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Biomecânica e Cinesiologia 
#CURRÍCULO LATTES# 
 
Professor Me. Gustavo Henrique de Oliveira 
 
● Doutorando em Educação Física (Universidade Estadual de Maringá). 
● Mestre em Educação Física (Universidade Estadual de Maringá). 
● Licenciado em Educação Física (Universidade Estadual de Maringá). 
● Bacharel em Educação Física (Universidade Estadual de Maringá).. 
 
 Link do Currículo na Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/2195965410223306 
 
Ampla experiência com pesquisa acadêmica e treinamento esportivo aeróbio e 
populações especiais, com ênfase na biomecânica do esporte e alterações 
cardiovasculares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://lattes.cnpq.br/2195965410223306
APRESENTAÇÃO DA APOSTILA 
 
Prezado(a) aluno(a), 
 
 Elaborei esse material a respeito da disciplina de biomecânica e cinesiologia para 
que você possa aprender como realizar uma análise de movimento em um aluno ou 
atleta para melhorar o seu desempenho e prevenir lesões. 
 Na Unidade I vamos aprender os conceitos e como contextualizar a biomecânica 
e cinesiologia, esses termos iniciais irão te dar base para facilitar a sua aprendizagem 
nas unidades seguintes. Você também compreenderá a evolução histórica da 
biomecânica e cinesiologia, como as descobertas no campo da física e anatomia 
auxiliaram na criação de conceitos utilizados até hoje. Nesta unidade também será 
estabelecida a importância da aplicação prática da biomecânica e cinesiologia no 
ambiente profissional da Educação Física por meio de estudos científicos da área. 
 Já na Unidade II você irá saber mais sobre o corpo humano, posição anatômica e 
planos e eixos, nesse tema você aprenderá os termos corretos para se referir a estruturas 
do corpo humano. Os planos e eixos determinam quais tipos de movimentos uma 
articulação pode realizar e para cada tipo de movimento temos terminologias específicas. 
Biomecânica é a aplicação de variáveis da física no movimento humano, aqui alguns 
princípios básicos serão apresentados para você. 
 Na sequência, na Unidade III falaremos a respeito dos conceitos e definições da 
biomecânica do sistema locomotor. Também abordarei como a biomecânica atua nos 
ossos, articulações e músculos. Após conhecer com mais detalhes algumas estruturas 
anatômicas e como as forças físicas podem afetá-las, serão apresentados dois tipos de 
análise do movimento: a análise quantitativa e a análise qualitativa, para cada tipo de 
avaliação será apresentada a metodologia adequada para realização de cada análise. 
 Em nossa Unidade IV vamos finalizar o conteúdo dessa disciplina com a análise 
do movimento humano na Educação Física escolar, você irá observar que aplicar os 
conceitos da biomecânica em conjunto com os outros assuntos da Educação Física pode 
enriquecer uma aula e motivar o aluno. Você também terá exemplos a respeito de 
análises do movimento humano no esporte e em diferentes frentes do exercício físico e 
perceberá como a biomecânica pode melhorar o desempenho de uma pessoa praticante 
de exercícios físicos. 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE I 
CONHECENDO A BIOMECÂNICA E CINESIOLOGIA 
Professor Mestre Gustavo Henrique de Oliveira 
 
 
Plano de Estudo: 
• Conceitos e definições da biomecânica e cinesiologia: distanciamentos e aproximações 
de conceitos; 
• Aspectos históricos da biomecânica e cinesiologia; 
• Campos de atuação da biomecânica e cinesiologia. 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
• Conceituar e contextualizar a biomecânica e cinesiologia 
• Compreender a evolução histórica da biomecânica e cinesiologia 
• Estabelecer a importância da aplicação prática da biomecânica e cinesiologia no 
ambiente profissional da Educação Física. 
 
INTRODUÇÃO 
 
Prezado(a) aluno(a), nesta unidade vamos iniciar nossos estudos sobre 
biomecânica e cinesiologia. Aprenderemos os conceitos básicos e definições. Fique 
atento(a) a esses conceitos, pois eles serão aplicados nas unidades sequentes, então 
anote eles e, caso tenham dúvidas, revise! Para facilitar esse processo ao longo da 
apostila serão apresentadas tabelas resumindo os principais tópicos, anote elas em um 
caderno e tente sempre fazer relações entre os conceitos. 
Compreender os fundamentos técnicos para realizar análises do movimento 
humano é fundamental durante a formação em Educação Física, com esse 
conhecimento será possível melhorar a sua forma de ensino, processos pedagógicos e 
correção de movimentos, sendo eles de uma prática esportiva, dança, lutas ou alguma 
atividade do dia a dia. 
Para que você possa compreender melhor esses processos, é fundamental 
entender o processo histórico dos cientistas para formulação dos conceitos e teorias que 
são utilizados até hoje na biomecânica e cinesiologia. O que cada pensador descobriu 
ao longo da história? Como as suas descobertas influenciam até hoje os processos de 
análise do movimento? 
Por fim, serão apresentados para você alguns campos de atuação em 
biomecânica e cinesiologia. Optei por apresentar aplicações práticas em estudos 
científicos, pois refletem com mais fidedignidade a aplicação dos métodos para análise 
de movimentos e os principais equipamentos utilizados. É importante refletir que os 
métodos avaliativos são aplicados a partir da definição de um problema e, dividindo essa 
ação em partes menores, é possível estabelecer critérios metodológicos para resolver 
esse problema. 
Quer entender como esses processos avaliativos funcionam? Vamos começar 
pelos conceitos iniciais, processos históricos e aplicações práticas, aqui na Unidade I. 
 
 
 
 
1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES DA BIOMECÂNICA E CINESIOLOGIA: 
DISTANCIAMENTOS E APROXIMAÇÕES DE CONCEITOS 
 
Imagem capa do tópico 1: SHUTTER: 767393449 
 
1.1 Conceito de Cinesiologia 
 
Cinesiologia é o campo científico do estudo do movimento humano, é aplicado de 
forma multidisciplinar através de diferentes formas de avaliação do movimento como 
anatomia, fisiologia, psicologia e mecânica (Figura 1), tendo como finalidade 
compreender as forças que atuam sobre o corpo humano e como elas influenciam o 
movimento no espaço (KNUDSON, 2007; PORTELA, 2016). 
 
Figura 1 - Diferentes áreas que compõem a cinesiologia 
 
Fonte: adaptado de Knudson (2007). 
 
Atualmente, nas universidades, as aulas de cinesiologia têm o foco na anatomia 
funcional enfatizando o sistema musculoesquelético e a sua relação com o desempenho 
do movimento através da análise das articulações, músculos e tendões que são os 
componentes do corpo necessário para realização de um movimento (HAMILL; 
KNUTZEN; DERRICK, 2016). Contudo, a cinesiologia engloba todas as áreas de análise 
do movimento, sendo confundido com o conceito de biomecânica, contudo a 
biomecânica está dentro do campo de estudo da cinesiologia. 
 O movimento dentro da cinesiologia tem ênfase na análise qualitativa, ou seja, 
observação do movimento, sendo necessário dividir o movimento em fases para 
identificar a ativação muscular e articular em cada fase para que se possa corrigir e 
melhorar o desempenho do movimento como um todo (HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 
2016). Como exemplo de aplicação prática para corrigir um movimento de agachamento, 
é necessário dividir essa ação em 3 fases: 1ª fase - flexão de joelhos com ativação de 
isquiotibiais; 2ª fase - um breve momento de isometria; 3ª fase - extensão de quadris e 
extensão de joelhos com principal ativação do grupamento muscular dos quadríceps. É 
importante destacar que, em cada etapa, é necessário verificar a postura do avaliado(a) 
para evitar lesões e para que a ativação muscular aconteça de maneira correta. 
 
1.2 Conceito de Biomecânica 
 
 Biomecânica, segundo a definição da Sociedade Europeia de Biomecânica (), é 
“o estudo das forças atuantes e geradas no interior do corpo e dos efeitos dessas forças 
nos tecidos, fluidos ou materiais utilizados no diagnóstico, tratamento ou pesquisa”. 
Analisa-se a estruturae funções dos sistemas biológicos por meio de métodos da 
mecânica, que é uma área da física que investiga e quantifica os efeitos das forças 
incidentes sobre um objeto e o estudo do movimento que pode ser dividido em estático 
e dinâmico (HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016). O estudo de sistemas estáticos pode 
ser aplicado a movimentos em velocidade constante ou em situações de repouso, sem 
movimento, já os movimentos dinâmicos são abordados em sistemas que incluem 
aceleração (HALL, 2016). 
Existem duas formas de abordar análises biomecânicas, a primeira é por meio da 
avaliação qualitativa (cinemática), através da análise observacional do movimento e a 
descrição de suas características como sequenciamento de cada etapa do movimento, 
contudo sem levar em consideração as forças que incidem sobre esse corpo, como 
resultado desta avaliação podemos analisar a forma e a técnica que o movimento é 
realizado (HALL, 2016). Para realizar essa avaliação utilizamos principalmente o recurso 
visual e, para se ter mais precisão na análise, utilizamos imagens gravadas por vídeo 
para posterior análise, possibilitando o uso de recursos como câmera lenta e marcação 
de pontos no espaço. As variáveis que conseguimos obter são informações sobre 
posição do corpo ou objeto no espaço, velocidade, aceleração e ângulos articulares. 
A segunda forma é a análise quantitativa (cinética) que pode ser avaliada através 
de equipamentos de dinamometria que mensuram as forças que incidem sobre o corpo 
ou objeto, como plataforma de força, dinamômetro de mão, isocinéticos, de tração lombar 
ou escapular. As principais variáveis que podem refletir esses fatores é o torque articular 
e forças internas e externas. O efeito das forças internas que são produzidas pelos 
músculos, como a força gerada pela contração do bíceps braquial e dos efeitos das 
forças externas que atuam sobre o corpo como o efeito da gravidade (HALL, 2016). A 
descrição das análises cinesiológicas e biomecânicas estão apresentadas na Figura 2. 
 
Figura 2 - O movimento pode ser analisado basicamente de 3 formas: utilização do 
sistema musculoesquelético para a execução de um movimento (anatomia funcional), 
descrição do movimento (cinemática) e o efeito das forças envolvidas (cinética) 
 
Fonte: Hamill, Knutzen e Derrick (2016). 
 
 Outros métodos para realização de análises quantitativas em biomecânica é o uso 
da eletromiografia e a antropometria. A eletromiografia tem o objetivo de mensurar a 
ativação muscular de um determinado músculo, para isso é necessário colocar um 
eletrodo de forma não invasiva sobre o ventre muscular da região que será analisada. A 
partir do momento de uma contração muscular é gerado um sinal em milivolts que será 
convertido em dados e analisado por um software específico (KNUDSON, 2007; NIGG; 
HERZOG, 1994). 
 A antropometria estuda as medidas e dimensões do corpo humano com o auxílio 
de fitas métricas, balanças, paquímetros, posturógrafo e equipamentos de 
bioimpedância. A partir dessas avaliações são obtidas informações sobre altura, massa 
corporal, composição corporal e comprimento de membros. Saber de forma clara e exata 
se um corpo humano auxilia em outros processos de análises biomecânicas, como 
análises por vídeo, em que é necessário ter informações sobre comprimento de membros 
para calcular ângulos. No campo da cinética, saber a massa corporal é de suma 
importância para cálculos de força. E medidas completas do corpo humano são utilizadas 
no campo da ergonomia, aplicada principalmente em ambientes de trabalho para 
mensurar altura adequada. 
 
Atenção: Caro(a) aluno(a), ao longo de cada unidade da disciplina de Biomecânica e 
Cinesiologia alguns conceitos são fundamentais e devem ser revisados com frequência, 
pois serão utilizados ao longo do curso. Para facilitar a sua aprendizagem, seguem 
alguns conceitos: 
 
Quadro 1 - Conceitos básicos Unidade I 
Cinesiologia Estudo do movimento humano 
Biomecânica Aplicação dos princípios mecânicos no estudo dos 
organismos vivos 
Mecânica Ramo da física que analisa as ações de forças sobre 
sistemas mecânicos 
Estática Ramo da mecânica que lida com sistemas em estado 
constante de movimento 
Dinâmica Ramo da mecânica que lida com sistemas sujeitos a 
aceleração. 
Cinemática Estudo da descrição do movimento, considerando espaço e 
tempo. 
Cinética Estudo da ação das forças 
Eletromiografia Análise da ativação muscular 
Antropometria Medidas do corpo humano 
Quantitativo Está relacionado com o uso de números 
Qualitativo Descrição sobre a qualidade de uma ação 
Fonte: adaptado de Hall (2016) e Hamill, Knutzen e Derrick (2016). 
 
2 ASPECTOS HISTÓRICOS DA BIOMECÂNICA E CINESIOLOGIA 
 
Imagem capa do tópico 2: SHUTTER: 1677490351 
 
Para iniciar a discussão sobre os aspectos históricos da biomecânica e 
cinesiologia é necessário comentar sobre o Discóbolo de Míron, símbolo da Educação 
Física (imagem capa do tópico 2). A escultura representa vigor, energia e vitalidade, 
características necessárias em atletas e evidência de um corpo forte em movimento. 
Essa obra foi escolhida pelo Conselho Federal de Educação Física, em 2002, para 
representar a Educação Física no Brasil (Resolução CONFEF º49/2002). 
 
2.1 História da Biomecânica e Cinesiologia 
 
Conforme já apresentado no tópico 1, a biomecânica é contida dentro da 
cinesiologia, portanto, para fins didáticos, vamos adotar apenas o termo cinesiologia para 
verificar a sua construção histórica, já que o termo “biomecânica” começou a ser usado, 
apenas em meados dos anos 70, para descrever a análise mecânica dos seres 
biológicos (NIGG; HERZOG, 1994). Cinesiologia é derivada de dois termos do grego, 
kinesis = movimento e logos = estudo, “estudo do movimento”, utilizando de bases 
anatômicas e fisiológicas para descrever os movimentos realizados. 
 
2.2 História da Biomecânica e Cinesiologia – Antiguidade (650 a.C. a 200 d.C.) 
 
Aristóteles (384 – 322 a.C.), grego, foi considerado o pai da cinesiologia. Com 
base na ciência, ele buscava explicar a natureza utilizando a matemática como 
instrumento. Relatos indicam que ele realizou a primeira descrição científica da função e 
ação dos músculos, ossos e do movimento em sua obra Sobre o Movimento dos 
Animais”. Nessa obra, já antecipa algumas descobertas de Newton, como a lei da 
reação, descrevendo que, para alguém ou algo se movimentar, era necessário aplicar 
uma força para baixo e só então ocorreria o deslocamento para alguma direção. Todo 
movimento depende da ação de um agente em movimento e o movimento é resultado 
das ações deste agente (NIGG; HERZOG, 1994; PORTELA, 2016). 
Posteriormente, Arquimedes (287 – 212 a.C.), grego, revelou grandes avanços no 
estudo da hidrostática, utilizados para explicar a movimentação em meio líquido, como 
a natação. Outro campo de estudos explorado pelo autor foi as leis da alavanca, 
analisando o deslocamento de massas através da manipulação do seu centro de 
gravidade. Desse pesquisador ficou conhecido a famosa frase “Dá-me um ponto de apoio 
que levantarei o mundo” (NIGG; HERZOG, 1994; PORTELA, 2016). 
Galeno (129 – 201 d.C.), grego, é considerado o pai da medicina esportiva. Foi 
médico do Colégio dos Gladiadores em Roma, neste trabalho realizou vários 
procedimentos médicos adquirindo experiência e conhecimento sobre o corpo humano 
e seu movimento. Escreveu dois tratados de medicina que foram amplamente utilizados 
como referência: De Usu Partium (O uso das partes) e De Moto Musculorum (O 
movimento dos músculos). Nessas obras foram abordadas com profundidade a forma e 
a função das partes do corpo humano e da sua função em movimento a respeito dos 
músculos, caracterizando e informando os principais músculos agonistas e antagonistas, 
nervos motores, sensoriais e termos da artrologia (estudo das articulações). Além disso, 
foi o primeiro a propor que a contração muscular ocorre após um sinalde um nervo motor. 
Outro ponto sobre o pesquisador, Galeno não era favorável à dissecação de cadáveres 
humanos, tendo boa parte das suas conclusões a partir de animais (NIGG; HERZOG, 
1994; PORTELA, 2016). 
 
2.3 História da Biomecânica e Cinesiologia – Renascimento (1450 - 1600) 
 
 O movimento renascentista surgiu na Itália, após conflitos políticos do século XV, 
quando houve a substituição da teoria teocêntrica para a antropocêntrica. O ser humano 
volta a ser o centro das atenções e de estudos, retornando a cultura e civilizações 
clássicas, também as teorias estabelecidas pelos gregos na idade antiga. 
 Dentre os autores renascentistas, Leonardo Da Vinci (1452 – 1519) foi o que mais 
contribuiu a respeito da anatomia e do movimento humano. Em oposição ao grego 
Galeno, Da Vinci acreditava que a verificação e a realização de experimentos eram de 
enorme importância para conclusões em seu estudo, sendo favorável, então, à 
dissecação de cadáveres humanos. A partir de seus estudos, foi possível estabelecer as 
estruturas anatômicas com mais exatidão e a influência da mecânica, além de expor 
seus achados através da união entre arte e ciência (Figura 3), descrevendo a origem e 
inserção dos músculos (NIGG; HERZOG, 1994). Descreveu também os primeiros relatos 
do corpo na posição ereta e a primeira análise da marcha humana com o objetivo de 
demonstrar a variedade dos músculos utilizados durante esse exercício, porém os seus 
achados foram divulgados apenas 300 anos após a sua morte (PORTELA, 2016). Outro 
nome importante durante o período do renascimento foi Vesalius (1450 – 1600 d.C.), que 
se contradiz aos estudos de Galeno, pois sua anatomia se baseava em animais. Vesalius 
estabeleceu os fundamentos da anatomia moderna (NIGG; HERZOG, 1994). 
 
Figura 3 - O Homem Vitruviano de Leonardo da Vinci, representa o equilíbrio e proporção 
adequada do corpo humano 
 
SHUTTER: 1510980131 
 
2.3 História da Biomecânica e Cinesiologia – Revolução Científica (1600 - 1730) 
 
 Galileu Galilei (1564 – 1642) buscava explicar os fenômenos da natureza através 
da matemática e da ciência, em sua obra De Animaliam Motibus, descreveu de forma 
detalhada o salto humano e a passada de cavalos e insetos. Desenvolveu o método de 
avaliação da balança hidrostática a partir dos conceitos elaborados por Arquimedes 
(NIGG; HERZOG, 1994). Apresentou fundamentos da mecânica clássica que, 
posteriormente, seriam utilizados para as formulações das leis de Newton, como a sua 
teoria de movimento uniforme, balística e quantidade de movimento. Propôs também 
que, no vácuo, quando dois corpos caem, a aceleração do corpo em queda livre não é 
proporcional ao seu peso, apenas pela duração em tempo da queda (PORTELA, 2016). 
 Giovanni Borelli (1608 - 1679) foi um matemático e médico e tinha como objetivo 
integrar as ciências fisiológicas com a física. A sua principal obra foi denominada De 
Motu Animalium, que utilizava de métodos matemáticos para analisar movimentos 
complexos, como corrida, salto, natação e contração muscular; os ossos são alavancas 
e os músculos funcionam através de padrões matemáticos (NIGG; HERZOG, 1994). 
 Isaac Newton (1642 – 1727) físico e matemático publicou, em sua obra 
Philosophiae Naturalis Principia Mathematica, as suas três leis da mecânica, que regem 
os fundamentos para qualquer análise cinemática ou de cinética em qualquer sistema 
mecânico. 
• Lei da Inércia: “um corpo permanecerá em repouso será movido em 
velocidade constante e uniforme, se não houver forças externas aplicadas 
sobre ele”, ou seja, um corpo em movimento tende a permanecer em 
movimento. Exemplo: caso uma pessoa esteja em pé em um ônibus e, de 
repente, ele pare de forma abrupta, a pessoa será lançada em direção ao 
movimento anterior do ônibus. 
• Lei da Aceleração: “a aceleração de um corpo influenciado por forças 
exteriores é proporcional à sua força sobre ele aplicada e inversamente 
proporcional a sua massa Força = Massa x Aceleração”, ou seja, quanto 
maior massa e quanto maior a aceleração imposta, maior será a força 
resultante. 
• Lei da Ação e Reação: “Quando dois corpos exercem forças entre si, e 
essas forças têm a mesma linha de ação, uma força é aplicada em igual 
magnitude em sentidos opostos” (NIGG; HERZOG, 1994). 
 
