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Estudo de Casos - trabalho Ética versão 07 11 21

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CIDADE VERDE
CURSO: PSICOLOGIA
DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL
ACADÊMICAS:
Denise Kloeckner Sbardelotto
Juliany Cristhina Fernandes Martini Lima
Sabrina Gabrielle Nack Bariviera
TRABALHO REFERENTE 2° BIMESTRE 
 
Trabalho apresentado como parte do processo Avaliativo para disciplina: Ética Profissional. 
MARINGÁ
2020
CASO 01: 
O PSICÓLOGO E A INDUÇÃO A CONVICÇÕES RELIGIOSAS, SIGILO E MAPA ASTRAL
Uma adolescente, atendida em orientação vocacional, queixou-se de que o psicólogo influenciava pacientes a participar de cultos, relacionando acontecimentos à vontade de Deus, utilizava-se de mapa astral em suas orientações e trocava informações de diferentes pessoas de uma mesma família, entre elas. Em sua defesa, o Psicólogo negou ter abordado a questão religiosa e devassado o sigilo, destacando ser a inviolabilidade relativa por ser a atendida menor de idade. Afirmou utilizar-se somente de instrumentos científicos e eventualmente da técnica de mapa astral para melhor compreender os pacientes e abreviar os processos psicoterápicos.
Foi constatado o uso de mapas astrológicos em sessões de orientação vocacional, como ferramenta complementar de análise. Verificou-se ainda a indução a convicções morais e religiosas e ter se sustentado na religiosidade no decorrer do atendimento psicológico.
A Astrologia não pode ser considerada prática complementar da Psicologia e nem um método científico compatível com a mesma. Deste modo, não pode ser utilizada direta ou indiretamente no decorrer de um processo ou tratamento psicológico. Houve transversalidade no atendimento a diversos membros da família, sem ser definida uma terapia familiar, mas sim atendimentos individuais, surgindo uma "brecha" para que informações de sessões privadas pudessem ser repassadas para fora do "settling" terapêutico, caracterizando quebra de sigilo profissional. O fato da pessoa atendida ser menor de idade não justifica repasse de informações sem a presença do interessado.
Entendeu-se que o profissional infringiu o Código de Ética dos Psicólogos (*) nos seguintes artigos: Das responsabilidades gerais do Psicólogo.
Justifique a sua resposta: O Código de Ética Profissional do Psicólogo (CEPP) determina que o Psicólogo deve fornecer informações a respeito dos serviços prestados somente ao seu paciente ou responsável legal pelo paciente, com o objetivo de preservar o sigilo das informações, conforme previsto nos Arts. 1°, 8° e 9° do CEPP. No caso em tela, houve violação dos artigos mencionados, uma vez que não há nenhuma justificativa para a quebra do sigilo. Além disso, também houve violação dos artigos 1º, alínea c e artigo 2º, alíneas b e f ao utilizar astrologia, técnica não científica e não regulamentada pelo CFP e Conselhos Regionais.
CASO 02: 
MANEJO NO ATENDIMENTO AO PACIENTE
Paciente relata que procurou o terapeuta com queixa de bruxismo (ranger de dentes) e estranhou atitudes e conselhos deste, tais como, trancar à chave a porta do consultório e dizer frases de cunho sedutor/sexual, de modo que sentiu-se traída e lesada, o que a fez encerrar a terapia, pois entendeu que havia um desejo latente do psicólogo por ela. Entendeu também que o profissional faltou com a ética ao não realizar encaminhamento para outro psicólogo. Além disso, o terapeuta lhe atribuiu patologias, segundo ela inexistentes, que só soube durante o decorrer do processo ético, pois não foi informada do diagnóstico durante os atendimentos.
O psicólogo afirma que foram realizadas oito sessões, que foi procurado pela paciente com queixa de obesidade, associada à ansiedade e angústia, e que o bruxismo sequer foi citado. Indicou nutricionista para uma reeducação alimentar, não sendo necessário o encaminhamento a um psiquiatra. Disse que trancava a sala para privacidade, pois poderia ser "invadida", como já havia sido anteriormente. Quanto às atitudes e falas, interpretadas pela paciente como de cunho sexual, afirmou tratar-se de inverdades e fantasias da mesma. Chegou ao diagnóstico de "transtorno dissociativo e conversivo, associado a severo transtorno de caráter, além de uma orientação homossexual perturbada". Acatou a solicitação de encerramento por parte da pessoa atendida, sem indicar encaminhamento para outro psicólogo ou expressar a necessidade de continuidade da terapia.
