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Amamentação e complicações

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NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 1 
 
 
 
 
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO 
- A fisiologia mamária está relacionada com a esfera neuroendócrina e pode ser dividida em 3 processos: 
 Mamogênese  o desenvolvimento da glândula mamária 
 Lactogênese  o início da lactação 
 Lactopoese  a manutenção da lactação 
MAMOGÊNESE: 
ANATOMIA: 
- A unidade morfofuncional das mamas é o ácino mamário, forrado 
por camada única de células epiteliais secretoras de leite 
- Cada ácino está envolvido por células mioepiteliais e rede capilar 
encorpada 
- Células contráteis musculares abraçam os canais intralobulares 
que se relacionam com o lúmen dos ácinos e alcançam o mamilo 
pelos canais galactóforos 
- O desenvolvimento da glândula mamária inicia-se com a 
puberdade e termina com o climatério ou com a castração 
- Na gravidez, o crescimento é acelerado 
ESTEROIDES SEXUAIS: 
- Na menácma, os esteroides sexuais ovarianos exercem, por meio dos estrogênios, efeitos proliferativos 
nos canais mamários, enquanto a progesterona, em atuação conjunta, produz o crescimento e a expansão 
dos ácinos 
COMPLEXO LACTOGÊNICO: 
- A diferenciação completa do tecido funcional da mama requer, além dos esteroides sexuais, a participação 
de diversos outros hormônios que constituem o complexo lactogênico: 
 Prolactina 
 GH 
 Cortisol 
 Secundariamente, tireoxina e insulina 
GESTAÇÃO: 
- Com a produção acentuada de estrogênios e de progesterona, acentua-se o crescimento das estruturas 
glandulares e mamárias 
- A elevação dos níveis de PRL na gravidez ocorre devido a hiperplasia e da hipertrofia das células 
lactóforas situadas na adeno-hipófise 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 2 
 
 
LACTOGÊNESE: 
- Durante os primeiros 2 dias do pós-parto há poucas transformações nas mamas 
- É possível observar secreção de colostro, substância amarelada já existente na gravidez, com grande 
concentração de proteínas, anticorpos e células tímicas, que ajudam a imunizar o bebê contra infecções, 
particularmente GI 
- Pelo 3º dia de pós-parto ocorre aumento na consistência das mamas, que se tornam pesadas, congestas e 
dolorosas. Algumas pacientes chegam a referir a sensação de “formigamento”. É a “subida do leite”, ou 
apojadura. O aumento do fluxo sanguíneo local e a intensificação dos fenômenos secretórios produzem 
calor na região, que pode ser confundido com elevação térmica patológica (“febre do leite”) 
- O leite materno é constituído por protepinas, carboidratos, lipídios, sais minerais e vitaminas 
- A lactogênese é considerada o início da produção láctea, que não ocorre na gravidez em função do efeito 
inibitório da progesterona, que impede a atuação da PRL nos seus receptores nas células mamárias. Após o 
parto, com o declínio acentuado dos esteroides ovarianos placentários, desaparecem os efeitos inibidores 
sobre os receptores de PRL, que se constitui como o principal hormônio da lactogênese 
- A produção láctea adequada pressupõe que a glândula mamária esteja plenamente desenvolvida, sendo 
relevante a contribuição de outros hormônios, como insulina, corticoides, tireoxina 
- Os mecanismos neuroendócrinos envolvidos na lactação são complexos. A progesterona, o estrogênio e o 
lactogênio placentário humano (hPL), assim como a PRL, o cortisol, a tireoxina e a insulina, agem em 
conjunto para estimular o crescimento e o desenvolvimento do aparelho lácteo secretor da glândula 
mamária 
- Após o parto há queda abrupta e profunda dos níveis de progesterona e de estrogênio, o que remove a 
influência inibitória da progesterona na produção da lactalbumina-α pelo retículo endoplasmático, 
promovendo a ação da PRL. O aumento da lactalbumina-α estimula a secreção da lactose láctea 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 3 
 
