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Sistema neuromuscular aplicado ao movimento Prof. Rodrigo Cunha de Mello Pedreiro 1 Doutorando em Engenharia Biomédica (CITÉ/UAM) Mestre em Ciências da Atividade Física (UNIVERSO) Especialista em Ciências da Performance Humana (UFRJ) Graduado em Educação Física (UNESA) 2 Sistema neuromuscular Guyton & Hall (2011); Kenney, Wilmore & Costill (2013) SISTEMA NEUROMUSCULAR Componente Muscular Componente Nervoso SISTEMA NERVOSOSISTEMA MUSCULAR 3 Músculos Todo movimento humano, do piscar de olhos à corrida de um maratonista, é gerado pela ação de um músculo. O músculo é o único tecido do corpo humano capaz de produzir força e biomecanicamente, o músculo é a única estrutura ativa do corpo. Guyton & Hall (2011); Kenney, Wilmore & Costill (2013) 4 Tipos de músculos Cardíaco Esquelético Liso Contração forte e contínua. Involuntário, estriado (músculo do coração) Contração fraca e lenta. Involuntário (paredes de vasos sanguíneos e de órgãos internos) Contração forte, rápida e descontínua. Voluntário, estriado, ligam-se ao esqueleto (cerca de 215 pares) Guyton & Hall (2011); Kenney, Wilmore & Costill (2013) 5 Músculos esquelético Corpo Humano contém mais de 400 músculos esqueléticos 40-45% do total do peso • Força para locomoção e respiração • Força para suporte da postura • Produção de calor Funções do músculo: Guyton & Hall (2011); Kenney, Wilmore & Costill (2013) 6 Músculos esquelético • Maior tecido do organismo. • Apenas 1% das fibras tem mais que 1 axônio • Diâmetro varia de 10-80μm. • Não tem capacidade mitótica. Guyton & Hall (2011); Kenney, Wilmore & Costill (2013) 7 Sistema nervoso e controle muscular Tecido conjuntivo externo, que circunda o músculo inteiro, mantendo-o úmido Bainha de tecido conjuntivo que reveste o fascículo Feixes de fibras que podem ser vistos após o músculo seccionado Células musculares individuais (Multinucleadas) Bainha de tecido conjuntivo, que reveste cada fibra muscular 8 Estrutura do músculo FIBRA 9 Fibra muscular isolada É composto por plasmalema e membrana basal. O plasmalema auxilia no potencial de ação do motoneurônio para fibra, ainda ajuda no equiíbrio ácido-básico e no transporte de metabólitos desde os vasos capilares até a fibra Rede extensa que fica no sarcoplasma entre as miofibrilas. São extensões do plasmalema e auxiliam os impulsos nervosos chegarem a cada miofibrila. Além de ajudar que substâncias penetrem na célula e resíduos saiam Rede longitudinal de tubos. Esses canais avançam paralelamente as miofibrilas, enrolando-se nelas. É local de armazenamento de Cálcio Cada fibra contém de várias centenas a milhares de miofibrilas. Essas pequenas fibras são compostas por elementos contráteis básicos do músculo esquelético, os sarcômeros 10 Sistema nervoso Consiste em: Sistema nervoso central (SNC) Sistema nervoso periférico (SNP) Inclui o cérebro e a medula espinhal Constituído por nervos cranianos e raquidianos Guyton & Hall (2011); Kenney, Wilmore & Costill (2013) Sistema nervoso central Cérebro Medula espinhal Sistema nervoso periférico Nervos espinhais e cranianos Sistema nervoso somático Sistema nervoso autônomo Aferente Eferente Simpático Parassimpático 11 Sistema nervoso Guyton & Hall (2011); Kenney, Wilmore & Costill (2013) 12 Sistema nervoso periférico SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO Os nervos referentes ao sistema nervoso autônomo ativam as vísceras e outros tecidos ao nível subinconciente. Inervam o músculo liso, intestinos, glândulas sudoríparas e salivares SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO O sistema nervoso somático inerva os músculos esqueléticos (voluntários). O acionamento de um nervo eferente somático induz a ativação muscular, enquanto o acionamento de um nervo autônomo pode tanto excitar quanto inibir Guyton & Hall (2011); Kenney, Wilmore & Costill (2013) 13 Unidade motora A coordenação da contração de todas as fibras é feita através de uma subdivisão em unidades funcionais - as unidades motoras. A unidade motora consiste de um nervo motor, com seu corpo nervoso e núcleo localizado na matéria cinza da “medula espinhal” e forma um longo axônio até os músculos, onde se ramifica e inerva muitas fibras. 14 Unidade motora 15 Junção neuromuscular • Ponto de junção do motoneurônio na fibra muscular – Separada por uma fenda neuromuscular (não há contato físico) • Placa motora – Formação de uma bolsa neural com o sarcolema • Acetilcolina é liberada pelo motoneurônio – Causando um potencial da placa motora (PPM) • Despolarização da fibra muscular 16 Junção neuromuscular 17 Recrutamento de unidades motoras 18 Tipos de fibras musculares Nem todas as fibras são iguais. Um único músculo esquelético contém fibras que apresentam DIFERENTES velocidades de encurtamento, habilidade de gerar força máxima e capacidade de sustentar fadiga. Kenney, Wilmore & Costill (2013) 19 Propriedades das fibras musculares Propriedades bioquímicas • Capacidade oxidativa • Tipo da ATPase Propriedades contráteis • Produção máxima de força • Velocidade de contração • Eficiência da fibra