Não foram encontrados indícios materiais quanto às insinuações de cunho sexual, além das declarações verbais de ambos os lados que se conflitam e nada provam. No entanto, verificou-se que a queixa inicial mencionada pelo psicólogo não coaduna diretamente com o diagnóstico por ele citado, além do que, tal diagnóstico foi considerado muito específico para o número reduzido de sessões realizadas. A paciente vivenciou angústias e temores que não foram trabalhados por meio de intervenções que poderiam ter lhe ajudado a dar novo sentido às emoções. Houve aumento da tensão, culminado no rompimento do vínculo terapêutico. Por fim, houve uma incoerência entre o diagnóstico por ele assumido e a técnica utilizada: toques corporais e sintomas histéricos, dissociativos e conversivos.
Deste modo, entendeu-se que o profissional infringiu o Código de Ética dos Psicólogos (*) no seguinte artigo: 
a) Artigo 1º, alínea “k”: “Sugerir serviços de outros psicólogos, sempre que, por motivos justificáveis, não puderem ser continuados pelo profissional que os assumiu inicialmente, fornecendo ao seu substituto as informações necessárias à continuidade do trabalho” (CFP, Resolução CFP n.º 010/05, Art. 1º, alínea “k”).
Justifique a sua resposta: O psicólogo infringiu este artigo do Código de Ética do Psicólogo pois acatou a solicitação de encerramento da terapia, mas não indicou encaminhamento da paciente para outro psicólogo e nem expressou a necessidade de continuidade.
b) Princípio fundamental II: “O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.” (CFP, Resolução CFP n.º 010/05, Princípio fundamental II).
Justifique a sua resposta: O psicólogo foi negligente e não trabalhou no sentido de promover a saúde e qualidade de vida da paciente. Com diagnóstico apressado (número reduzido de sessões), não atendeu a paciente em suas angústias e temores e não a ajudou a dar novo sentido às emoções. Seu manejo equivocado aumentou a tensão e culminou com o rompimento do vínculo terapêutico. 
CASO 03: 
O PSICÓLOGO E A RELAÇÃO COM OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
Psicólogo atuou junto a um programa televisivo, prestando um serviço de respostas a perguntas de telespectadores. Um dos telespectadores questionou a atuação do psicólogo, pois entendeu que um profissional dessa área não poderia atuar do modo como o psicólogo agiu, autopromovendo-se e incentivando que buscassem seu modelo de atuação, que geraria resultados mais imediatos. O profissional se defendeu alegando que tão somente expôs seu método de trabalho e os resultados obtidos por ele ao longo de sua carreira e baseado em sua experiência. Entretanto, o psicólogo fez uma autopromoção de seus serviços, oferecendo resultados rápidos e simplistas, cujas garantias figuraram-se falaciosas. O profissional, nesse caso, propôs atividades profissionais não regidas pela legislação da Psicologia, além de realizar previsões e induzir os espectadores a recorrerem às suas ofertas de trabalho.
Na exposição midiática dos conhecimentos da ciência psicológica, o profissional deverá aportar contribuições e avanços que a Psicologia alcance sobre fenômenos psicológicos humanos, sem, contudo, avaliar ou expor privacidades das pessoas que a ele indaguem, por um meio de comunicação de massa, sem que tenham sido objeto de seu estudo. No caso de algum estudo teoricamente fundamentado, as contribuições da Psicologia deverão ser as que façam avançar o conhecimento psicológico e que cooperem para a melhoria da qualidade de vida, comconfiabilidade e não aquelas que exponham as pessoas, sem qualquer criterio teórico/crítico. Ademais, fornecer pseudofórmulas que se pretendam soluções fáceis aos problemas pessoais e pontuais do cidadão comum configura-se em imediatismos e reducionismos conceituais.