2.3 História da Biomecânica e Cinesiologia – Séculos XIX e XX (1800 – 2000) 
 
 Nesse período mais recente da história, tivemos vários cientistas que fizeram 
descobertas específicas, que auxiliaram na construção do conhecimento em 
cinesiologia. As informações a seguir foram extraídas de Nigg e Herzog (1994). 
 Marey (1830 - 1904) propôs instrumentos para análise do movimento da marcha 
através de métodos de fotogrametria (analisar um vídeo quadro a quadro). Muybridge 
(1860 - 1904) descobriu novas formas de análise de movimento através de fotos e 
descobriu que durante a corrida dos cavalos eles possuem uma fase aérea. Braune 
(1831 - 1892) e Fischer (1861 - 1917) propuseram a análise 3D da marcha e 
determinaram o centro de massa dos principais segmentos anatômicos do corpo humano 
utilizando cadáveres congelados. Wolf (1836 - 1902) apresentou a lei da adaptação 
óssea e descobriu que o osso é um material vivo e que é influenciado pelas leis físicas 
em seu crescimento. 
 
2.4 História da Biomecânica e Cinesiologia – Brasil 
 
 Em 1989, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, tivemos o primeiro 
encontro de professores de Cinesiologia e Biomecânica, o evento contou com cerca de 
100 participantes e o tema do encontro foi a aplicação da biomecânica no ensino e na 
pesquisa. A partir desta data foi realizado um Congresso Nacional de Biomecânica por 
ano, até 1992, e foi fundada a Sociedade Brasileira de Biomecânica e o evento passou 
a ser chamado Congresso Brasileiro de Biomecânica, sendo realizado a cada dois anos, 
em sua maioria. Cada vez que o evento ocorre, ele é realizado em uma região diferente 
do Brasil, reunindo os principais pesquisadores do assunto para discutir os avanços da 
Biomecânica e também apresentação das novas tecnologias para análises quantitativas 
e qualitativas. 
3. CAMPOS DE ATUAÇÃO DA BIOMECÂNICA E CINESIOLOGIA 
 
Imagem capa do tópico 2: SHUTTER: 1881922690 
 
 Para entender os campos de atuação da Biomecânica e Cinesiologia é necessário 
compreender os principais métodos de avaliação tanto qualitativo, com os processos de 
análise por vídeo, e quantitativo, através de equipamentos de medição, como a 
plataforma de força, dinamometria, antropometria e eletromiografia. Os detalhes a 
respeito de cada metodologia veremos na Unidade III. 
 
3.1 Análise do Equilíbrio e Risco de Queda em Idosos 
 
Com o desenvolvimento do processo de envelhecimento, ocorre o aumento da 
instabilidade do equilíbrio postural em idosos, aumentando os riscos de quedas nessa 
população (GILL et al., 2001; MEIZER; BENJUVA; KAPLANSKI, 2014). Queda em idosos 
é uma das principais causas de morbidade e mortalidade nessa população (GROSSMAN 
et al., 2018). No mundo, 30% dos idosos com 65 anos ou mais tem uma ocorrência de 
queda no ano, e aos 85 anos aumenta em 40% o risco de o idoso cair pelo menos uma 
vez no ano (HILL; SCHWARZ, 2004). 
Os danos causados pela queda podem reduzir os níveis de aptidão física, como 
perda de força, potência, agilidade e equilíbrio (MOREIRA et al., 2018). Entretanto o 
exercício físico é um fator protetor para quedas, por desenvolver ou realizar a 
manutenção da aptidão física, como ganho de força e coordenação (DURAY; GENÇ, 
2017). O principal fator que pode influenciar no risco de queda é a amplitude de 
movimento do tronco, estratégias de treinamento que limitam o movimento do tronco são 
benéficas para aumentar a estabilidade em idosos (HALL, 2016). Por meio de uma 
plataforma de força, podemos medir o equilíbrio de um idoso e acompanhar a melhora 
após períodos de intervenção de treinamento físico (DUARTE; FREITAS,2010). 
 
Figura 3 - A prática de exercícios físicos melhora o equilíbrio de idosos 
 
SHUTTER: 1660019572 
 
3.2 Avaliação da Força e Potência de Membros Inferiores para o Esporte 
 
A análise da força e potência muscular são realizadas através dos testes de salto 
Counter Movement Jump e Squat Jump (Figura 4). Esses testes são realizados por meio 
de uma plataforma de força e podemos obter informações de potência e força 
(MARKOVIC et al., 2004; NUZZO et al., 2008). Diferentes esportes que necessitam de 
potência em saltos utilizam esses métodos de avaliação, principalmente para avaliar o 
estado atual do atleta e avaliar a sua performance com os treinos. No vôlei, um estudo 
avaliou o efeito das diferentes superfícies de impacto rígidas e em areia, buscando 
compreender as diferentes forças geradas pelo atleta em cada ambiente, em um 
ambiente com solo em areia ocorre mais dispersão de energia e a altura do salto é menor 
em comparação a um ambiente rígido (GIATSIS et al., 2004). No futebol esses testes 
também são utilizados para avaliar o desempenho dos jogadores com sua capacidade 
tática (BORGES et al., 2017). Protocolos de treinamento combinado (Treino resistido + 
treino aeróbio) também utilizam essa avaliação para quantificar os efeitos do treinamento 
(TERZIS et al., 2016). 
 
Figura 4 - Ilustração dos movimentos Squat Jump (SJ) e Counter Movement Jump 
(CMJ) 
 
Fonte: Padulo et al. (2013). 
 
3.3 Eletromiografia 
 
 No voleibol é recorrente lesões nos músculos isquiotibiais, principalmente no 
bíceps femoral (BF), um estudo com 12 jogadores de voleibol verificou a ativação 
muscular do BF durante a execução de dois movimentos de salto: Counter Movement 
Jump (CMJ) e Squat Jump (SJ) e identificou que o CMJ possui uma ativação reduzida 
do BF devido a contribuição de dos tecidos elásticos durante as fases concêntricas e 
excêntricas do movimento (PADULO et al., 2013). Recentemente o método de 
treinamento por eletromioestimulação (Figura 5) vem se tornando cada vez mais usual 
em clínicas especializadas. Esse treinamento consiste no uso de um equipamento que 
estimula os músculos por meio de um sinal elétrico; dez semanas deste treinamento 
melhorou a força e potência de salto, CMJ e SJ, de indivíduos destreinados (BERGER 
et al., 2020). 
 Na musculação, o estudo de Silva et al. (2014) avaliou a ativação muscular do 
peitoral maior – três ângulos diferentes de execução do supino reto –, com esses 
resultados é possível identificar qual é o ângulo de execução do movimento que 
proporciona maior ativação de um músculo específico. O uso da eletromiografia em 
programas de reabilitação física como recuperação de lesão no ligamento cruzado 
anterior é utilizado para determinar a eficiência dos exercícios em programas de 
treinamento, tornando o processo de reabilitação mais eficaz (ZEBIS et al., 2019). 
 
Figura 5 - Treinamento de eletroestimulação 
 
Fonte: Berger et al. (2020). 
 
3.4 Dinamometria 
 
 A dinamometria engloba os métodos de análise de força muscular, essas 
avaliações são necessárias para determinar casos de sarcopenia, por exemplo. A 
sarcopenia é conhecida por seus efeitos na funcionalidade muscular, causando uma 
diminuição acentuada da mobilidade, capacidade de transferência e, consequentemente, 
prejudicando a capacidade de realizar sozinho e com eficácia as atividades da vida diária 
(CRUZ-JENTOFT et al., 2019). Para definir um quadro de sarcopenia uma série de testes 
são necessários, dentre eles testes com dinamômetros para avaliar a força são 
utilizados, como o dinamômetro de mão que analisa a força de pressão manual e o 
dinamômetro isocinético que tem como principal função analisar a força de membros 
inferiores (CRUZ-JENTOFT et al., 2019). 
 Após 8 semanas de treinamento de força com kettebells foi suficiente para 
aumentar a força de preensão manual e indicadores de sarcopenia em mulheres idosas 
(CHEN et al., 2018). Tosselli et al. (2020) aplicaram 6 meses de treinamento de força em 
mulheres obesas e encontraram maiores ganhos de força de pressão manual nas 
mulheres que treinavam três vezes por semana em relação às que treinavam uma vez 
por semana. Em homens idosos com sarcopenia, verificou-se que 8 a 12 semanas de 
treinamento de força em alta intensidade foi capaz de gerar ganhos de massa muscular 
e de força de pressão manual (LICHTENBERG et al., 2019). 
 
Figura 6 - Avaliação de pressão manual com dinamômetro de mão 
 
Fonte: Reis e Arantes (2011). 
 
3.5 Cinemática 
 
 A análise realizada por vídeo auxilia no processo de adaptação e eficiência de 
órteses e próteses, buscando aproximar o uso desses equipamentos ao movimento 
humano da melhor forma possível. Foi comprovado que o uso de órteses alivia as dores 
em indivíduos com osteoartrite patelofemoral (TAN et al., 2020). Indivíduos com alguma 
patologia tendem a andar mais devagar e alguns fatores biomecânicos podem afetar 
essas pessoas. Para isso, foram analisadas diferentes velocidades de marcha e os seus 
padrões em diferentes populações a fim de compreender melhor os parâmetros espaço-
temporais e cinemáticos principalmente para evitar possíveis lesões nessa população 
(FUKUCHI; FUKUCHI; DUARTE, 2019). 
 Algumas lesões em corredores acontecem após um período de pausa sem treino, 
sendo por alguma lesão ou outra atividade que os impeça de treinar, no período de 
retreinamento, algumas lesões podem ocorrer principalmente por uma abdução elevada 
de joelho ou aumento de eversão plantar, possivelmente pela perda de massa muscular 
específica para essas regiões. Além disso, corredores que passam por um período de 
retreinamento adotam um estilo de corrida diferente do original. Neste exemplo é 
fundamental um conhecimento técnico biomecânico de qualidade para que o praticante 
de corrida possa voltar aos treinos com o risco reduzido de lesões (DUNN et al., 2018). 
 
Figura 7 - Ciclo da marcha 
 
SHUTTER: 1046319301 
 
3.6 Ergonomia 
 
 Essa análise busca ajustar o ambiente ou atividade profissional ao corpo do 
trabalhador, de forma que gerem menos impactos posturais e dispêndio energético 
desnecessário. Estudos indicam que dores na lombar nem sempre podem estar 
relacionadas diretamente com o transporte de cargas pesadas, mas sim, que o principal 
agravante é o fator postural e movimentos repentinos que podem ocasionar em dores 
(HALL, 2016). Realizar, pelo menos uma vez na semana, exercícios físicos laborais pode 
ajudar a reduzir dores nas costas em profissionais da saúde (JAHROMI et al., 2012). 
Através de medidas antropométricas é possível determinar medidas adequadas para 
atividades de trabalho, podendo reduzir algumas dores oriundas dessa atividade. Por 
exemplo, um trabalho que exija sentar em uma cadeira e ficar de frente para um 
computador: deve-se ter um apoio lombar na cadeira, as pernas devem tocar o chão e 
cabeça deve estar alinhada com o monitor (BRASIL, 2017). 
 
Figura 8 - Postura adequada para pegar pesos no solo 
 
Fonte: Hall (2016). 
 
SAIBA MAIS 
Porque Usain Bolt é o homem mais rápido do mundo? Em provas de 100m Bolt consegue 
atingir a incrível marca de 45 km/h, enquanto um corredor amador para fazer essa prova 
precisa dar 50 a 55 passos, Bolt espera eles na linha de chegada com 41 passos. Bolt 
consegue otimizar a sua potência anaeróbia e manter elevado tanto a frequência quanto 
a cadência da passada, além disso o ponto mais importante é que ele desacelera menos 
que outros atletas, Bolt consegue chegar na sua velocidade máxima e o tempo de 
redução da velocidade é menor (GÓMEZ et al., 2013). O que está por trás de seu 
desempenho extraordinário é que ele consegue extrair o máximo do corpo dele, a cada 
prova que ele participa ele identifica os erros e corrige os seus pontos fracos, além disso 
muitas análises biomecânicas são realizadas para maximizar o seu desempenho 
melhorando a sua corrida. 
 Observou comoé incrível um bom trabalho de análise do movimento? 
 
Fonte: Rhodes (2015). 
#SAIBA MAIS# 
 
REFLITA 
“Eu treinei 4 anos para correr apenas 9 segundos, tem gente que não vê resultado em 2 
meses e desiste” (Usain Bolt). 
#REFLITA# 
 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Com o término desta unidade, você aprendeu as diferenças conceituais entre 
biomecânica e cinesiologia e as suas formas de avaliação. A partir dos conceitos básicos, 
agora você tem noções de como é realizado um processo de avaliação e a sua 
importância para o estudo do movimento humano e a sua relação com a mecânica. A 
partir de agora, tente pensar criticamente toda vez que for necessário corrigir um 
movimento, qual é a melhor forma de correção e quais problemas uma execução errada 
pode causar ao corpo do praticante, sendo uma lesão ou redução do desempenho. 
 A partir da evolução histórica das pesquisas envolvendo biomecânica e 
cinesiologia podemos perceber que o conhecimento foi desenvolvido de forma gradual, 
em que cada pesquisador mais antigo influenciou na pesquisa de pesquisadores mais 
atuais, concordando com os seus achados ou refutando-os. De qualquer maneira, é 
importante compreender que o conhecimento não é produzido por uma única fonte e sim 
discutido e construído por várias fontes de pesquisa. Tenha sempre a base do 
conhecimento a respeito da biomecânica e cinesiologia e a partir dela tente resolver 
problemas de formas criativas, quem sabe você não se torna mais um importante 
profissional a contribuir com o estudo do movimento humano. 
 Apresentamos estudos recentes em diferentes campos de atuação em 
biomecânica e cinesiologia com seus métodos e aplicações, veremos o processo 
metodológico de algumas avaliações com mais detalhes nas próximas unidades. O mais 
importante é que você, aluno(a), visualize a aplicação prática desses procedimentos e a 
sua aplicação na Educação Física. Nesse momento é importante que você faça o 
seguinte exercício mental: 1. Pensar em um movimento humano, seja um movimento 
esportivo ou alguma tarefa do dia a dia; 2. Dividir o movimento em fases e pensar 
processos de correção; 3. Decidir quais avaliações seriam mais adequadas para avaliar 
o movimento escolhido. 
 
 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
O estudo de Fukuchi e Duarte (2008) compara o movimento da corrida durante a 
fase de apoio e diferencia a sua relação entre homens adultos e idosos, leia o resumo 
do artigo dos autores, caso surja mais interesse sobre o assunto no final da leitura 
complementar o estudo estará disponível na íntegra. 
“A prática regular de atividade física ajuda a prevenir ou postergar o aparecimento 
de disfunções importantes que acometem os idosos como a osteoporose, diabetes 
melito, hipertensão arterial e outras doenças cardiovasculares. A corrida de rua é uma 
das atividades que mais despertou adeptos dessa faixa etária. Apesar dos benefícios da 
prática de atividade física em geral, e da corrida em particular, o aumento da prática 
desta última tem levado ao consequente aumento no número de lesões. Anualmente, 
cerca de 50% dos corredores americanos são acometidos por alguma lesão que é 
suficiente para causar alteração do desempenho. Ambos os indivíduos, jovens e mais 
velhos, são frequentemente expostos a lesões, com incidência anual entre 37% e 56%, 
respectivamente. O maior acometimento dos idosos por lesões pode ser devido às 
modificações teciduais resultantes do processo de envelhecimento biológico e por 
eventuais mudanças nos padrões de movimento utilizados na corrida. Os movimentos 
excessivos da região do tornozelo têm sido associados às lesões musculoesqueléticas 
em corredores. Os achados da literatura sugerem que idosos são mais susceptíveis às 
lesões relacionadas à corrida do que adultos. Contudo, ainda é desconhecido se as 
alterações teciduais trazidas pelo envelhecimento realmente contribuem para esses 
resultados. O objetivo do presente estudo foi comparar a cinemática da fase de apoio da 
corrida em adultos e idosos. Foram analisados 17 adultos (31±5 anos) e 17 idosos (69±2 
anos) recrutados voluntariamente. Os sujeitos correram em uma esteira ergométrica a 
11 km/h, enquanto eram filmados por quatro câmeras de vídeo com frequência de 120Hz. 
Os ângulos do retropé e do joelho durante a fase de apoio da corrida foram mensurados. 
Os idosos apresentaram menor excursão de movimentos de flexão do joelho e de 
rotação medial da tíbia. Aparentemente os idosos apresentaram maior assincronia entre 
os movimentos do retropé e do joelho em relação aos adultos. Esses resultados sugerem 
que os idosos adotam padrões de movimentos diferentes dos adultos durante a fase de 
apoio da corrida. A prescrição de exercícios e as estratégias de prevenção de lesões em 
idosos corredores devem considerar essas diferenças.” 
Fonte: Fukuchi e Duarte (2008). 
 
LIVRO 
 
• Título: Biomecânica Básica 
• Autor: Susan J. Hall 
• Editora: Guanabara Koogan 
• Sinopse: “A sétima de Biomecânica Básica apresenta uma abordagem balanceada das 
estruturas anatômicas, da biomecânica e de suas aplicações, fornecendo um ótimo ponto 
de partida para o estudo destes conceitos. Inúmeras aplicações práticas (tanto 
qualitativas como quantitativas) no esporte, no trabalho, na medicina e no dia a dia 
ajudam a demonstrar a relevância dos princípios biomecânicos não apenas para o 
desempenho de atletas de elite, como também para a realização de atividades 
cotidianas. Os aspectos quantitativos são apresentados de uma maneira simples e 
progressiva, e um apêndice sobre matemática ajuda a tornar o material acessível a todos 
os estudantes, seja qual for seu nível de habilidade nessa área. Obra de referência nas 
áreas de educação física, fisioterapia, medicina esportiva e ortopedia, este livro é 
fundamental também para professores e profissionais interessados em aperfeiçoar seus 
conhecimentos.” 
FILME/VÍDEO 
 
• Título: Eu sou Bolt 
• Ano: 2016 
• Sinopse: “Uma das estrelas das Olimpíadas Rio 2016 que já brilhava há muito tempo. 
Este é Usain Bolt, o homem mais veloz do mundo e o único atleta na história do atletismo 
a ser tricampeão em três modalidades de pista em Jogos Olímpicos consecutivamente. 
A lista de vitórias na carreira é extensa, mas a vida de Bolt não se resume a isto. Agora, 
o velocista jamaicano abre as portas para um universo que vai além das pistas de corrida. 
Ele se apresenta como o Bolt amigo, filho, com muitos sonhos e desafios” 
WEB 
 
Explicação científica do porquê Usain Bolt é mais veloz que os outros atletas 
• Link do site: https://www.youtube.com/watch?v=YTj4zl1Vgwc 
REFERÊNCIAS 
 
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Electromyostimulation Training Program on Specific Sport Performance Parameters. J. 
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young soccer players: a comparison between different maturational groups. J. Phys. 
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and diagnosis. Age and Ageing, v. 48, p. 16-31, 2019. 
 
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with lower limb injury. Hum. Mov. Sci., v. 58, p. 21-31,2018. 
 
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Frequencies on Phase Angle and Handgrip Strength in Obese Women: a Randomized 
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a Validated Anterior Cruciate Ligament Injury Rehabilitation Program: A Cross-Sectional 
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https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/08/150830_usain_bolt_segredo_sucesso_rb
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/08/150830_usain_bolt_segredo_sucesso_rb
 
UNIDADE II 
ESTUDO DA BIOMECÂNICA E CINESIOLOGIA 
Professor Mestre Gustavo Henrique de Oliveira 
 
 
Plano de Estudo: 
• Corpo humano, posição anatômica e planos e eixos; 
• Movimento, planos e eixos; 
• Descrição de movimentos e suas terminologias; 
• Princípios básicos da biomecânica. 
 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
• Compreender conceitos sobre corpo humano, posição anatômica; 
• Conceituar os tipos de movimento e princípios básicos da biomecânica; 
• Descrever os diferentes tipos de movimentos e suas terminologias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), nesta unidade vamos conhecer um pouco mais sobre o corpo 
humano através dos conceitos de posição anatômica, planos e eixos. Com esse 
conhecimento será mais fácil descrever um movimento de forma mais técnica, 
compreender de melhor forma a linguagem dos livros e também facilitar o ensino e 
correção de movimentos. Depois deste tópico, para facilitar o processo de ensino e 
aprendizagem sempre será utilizado os termos técnicos de planos e eixos para facilitar 
a descrição dos movimentos, pode parecer um pouco complicado de início, mas será 
natural o uso destes termos com a prática. 
Aprenderemos também os diferentes tipos de movimento, como pensar e analisar 
movimentos realizados de forma linear ou angular. Exemplo, pense em um jogador de 
futebol, ele conduz uma bola em um campo quando se aproxima do gol, o seu padrão 
de movimento muda ele apoia o pé de apoio do lado da bola e estende a outra perna 
para trás, gira o quadril e o tronco e com toda força chuta a bola, aqui podemos analisar 
e corrigir os movimentos do jogador, porém a bola irá sair do pé do jogador e irá se 
deslocar em direção ao gol, a trajetória do seu movimento também deve ser analisada, 
com essas informações você terá um maior acervo de dados para melhorar a eficiência 
de um jogador de futebol. Viu como a biomecânica é totalmente aplicável? 
Continuando nesse mesmo exemplo do jogador de futebol, quais outras variáveis 
físicas podem influenciar no movimento de chute do jogador? Podemos pensar em como 
o movimento foi realizado, qual foi a posição das pernas, pés e troncos durante o 
movimento, em qual plano ou eixo cada fase do movimento ocorreu. Também podemos 
quantificar com quanta força ele realizou o chute, qual foi o torque gerado nas 
articulações, seria possível ter mais potência e velocidade nesse chute? 
Veremos também nesta unidade alguns princípios básicos da física aplicados na 
biomecânica, irei trazer para vocês os conceitos, terminologias, e exemplos de aplicação 
prática. 
 