LACTOPOESE: 
- Iniciada a lactação (lactogênese), ela é mantida (lactopoese) 
pela existência do reflexo neuroendócrino da sucção do 
mamilo pelo lactente, que age no eixo hipotalâmico-hipofisário 
e culmina por determinar a liberação de PRL (aumento dos 
níveis de 6-9x) e de ocitocina 
- O ato da sucção por via medular inibe a dopamina 
hipotalâmica, aqui chamada PIF, promovendo, em última 
análise, a liberação da PRL 
- A PRL mantém a secreção láctea (proteínas, caseína, ácidos 
graxos, lactose) e a ocitocina age nas células mioepiteliais e 
musculares situadas, respectivamente, ao redor dos ácinos e dos canais intralobulares e determina a 
contração deles com a consequente ejeção láctea 
- A solicitação repetida do mamilo, com o esvaziamento continuado dos ácinos, resulta em intensificação da 
produção de leite 
- A intensidade e a duração da lactação são controladas, em parte, pelo estímulo repetitivo da amamentação 
- A PRL é essencial para a lactação. Embora, após o parto, a PRL plasmática caia a níveis inferiores aos da 
gravidez, cada ato de sucção do mamilo estimula a sua produção. Provavelmente o estímulo do mamilo 
refreia a PIF hipotalâmica, possibilitando o aumento da secreção de PRL 
- A neuro-hipófise também secreta ocitocina em pulsos. Isso estimula a ejeção do leite ao causar a 
contração das células mioepiteliais do alvéolo mamário 
- O leite é produzido no intervalo das mamadas, de forma a ficar armazenado na glândula mamária 
- Na 1ª semana pós-parto (colostro), após a secreção da glândula mamária, segue-se um “leite de 
transição”, por 2 a 3 semanas, para, finalmente, surgir o “leite maduro”, definitivo 
- Metade do conteúdo proteico elevado do colostro é composto de globulinas, que parecem idênticas às 
gamaglobulinas do plasma. Por esse meio, há proteção imunológica pós-natal, posto que anticorpos 
maternos assim veiculados são absorvidos no intestino sem digestão (presença de inibidor da tripsina). Os 
corpúsculos de Donné, compostos de leucócitos, histiócitos, linfócitos e células epiteliais descamados, são 
típicos do colostro 
PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DO ALEITAMENTO MATERNO PARA O BINÔMIO MÃE-FILHO 
EVITA MORTES INFANTIS: 
- Graças aos inúmeros fatores existentes no leite materno que protegem contra infecções, ocorrem menos 
mortes entre as crianças amamentadas 
- A proteção do leite materno contra mortes infantis é maior quanto menor é a criança 
- Enquanto a proteção contra mortes por diarreia diminui com a idade, a proteção contra mortes por 
infecções respiratórias se mantém constante nos primeiros 2 anos de vida 
- A amamentação previne mais mortes entre as crianças de menor nível socioeconômico 
 
