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PET 4 - 2º ANO - FILO

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185
PLANO DE ESTUDO TUTORADO
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS
COMPONENTE CURRICULAR: FILOSOFIA
ANO DE ESCOLARIDADE: 2º ANO – EM
PET VOLUME: 04/2021
NOME DA ESCOLA:
ESTUDANTE:
TURMA:
BIMESTRE: 4º
NÚMERO DE AULAS POR SEMANA: 
TURNO:
TOTAL DE SEMANAS: 
NÚMERO DE AULAS POR MÊS: 
SEMANA 1
EIXO TEMÁTICO: 
Agir e Poder.
TEMA/TÓPICO: 
Os valores. 
HABILIDADE(S): 
Distinguir e circunscrever a esfera da moral como lugar das ações e escolhas humanas. 
Distinguir fato e valor. Reconhecer que o agir humano é de natureza valorativa.
CONTEÚDOS RELACIONADOS: 
Senso moral; Consciência moral; Juízo de fato e Juízo de valor; Ética e violência.
TEMA: Ética e moral - parte 1
Olá, estudante!
Ao longo dessa nossa jornada de aprendizado neste campo de conhecimento das Ciências Humanas, 
que é a Filosofia, descobrimos que filosofar não é declarar verdades ou certezas, mas utilizar a razão 
para investigar as coisas e o que pensamos sobre elas. Que tipo de coisas? Praticamente tudo. Por 
exemplo, as angústias e os desejos que sentimos, a busca pela felicidade, a vontade de liberdade e o 
prazer; mas também os problemas sociais e éticos que interferem na nossa vida, como a degradação 
do meio ambiente, o consumismo, os direitos humanos, os preconceitos, as relações com o Estado, 
o exercício do Poder, a intervenção da tecnologia no cotidiano; assim como a forma de pensarmos e 
conhecermos as coisas, a ciência, a lógica e a argumentação. Tudo é passível de reflexão: até mesmo 
nossa identidade, o tempo e a crença em uma fé. Se filosofar é pensar, e se fizermos isso habitualmen-
te, não só teremos mais clareza sobre este ou aquele aspecto investigado, mas também desenvolve-
remos habilidades e competências que favorecerão o conjunto de nosso entendimento ou da nossa 
capacidade de compreensão.
Ratecos 
REG 11
Rafaela da Silva Costa 
186
Hoje daremos início ao nosso PET 4. Nesse material de estudo, dando continuidade aos diversos temas 
já abordados, trataremos da importância da ética e da moral para nossa vida, já que somos seres so-
ciais, de convivência e de conflitos. A ética e a moral constituem os alicerces da conduta dos seres hu-
manos; desse modo, definem seu caráter e suas virtudes, e estabelecem como ele poderá (ou deverá) 
se comportar em sociedade. Desde o nascimento aprendemos o que é “certo” e o que é “errado”; a partir 
daí reproduzimos e refletimos sobre os valores da sociedade em que vivemos.
Vamos começar, pois, temos muita coisa para estudar!
“A virtude moral é uma consequência do hábito. Nós nos tornamos o que fazemos repetidamente. 
Ou seja: nós nos tornamos justos ao praticarmos atos justos, controlados ao praticarmos atos de auto-
controle, corajosos ao praticarmos atos de bravura.”(Aristóteles. Ética à Nicômaco) 
Às vezes somos tomados por emoções e sentimentos que se relacionam aos acontecimentos e situa-
ções do nosso contexto social, como a desigualdade social, a corrupção, a pobreza entre outros. Nestes 
momentos, somos movidos pela solidariedade, que surge da maneira como avaliamos as situações que 
nos dizem respeito, ou aos nossos semelhantes, mas como distinguimos o certo e errado, o justo e o 
injusto? De onde se originam nossas ideias de bem e de mal, de vício e de virtude?
Senso moral
É o modo como mobilizamos, no senso comum, as ideias e valores que aprendemos desde o nascimen-
to. Veja: em muitas ocasiões, ficamos felizes, contentes e emocionados diante de uma pessoa honesta, 
que age com justiça, e tem atitudes nobres; sentimos admiração por esta pessoa. Do mesmo modo, 
somos tomados pelo horror diante da violência, e repudiamos quando uma pessoa se mostra corrupta, 
injusta ou tem atitudes opressoras. Tais emoções e sentimentos exprimem nosso senso de moral, isto 
é, a maneira como avaliamos a conduta e a ação de outras pessoas, em comparação à ideia que faze-
mos sobre a realidade. É o modo como criamos as referências, os critérios, para estabelecer a diferen-
ça entre a justiça e injustiça, o certo e o errado, o bem e o mal.
As coisas começam a ficar um pouco mais difíceis quando percebemos que nenhuma pessoa é 100% 
justa, boa ou pacífica, e nem 100% injusta, errada ou violenta. Esta compreensão nos coloca em “xeque” 
quanto às atitudes que devemos tomar, porque nós também somos incompletos, como todos os seres 
humanos.
Consciência moral
Nossas dúvidas quanto à decisão a se tomar não manifestam nosso senso moral, mas põem à prova 
nossa consciência moral, pois exige de nós, que justifiquemos para nós mesmos e para os outros, as 
razões de nossas decisões e de todas as consequências que ela possa trazer.
O senso moral e consciência moral dizem respeito a valores, sentimentos, intenções, decisões e ações 
referidos ao bem e ao mal, ao desejo de liberdade e ao exercício de liberdade. Dizem respeito às rela-
ções que mantemos com os outros e, portanto, nascem e existem como parte de nossa vida com outros. 
O senso e a consciência moral são por isso constitutivos (formadores) de nossa existência intersubjeti-
va (reciprocidade com o outro), isto é, de nossas relações com as outras pessoas.
Juízo de fato e Juízo de valor
Os juízos de fato são aqueles que dizem o que as coisas são, como são e por que são. Quando dizemos 
“está chovendo”, estamos enunciando um acontecimento constatado por nós. Não há dúvidas quanto à 
validade da afirmação: ou de fato está chovendo (e a afirmação é verdadeira), ou de fato não está cho-
vendo (e a afirmação é falsa).
187
Já os juízos de valor avaliam as coisas, pessoas, ações, experiências, acontecimentos, sentimentos, 
estados de espírito, intenções, e decisões. Classificam como bons ou maus, desejáveis ou indesejáveis, 
e assim por diante. Não se contentam em dizer como algo é, mas se referem a como algo deve ser.
Dessa perspectiva, os juízos de valor são normativos, isto é, enunciam normas que dizem como devem 
ser as coisas, tomando como referência as ideias que temos de bem, de mal, de liberdade, de felicidade 
etc. Assim, podemos dizer que a diferença entre juízo de fato e de valor corresponde à diferença entre 
natureza e cultura. A primeira é constituída por estruturas e processos necessários, que existem por si 
mesmos. Por exemplo: a chuva, que é parte do ciclo hidrológico, e que se comporta de acordo com leis 
universais, que podem ser enunciadas cientificamente. Por sua vez, a cultura nasce da maneira como 
interpretamos o mundo. Damos significado simbólico e valores às coisas, pessoas, à natureza, e a tudo 
e a todos. Exemplo: “Na noite lenta e morna, morta noite sem ruído, um menino chora....” ( Carlos Drum-
mond, poema, Menino Chorando na Noite) 
Ética e violência
Evidentemente as várias culturas e sociedades existentes não definem a violência da mesma maneira. 
Quando uma cultura e uma sociedade definem o que entendem por mal, crime e vício, definem aquilo 
que julgam violência contra um indivíduo ou contra o grupo. Simultaneamente, elegem valores que con-
sideram positivos, como o bem, o mérito e a virtude, como barreiras éticas contra violência.
É preciso pontuar que ética e moral são termos distintos e que essa distinção veremos nas semanas 
seguintes.
O agente moral
É preciso que exista o agente consciente, isto é, aquele que conhece a diferença entre bem e mal, certo 
e errado, virtude e vício. A consciência e a responsabilidade são condições indispensáveis da vida éti-
ca. O campo ético é, assim, constituído pelos valores e pelas obrigações, que constituem as condutas 
morais, isto é, a virtude.
O ser humano só pode existir se for:
• Consciente de si mesmo e dos outros, sendo capaz de refletir e de reconhecer a existência dos 
outros como sujeitos éticos iguais a si;
• Dotado de vontade, isto é, de capacidade para controlar e orientar seus desejos, impulsos, ten-
dências e sentimentos;
• Responsável, isto é, que consiga assumir a responsabilidade sobre suas ações;
• Livre, isto é, capaz de reconhecer-se como causador de seus próprios sentimentos, atitudes 
e ações.
Oser humano não deve se permitir a passividade, pois assim será controlado pelos seus impulsos (e não 
exercerá controle sobre eles). Ao contrário, deve ser ativo e virtuoso, para controlar suas inclinações e 
suas paixões. Isso o torna um ser autônomo.