 
1. CORPO HUMANO, POSIÇÃO ANATÔMICA E PLANOS E EIXOS 
 
 
Imagem do Tópico: SHUTTER: 390360016 
 
Na imagem da capa desta unidade vemos um homem correndo e temos a visão 
lateral desse movimento. Com essa visão lateral podemos descrever alguns movimentos 
que estão acontecendo como a inclinação do tronco para frente que proporciona o 
deslocamento do centro de gravidadepara frente então temos um movimento em alguma 
direção e identificamos também flexão de joelhos e cotovelos. Essas informações só 
podem ser obtidas porque o corredor está em uma perspectiva lateral e nos proporciona 
essa visualização. Entretanto, seria possível realizar essa mesma análise olhando o 
corredor pela frente ou por cima? Já adianto a resposta que não. 
 Se visualizarmos uma pessoa correndo de forma frontal teremos outra perspectiva 
como a visualização da rotação do tronco, mas não movimentos de flexão e extensão de 
cotovelo e joelho, claro que será possível identificar o movimento de ida e volta, porém 
 
não será possível analisar de uma forma mais eficiente e precisa. A partir dessas ideias 
vamos iniciar o estudo dos termos anatômicos essenciais e planos e eixos, esse assunto 
é extremamente necessário e irá compor toda a base de análise de movimento. 
 
Referências anatômicas 
 
 Inicialmente para que seja possível explicar as posições, os movimentos 
articulares e planos e eixos, temos que utilizar uma posição de referência para que todos 
os movimentos partam a princípio dela, chamaremos simplesmente de posição 
anatômica (HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016). Nesta posição o sujeito deverá 
permanecer em pé e ereto, com os pés afastados e com dedos para frente, as palmas 
da mão devem estar voltadas para frente, os braços devem ficar estendidos, mas 
levemente posicionados a frente do tronco, a cabeça deve permanecer estática com o 
olhar para frente (Figura 1.1). 
 A partir da explicação do parágrafo anterior sobre a posição anatômica padrão é 
importante que você leia essa descrição e tente se posicionar da mesma forma que a 
figura 1.1, lembre-se também de descrever mentalmente cada posição e segmento 
corporal para si mesmo. Esse exercício é importante para fixação desse termo, ao longo 
da unidade toda vez que for mencionado um movimento sem nenhuma especificação de 
posição, tenha a figura 1.1 como base. 
Alguns termos são utilizados para facilitar a descrição e localização das posições 
anatômicas, utilizaremos essas nomenclaturas ao longo do nosso curso na descrição 
dos movimentos. Lembre-se de utilizar a posição anatômica padrão (Figura 1.1) para 
compreender a posição dos termos e seus exemplos (Tabela 1.1) e a sua representação 
(Figura 1.2). Utilizaremos a abordagem dos autores Hamill; Knutzen; Derrick (2016). 
 
Figura 1.1. Posição anatômica padrão 
 
Fonte: SHUTTER: 1398691874. 
 
Tabela 1.1. Termos e posições anatômicas 
Termo Posição Exemplo 
Superior Mais próximo da cabeça O pescoço está superior ao esterno 
Inferior Mais afastado da cabeça As pernas estão inferiores ao quadril 
Anterior Está mais à frente O coração está anterior à coluna torácica 
Posterior Está mais atrás A articulação do joelho está posterior à rótula. 
Medial Mais próximo do meio O hálux está medial aos outros dedos do pé 
Lateral Mais afastado do meio O polegar está lateral ao tronco 
Proximal Mais próximo do tronco O joelho está proximal ao tornozelo 
Distal Mais afastado do tronco A palma da mão está distal ao cotovelo 
Fonte: Adaptado de Hamill; Knutzen; Derrick (2016). 
 
Figura 1.2. Termos anatômicos para descrição de posições 
 
Fonte: HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016. 
 
Planos e Eixos 
 
Para compreender o movimento humano utilizamos três planos de referência, 
estes planos imaginários dividem o corpo de três formas separando-o em partes 
proporcionais, os planos serão descritos de acordo com as nomenclaturas adotadas por 
Hall (2016) (Figura 1.3). O plano sagital ou plano anteroposterior divide o corpo de forma 
vertical em duas partes, direita e esquerda. O plano frontal ou coronal divide o corpo 
verticalmente em parte anterior (frente) ou posterior (atrás). O plano transverso separa o 
corpo de forma horizontal em partes superior (em cima) ou inferior (embaixo). 
 Os movimentos que acontecem no plano sagital são caracterizados por ações de 
deslocamento para frente e para trás, como por exemplo a corrida, descrita no início 
dessa unidade e o andar de bicicleta. O plano coronal é utilizado em movimentos que 
geram deslocamentos laterais como o polichinelo e saltos laterais, para visualizar de 
forma mais clara os movimentos possíveis nesse plano, imagine uma parede atrás de 
uma pessoa, ela deverá ficar encostada nessa parede, a única opção de deslocamento 
que ela terá será para os lados se ela continuar encostada totalmente na parede. No 
 
plano transverso está contido os movimentos que envolvem giros como uma cambalhota 
de um ginástica olímpico ou um giro da patinação no gelo. 
 
Figura 1.3. Diferentes tipos de planos de corte do corpo humano 
 
 
 
Fonte: SHUTTER: 1645354666. 
 
 Apesar do movimento humano ocorrer em três dimensões simultaneamente 
utilizamos as três referências de planos: sagital, coronal e transversal para facilitar a 
descrição dos movimentos e dos processos mecânicos que estão relacionados ao 
movimento humano. Os planos são utilizados para visualização do movimento, porém o 
que permite a execução de uma ação e o que indicará em qual direção a articulação 
poderá trabalhar são os eixos, cada eixo está inserido de forma perpendicular ao seu 
respectivo plano (Figura 1.4). 
 No plano sagital temos o eixo mediolateral, para compreender de forma didática 
a ação deste eixo vamos utilizar a analogia da parede, tente fazer em sua casa também, 
de forma lateral e em pé, apoie o seu ombro e cotovelo direito na parede de maneira que 
você fique totalmente de lado, qual será a única opção de movimento que você irá 
conseguir fazer? Flexão e extensão de cotovelo ou de joelho, se você permanecer o 
 
máximo possível encostado na parede desta forma essa será a única opção de ação de 
movimento das articulações que será permitido. 
 No plano frontal ou coronal temos o eixo anteroposterior que irá permitir a 
realização de movimentos laterais como o polichinelo e passadas laterais, para 
compreender melhor, apoie totalmente as costas, cotovelo e a parte de trás das mãos 
na parede, faça o movimento do polichinelo apenas com as mãos do quadril até em cima 
da cabeça fazendo um “círculo”. Observe também que esse será o único movimento que 
você irá conseguir realizar, fazemos nesse eixo os movimentos de adução e abdução. 
No plano transversal temos o eixo longitudinal para visualizar este eixo, imagine 
um peão ele tem uma parte maior em cima de madeira e uma parte fina de metal que 
toca o chão, imagine que tem uma linha vertical no meio deste pião e o coloque para 
girar, ele irá girar em torno do próprio eixo, no corpo humano imagine essa mesma linha 
imaginária perpendicular da cabeça aos pés de uma pessoa e peça para ela fazer um 
giro, ela também irá girar em torno de si, ou seja, irá girar em torno do seu próprio eixo, 
então os movimentos que são possíveis nesse planos são rotações internas e externas. 
 
Figura 1.4. Planos e eixos do corpo humano 
 
Fonte: HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016. 
 
Centro de Gravidade 
 
 O ponto de intersecção entre os planos sagital, coronal e transversal é 
denominado de centro de gravidade (figura 1.5), nesse ponto está concentrado todo o 
peso corporal e está relacionado ao centro de equilíbrio de uma pessoa (PORTELA, 
2016). Para que uma pessoa possa realizar um deslocamento para alguma direção como 
uma caminhada, é necessário deslocar primeiro o centro de gravidade para frente 
proporcionando uma situação de desequilíbrio, como resposta do corpo para voltar ao 
equilíbrio temos um primeiro passo à frente e assim por diante em um sistema de 
desequilíbrio e equilíbrio temos o movimento da marcha. A localização do centro de 
gravidade é diferente entre os sexos, em homens o centro de gravidade é geralmente 
um pouco mais alto que os das mulheres, para localizar o centro de gravidade temos um 
 
método simples, porém não totalmente preciso, em algumas situações ele é encontradoem torno de quatro centímetros na frente da primeira vértebra sacral (PORTELA, 2016). 
 O centro de gravidade é responsável pelo equilíbrio do corpo humano, vocês 
viram que para acontecer o movimento da marcha é necessário que ocorra o 
deslocamento do centro de gravidade. Em outros esportes o centro de gravidade também 
é fundamental, como no judô que tem como objetivo desequilibrar o adversário através 
de técnicas e projetá-lo em direção ao solo. Outra importante observação é que objetos 
também apresentam os seus respectivos centros de gravidade, como em uma bola de 
sinuca, de golfe ou tênis de mesa, elas são diretamente influenciáveis pela posição que 
a força é aplicada nelas. 
 
Figura 1.5. Centro de gravidade 
 
Fonte: SHUTTER: 50342761. 
 
Tabela 1.2. Termos e definições do tópico 1 
Termos Definição 
Posição anatômica padrão Posição de referência para descrição de movimentos 
Plano sagital Visão lateral do movimento 
Plano coronal Visão frontal do movimento 
Plano transversal Visão superior / inferior do movimento 
Eixo mediolateral Movimentos no plano sagital 
Eixo anteroposterior Movimentos no plano coronal 
Eixo longitudinal Movimentos no plano transversal 
 
Centro de gravidade Ponto de equilíbrio 
Fonte: Adaptado de Hall (2016). 
 
 
2. MOVIMENTO, PLANOS E EIXOS 
 
 
Fonte: SHUTTER: 594340445. 
 
Tipos de movimentos 
 
 O movimento é caracterizado como a mudança de um corpo no espaço, 
deslocando algum segmento corporal em um ponto do espaço para outro (HAMILL; 
KNUTZEN; DERRICK, 2016). A maioria dos movimentos humanos são obtidos a partir 
de uma combinação de movimentos lineares e angulares, entretanto nem todo 
movimento pode ser simplesmente dividido em apenas linear e angular, tudo depende 
da complexidade do movimento analisado (HALL, 2016). 
 
 
 
 
 
Movimento Linear 
 
O movimento linear também é chamado de translação e é caracterizado pelo 
deslocamento uniforme do corpo ou de um objeto no espaço, ou seja, quando o corpo 
está nesse estado de movimento linear não é apenas um segmento corporal que se 
move e sim todo o corpo (HALL, 2016). Esse tipo de movimento pode ser dividido em 
outros dois, retilíneo e curvilíneo. O movimento é retilíneo quando ele acontece ao longo 
de uma reta, podemos utilizar o exemplo de um corredor que corre em uma direção fixa 
se deslocando para frente ou uma pessoa realizando uma barra fixa (Figura 2.1) 
ocasionando um movimento para cima. Um movimento curvilíneo acontece quando uma 
curva é realizada, imagine o mesmo corredor, contudo surge um obstáculo em sua frente, 
quando o corredor saltar (Figura 2.2) para transpor esse objeto ele sairá da trajetória 
linear e entrará em uma trajetória de curva. 
 
Figura 2.1. Movimento linear retilíneo: barra fixa 
 
. 
Fonte: SHUTTER: 1642300411. 
 
Figura 2.2. Movimento linear curvilíneo: salto frontal 
 
 
Fonte: SHUTTER: 1138734545. 
 
Movimento Angular 
 
 Para que você possa compreender o movimento angular vamos voltar a descrição 
do plano transverso, em seu exemplo nesse plano ocorre movimentos de rotações que 
são guiados por uma linha imaginária e o movimento ocorre através dessa linha, iremos 
chamar esse movimento de eixo de rotação (HALL, 2016). Os movimentos angulares ou 
de rotação são os principais movimentos que acontecem no corpo humano com foco nas 
articulações. Uma articulação se move sempre através de uma rotação que irá tracionar 
pelo menos dois segmentos paralelos como resultado temos um movimento. Como 
exemplos de movimentos angulares de rotação temos o giro da patinação artística, onde 
o corpo gira em torno do seu próprio eixo, uma tacada do golf (figura 2.3) ou parte de 
uma das fases de movimento de um chute no futebol com o giro do quadril que auxiliará 
no aumento da força. 
 Um ponto importante que merece destaque é que as articulações geram 
movimentos rotacionais como já explicado e essas rotações acontecem de forma 
perpendicular no plano em que o movimento está inserido (HALL, 2016). Movimentos 
não são exclusivos de um plano, porém para estudarmos e termos parâmetros de 
classificação denominamos certos movimentos em um plano específico. 
 
Figura 2.3. Movimento angular: tacada do golf 
 
 
Fonte: HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016. 
 
 É importante que você tenha ciência que descrever um movimento como linear ou 
angular é apenas o início de uma análise de movimento, a partir desta colocação temos 
que observar a relação com a posição anatômica padrão, os termos anatômicos e iniciar 
a descrição de cada movimento, essa parte você irá estudar no tópico a seguir. 
 
Tabela 2.1. Termos e definições do tópico 2 
Termos Definição 
Movimento em geral Combinação de movimentos lineares e angulares 
Movimento Linear Pode ser realizado em linha reta ou em curva 
Retilíneo Movimento em linha reta 
Curvilíneo Movimento em curva 
Movimento angular Movimentos que envolvem rotações em volta do 
eixo do próprio segmento 
Eixo de rotação Linha imaginária e perpendicular para rotação no 
próprio eixo 
Fonte: Adaptado de Hall (2016). 
 
 
 
 
 
3. DESCRIÇÃO DE MOVIMENTOS E SUAS TERMINOLOGIAS 
 
SHUTTER: 1445167352 
 
Movimentos realizados no Plano Sagital 
 
 Os principais movimentos que acontecem nesse plano são chamados de flexão, 
extensão e hiperextensão. A flexão é o movimento acontece quando ocorre a diminuição 
de um ângulo articular, como envolve articulações também é um movimento que implica 
uma rotação no plano sagital (PORTELA, 2016; HALL, 2016). A extensão é aumento do 
ângulo articular que irá retornar um segmento anatômico flexionado para a sua posição 
anatômica padrão e em alguns casos pode ocorrer o movimento de hiperextensão que 
é a ampliação do movimento de extensão (PORTELA, 2016; HALL, 2016). 
 Utilizamos os termos flexão e extensão quando envolvemos principalmente as 
articulações do joelho e cotovelo para flexionarmos pernas e braços (Figura 3.1). Para a 
articulação do tornozelo nomeamos os movimentos de flexão plantar e dorsiflexão dos 
pés (Figura 3.2). E no movimento da articulação do punho utilizamos os termos flexão 
dorsal e flexão palmar (Figura 3.4). 
 
Figura 3.1. Flexão e extensão 
 
 
Fonte: SHUTTER: 673813480. 
 
Figura 3.2. Flexão plantar e dorsiflexão dos pés 
 
Fonte: SHUTTER: 1149562340. 
 
Figura 3.4. Flexão dorsal e flexão palmar da mão 
 
Fonte: SHUTTER: 673813480. 
 
 
Movimentos realizados no Plano Coronal 
 
 No plano coronal temos como principais movimentos a abdução e a adução. A 
abdução também é um movimento que aumenta o ângulo articular e está fortemente 
presente nos braços (Figura 3.5) e nas pernas (Figura 3.6), a abdução ocorre 
lateralmente distanciando o segmento da linha média do corpo, ou seja, braços e pernas 
para longe do corpo de forma lateral (PORTELA, 2016; HALL, 2016). A adução é o 
movimento contrário a abdução, ela aproxima o segmento da linha média e reduz 
ângulos articulares. 
 Outros movimentos nesse plano também são destacados, porém com menor uso. 
No tronco temos o movimento de flexão lateral (Figura 3.7), tanto para a direita quanto 
para a esquerda. Os movimentos laterais que a articulação do punho realiza nesse plano 
é o desvio ulnar e desvio radial (Figura 3.8). Já o tornozelo realiza os movimentos laterais 
de inversão e eversão (Figura 3.9), torções são comuns nessa articulação principalmente 
nesses dois movimentos, inversão é quando o pé se aproxima da linha medial e o 
tornozelo gira para fora, e eversão é quando o tornozelo gira para dentro e o pé se afasta 
da linha medial. 
 
Figura 3.5. Abdução e adução de braços 
 
 
Fonte: SHUTTER: 673813480. 
 
Figura 3.6. Abdução de pernas 
 
Fonte: SHUTTER: 1149562340. 
 
Figura 3.7. Flexão lateral de tronco 
 
Fonte: SHUTTER: 1717714696. 
 
Figura 3.8. Desvio ulnar e desvio radial 
 
Fonte: SHUTTER: 673813480. 
 
Figura 3.9. Inversão e eversão 
 
Fonte:SHUTTER: 228843235. 
 
 Movimentos em geral são ações complexas, a cada passo que uma pessoa 
realiza durante uma caminhada vários processos ocorrem no corpo humano, quando o 
pé toca ao solo ele pode se comportar de três formas: pronado, supinado ou neutro 
(Figura 3.10). A pronação é a combinação dos movimentos de eversão, abdução e 
dorsiflexão, já a supinação é composta pela inversão, adução e flexão plantar (HALL, 
2016). 
 
Figura 3.10. Pronação, posição neutra e supinação 
 
Fonte: SHUTTER: 1603298884. 
 
Movimentos realizados no Plano Transverso 
 
 Os movimentos realizados no plano transversal em sua maioria acontecem por 
rotações realizadas ao redor do seu próprio eixo, podendo ser rotações internas 
(mediais) ou externas (laterais) (HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016). Naturalmente a 
cabeça (Figura 3.11) e o tronco (Figura 3.12) realizam movimentos de rotação para 
direita ou para a esquerda. Outro movimento rotacional frequente é a supinação e 
pronação realizadas pelo antebraço (Figura 3.13), na posição de supinação a palma na 
mão fica em voltada em direção anterior e na pronação a palma da mão se localiza em 
uma posição posterior. Nas articulações do ombro, quadril, vértebras e joelhos também 
está presente os movimentos de rotação. 
Movimentos rotacionais são realizados pelas articulações devido a contração dos 
músculos adjacentes aos ossos das articulações. Como resultado dessa contração 
teremos a geração de torque articular (conceito que será discutido mais à frente nesta 
 
unidade) que irá gerar a força necessária para execução de algum movimento. Quando 
um jogador se prepara para chutar uma bola, ele posiciona o pé de apoio contrário a 
perna de chute próximo a bola e então é realizada uma rotação do quadril e tronco para 
aumentar a força do chute. Para arremessar uma bola de beisebol é necessário realizar 
uma rotação de tronco para melhorar a qualidade e força do movimento. 
 
Figura 3.11. Rotação da cabeça para direita e esquerda 
 
 
Fonte: SHUTTER: 11495623400. 
 
Figura 3.12. Rotação do tronco para direita e esquerda 
 
Fonte: SHUTTER: 1790962307. 
 
Figura 3.13. Supinação e pronação 
 
Fonte: SHUTTER: 147943883. 
 
 
Tabela 3.1 Termos e definições do tópico 3 
Termos Principais movimentos 
Movimentos no plano sagital Flexão e extensão 
Movimentos no plano coronal Abdução e adução 
Movimentos no plano transversal Rotações 
Fonte: Adaptado de Hamill; Knutzen; Derrick (2016). 
 
4. PRINCÍPIOS BÁSICOS DA BIOMECÂNICA 
 
SHUTTER: 731486308 
 
Sistemas de Referência 
 
Adotamos o plano de cartesiano como medidas de referência do movimento, nele 
podemos analisar de forma quantitativa as ações realizadas nos planos sagital, coronal 
e transversal, porém ficamos limitados a análises bidimensionais do movimento em uma 
direção única como demonstrado na figura 4.1, onde está representado as coordenadas 
do quadril durante o movimento (HALL, 2016). Para identificarmos as posições dos 
segmentos em um plano cartesiano no sistema bidimensional utilizamos pontos que 
podem estar localizados de forma horizontal no eixo x ou verticalmente no eixo y, além 
disso cada coordenada em um plano cartesiano pode ser medida de forma positiva ou 
negativa (Figura 4.2) (HALL, 2016). 
 
