isaac Newton.
2.1.1 Elementos e sistemas de força
Antes de nos aprofundarmos no estudo dos elementos e sistemas de força, é im-
portante compreender o que são grandezas, isto é, as propriedades de um fenômeno, 
corpo ou substância, sendo necessário que essas propriedades possam ser expressas 
de forma quantitativa. 
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Cinesiologia 36
Existem dois tipos de grandezas: as escalares e as vetoriais. O primeiro tipo (esca-
lar) se caracteriza apenas pelo seu valor numérico, e podemos citar como exemplos: 
tempo, temperatura, volume e massa. O segundo tipo (vetorial), necessita de uma di-
reção e um sentido, além do valor numérico em si. As grandezas vetoriais são repre-
sentadas por vetores, como: velocidade, aceleração, força e deslocamento.
Baseando-se nesta premissa, detectamos 
que a força é uma grandeza vetorial, possibili-
tando a explicação de como os corpos aceleram, 
param ou se deformam, tanto de forma elásti-
ca (como uma mola) quanto plástica (como uma 
massa de modelar). Então, antes de abordarmos 
os elementos e sistemas, é importante que você 
entenda o conceito de força.
Para Mourão Júnior e Abramov (2012), força é um agente vetorial capaz de rom-
per a inércia dos corpos e de produzir aceleração neles. Desse modo, é representada 
por uma seta “↓”, isto é, apresenta uma magnitude e uma direção. Ela pode ser soma-
da ou resolvida utilizando o Newton (N) como unidade de medida: 1 kgf = 9,8 N, sendo 
1 kgf = 1 kg, em que kgf significa quilograma-força. 
Após conhecer o conceito e a unidade de medida, é necessário que você com-
preenda os elementos que compõem a força, que, de acordo com Hamill e Knutzen 
(1999), são quatro:
ponto de aplicação: é a parte do corpo na qual a força atua diretamente;A
sentido: é a orientação que tem a força na direção (esquerda, direita, cima, baixo);B
direção: é a linha de atuação da força (horizontal, vertical, diagonal);C
intensidade: é o valor da força aplicada.D
Vamos aos exemplos. O ponto de aplicação precisa estar aliado à direção para 
que possamos conceituar sua linha de ação. Podemos verificar isso nas corridas e sal-
tos (no momento exato da aterrissagem, por meio do contato dos pés com o solo) e ar-
remessos (no contato das mãos com os objetos – por exemplo, quando o atleta segura 
o bastão), sendo resultante da força proporcionada pelas estruturas do sistema muscu-
loesquelético (força dos músculos, ossos, ligamentos).
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Cinesiologia 37
No que se refere ao sentido, podemos 
exemplificá-lo durante o arremate de um jogador 
de futebol ao gol (sentido da força de baixo para 
cima, onde a bola de futebol é impulsionada do 
pé do jogador – baixo, para o desfecho na rede 
adversária – cima) e no ataque de um jogador de 
vôlei, marcando o ponto com o desfecho da bola 
na quadra adversária (sentido de cima para bai-
xo). Assim, podemos perceber que há duas fases intrínsecas ao sentido: a aproximação, 
quando nos aproximamos da força realizando um movimento de flexão (chamado de po-
sitivo)ou um afastamento, feito por um movimento de extensão (chamado de negativo).
Já a direção, segundo Vilela Júnior (2012), in-
fluencia na eficiência atlética, pois terá maior força 
conforme sua aplicação na direção desejada, como 
nas corridas (posição de partida), em que o atleta 
aplica uma força no bloco de saída com direção 
oposta ao deslocamento que fará, justamente para 
obter impulso. Podemos exemplificar a intensidade 
por meio das atividades desportivas representadas 
pelo peso do objeto que deve ser vencido, como no halterofilismo, em que dizemos que 
o atleta exerce uma força de 100 kg para elevar um peso correspondente. 
A respeito dos sistemas de força, podemos 
defini-los como a reunião de duas ou mais forças 
atuantes sobre um mesmo corpo, em que a força 
que produz o mesmo efeito que todas as outras 
juntas chama-se resultante. 
Existem, então, dois sistemas de forças: as 
de mesma direção e mesmos sentidos, em que a 
intensidade da resultante é igual à soma das in-
tensidades das forças componentes, culminando assim que a direção e o sentido conti-
nuem os mesmos; e as de mesma direção e sentidos opostos, em que a intensidade da 
resultante é igual à diferença entre as intensidades das forças componentes. A direção 
permanece a mesma, e o sentido é o da maior força componente.
2.1.2 Aplicações e manifestações de força
A primeira aplicação com o intuito de verificar a manifestação da força teve Isaac 
Newton (1643-1727) como o pioneiro, quando uma maçã caiu do alto de uma macieira 
sobre a cabeça dele.