 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 4 
 
EVITA DIARREIA: 
- Além de evitar a diarreia, a amamentação também exerce influência na gravidade dessa doença. Crianças 
não amamentadas têm um risco três vezes maior de desidratarem e de morrerem por diarreia quando 
comparadas com as amamentadas 
- Essa proteção pode diminuir quando o aleitamento materno deixa de ser exclusivo 
- Oferecer à criança amamentada águas ou chás pode dobrar o risco de diarreia nos primeiros 6 meses 
EVITA INFECÇÃO RESPIRATÓRIA: 
- A proteção é maior quando a amamentação é exclusiva nos primeiros 6 meses 
- O AM também previne otites 
- A amamentação diminui a gravidade dos episódios de infecção respiratória 
DIMINUI O RISCO DE ALERGIAS: 
- Amamentação exclusiva nos primeiros meses de vida diminui o risco de alergia à proteína do leite de vaca, 
de dermatite atópica e de outros tipos de alergias, incluindo asma e sibilos recorrentes 
- A exposição a pequenas doses de leite de vaca nos primeiros dias de vida parece aumentar o risco de 
alergia ao leite de vaca 
DIMINUI O RISCO DE HIPERTENSÃO, COLESTEROL ALTO E DIABETES 
- Não só o indivíduo que é amamentado adquire proteção contra diabetes, mas também a mulher que 
amamenta 
- Atribui-se essa proteção a uma melhor homeostase da glicose em mulheres que amamentam 
REDUZ A CHANCE DE OBESIDADE: 
- É possível que haja uma relação dose/resposta com a duração do aleitamento materno, ou seja, quanto 
maior o tempo em que o indivíduo foi amamentado,menor será a chance de ele vir a apresentar sobrepeso/ 
obesidade 
- Entre os possíveis mecanismos implicados a essa proteção, encontram-se um melhor desenvolvimento da 
auto-regulação de ingestão de alimentos das crianças amamentadas e a composição única do leite materno 
participando no processo de “programação metabólica”, alterando, por exemplo, o número e/ou tamanho 
das células gordurosas ou induzindo o fenômeno de diferenciação metabólica 
MELHOR NUTRIÇÃO: 
- O leite materno contém todos os nutrientes essenciais para o crescimento e o desenvolvimento ótimos da 
criança pequena, além de ser mais bem digerido, quando comparado com leites de outras espécies 
- O leite materno é capaz de suprir sozinho as necessidades nutricionais da criança nos primeiros 6 meses, 
e continua sendo uma importante fonte de nutrientes no 2º ano de vida, especialmente proteínas, gorduras e 
vitaminas 
EFEITO POSITIVO NA INTELIGÊNCIA: 
- O aleitamento materno contribui para um melhor desenvolvimento cognitivo 
 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 5 
 
MELHOR DESENVOLVIMENTO DA CAVIDADE BUCAL: 
- O exercício que a criança faz para retirar o leite da mama é importante para o desenvolvimento adequado 
da cavidade oral, propiciando uma melhor conformação do palato duro, o que é fundamental para o 
alinhamento correto dos dentes e uma boa oclusão dentária 
PROTEÇÃO CONTRA CÂNCER DE MAMA: 
- Redução na prevalência 
- Essa proteção independe de idade, etnia, paridade e presença dou não de menopausa 
EVITA NOVA GRAVIDEZ: 
- O AM é um excelente método anticoncepcional nos primeiros 6 meses após o parto, desde que a mãe 
esteja amamentando exclusiva ou predominantemente e ainda não tenha menstruado 
OUTRAS POSSÍVEIS VANTAGENS PARA AS MULHERES: 
- Além da proteção contra CA de mama e DM tipo 2, tem sido atribuído ao AM proteção contra as seguintes 
doenças na mulher que amamenta: 
 CA de ovário e de útero 
 Hipercolesterolemia 
 Hipertensão 
 Doença coronariana 
 Obesidade 
 Doença metabólica 
 Osteoporose e fratura 
de quadril 
 Artrite reumatoide 
 Depressão pós-parto 
 Diminuição do risco de 
recaída de esclerose 
múltipla pós-parto 
MENORES CUSTOS FINANCEIROS: 
- Dependendo do tipo de fórmula, seria muito caro, além dos gastos com mamadeiras, bicos e gás de 
cozinha 
- Deve-se acrescentar eventuais gastos decorrentes de doenças, que são mais comuns em crianças não 
amamentadas 
PROMOÇÃO DO VÍNCULO AFETIVO ENTRE MÃE E FILHO: 
- A amamentação traz benefícios psicológicos para a criança e para a mãe 
- A amamentação é uma forma especial de comunicação entre a mãe e o bebê e uma oportunidade de a 
criança aprender muito cedo a se comunicar com afeto e confiança 
MELHOR QUALIDADE DE VIDA: 
- O AM pode melhorar a qualidade de vida das famílias, visto que as crianças amamentadas adoecem 
menos, necessitam de menos atendimento médico, hospitalizações e medicamentos, o que pode implicar 
menos faltas ao trabalho dos pais, bem como menos gastos e situações estressantes 
SITUAÇÕES QUE CONTRAINDICAM A AMAMENTAÇÃO 
SITUAÇÕES QUE O ALEITAMENTO MATERNO NÃO DEVE SER RECOMENDADO: 
 Mães infectadas pelo HIV, HTLV1 e HTLV2 
 Uso de medicamento incompatíveis com a amamentação 
 Criança portadora de galactosemia 
 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 6 
 