Figura 4.1. Sistema de coordenadas cartesianas para os eixos x e y do quadril 
 
 
 
Fonte: HALL, 2016. 
 
Figura 4.2. Cada ponto em um sistema de coordenadas pode ser positivo e/ou negativo 
 
Fonte: SHUTTER: 1059316625. 
 
 
Ângulo Absoluto: 
 
 É o ângulo aplicado a algum segmento corporal com base a uma referência fixa 
no espaço, em geral a referência parte de uma linha na horizontal e à direita do segmento 
corporal analisado (Figura 4.3) 
 
Figura 4.3. Ângulos absolutos durante a corrida 
 
Fonte: WILL AMARO apud ALBUQUERQUE, 2020. 
 
Ângulo Relativo 
 
 Compreende aos ângulos articulares, onde o ângulo é sempre relativo a uma 
articulação e a dois segmentos adjacentes, esse ângulo não descreve a posição do 
segmento no espaço e sim por exemplo os movimentos de flexão e extensão das pernas 
durante a execução de um movimento de agachamento (Figura 4.4) 
 
Figura 4.4. Ângulos relativos da perna durante o movimento do agachamento 
 
Fonte: WILL AMARO apud ALBUQUERQUE, 2020. 
 
 
Inércia (1º Lei de Newton) 
 A inércia traz a resistência de um corpo ou objeto a resistir contra uma mudança 
de estado, ou seja, um corpo ou um objeto parado tende a permanecer parado ou se 
estiver em movimento tende a continuar em movimento, esses fatores também estão 
relacionados com a massa de um objeto quanto maior ele for maior será a tendência de 
permanecer estático (HALL, 2016). Uma anilha de 10kg se estiver no chão, ficará lá até 
alguém a remover ou um objeto em um sistema em movimento tende a continuar em 
movimento mesmo se o sistema parar (Figura 4.5). 
 
Figura 4.5. Exemplificação do conceito de inércia 
 
Fonte: SHUTTER: 1091469026. 
 
Massa 
 
 A massa é a quantidade total de matéria contida em um corpo, por exemplo, será 
somado a quantidade de massa muscular, gordura, massa óssea e água para poder ser 
quantificado em quilogramas (kg) a massa de uma pessoa (HALL, 2016) 
 
Força (2º Lei de Newton) 
 
 
 A força (F) pode ser uma ação de puxar ou empurrar um corpo ou objeto no 
espaço, existem dois tipos de forças: interna e externa (HALL, 2016). A força interna é 
gerada pela contração dos músculos que irá possibilitar pegar um peso do chão. Força 
externa são as forças que têm apresentam alguma relação com o corpo ou objeto, temos 
como exemplo a gravidade, resistência do ar ou influência de um outro corpo ou objeto 
sobre outro (ALBUQUERQUE, 2020). A unidade de medida clássica para indicar força é 
em Newton (N) e para calcular a força devemos multiplicar a massa (m) de um corpo ou 
objeto pela sua aceleração (a): F = M x A (HALL, 2016). 
 
Peso 
 
 Peso é a multiplicação da massa pela gravidade, ou seja, apresenta os efeitos da 
força gravitacional sobre um corpo, utilizamos o termo força peso (HALL. 2016). Não 
confunda massa com peso! Massa é a quantidade de matéria em um corpo, para termos 
o peso é necessário multiplicar a massa em kg de uma pessoa ou objeto e multiplicar 
pela força da gravidade que arredondada é em torno de 9,8 m/s (HAMILL; KNUTZEN; 
DERRICK, 2016). 
 
Volume 
 
 O volume indica a qualidade de espaço que um corpo ou objeto ocupa em um 
ambiente, sendo calculado em comprimento, largura e altura (HALL, 2016), utilizamos 
como unidades métricas valores elevados ao cubo por indicar às três dimensões, como 
metros cúbicos (m³) ou litros cúbicos (l³). 
 
Torque 
 
 Torque é um dos conceitos mais importantes em biomecânica, basicamente para 
que qualquer movimento ocorra é necessário que seja realizado torque nas articulações. 
Torque se resume em produzir força por meio de movimentos rotacionais em uma 
 
articulação, para que uma quantidade determinada de torque seja gerada em uma 
articulação é necessário a contração dos músculos adjacentes da articulação, sendo pela 
equação T = F x r, onde T é o torque, F é a força gerada pelos músculos e r é chamado 
de braço de momento, indicado pela distância entre o ponto de resistência onde uma 
força é aplicado até a articulação (HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016). No movimento 
da rosca direta o bíceps tem que se contrair e gerar uma força que será direcionada para 
a articulação do cotovelo, a partir da distância do ponto de apoio dos pesos que no caso 
é a mão até a articulação do cotovelo, poderemos calcular os valores de torque. 
 
Sistema de alavancas 
 
 Para que seja possível compreender a força gerada pelo torque, temos que 
compreender o sistema de alavancas, onde a força aplicada em uma determinada porção 
de um objeto e com o auxílio de um eixo ou fulcro é possível levantar altas cargas (Figura 
4.6), no corpo humano os ossos funcionam comoestrutura rígida que a partir de uma 
força aplicada sobre eles pelos músculos irão ativar um eixo ou fulcro que no caso são 
as articulações e o que irá determinar a força necessária a ser aplicada será a massa do 
objeto e a distância entre ele e a articulação ativada (HALL, 2016). 
 
Figura 4.6. Diferentes aplicações do sistema de alavancas. 
 
 
Fonte: SHUTTER: 1689123712. 
 
 
Vetores (3º Lei de Newton 
 
 Os vetores são representados por setas e indicam o efeito de forças e o 
deslocamento de um determinado objeto ou segmento corporal, a magnitude desse 
efeito pode ser representada pelo comprimento da seta, enquanto a ponta da seta irá 
indicar a direção, podemos aumentar ou reduzir a largura da seta para indicar 
intensidade da força aplicada e vetores também podem ser somados, caso ambos 
apontarem para mesma direção a seta ficará maior (HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016; 
HALL, 2016). (Figura 4.3). 
Em caso de somas de vetores em direções opostas, podemos deduzir que temos 
uma força sendo aplicada em uma direção e outra força em uma direção oposta, aqui 
temos a 3º Lei de Newton, ação e reação, se as forças forem de igual magnitude ou de 
igual intensidade as duas forças se anulam e os objetos permaneceram parados, porém 
se uma dessas forças for superior em magnitude ou intensidade, esse vetor mais forte 
prevalecerá, porém perderá intensidade, sendo subtraído o vetor oposto em 
comprimento e intensidade (HALL, 2016). 
 
 
Figura 4.3. Diferentes vetores e operações vetoriais 
 
 
Fonte: HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016. 
 
Resumo dos termos da unidade 
 
Tabela 4.1. Termos e definições do tópico 4. 
Termos Definição 
Sistema de referência Posições de coordenadas em um plano cartesiano 
Ângulo absoluto Ângulo com base em um sistema de referência fixo 
Ângulo relativo Ângulos articulares relativos aos segmentos 
adjacentes 
Inércia Um corpo tende a manter o seu estado 
Massa Matéria contida em um corpo 
Força Massa x Aceleração F = m x a 
Peso Massa x força da gravidade 
Volume Quantidade de massa em um espaço 
Torque Força angular produzida pelas articulações 
Sistema de Alavancas Força aplicada através de um eixo para elevar 
cargas mais pesadas 
Vetor Seta que indica comprimento e intensidade de uma 
força 
 
Fonte: Adaptado de Hall (2016). 
 
 
SAIBA MAIS 
 
A aplicação das forças é a base para criar estímulos no corpo humano, para isso 
é fundamental compreender quais são as forças que atuam sobre o corpo humano e 
como as forças externas e internas interferem nos movimentos. Apesar de não ser 
possível observar todas essas forças durante o exercício, elas sempre estarão atuantes 
e responsáveis pelas adaptações em nosso corpo. Um profissional da saúde tem que 
conhecer e saber aplicar de maneira estratégica essas forças, bem como conhecer o 
corpo humano e as respostas neuromusculares e articulares que cada estímulo emite, 
quando conseguir fazer isso irá aplicar a biomecânica no exercício. 
 
Fonte: Albuquerque (2020). 
 
#SAIBA MAIS# 
 
REFLITA 
 
“Inteligência é a capacidade de se adaptar à mudança”. 
 
Fonte: Stephen Hawking. 
 
#REFLITA# 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Chegamos ao fim de mais uma unidade e com ela seus conhecimentos em 
biomecânica estão sendo ampliados, lembre-se sempre de fazer relações com cada 
novo conceito aprendido com o que já sabia. Como verificamos no início da nossa 
unidade, você aprendeu as nomenclaturas e termos básicos em anatomia humana para 
poder descrever os movimentos desde os mais simples até compreender que alguns 
movimentos são tão complexos que envolvem diversos planos e eixos. 
Em cada plano podemos realizar movimentos específicos e estes movimentos em 
cada plano será permitido pelo seu eixo relacionado, aprendemos que os movimentos 
podem acontecer de forma linear através de movimentos de reta e curvas e movimentos 
angulares também são exigidos em movimentos mais complexos como arremessar uma 
bola de beisebol ou chutar uma bola de futebol em direção ao gol. 
Com os conceitos básicos em anatomia e utilizando a posição anatômica padrão 
foi possível descrever os principais movimentos que acontecem em cada plano como 
flexão e extensão para o plano sagital, abdução e adução para o plano coronal ou frontal 
e rotações para o plano transversal. Além disso, temos algumas peculiaridades com 
nomes diferentes para a execução de certos movimentos na mão e no tornozelo, foque 
nesse assunto, caso não saiba nomear de forma adequada os movimentos terá 
dificuldade quando analisar uma ação como um todo. 
A biomecânica está diretamente relacionada aos conceitos da mecânica e da 
física. Você aprendeu o básico sobre os sistemas de referência através dos planos 
cartesianos, na unidade III e IV estes tópicos serão abordados com mais detalhes para 
que você possa realizar análises através dos métodos da cinemática (por vídeo ou 
imagem). Aprendemos o conceito de massa e a sua diferença em relação ao peso e às 
influências do torque e do sistema de alavancas no corpo humano. 
 
 
 
 
 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
A ação da biomecânica 
 
 O movimento angular é o que acontece, por exemplo, quando atletas da ginástica 
giram o corpo em uma barra. Contudo, o tipo de movimento angular mais estudado pela 
biomecânica é o que possibilita um deslocamento linear. Toda ação linear dos seres 
humanos ocorre como consequência de contribuições angulares. 
 A concepção básica de movimento linear é o que acontece ao longo de uma via, 
seja ela curva ou reta. Exemplos claros de ação exclusiva do movimento linear no esporte 
são a trajetória de uma bola de beisebol ou o movimento da barra de um supino. Durante 
um movimento linear – o deslocamento de um velocista, por exemplo -, o centro da 
massa do corpo é um dos pontos fundamentais para a análise biomecânica. O centro da 
massa (ou centro de gravidade) é o ponto sobre o qual toda a massa do objeto fica 
equilibrada e representa o local em que a gravidade age sobre o corpo de forma 
completa. 
 A gravidade puxa para baixo todo ponto de massa que constitui esse corpo. É 
uma força externa que age sobre a Terra, e o equilíbrio diante dessa força só acontece 
com a indução de uma segunda força. 
 
Considerações musculares sobre o movimento 
 
 Os principais produtores do movimento humano são os músculos e a força da 
gravidade. A gravidade, como já foi descrito, é uma força que puxa para baixa todo ponto 
de massa do corpo. Os músculos são fundamentais para a manutenção de um estado, 
para a desacelerar um movimento ou para desempenhar qualquer ação no corpo 
humano. Para a estática, a tensão dos músculos contribui aplicando compressão nas 
articulações e aumentando a estabilidade. Em algumas articulações, essa tensão pode 
agir tracionando os segmentos de forma a separá-los e o efeito é contrário. 
 
Forças que atuam nos movimentos 
 
 A partir dos conceitos da mecânica, pode-se definir a força como qualquer tração 
ou empurrão sobre um corpo. Trata-se de uma entidade que tende a produzir movimento, 
definida a partir de quatro características: direção, sentido, quantidade de tração e valor 
absoluto. As forças mais comuns envolvidas com a biomecânica são a força muscular, a 
gravidade, a inércia, a força de flutuação e a força de contato. Cada uma delas tem uma 
característica diferente e age de maneira distinta para que o corpo humano possa 
desempenhar um movimento ou se manter estático. 
 Nos músculos, a força produzida depende da velocidade de contração do músculo 
e de seu comprimento. A força gravitacional é gerada pela massa de um objeto, o 
conceito de inércia é o que impede alterações no corpo durante o repouso ou em um 
deslocamento uniforme e a força de flutuação é a que resiste à gravidade, aparecendo 
de forma mais contundente em esportes aquáticos. 
 
 Fonte: Noções básicas sobre a atuação da biomecânica. Disponível em: 
https://universidadedofutebol.com.br/2007/07/26/nocoes-basicas-sobre-a-atuacao-da-biomecanica/#:~:text=A%20biomec%C3%A2nica%20%C3%A9%20a%20disciplina,e%20efeitos%20nos%20organis
mos%20vivos.. Acesso em: 19 de junho de 2021. 
 
 
 
 
 
 
LIVRO 
 
• Título: Bases biomecânicas do movimento humano 
• Autor: Joseph Hammil; Kathleen M. Knutzen; Timothy R. Derrick 
• Editora: Manole 
• Sinopse: Com um enfoque quantitativo da biomecânica, esta obra apresenta exemplos 
numéricos pontuais e significativos que desfazem concepções equivocadas relacionadas 
à mecânica do movimento humano. Abrangente e acessível mesmo àqueles que 
possuem conhecimentos básicos de matemática, o livro integra anatomia funcional, 
física, cálculo e fisiologia, proporcionando ao leitor a compreensão do continuum 
completo do potencial do movimento. 
 
 
FILME/VÍDEO 
 
• Título: A teoria de tudo 
• Ano:2014 
• Sinopse: Baseado na história de Stephen Hawking, o filme expõe como o astrofísico 
fez descobertas relevantes para o mundo da ciência, inclusive relacionadas ao tempo. 
Também retrata seu romance com Jane Wilde, uma estudante de Cambridge que viria 
a se tornar sua esposa. Aos 21 anos de idade, Hawking descobriu que sofria de uma 
doença motora degenerativa, mas isso não o impediu de se tornar um dos maiores 
cientistas da atualidade. 
 
 
WEB 
 
Esse vídeo ilustra de forma visual os planos, eixos e quais movimentos são realizados 
pelas articulações. 
 
• Link do site. https://www.youtube.com/watch?v=T2lYA216IEo 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
ALBUQUERQUE, A.M. Biomecânica Prática No Exercício Físico. Editora 
Intersaberes. 2020. 
HALL, S. J. Biomecânica básica 7º ed. Guanabara Koogan, 2016. 
HAMILL, J., KNUTZEN, K.M, DERRICK, T.R. Bases biomecânicas do movimento 
humano 4º ed. Manole, 2016. 
PORTELA, J. P. Cinesiologia. Sobral: INTA, 2016. 
 
 
UNIDADE III 
ESTUDO CINESIOLÓGICO E BIOMECÂNICO CORPORAIS 
Professor Mestre Gustavo Henrique de Oliveira 
 
 
Plano de Estudo: 
• Conceitos e definições da biomecânica do sistema locomotor; 
• Biomecânica óssea, articular e muscular; 
• Análise quantitativa e qualitativa do movimento; 
• Metodologia para análise biomecânica. 
 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
• Conceituar e contextualizar a biomecânica do sistema locomotor; 
• Compreender a aplicação da biomecânica nos ossos, articulações e músculos; 
• Analisar as diferentes formas de análise do movimento tanto qualitativos como 
quantitativos; 
• Conhecer a metodologia para análise em biomecânica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Prezado(a) aluno(a), nesta unidade vamos aprender com mais ênfase os efeitos 
da biomecânica no corpo humano. Iniciaremos pela biomecânica do sistema locomotor, 
como o corpo é construído? O que acontece com o corpo humano durante uma 
caminhada e corrida? O que acontece no pé quando ele toca o solo? Quais são os 
impactos nas articulações a cada passada? 
A partir de agora iremos analisar os movimentos na prática e vamos aplicar os 
conceitos que você aprendeu nas unidades anteriores, lembre-se quando ficar com 
alguma dúvida retome as unidades anteriores. A partir da posição anatômica padrão e 
sobre os movimentos nos planos e eixos vamos analisar o comportamento das forças 
físicas nos ossos, articulações e músculos e como esse sistema musculoesquelético 
trabalha em conjunto para possibilitar a realização do movimento humano. 
Trabalharemos também com mais detalhes como é realizado uma análise 
qualitativa e quantitativa do movimento humano. Já adianto que a análise qualitativa 
busca analisar a qualidade de um movimento, por isso é mais observacional. Já na 
análise quantitativa podemos mensurar ou calcular alguma variável como a força 
aplicada em uma determinada situação. Todavia é necessário compreender em qual fase 
do movimento cada tipo de análise é mais eficiente ou qual é a mais adequada para 
resolver um problema em questão. 
Para dar suporte a essas análises você também aprenderá as diferentes 
metodologias para análises em biomecânica. Do ponto de vista cinemático você 
aprenderá algumas técnicas e equipamentos de análise de vídeo, partiremos dos 
equipamentos utilizados em laboratórios de pesquisa, mas também será apresentado 
uma forma mais econômica para aplicar essas análises como a utilização do seu 
smartphone. Na parte da cinética você irá aprender os equipamentos que podem medir 
diferentes formas de produção de força e análise de sinais eletromiográficos. 
 
 
 
 
 
1. CONCEITOS E DEFINIÇÕES DA BIOMECÂNICA DO SISTEMA LOCOMOTOR 
 
 
Imagem do Tópico: SHUTTER: 1219858987 
 
Sistema Locomotor 
 
O sistema locomotor é composto basicamente por outros dois sistemas: o sistema 
muscular e o esquelético. O sistema muscular é constituído pelos músculos que 
possuem a capacidade de realizar contração muscular e a partir disso gerar algum tipo 
de força. Os sistemas musculares podem ser divididos em dois tipos de tecidos: o 
músculo estriado esquelético e o músculo liso (HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016). 
 O sistema esquelético é composto por ossos, ligamentos, cartilagem e 
articulações, os ossos são responsáveis pela estrutura do corpo humano e também tem 
o objetivo de atuar como um fator de proteção para órgãos vitais através principalmente 
dos ossos que compõem a costela e medula óssea presente em ossos longos (HAMILL; 
KNUTZEN; DERRICK, 2016). 
 
Antes de prosseguirmos com o estudo dos sistemas muscular e esquelético, você 
irá aprender outros conceitos físicos da mecânica que se aplicam ao sistema locomotor. 
 
Aplicações de diferentes tipos de força no sistema locomotor 
 
Você já parou para pensar como uma pessoa consegue realizar um movimento 
ou simplesmente realizar uma ação de caminhada? O básico provavelmente você já 
conhece, o que permite a execução de qualquer movimento são os ossos, articulações 
e músculos. Porém, como isso acontece em detalhes? Como as forças internas e 
externas podem influenciar no sistema músculo esquelético? 
 As forças externas você já aprendeu que pode ser a influência da gravidade sobre 
uma pessoa ou objeto ou outra força externa influenciando uma ação e as forças internas 
são produzidas pelo próprio sistema musculoesquelético através dos componentes 
biológicos do corpo humano como a força produzida nos músculos, tendões, articulações 
e ossos. 
Medir as propriedades físicas através de métodos biomecânicos como cinemática, 
cinética e dinamometria nos possibilita compreender melhor as forças internas que são 
geradas nessas estruturas, assim, poderemos diferenciar as forças externas que são 
impostas a essas estruturas biológicas e como resultado poderemos quantificar a 
deformação dessas estruturas, com essas informações podemos conhecer melhor as 
propriedades e funções de uma estrutura (HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016). As 
principais forças relacionadas à deformação de uma estrutura são a compressão, tensão 
e o cisalhamento (Figura 1.1.). 
 A força de compressão é caracterizada com uma força capaz de esmagar algo 
(HALL, 2016), imagine dois vetores, um apontando para baixo e outro apontando para 
cima e no meio alguma estrutura, pode ser uma caixa ou uma vértebra, agora por meio 
da força de compressão esses vetores apertaram o objeto até conseguirem se encontrar, 
o que vai determinar se isso irá acontecer será a resistência a deformação do objeto. 
Continuando no exemplo de uma vértebra, cada vértebra da coluna está sendo 
pressionada por outra vértebra acima, pela massa corporal e pela gravidade, cada 
vértebra está sendo achatada ou esmagada por efeito destas forças. Outro importante 
 
exemplo é são as forças recebidas pela articulação do tornozelo e joelho, em geral, 
indivíduos obesos possuem dores ou alguns impedimentos nessas articulações devido 
ao excesso de massa corporal sobre elas. 
 A força de tensão atua de forma contrária à compressão, invés de comprimir algo 
tracionar (Puxar / expandir) um determinado objetoserá gerado uma força de tensão 
(HALL, 2016), imagine dois vetores em direções opostas tentando fugir um do outro, 
porém alguma estrutura está presa aos vetores, podemos utilizar a analogia de uma 
corda onde cada vetor irá tracionar a corda para um lado. Através da contração muscular 
os músculos produzem força de tensão que irá tracionar os ossos a onde os músculos 
estão fixados. Outra forma de compreender a tensão de forma mais didática é por meio 
do slackline, onde uma fita é estendida entre dois pontos de apoio, a princípio a fita é um 
objeto maleável, porém após tracionado e com a tensão gerada é capaz de sustentar 
uma pessoa acima dela. 
 A força de cisalhamento diferente das forças de compressão e tensão que 
apresentam vetores (para essa explicação utilizaremos o sentido vertical) no sentido 
vertical a força de cisalhamento apresenta vetores aplicando forças no sentido horizontal 
e paralelas entre si em sentidos opostos, causando um efeito de deslizamento entre 
objetos (HALL, 2016). Mover os de um lado para o outro aplica força de cisalhamento ou 
em algumas articulações durante o amortecimento de impactos. 
 