O profissional não pode se valer das prerrogativas da profissão que, por si só, já ofertam ao cidadão comum o estabelecimento de uma certa relação de confiança para forçar quaisquer modalidades de abordagem da pessoa que dele demande alguma possível ajuda. O psicólogo precisa estar ciente de que é detentor de um conhecimento científico e, ao expô-lo em um veículo comunicacional, o fará de modo a explicitar uma certa compreensão teórica dos fenômenos psíquicos, em uma generalidade. Sua atuação, principalmente, quando feita pela exposição em algum tipo de midia, não poderá ter por intuito angariar adeptos ao seu trabalho privado. Pelo contrário, deverá expor o que a ciência psicológica traz de contribuição para o fazer humano, como um todo, logo, sem jamais expor particularidades de outrem. A Psicologia tem que contribuir para aprimorar a compreensão dos fenômenos psicossociais e não, somente, funcionar como se fosse um almanaque de respostas prontas, rápidas, utilitaristas ou fáceis. Há que se considerar sempre a complexidade dos fenômenos de que trata nossa ciência. Pelo exposto, entendeu-se que o psicólogo do caso em tela infringiu os seguintes preceitos éticos: 
Justifique a sua resposta: Infringiu o art. 2º, alínea “i”, que veda ao psicólogo induzir as pessoas à procurarem seus serviços, alínea “f” ao propor atividades não regulamentadas, bem como art 19 e 20, alíneas e, f e h ao fazer previsões, autopromoção e divulgação sensacionalista. 
CASO 04: 
ASSOCIAÇÃO DA PSICOLOGIA A PRÁTICAS NÃO RECONHECIDAS
A psicóloga participou de programa de rádio e fez publicação em seu site, associando a Psicologia a práticas não reconhecidas pela ciência psicológica, tais como florais de bach, seichim, sekhen, laser quântico e reiki, de modo que a cura para câncer, depressão, medo, pânico, tristeza, insegurança, diabete, enxaqueca, stress, dores em geral e TPM, ocorreria em um espaço bem menor de tempo, com o tratamento psicoterápico associado a estas práticas. O número de inscrição no CRP da psicóloga é divulgado juntamente com a informação destas práticas. A processada também citou o preço simbólico de atendimento, utilizando-o como forma de concorrência desleal.
Em sua defesa, a psicóloga explicou que se interessou por outras atividades para além de sua formação, nas quais passou a se especializar, exercendo paralelamente à Psicologia. Ao fazer a divulgação em um site, tornou-se inevitável mencionar sua formação de psicóloga. Declarou que obteve a possibilidade de trabalhar na rádio como comunicadora, respondendo questões relativas as atividades que a processada denominou como paralelas, que em nada se confundem com a Psicologia. Quanto à cobrança de quantias simbólicas, alegou ter apenas fixado remuneração por seu trabalho.
A menção a práticas não reconhecidas foi, nesse caso, claramente ligada à Psicologia e usadas inclusive como parte dos atrativos na divulgação das atividades da psicóloga. A processada superestimou os resultados de seus serviços, fazendo propaganda, mencionando preços simbólicos e apresentando-se evidentemente como psicóloga - não somente referindo sua história de formação.
Desta forma, entendeu-se que a profissional infringiu o Código de Ética Profissional dos Psicólogos(as) (*) nos seguintes artigos: 
Justifique a sua resposta: Ao associar a profissão de psicóloga com outras práticas não regulamentadas a psicóloga infringiu os artigos 1º, alínea c e 2º, alínea f. Na divulgação dos serviços violou o art. 20, alíneas c, d, e.
CASO 05:
O PSICÓLOGO E A ATUAÇÃO EM RECURSOS HUMANOS
Psicólogo foi denunciado por ter sido conivente com ações irregulares ao trabalhar junto a uma empresa prestadora de serviços de recolocação profissional.
O profissional aplicava variados testes psicológicos com o objetivo de selecionar candidatos a vagas supostamente oferecidas por diversas empresas. Os candidatos eram convocados a realizar tais testes psicológicos, aplicados mediante pagamento antecipado de quantias significativamente altas, sendo que os resultados das avaliações só eram disponibilizados caso houvesse o pagamento. Os candidatos se submetiam a isso mediante uma promessa de recolocação pela empresa prestadora de serviços, o que tinha como condição a realização dos testes psicológicos.
O psicólogo fazia devolutivas aos candidatos, entretanto, não lhes explicava a conclusão a que chegara a partir da avaliação feita, tampouco os candidatos tinham conhecimento dos motivos da não aprovação para o cargo pretendido. O profissional apresentou também relatórios em desacordo com o exigido pela legislação profissional.