muscular Kenney, Wilmore & Costill (2013) 20 Características das fibras SUBSTRATO Característica Tipo I Tipo IIa Tipo IIb Creatina fosfato Glicogênio Triglicerídeo Baixa Alta Alta Baixa Alta Alta Alta Média Baixa Fox, Bowers & Foss, 1989 (in ACSM, 1998) 21 Características das fibras Fox, Bowers & Foss, 1989 (in ACSM, 1998) Característica Tipo I Tipo IIa Tipo IIb Miosina ATPase Enzimas glicolíticas Enzimas oxidativas Baixa Alta Alta Baixa Alta Alta Alta Alta Baixa ENZIMÁTICO 22 Características das fibras Fox, Bowers & Foss, 1989 (in ACSM, 1998) Característica Tipo I Tipo IIa Tipo IIb Tempo de contração Tempo de relaxamento Produção de força Economia Resistência a fadiga Elasticidade Baixo Alto Alto Baixo Alto Alto Baixa Alta Alta Alta Baixa Baixa Alta Baixa Baixa Baixa Alta Alta FUNCIONAL 23 Velocidade de recrutamento das fibras musculares Kenney, Wilmore & Costill (2013) Tempo para atingir o pico de tensão Fibras Tipo 1 Fibras Tipo 2 110ms 50ms FIBRAS RÁPIDAS FIBRAS LENTAS Frequência de estímulo de 10Hz Frequência de estímulo de 50Hz Fibras lentas e rápidas 24 Tipos de fibras musculares – aspectos funcionais Tipo 1 Vermelhas: principalmente aeróbias, produção lenta de ATP, demora a fadigar. Tipo 2 Brancas: principalmente anaeróbias, rápida produção de ATP, fadiga rapidamente. Resistente a longa duração Médias distâncias Sprints Kenney, Wilmore & Costill (2013) 25 Ordem de recrutamento das fibras 26 Expressão e adaptação da força com o exercício Neural Hipertrofia Força (Esteróides) (Esteróides) A d a p t a ç ã o a o T r e i n a m e n t o 6 à 12 semanas Maioria dos estudos em treinamento Tempo Período com maior adaptação neural com exercício Sale, DG. Neural adaptation to resistance training. Med Sci Sports Exerc. (1988) 27 Adaptação neural com exercício Melhor recrutamento de UMs ou aumento na frequência de disparos? Os métodos de análises não invasivos não conseguem discriminar o que é recrutamento de UMs e o que é FD; A literatura carece de investigações invasivas! 28 Adaptação neural com exercício Coordenação inter e intra-muscular A coordenação intermuscular descreve a ativação adequada (tanto em magnitude quanto em tempo) de músculos agonistas, sinergistas e antagonistas durante um movimento; Co-ativação dos antagonistas Ocorre uma diminuição da ativação dos antagonistas. Agem de modo a contribuir para um movimento específico em uma articulação adjacente São aqueles que se opõem ao movimento articular, ou que promovem o movimento oposto São os músculos que geram o movimento articular 29 Abordagem Mecânica das Contrações (Ações) Musculares Agonista Antagonista Sinergistas 30 Abordagem Mecânica dasContrações (Ações) Musculares Isométrica Isotônica Classificações das contrações musculares Concêntrica Excêntrica 31 Ação isométrica “É aquela em que o músculo gera tensão sem ocasionar mudança visível na posição da articulação” 32 Ação isotônica “Envolvem desenvolvimento de tensão por parte do músculo para originar ou controlar o movimento articular, proporcionando variação no grau de tensão dos músculos de modo que os ângulos articulares se modifiquem.” Concêntrico Excêntrico O músculo que promove movimento e se encurta visivelmente O músculo é submetido a um torque externo maior do que aquele gerado pelo próprio músculo 33 Abordagem Mecânica das Contrações (Ações) Musculares (Menor resposta na EMG) 34 Abordagem Mecânica das Contrações (Ações) Musculares Existem ainda dois tipos de contrações importantes: Isocinética Isoinercial É a contração na qual a velocidade de movimento é mantida constante e associada a uma sobrecarga muscular, proporcionada por meio do uso de um equipamento específico. É uma resistência a qual o músculo tem de se contrair constantemente. 35 Comportamento Mecânico dos Músculos Biarticulares e Poliarticulares Monoarticular Multiarticular 36 Fatores Mecânicos que Afetam na Força Muscular • Área de corte transversal fisiológico • Ângulo de inserção muscular • Relação comprimento x tensão • Relação força x velocidade 37 Área de Corte Transversal Fisiológico 38 Ângulo de Inserção Muscular X Aproveitamento da Força Ângulo de penação (α) Definido como ângulo entre os fascículos do músculo e a linha de ação; Maior α está associado com menores velocidades Quanto maior o α maior a capacidade de gerar força α= 21,4° α= 23,5° 39 Ângulo de Inserção Muscular X Aproveitamento da Força Gastrocnêmio medial MTH= Espessura da fibra; FASL= comprimento do fascículo; APN= aponeurose Kumagai et al. J Appl Physiol. 2000 FASL= 8,07 cm FASL’= após 10% de encurtamento (7,26 cm) ΔFASL= 0,81 cm V de encurtamento= 3,31 cm/s FASL= 6,55 cm FASL’= após 10% de encurtamento (5,89 cm) ΔFASL= 0,66 cm V de encurtamento= 2,72 cm/s 40 Fibras longas produzem força mais rápido (potência) comparadas as fibras curtas 40 Relação Comprimento x Tensão Fibras longas e curtas não se diferenciam na produção de força, mas sim o quanto conseguem permanecer por maior Δ do comprimento (“tempo”) no pico de força (“platô”) 41 Relação Comprimento x Tensão ? ? 42 Relação Força x Velocidade
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