REFERÊNCIAS:
CHAUÍ, Marilena. Iniciação à Filosofia. São Paulo: Ática, 2014.
188
ATIVIDADES
1 - O que é um juízo de fato e o que é um juízo de valor? Defina-os e dê novos exemplos diferentes do que 
aparece no texto.
2 - (ENEM 2011) O brasileiro tem noção clara dos comportamentos éticos e morais adequados, mas 
vive sob o espectro da corrupção, revela pesquisa. Se o país fosse resultado dos padrões morais que 
as pessoas dizem aprovar, pareceria mais com a Escandinávia do que com Bruzundanga (corrompida 
nação fictícia de Lima Barreto).
O distanciamento entre “reconhecer” e “cumprir” efetivamente o que é moral constitui uma ambiguidade 
inerente ao humano, porque as normas morais são:
a) decorrentes da vontade divina e, por esse motivo, utópicas.
b) parâmetros idealizados, cujo cumprimento é destituído de obrigação.
c) amplas e vão além da capacidade de o indivíduo conseguir cumpri-las integralmente.
d) criadas pelo homem, que concede a si mesmo a lei à qual deve se submeter.
e) cumpridas por aqueles que se dedicam inteiramente a observar as normas jurídicas.
3 - Apesar das diferenças culturais, o que todas as culturas consideram que seja virtude?
Os juízos de fato são aqueles que dizem o que as coisas são, como são e por que são. Quando dizemos "está chovendo", estamos enunciando um acontecimento constatado por nós. Não há dúvidas quanto à validade da afirmação: ou de fato está chovendo (e a afirmação é verdadeira), ou de fato não está chovendo (e a afirmação é falsa).Já os JUIZOS cie valor avaliam as coisas, pessoas, ações, experiências, acontecimentos, sentimentos, estados de espírito, intenções, e decisões. Classificam como bons ou maus, desejáveis ou indesejáveis, e assim por diante. Não se contentam em dizer como algo é, mas se referem a como algo deve ser.
Se entende virtude como uma qualidade moral positiva. Algo que realiza ou busca um bem. Diferentes culturas podem valorizar traços e qualidades especificas. Segundo a Psicologia Positiva de Seligman, que trouxe uma base psicológica e biológica para uma noção de virtude ampla, características como coragem, justiça, humanidade, temperança, transcendência e sabedoria seriam virtudes, encontradas entre culturas diferentes.
189
SEMANA 2
EIXO TEMÁTICO: 
Agir e poder.
TEMA/TÓPICO: 
Ser e dever ser.
HABILIDADE(S): 
Conhecer algumas entre as diversas posições filosóficas a respeito do bem e do mal. 
Analisar e compreender os fundamentos da ética em diferentes culturas.
CONTEÚDOS RELACIONADOS: 
Definição de ética e moral, ética clássica e ética religiosa.
TEMA: Ética e moral - parte 2
Olá, estudante!
Daremos continuidade nesta semana, aprofundando um pouco sobre a origem da ética e da moral para 
compreendermos como se dá a constituição de nossa identidade como ser individual, cultural e social.
Toda cultura e sociedade institui uma moral, que é válida para todos os seus membros. Culturas e so-
ciedades fortemente hierarquizadas ou de classe podem até mesmo ter morais distintas para cada uma 
delas. No entanto, a simples existência da moral não significa a presença explícita de uma ética. Esta 
pressupõe uma disciplina filosófica, uma reflexão que discute, problematiza e interpreta o significado 
dos valores morais, do caráter pessoal e dos costumes que neles se baseiam.
Embora sejam usados em conjunto e muitas vezes como sinônimos, os conceitos de ética e moral são 
diferentes entre si, tanto no que diz respeito ao significado quanto à origem etimológica das palavras.
“O céu estrelado por sobre mim e a lei moral dentro de mim.” Immanuel Kant
Ética vem do grego ethos , e literalmente significa morada, refúgio. Em termos filosóficos está ligada 
ao modo de ser, caráter, natureza e índole. A palavra moral tem origem no termo latino mores, e seu 
significado está ligado aos costumes e tradições, aos “combinados” sociais.
Portanto, a partir da análise etimológica já é possível definir que a ética está mais ligada ao indivíduo, 
enquanto a moral tem relação mais próxima com a sociedade. Além disso, costuma-se admitir que a 
ética é um processo de reflexão sobre a moral.
Ética
Se refere ao modo de ser de um indivíduo, a natureza, o caráter e a postura adotados diante de uma 
dada situação. Ações éticas são individuais, são uma escolha de cada ser humano, e partem de seu pro-
cesso de reflexão sobre o mundo e a vida. Evidentemente, como o indivíduo sempre está inserido em 
um contexto social, histórico, político etc, toda a reflexão ética se baseia numa moral, ou seja, recebe 
influência direta do meio no qual existe este indivíduo.
190
Moral
O conceito de moral pode ser definido como um conjunto de regras, valores e normas, estabelecidas 
num determinado contexto histórico e social, que definem e norteiam o comportamento e o julgamento 
dos indivíduos. A moral está ligada aos padrões culturais vigentes, costumes, valores e tradições, ele-
mentos necessários para o convívio dos indivíduos.
Uso da ética e da moral
A lei que define a prioridade no atendimento de idosos e gestantes, bem como assentos reservados 
para os mesmos, expressa a moral de uma sociedade. Vejamos agora o seguinte exemplo: Maria não 
cedeu o assento à mulher grávida. Percebemos aqui que, mesmo Maria tendo conhecimento das regras, 
não a cumpriu. A ética é resultado da decisão de cada um.
Agora um exemplo para entendermos a moral como uma construção histórica. No passado, não era mo-
ralmente aceito que mulheres usassem calças. Atualmente a peça é usada por homens e mulheres. Os 
momentos históricos e os contextos sociais influenciam na criação das regras morais, que sofrem alte-
rações ao longo do tempo. O músico brasileiro Belchior escreveu numa canção: “No presente, a mente, 
o corpo é diferente. E o passado é uma roupa que não nos serve mais”. 
Quando nós falamos em ética, nós não falamos apenas de teorias, práticas, filosofia, teologia, mas tam-
bém falamos da própria vida humana. A ética é sempre aplicada no nosso dia a dia, no trabalho, na esco-
la, na família, etc. Ela está ligada diretamente à construção do nosso caráter, e ao exercício da liberdade 
humana. A ética é um estudo (teoria) no que se refere à conduta humana, do bem e mal, do certo e erra-
do de acordo com cada costume, comportamento e cultura de cada região.
Ética Grega Antiga
“ A reflexão grega neste campo surgiu como uma pesquisa sobre a natureza do bem moral, na busca de 
um princípio absoluto da conduta.” (VALLS,1994, p.24)
Mas em que consiste este bem moral? Qual é o maior dos bens? Seria a felicidade, o dinheiro, as honras, 
o prazer? E o que é este “Bem Supremo” de que tanto falam os filósofos gregos? Para Platão, Sócrates e 
Aristóteles este Bem Supremo só pode ser alcançado mediante a prática de uma vida virtuosa, tendo a 
razão como guia de nossas ações.
Para Sócrates, uma vida virtuosa depende do conhecimento de si mesmo. Ele afirma que o mais im-
portante está dentro de cada um de nós; que quanto melhor nos conhecermos, maiores serão nossas 
virtudes; e que em nosso interior está a pureza de viver pelas nossas próprias escolhas. Assim, Sócra-
tes inaugura o chamado sujeito moral, ou agente moral, aquele que saber o que faz, conhece as causas 
e os fins de suas ações. Este saber conduz o indivíduo à reflexão e à conscientização de suas atitudes 
e de seu caráter.
Se devemos a Sócrates o início da filosofia moral, devemos também a Aristóteles a distinção entre sa-
ber teórico ou contemplativo e saber prático. O saber teórico é o conhecimento de seres e fatos que 
existem e agem independentemente de nós e sem nossa interferência, isto é, de seres e fatos naturais 
e/ou divinos. Já o saber prático é o conhecimento daquilo que existe como consequência de nossa ação 
e, portanto, depende diretamente de nós,de nossas decisões. A ética e a política, por exemplo, são sa-
beres práticos. O saber prático pode ser de dois tipos: práxis ou técnica. Na práxis, o agente, a ação e a 
finalidade do agir são inseparáveis. Exemplo: Somos aquilo que fazemos e o que fazemos é a finalidade 
boa ou virtuosa. Já na técnica tem como finalidade a fabricação de alguma coisa diferente do agente. 
Exemplo: Um carpinteiro, ao fazer uma mesa, realiza uma ação técnica, mas ele próprio não é essa ação 
nem a mesa produzida por ele.
191
Também devemos a Aristóteles a definição de um destes saberes práticos, que é o campo das ações 
éticas, ou seja, relativas às escolhas que fazemos. Trata-se do campo de saber onde tudo o que deve 
ser e/ou acontecer depende de nossa vontade e de nossa ação.
