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É trabalho pioneiro. Prestação de serviços com tradição de confiabilidade. Construtivo, procura colaborar com as Bancas Exami- nadoras em sua tarefa árdua de não cometer injustiças. Didático, mais do que um simples gabarito, auxilia o estudante em seu processo de aprendizagem. Constituído de 63 testes de múltipla escolha e um tra- balho de Redação, envolve conceitos das várias disci- plinas do Ensino Médio, cruzando-os entre si, com a finalidade de avaliar a capacidade de interpretar textos e manipular dados. 1ENEM/98 – ANGLO VESTIBULARES O ANGLO RESOLVE O EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO O ENEM-98 Prezado alunos-Anglo Este ENEM-98 teve por finalidade avaliar 21 habilidades decorrentes de 5 competên- cias que nada mais são do que modalidades estruturais da inteligência. No domingo, 29 de agosto, será realizado o ENEM-99. Embora essa prova seja faculta- tiva, aconselhamos aos alunos-Anglo que a façam. Por quê? Porque as notas serão levadas em conta em vestibulares importantes como FUVEST, VUNESP e UNICAMP, conforme critérios que deverão constar dos manuais de vestibulares dessas instituições. Não se preocupem com as competências que serão avaliadas, mas sim com a resolução das questões. A nota obtida é o que vale para a sua classificação. ENEM-99 é oportunidade para vocês melhorarem os seus “rankings” nos próximos ves- tibulares. Sabemos que a nota do ENEM somente será considerada nesses vestibulares quan- do melhorar a classificação do aluno. Se piorar, será descartada. A prova do ENEM é constituída de 63 testes de múltipla escolha e uma redação. Os testes envolvem assuntos de Português, Matemática, História, Geografia, Biologia, Física e Química. Os comentários e resoluções foram elaborados pelos autores do Anglo. A PROVA DE 98 Envolve as seguintes disciplinas: Português, Matemática, História, Biologia, Física, Geografia e Química. Os coordenadores do Anglo são unânimes na afirmação de que o re- duzido número de questões não permite avaliar se os alunos dominam o conteúdo progra- mático de suas disciplinas. A seguir, analisam a qualidade das questões. Que competência se espera do usuário de uma língua? Acima de tudo, a de compreender e produzir textos com proficiência. Foi o que essa prova de Português procurou avaliar. Sob esse aspecto, merece elogios e re- conhecimento de mérito. Ocorre que uma prova não avalia apenas a competência dos que se submetem a ela, mas também a de quem a elabora. Sob esse aspecto, há falhas comprometedoras: enunciados redigidos com imprecisão, com certas ambigüidades, exigindo, para dizer o mínimo, des- necessário esforço de interpretação; falhas de transcrição de textos; ausência de fontes biblio- gráficas e, em algumas questões, o privilégio do acessório em detrimento do essencial. Uma prova que procurou, dentro do possível, apresentar um modelo para a formulação de questões interdisciplinares, associando a Matemática com a Física e a Economia, entre ou- tras disciplinas. Um outro traço de modernidade na sua concepção foi atrelar a Matemática a aspectos do cotidiano. Lamenta-se que o conjunto das questões tenha se limitado a poucos assuntos do programa, deixando, assim, de abordar outros tão importantes como trigonometria aplicada, sistemas lineares e logaritmos, por exemplo. 