- Medicamentos que contraindicam aleitamento materno: 
 Amiodarona 
 Androgênios 
 Antireoidianos (Exceto 
propiltiouracila) 
 Antimetabólitos 
 Fenindiona 
 Brometos 
 Contraceptivos 
hormonais combinados 
 Sais de ouro 
 Tetraciclina 
 Cloranfenicol 
 Primidona 
 Preparações 
radioativas (apenas 
temporariamente) 
SITUAÇÕES QUE SE RECOMENDA A INTERRUPÇÃO TEMPORÁRIA DA AMAMENTAÇÃO 
 Infecção herpética, quando há vesículas localizadas na pele da mama (a amamentação deve ser 
mantida na mama sadia) 
 
 Varicela  se a mãe apresentar vesículas na pele 5 dias antes do parto ou até 2 dias após o parto, 
recomenda-se o isolamento da mãe até que as lesões adquiram a forma de crosta. A criança deve 
receber Imunoglobulina Humana Antivaricela Zoster (Ighavz), disponível nos Centros de Referência 
de Imunobiológicos Especiais (CRIES) que deve ser administrada em até 96 horas do nascimento, 
aplicada o mais precocemente possível 
 
 Doença de Chagas, na fase aguda da doença ou quando houver sangramento mamilar evidente 
 
 Consumo de drogas 
 
SITUAÇÕES QUE O ALEITAMENTO MATERNO NÃO DEVE SER CONTRAINDICADO: 
 Tuberculose  recomenda-se que as mães não tratadas ou ainda bacilíferas (2 primeiras semanas 
após início do tratamento) amamentem com o uso de máscaras e restrinjam o contato próximo com a 
criança por causa da transmissão potencial por meio das gotículas do trato respiratório. Nesse caso, 
o RN deve receber isoniazida na dose de 10 mg/kg/dia por 3 meses. Após esse período, deve-se 
fazer teste tuberculínico (PPD): se reator, a doença deve ser pesquisada, especialmente em relação 
ao acometimento pulmonar; se a criança tiver contraído a doença, a terapêutica deve ser reavaliada; 
em caso contrário, deve-se manter isoniazida por + 3 meses; e, se o teste tuberculínico for não 
reator, pode-se suspender a medicação, e a criança deve receber a vacina BCG 
 
 Hanseníase  por se tratar de doença cuja transmissão depende de contato prolongado da criança 
com a mãe sem tratamento, e considerando que a 1ª dose de rifampicina é suficiente para que a 
mãe não seja mais bacilífera, deve-se manter a amamentação e iniciar tratamento da mãe 
 
 Hepatite B  a vacina e a administração de imunoglobulina específica (HBIG) após o nascimento 
praticamente eliminam qualquer risco teórico de transmissão da doença via leite materno 
 
 
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 Hepatite C  a prevenção de fissuras mamilares em lactantes HCV positivas é importante, uma vez 
que não se sabe se o contato da criança com sangue materno favorece a transmissão da doença 
 
 Dengue  não há contraindicação da amamentação em mães que contraem dengue, pois há no 
leite materno um fator antidengue que protege a criança 
 
 Consumo de cigarros  acredita-se que os benefícios do leite materno para a criança superem os 
possíveis malefícios da exposição à nicotina via leite materno. Por isso, o cigarro não é uma 
contraindicação à amamentação. No aconselhamento, o profissional deve alertar sobre os possíveis 
efeitos deletérios do cigarro para o desenvolvimento da criança, e a eventual diminuição da produção 
e da ejeção do leite. Para minimizar os efeitos do cigarro para a criança, as mulheres que não 
conseguirem parar de fumar devem ser orientadas a reduzirem o máximo possível o número de 
cigarros (se não possível a cessação do tabagismo, procurar fumar após as mamadas) e a não 
fumarem no ambiente em que a criança se encontra 
 