“O valor fundamental da vida depende da percepção e do poder de contemplação ao invés da mera so-
brevivência”. Aristóteles
Princípios da vida moral:
Se examinarmos o pensamento filosófico dos antigos gregos, veremos que nele a ética afirma princí-
pios da vida moral como: 
1. Por natureza, os humanos aspiram ao bem e à felicidade, que só são alcançáveis pela conduta 
virtuosa.
2. A virtude é uma excelência, alcançada pelo caráter.
3. A conduta ética é aquela na qual o agente sabe o que está e o que não está em seu poder de rea-
lizar.
O ser humano não se submete aos acasos da sorte, nem à vontade e aos desejos de outro, nem à tirania 
das paixões; mas obedece apenas à sua consciência e à sua vontade racional. A busca do bem e da fe-
licidade é a essência da vida ética.
Ética e religião
A religião está de tal forma presente na vida das pessoas que uma boa parte da sociedade pauta suas 
ações (ou pelo menos orienta suas ações) em torno de mandamentos divinos que são, em sua essên-
cia, regras de conduta moral. Diferente das outras religiões da antiguidade, o Cristianismo nasce como 
religião de indivíduos que não se definem por seu pertencimento a uma nação ou a um Estado, mas por 
sua fé num único Deus. Assim, o Cristianismo introduz duas diferenças primordiais em relação à antiga 
concepção ética:
1. A ideia de que a virtude se define por nossa relação com Deus, e não com a cidade (polis), nem com 
as outras pessoas;
2. A afirmação de que somos seres dotados de livre-arbítrio e que, em decorrência do “pecado origi-
nal”, o impulso espontâneo de nossa liberdade se dirige para o mal, para o pecado. Assim, confor-
me a interpretação do Cristianismo, se somos pecadores, pressupõe-se que somos incapazes de 
fazer o bem e praticar virtudes apenas por nossa vontade.
Assim, a concepção cristã introduz uma nova ideia na discussão ética: a ideia do dever, isto é, de que 
a virtude é a obrigação de cumprir o que é ordenado pela lei divina. O Cristianismo introduz essa ideia 
de dever para oferecer um caminho seguro para nossa vontade, que, sendo livre, mas fraca, sente-se 
dividida entre o bem e o mal.
A partir do dever, a ação humana pode ser entendida como intencional. O dever não se refere apenas 
às ações visíveis, mas também às intenções invisíveis, que podem ser julgadas eticamente olhando-se 
para as atitudes do sujeito. 
PARA SABER MAIS:
Ética e Moral: Como diferenciar? Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=FEASxRw2Gb0>. 
Acesso em: 26 ago. 2021. 
Ética a Nicômaco: Aristóteles. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=xdqQKaacdVc>. 
Acesso em: 26 ago. 2021. 
192
REFERÊNCIAS:
CHAUÍ, Marilena. Iniciação à Filosofia. São Paulo: Ática, 2014.
ATIVIDADES
1 - Como podemos diferenciar “moral” e “ética”?
a) Não podemos diferenciar, são palavras sinônimas.
b) Moral é um conjunto de valores, e Ética é a reflexão sobre esses valores.
c) Moral é a prática da Ética no nosso dia a dia.
d) Moral é sinônimo de “ética aplicada”.
e) Nenhuma das alternativas acima.
2 - “Vemos que toda cidade é uma espécie de comunidade, e toda comunidade se forma com vistas a 
algum bem, pois todas as ações de todos os homens são praticadas com vistas ao que lhe parece um 
bem; todas as comunidades visam algum bem, é evidente que a mais importante de todas elas e que 
inclui todas as outras têm mais que todas este objetivo e visa ao mais importante de todos os bens” 
(Aristóteles Política.Brasília: UnB 1988)
No fragmento, Aristóteles promove uma reflexão que associa dois elementos essenciais à discussão 
sobre a vida em comunidade, a saber:
a) Ética e política, pois conduzem à eudaimonia (que significa felicidade).
b) Retórica e linguagem, pois cuidam dos discursos na ágora.
c) Democracia e sociedade pois se referem a relações sociais.
d) Geração e corrupção, pois abarcam o campo da physis.
e) Nenhuma das alternativas acima.
3 - Quando e de que forma nasce a filosofia moral ou a disciplina filosófica denominada ética?
 
A Filosofia nasce do encanto, do estranhamento, da curiosidade, da busca de respostas racionais. Nesse sentido é difícil definir exatamente quando e onde ocorreram as primeiras reflexões sobre o tema. - Em determinada visão, entende-se a Filosofia como originária da Grécia, e nesse sentido — durante o Período Clássico - se observam reflexões éticas em Platão e em Aristóteles é dedicada uma obra inteira ao tema (Ética a Nicâmaco, por exemplo). 
193
SEMANA 3 
EIXO TEMÁTICO: 
Ser e dever ser.
TEMA/TÓPICO: 
Compreender os elementos culturais que constituem as identidades.
HABILIDADE(S): 
Compreender e analisar os fundamentos da ética em diferentes culturas, identificando processos que con-
tribuem para a formação de sujeitos éticos que valorizem a liberdade, a autonomia e o poder de decisão 
(vontade).
CONTEÚDOS RELACIONADOS: 
Período Helenístico.
TEMA: Ética e moral - parte 3
Olá, estudante!A abordagem que estamos fazendo sobre as formulações da ética e da moral, e sua 
construção ao longo da história, mostram o quanto são complexas as diversas teorias e visões sobre 
o tema. Que faz parte da existência humana em sociedade e de sua conduta para com os outros. Que 
mesmo estando submetidos a regras que existem para o equilíbrio da convivência, nos pegamos cons-
tantemente em meio a conflitos, agressões, julgamentos, divergências e violência. Isso porque somos 
seres de desejo e vontade, e muitas vezes queremos ter o domínio, o poder e o controle das situações.
Por isso, a comunicação tem papel fundamental na construção da moralidade e da eticidade, que vão se 
modificando, evoluindo e transformando ao longo da história, juntamente com a cultura, colaborando 
diretamente uma com a outra neste processo.
Período Helenístico
A palavra “helenística” deriva de helenismo, termo que corresponde ao período que vai de Alexandre 
Magno, o macedônico, até o da dominação romana (338 a.C. até sua anexação pelo romanos em 146 
a.C.) Alexandre foi o grande responsável por estender a influência grega desde o Egito até a Índia. Esse 
período perdurou por cerca de trezentos anos. 
A filosofia helenística correspondeu a um desenvolvimento intelectual com forte influência dos temas 
pré-socráticos; porém, sobretudo ela é profundamente marcada pelo espírito socrático. A experiência 
com outros povos também lhe permitiu desempenhar certo papel no desenvolvimento da noção de cos-
mopolitismo, isto é, da ideia de homem como cidadão do mundo.
As escolas helenísticas têm em comum a atividade filosófica, como amor e investigação da sabedoria, 
sendo esta um modo de vida. Elas não se diferenciavam muito na escolha da forma de sabedoria. Todas 
elas definiam a sabedoria como um estado de perfeita tranquilidade da alma. Nesse sentido, a filosofia 
é uma abordagem dos cuidados, das angústias e da miséria humana, miséria resultante das conven-
ções e obrigações sociais.
Todas as escolas helenísticas trazem certa herança socrática ao admitir que os homens estão submer-
sos na miséria, na angústia e no mal, porque estão na ignorância; o mal não está nas coisas, mas no 
juízo de valor que os homens atribuem a elas. Disso decorre uma exigência: que os homens cuidem de 
194
mudar radicalmente seus juízos de valor e seu modo depensar e ser. E isso só é possível mediante a paz 
interior e a tranquilidade da alma.
Este período do Helenismo é marcado basicamente pelo paganismo e pela crença da capacidade huma-
na de explicar os problemas humanos a partir das causas humanas. A seguir, vamos apresentar rapida-
mente as principais escolas do helenismo.
Cinismo
Quem nunca ouviu ou já falou: “fulano ou beltrano é cínico!”. Você sabe o que significa ser uma pessoa 
cínica? Bom, vamos lá, eu explico: atualmente quando falamos ou ouvimos uma pessoa falar sobre ci-
nismo é normal atribuirmos o significado a alguém imprudente, insensível, que não liga para o sofri-
mento de outras pessoas ou mesmo nem se preocupa com algo que nós mesmo achamos de suma 
importância. Pois bem, saiba que nem sempre foi assim.
O cinismo nasceu por volta de 400 a.C., fundado por um aluno de Sócrates chamado Antístenes. Basi-
camente uma pessoa adepta da filosofia cínica defende que um ser humano não precisa se apegar aos 
bens materiais ou as vaidades criadas pela sociedade para ser feliz. As vaidades da sociedade dizem 
respeito às posições sociais que adquirimos com o nosso trabalho ou à qual pertencemos desde o nos-
so nascimento.