 
Figura 1.1 Forças de compressão, tensão e cisalhamento 
 
 
Fonte: SHUTTER: 1930515758. 
 
Outra força que também é responsável pela deformação de uma estrutura é a 
torção que através de uma rotação irá gerar força em um corpo através do próprio eixo 
longitudinal (HALL, 2016). Quando acontece valores elevador de força aplicados por 
torção temos algumas lesões comuns, como torção de tornozelo em eversão ou inversão 
ou no ligamento cruzado anterior na articulação do joelho. 
 
Figura 1.2 Força de torção 
 
Fonte: Hall (2016). 
 
Estresse agudo e crônico 
 
 Com o uso repetitivo das estruturas anatômicas algumas deformações podem 
ocorrer com o tempo. De forma aguda podemos pensar que em um único impacto 
causado por um salto não gera tantas deformações nas estruturas biológicas do corpo, 
 
mas de forma crônica suscetíveis saltos irão impactar o corpo de forma mais significante. 
Nem sempre o termo impacto terá aspecto negativo, a força de reação de solo oriunda 
de um salto irá retornar energia para o corpo e caso bem administrado auxiliará no 
fortalecimento dos músculos e ossos. Mas, também o uso frequente de determinadas 
estruturas anatômicas pode aplicar um desgaste articular elevado ou gerar danos nos 
ossos. 
 Em jogadores de tênis devido a rotação em excesso do quadril para realização 
dos movimentos é comum a ocorrência de lesões nesta articulação, em jogadores de 
vôlei lesões na articulação do ombro são mais comuns e em corredores a articulação do 
joelho é a mais afetada. Compreender o que cada modalidade esportiva exige mais do 
corpo é fundamental para poder traçar estratégias de fortalecimento para evitar lesões 
comuns em cada modalidade por movimentos de repetição. Lembre-se que a cada 
repetição de um movimento é gerado uma carga de força e quando repetido várias vezes 
essa carga é aumentada podendo gerar um processo lesivo. 
 
Tabela 1.2. Termos e definições do tópico 1. 
Termos Definição 
Sistema locomotor Sistema muscular + esquelético 
Deformação Mudança de formato de uma estrutura 
Força de compressão Pressão ou esmagamento 
Força de tensão Tração ou estiramento 
Força de cisalhamento Deslizamento 
Força de torção Força produzida por um movimento rotacional 
Fonte: Adaptado de Hall (2016). 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. BIOMECÂNICA ÓSSEA, ARTICULAR E MUSCULAR 
 
Imagem do Tópico: SHUTTER: 292906613 
 
Sistema esquelético 
 
Os ossos são estruturas vivas e tem a importante função de sustentação corporal, 
proteção de órgãos vitais, produção de medula óssea, e também agem como um sistema 
de alavancas que após um músculo se contrair ele irá tracionar os ossos em que ele está 
ligado e assim teremos o movimento. Em sequência você irá aprender com mais detalhes 
como funciona o sistema esquelético através da sua composição e organização 
estrutural. 
 O osso é composto por cálcio, colágeno e água e a quantidade percentual de 
cada um desses componentes variam de acordo com a idade corporal e saúde do próprio 
osso, além disso principalmente pelas concentrações de cálcio será definido o nível de 
rigidez da estrutura óssea que refletirá a resistência do osso em relação a força de 
 
compressão, enquanto o colágeno presente no osso irá determinar a sua capacidade de 
resistência a força de tração (HALL, 2016). 
Existem basicamente dois tipos de ossos: os corticais e trabeculares. Eles são 
caracterizados de acordo com o seu nível de porosidade, os ossos corticais são ossos 
menor porosos e como consequência são mais rígidos e mais ricos em cálcio e estão 
presentes na parte mais periférica dos ossos oferecendo rigidez e proteção (HALL, 
2016). Os ossos trabeculares são estruturas mais esponjosas com menos concentração 
de cálcio, ou seja, estruturas menos rígidas, são fundamentais para que seja possível 
ocorrer a irrigação sanguínea dentro dos ossos e possibilitar a produção de medula 
óssea internamente nos ossos (HALL, 2016). Em casos de baixos níveis de cálcio nos 
ossos a porosidade interna será maior podendo levar a casos de osteoporose, onde o 
osso se torna mais frágil e está mais propenso a se quebrar em acidentes (Figura 2.1) 
mais simples do dia a dia, a osteoporose atinge principalmente os idosos. 
 
Figura 2.1. Na esquerda temos um osso trabecular normal e a direita um osso mais poroso com 
osteoporose 
 
Fonte: SHUTTER: 619425599. 
 
 Cada tipo de osso apresenta uma função específica, nas vértebras é aproveitado 
a porosidade óssea como mais um suporte para amenizar os impactos na coluna 
vertebral, em ossos longos temos um sistema bem vascularizado (Figura 2.2) e também 
será o local de produção da medula óssea que produz leucócitos para proteção do 
 
sistema imunológico, hemácias e plaquetas, além de ser um gerenciador de cálcio do 
corpo humano, mineral essencial para contração muscular (SOBOTTA, 2000). 
 
Figura 2.2. Vascularização interna de um osso e medula óssea 
 
Fonte SHUTTER: 131448077. 
 
 O corpo humano é composto por 206 ossos ao total em um adulto e cada osso 
apresenta uma função específica, estes ossos são divididos em dois grupos modelos de 
classificação (Figura 2.3), o esqueleto axial que compreende os ossos do eixo centro do 
corpo humano como as costelas, coluna vertebral e crânio e o esqueleto apendicular que 
é composto pelos ossos mais periféricos do corpo humano como ossos que compõem 
os membros superiores (por exemplo: escápula, úmero, rádio e ulna) e membros 
inferiores (por exemplo: quadril, fêmur, tíbia e fíbula) (HALL, 2016). 
 
Figura 2.3. Esqueleto apendicular e o esqueleto axial 
 
Fonte: SHUTTER: 1203624673. 
 
Além da localização dos ossos, eles também podem ser classificados pelo seu 
formato como os ossos curtos que compõem principalmente as mãos (ossos do carpo) 
e dos pés (ossos dos tarsos) (HALL, 2016). O corpo humano também apresenta ossos 
planos que tem como principal objetivo a proteção a órgãos vitais, como exemplo temos 
as costelas, esterno, alguns ossos do crânio e as escápulas (HALL, 2016). Alguns ossos 
são irregulares pois não seguem nenhum padrão específico, porém possuem funções 
específicas como as vértebras que irão compor a coluna vertebral e o sacro. 
Os principais ossos responsáveis pelo movimento humano são os ossos longos, 
neles o osso é maior no sentido longitudinal e apresenta uma maior presença da 
característica de osso cortical, sendo mais rígido e resistente para poder sustentar o 
resto do corpo humano, nesses ossos também estão presentes o canal medular, local 
onde é produzido a medula óssea. 
 
Figura 2.4. Principais ossos do corpo humano 
 
Fonte: (HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016). 
 
 O crescimento ósseo ocorre de forma longitudinal e em diâmetro. O crescimento 
longitudinal ocorre devido uma estruturachamada epífise localizada nas extremidades 
ósseas e se torna responsável pelo desenvolvimento ósseo até os 25 anos de idade 
(HALL, 2016). O crescimento em diâmetro é regido por uma camada interna dos ossos 
chamado de periósteo que irá produzir diferentes camadas de tecido ósseo sobrepostas 
a outra camada, esse processo ocorre através de células chamadas de osteoblastos que 
irá sintetizar e construir tecido ósseo enquanto as células de osteoclastos serão 
responsáveis pela deformação e remodelagem óssea (HALL, 2016; (HAMILL; 
KNUTZEN; DERRICK, 2016). Contamos também com células de osteócitos que irão 
destruir tecidos ossos para dar espaço para a construção de novos tecidos através dos 
osteoblastos (SOBOTTA, 2000). 
 
Figura 2.5. Osteoclastos e osteoblastos 
 
 
 
 A prática de atividade física pode auxiliar na produção de tecido ósseo por 
proporcionar estresse mecânico através das forças geradas pelo movimento, 
estimulando o seu crescimento e com o tempo ganho de massa, contudo esses 
estímulos devem ser progressivos e controlados para que o corpo possa se adaptar às 
novas forças, caso contrário com o excesso de força e impacto aplicados no corpo 
humano as chances de ocorrer um processo lesivo será aumentado (HAMILL; 
KNUTZEN; DERRICK, 2016). Os benefícios do estímulo através de aplicação de forças 
sobre o sistema esquelético é corroborado pela lei de Wolff que apresenta o aumento da 
força óssea de forma proporcional ao estímulo de forças que essa estrutura recebe, 
levando a um processo de modelagem óssea no sentido de fortalecimento (HALL, 2016). 
Como verificado, a atividade física é essencial para o estímulo e desenvolvimento do 
sistema esquelético, enquanto a inatividade física pode gerar um processo inverso 
aumentando a degradação do tecido ósseo (HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016). 
 
Além disso, é importante destacar que a aplicação de forças incorretas sobre uma 
estrutura óssea pode levar a sérias fraturas (Figura 2.6). 
 
Figura 2.6. Tipos de fraturas ósseas 
 
 
 
 
Articulações 
 
A articulação é o local de conexão entre dois ossos e tem como principais funções: 
proporcionar movimento para os segmentos corporais; manter os ossos e o esqueleto 
conectados e dissipar energia ocasionada por impactos ou outras forças (HAMILL; 
KNUTZEN; DERRICK, 2016). 
As articulações podem ser classificadas em relação a sua estrutura, ou seja, em 
qual tipo de tecido conectivo ela está em contato com o osso, para exemplificar tempo 
três possibilidades deste tipo de articulação a fibrosa, a cartilaginosa e a sinovial 
(SOBOTTA, 2000). As articulações fibrosas são unidades por fibras de conectivo fibroso, 
 
não possuem uma cavidade articular e podem gerar pouco ou nenhum tipo de 
movimento, como exemplo temos as suturas presente no crânio (SOBOTTA, 2000). 
 
Figura 2.7. Articulação fibrosa do tipo sutura 
 
Fonte: SHUTTER: 277946111 
 
Nas articulações cartilaginosas os ossos estão unidos por meio de um tecido 
cartilaginoso, também não apresenta uma cavidade articular, apresenta duas 
subdivisões (SOBOTTA, 2000). As articulações sincondroses (Figura 2.8) que são 
compostas por cartilagem hialina, temos como exemplo a articulação esternocostal entre 
o esterno e às costelas, elas apresentam um baixo nível ou nenhuma capacidade de 
movimento (SOBOTTA, 2000). E também temos as articulações sínfises (Figura 2.9) que 
são conectadas aos ossos por fibrocartilagem, a sínfise púbica é um exemplo desta 
articulação, essas articulações já apresentam uma capacidade de pequena e limitada de 
movimento (SOBOTTA, 2000). 
 
Figura 2.8 Articulação Esternocostal 
 
Fonte: SHUTTER: 172528934. 
 
Figura 2.9 Articulação sínfise pubiana 
 
Fonte: SHUTTER: 1067997155. 
 
As articulações sinoviais são as mais comuns no esqueleto apendicular, 
apresentam uma substância denominada de líquido sinovial dentro de uma cavidade 
articular ou sinovial e possibilita a realização de vários movimentos de forma ampliada 
(SOBOTTA, 2000). Essas articulações são revestidas por cartilagem hialina que auxilia na 
absorção de impactos ocasionados por forças compressivas (HALL, 2016). Apresenta 
uma cavidade articular ou sinovial onde apresenta um espaço adaptado para conter o 
líquido sinovial que atua como um “lubrificante” para as articulações. Nas articulações 
sinoviais temos uma cápsula articular composta por duas camadas: a primeira é uma 
cápsula fibrosa que é densa e irregular, está irá fornecer fortalecer a articulação e a 
segunda é a membrana sinovial que fornecerá liberdade para movimentação e tem a 
função de produzir o líquido sinovial (SOBOTTA, 2000). Dentro da cápsula articular temos 
nervos que irão ajudar a reconhecer a posição das articulações no espaço através da 
propriocepção. 
 
Figura 2.10 Articulação sinovial do joelho 
 
Fonte: SHUTTER: 217315702. 
 
As articulações apresentam níveis de classificação envolvendo os graus de 
liberdade que é a capacidade de gerar movimento em um, dois ou três planos através 
dos seus eixos (Tabela 2.1) (HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016). As articulações 
sinoviais apresentam também diferentes formas e características em sua superfície 
(Tabela 2.2), em geral funcionam com peças que se encaixam e atuam como uma 
engrenagem que possibilita a realização de movimentos (Figura 2.11), além disso cada 
tipo de estrutura articular permite uma amplitude de movimento característica, onde cada 
articulação terá uma angulação máxima de movimento possível devido aos ossos e 
ligamentos envolvidos na ação (HALL, 2016). 
 
Tabela 2.1. Classificação dos graus de liberdade (HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016) 
Característica Ação Graus de liberdade 
Monoaxial Ocorre ao redor de um eixo 1 
Biaxial Ocorre ao redor de dois 
eixos 
2 
Multiaxial Ocorrem ao redor de vários 
eixos 
3 
 
 
Tabela 2.2 Tipos de articulação sinovial (HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016) 
Tipo de Articulação Característica Movimento Exemplo 
Plana ou deslizante Monoaxial Superfícies deslizantes Intervertebrais e 
acromioclavicular 
Gínglimo ou 
Dobradiça 
Monoaxial Flexão e extensão Cotovelo e tornozelo 
Trocóide ou pivô Monoaxial Rotação, pronação e 
supinação 
Proximal radioulnar 
Selar Biaxial Flexão e extensão; 
Abdução e adução 
Carpometacarpal do 
polegar 
Condilóide ou 
elipsóide 
Biaxial Flexão e extensão; 
Abdução e adução 
Radiocarpal do punho 
Esferóide ou bola e 
soquete 
Multiaxial Flexão e extensão; 
Abdução e adução; 
rotação 
Quadril e ombro 
 
 
Figura 2.11. Tipos de articulações sinoviais 
Fonte: HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016. 
 
Sistema muscular 
 
 O músculo é a única estrutura biológica capaz de produzir força de tensão, 
produzir movimento, proteção de órgãos internos, estabilizar articulações, manter a 
postura corporal ereta e absorver energia de impactos (HALL, 2016). 
Os músculos podem ser divididos em três tipos de células musculares (Figura 
2.12): músculo estriado esquelético, músculo estriado cardíaco e o músculo liso 
(HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016). O músculo estriado esquelético apresenta a 
característica de contração voluntária, ou seja, você quer flexionar o seu braço e depois 
levar a mão para cima, você quis realizar esses movimentos e isso aconteceu de forma 
voluntária, esse tipo de tecido muscular está ligado aos ossos por meio de tendões e só 
irão se contrair a partir de algum estímulo. Já o músculo estriado cardíaco possui a 
 
característica de contração involuntária o coração se contrai a partir de processos 
biológicos. Por fim, temos o músculo liso presente em alguns órgãos como por exemplo 
o intestino e também apresenta contração involuntária. 
 
Figura 2.12. Tipos de células musculares 
 
 
Fonte: SHUTTER: 448042597. 
 
Figura 2.13. Principais músculos do corpo humano 
 
 
Fonte: HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016. 
 
 O músculo esquelético possui quatro propriedades basesem seu tecido: 
capacidade de gerar tensão após contrações, irritabilidade, extensibilidade e 
elasticidade. A capacidade de gerar tensão em contrações é uma característica que 
apenas os músculos podem realizar (HALL, 2016). A irritabilidade é a capacidade que o 
músculo tem em responder a algum estímulo gerando força tensão, esse estímulo pode 
ser ativado através de um impulso elétrico por um nervo ou uma reação mecânica (HALL, 
2016). A extensibilidade é a capacidade de um músculo se estender (HAMILL; 
KNUTZEN; DERRICK, 2016). E a elasticidade é a propriedade que reflete a capacidade 
da fibra retornar a sua posição de repouso após uma extensão (HAMILL; KNUTZEN; 
DERRICK, 2016). 
 
 Cada célula muscular é denominada de fibra muscular (Figura 2.14), sendo 
envolvida por uma estrutura chamada sarcolema (membrana) e em sua parte interna é 
denominada de sarcoplasma (citoplasma) (HALL, 2016). Dentro do sarcolema termos 
várias unidades de miofibrilas que são filamentos longos compostos por faixas proteínas 
como a actina (faixa clara) e miosina (faixa escura), estas proteínas são responsáveis 
pela contração muscular através do deslizamento de uma proteína sobre a outra 
(HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016). Cada grupamento de fibras musculares é 
controlado por uma unidade motora regida por um neurônio motor (Figura 2.14) que irá 
emitir um sinal em milivolts para ser realizado uma contração muscular, esse sinal é 
chamado de potencial de ação (HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016). 
 
Figura 2.14. Fibra muscular 
 
Fonte: HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016. 
 
Figura 2.14. Fibra muscular 
 
Fonte: SHUTTER: 78688372. 
 
 A estrutura da organização das fibras musculares tanto em sua posição 
anatômica, direção, organização das fibras musculares e a sua fixação em tendões 
influência na sua função muscular e na sua capacidade de produzir força (Figura 2.15) 
(HALL, 2016). As fibras podem ser organizadas em paralelas (dispostas de forma 
paralela e longitudinal) temos como exemplo o bíceps braquial e o reto do abdome ou 
também podem ser organizadas de forma peniforme (com mais de um ângulo de fixação 
nos tendões) e como exemplos temos o deltóide e o reto femoral (HALL, 2016). 
 
Figura 2.15. Diferentes estruturas das fibras musculares 
 
Fonte: SHUTTER: 111678929. 
 
 Os músculos geram movimento através da produção de torque que é 
caracterizado como a força de produzir rotação em um eixo, no caso as articulações 
(HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016). Para calcular o torque articular (T) devemos 
multiplicar a força produzida pelos músculos (F) pela distância entre o ponto de inserção 
muscular até o centro de rotação articular (D), temos então a fórmula de torque T = F x 
D (HALL, 2016). 
 
Figura 2.16. Produção de torque no músculo 
 
 
Fonte: HALL, 2016. 
 
 Cada músculo tem um limite biológico de resistência para a produção de força, 
caso esse limite seja extrapolado por uma sobrecarga, lesões por rupturas podem 
acontecer nas fibras musculares (HALL, 2016). A gravidade de uma ruptura de fibra 
depende da carga imposta e do grupamento muscular. Caso o músculo seja comprimido 
por outra força externa como um impacto direto, lesões por contusões podem acontecer 
gerando hematomas na região (HALL, 2016). 
 
 
 
3. ANÁLISE QUANTITATIVA E QUALITATIVA DO MOVIMENTO 
 
 
 
Imagem do Tópico: Shutter: 173668709 
 
 A partir da imagem do tópico 3, vamos avaliar o movimento do agachamento que 
esse homem está realizando. A primeiro momento devemos observar se esse movimento 
está adequado visualmente, para isso, alguns tópicos que devemos verificar nessa 
situação: 
 
● As articulações do joelho estão em uma inclinação adequada; 
● O movimento está sendo realizado em uma linha perpendicular ao centro de 
gravidade original; 
● Os pés mantêm contato com o solo o tempo todo; 
● Os joelhos estão voltados para linha central do pé ou para fora; 
● A coluna está em uma postura adequada. 
 