 Consumo de álcool  assim como para o fumo, deve-se desestimular as mulheres que estão 
amamentando a ingerirem álcool. A ingestão de doses iguais ou maiores que 0,3g/kg de peso pode 
reduzir a produção láctea. O álcool pode modificar o odor e o sabor do leite materno levando a 
recusa do mesmo pelo lactente 
PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE COLOSTRO E LEITE MADURO 
- Nos primeiros dias, o leite materno é chamado colostro, que contém mais proteínas e menos gorduras do 
que o leite maduro, ou seja, o leite secretado a partir do 7º-10º dia pós-parto 
- O leite de mães de RN prematuros é diferente do de mães de bebês a termo 
 
- O colostro apresenta menos calorias, lipídios e lactose do que o leite maduro e mais proteínas 
- A concentração de gordura no leite aumenta no decorrer de uma mamada. Assim, o leite do final da 
mamada (chamado leite posterior) é mais rico em energia (Calorias) e sacia melhor a criança, daí a 
importância de a criança esvaziar bem a mama 
COLOSTRO: 
 As vitaminas lipossolúveis A, E e carotenoides estão presentes em alta concentração e são 
responsáveis pela cor amarelada do colostro 
 Temmaiores concentrações de Na, K, Cl e zinco 
 Tem menores quantidades de vitaminas do complexo B 
 As concentrações de imunoglobulinas são altíssimas, principalmente a IgAS e sofrem queda 
acentuada do 1º-3º dia de lactação, mas a quantidade se mantem alta, essa composição confere 
proteção contra bactérias e vírus que estão presentes no canal de parto 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 8 
 
 O colostro tem atividade antinflamatória, pois interfere nas atividades enzimáticas dos leucócitos 
polimorfonucleares 
 Contém MAIS proteínas (3x) com predominância de imunoglobulinas, de lactoferrina, linfócitos e 
macrófagos, que vão transmitir imunidade 
 Tem MENOS gordura 
 Tem MENOS lactose 
 Tem MENOS calorias 
 Rico em anticorpos e fatores imunológicos 
VITAMINA QUE NÃO ESTÁ PRESENTE NO LEITE MATERNO 
- O conteúdo vitamínico do leite humano é afetado por vários fatores, dos quais o mais importante é o 
estado nutricional materno 
- Os RN de termo, de mães eutróficas e com dieta adequada, parecem possuir, ao nascimento, reservas 
suficientes de vitaminas, com possível exceção da vitamina K 
- As vitaminas A e do complexo B variam com a ingestão materna. A concentração das vitaminas 
hidrossolúveis sofre variação de acordo com o estágio da lactação, sendo menor no colostro do que no leite 
maduro 
- Em relação às vitaminas lipossolúveis, o conteúdo alto de vitamina A é importante, pois o RN nasce com 
baixa reserva hepática dessa vitamina 
- O leite humano tem pouca vitamina D, mas altamente biodisponível 
- Todas as vitaminas estão em quantidade suficiente para atender as necessidades do lactente, com 
exceção da vit D; apesar de ele poder ser conseguido pelos raios solares, trabalhos mostram que a lactose 
exerce um efeito sinérgico sobre o metabolismo de cálcil e vit D. Bebês devem receber suplementos ou 
serem expostos à luz solar 
COMO INIBIR A LACTAÇÃO 
- As medidas adequadas são: 
 Mamas suspensas por sutiãs ajustados, durante 3-10 dias 
 Bolsa de gelo por 10 min,4/dia 
 Não possibilitar a sucção pelo RN ou a expressão dos mamilos 
 Utilização de cabergolina 
1. Inibição da lactação  dose única de 1mg (2 comprimidos de 0,5mg), VO, no 1º dia do pós-
parto 
2. Suspensão da lactação  0,25mg (1 comprimido de 0,25mg) 2/dia, VO, por 2 dias 
PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES E DESAFIOS EXISTENTES NA AMAMENTAÇÃO: 
MASTITE: 
- É um processo inflamatório de um ou mais segmentos da mama, geralmente unilateral, que pode progredir 
ou não para uma infecção bacteriana 
- Ocorre mais comumente na 2ª e 3ª semanas após o parto, mas pode ocorrer em qualquer período da 
amamentação 
- A estase do leite é o evento inicial da mastite e o aumento da pressão intraductal causado por ela leva ao 
achatamento das células alveolares e formação de espaços entre as células. Por esse espaço passam 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 9 
 
