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Embolia: Obstrução de Vasos Sanguíneos

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NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 1 
 
 
 
 
- É a obstrução de um vaso sanguíneo ou linfático por um corpo sólido, líquido ou gasoso em circulação e que 
não se mistura com o sangue ou linfa 
- O corpo que circula no interior dos vasos é denominado êmbolo 
EMBOLIA SÓLIDA: 
- Êmbolos sólidos correspondem a fragmentos de trombos ou de tecidos 
- Os mais comuns são os êmbolos trombóticos (tromboêmbolos, que produzem o que se denomina 
tromboembolia), originados da fragmentação ou do desprendimento de trombos nas câmaras cardíacas, 
valvas do coração, aorta e veias profundas 
- Quando se originam de trombos em câmaras cardíacas esquerdas ou em artérias, os êmbolos podem 
obstruir vasos em qualquer território e causar isquemia de gravidade variada, sobretudo em órgãos com 
circulação terminal 
- Se oriundos do coração direito ou de veias da grande circulação, provocam obstrução das artérias 
pulmonares ou de seus ramos (embolia pulmonar) 
EMBOLIA PULMONAR: 
- Êmbolos nos pulmões originam-se na maioria dos casos de trombos nas veias profundas dos MMII 
- Êmbolos volumosos podem obstruir o tronco da artéria pulmonar ou se alojar na bifurcação do tronco 
principal (embolia pulmonar maciça com êmbolo a cavaleiro na bifurcação da artéria pulmonar), causando 
morte súbita (parada do fluxo sanguíneo pulmonar e das trocas gasosas nos pulmões) 
- Embolização de ramos lobares, segmentares ou subsegmentares das artérias pulmonares, dependendo da 
extensão do comprometimento pulmonar, pode causar dor e desconforto respiratório, por redução da 
hematose, sobrecarga pressórica do ventrículo direito (cor pulmonale) e/ou broncoconstrição por difusão de 
serotonina do interior das plaquetas alojadas no interior dos êmbolos 
- Na embolia pulmonar, a dor torácica pode ser pleurítica ou de origem vascular 
- A circulação pulmonar é feita pela artéria pulmonar e pelas artérias brônquicas. Em indivíduos sem alteração 
circulatória prévia, as artérias brônquicas são capazes de suprir adequadamente o território eventualmente 
privado de sangue por obstrução da artéria pulmonar por embolia. Por isso, quando os êmbolos são 
pequenos e pouco numerosos e chegam aos pulmões sem alterações circulatórias, a embolia pulmonar é 
geralmente discreta e desprovida de repercussão clínica. Na maioria desses casos, ocorre dissolução 
espontânea por pulverização do êmbolo ao se chocar com as dicotomizações vasculares, pela força de 
cisalhamento da circulação e por ação do sistema fibrinolítico 
- Uma vez retidos na circulação e se não são dissolvidos completamente, os êmbolos podem organizar-se 
(conjuntivizar), sendo vistos no interior de artérias pulmonares como bandas fibrosas atravessando ou 
ocluindo a luz vascular 
- A repetição desses fenômenos (embolização recorrente) repercute progressivamente sobre a pressão 
arterial pulmonar (hipertensão pulmonar por aumento da resistência ao fluxo sanguíneo) 
- Quando êmbolos obstruem ramos menores da artéria pulmonar em pulmões com hiperemia passiva, a 
consequência é infarto vermelho, pois na insuficiência cardíaca (que causa hiperemia passiva pulmonar), a 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 2 
 