 
Depois, podemos mensurar algumas variáveis relacionadas com esse movimento 
como a massa das anilhas e das barras e se possível em situação de laboratório poder 
calcular através de uma plataforma de força posicionada abaixo dos pés a força de 
reação do solo e por uso da eletromiografia a ativação muscular de alguns músculos 
interessantes envolvidos no agachamento como os componentes do quadríceps e 
panturrilha. 
Acabamos de descrever de duas formas o mesmo movimento, a primeira através 
de uma abordagem qualitativa onde buscamos identificar as principais características 
desse movimento através de recursos observacionais, podendo utilizar fotos e/ou vídeo. 
Em um segundo momento foi descrito o mesmo movimento do agachamento de uma 
forma que fosse possível mensurar as forças envolvidas nesse movimento através de 
uma análise quantitativa, com ela podemos medir indicadores de força como a força de 
reação do solo e ativação muscular através da eletromiografia. 
A análise qualitativa é um processo subjetivo onde o avaliador deve fazer uma 
observação sistemática a respeito da qualidade de um movimento com o objetivo de 
fornecer um feedback a pessoa que está realizando o movimento com o intuito de 
melhorar a performance. Cada protocolo de avaliação estabelece uma forma de 
caracterizar a avaliação do movimento, por exemplo, você pode pedir para uma pessoa 
realizar um salto horizontal, com uma visão biomecânica do movimento e com o auxílio 
de uma câmera para gravar o movimento que irá auxiliar em posterior análise devido aos 
recursos de slow motion e voltar o vídeo caso necessário, é possível classificar a 
execução do movimento utilizando escalas ordinais como muito bom, bom, ruim ou muito 
ruim. 
Em alguns casos, a experiência na modalidade esportiva facilita o processo de 
análise qualitativa por conhecer melhor cada fase do movimento e ter parâmetros de 
referência para auxiliar em uma análise mais adequada, com esse olhar mais crítico de 
um especialista é mais fácil e eficiente a identificação de problemas e também a 
elaboração de um plano de treinamento para suprir alguma necessidade. 
A análise quantitativa busca mensurar as variáveis físicas de força e o 
deslocamento do corpo no espaço com o objetivo de melhorar a execução de um 
 
movimento. Essa modalidade de análise é subdividida em cinemática através de 
variáveis como tempo, distância, posição, ângulo, velocidade e aceleração com o 
objetivo de fornecer informação a respeito do movimento humano; a cinética irá medir a 
força produzida pelos músculos em diversas situações; a eletromiografia irá verificar os 
níveis de ativação muscular. Resumindo, variáveis que envolvam o movimento e que 
possam ser medidas. 
 
 
4. METODOLOGIA PARA ANÁLISE BIOMECÂNICA 
 
 
Imagem do Tópico: SHUTTER: 1020097492 
 
Para dar suporte ao conteúdo que você aprendeu até aqui, você aprenderá as 
diferentes metodologias em análises da biomecânica. Do ponto de vista cinemático você 
aprenderá algumas técnicas e equipamentos de análise de vídeo, partiremos dos 
equipamentos utilizados em laboratórios de pesquisa, mas também será apresentado 
uma forma mais econômica para aplicar essas análises como a utilização do seu 
smartphone. Na parte da cinética você irá aprender os equipamentos que podem medir 
diferentes formas de produção de força e a análise de sinais eletromiográficos. 
 
 
 
 
 
Cinemática 
 
 A cinemática irá analisar os movimentos principalmente por meio de análises por 
vídeo, pois com elas temos recursos que nos auxiliam no processo de análise do 
movimento. Existem alguns modelos de câmeras e softwares específicos para a 
realização de análises cinemáticas, irei abordar com vocês dois métodos, um método de 
alto custo realizado apenas em alguns laboratórios de pesquisa utilizando o sistema 
Vicon® e um modelo de baixo custo utilizando o sistema Kinovea®. 
 O sistema Vicon® consiste em um instrumento constituídopor várias câmeras que 
possuem captura em infravermelho em um modelo T-series T10 que registram as 
imagens do ambiente de coleta. Essas câmeras variam a sua frequência de captura de 
100 a 1000Hz, ou seja, conseguem gravar vários quadros em um único segundo. Todas 
as câmeras devem estar apontadas para uma área em comum, mas cada câmera deverá 
captar o movimento em ângulos e planos diferentes, nessa área será realizado um 
processo de calibração e após isso o sistema conhecerá as dimensões do espaço onde 
serão realizados movimentos. 
Para que esse sistema seja utilizado de maneira adequada é necessário 
posicionar um voluntário em um espaço dentro da área de captura de imagem das 
câmeras e posicionar marcadores reflexivos em posições anatômicas específicas (Figura 
4.1). A partir dos pontos posicionados o software irá reconstruir em ambiente virtual um 
boneco em 3D que irá refletir os mesmos movimentos que a pessoa realizar. A partir da 
localização no espaço dos pontos anatômicos o equipamento consegue calcular 
principalmente ângulos articulares e movimentos realizados nos três planos. Contudo, o 
sistema completo apresenta um custo muito expressivo, por isso apenas alguns 
laboratórios de pesquisa têm acesso a essa estrutura. 
 Como alternativa o sistema Kinovea® é de acesso gratuito, simplesmente você 
pode ir no site do sistema e instalar em seu computador. O que vai determinar a 
qualidade da análise com o Kinovea® (Figura 4.2) será a quantidade de Hz que o 
equipamento de vídeo consegue captar, porém, a maioria dos smartphones hoje em dia 
conseguem atingir gravações em 60 Hz que já é um boa quantidade de quadros por 
segundo para facilitar o processo de análise. Diferente da calibração do sistema Vicon® 
 
que é automático e pode gravar em todos os planos ao mesmo tempo utilizado o recurso 
de três dimensões, no Kinovea® é necessário estabelecer o movimento que será 
analisado e verificar qual será o plano mais adequado para filmar a ação devido a 
limitação de duas dimensões. Para calibrar esse sistema é necessário posicionar no 
espaço uma estrutura com uma distância conhecida, tomando cuidado para não afetar o 
seu tamanho devido a perspectiva da câmera e após isso será possível realizar outras 
análises cinemáticas no software. 
 
Figura 4.1 Sistema Vicon®
 
Fonte: Shutter: 767393449. 
 
 
Figura 4.2 Sistema Kinovea®. 
 
 
 
Fonte: Software para análise cinemática. Disponível em: < https://www.kinovea.org/>. Acesso em: 19 de 
junho de 2021. 
 
Cinética 
 
Avaliação do centro de pressão (equilíbrio) 
 
A manutenção do equilíbrio postural é regida pela coordenação entre os sistemas 
visual, vestibular e proprioceptivo e sua avaliação se aplica pelo método padrão ouro de 
análise da estabilometria obtida através de uma plataforma de força (DUARTE & 
FREITAS, 2010). Os valores que refletem o equilíbrio humano são obtidos através do 
centro de pressão (COP) (Figura 4.3) que é definido como o ponto de aplicação da 
resultante das forças verticais sobre a superfície de uma base de sustentação (DUARTE 
& FREITAS, 2010). 
Para ser realizada uma coleta do COP, a pessoa deverá subir na plataforma de 
força com os pés descalços e ficará na posição bipodal com o corpo estático e pés 
espaçados na altura dos com ombros com o olhar fixo em um ponto de referência 
https://www.kinovea.org/
 
posicionado a frente na parede à altura dos olhos, distante dois metros da plataforma de 
força) durante 30 segundos (DUARTE; FREITAS, 2010). As variáveis obtidas do COP 
são: deslocamento total, amplitude e velocidade nas direções anteroposterior e médio 
lateral e área. A partir dessa avaliação é possível acompanhar a situação de um 
indivíduo, principalmente em idosos, e utilizar como parâmetro para a prescrição de 
treinamentos, principalmente treinamentos de propriocepção. 
 
Força e potência de membros inferiores e aplicação no esporte 
 
A análise da força e potência muscular são realizadas através dos testes de salto 
Counter Movement Jump (CMJ) e Squat Jump (SJ). Esses testes são realizados por 
meio de uma plataforma de força (Figura 4.3). Para a realização do CMJ a pessoa deverá 
ficar em pé com as mãos posicionadas na cintura sobre a plataforma de força, ao sinal 
do avaliador deverá agachar rapidamente e saltar o mais alto possível. No teste do SJ a 
pessoa deverá se posicionar sobre a plataforma de força agachada de forma isométrica 
com as mãos na cintura, ao sinal do avaliador deverá saltar o mais alto possível 
(MARKOVIC et al., 2004; NUZZO, et al., 2008). Através do Software da plataforma às 
variáveis que serão obtidas com os dois testes serão: Força máxima, força relativa, 
potência máxima, potência relativa, velocidade, taxa de desenvolvimento de força e a 
altura do salto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4.3. Plataforma de força e análise do centro de pressão 
 
 
 
Fonte: DUARTE e FREITAS, 2010. 
 
Dinamômetro de mão 
 
Através de um dinamômetro de mão é possível verificar a força de preensão 
manual será O avaliado tem três tentativas para executar a máxima força de preensão 
manual que conseguir, o maior valor será registrado. A avaliação deverá ser realizada 
com a mão dominante do avaliado e o ponto de corte é <27kg para homens e <16 kg 
para mulheres (CRUZ-JENTOFT, 2019) 
 
 
Figura 4.4 Dinamômetro de mão 
 
Fonte: SHUTTER: 1823842448. 
 
Dinamômetro isocinético 
 
O dinamômetro isocinético consegue analisar as forças geradas nas articulações, 
o uso mais comum é verificar a força produzida pela articulação do joelho. Para realizar 
essa análise é necessário que o indivíduo fique preso em uma cadeira com amarrações 
no tronco e no quadril, o quadril deve estar posicionado em uma posição neutra para que 
não gere compensações na articulação do joelho, a perna deve ser posicionada no braço 
de resistência do equipamento e a partir do posicionamento correto o indivíduo deve 
realizar o movimento de flexão e extensão do joelho para que o equipamento mensure 
variáveis de força, torque, aceleração e potência (BATISTA, 2006). 
 
 
Figura 4.5 Dinamômetro isocinético 
 
Fonte: SHUTTER: 747528091. 
 
Eletromiografia 
 
 Para realizar uma análise por eletromiografia é necessário possuir eletrodos 
positivos e negativos acoplados a um software que irão realizar a leitura de um sinal em 
milivolts possibilitando indicar o quando um músculo está ativado. Em geral, os eletrodos 
devem ser posicionados na maior porção do ventre muscular do músculo analisado para 
permitir obter valores mais claros a respeito da ativação muscular. Todo sinal músculo 
estriado esquelético inicia a sua contração a partir de um sinal emitido pelo sistema 
nervoso central, com a intensidade de uma contração será estabelecido diferentes 
intensidades do sinal expressos em milivolts (HALL, 2016). 
 
Figura 4.6. Procedimentos da eletromiografia 
 
Fonte: SHUTTER: 788436496. 
 
 
SAIBA MAIS 
 
Propriocepção e controle motor – A propriocepção é o mecanismo subconsciente pelo 
qual o corpo é capaz de regular a postura e os movimentos, respondendo a estímulos 
originários dos proprioceptores existentes nas articulações, nos tendões, nos músculos 
e no ouvido. O controle motor é o processo pelo qual as ações e movimentos corporais 
são organizados e executados. Para determinar a quantidade adequada de forças 
musculares e ativações articulares necessárias, é preciso que as informações sensoriais 
fornecidas pelo ambiente e o corpo estejam integradas e coordenadas de forma 
cooperativa entre o sistema nervoso central e o sistema musculoesquelético. A força e a 
resistência musculares não são muito úteis como forma de oferecer estabilidade às 
articulações, a menos que possam ser ativadas precisamente quando necessário. 
 
Fonte: Floyd (2016). 
 
#SAIBA MAIS# 
 
REFLITA 
 
A condição natural dos corpos não é o repouso, mas o movimento. 
 
Fonte:Galileu Galilei. 
 
#REFLITA# 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Nesta unidade você aprendeu que o sistema locomotor é composto pelos 
sistemas esquelético e muscular e a partir deles o corpo humano pode gerar 
movimentos. Várias forças mecânicas têm influência sobre as estruturas anatômicas de 
forma externa através principalmente da gravidade e as forças produzidas de forma 
interna. Como forças internas temos a aplicação de forças de compressão, tensão, 
cisalhamento e torção. 
O sistema esquelético é uma estrutura viva que possui um complexo sistema 
estrutural através das suas células ósseas que auxiliam na classificação dos ossos e 
também de suas funcionalidades. Os ossos mais rígidos têm a função principal de 
sustentação e proteção. Ossos mais porosos auxiliam na absorção de impactos através 
de sua facilidade em se deformar. Além disso, dentro dos principais ossos a medula 
óssea é produzida, estrutura que é responsável na produção de glóbulos brancos e 
hemácias. 
Como ligação entre dois ossos temos as articulações. A articulação sinovial se 
destaca pois é atuante no processo de geração de movimento e também de acordo com 
a sua característica anatômica irá determinar em quantos planos, eixos e qual será a 
amplitude que um movimento poderá ser realizado. 
 As células musculares são chamadas de fibras musculares, dentre elas temos 
dois tipos de fibras musculares esqueléticas: uma responsável pela contração muscular 
da maioria dos músculos envolvidos no movimento e uma responsável pela contração 
do coração. Nos órgãos temos a presença de músculos lisos. A contração muscular 
ocorre a partir da contração de fibras de actina e miosina que são ativadas por uma 
reação chamada de potencial de ação que é gerenciada por neurônios motores. 
 Temos dois tipos de análise de movimento. A análise qualitativa por meio de 
métodos observacionais que irão avaliar a qualidade do movimento. Análise quantitativa 
que irá mensurar alguma variável como a força produzida pelos músculos, a velocidade 
em uma corrida ou o sinal produzido por uma contração muscular através da 
eletromiografia. 
 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
Sarcopenia em idosos 
 
Sarcopenia caracteriza- se pela perda generalizada e progressiva da força e 
massa muscular esquelética com envelhecimento e mesmo em indivíduos saudáveis. 
Com o aumento da população idosa neste ritmo acelerado em todo mundo, torna-se 
necessário o maior entendimento dos fenômenos associados ao processo do 
envelhecimento. Portanto, descrever a frequência da distribuição, seu quadro clínico, 
etiopatogenia e tratamento é fundamental para promover assistência à saúde 
direcionada ao idoso. 
É um dos grandes problemas saúde pública, afetando 50 milhões de pessoas em 
todo mundo e pode vir afetar mais de 200 milhões nos próximos 40 anos decorrente do 
envelhecimento da população e fatores como inatividade física desnutrição proteico 
calórica, distúrbios de inervação muscular, diminuição produção hormonal, aumento 
mediadores inflamatórios, resistência metabólica, efeito catabólico de algumas doenças 
que vão ganhando corpo e levam essa população não diagnosticada e não tratada à 
perda de massa, força e performance muscular e, por fim, a fragilidade tem como 
consequência perda de autonomia, quedas, fraturas, dependência, gerando custos 
sociais e econômicos e, por vezes morte, precoce. 
 Fragilidade representa uma vulnerabilidade fisiológica do idoso, resultado de 
deterioração da homeostase biológica e da capacidade do organismo se adaptar às 
novas situações de estresse que inclui perda peso recente, especialmente massa magra, 
fadiga, quedas frequentes, fraqueza muscular, redução velocidade de caminhada e 
redução atividade física. 
 
Tratamento 
 
A maior aquisição do pico de massa muscular é fundamental para retardar a perda 
decorrente do próprio envelhecimento e promover menor impacto sobre a qualidade de 
vida dos idosos. Dessa forma, vale a pena ressaltar que a prevenção é a estratégia mais 
 
importante e eficiente para atingir esses objetivos. Estudos com atividade física tem os 
mais promissores resultados, tanto na prevenção quanto no tratamento da sarcopenia. 
Indivíduos muito idosos (média de idade de 87 anos), institucionalizados, que 
realizaram treino de resistência associado à suplementação nutricional, por dez 
semanas, tiveram aumento de 125% da força muscular, bem como melhora objetiva da 
marcha, velocidade e atividade física espontânea. Os potenciais benefícios a longo prazo 
são o menor número de quedas, aumento da mobilidade e independência 
A prática de exercícios de resistência ainda é uma intervenção mais efetiva para 
aumentar a massa e força muscular em idosos. É importante ressaltar que alguns idosos 
podem ter ingestão alimentar reduzida e necessidades proteicas aumentadas, tornando 
difícil a obtenção dos benefícios do treinamento de resistência se a nutrição não for 
adequada. 
 
Fonte: Tudo o que você precisa saber sobre sarcopenia em idosos. Disponível em: < 
https://pebmed.com.br/tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-sarcopenia-em-idosos>. Acesso em: 19 de 
junho de 2021. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LIVRO 
 
• Título: Manual de cinesiologia estrutural - 19ª edição 
• Autor: Floyd, R. T. 
• Editora: Manole 
• Sinopse: Embora adotado principalmente em cursos de graduação, este livro também 
é amplamente usado como referência contínua por educadores físicos, treinadores 
esportivos, fisioterapeutas, massoterapeutas, terapeutas ocupacionais, médicos e 
demais profissionais responsáveis por avaliar e orientar pessoas fisicamente ativas, 
contribuindo para a melhora de sua força, resistência e flexibilidade. Características da 
19a edição: Fichas de exercícios que proporcionam uma oportunidade adicional de 
praticar as habilidades adquiridas. Discussão acerca da aplicação, do fortalecimento e 
da flexibilidade relacionados a cada músculo estudado, com foco na aplicação prática do 
conhecimento. Exercícios de laboratório incluídos no final de cada capítulo. Capítulos 
com informações relevantes sobre terminologia, inervação, ações musculares e 
ilustrações dos movimentos articulares. Conteúdo complementar online que ajudará o 
leitor a testar os conhecimentos adquiridos com a leitura da obra 
 
 
 
FILME/VÍDEO 
 
• Título: Pumping Iron 
• Ano: 1997 
• Sinopse: O documentário independente evidenciou o mundo do fisiculturismo, lançou 
a carreira multimilionária de um homem e mudou o mundo da musculação e exercício 
físico para sempre. Acompanhe o cinco vezes Mr. Olympia, Arnold Schwarzenegger, 
enquanto ele compete pelo seu sexto título. 
 
 
 
WEB 
 
• Detalhes sobre o sistema muscular estruturas, divisões e funções do 
musculoesquelético 
• Link do site: https://www.youtube.com/watch?v=I4gNsl1ewoM 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BATISTA, L.H., et al. Avaliação da amplitude articular do joelho: correlação entre as 
medidas realizadas com o goniômetro universal e no dinamômetro isocinético. Rev. 
bras. fisioter., v. 10, n. 2, p. 193-198, 2006. 
CRUZ-JENTOFT, A. J., et al. Sarcopenia: revised European consensus on definition 
and diagnosis. Age and Ageing. v.48, p.16-31, 2019. 
DUARTE, M., FREITAS; S.M.S.F. Revisão sobre posturografia baseada em plataforma 
de força para avaliação do equilíbrio. Rev. Bras. Fisioterapia, v.14, n.3. p. 183-92, 
2010. 
FLOYD, R. T. Manual de cinesiologia estrutural -19. Editora Manole, 2016. 
HALL, S. J. Biomecânica básica 7º ed. Guanabara Koogan, 2016. 
HAMILL, J., KNUTZEN, K.M, DERRICK, T.R. Bases biomecânicas do movimento 
humano 4º ed. Manole, 2016. 
MARKOVIC, G., et al. Reliability and factorial validity of squat and countermovement 
jump tests. Journal of Strength & Conditioning Research. v.18. n.3. pág. 551-555, 
2004 
NUZZO, J.L., et al. Relationship between countermovement jump performance and 
multijoint isometric and dynamictests of strength. Journal of Strength & Conditioning 
Research. v.22. n.3. pág. 669-707, 2008. 
PORTELA, J. P. Cinesiologia. Sobral: INTA, 2016. 
SOBOTTA, J. Atlas de Anatomia Humana. 21 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2000. 
 