alguns componentes do plasma para o leite e desse para o tecido intersticial da mama, causando uma 
resposta inflamatória 
- O leite acumulado, a resposta inflamatória e o dano tecidual resultante favorecem a instalação da infecção, 
comumente pelo Staphylococcus (aureus e albus) e ocasionalmente pela Escherichia coli e Streptococcus 
(α-,β- e não hemolítico), sendo as lesões mamilares, na maioria das vezes, a porta de entrada da bactéria 
- Qualquer fator que favoreça a estagnação do leite materno predispõe ao aparecimento de mastite, 
incluindo mamadas com horários regulares, redução súbita no número de mamadas, longo período de sono 
do bebê à noite, uso de chupetas ou mamadeiras, não esvaziamento completo das mamas, freio de língua 
curto, criança com sucção fraca, produção excessiva de leite, separação entre mãe e bebê e desmame 
abrupto 
- Quando há infecção, costuma haver mal-estar importante, febre alta (acima de 38°C) e calafrios 
- O sabor do leite materno costuma se alterar nas mastites, se tornando mais salgado devido ao aumento 
dos níveis de sódio e diminuição dos níveis de lactose, o que pode levar a rejeição do leite pela criança 
- A produção do leite pode ser afetada na mama comprometida, com diminuição do volume secretado 
durante o quadro clínico, devido à diminuição da sucção da criança na mama afetada, diminuição das 
concentrações de lactose ou dano do tecido alveolar 
- Tratamento: 
 Identificação e tratamento da causa que provocou a estagnação do leite 
 Esvaziamento adequado da mama 
 Antibioticoterapia  indicada quando houver sintomas graves desde o início do quadro, fissura 
mamilar e ausência de melhora dos sintomas após 12–24 horas da remoção efetiva do leite 
acumulado. As opções são: cefalexina 500 mg, por via oral, de seis em seis horas; amoxicilina 500 
mg ou amoxicilina associada ao ácido clavulânico (500 mg/125 mg), por via oral, de oito em oito 
horas. Na presença de cepas de S. aureus meticilina-resistentes tem sido recomendado o uso da 
vancomicina. Em mulheres alérgicas aos antibióticos betalactâmicos (penicilinas e cefalosporinas), 
está indicada a eritromicina 500 mg, por via oral, de seis em seis horas. Os antibióticos devem ser 
utilizados por, no mínimo, 10 dias, pois tratamentos mais curtos apresentam alta incidência de 
recorrência 
 Suporte emocional 
 Repouso da mãe no leito, analgésicos ou AINEs, como ibuprofeno, líquidos abundantes, iniciar a 
amamentação na mama não afetada e usar sutiã bem firme 
INGURGITAMENTO MAMÁRIO 
- Há 3 componentes básicos: 
1. Congestão/aumento da vascularização da mama 
2. Retenção de leite nos alvéolos 
3. Edema decorrente da congestão e obstrução da drenagem do sistema linfático 
- Há compressão dos ductos lactíferos, o que dificulta ou impede a saída do leite dos alvéolos 
- Não havendo alívio, a produção do leite pode ser interrompida, com posterior reabsorção do leite 
represado 
- O leite acumulado na mama sob pressão se torna mais viscoso, daí a origem do termo “leite empedrado” 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 10 
 