2 ENEM/98 – ANGLO VESTIBULARES PORTUGUÊS MATEMÁTICA Na montagem dos testes que abordam a História Brasileira, a prova do ENEM-98 referiu-se à Era Vargas e ao Abolicionismo do século XIX, ou seja, temáticas relevantes e de domínio indis- pensável pelo estudante do nível médio. Apresentados sob uma perspectiva crítica, os temas exigiram tanto uma intelecção de textos eficiente, como noções da inserção do conhecimento histórico na atualidade, quais sejam as de interpretação política e construção da cidadania. Essas exigências, feitas no nível adequado, qualificam positivamente a avaliação aplicada. Os testes de História Geral caracterizam-se pelo questionamento de temas contemporâneos. Apresentam uma nova abordagem, ao fazer os acontecimentos do passado com os recentes, exigindo do candidato a leitura intepretativa e a consciência, pelo menos jornalística, dos fatos mais relevantes da atualidade. Com isso, a avaliação foi louvável, por estabelecer um conteúdo comum entre a História e a Geopolítica do presente. Questões que privilegiam nitidamente os assuntos Evolução e Ecologia. Duas delas, so- bre parasitoses (43 e 44), apresentam problemas conceituais na sua formulação. O mérito das questões propostas está no fato de que foram conceituais e de interpreta- ção de texto, não exigindo memorização nem cálculos numéricos. Entretanto, envolvendo exclusivamente Química Ambiental (poluição, chuva ácida, tratamento da água) e o con- ceito de pH, não medem o conhecimento global do aluno do Ensino Médio sobre a disci- plina. A questão 59 admite duas respostas, como foi justificado na sua resolução. Prova que não acrescenta novidade para o ensino de Física. Questões triviais sobre si- tuações amplamente conhecidas em qualquer texto clássico. A Geografia moderna tem como objeto de estudo o homem como ser criador do espaço geo- gráfico, ou seja, a natureza transformada pelo trabalho humano. Para explicar o imenso universo de inter-relações envolvidas nesse processo, a Geografia interage com a Sociologia, a História, a Economia, a Política, a Química, a Física, a Biologia, etc. Portanto a interdisciplinaridade, que em algumas disciplinas pode ser novidade, é parte constituinte do método científico dessa ciência. Considerando-se esses fatos, a prova não trouxe inovações, e as questões, de forma geral, fo- ram simples e de fácil resolução. O tema da Redação — “Viver e aprender” — situa-se num terreno perigoso que pressupõe critérios de correção elásticos: é genérico demais e abre espaço para abordagens subjetivas, impressionistas. Como avaliar a produção dos alunos? Somam-se a esses inconvenientes dois ruídos: 1º) a fundamentação do tema (espécie de ilustração) com um texto que não deve ser usado pelo candidato, portanto ocioso; 2º) a Banca não definiu se o texto dissertativo deveria ser redigido em prosa ou verso — como avaliar “poemas”? 3ENEM/98 – ANGLO VESTIBULARES HISTÓRIA BIOLOGIA QUÍMICA FÍSICA GEOGRAFIA REDAÇÃO Redação Redija um texto dissertativo, sobre o tema “Viver e Aprender”, no qual você exponha suas idéias de forma clara, coerente e em conformidade com a norma culta da língua, sem se remeter a nenhuma expressão do texto motivador “O Que É O Que É”. Dê um título à sua redação, que deverá ser apresentada a tinta e desenvolvida na folha anexa ao Cartão-Resposta. Você poderá utilizar a última página deste Caderno de Questões para rascunho. A procura do eu: uma aprendizagem O eterno aprendizado pode ser considerado um sacrifício, um motivo de preocupação e, às vezes, de frustração, mas não há como negar que existe prazer em vermos crescerem possibilidades à medida que vencemos barreiras. Aprendemos com as conquistas. Aprendemos com os fracassos. Talvez menos com aquelas, mais com esses. Para viver, é preciso não ter medo de aprender a viver, como, em frente a uma porta fe- chada, não se intimidar com a novidade, mas divisar os caminhos que percorremos e outros a serem percorridos. A verdade de um novo conhecimento nos liberta, ilumina o resto da estrada, por mais perigoso que seja o seu trajeto. Os velhos aprendem com os jovens, vice-versa. Picasso, aos sessenta anos, reiventa o olhar, decompõe as formas, ousa