 
UNIDADE IV 
ANÁLISE DO MOVIMENTO COM FOCO NA EDUCAÇÃO FÍSICA 
Professor Mestre Gustavo Henrique de Oliveira 
 
 
Plano de Estudo: 
• Análise do movimento humano na Educação Física Escolar; 
• Análise do movimento humano no esporte; 
• Análise do movimento do corpo humano em diferentes frentes do exercício físico. 
 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
• Analisar o movimento humano na Educação Física Escolar; 
• Analisar o movimento humano no esporte; 
• Analisar o movimento do corpo humano em diferentes frentes do exercício físico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 Caro(a) Aluno(a), nesta unidade vamos aplicar os conteúdos que você aprendeu 
nas unidades anteriores na prática. Iremos abordar alguns movimentos em diferentes 
âmbitos e discutiremos as fases de cada movimento envolvendo os conceitos 
anatômicos de posição no espaço e as relações das forças físicas sobre o sistema 
locomotor. 
 No ambiente escolar é necessário discutir a relação dos conceitos da biomecânica 
em relação aos movimentos corporais e aspectos ergonômicos de postura. O assunto 
da biomecânica pode ampliar a possibilidade de conteúdos que um professor pode 
trabalhar em sala de aula, além de conseguir deixar a aula mais motivante para reter a 
atenção dos alunos. Explicar como alguns movimentos ocorrem e como esses conceitos 
da biomecânica podem melhorar o desempenho pode ser um atrativo para as aulas de 
educação física da escola. 
 Outro assunto importante que é possível tratar em sala de aula na disciplina de 
educação física é através dos conceitos da ergonomia e a relação das forças sobre as 
estruturas anatômicas. Em crianças é mais suscetível a alterações posturais devido ao 
processo de crescimento, caso a criança tenha uma má postura durante essa fase pode-
se criar um vício postural que irá gerar dores nas costas ao longo de sua vida. 
 No esporte vemos a aplicação prática e direta da biomecânica, através das 
análises de cinemática e/ou cinética é possível melhorar a execução técnica de um 
movimento melhorando a sua eficiência e reduzindo o risco de desenvolvimento de 
lesões. Podemos dividir por exemplo o movimento do forehand do tênis em fases e 
corrigir cada etapa do movimento para termos o melhor resultado possível, nesse sentido 
iremos analisar a posição, direção e como a bola quica na quadra em relação ao jogador 
defensor, como que este jogador realiza o movimento de rotação de tronco e como que 
a raquete deve tocar na bola para gerar mais velocidade para tentar fazer o ponto 
 
 
 
 
1. ANÁLISE DO MOVIMENTO HUMANO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 
 
 
 
Imagem do Tópico: SHUTTER (309240224) 
 
 A aplicação da biomecânica no âmbito escolar ainda gera algumas discussões na 
formação dos cursos de licenciatura em educação física, pois na prática a maioria dos 
professores atuantes no ensino da escola não aplicam os conceitos biomecânicos em 
suas aulas, tais fatores podem estar relacionados com a formação do professor nos 
cursos de formação (DAGNESE et al., 2013). Como vimos nas unidades anteriores a 
biomecânica tem o objetivo de compreender o movimento humano com base nas leis da 
física, a partir desse repertório de informações podemos compreender de forma mais 
adequada o que acontece no corpo humano durante todas as etapas de um salto vertical, 
como a força gerada pelos músculos, a fase aérea e o impacto gerado pela queda do 
salto. 
 Dagnese et al (2013) propõe que conceitos da biomecânica devam ser aplicados 
em sala de aula na disciplina de educação física relacionando com os outros assuntos 
 
tratados pelas disciplinas da grade curricular como a matemática, física e biologia. Essa 
relação pode tornar o ensino da biomecânica mais motivante para o aluno, direcionando 
a matéria para um contexto mais próximo da realidade do aluno. 
Corrêa e Freire (2004) trazem em seu estudo três formas de abordagens para o 
ensino da biomecânica no contexto escolar: aspectos conceituais, procedimentais e 
atitudinais. O aspecto conceitual são os princípios biomecânicos relacionados com as 
aplicações físicas do movimento humano, ou seja, para compreender um movimento é 
necessário compreender os princípios mecânicos relacionados que irão indicar quais 
forças estão atuantes em uma ação humano ou em um objeto (CORRÊA; FREIRE, 
2004). Os autores também abordam exemplos práticos que podem ser utilizados para 
discutir o efeito das forças como a diferença do atrito da sola de um tênis em diferentes 
superfícies, como concreto e grama, o professor pode discutir a resistência dos 
diferentes tipos de solo e como elas implicam em uma caminhada ou corrida. Utilizando 
uma bola ou uma peteca é possível discutir a direção de um projétil em um arremesso 
utilizando os conceitos de trajetória e parábola (CORRÊA; FREIRE, 2004). Utilizando 
diferentes tipos de bola com pesos e tamanhos diferentes é possível discutir o efeito 
dessas características em diferentes velocidades (CORRÊA; FREIRE, 2004). 
 O aspecto procedimental é a capacidade de execução de um movimento 
utilizando a técnica e habilidades necessárias (CORRÊA; FREIRE, 2004). Geralmente 
para se ensinar um movimento de maneira adequada é necessário dividi-lo em fases 
para facilitar a execução e feedback para a correção. Em relação ao aspecto atitudinal o 
professor pode incentivar o aluno a utilizar os conceitos biomecânicos para melhorar a 
compreensão sobre o seu potencial motor de forma a motivá-lo a continuar praticando 
um determinado movimento (CORRÊA; FREIRE, 2004). 
 
Exemplo de abordagem da biomecânica em sala de aula 
 
O professor pode perguntar e sua sala de aula quem gosta e pratica futebol com 
frequência, em sequência atrelado com a própria matéria do futebol como as regras e as 
dimensões do campo, o professor pode trazer exemplos de jogadores famosos e analisar 
o movimento do chute de cada um (Figura 1.1), a posição que diferentes jogadores 
 
posicionam o pé de apoio próximo da bola, como é realizado a rotação de tronco, a força 
aplicada no chute e como a posição do pé ao chutar a bola pode influenciar na direção 
da bola para o seu objetivo como um passe ou um gol. 
 A partir deste exemplo, além de trabalhar os conceitos de regras da modalidade 
esportiva, os aspectos técnicos também estão sendo desenvolvidos, possibilitando 
ensinar para o aluno o movimento correto e justificando o porquê esse é um movimento 
correto. Através de uma atividade multidisciplinar entre o professor de educação física e 
de física, o professor de física pode relacionar os assuntos de força e velocidade em sua 
aula e continuar trabalhando essas propostas iniciadas na disciplina de educação física 
por meio de análises qualitativas e quantitativas. Como é a execução correta do 
movimento? Como é realizado o cálculo da força aplicada em uma bola de futebol? Qual 
é a velocidade e a trajetória que ela realiza para chegar no gol? Principalmente os alunos 
que gostam dessa temática irão se interessar um pouco mais a respeito da aula 
pensando em como podem melhorar o seu próprio desempenho. Corrêa e Freire (2004) 
abordam que atividades em conjunto de disciplinas diferentes podem auxiliar no 
processo de ensino e aprendizagem do aluno e deixam claro que não é função do 
professor de educação física ensinar os conteúdos e física e sim relacionar eles. 
 Exemplos similares poderiam ser o arremesso do basquete, o saque do vôlei e o 
arremesso no handebol. Contudo, o professor não deve se limitar apenas a movimentos 
realizados com esportes com bola. Outro exemplo interessante é explicar os planos e 
eixos em uma aula de dança e como ocorre movimentos rotacionaisem um movimento 
de giro. 
No conteúdo de atletismo podemos ensinar para os alunos técnicas mais 
eficientes para a realização de saltos verticais ou horizontais, devendo explicar qual 
técnica é mais apropriada para gerar mais força de impulsão e como amortecer o 
movimento para não gerar danos articulares. O professor pode realizar uma atividade de 
competição para motivar os alunos a aplicarem a técnica adequada para conseguir saltar 
mais alto ou mais distante. 
 
Figura 1.1. Chute do futebol 
 
 
Fonte: (SHUTTER: 757286815) 
 
Análises biomecânicas no contexto escolar 
 
 No ambiente escolar um professor não terá equipamentos para quantificar às 
forças envolvidas no movimento como uma plataforma de força ou um dinamômetro. 
Nesses casos podemos recorrer a estudos que investigaram essas variáveis 
principalmente em crianças em diferentes fases de crescimento, com esses dados 
podemos transferir o conhecimento para o dia a dia da sala de aula e ter mais respaldo 
científico na orientação de determinados movimentos, como por exemplo instruir de 
forma mais adequada a realização de um salto vertical. 
Melo et al. (2008) Analisou o salto vertical em crianças e encontrou que quanto 
mais avançado o estágio maturacional da criança mais coordenação corporal ela 
consegue aplicar para fazer movimentos com uma melhor execução técnica e melhor 
produção de força, podemos relacionar esse achado devido à melhor capacidade de 
 
utilizar o ciclo de alongamento e encurtamento das fibras musculares que irão 
proporcionar uma maior propulsão do salto vertical, esses feitos também podem estar 
relacionados com a maior quantidade de movimento articular que crianças em estágio 
maduro conseguem realizar (Figura 1.2). Os autores abordam os diferentes níveis de 
produção de força em crianças, mesmo sem um equipamento para medir forças um 
professor pode utilizar o software Kinovea® para mensurar os ângulos do quadril e joelho 
realizados pelos seus alunos. 
 
Figura 1.2. Resultados encontrados no estudo de Melo 
 
Fonte: Melo et al. (2008). 
 Na escola é comum o uso de mochilas pelos alunos e devido a variedade de 
disciplinas vários livros e cadernos devem ser carregados pelo aluno nos dias de aula, 
isso pode aumentar a sobrecarga de peso nas costas do aluno podendo afetar a sua 
coluna e padrões de marcha (Figura 1.3). Mota et al. (2002) investigou por meio da 
análise cinemática a marcha de crianças de 8 a 9 anos em duas situações: com e sem 
mochila. Os autores encontraram que o uso de mochila afetou a velocidade e cadência 
 
da marcha, além de afetar o ângulo de inclinação do tronco e do quadril. A sobrecarga 
imposta pela mochila aumenta o ângulo do quadril como resposta a uma compensação 
de peso na região do tronco (MOTA et al., 2002). Forjuoh et al. (2003) trazem em seu 
estudo que mochilas carregadas por crianças e adolescentes estão associadas a graves 
consequências de saúde como dores nas costas, má postura e alterações na marcha. 
Mackenzie et al. (2003) verificaram que o uso de mochilas pesadas pode levar a 
modificações posturais na coluna como hipercifose e escoliose. 
Figura 1.3. Sobrecarga nas costas devido ao uso de mochilas com muita carga 
 
Fonte: SHUTTER: 215850421. 
 Além da mochila sobrecarregar o tronco da criança outro parâmetro pode afetar a 
saúde da coluna da criança como a má postura em relação a cadeira e mesa durante o 
período de aula e possivelmente se a criança não atende uma postura adequada em 
sala de aula ela pode ficar na mesma posição errada em sala de aula (Figura 1.4). O 
professor de educação física pode auxiliar na correção da postura da criança através dos 
conceitos de ergonomia da biomecânica, explicando a sobrecarga na coluna vertebral 
devido a uma postura inadequada que pode acarretar em dores ao longo da vida criança 
e em alguns casos essas dores podem se manifestar durante a própria idade escolar. 
 
Essa preocupação é elucidada por Braccialli e Vilarta (2000) sugerindo que 
profissionais da educação devem ter treinamento e conhecimento teórico e prático sobre 
a estimulação de bons hábitos posturais. Ainhagne e Santhiago (2009) indicam um 
aumento crescente da preocupação em relação à postura das crianças em idade escolar 
devido a uma postura inadequada durante longos períodos no dia e essa analogia pode 
ser ampliada por semanas, meses e anos. Back (2006), sugere que é mais fácil ocorrer 
alterações posturais durante a infância, pois é um período desenvolvimento das 
estruturas anatômicas. Santos et al. (2009), corroboram com o estudo anterior indicando 
que a maioria dos vícios posturais ocorrem durante a infância e as consequências da má 
postura se manifestaram na vida adulta. 
Figura 1.4. Ergonomia é a postura correta para sentar em uma cadeira 
 
Fonte: (SHUTTER: 599602256). 
 Outra possibilidade de análise postural em crianças e adolescentes é a utilização 
de um posturógrafo que auxilia na identificação de desvios e assimetrias posturais nas 
crianças. Para facilitar a análise é necessário colocar algum tipo de marcação como uma 
fita em protuberâncias ósseas. Para se verificar determinados desvios posturais 
devemos utilizar o plano anatômico adequado. No plano coronal podemos utilizar pontos 
anatômicos específicos como por exemplo, a crista ilíaca (quadril), epicôndilo lateral 
 
(joelho) e maléolo lateral (tornozelo) associados às linhas horizontais e verticais do 
posturógrafo para identificar alguma irregularidade ou desvio postural (Figura 1.5). Note 
que no exemplo da figura 1.5 a criança está sem camiseta e sem calças isso proporciona 
uma melhor análise postural, porém os marcadores podem ser colocados por cima da 
roupa para evitar constrangimento da criança ou adolescente, desde que sejam 
posicionados de maneira correta e precisa, lembrando que a roupa pode influenciar na 
avaliação. 
No plano sagital podemos colocar um marcador com alguma elevação, por 
exemplo uma bolinha de isopor mais uma fita para fixação na articulação 
acromioclavicular, atrás da cabeça, vértebra cervical C7, vértebra torácica T10 e na 
vértebra lombar L5, com esses parâmetros é possível identificar algum princípio de 
lordose ou cifose acentuada. Com essas avaliações posturais, caso o professor encontre 
algum indício postural agravado é necessário comunicar a direção da escola para que a 
coordenação da escola entre em contato com os pais do aluno para contactar algum 
médico para investigar mais a fundo. 
 
Figura 1.5. Análise postural em crianças 
 
Fonte: (SHUTTER: 658975393). 
 Dagnese et al. (2013) descreve algumas atividades em seu estudo para estimular 
a discussão de fatores biomecânicos em atividades da educação física. Para os 
conceitos de vetores os autores sugerem a realização da atividade “cabo de guerra” 
(Figura 1.6). Nesta atividade dois grupos de alunos devem ser formados, ganha quem 
conseguir puxar um grupo em direção do seu lado. Caso a corda não se movimente o 
que acontece é a mesma força está sendo aplicada em direções opostas, para solucionar 
essa situação e para que um grupo se torne vitorioso é necessário aplicar mais força 
para que o vetor em uma direção fique maior que o outro ou reduzir o número de pessoas 
do outro lado, demonstrando que o grupo com mais pessoas em teoria irá conseguir 
produzir mais força, ou seja, terá um vetor de força maior em relação ao outro grupo. 
 
Figura 1.6. Conceitos de vetores durante a atividade “cabo de guerra” 
 
Fonte: (DAGNESE et al., 2013). 
 No âmbito da cinemática Dagnese et al. (2013) recomendam a utilização da 
gravação de movimentos por vídeo para discutir aspectos de movimento lineares e 
angulares. Os autores também trazem o exemplo do chute do futebol como já 
mencionado nesta unidade, a altura do chute da bola pode ser explorada de acordo com 
os ângulos iniciais do seu deslocamento e a sua relação como solo (Figura 1.7). No 
mesmo assuntode lançamento de objetos o professor também pode explorar aspectos 
do atletismo como o lançamento de disco e saltos, ilustrando para os seus alunos que 
diferentes ângulos de arremesso ou propulsão geram alturas e distâncias diferentes. 
 
Figura 1.7. Altura da bola referente ao seu ângulo de saída 
 
Fonte: (DAGNESE et al., 2013). 
 Dentro do assunto de atletismo também é possível realizar um trabalho 
multidisciplinar com os professores de física e de matemática da escola. Em uma 
distância conhecida é possível realizar corridas de velocidade entre os alunos, com 
diferentes alunos utilizando um cronômetro deverão marcar o tempo que um aluno leva 
para percorrer determinada distância, a partir desses valores em sala de aula é possível 
calcular a velocidade média que cada aluno atingiu através da equação: a velocidade é 
igual a distância percorrida dividida pelo tempo (DAGNESE et al., 2013). 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. ANÁLISE DO MOVIMENTO HUMANO NO ESPORTE 
 
 
 
Imagem do Tópico: SHUTTER (215158288). 
 
 Podemos caracterizar dois princípios básicos da biomecânica: o primeiro é como 
melhorar o desempenho de algum movimento e o segundo a prevenção de lesões 
(McGINNIS, 2015). No esporte é fundamental melhorar o desempenho dos atletas, 
porém nesse processo de treinamento é necessário realizar um processo de prevenção 
de lesões. Iremos apresentar para vocês alguns modelos de avaliação no esporte para 
que vocês tenham um parâmetro de referência para realizar análises de outras 
modalidades esportivas. 
 Para ficar mais claro e aplicável sem depender de equipamentos caros, será 
apresentado a análise dos movimentos com foco na abordagem qualitativa. Vamos 
retomar alguns conceitos. Para se analisar qualitativamente o movimento devemos 
realizar inicialmente quatro etapas descritas por McGinnis (2015). A primeira é a 
 
descrição, onde um modelo teórico do movimento a ser analisado deve ser descrito da 
forma mais correta possível, servirá como um gabarito para ser comparado com os 
movimentos realizados por um atleta ou praticante de alguma modalidade. Em segundo 
lugar é necessário observar como o atleta realiza o movimento e anotar cada detalhe da 
execução de um movimento. Em sequência será realizado uma avaliação do atleta 
comparando o movimento realizado por ele através da sua observação em comparação 
a técnica adequada, a partir disso avalie os erros que ele cometeu e como ele pode 
melhorar. Por fim, apresente um feedback ao seu atleta sobre os erros dele e indique 
através de uma instrução correta o que ele deve fazer para melhorar e corrigir os erros. 
 
Análise do forehand do tênis 
 
 No tênis um dos movimentos mais realizados é o movimento forehand que serve 
tanto para defesa quanto para o ataque na modalidade. Vamos considerar a execução 
do movimento de forma ofensiva onde o objetivo é realizar o ponto na quadra adversária 
(winner) e para que isso aconteça o jogador defensor não pode conseguir rebater a bola 
de maneira eficaz. 
 Como vimos, seguiremos as etapas para realizar uma análise qualitativa, 
partiremos do princípio que somos especialistas nessa modalidade e conhecemos o 
padrão correto de movimento. Vamos descrever então um modelo teórico adequado para 
a execução do forehand (Figura 2.1). Devemos destacar que o forehand é um movimento 
de cadeia aberta, isso quer dizer que vários outros fatores podem afetar na sua execução 
correta como a posição que o jogador está na quadra, a direção da bola, a velocidade 
da bola, se existe algum efeito rotacional na bola, distância do jogador defensor até a 
bola e o ponto de contato da bola com a cabeça da raquete. 
 Também existe a influência de forças externas como a gravidade, resistência do 
ar, superfície da quadra, ângulo e velocidade de contato da bola na quadra (lembrando 
que para rebater um forehand de maneira ideal é necessário que a bola quique uma vez 
sobre a quadra) e as características físicas do material que compõe a raquete. 
 Para executar o movimento de maneira o correta o jogador deve se antecipar e 
chegar antes da bola calculando a sua trajetória posicionando-se em frente da bola e 
 
preparando o seu momento de receptação, a perna contrária a raquete deve ser 
posicionada a frente e com o auxílio da rotação do quadril e do tronco a raquete que 
estava posicionada de forma posterior ao corpo deverá ser direcionada para frente ou 
em diagonal com a “palma da mão” voltada para frente (isso que caracteriza um 
forehand, realizar o movimento com o “dorso da mão” caracteriza um backhand) e de 
preferência com uma empunhada na base da raquete para proporcionar uma maior 
alavanca e aumentar a força de contato com a bola buscando um ataque em direção a 
quadra adversária. 
 
Figura 2.1. Modelo teórico do movimento forehand do tênis 
 
Fonte: (McGINNIS, 2015). 
 