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Cinesiologia 38
Sentado embaixo de uma árvore, uma maçã caiu sobre a cabeça de Newton. Ele se questionou 
por que ela despencou em direção ao centro da Terra, perpendicular ao chão, e não para os la-
dos ou para cima. E pensou: “Seguramente, a razão é que a Terra a atrai. Deve existir um poder 
de atração na matéria”.
Segundo Mourão Júnior e Abramov (2012) ao pensar so-
bre esse fato histórico, podemos perceber que nenhum cor-
po exerceu força diretamente sobre a maçã, nos remetendo à 
ideia de que o centro da Terra (a fonte da força original) não 
precisou estar em contato com a maçã para exercer nela a for-
ça da gravidade. Essa força é denominada de força de cam-
po (também conhecida por força magnética ou eletrostática), 
sendo consideradas forças atuantes a distância, como você 
pode perceber na ilustração ao lado.
Além da força de campo, existem ainda outros dois tipos de força: a nuclear (coe-
são de grande intensidade entre as partículas de um núcleo atômico) e de contato (que 
corresponde à força que qualquer corpo efetua em outro por meio do contato entre 
eles). Essa última manifestação de força é relevante para nossa aplicação cotidiana 
na Educação Física, já que podemos detectá-la em movimentos dentro do esporte e 
do contexto recreativo, como em um aperto de mãos entre competidores, no cabo de 
guerra e até mesmo em uma raquetada na bola de tênis, conforme você pode conferir 
na imagem a seguir.
Peso
Resistência
do ar
Força aplicada
pela raquete
Força do
contato da bola
Peso
Força aplicada
pelo jogador
Fonte: HALL, 2005. (Adaptado). 
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Cinesiologia 39
Ao aprofundar o estudo das forças, é necessário compreender a respeito das cargas 
mecânicas que são impostas ao corpo humano. A partir desse contexto, Smith et al (1997) 
afirmam que existem cinco tipos de forças (também denominadas de cargas) incidentes:
Compressão: solicitação mecânica que envolve duas forças aplicadas na mesma direção 
e de sentidos opostos, no sentido do centro do objeto; tem como principal característica 
a aproximação que resulta no esmagamento do material que constitui a estrutura. Como 
exemplo, podemos citar as vértebras lombares e sacrococcígeas, que suportam o peso 
corporal de forma constante, sofrendo assim forças de compressão de forma permanente.
1
Tração: também denominada de tensão, consiste em um modo semelhante de solicitação 
mecânica à compressão e envolve duas forças aplicadas na mesma direção e de sentidos 
opostos; o que a diferencia da compressão é que as forças da tração tendem a afastar o 
material do objeto. Por exemplo, quando o indivíduo está suspenso em uma barra, pode-
mos dizer que ele está imposto à tração.
2
Flexão: também conhecida como envergamento, é uma solicitação mecânica na qual a es-
trutura sofre forças que tentam dobrar a estrutura; pode ser gerada por ação de uma ou 
mais forças externas, usualmente transversais à estrutura em si. Por exemplo, forças mus-
culares que atuam sobre os ossos longos são capazes de promover flexão.
3
Cisalhamento: também chamado como deslizamento, é uma força tangencial que acontece 
entre duas superfícies de maneira que uma das estruturas se desloca em contato com a outra, 
ou as duas estruturas se deslocam – nessa condição em sentidos opostos. Como exemplo, po-
demos citar a força que atua sobre a estrutura do joelho durante o exercício de agachamento.
4
Torção: corresponde a uma solicitação que ocorre de forma tangencial em rotação na es-
trutura, na qual uma ou duas forças externas são aplicadas em sentidos opostos; em virtu-
de dessa rotação, há uma aproximação, isto é, um achatamento do material. No futebol, 
por exemplo, quando o jogador está com o pé fixo enquanto o resto do corpo sofre uma 
rotação, há uma imposição à força de tração.
5
Chegamos agora ao estudo da força e seus desdobramentos no que se refere aos 
conceitos e aplicações. É o momento de conhecermos as Leis de Movimento.
2.1.3 Conceitos e aplicações das leis de Newton
Isaac Newton desenvolveu a compreensão das relações entre as diferentes mani-
festações da força e dos movimentos, que foram denominadas de Leis de Movimento 
– ou popularmente conhecidas como as Leis de Newton. 
Cinesiologia 40
Segundo a Unesco (2013), a primeira lei de Newton diz que todo corpo continua 
em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que 
seja forçado a mudar a partir de forças aplicadas sobre ele. É a lei da inércia, que pode 
ser esclarecida pelo exemplo de um velocista que não sairá do bloco de partida a não 
ser que suas pernas exerçam força sobre ele para superar a inércia. 