ensinar, pois ousou aprender. Como o homem, consciente de seu destino, nasce sozinho e morre sozinho, é preciso aprender com a vida a conviver com o outro, até mesmo para descobrir o próprio eu. QUESTÕES OBJETIVAS Um dos índices de qualidade do ar diz respeito à concentração de monóxido de carbono (CO), pois esse gás pode causar vários danos à saúde. A tabela abaixo mostra a relação entre a qualidade do ar e a concentração de CO. * ppm (parte por milhão) = 1 micrograma de CO por grama de ar 10–6 g 4 ENEM/98 – ANGLO VESTIBULARES O Que É O Que É (...)Viver e não ter a vergonha de ser feliz Cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz Eu sei que a vida devia ser bem melhor e será Mas isso não impede que eu repita É bonita, é bonita e é bonita. (...) Luiz Gonzaga Jr. (Gonzaguinha) Qualidade do ar Concentração de CO – ppm* (média de 8h) Inadequada 15 a 30 Péssima 30 a 40 Crítica Acima de 40 5ENEM/98 – ANGLO VESTIBULARES Para analisar os efeitos do CO sobre os seres humanos, dispõe-se dos seguintes dados: Suponha que você tenha lido em um jornal que na cidade de São Paulo foi atingido um péssimo nível de qualidade do ar. Uma pessoa que estivesse nessa área poderia: A) não apresentar nenhum sintoma. B) ter sua capacidade visual alterada. C) apresentar fraqueza muscular e tontura. D) ficar inconsciente. E) morrer. Pela tabela apresentada, um péssimo nível de qualidade do ar indica uma concentração de CO em ppm de 30 a 40 — observação feita na primeira tabela. Na segunda tabela, uma concentração de CO de 15 ppm provoca uma diminuição da ca- pacidade visual. A figura de Getúlio Vargas, como personagem histórica, é bastante polêmica, devido à com- plexidade e à magnitude de suas ações como presidente do Brasil durante um longo período de quinze anos (1930-1945). Foram anos de grandes e importantes mudanças para o país e para o mundo. Pode-se perceber o destaque dado a Getúlio Vargas pelo simples fato de este período ser conhecido no Brasil como a “Era Vargas”. Entretanto, Vargas não é visto de forma favorável por todos. Se muitos o consideram como um fervoroso nacionalista, um progressista ativo e o “Pai dos Pobres”, existem outros tantos que o definem como ditador oportunista, um intervencionista e amigo das elites. Considerando as colocações acima, responda à questão seguinte, assinalando a alterna- tiva correta: Provavelmente você percebeu que as duas opiniões sobre Vargas são opostas, defendendo valores praticamente antagônicos. As diferentes interpretações do papel de uma persona- lidade histórica podem ser explicadas, conforme uma das opções abaixo. Assinale-a. A) Um dos grupos está totalmente errado, uma vez que a permanência no poder depende de idéias coerentes e de uma política contínua. B) O grupo que acusa Vargas de ser ditador está totalmente errado. Ele nunca teve uma orientação ideológica favorável aos regimes politicamente fechados e só tomou medi- das duras forçado pelas circunstâncias. C) Os dois grupos estão certos. Cada um mostra Vargas da forma que serve melhor aos seus interesses, pois ele foi um governante apático e fraco – um verdadeiro marionete nas mãos das elites da época. D) O grupo que defende Vargas como um autêntico nacionalista está totalmente enganado. Poucas medidas nacionalizantes foram tomadas para iludir os brasileiros, devido à po- lítica populista do varguismo, e ele fazia tudo para agradar aos grupos estrangeiros. E) Os dois grupos estão errados, por assumirem características parciais e, às vezes con- junturais, como sendo posturas definitivas e absolutas. Concentração de CO Sintomas em seres (ppm) humanos 10 Nenhum 15 Diminuição da capacidade visual 60 Dores de cabeça 100 Tonturas, fraqueza muscular 270 Inconsciência 800 Morte QUESTÃO 01 Resposta: B