- No ingurgitamento patológico, a mama fica excessivamente distendida, o que causa grande desconforto, 
as vezes acompanhado de febre e mal estar. Pode haver áreas difusas avermelhadas, edemaciadas e 
brilhantes 
- Os mamilos ficam achatados, dificultando a pega do bebê, e o lei não flui com facilidade 
MAMILOS PLANOS OU INVERTIDOS 
- Mamilos planos ou invertidos podem dificultar o início da amamentação, mas não necessariamente a 
impedem, pois o bebê faz o “bico” com a aréola 
- Para fazer o diagnóstico de mamilos invertidos, pressiona-se a aréola entre o polegar e o dedo indicador: 
se o mamilo for invertido, ele se retrai; caso contrário, não é mamilo invertido 
- Para uma mãe com mamilos planos ou invertidos amamentar com sucesso, é fundamental que ela receba 
ajuda logo após o nascimento do bebê, que consiste em: 
 Promover a confiança e emponderar a mãe 
 Ajudar a mãe a favorecer a pega do bebê 
 Tentar diferentes posições para ver em qual delas a mãe e o bebê se adaptam melhor 
 Mostrar à mãe manobras que podem ajudar a aumentar o mamilo antes das mamadas, como 
simples estímulo (toque) do mamilo, compressas frias nos mamilos e sucção com bomba manual ou 
seringa de 10 mL ou 20 mL adaptada (cortada para eliminar a saída estreita e com o êmbolo inserido 
na extremidade cortada). Recomenda-se essa técnica antes das mamadas e nos intervalos se assim 
a mãe o desejar. O mamilo deve ser mantido em sucção por 30 a 60 segundos, ou menos, se houver 
desconforto. A sucção não deve ser muito vigorosa para não causar dor ou mesmo machucar os 
mamilos 
 Orientar as mães a ordenhar o seu leite enquanto o bebê não sugar efetivamente – isso ajuda a 
manter a produção do leite e deixa as mamas macias, facilitando a pega; o leite ordenhado deve ser 
oferecido ao bebê, de preferência, em copinho 
DOR MAMILAR NOS PRIMEIROS DIAS DA AMAMENTAÇÃO 
- No início do AM, a maioria das mulheres sente uma discreta dor ou desconforto no início das mamadas, o 
que pode serconsiderado normal 
- Mamilos dolorosos e machucados, apesar de muito comuns, não são normais 
- Os traumas mamilares incluem eritema, edema, fissuras, bolhas, marcas brancas, amarelas ou escuras e 
equimoses 
- A causa mais comum de dor para amamentar se deve a traumas mamilares por posicionamento e pega 
inadequados 
- Outras causas incluem mamilos curtos/planos ou invertidos, disfunções orais na criança, freio de língua 
excessivamente curto, sucção não-nutritiva prolongada, uso impróprio de bombas de extração de leite, não-
interrupção da sucção da criança antes de retirá-la do peito, uso de cremes e óleos que causam reações 
alérgicas nos mamilos, uso de protetores de mamilo (intermediários) e exposição prolongada a forros 
úmidos 
- Prevenção: 
 Amamentar com técnica correta 
 Manter os mamilos secos, expondo-os ao ar livre e à luz solar e trocar com frequência os forros 
utilizados quando há vazamento de leite 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 11 
 
 Não usar produtos que retiram a proteção natural do mamilo, como sabões, álcool ou qualquer 
produto secante 
 Amamentar em livre demanda  a criança que é colocada no peito assim que dá sinais de que quer 
mamar vai ao peito com menos fome, com menos chance de sugar com força excessiva 
 Ordenhar manualmente a aréola antes da mamada se ela estiver ingurgitada, o que aumenta sua 
flexibilidade, permitindo uma pega adequada 
 Se for preciso interromper a mamada, introduzir o dedo indicador ou mínimo pela comissura labial da 
boca do bebê, de maneira que a sucção seja interrompida antes de a criança ser retirada do seio 
 Evitar o uso de protetores de mamilo

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