pressão no ramo da artéria brônquica é insuficiente para movimentar o sangue no território capilar; com isso, 
há redução drástica na velocidade circulatória (estase sanguínea) e anóxia, que provoca necrose do 
parênquima e hemorragia no território afetado 
OUTRAS EMBOLIAS SÓLIDAS: 
- Embolia cerebral, a partir de trombos cardíacos ou nas artérias que irrigam o encéfalo (p. ex., bifurcação das 
carótidas), causa lesões isquêmicas de gravidade variada e é responsável por número considerável dos 
chamados acidentes vasculares cerebrais 
- Embolia mesentérica, originada de trombos cardíacos ou da aorta, são causa frequente de isquemia e 
infarto intestinal, muitas vezes fatais 
- Quando existe defeito cardíaco septal, congênito ou adquirido, que resulta em shunt direito-esquerdo, 
êmbolos originados em veias sistêmicas ou nas câmaras cardíacas direitas podem provocar embolia 
sistêmica, fenômeno conhecido como embolia paradoxal. Esta acontece quando existe forame oval patente 
com hipertensão pulmonar que permite a abertura da válvula do forame, levando sangue do átrio direito para 
o esquerdo. O inverso (embolia paradoxal da esquerda para a direita) também pode acontecer, mas é mais 
rara e suas consequências são geralmente menos graves (na estenose mitral grave, o átrio esquerdo dilata-
se e pode abrir o forame oval, permitindo um shunt esquerda-direita que pode levar êmbolos do átrio 
esquerdo para os pulmões) 
- Êmbolos trombóticos podem ser sépticos, por infecção com fungos ou bactérias no sítio de origem (p. ex., 
vegetações valvares na endocardite infecciosa, tromboflebite purulenta, trombos em locais de cateterismo 
arterial prolongado) ou após embolização 
- A embolia séptica acompanha-se de vasculite e/ou supuração (inflamação purulenta) do território 
embolizado e causa, entre outros efeitos, os chamados (impropriamente) aneurismas micóticos. 
Ateroembolia, representada por fragmentos de placas ateromatosas, origina-se sobretudo em ateromas 
ulcerados. Como geralmente são pequenos e múltiplos, os ateroêmbolos causam obstrução de vasos 
menores do que 200 micrômetros de diâmetro, em vários órgãos simultaneamente. As manifestações 
embólicas principais ocorrem na pele (livedo reticular, petéquias, cianose de extremidades, gangrena), nos 
rins (insuficiência renal aguda), nos músculos esqueléticos (rabdomiólise), no SNC (ataque isquêmico 
transitório, amaurose fugaz, confusão mental), nos intestinos (enterocolite isquêmica) e olhos (dor ocular e 
visão turva) 
- Outros êmbolos sólidos são formados por fragmentos de medula óssea, de tecido adiposo ou de neoplasias 
angioinvasivas. Os primeiros são encontrados após traumatismo mecânico suficiente para que a pressão 
intraóssea no canal medular seja suficiente para ordenhar a medula óssea para as veias 
- Fragmentos de tecido adiposo podem cair na circulação venosa durante lipoaspiração e lipoescultura 
(quando há injeção de tecido adiposo) 
- Neoplasias malignas invadem vasos sanguíneos e linfáticos, às vezes em blocos e originam êmbolos 
tumorais que podem resultar em metástases. Raramente, tais êmbolos são volumosos e podem obstruir 
vasos 
- Procedimentos terapêuticos ou propedêuticos por via endovascular fazem aumentar a diversidade de 
êmbolos e as formas de embolia. É cada vez mais frequente ateroembolia em decorrência de traumatismo 
mecânico por cateteres arteriais (angioplastia, arteriografia) sobre placas ateromatosas 
- A embolia também é empregada com objetivo terapêutico, como na embolização de artérias que irrigam 
tumores localizados ou para obstruir aneurismas (embolização terapêutica) 
 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 3 
 