Esses fatos levaram os pretendentes às vagas a se queixarem da superficialidade exposta nos resultados dos relatórios psicológicos apresentados a eles nas devolutivas. Notou-se uma despreocupação da empresa de recolocação com o prosseguimento do processo de seleção, uma vez que a empresa não mais contatava os candidatos após os pagamentos efetuados. Eles ficaram desassistidos, além de terem concorrido, mediante pagamento, a vagas inexistentes. Houve descuido por parte do profissional em não verificar a veracidade da existência dos possíveis postos de trabalho e da real demanda das empresas solicitantes que, se verificou, eram falsas.
Frente a essas denúncias, o psicólogo argumentou que não era funcionário da empresa de recolocação, alegando que apenas fora contratado como prestador de serviços, para realizar as avaliações psicológicas na seleção e não poderia se responsabilizar pela veracidade da existência ou não das supostas vagas.
O psicólogo alegou, também, desconhecimento da Resolução CFP 07/2003 que trata dos documentos escritos. Da mesma forma, argumentou que era a empresa de recolocação que mantinha contato com as empresas ofertantes, na intenção de cadastrar vagas de emprego, efetuar entrevistas e triar candidatos. No entanto, as vagas eram inexistentes e os candidatos foram ludibriados. Como resultado dessa má atuação do psicólogo, houve prejuízos aos usuários, em especial, danos materiais, posto que os candidatos desconheciam a inexistência das vagas e acabaram vítimas da má fé empresarial e por parte do profissional de Psicologia.
Pelo exposto, o profissional que atuou no caso supramencionado incorreu em infração ao Código de Ética Profissional do Psicólogo nos seguintes princípios e artigos: 
Justifique a sua resposta: O psicólogo violou os princípios IV, VI e VII do Código de Ética, bem como os artigos 1º, alínea “e” e “g” e 3º, parágrafo único.
 CASO 06
ENVOLVIMENTO MATERIAL ENTRE PSICÓLOGO E CLIENTE RESULTA EM FALTA ÉTICA
Esta edição é dedicada a um processo cujo objeto caracteriza envolvimento material durante o trabalho psicoterapêutico. O caso ilustra uma das diferentes maneiras que se pode influir negativamente na prestação do serviço psicológico, construindo na relação profissional uma conduta prejudicada do ponto de vista ético.
"Joana foi procurar a profissional Zilá depois que sua psicóloga precisou encerrar o tratamento por motivos pessoais. Zilá mostrou-se sempre muito prestativa e o relacionamento terapêutico caracterizou-se como bom por três anos de trabalho. No entanto, em certa ocasião, Joana foi surpreendida por um pedido de empréstimo financeiro por parte da psicóloga, a qual já sabia que Joana possuía uma quantia monetária guardada. A paciente, constrangida, entendeu que seria uma forma de ajudar alguém que era tão importante para ela e prontamente atendeu ao pedido, emprestando um cheque. As consultas continuaram e, quando do momento combinado para a devolução do dinheiro, a psicóloga apresentou uma justificativa para o não ressarcimento e mais um cheque foi solicitado, ao invés de ser devolvido o valor emprestado. Meses depois, as duas não tratavam mais dasquestões referentes ao processo terapêutico de Joana, conversando sempre sobre os cheques, o dinheiro, as dívidas que se impuseram na relação. Essa história foi terminar na Justiça, bem longe das conversas e dos acertos pertinentes à relação terapêutica. Ao contrário do que deve garantir essa relação, ela passou a ser lesiva para a cliente."
O caso vivido por Zilá e Joana é muito comum, aparecendo freqüentemente no CRPSP como forma de denúncia. Geralmente, em se configurando qualquer possibilidade de ter ocorrido de fato esse tipo de envolvimento, é instaurado um processo ético. O Código de Ética Profissional dos Psicólogos explicita como caracterização de falta ética o envolvimento material na relação entre o profissional e aqueles a quem este presta seu serviço, para além dos honorários combinados no contrato estabelecido. Também entendemos que não deve o psicólogo interferir diretamente nas manobras financeiras ou investimentos dos atendidos, sobretudo quando movido pelo interesse de adquirir benefícios pessoais a partir dos mesmos. Evidente que isso não significa que o psicólogo não deva tratar das questões e dificuldades apresentadas pelo cliente quando as mesmas se referirem a problemas financeiros. O problema está em tratar das mesmas extrapolando a referência da competência e da ética do serviço psicológico prestado. Poderíamos pensar que, ao fazer isso, o psicólogo estaria infringindo os seguintes artigos do nosso Código de Ética: 
“Art. 2º – Ao psicólogo é vedado: j) Estabelecer com a pessoa atendida, familiar ou terceiro, que tenha vínculo com o atendido, relação que possa interferir negativamente nos objetivos do serviço prestado; o) Pleitear ou receber comissões, empréstimos, doações ou vantagens outras de qualquer espécie, além dos honorários contratados, assim como intermediar transações financeiras;” (CFP, Resolução CFP n.º 010/05, Artigo 2º, alíneas “j” e “o”).