Diógenes e Alexandre Magno
O grande expoente da filosofia cínica foi Diógenes de Sinope. Diógenes morava em um barril, vestia 
apenas um pedaço de pano, e uma de suas únicas posses era um cajado; animais viviam e circulavam 
ao seu redor. Figura simples, conta a história que certa vez este pensador recebeu a visita de Alexandre 
Magno. Alexandre, parado na frente de Diógenes (este sentado a boca de sua morada) perguntou qual 
seria o desejo dele e que bastaria ele dizer a Alexandre Magno que seu desejo seria realizado. Diógenes 
rapidamente respondeu: “Sai da frente do meu sol”.
 Pintura Alexandre e Diógenes, de Nicolas-André Monsiau (1818). Disponível em: <https://www.meisterdrucke.pt/kunstwerke/400w/
Nicolas%20Andre%20Monsiau%20-%20Alexander%20and%20Diogenes%201818%20%20-%20(MeisterDrucke-191862).jpg>. 
Acesso em 26 ago 2021.
Assim nasceu a filosofia cínica, que contesta os apegos materiais e as pompas da sociedade, ou seja, 
as ambições pela riqueza, os luxos e a ostentação. O homem é um animal e deve viver como tal. Ainda 
frisa que todos os conhecimentos intelectuais que formam as bases da sociedade grega como: mate-
mática, física, música etc, são inúteis ao homem, isto porque são invenções do homem. Assim, para os 
cínicos a felicidade significa o desapego aos bens materiais e aos títulos sociais. Este desapego conduz 
o homem à liberdade.
195
Estoicismo
O Estoicismo surgiu por volta de 300 a.C. Seu fundador chamava-se Zenão de Citio. Esta corrente filo-
sófica partia da ideia do direito natural. Zenão acreditava que todas as pessoas são um tipo de “micro-
cosmo” e que todos fazem parte de um cosmos maior ainda, o universo ou “macrocosmo”. Pensar assim 
significa retirar de todos os seres humanos as suas diferenças, ou seja, somos todos, em natureza, 
iguais. Brancos, negros, amarelos, cristãos, não cristãos, escravos ou não. 
Há aqui uma grande diferença com os filósofos cínicos. Os estóicos interessavam-se por política, e de-
claravam que a ética e a moral são exigências para uma vida correta e austera. Grandes homens deste 
período foram estoicos, entre eles: o imperador romano Marco Aurélio (121-180); e o filósofo, político e 
orador Cícero (106-43 a.C). Este segundo lançou as bases daquilo que ficou conhecido como humanis-
mo grego, fundamentado no antropocentrismo, ou seja, a ideia de que o homem ocupa o centro simbó-
lico da realidade. Os estóicos ainda acreditavam que tudo o que acontece conosco é algo que de algum 
modo já estava estabelecido pela própria natureza. Assim, não devemos nos preocupar, nem sofrer 
com os revezes que nos afligem, pois não podemos controlar o universo.
Epicurismo
Em 300 a.C. Epicuro (341-270 a.C) desenvolveu um modelo de pensamento que ficou conhecido como 
epicurismo ou “filosofia do Jardim”. Este pensador defendia que a felicidade estava relacionada aos 
prazeres humanos. Na sua ótica devemos preferir aqueles prazeres que podem ser considerados dura-
douros, e rejeitar aqueles que são desnecessários, ou que apenas aparentam ser prazeres.
É interessante perceber que Epicuro afirmava que a distinção entre essas categorias de prazeres, que 
nos levam à felicidade, separa os prazeres extraídos dos cinco sentidos, daqueles que alcançamos por 
meio da nossa razão. Por isso devemos tratar e aperfeiçoar o nosso intelecto. Para os epicuristas deve-
mos tomar quatro remédios para atingirmos a felicidade. São eles: 1) os deuses não devem ser temidos, 
isso porque os deuses não estariam interessados em nós; 2) é considerado um absurdo temer a morte, 
visto que ainda não morremos; 3) o prazer está a disposição de todos, e pode ser alcançado através da 
virtude; 4) o mal dura pouco sendo fácil de suportá-lo: para isso devemos lembrar de coisas boas e feli-
zes ou criar boas expectativas para o futuro.
Ceticismo
Existem dois nomes quanto à criação e ao desenvolvimento da filosofia cética. O fundador foi Pirro de 
Élis (360-270 a.C), e o seu desenvolvedor, no século II, foi Sexto Empírico. Basicamente, após a morte 
de Alexandre, o Grande, a política na Grécia Antiga ficou estremecida. A democracia não mais respondia 
aos anseios do povo grego, e assim governos autoritários tomaram conta das Cidades-Estado. Esta ins-
tabilidade contribuiu para o surgimento da filosofia cética, uma vez que muitas dúvidas surgiram sobre 
a capacidade de governo dos sistemas políticos. A filosofia cética parte de três questões básicas, que 
são: qual a natureza real das coisas? Quais as disposições que se convém adotar a seu respeito? E quais 
as consequências que resultarão desta atitude?
A resposta a estes questionamentos, em geral, nos leva a compreender o seguinte: as coisas são di-
fíceis de se diferenciar uma das outras; nós não sabemos diferenciar as essências das coisas porque 
não conseguimos percebê-las pelos nossos sentidos, e nossa razão também pode nos deixar “na mão” 
às vezes. Por isso não devemos confiar no que a realidade nos apresenta. Isso nos leva à dúvida. Quan-
do isso acontece, a solução que temos é “suspender o juízo” (afasia; recusa em se pronunciar) sobre 
as coisas. A postura cética se transforma em atitude contrária o dogmatismo (já que essa corrente 
afirma que há uma verdade absoluta, e que ela pode ser conhecida e declarada). Enquanto o dogmá-
196
tico aceita uma determinada postura que por ele é considerada correta, o cético questiona a validade 
desta forma de pensar.
Por este motivo é importante você saber que os céticos duvidam, mas não de tudo. Duvidam apenas de 
coisas que não podem ser explicadas de forma direta, com um simples olhar.
Neoplatonismo
O Neoplatonismo, que teve inspiração em Platão, foi a grande corrente filosófica que concorreu direta-
mente com o Cristianismo, apesar de ter alguma proximidade em certos pontos. Plotino (205-270 d.C) 
foi o principal representante desta corrente. Este pensador acreditava na existência de um Uno (Deus), 
que seria a Luz. Assim, identificava a existência de um todo onde conviveriam a luz e as sombras (Tre-
vas). Na luz, Deus (Uno); nas trevas, há a ausência de luz e só isso. O ponto de encontro com o Uno está 
dentro de nossa alma, quando nos encontramos com o próprio Deus e não nos diferenciamos dele, nos 
tornando uma única coisa. A este tipo de experiência chamamos de experiência mística.
Misticismo
Para os místicos, pessoas que vivem a experiência mística ou que buscam uma experiência desta na-
tureza, viver significa exercer a simplicidade. Para isso, o místico busca a purificação e a iluminação de 
sua alma. Não haveria de algum modo a separação entre a alma, Deus e o Universo. Neste sentido, tudo 
estaria ligado e o caminho da purificação aproximaria tudo, sendo a experiência mística o auge da pu-
rificação humana. No Ocidente (ou seja, para o Islamismo, o Cristianismo e o Judaísmo) a busca épara 
se chegar à presença de um Deus pessoal; no Oriente, busca-se uma experiência na qual o místico quer 
de algum modo ligar-se ao Cosmos, ou seja, ao Universo.
“De todas essas coisas, a prudência é o princípio e o supremo bem, razão pela qual ela é mais preciosa 
do que a própria filosofia; é dela que se originaram todas as demais virtudes; é ela que nos ensina que 
não existe vida feliz sem prudência, beleza e justiça, e que não existe prudência, beleza e justiça sem 
felicidade.“ (Epicuro)
PARA SABER MAIS: 
Assista aos vídeos a seguir.
Grécia Antiga: Período Helenístico. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=dNfTXfR-
B32k>. Acesso em 26 ago. 2021. 
Filosofia Helenista. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=cV4uIR-Spd0>. Acesso em 26 
ago. 2021. 
REFERÊNCIAS:
CHAUÍ, Marilena. Iniciação à Filosofia. Ed.São Paulo: Ática, 2014
197
ATIVIDADES
1 - (UCS) Os povos da Antiguidade Clássica foram responsáveis por um legado que permanece vivo nas 
sociedades contemporâneas, em especial nas ocidentais. Sobre esse legado é correto afirmar que:
a) a religião monoteísta, praticada por gregos e romanos, foi a base para o surgimento do Cristia-
nismo, que, ainda hoje, congrega a maior comunidade de fiéis do Planeta.
b) a medicina praticada, tanto pelos gregos quanto pelos romanos, realizou progressos extraordiná-
rios; graças a eles foi possível conhecer a circulação do sangue e as infecções dos olhos e dentes.
c) a filosofia e a ciência praticada pelos gregos constituem-se a base do pensamento científico e 
filosófico das sociedades ocidentais.
d) os idiomas dos países ocidentais, na sua totalidade, derivam do latim ou da fusão dele com os 
dialetos bárbaros.
e) o sistema de numeração empregado atualmente é uma contribuição direta dos gregos e roma-
nos, especialmente o conhecimento do zero.