A segunda lei de Newton, a da massa 
e aceleração (ou da força), estabelece que a 
aceleração de um corpo é proporcional à for-
ça que a produz e ocorre na direção em que 
a força atua. Segundo esse princípio, quanto 
maior for a força, maior a aceleração do cor-
po, e quanto maior for a massa desse corpo, 
menor a aceleração. Em termos práticos, no 
contexto dos esportes, como a massa dos equipamentos não pode ser alterada, a solu-
ção mais eficaz para que um atleta alcance maiores distâncias nos lançamentos e arre-
messos é aumentar a quantidade de força aplicada. 
Já a terceira lei, a da ação e reação, determina que para cada ação existente há 
uma reação de igual intensidade e que ocorre em sentido oposto. Por exemplo, quando 
o indivíduo está correndo, ele exerce determinada força contra o solo, e isso cria uma 
força de igual magnitude e em direção contrária, chamada de força de reação do solo. 
Além dessas três leis fundamentais, para que você efetue uma análise do movi-
mento humano a partir dos princípios físicos é importante conhecer outros conceitos 
relacionados a esse universo. Para Hall (2005), a compreensão sobre inércia, massa, 
peso, pressão e volume propicia um estudo de grande utilidade para o entendimento 
dos efeitos das forças. 
A inércia é a resistência à ação, à mudança, ou seja, consiste na resistência de um 
corpo ao manter seu estado atual de movimento, seja parado, seja se movimentando 
com velocidade constante. 
Já a massa diz respeito à quantidade de matéria que compõe um corpo, tendo o 
m como seu símbolo e o quilograma(kg) como unidade. 
O peso, conforme proposto por Rasch e Burke (1987), é definido como a quan-
tidade de força gravitacional exercida sobre um corpo. Desse modo, à medida que a 
massa dele aumenta, seu peso se eleva de forma proporcional.
A pressão é a distribuição da força em determinada área. Por exemplo, pensan-
do em uma sola de sapato, a menor quantidade de área superficial na ponta de um sal-
to alto, em comparação com uma sola plana, pode resultar em uma quantidade muito 
maior de pressão, já que a força do peso da pessoa está voltada para uma pequena área. 
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Cinesiologia 41
Já volume – que não deve ser confundido com peso ou massa – é a quantidade 
de espaço que um corpo ocupa. Considere que uma mala grande possui estrutura que 
preenche mais espaço no porta-malas do que uma mochila comum; desse modo, ela 
tem maior volume e vai utilizar uma área maior.
Após você ter estudado o panorama das forças que se manifestam no corpo hu-
mano, é hora de compreender os materiais que são capazes de gerar os movimentos. 
Vamos fazer isso no próximo tópico.
2.2 Alavancas do corpo humano 
Para que o corpo possa se movimentar é necessário que tenha pontos fixos ca-
pazes de transmitir as forças localizadas nas articulações, para que os segmentos cor-
porais possam se deslocar. Desse modo, tanto os ossos quanto os músculos atuam 
mecanicamente de forma associada como uma alavanca.
Assim, você irá verificar nos tópicos a seguir as finalidades que justificam por que 
diversas ferramentas foram inventadas, bem como o aprofundamento dos fatores in-
tervenientes da capacidade do ser humano de se movimentar. 
Nesse sentido, em várias situações cotidianas vemos o uso das alavancas como 
forma de auxílio no desenvolvimento de diversos tipos de atividades e movimentos, 
contribuindo diretamente na capacidade de trabalho do homem.
2.2.1 Conceito e sistema de alavancas
As alavancas são máquinas simples e ser-
vem para a multiplicação da força e o aumento 
do conforto de quem as utiliza, facilitando as-
sim os movimentos realizados no cotidiano. 
Desse modo, Vilela Júnior (2012) as concei-
tua como uma peça ou barra rígida, a qual gira 
em torno de um ponto de apoio. No caso do 
corpo humano, os ossos representam tal peça 
ou barra rígida. Assim, todo movimento humano é derivado da geração de força por 
músculos inseridos em ossos movimentados por articulações, compondo as alavancas 
anatômicas ou bioalavancas (polias).
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Cinesiologia 42
De modo geral, a alavanca no corpo humano, segundo Hall (2005), se caracteriza 
por ser uma haste rígida que roda ao redor de um eixo ou fulcro, de maneira que a for-
ça aplicada nela movimenta uma resistência, tendo três elementos determinantes: o 
fulcro, a força de movimento e a força peso. 
Fulcro consiste, segundo Hall (2005), em um ponto de apoio ao redor do qual uma alavanca 
pode ser rodada; é usado nos estudos das alavancas como palavra sinônima de eixo. 
No que se refere à locomoção humana e a inter-relação com cada um desses ele-
mentos, a articulação constitui o fulcro, e os músculos atuam como a força necessária 
para gerar o movimento (são chamados de força potência ou força motriz); há tam-
bém a resistência, isto é, a sobrecarga do segmento que precisa ser deslocado, tam-
bém chamado de força peso. 