 
 
 
Corrida de velocidade 
 
 A corrida é um movimento cíclico onde cada passada representa um ciclo, quando 
o pé esquerdo (ou direito) toca o solo (strike) o ciclo é iniciado e no momento que o pé 
oposto no caso o direito perde o contato com o solo (toe off) temos o final de um ciclo da 
passada. Não confunda passada com passo, o passo é o movimento de entrada e saída 
de apenas um pé. A passada é o ciclo completo onde um pé inicia o movimento com o 
contato com o solo e só será completado momentos antes do mesmo pé realizar um 
novo contato com o solo. 
 Para essa análise iremos adotar a corrida de velocidade de 100 metros do 
atletismo e iremos apresentar novamente um modelo teórico ideal (Figura 2.2). A corrida 
de 100 metros é composta por diferentes fases: a saída do bloco, fase de aceleração e 
a manutenção da velocidade (McGINNIS, 2015). Nesta análise iremos adotar apenas a 
manutenção da velocidade, para cada etapa deverá ser investigado e analisado os 
passos a seguir. 
 Em uma competição de 100 metros no atletismo ganha o atleta que percorrer a 
distância em menos tempo em relação aos seus adversários ou em caso de uma auto 
competição o atleta irá buscar atingir um tempo menor que a sua última corrida. O 
principal fator que irá determinar se um atleta ganha ou não uma prova é se a sua 
velocidade média é maior que a dos concorrentes. Nada adianta atingir uma velocidade 
muito alta e não conseguir sustentá-la, por isso analisaremos a velocidade média. 
 A velocidade média pode ser determinada por duas formas. O primeiro conceito 
é determinado pelo comprimento e frequência da passada. Qual é o tamanho da passada 
do atleta? Quantas vezes por minuto (uma prova de 100 metros acontece em 10 a 15 
segundos, mas para frequência da passada ou cadência é calculada em minutos) ele 
consegue repetir esse ciclo de passadas? E o segundo conceito é que para determinar 
a velocidade média devemos dividir a distância percorrida (no caso os 100 metros) pelo 
tempo que o atleta leva para percorrer essa distância. 
 Devemos retomar o conceito de centro de gravidade que é o ponto onde podemos 
considerar que é aplicado a ação da força de gravidade na pessoa, geralmente também 
é indicado por uma proporção da massa da pessoa indicando um estado de equilíbrio, 
 
quando esse ponto é deslocado para frente por exemplo todo o corpo será direcionado 
para frente e para que a pessoa não caia no chão um pé é levado a frente então ocorre 
o movimento do passo. Entendemos então que cada passo gera um processo de 
desequilíbrio e equilíbrio. 
 Outro conceito que deve ser abordado é que na marcha ou caminhada sempre 
um pé está em contato com o solo e durante a corrida existe uma fase área onde os dois 
pés perdem totalmente o contato com o solo indicando a fase de voo. 
 Trace uma linha perpendicular do centro de gravidade (CG) de uma pessoa 
(Geralmente está posicionado de forma anterior ao sacro) até o chão, para que a pessoa 
possa se movimentar ela deve se desequilibrar e se estabilizar mais à frente do próprio 
CG parabuscar novamente o equilíbrio, quando mais distante do CG o pé toca o solo 
após sair de uma fase voo maior será o impacto articular e poderá implicar na perda de 
energia para um próximo movimento. Cada vez que o pé toca ao solo ocorre uma força 
negativa de frenagem no corpo e cada vez que ocorre o fim de um passo temos a força 
positiva de propulsão. 
 Quanto maior é o comprimento do membro inferior (distância medida da crista 
ilíaca até o maléolo medial) maior será o comprimento da passada e em casos onde o 
comprimento dos membros inferiores é menor geralmente o atleta tem que compensar o 
comprimento da passada reduzindo com uma maior frequência da passada. Durante a 
fase de voo, onde os pés perdem o contato com o solo, o corpo pode sofrer redução de 
velocidade pela resistência do ar e dependendo da oscilação do CG pode afetar 
negativamente na velocidade do correr (Figura 2.3). A oscilação do centro de gravidade 
compreende na altura que o CG chega na fase de voo em comparação com a altura do 
CG na fase de contato com o solo, resumindo, quanto mais alto é o deslocamento do 
atleta mais tempo ele irá levará para chegar em uma nova frase de propulsão, assim 
perderá velocidade. 
 Na fase de contato com o solo os tornozelos, joelho e quadril devem realizar um 
movimento de flexão suficiente para reduzir os valores de impacto causados pela força 
de reação de solo, porém em contrapartida realizar movimentos ampliados de flexão e 
muito deslocamento vertical aumentam o tempo gasto durante a fase de apoio e também 
faz o atleta perder velocidade (McGINNIS, 2015). Como solução podemos indicar para o 
 
atleta o treinamento de pliometria, principalmente através de saltos será estimulado 
movimentos de encurtamento e alongamento rápidos das fibras musculares, melhorando 
o seu desempenho na corrida. 
 A flexão dos braços em sentido oposto à perna que está à frente do movimento 
atua para neutralizar rotações de tronco durante a corrida, a cada passo a energia 
produzida pelo movimento anterior deve ser otimizada e direcionada para a propulsão 
do movimento seguinte, quando ocorre muita rotação de tronco ocorre um 
armazenamento de energia no tronco e principalmente nos braços aumentando o 
cansaço e ocasionando em perda de energia. 
 Podemos observar que existem várias características do movimento envolvendo 
forças internas e externas que podem afetar o desempenho de um atleta de corrida de 
velocidade. Principalmente, quanto mais treinado é o atleta mais detalhado deve ser a 
sua avaliação para que seja possível maximizar os seus resultados. 
 
 
 
Figura 2.2. Modelo teórico da corrida de velocidade 
 
Fonte: (McGINNIS, 2015). 
 
Figura 2.3. Fase de voo da corrida, distância da fase de saída do pé em relação ao centro de 
gravidade 
 
 
Fonte: (McGINNIS, 2015). 
 
 
3. ANÁLISE DO MOVIMENTO DO CORPO HUMANO EM DIFERENTES FRENTES 
DO EXERCÍCIO FÍSICO 
 
 
Imagem do Tópico: SHUTTER: 200439491 
 
 Como já abordado, cada articulação tem uma capacidade diferente de gerar 
movimentos em um plano, eixo, direção e amplitude. Os principais movimentos que são 
realizados pelas articulações são: flexão, extensão, abdução, adução e rotação. Com a 
combinação desses movimentos em diferentes planos e eixos mais a contração muscular 
conseguimos realizar movimentos. Com o auxílio de um vídeo onde podemos rever o 
mesmo movimento várias vezes podemos extrair detalhes para deixar a análise do 
movimento mais completa. Uma forma eficiente para de avaliação é mapear a análise 
por meio de tabela que indique quais são as articulações principais que o movimento 
ocorre, quais são as fases do movimento, quais os movimentos articulares que estão 
sendo realizados e qual tipo de contração muscular está sendo realizada. Como 
exemplo, observe a tabela 3.1 descrevendo o movimento do supino reto com pegada 
aberta (McGINNIS, 2015). 
 
 
Supino Reto 
 
 Para uma pessoa executar o movimento do supino reto ela deverá deitar-se em 
um banco apoiando as costas, em sequência pegar a barra em pegada pronada flexionar 
os cotovelos até a barra se aproximar do músculo peitoral e empurrar o peso para cima 
com amplitude máxima dos cotovelos e ombros (FLOYD, 2016). 
 
Tabela 3.1. Análise do movimento supino reto com pegada aberta 
Articulação Fases do movimento Movimento articular Contração muscular 
Cotovelo Descida Flexão Excêntrica 
 Subida Extensão Concêntrica 
Ombro Descida Extensão horizontal Excêntrica 
 Subida Flexão horizontal Concêntrica 
Fonte: McGINNIS, 2015. 
 
Salto Vertical 
 
 O salto vertical é um movimento que está presente em diferentes exercícios como 
saltos no treinamento pliométrico e em modalidades esportivas como o basquete, vôlei, 
handebol e atletismo. Esse movimento consegue gerar força suficiente em direção ao 
solo que permite um deslocamento com uma fase de voo. O salto vertical pode ser 
dividido em três fases descritas por (McGINNIS, 2015) (Figura 3.1). 
 
Figura 3.1. Fases do salto vertical 
 
Fonte: McGINNIS, 2015. 
 
A primeira é a fase de descida, também chamado de fase de preparação, onde 
ocorre o acúmulo de energia potencial e o centro de gravidade diminui, o tornozelo, joelho 
e quadril realizam movimentos de flexão com ativação muscular excêntrica. A segunda 
fase é onde o corpo irá subir será denominado como fase de propulsão, os músculos 
principais envolvidos no movimento realizam contrações concêntricas e o quadril e joelho 
se estendem liberando a toda energia acumulada na fase de preparação direção ao solo, 
devido a força de reação o corpo terá força o suficiente para realizar uma fase de voo 
que é a última etapa do salto. A tabela 3.2 descreve os principais movimentos envolvidos 
durante o salto vertical. 
 
 
Tabela 3.2. Análise do movimento salto vertical 
Articulação Fases do movimento Movimento articular Contração muscular 
Tornozelo Descida Dorsiflexão Excêntrica 
 Subida Flexão plantar Concêntrica 
Joelho Descida Flexão Excêntrica 
 Subida Extensão Concêntrica 
Quadril Descida Flexão Excêntrica 
 Subida Extensão Concêntrica 
Ombro Descida Hiperextensão Concêntrica 
 Subida Flexão Concêntrica 
Fonte: McGINNIS, 2015. 
 
Tração na barra fixa 
 
 Uma pessoa segura uma barra fixa posicionada de forma horizontal de preferência 
em uma altura maior que a pessoa e nessa situação de análise será adotada a pegada 
pronada. A pessoa deve conseguir se pendurar na barra com o auxílio de um banco ou 
de um salto vertical e deverá iniciar o movimento com os cotovelos totalmente estendidos 
(Figura 3.2). O objetivo é tracionar o corpo para cima até que o queixo ultrapasse a barra 
e depois retornar a fase inicial. 
 
Tabela 3.3. Análise do movimento barra fixa 
Articulação Fases do movimento Movimento articular Contração muscular 
Punho e mão Descida Flexão palmar Concêntrica 
 Subida Flexão palmar Concêntrica 
Cotovelo Descida Extensão Excêntrica 
 Subida Flexão Concêntrica 
Ombro Descida Abdução Excêntrica 
 Subida Adução Concêntrica 
 
Fonte: FLOYD, 2016. 
 
Figura 3.2. Etapas da execução do movimento barra fixa 
. 
 
Fonte: SHUTTER: 1642300411. 
 
Remada 
 
 A remada é um movimento que ativa músculos e articulações do membro inferior 
e superior. É dividido em duas fases (Figura 3.3) na primeira fase os braços puxam a 
barra em direção do tronco e as pernas são estendidas pelo joelho e quadril. A segunda 
fase é o retorno da posição inicial com extensão dos braços e flexão de joelho e quadril. 
Na tabela 3.4 serão descritos os movimentos envolvidos para a realização da remada. 
 
 
Figura 3.3 Etapas da execução do movimento remada 
 
Fonte: SHUTTER: 1772110922 + 1772110943. 
 
Tabela 3.4. Análise do movimento salto vertical 
Articulação Fases do movimento Movimento articular Contração muscular 
Pé e Tornozelo Puxada Flexão plantar Concêntrica 
 Retorno Dorsiflexão Concêntrica 
Joelho Puxada ExtensãoConcêntrica 
 Retorno Flexão Excêntrica 
Quadril Puxada Extensão Concêntrica 
 Retorno Flexão Excêntrica 
Tronco Puxada Extensão Concêntrica 
 Retorno Flexão Excêntrica 
Ombro Puxada Extensão Concêntrica 
 Retorno Flexão Excêntrica 
Cotovelo Puxada Flexão Concêntrica 
 Retorno Extensão Excêntrica 
Punho e mão Puxada Flexão palmar Concêntrica 
 Retorno Flexão palmar Concêntrica 
Fonte: McGINNIS, 2015. 
 
 
 
 
 
 
 
 
SAIBA MAIS 
 
“A participação em atividades esportivas não garante o desenvolvimento suficiente dos 
grupos musculares. Além disso, a ênfase à cinesiologia mecânica é cada vez maior na 
educação física e no ensino das habilidades esportivas. Trata-se de algo desejável e que 
pode ajudar a gerar um desempenho mais hábil. Entretanto, é importante lembrar que os 
princípios mecânicos de pouco ou nada valerão para executantes sem a força e a 
resistência adequadas do sistema muscular, que se desenvolve mediante exercícios e 
atividades planejados”. 
 
Fonte: FLOYD, 2016. 
 
 
REFLITA 
 
“Não importa que você vá devagar, contanto que você não pare”. 
 
Fonte: Confúcio. 
 
#REFLITA# 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Nesta unidade aplicamos os conceitos que você aprendeu anteriormente a 
respeito das influências das variáveis físicas sobre o corpo humano. A principal 
informação que você tem que fixar é que o movimento humano é uma ação global, você 
tem que avaliar qual plano e eixo ocorre o movimento, quais articulações permitem a 
execução de determinado movimento e dentre as articulações quais amplitudes de 
movimento ela permite executar. 
 Além disso, temos os principais movimentos que o corpo consegue gerar como 
flexão, extensão, abdução, adução e rotação e cada ação irá movimentar ossos e 
músculos específicos para que o movimento aconteça. Compreender esses fatores 
facilitam o ensino correto de uma técnica através da correção técnica adequada e 
instruções que irão melhorar o desempenho do seu aluno ou atleta. 
 Foi demonstrado para você que é possível realizar análises biomecânicas em 
ambiente escolar através de adaptações e associação dos conteúdos com outras 
disciplinas da escola ou até mesmo como complemento de determinados assuntos. A 
aplicação de avaliações biomecânicas na escola pode motivar mais os alunos devido a 
transferência de informações para o seu cotidiano, caso ele pratique o movimento 
estudo, o próprio aluno irá observar a melhora do seu desempenho. Além de ser um 
momento de ensino dos movimentos que propiciam mais lesões quando executados de 
maneira incorreta e também como assunto de correção postural dos alunos, tema 
amplamente abordado pela literatura. 
 No esporte e em outros exercícios, aplicar os conceitos biomecânicos podem 
aumentar a performance do atleta corrigindo pontos falhos através de avaliações do 
movimento, além de prevenir lesões estimulando a execução correta dos movimentos. 
Você aprendeu que para analisar um movimento é necessário decompor essa ação em 
fases menores, com isso você poderá observar quais movimentos são realizados em 
cada plano, eixo, articulação e grupamentos musculares. 
 
 
 
 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
Sistemas de captura de movimento 
 
Os sistemas de captura de movimento são usados para registrar em formato 
digital os movimentos tridimensionais do corpo inteiro. Seus componentes típicos em 
geral incluem seis ou mais câmeras de vídeo, um sistema de marcadores e software e 
hardware específicos para transformar e organizar os dados a fim de produzir a 
representação digital do movimento. O corpo é modelado como um sistema de 
segmentos rígidos conectados pelas articulações. O conjunto de marcadores consiste 
em dois ou mais dispositivos de marcação fixados a cada segmento do corpo para 
identificar sua localização e orientação nas três dimensões. Alguns sistemas usam a 
captura de movimento adaptada com marcadores embutidos ou com sensores inerciais; 
outros exigem que os marcadores sejam colocados no sujeito. Em geral, os conjuntos 
para o corpo inteiro consistem em mais de 50 marcadores. Os avanços recentes nos 
softwares de reconhecimento da imagem têm levado ao desenvolvimento de sistemas 
óticos de captura de movimento sem marcadores, os quais usam um avançado programa 
de reconhecimento para localizar diretamente os segmentos anatômicos e os centros 
articulares na imagem do vídeo. 
Apesar de caros, os sistemas de captura de movimento tridimensionais podem 
ser usados no esporte e no exercício. Eles são preferencialmente usados em laboratórios 
de análise clínica da marcha e em ambientes de pesquisa. A indústria do entretenimento 
é a que mais usa esses sistemas. Por exemplo, o dispositivo de jogo do Kinect para o 
Xbox consiste em um simples sistema de captura de movimento que não é muito caro. 
Ele usa múltiplos sensores óticos para detectar, capturar e interpretar os movimentos de 
um ou mais jogadores, os quais podem controlar o jogo com seus movimentos e gestos. 
Nenhum controlador externo de jogo é necessário. 
 Os sistemas de captura mais complexos e caros são usados para registrar o 
movimento de atletas e atores. Os movimentos de atletas profissionais capturados têm 
sido usados para aumentar o nível de realidade de muitos jogos de videogame e 
aplicativos relacionados a esportes. Os movimentos e os gestos de atores têm sido 
capturados por meio dessa tecnologia para modelar as ações de personagens digitais 
 
em filmes, programas de televisão, comerciais e vídeos musicais desde o final da década 
de 1990. Os personagens Na'vi do filme Avatar, de 2009, foram criados usando tal 
tecnologia. No Oscar de 2005, o prêmio para realização técnica foi para Julian Morris, 
Michael Byrch, Paul Smyth e Paul Tate pelo desenvolvimento dos sistemas de captura 
da Vicon; para John O. B. Greaves, Ned Phipps, Ton J. van den Bogert e William Hays 
pelo desenvolvimento dos sistemas de captura de movimento da Motion Analysis; e para 
Nels Madson, Vaughn Cato, Matthew Madden e Bill Lorton pelo desenvolvimento do 
sistema de captura de movimento da Giant Studios. Os sistemas da Vicon e da Motion 
Analysis foram originalmente desenvolvidos na década de 1980 para uso na 
biomecânica. 
 
Fonte: (McGINNIS, 2015). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LIVRO 
 
• Título: Biomecânica do Esporte e do Exercício – 3º edição 
• Autor: Peter M. McGinnis 
• Editora: Artmed 
• Sinopse: Biomecânica do esporte e do exercício, 3ª edição, destaca-se por abordar o 
assunto de forma clara e objetiva, facilitando o aprendizado. Além disso, para uma visão 
mais completa do tema, foram reunidos exemplos e aplicações tanto relativos a esportes 
ou exercícios como também exemplos clínicos e de atividades do movimento humano 
no dia a dia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FILME/VÍDEO 
 
• Título: Desafiando Gigantes 
• Ano: 2006. 
•Sinopse: O treinador de futebol Grant Taylor está com problemas pessoais, enfrentando 
os pais que querem forçar a escola a substituí-lo. Seguindo a mensagem de um visitante, 
tenta inspirar a equipe a usar a fé para vencer obstáculos. 
 
 
 
WEB 
 
• Apresentação do link: Aula extra discutindo a aplicação de variáveis físicas no esporte. 
• Link do site: https://www.youtube.com/watch?v=WaUD-nSgFpg&t=1226s 
 
 
REFERÊNCIAS 
AINHAGNE, M; SANTHIAGO, V. Cadeira de mochilas escolares no processo de 
desenvolvimento da má postura e possíveis deformidades em crianças de 8-11 anos. 
Colloquium Vitae, v.01, n.01, p. 01-07, 2009. 
BACK, C.M. Fisioterapia na escola: avaliação postural [Monografia]. Santa 
Catarina: Universidade do Sul de Santa Catarina, 2006. 
BRACCIALLI, L.M.P; VILARTA, R. Aspectos a serem considerados na elaboração de 
programas de prevenção e orientação de problemas posturais. Revista Paulista de 
Educação Física, v.02, n.14, p. 159-171, jul/dez. 2000. 
CORRÊA, S.C.; FREIRE, E. S. Biomecânicae educação física escolar: possibilidades 
de aproximação. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, v.3, n.3, p. 107-
123, 2004 
DAGNESE, F., et al. A biomecânica na Educação Física escolar: adaptação e 
aplicabilidade. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v.21, n.3, p.180-188, 
2013. 
FLOYD, R.T. Manual de cinesiologia estrutural. Manole, 2016. 
FORJUOH, S, et al. Percentage of body weight carried by students in their school 
backpacks. American Journal of Physical Medicine & rehabilitation, v.82, n. 4, p. 
261-266, 2003. 
MACKENZIE, W. G et al. Backpacks in Children. Clinical Orthopedics and related 
research, n. 409, p. 78-84, 2003. 
McGINNIS, P.M. Biomecânica do esporte e do exercício. Artmed, 2015. 
MELO, S. I. L. et al. Desempenho motor de crianças de diferentes estágios 
maturacionais: análise biomecânica. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 
v. 8, n. 1, p. 58-67, 2008. 
MOTA, C. B. et. al. Análise cinemática do andar de crianças transportando mochilas. 
Revista Brasileira de Biomecânica, v. 3, n. 4, p. 15-20, 2002. 
SANTOS, C.I.S., et al. Ocorrência de desvios posturais em escolares do ensino público 
fundamental de Jaguariúna. Revista Paulista de Pediatria, São Paulo, 2009. 
 
CONCLUSÃO GERAL 
 
Prezado(a) aluno(a), 
 
 Com o término da disciplina de Biomecânica e Cinesiologia você aprendeu a 
principal diferença conceitual entre os dois termos e as suas formas de avaliação. 
Aprendendo os conceitos básicos e aspectos históricos, você iniciou um processo de 
compreensão mais amplo a respeito do movimento humano. A partir de agora, tente 
pensar criticamente toda vez que for necessário corrigir um movimento, pense nas 
possibilidades de correção e melhora de um movimento como a resolução de um 
problema e elabore formas criativas para a sua solução. Como você viu a respeito dos 
campos de atuação da Biomecânica e Cinesiologia, você deve compreender a teoria, 
mas a forma de aplicação depende de você. 
 Você também aprendeu a identificar os planos e eixos que um movimento ocorre 
e a descrição correta da posição de um segmento corporal no espaço. Por exemplo, para 
observar o movimento “rosca direta” da musculação o avaliador deve estar posicionado 
de forma lateral ao avaliado já que o movimento ocorre no plano sagital. Além disso, 
você também aprendeu que existem movimentos lineares e angulares e que diferentes 
ações da física podem influenciar o resultado de um movimento, sendo pela força 
aplicada, velocidade imposta, torque realizado ou a direção de um vetor. 
 A importância destas variáveis físicas é aplicada em nosso sistema locomotor, 
composto pelo sistema esquelético e muscular. Os ossos se desenvolvem a partir de 
vetores de força aplicados sobre eles, o torque ocorre em uma articulação para que ela 
possa aproximar ossos adjacentes, mas o que gera força e permite que os processos 
anteriores ocorram é a contração das fibras musculares, com todos esses sistemas 
funcionando em harmonia temos a execução de um movimento humano. Lembre-se 
também que as mesmas forças que possibilitam a ação de algo e o seu desenvolvimento 
também é responsável por um processo de lesão. 
Com o conhecimento adquirido em cada unidade você pode verificar como a física 
está relacionada com as estruturas anatômicas e, por fim, possibilitando a realização de 
movimentos. Com estes mesmos conceitos que você aprendeu, foi apresentado como 
são realizados análises qualitativas e quantitativas e os seus diferentes procedimentos 
metodológicos. 
A partir de agora depende de você! Você mesmo(a) deve realizar as suas próprias 
análises de movimento e continuar estudando e aprimorando para que possa garantir o 
melhor desempenho e prevenir lesões em seu aluno.

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