2 - (Fepese – 2012 –SC) Entre as muitas heranças do mundo da Antiguidade, herdamos as chamadas 
filosofias pagãs do:
a) Estoicismo e niilismo.
b) Escolástica e marxismo.
c) Epicurismo e marxismo.
d) Estoicismo e epicurismo.
e) Escolástica e tomismo.
3 - (FUNCAB 2014) – O epicurismo e o estoicismo foram as duas filosofias éticas predominantes no 
período helenístico. O estoicismo, em contraposição à ética epicurista, relaciona o bem:
a) à atividade da alma segundo a razão.
b) ao prazer por coisas materiais.
c) à indiferença diante da dor e do sofrimento.
d) aos costumes ou convenções sociais.
e) ao dever de cumprir o que é ordenado pela lei divina.
4 - (UFRN) Felipe II, rei da Macedônia, conquistou a Grécia. Seu filho, Alexandre, o Grande, consolidou 
as conquistas do pai e expandiu o império em direção à Ásia, chegando até a Índia. Na perspectiva 
histórica, a obra de Alexandre e de seus sucessores imediatos foi importante porque:
a) substituiu a visão mística do mundo, presente nos povos orientais, pelo reconhecimento intelec-
tual proveniente da razão e do raciocínio lógico.
b) favoreceu a difusão do modelo político das cidades-Estados da Grécia pelas regiões conquista-
das no Oriente, estimulando um governo fundamentado na liberdade e na democracia.
c) suplantou o poder despótico predominante nos grandes impérios orientais, os quais atribuíam 
aos governantes uma origem divina.
d) possibilitou o intercâmbio de culturas, difundindo as tradições gregas nas terras do Oriente, en-
quanto as mesopotâmicas, egípcias, hebraicas e persas expandiram-se para o Ocidente.
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SEMANA 4
EIXO TEMÁTICO: 
Ser e dever ser.
TEMA/TÓPICO: 
Ética categórica e utilitarismo.
HABILIDADE(S): 
Utilizar os conhecimentos históricos para compreender e valorizar os fundamentos da cidadania e da demo-
cracia, favorecendo uma atuação consciente do indivíduo na sociedade.
Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, políticos, econômicos ou ambientais ao longo da história.
CONTEÚDOS RELACIONADOS: 
Ética Kantiana; Utilitarismo.
TEMA: Ética e moral - parte 4
Olá estudante, vamos nesta semana fazer uma retomada sobre o pensamento de Kant, que reafirma o 
papel importante que a razão exerce em nossas vidas e na esfera da ética e da moral. Vamos conhecer 
também um pouco sobre o utilitarismo, que é uma doutrina que avalia a moral e, sobretudo, as con-
sequências dos atos humanos. Com isso, poderemos perceber que as escolhas individuais precisam 
trazer o bem-estar de todos, do coletivo. Prepare-se, pois temos muita reflexão pela frente!
“O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele.” Immanuel Kant
Ética Kantiana
Immanuel Kant (1724-1804), buscou criar um modelo ético que fosse independente de qualquer tipo 
de justificação moral religiosa e se baseasse apenas na capacidade de julgar, que é própria do ser hu-
mano. (Teoria Deontológica – Que significa teoria do dever. Defendendo que o valor moral de uma ação 
reside em si mesma.) para ele não existe bondade natural. O homem é por natureza egoísta, ambicioso, 
destrutivo, agressivo, cruel, em busca de prazeres insaciáveis, pelos quais ele mata, rouba e mente. 
É justamente por causa dessas atitudes que precisamos do dever – proporcionado pela capacidade de 
razão, que é inata em nós - para nos tornar seres morais.
Para isso, Kant elaborou um imperativo, uma ordem, de forma que o indivíduo pudesse utilizá-la como 
uma bússola moral: o imperativo categórico. Esse imperativo é uma lei moral interior ao indivíduo, ba-
seada apenas na razão humana e não possui nenhuma ligação com causas sobrenaturais, supersticio-
sas ou relacionadas a uma autoridade do Estado ou religiosa (vamos lembrar que Kant é fortemente 
influenciado pelos ideais do Iluminismo). O filósofo buscou fazer com a filosofia o que Nicolau Copérni-
co fez com as ciências. A revolução copernicana transformou toda a forma de compreensão do mundo. 
A ética kantiana está desenvolvida, sobretudo, no livro Fundamentação da Metafísica dos Costumes, de 
1785. Nele, o autor busca estabelecer esse embasamento racional para o dever.
Kant reforça essa ideia ao afirmar que somente o pensamento autônomo poderia conduzir os indivíduos 
ao esclarecimento e a maioridade. A maioridade em Kant não está relacionada com a idade, ou maio-
ridade civil, ela é a independência dos indivíduos fundamentada na sua capacidade racional de decidir 
por si mesmo o que é o dever. A moral kantiana se opõe à moral cristã, na qual o dever é entendido como 
199
uma heteronomia (significa ausência de autonomia. Sendo que autonomia em Kant é a capacidade da 
vontade humana de se autodeterminar segundo uma legislação moral), uma norma vinda de fora para 
dentro, a partir das Escrituras ou dos ensinamentos religiosos.
Imperativo Categórico
Busca estabelecer uma fórmula moral para a resolução das questões relativas à ação. O imperativo 
categórico, ao longo das obras de Kant, aparece formulado de três maneiras diferentes. Nela, as ações 
devem ser orientadas pela razão, sempre saindo do particular, da ação individual, para o universal, da 
lei moral:
• Age como se a máxima de tua ação devesse ser erguida por tua vontade em lei universal da Na-
tureza. As leis da Natureza são universais e necessárias, todos os seres a cumprem, não há al-
ternativa. Como a lei da gravidade, os ciclos de vida e outras leis que submetem todos os seres 
e é inquestionável.
• Age de tal maneira que trate a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de outrem, 
sempre como um fim e nunca como um meio. Deste modo, um ser humano jamais pode ser en-
tendido como um instrumento para se alcançar qualquer tipo de objetivo. A humanidade é o fim 
das ações e nunca um meio. Kant, nesse momento contraria, por exemplo, a ideia de que “os fins 
justificam os meios” ou qualquer visão utilitária da ética.
• Age como se a máxima de tua ação devesse servir de lei universal para todos os seres racionais. 
O ser humano deve tomar como princípio a ideia de que sua ação possa servir como lei para todas 
as pessoas. Ou seja, com base na razão, a boa ação é a que está em conformidade com o dever.
O dever é como algo que nasce em nossointerior, proposto pela razão ou coração, não é algo imposto 
por uma vontade estranha à nossa.
“Somos todos iguais perante o dever moral.” Immanuel Kant
Utilitarismo
A origem dessa corrente filosófica, consequencialista (Que significa que o valor moral de um ato é de-
terminado exclusivamente por suas consequências) ocorreu na Inglaterra com a formulação de Jeremy 
Bentham (1748-1832), chamada de “o maior princípio da felicidade”, e a sua continuidade foi estimulada 
por Jonh Stuart Mill (1806-1873), que publicou a obra “Utilitarismo” em 1861. O utilitarismo, caracteriza-
-se pela ideia de que as condutas adotadas devem promover a felicidade ou prazer do coletivo, evitando 
assim as ações que levam ao sofrimento e à dor. Foi criado no século XVIII, e defendia que a única condi-
ção moral deve ser a busca da felicidade para o maior número de pessoas e que as ações são definidas 
como certas ou erradas a depender dos seus efeitos. Embora tenha tido muitos opositores, essa linha 
de pensamento causou grande impacto nos trabalhos voltados para o estudo da moral e nas estruturas 
política, social e econômica da época. Com o ideal de coletividade, ela foi considerada uma das primei-
ras correntes a abordar a questão da igualdade, uma vez que rejeita a ideia de bem-estar apenas para 
uma classe social. Os utilitaristas ainda consideram que o principal objetivo da moral é melhorar o mun-
do, potencializando a felicidade e diminuindo os danos como a dor e o sofrimento.
 O utilitarismo parte do princípio de otimização, ou seja, exige a maximização do bem-estar geral, o que 
não se apresenta como algo facultativo, mas sim como um dever. Também propõe o princípio da impar-
cialidade e do universalismo. Isso quer dizer que os prazeres e sofrimentos são considerados da mesma 
importância, quaisquer que sejam os indivíduos afetados.