EMBOLIA GASOSA: 
- As bolhas gasosas dentro da circulação podem coalescer formando massas espumosas que obstruem o 
fluxo vascular e causam uma lesão isquêmica distal 
- A embolia gasosa é hoje muito rara em razão do conhecimento que se tem sobre sua patogênese e, 
portanto, das medidas de proteção disponíveis 
- Pode ocorrer em mergulhadores de grandes profundidades e escafandristas 
- Diversas outras causas de embolia gasosa iatrogênica surgiram pela utilização de procedimentos invasivos, 
propedêuticos ou terapêuticos, por meio da inserção de agulhas e cateteres em vasos ou em cavidades 
serosas 
- Hoje as principais causas de embolia gasosa são acidentes iatrogênicos ou traumáticos, sendo o 
mecanismo semelhante em todas elas 
- Instrumentos de infusão de líquidos por via parenteral podem ter nas vias de acesso arterial ou venoso 
conexão com dispositivos de bombeamento com ar comprimido, podendo esse ar ser acidentalmente injetado 
na circulação 
- Desconexão acidental de cateteres para via de acesso em veia profunda ou durante punção para colocação 
de cateteres e passagem de sondas podemtambém produzir passagem acidental de ar para a circulação 
- Ventilação mecânica com pressão positiva e em condições de resistência pulmonar aumentada causa às 
vezes pneumotórax e enfisema intersticial; tal procedimento pode também forçar o ar do interstício para 
ramos da veia pulmonar, podendo gerar embolia gasosa. De modo semelhante, punção transtorácica, com ou 
sem manobra de Valsalva, também aumenta o risco de embolia gasosa 
- O volume de ar introduzido na circulação sanguínea é o fator determinante de gravidade e evolução da 
embolia 
 Pequenas quantidades de ar na circulação sanguínea podem dissolver-se rapidamente e são 
praticamente desprovidas de poder lesivo 
 Quantidades maiores de ar podem formar bolhas que, pela maior compressibilidade, interferem na 
propagação do sangue no interior de vasos ou do coração 
- Estima-se que a quantidade de ar na circulação necessária para provocar obstrução ou disfunção contrátil 
cardíaca seja superior a 100 mL 
- Disfunção cardíaca por bolha de ar deve-se ao fato de a bolha ser compressível, não adquirindo pressão 
para abrir a válvula. Desse modo, na sístole ventricular não há ejeção do sangue para a artéria pulmonar ou 
aorta, produzindo um efeito idêntico ao de obstrução por um êmbolo sólido 
- Pequenas bolhas de ar em pequenos vasos podem agredir o endotélio e causar microtrombos, que agravam 
mais ainda o efeito obstrutivo dos êmbolos 
- As manifestações clínicas principais da embolia gasosa são relacionadas com o SNC; paralisias, paresias e 
quadros diversos de isquemia cerebral são as mais importantes da síndrome de descompressão 
EMBOLIA POR LÍQUIDOS: 
- Os tipos mais comuns dessa forma de embolia são a de líquido amniótico e a gordurosa 
- Embolia de líquido amniótico resulta das contrações uterinas que forçam a passagem do líquido para o 
interior das veias uterinas expostas durante o trabalho de parto. Complicação rara da gestação (ocorre em 
cerca de um em cada 50.000 partos), embolia de líquido amniótico é grave e tem alta taxa de mortalidade. O 
líquido amniótico tem atividade pró-coagulante, o que desencadeia a formação de microtrombos 
 
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disseminados (coagulação intravascular disseminada) que, juntamente com as lesões pulmonares (dano 
alveolar difuso), é responsável pela maioria dos óbitos 
- Embolia gordurosa pode ser provocada por: 
(1) infusão inadequada de substâncias oleosas na circulação sanguínea (injeções oleosas 
intramusculares); 
(2) esmagamento do tecido adiposo ou da medula óssea amarela em indivíduos politraumatizados; 
(3) lise de hepatócitos com esteatose acentuada, o que causa migração de gorduras para as veias 
hepáticas 
- Os mecanismos de lesão pulmonar e de outros órgãos por êmbolos líquidos são semelhantes 
- Componentes lipídicos ou derivados de células contidas no líquido amniótico ativam a coagulação 
sanguínea, induzem a formação de microtrombos que obstruem a microcirculação (coagulação intravascular 
disseminada) e causam consumo dos fatores da coagulação (coagulopatia de consumo) 
- Na embolia por líquido amniótico, pelos e células escamosas podem ser vistos na microcirculação pulmonar, 
inclusive circundados por reação gigantocelular do tipo corpo estranho 
- Os órgãos afetados apresentam petéquias, edema e, ocasionalmente, microinfartos 
- Nos pulmões, a hipóxia resultante causa dano alveolar difuso, inclusive com membranas hialinas. Assim 
como as bolhas de ar, partículas lipídicas lesam o endotélio e favorecem a formação de trombos na 
microcirculação.

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