Nesse sentido, podemos conceber que força peso consiste na atuação das car-
gas externas somadas à massa do corpo, determinando assim o peso total em si. Por 
exemplo, quando vamos erguer um objeto do chão, além da massa dele (quantidade 
de matéria) temos de sustentar também as forças da gravidade atuantes. Relembre os 
conceitos de peso e massa no tópico 2.1.3, caso seja necessário.
Confira no quadro a seguir os elementos referentes à locomoção humana e a rela-
ção que estabelecem entre si.
Elemento Quem desempenha este papel
1. Fulcro Articulação
2. Força potência Músculo
3. Resistência Sobrecarga a ser vencida
Fonte: HALL, 2005. (Adaptado).
Desse modo, percebemos que esses três elementos precisam estar presentes 
para dar forma a uma alavanca e para que os movimentos do corpo possam ocorrer. 
2.2.2 Classificação das alavancas
As alavancas do corpo humano possuem três tipos de classificação: de primeira, 
segunda e terceira classe. 
Segundo Hall (2000), as de primeira classe, ou interfixas, têm força aplicada e 
resistência situadas em lados opostos ao eixo e a presença do fulcro entre elas. Como 
Cinesiologia 43
exemplo, essas alavancas ocorrem na movimentação dos músculos agonistas e anta-
gonistas em direções opostas em relação a uma articulação e são usadas normalmente 
para a manutenção da postura e do equilíbrio corporal e nos movimentos específicos 
da articulação atlanto-occipital.
As articulações atlanto-occipitais são as articulações existentes entre C1 (nível da coluna ver-
tebral referente à cervical) e os côndilos occipitais, permitindo o movimento de flexão e exten-
são do pescoço.
Em alavancas de segunda classe, ou inter-resistentes, a força aplicada e a resis-
tência estão posicionadas do mesmo lado (a resistência fica mais próxima do eixo). 
Devemos considerar que no corpo humano os movimentos contemplados por elas são 
raros, ainda que forneçam vantagem de força, fenômeno conhecido como “maior ala-
vancagem”, de maneira que grandes pesos podem ser suportados ou movidos por uma 
pequena força. Como exemplo, podemos citar o movimento de flexão plantar executa-
do pelos músculos gastrocnêmios (panturrilhas).
Já as alavancas de terceira classe, ou interpotentes, de acordo com Vilela Júnior 
(2012), são caracterizadas pelo fato de a força aplicada estar situada entre o fulcro 
e a resistência. Esse é o tipo mais comum, atuando na realização de muitos dos nos-
sos movimentos, em que há a presença dos braços, isto é, um braço de resistência (ou 
chamado também de braço de peso) sempre maior que o braço de força (ou braço de 
potência), cujo formato é disposto para proporcionar velocidade do segmento distal 
com o objetivo de mover um peso pequeno a longa distância.
Os braços consistem conceitualmente da seguinte forma: o braço de resistência se caracteriza 
por ser a distância perpendicular do ponto fixo até a ação do peso. Já o braço de força é a dis-
tância perpendicular da força de resistência ao ponto fixo.
Na imagem a seguir, você pode conferir os três tipos de alavanca. Vale ressaltar 
que F representa o braço de força, e R simboliza o braço de resistência.
Cinesiologia 44
F R
R F
F R
Primeira classe
Segunda classe
Terceira classe
Fonte: HALL, 2005, p. 400. (Adaptado). 
Sobre a estrutura das alavancas do corpo, Smith et al (1997) estabelecem que de-
vemos considerar que quando o braço de força aplicado for maior que o braço de resis-
tência, a magnitude da força aplicada para deslocar uma resistência será menor do que 
a magnitude dessa resistência.
Além disso, sempre que o braço de resistência for mais longo que o braço de for-
ça, a resistência poderá ser movida por meio de uma distância relativamente maior en-
tre o braço de força e o braço de resistência. Para ficar mais fácil o entendimento, veja 
a imagem a seguir.
A
2m 1m
F - 10 N R - 20 N
R
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B
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Fonte: HALL, 2005, p. 403. (Adaptado).
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Cinesiologia 45
Perceba a partir da imagem que a distância mais elevada é capaz de gerar maior 
amplitude de movimento e consequentemente maior capacidade de trabalho, isto é, 
de mover a resistência propriamente dita. 
2.2.3 Vantagem mecânica
A eficiência mecânica de uma alavanca em movimentar uma resistência pode ser 
chamada de “vantagem mecânica”. Segundo Hall (2005), ela consiste na relação resul-
tante entre o braço de força e o braço de resistência e pode ser expressa pela seguinte 
fração: Braço de força (Bf)/Braço de resistência (Br). 
Partindo da fração apresentada, você deve observar que o termo vantagem mecâ-
nica é usado para os casos em

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