 “Aquele princípio que aprova ou desaprova qualquer ação, segundo a tendência que tem a aumentar ou 
a diminuir a felicidade da pessoa cujo interesse está em jogo”.
200
PARA SABER MAIS
Kant - Ética do dever. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=dtJKzLO_0OE>. Acesso em: 
26 ago. 2021. 
Kant e o imperativo categórico. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=DzUaP56WpoU>. 
Acesso em: 26 ago. 2021. 
Utilitarismo. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=gW2XJgUFEps>. Acesso em: 26 ago. 
2021. Utilitarismo: o certo é o que gera mais felicidade. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=Xg34a-aZmVw>. Acesso em: 26 ago. 2021. 
REFERÊNCIAS:
CHAUÍ, Marilena. Iniciação à Filosofia. São Paulo: Ática, 2014.
ATIVIDADES
1 - Segundo a fórmula universal do imperativo categórico, uma ação está correta quando:
a) Está de acordo com o princípio de autoconservação.
b) Quando gera a maior felicidade e bem –estar para o maior número de pessoas.
c) Está de acordo com os dez mandamentos.
d) É uma ação correta.
e) Pode ser praticada por todas as pessoas.
2 - (Ufsm 2015) A necessidade de conviver em grupo fez o homem desenvolver estratégias adaptativas 
diversas. Darwin, num estudo sobre a evolução e as emoções, mostrou que o reconhecimento de 
emoções primárias, como raiva e medo, teve um papel central na sobrevivência. Estudos antigos e 
recentes mostram que a moralidade ou comportamento moral está associado a outros tipos de emoções, 
como a vergonha, a culpa, a compaixão e a empatia. Há, no entanto, teorias éticas que afirmam que 
as ações boas devem ser motivadas exclusivamente pelo dever e não por impulsos ou emoções. Essa 
teoria é a ética:
a) deontológica ou kantiana.
b) das virtudes.
c) utilitarista.
d) contratualista.
e) teológica.
3 - Qual das alternativas abaixo define melhor o princípio básico do utilitarismo?
a) Uma ação moralmente correta é aquela que está de acordo com a regra “não faça aos outros 
aquilo que não gostaria que fizessem para ti”.
b) Uma ação moralmente correta é aquela que produz o maior saldo positivo de prazer ou bem-es-
tar para todos os afetados pela ação, considerados imparcialmente.
c) Uma ação moralmente correta é aquela está de acordo com o imperativo categórico.
d) Uma ação moralmente correta é aquela que gera mais felicidade para o agente.
e) Uma ação moralmente correta é aquela em que a pessoa age com honestidade.
201
4 - Assinale a alternativa que contenha apenas nomes de filósofos utilitaristas:
a) Platão e Stuart Mill.
b) Rousseau e Aristóteles.
c) Kant e Stuart Mill.
d) Stuart Mill e Bentham.
e) Kant e Bentham.
5 - Explique o que é ética deontológica.
Deontologia é uma filosofia que faz parte da filosofia moral contemporânea, que significa ciência do dever e da obrigação. A deontologia é um tratado dos deveres e da moral. É uma teoria sobre as escolhas dos indivíduos, o que é moralmente necessário e serve para nortear o que realmente deve ser feito.
202
SEMANA 5
EIXO TEMÁTICO: 
Ser e dever ser.
TEMA/TÓPICO:
Ética Contemporânea.
HABILIDADE(S): 
Analisar a importância dos valores éticos na estruturação política das sociedades.
Utilizar os conhecimentos históricos para compreender e valorizar os fundamentos da cidadania e da demo-
cracia, favorecendo uma atuação consciente do indivíduo na sociedade.
CONTEÚDOS RELACIONADOS: 
Ética Contemporânea x Bioética.
TEMA: Ética e moral - parte 5
Olá estudante, o tema desse PET 4, ética e moral, é bem extenso. Todos estamos fazendo o melhor pos-
sível, não é mesmo? Então, para incentivar você a prosseguir na busca pelo entendimento mais amplo 
das questões relacionadas à moral e à ética na filosofia, vou deixar aqui pra você os nomes de alguns 
dos autores mais importantes neste assunto. Suas obras, assim como a contextualização de seu pen-
samento, são bem fáceis de encontrar. São eles: São Tomás de Aquino (1225–1274), Santo Agostinho 
(354–430), David Hume (1711-1776), Ludwig Wittgenstein (1889–1951), Frederich Nietzsche (1844-1900), 
Jean Jacques Rousseau (1712-1778), Nicolau Maquiavel (1469–1527), Thomas Hobbes (1588-1679), Frie-
drich Hegel (1770-1831), Bertrand Russell (1972–1970), Martin Heidegger (1889 – 1976). Há inúmeros ou-
tros, mas com estes já é possível uma excelente introdução. Vamos lá, você consegue! 
Ética Contemporânea
Da ética aristotélica para a ética atual, é preciso um estudo reflexivo profundo das transformações na 
conduta humana no campo ético, seja no âmbito empresarial, profissional ou do senso comum. Lem-
brando que o comportamento ético é o ato de agir, de decidir, de fazer o bem de fato, por uma conduta 
virtuosa na comunidade em que estamos inseridos, deste modo conduzimos uma vida mais harmonio-
sa em sociedade, na busca da felicidade, da liberdade e da justiça. E na filosofia moderna, a conduta 
virtuosa designa uma disposição moral para o bem individual e comum.
Ela está fortemente marcada por motivações institucionais e legais, muito mais que morais. De certa 
maneira, a técnica, a ciência, representam um avanço e propiciam uma ligeira sensação de que basta 
estar disponível para justificar um uso. A conhecida “virada” técnico científico da modernidade. A valo-
rização da autonomia do sujeito moral leva à busca de valores subjetivos e ao reconhecimento do valor 
das paixões, o que acarreta o individualismo exacerbado e a anarquia dos valores. Resulta ainda na 
descoberta de várias situações particulares com suas respectivas morais. Mas que devemos reprimir 
certos desejos e reforçar outros se queremos atingir a felicidade e o equilíbrio. 
É preciso aqui citar para conhecimento e para que você estudante possa buscar mais informações, as 
principais correntes de pensamento da ética contemporânea foram: O Existencialismo, o Pragmatis-
mo, a Psicanálise, o Marxismo, o Neopositivismo e a Filosofia Analítica. Pois, não conseguiremos aqui, 
falar de todas.
203
Baruch de Espinosa (1632–1677)
Baruch Spinoza, foi um filósofo racionalista holandês, um dos mais importantes da filosofia moderna. 
Nascido em Amsterdã, na Holanda e era descendente de judeus de origem portuguesa. Aprofundou 
seus estudos nas áreas da teologia,línguas, filosofia e política. No entanto, suas ideias eram conside-
radas ateístas, o que levou a ser excomungado pela comunidade judaica.
Para Espinosa, somos seres naturalmente afetivos, isto é, nosso corpo é ininterruptamente afetado 
por outros (que podem conservá-lo e regenerá-lo ou enfraquecê-lo e destruí-lo) e afeta outros corpos 
(também podendo conservá-los, regenerá-los, enfraquecê-los ou destruí-los). Essas afecções (afetos) 
corporais se exprimem em nossa alma ou sentimento. O afeto e o sentimento é, portanto, constitutivo 
de nosso corpo e de nossa alma.
Nossos afetos são naturalmente paixões, pois somos naturalmente passionais quando sofremos a ação 
de causas exteriores a nós. As paixões não são nem boas e nem más, simplesmente são naturais. Não 
são vícios da natureza humana, e sim, a maneira como existimos, recebendo e sofrendo a ação das 
causas externas. Uma paixão indica a força ou a fraqueza de nosso ser para existir e pensar. Três são as 
paixões originais ou primitivas do homem: alegria, tristeza e desejo.
O que é vício? Não é ter paixões, e sim, a fraqueza para existir, agir e pensar. Deixando-se conduzir pelas 
causas externas.
O que é virtude? Não é cumprir deveres e obrigações, mas ter força interior para passar da passividade 
à atividade, ou seja, de afetos passivos (as paixões) a afetos ativos (as ações éticas). A virtude é ação, é 
a realização e concretização de nossa capacidade cognitiva ou racional.
Na ética de Espinosa, jamais se fala em pecado e em dever; afastando a ideia de virtude e vício como 
afirmava Aristóteles e a moral cristã, ao contrário, fala em fraqueza e em força para ser, pensar e agir.
Karl Marx (1818–1883)
Foi um filósofo, sociólogo, economista, jornalista e teórico político alemão. Junto a Friedrich Engels, 
elaborou uma teoria política que embasou o chamado socialismo científico. Sendo considerado um dos 
fundadores do materialismo histórico.