RESOLUÇÃO: QUESTÃO 02 Resposta: E O regime conduzido por Getúlio Vargas promoveu profundas mudanças na vida social, eco- nômica, política e cultural do país. A imagem populista de Vargas emergiu da política tra- balhista, que arrebanhou massas de trabalhadores para os sindicatos atrelados ao governo, e os projetos industrialistas modernizaram a economia nos limites dos interesses das novas elites que ocupavam o Estado paternalista e autoritário. No centro do cenário: Getúlio. Chamado de fascista pelas esquerdas e de socialista pelas direitas, soube jogar com as forças políticas como poucos líderes da nossa História. Fundou sindicatos e partidos pela primeira vez abertos aos trabalhadores, assim como rasgou três constituições e organizou uma violenta repressão policial. Criou as leis trabalhistas há muito reivindicadas e utilizou a propaganda ufanista do Estado Novo nacionalista e ditatorial. Finalmente deposto, voltou ao poder eleito e idolatrado. O pH informa a acidez ou a basicidade de uma solução. A escala abaixo apresenta a na- tureza e o pH de algumas soluções e da água pura, a 25°C. Uma solução desconhecida estava sendo testada no laboratório por um grupo de alunos. Es- ses alunos decidiram que deveriam medir o pH dessa solução como um dos parâmetros es- colhidos na identificação da solução. Os resultados obtidos estão na tabela abaixo. Da solução testada pelos alunos, o professor retirou 100ml e adicionou água até completar 200ml de solução diluída. O próximo grupo de alunos a medir o pH deverá encontrar para o mesmo: A) valores inferiores a 1,0. B) os mesmos valores. C) valores entre 5 e 7. D) valores entre 5 e 3. E) sempre o valor 7. A tabela mostra que o valor do pH da solução analisada pelos alunos está ao redor de 5,0. Ao se diluir a solução, esta fica menos ácida, portanto o seu pH aumenta. Assim, teremos uma solução com pH maior que 5,0 e menor que 7,0. 5 � pH � 7 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 neutroácido básico suco de limão saliva água pura clara de ovo sabão 6 ENEM/98 – ANGLO VESTIBULARES Aluno Valor de pH Carlos 4,5 Gustavo 5,5 Simone 5,0 Valéria 6,0 Paulo 4,5 Wagner 5,0 Renata 5,0 Rodrigo 5,5 Augusta 5,0 Eliane 5,5 QUESTÃO 03 Resposta: C RESOLUÇÃO: RESOLUÇÃO: Os efeitos abomináveis das armas nucleares já foram sentidos pelos japoneses há mais de 50 anos (1945). Vários países têm, isoladamente, capacidade nuclear para comprometer a vida na Terra. Montar o seu sistema de defesa é um direito de todas as nações, mas um ato irresponsável ou um descuido pode desestruturar, pelo medo ou uso, a vida civilizada em vastas regiões. A não-proliferação de armas nucleares é importante. No 1º domingo de junho de 98, Índia e Paquistão rejeitaram a condenação da ONU, decor- rente da explosão de bombas atômicas pelos dois países, a título de teste nuclear e comemo- radas com festa, especialmente no Paquistão. O governo paquistanês (país que possui maio- ria da população muçulmana) considerou que a condenação não levou em conta o motivo da disputa: o território de CAXEMIRA, pelo qual já travaram 3 guerras desde sua independên- cia (em 1947, do Império Britânico, que tinha o Subcontinente Indiano como colônia). Dois terços da região, de maioria muçulmana, pertencem à Índia e 1/3 ao Paquistão. Sobre o tempo e os argumentos podemos dizer que: A) a bomba atômica não existia no mundo antes de o Paquistão existir como país. B) a força não tem sido usada para tentar resolver os problemas entre Paquistão e Índia. C) Caxemira tornou-se um país independente em 1947. D) os governos da Índia e Paquistão encontram-se numa perigosa escalada de solução de problemas pela força. E) diferentemente do século anterior, no início do século XX, o Império Britânico não ti- nha mais expressão