Justifique a sua resposta: O psicólogo infringiu o Código de Ética dos Psicólogos pois estabeleceu com o paciente uma relação que interferiu negativamente nos objetivos terapêuticos, na medida em que culminou com a quebra da relação de confiança entre ambos e desviou o objetivo das sessões. Mas, principalmente, infringiu o item “o” do referido Código, quando pleiteou empréstimo à paciente em duas ocasiões, para além dos honorários contratados.
CASO 07
QUESTÕES TÉCNICAS NA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA PARA CNH
Em fiscalização na Clínica onde o Psicólogo H. realizava avaliação psicológica em candidatos à obtenção da carteira nacional de habilitação (CNH), este foi orientado a utilizar somente teste com parecer favorável do CFP e cadeira adequada na aplicação do teste PMK, aplicar testes em sala que garanta o sigilo e entregar o resultado da avaliação após a adequada correção dos testes.
Verificou-se na visita de retorno que algumas inadequações foram sanadas. No entanto, alguns testes PMK de candidatos continuavam não sendo mensurados, embora estes constassem no livro de registro como "aptos." Tal fato deu ensejo a abertura de representação ética. O Psicólogo alegou que, em casos excepcionais, utilizava-se do conjunto de "máscaras" de avaliação do PMK, tendo em vista a necessidade de entrega do resultado rapidamente pelo pouco tempo disponível pelos candidatos ou existência de vários candidatos.
O CRP/SP entendeu que o uso da "máscara" de avaliação do PMK para facilitar o processo de mensuração não é, em si, problemático. Porém não pode ser considerado o resultado final do teste de personalidade, que inclui a análise qualitativa de vários indicadores. Além disso, deve explicitar a mensuração e como os dados quantitativos se situam em relação à tabela correspondente para, em sua síntese final, explanar sobre a personalidade do candidato avaliado e sua atual situação psicológica.
A avaliação psicológica para CNH tem a importante finalidade de identificar condições mínimas para o correto exercício de conduzir um veículo. O profissional que atua na área tem que estar consciente da grande responsabilidade que assume ao realizar tal trabalho. Ao fazer a avaliação parcial de um teste, o psicólogo pode colocar em risco a segurança do avaliado e da coletividade. O teste psicológico é uma medida objetiva e padronizada de uma amostra do comportamento. É fundamental que haja dados científicos de validade e precisão, situação padronizada para a aplicação, avaliação e classificação das respostas em relação a um grupo de referência e registro preciso, não podendo ocorrer avaliação incompleta. A alegação fornecida pelo Psicólogo não justifica a falta de rigor na avaliação.
Poderíamos pensar que, ao fazer isso, o psicólogo estaria infringindo os seguintes artigos do nosso Código de Ética: 
Artigo 1º, alínea “c”: “Prestar serviços psicológicos de qualidade, em condições de trabalho dignas e apropriadas à natureza desses serviços, utilizando princípios, conhecimentos e técnicas reconhecidamente fundamentados na ciência psicológica, na ética e na legislação profissional;” (CFP, Resolução CFP n.º 010/05, Artigo 1º, alíneas “c”).
Justifique a sua resposta. O psicólogo não atuou de acordo com o Código de Ética do Psicólogo, no quesito relativo à qualidade dos serviços prestados, bons usos dos conhecimentos e técnicas científicas, ética e legislação profissional, na medida em que fez avaliação parcial de um teste (avaliação incompleta), demonstrando falta de rigor na avaliação, comprometendo a segurança do avaliado e da coletividade.
REFERÊNCIAS
CFP – Conselho Federal de Psicologia. Código de Ética do Psicólogo (Resolução CFP n.º 010/05).

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