O pensamento marxista está fundamentado no reconhecimento de um sistema de exploração da classe 
operária pela burguesia. Fundado por Karl Marx e Friedrich Engels, o marxismo, fundou-se com base 
em um pensamento socialista já existente na Europa industrial, a fim de criar uma doutrina amparada 
pela socialização dos meios de produção (indústrias) e pela tomada de poder da classe operária, tendo 
em vista sua libertação do sistema explorador. O marxismo, na sua forma pura, defende que deve haver 
uma revolução pela qual a classe operária toma para si os meios de produção e o governo, suprimindo a 
burguesia e os seus meios de hegemonia e manutenção do poder, que constituem os conjuntos chama-
dos infraestrutura e superestrutura. Com base nisso, deveria ser criado um Estado forte, com um go-
verno chamado de socialista, que acabaria com a propriedade privada e controlaria toda a propriedade 
em nome da população, formando uma ditadura do proletariado.
Os pilares da ética marxista se fundamenta na concepção de homem como ser concreto, social e históri-
co, em uma ontologia imanentista (investigação da condição humana), na visão materialista da história, 
nas determinações da existência social dos homens sob relações sociais e econômicas determinadas, 
em uma sociedade dividida em classes.
A principal contribuição da teoria marxista para a filosofia reside no conceito de materialismo histórico 
dialético. Essa concepção filosófica opera uma reviravolta no que se entendia por dialética até então, 
de Platão a Hegel. O conceito de dialética ganha um escopo estritamente prático e material, dispen-
sando o idealismo alemão em alta no cenário intelectual filosófico do século XIX. Muitos intelectuais 
204
contemporâneos filiaram-se ao pensamento marxista, contribuindo para sua disseminação. Alguns 
mais revolucionários, como o filósofo italiano Antônio Gramsci, partiram para a defesa direta de uma 
revolução. Já os teóricos da Escola de Frankfurt fizeram uma releitura do marxismo para uma aplicação 
que se encaixasse melhor no panorama econômico e político do século XX.
Jürgen Habermas (1929-)
É um dos maiores intelectuais dos séculos XX e XXl. Filósofo e sociólogo, com formação ligada à Escola 
de Frankfurt, ele tem dedicado sua vida a estudar a democracia e apresentou um modelo de ação co-
municativa para que sejam desenvolvidos consensos no espaço público sem coerção física, mas pela 
coerção do melhor argumento. A democracia pode ser, assim, aperfeiçoada pelos processos coletivos 
de deliberação, que propiciam a coexistência dos diferentes e a participação de todos na produção de 
normas sociais.
Teoria da ação comunicativa
É embasada por duas perspectivas diferentes, o materialismo histórico de Marx e o funcionalismo de 
Max Weber, além da filosofia da linguagem e da teoria crítica da Escola de Frankfurt. A ação comuni-
cativa é uma complexa teoria da interpretação do mundo e da socialização. A socialização é complexa, 
pois é um resultado dos processos individuais que se colocam em conjunto.
Assim, começa-se um processo de fundamentação da ética que resulta das ações individuais e do con-
vencimento das pessoas com base na comunicação. A comunicação é o mais fundamental processo 
humano na ótica de Habermas, pois é ela que permite a interação e a instauração de processos éticos 
e de socialização. A ação comunicativa é um processo de comunicação livre e racional, de extrema im-
portância para a consolidação da democracia.
Razão comunicativa
É a razão, ou a racionalidade, por trás da ação comunicativa. Ela surge como uma proposta de eman-
cipação do ser humano (influência da Escola de Frankfurt) em oposição à razão instrumental, descrita 
por Adorno e Horkheimer (filósofos da Escola de Frankfurt) como parte da lógica capitalista brutal que 
apenas utiliza a racionalidade como meio para algo e não reflete sobre si mesma. Essa razão instrumen-
tal foi o tipo de processo racional que desencadeou episódios como o holocausto judeu, e é descrita 
também como uma espécie de lógica da barbárie pelos filósofos frankfurtianos.
Habermas é hoje um dos maiores pensadores das ciências humanas. Na educação, sua noção de ação 
comunicativa é utilizada para defender, na escola e na universidade, a interdisciplinaridade, contra a ideia 
positivista de separar as disciplinas. O diálogo e a busca de estruturas racionais são atitudes que podem 
enriquecer todos os campos do conhecimento. Na política sua teoria é alternativa à democracia repre-
sentativa. A defesa de outras formas de participação política, como comitês e audiências públicas, resga-
ta ainda que parcialmente, aspectos da democracia direta e dos plebiscitos comum na antiguidade.
Bioética
Um dos conceitos que definem a Bioética (“ética da vida”) é que esta é a ciência “que tem como objetivo 
indicar os limites e as finalidades da intervenção do homem sobre a vida, identificar os valores de refe-
rência racionalmente proponíveis, denunciar os riscos das possíveis aplicações” (LEONE; PRIVITERA; 
CUNHA, 2001). A Bioética trata das questões referentes à vida humana e as melhorias na qualidade de 
vida do homem. É composta por estudos multidisciplinares na área da Biologia, da Medicina e da Fi-
205
losofia. Com o notável avanço da medicina no campo da genética surgiram grandes preocupações no 
campo da ética. A clonagem humana e a fecundação artificial são novas práticas genéticas que vêm 
alterar conceitos e realidades da sociedade de hoje. Por exemplo, com as descobertas da biociência, 
passou-se a questionar os pilares sobre os quais a família moderna está baseada.
É um ramo de estudos interdisciplinar que investiga as implicações éticas em relação à utilização e 
manipulação da vida.
PARA SABER MAIS
Bioética. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=eCUKQU58SQI>. Acesso em: 26 ago 2021. 
Karl Marx. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=HGwBJ-GY2rU>. Acesso em: 26 ago 2021. 
Três lições de Espinosa. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=frqGWpueCLs>. Acesso 
em: 26 ago 2021. 
REFERÊNCIAS:
CHAUÍ, Marilena.Iniciação à Filosofia. São Paulo: Ática, 2014.
ATIVIDADES
1 - Explique a diferença entre vontade e desejo em Espinosa.
2 - (UEM 2011) Jürgen Habermas (1929) pertenceu inicialmente à escola de Frankfurt, também conhecida 
como Teoria Crítica, antes de fazer seu próprio caminho de investigação filosófica.
Sobre o pensamento de Jürgen Habermas, assinale o que for correto.
a) Ao afastar-se da Escola de Frankfurt, Jürgen Habermas abandona, ao mesmo tempo, a teoria 
crítica da sociedade e a crítica da razão instrumental.
b) Ao contrário de Max Horkheimer, Theodor W. Adorno e Walter Benjamin, Jürgen Habermas con-
tinua fiel ao materialismo histórico, ou seja, à ortodoxia marxista.
c) A relação posta pela Filosofia positivista entre o objeto da investigação científica e o sujeito que 
investiga é, para Jürgen Habermas, o caminho a ser adotado por uma racionalidade que deseja 
a emancipação humana.
d) A racionalidade comunicativa, contida na Teoria da ação comunicativa de Jürgen Habermas, 
elabora-se na interação intersubjetiva, mediatizada pela linguagem de sujeitos que desejam al-
cançar, por meio do entendimento, um consenso autêntico.
e) Nenhuma das Alternativas anteriores.
A vontade está relacionada a uma decisão de afirmar ou negar algo, e para Espinosa, a vontade não é livre. O desejo seria um impulso consciente para a autoconservação e para o desenvolvimento.
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3 - Explique o que você entende por Bioética.
Bioética, do grego bios (vida) + ethos (ética), é a ética da vida ou ética prática, isto é, um campo de estudo inter, multi e transdisciplinar que engloba a biologia, a medicina, a filosofia, o direito, as ciências exatas, as ciências políticas e o meio ambiente.
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SEMANA 6
EIXO TEMÁTICO: 
Ser e dever ser.
TEMA/TÓPICO: 
Ética da Alteridade.
HABILIDADE(S): 
Utilizar os conhecimentos históricos para compreender e valorizar os fundamentos da cidadania e da demo-
cracia, favorecendo uma atuação consciente do indivíduo na sociedade.
Analisar a importância dos valores éticos na estruturação política das sociedades.
CONTEÚDOS RELACIONADOS: 
Ética da Alteridade.
TEMA: Ética e moral - parte 6
Olá, estudante! Estamos finalizando mais um Plano de Estudos Tutorados, mas os nossos estudos e a 
nossa busca pelo conhecimento de nós mesmos, pelos sinais da verdade nas coisas e de tudo que en-
volve nossa existência em sociedade será uma constante sempre. Neste momento, faremos um breve 
apanhado sobre a ética da alteridade. Será que você se sente preparada ou preparado para ver as ou-
tras pessoas como destinatários da sua ação ética? Bons estudos!
“Querer ser livre é também querer livres os outros.” Simone de Beauvoir
“O homem é livre; mas ele encontra a lei na sua própria liberdade.” Simone de Beauvoir
Emmanuel Lévinas (1906 – 1995)
Diante da complexidade das relações humanas no mundo atual, por conta das expressivas tiranias e 
violências do paradigma liberal, bem como da tendência da sociedade contemporânea em “banalizar o 
mal”, o pensamento de Lévinas nos coloca para refletir.
Ele foi impactado pela experiência pessoal de ter vivenciado as duas grandes guerras mundiais. Re-
cebeu a influência das obras de Franz Rosenzweig, Husserl, Heidegger bem como da bíblia hebraica. 
Assim, Lévinas extrai tanto da fenomenologia quanto da religião os elementos formadores de seu pen-
samento. Por tais motivos, sua obra é caracterizada pela crítica aos fundamentos da tradição filosófica 
do ocidente, que no entendimento do filósofo, proporciona uma racionalidade conivente com a vio-
lência humana. Para Lévinas a redefinição pelo homem moderno de conceitos como sujeito e pessoa, 
produziu resultado contrário ao que desejava, pois se de um lado houve um avanço para a filosofia em 
relação ao entendimento do indivíduo, por outro, gerou atitudes humanas inaceitáveis como as guerras 
e outras formas de violência que evidenciam o distanciamento entre o homem e seus valores éticos.
Toda a base de construção do pensamento levinasiano é o Outro. Da relação Eu-Outro emerge uma 
nova perspectiva de ponderação, a de pensar a si mesmo e à sociedade a partir e com o Outro. A ética, 
enquanto produto da interpelação do rosto do Outro. Entender a “ética da alteridade” para o pensamen-
to de Emmanuel Lévinas é entender que para o mesmo a ética se apresenta como a primeira forma de 
filosofia, sendo as demais apenas ramos desta. Para Lévinas, a ética se apresenta diretamente quando 
eu estou face-a-face com o outro indivíduo (COSTA, 2000, p. 25. Lévinas: Uma introdução.) Para o filó-
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sofo a vista do rosto do outro conduz a uma atitude ética, pois convoca o Eu a ser por ele responsável, 
Lévinas (1997, p. 144) declara que: 
É sempre a partir do rosto, da responsabilidade por outrem, que aparece a justiça, que comporta 
julgamento e comparação daquilo que, em principio, é incomparável, pois cada ser é único; todo 
outrem é único. Nesta necessidade de se ocupar com a justiça aparece a ideia de equidade, sobre a 
qual está fundada a ideia de objetividade. Há, em certo momento, necessidade de uma pesagem, de 
comparação, de pensamento, e a filosofia seria, nesse sentido, a aparição da sabedoria a partir do 
âmago desta caridade inicial; ela seria - e não brinco com as palavras – a sabedoria desta caridade, 
sabedoria do amor. (LÉVINAS. Entre nós. Ensaios sobre a alteridade, 1997)
Toda a filosofia levinasiana reverbera da perspectiva do Outro que tem em seu Rosto seu elemento 
mais original. Por meio da alteridade Lévinas chama a atenção para a afirmação do indivíduo em um 
momento em que a negação epistemológica do ser transcendente prevalecia. Dessa forma, para que o 
Outro, infinito, não fique relegado ao plano do pensamento, Lévinas preconiza o rosto como o concreto 
que impele as relações humanas com responsabilidade ética. A radicalidade ética de Lévinas, enquanto 
resgate à alteridade mediante a expressão do rosto, se apresenta como negação à violência numa ten-
tativa de subversão da ordem estabelecida pela denominada totalidade. 
O modo como o Outro se apresenta, ultrapassando a ideia de Outro em mim, chamando-o, de fato, ros-
to. Esta maneira não consiste em figurar como tema sob o meu olhar, em expor-se como um conjunto 
de qualidades que formam uma imagem. O rosto de Outrem destrói em cada instante e ultrapassa a 
imagem plástica que ele me deixa à minha medida e à medida do seu ideatum (LÉVINAS 1998, p.37-38).
Ao afastar do Rosto a experiência regulada pelo conhecimento, Lévinas se afasta da fenomenologia 
e instaura uma nova valoração na qual a ética é sua filosofia primeira. Por fim, a nudez do Rosto, que 
Lévinas explica como sendo o modo como o Outro aborda o eu livre e intacto, sem verniz, evidencia a 
fragilidade humana. O filósofo esclarece que: 
“[...] O rosto de Outrem está nu; é o pobre por quem posso tudo e a quem tudo devo. E eu, que sou eu, 
mas que enquanto ‘primeira pessoa’ sou aquele que encontra processos p o ‘primeira pessoa’ sou aque-
le que encontra processos para responder ao apelo” (LÉVINAS, 1988, p. 37-38 e p. 61-62)
O homem, se faz livre ao ser responsável pelo outro, no acolher o outro na sua mais absoluta alteridade. 
a partir do homem que encontra sua verdadeira raiz na ética, que o conduz a compreender a responsa-
bilidade do Eu para com o Outro.
A Alteridade, é muito mais que um conceito, é uma prática. Ela consiste, basicamente, em colocar-se 
no lugar do outro, entender as angústias do outro e tentar pensar no sofrimento do outro. Alteridade 
também é reconhecer que existem culturas diferentes e que elas merecem respeito em sua integridade.
“É a hora em que o indivíduo justo não encontra nenhum recurso exterior, em que nenhuma instituição 
o protege, em que a consolação da presença divina no sentimento religioso infantil se nega também, 
em que o indivíduo apenas pode triunfar em sua consciência, ou seja, necessariamente no sofri-
mento. Sentido especificamente judeu do sofrimento que não toma em nenhum momento o valor de 
uma expiação místicapelos pecados do mundo. A posição de vítimas em um mundo em desordem…” 
Emmanuel Lévinas
“As nossas análises são dirigidas por uma estrutura formal: a ideia do Infinito em nós. Para se ter a 
ideia do Infinito, é preciso existir como separado. Essa separação não pode produzir-se como fazendo 
eco apenas à transcendência do Infinito. Senão, a separação manter-se-ia numa correlação que res-
tauraria a totalidade e tornaria ilusória a transcendência. Ora, a ideia do Infinito é a transcendência, 
o transbordamento de uma ideia adequada”. Emmanuel Levinas
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PARA SABER MAIS
Alteridade. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=0GhVn4BtSmg>. Acesso em: 26 ago. 2021. 
Cultura e Alteridade. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=e6yvczKRx4k>. Acesso em: 
26 ago. 2021. 
REFERÊNCIAS:
CHAUÍ, Marilena. Iniciação à Filosofia. São Paulo: Ática, 2014.
ATIVIDADES
1 - Emmanuel Lévinas foi um dos filósofos que desenvolveu uma ética marcada pelo compromisso 
e responsabilidade do EU em relação ao outro. Sobre a ética da alteridade, proposta por Lévinas, é 
CORRETO afirmar que:
I. A ética elaborada por Lévinas se configura a partir de um fundamento ontológico, o Bem demonstra-
do racionalmente.
II. A alteridade, no sentido levinasiano, é a possibilidade de relação do ser separado e finito com o ou-
trem, a partir do desejo metafísico.
III. A ética levinasiana é construída a partir da concepção heideggeriana, que concebe a solidão no in-
terior de relação.
IV. A relação ético-metafísica, apresentada por Lévinas, instaura no tempo a possibilidade de uma re-
lação para além da essência.
a) Somente I e II são verdadeiras.
b) Somente III e IV são verdadeiras.
c) Somente II e III são verdadeiras.
d) Somente I e III são verdadeiras.
a) Somente II e IV são verdadeiras.
2 - Defina Alteridade, com base na sua compreensão sobre o pensamento de Lévinas.
Segundo a terminologia levinasiana, a ideia de alteridade é definida e compreendida mediante "uma relação com uma alteridade total, irredutível à interioridade e que, no entanto, não violenta a interioridade; uma receptividade sem passividade, uma relação entre libertos" .
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3 - O que é alteridade? É ser capaz de apreender o outro na plenitude de sua dignidade, dos seus direitos 
e, sobretudo, da sua diferença. Quanto menos alteridade existe nas relações pessoais e sociais, mais 
conflitos ocorrem.
Considerando as atitudes que Frei Betto defende para construir uma comunidade de alteridade, assina-
le com V as afirmativas verdadeiras e com F as falsas.
( ) Manter a nossa tendência de colonizar o outro, ou partir do princípio de que eu sei e ensino para ele.
( ) Refletir que os professores sabem algumas coisas e aqueles que não foram à escola sabem outras 
tantas.
( ) Defender que o equilíbrio emocional para lidar com as relações de alteridade só se aprende na escola.
( ) Utilizar o diálogo e a capacidade de entender o outro a partir de sua experiência de vida e da sua 
interioridade.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência de letras CORRETA.
a) (V) (V) (F) (F).
b) (V) (F) (F) (V).
c) (F) (F) (V) (V).
d) (F) (V) (F) (V).
e) (V) (V) (V) (V).

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