mundial. Diante da impotência da ONU, a animosidade da Índia contra o Paquistão culminou recen- temente numa temerosa realização de testes nucleares. Um dos principais motivos que levaram àquela insensatez foi a disputa pelo rico território da Cashemira, situado ao norte da Índia e espremido entre ela, o Paquistão e a China. Apesar de suas autoridades governa- mentais terem optado pela religião hindu, que se identifica com a Índia, paradoxalmente sua população é composta por 80% de muçulmanos, identificando-se com o Paquistão. Em conseqüência, acirram-se na região disputas e demonstrações de força. Desde a independência da Índia e do Paquistão, em 1947, em relação ao domínio britânico, intensificaram-se conflitos e massacres entre hindus e mulçumanos na partilha por ter- ritórios. Ainda no presente persistem vários conflitos por outros territórios, entre os quais a Cashemira. Grande parte dessa região ficou sob o domínio indiano, e o Paquistão nunca se conformou com isso. Enfim, as recentes experiências nucleares são conflitosisolados do pós-Guerra Fria, mas colocam em risco os tratados de não-proliferação de testes nucleares, que podem comprometer a ordem mundial. O sol participa do ciclo da água, pois além de aquecer a superfície da Terra dando origem aos ventos, provoca a evaporação da água dos rios, lagos e mares. O vapor da água, ao se resfriar, condensa em minúsculas gotinhas, que se agrupam formando as nuvens, neblinas ou névoas úmidas. As nuvens podem ser levadas pelos ventos de uma região para outra. Com a condensação e, em seguida, a chuva, a água volta à superfície da Terra, caindo sobre o solo, rios, lagos e mares. Parte dessa água evapora retornando à atmosfera, outra parte escoa superficialmente ou infiltra-se no solo, indo alimentar rios e lagos. Esse processo é chamado de ciclo da água. Considere, então, as seguintes afirmativas: I. a evaporação é maior nos continentes, uma vez que o aquecimento ali é maior do que nos oceanos. II. a vegetação participa do ciclo hidrológico por meio da transpiração. III. o ciclo hidrológico condiciona processos que ocorrem na litosfera, na atmosfera e na biosfera. IV. a energia gravitacional movimenta a água dentro do seu ciclo. V. o ciclo hidrológico é passível de sofrer interferência humana, podendo apresentar de- sequilíbrios. 7ENEM/98 – ANGLO VESTIBULARES QUESTÃO 04 Resposta: D RESOLUÇÃO: QUESTÃO 05 Resposta: D A) somente a afirmativa III está correta. B) somente as afirmativas III e IV estão corretas. C) somente as afirmativas I, II e V estão corretas. D) somente as afirmativas II, III, IV e V estão corretas. E) todas as afirmativas estão corretas. As afirmativas propostas são, respectivamente: I — FALSA: Apesar de poder ocorrer um maior aquecimento eventual nos continentes, as temperaturas reinantes em grandes áreas das superfícies dos oceanos, aliadas à presença massiva da água nessas regiões, garantem uma evaporação mais intensa. II — VERDADEIRA: A transpiração vegetal causa no ar das vizinhanças um aumento da quantidade de vapor de água, portanto participando positiva- mente do ciclo hidrológico. III — VERDADEIRA: O ciclo hidrológico ocorre, de fato, na camada superficial do plane- ta, na atmosfera e na biosfera. IV — VERDADEIRA: As gotas da chuva caem devido à atração gravitacional, isto é, ao peso, que nelas atua. V — VERDADEIRA: Basta verificar as alterações desse ciclo nas regiões em que ativi- dades ligadas à agricultura e ao pastoreio intensivo causam forte desmatamento, chegando a eliminar a floresta, contribuindo inclusive nos processos de desertificação decorrentes das quei- madas e do esgotamento do solo. Uma escola de ensino médio tem 250 alunos que estão matriculados na 1ª, 2ª ou 3ª sé- rie. 32% dos alunos são homens e 40% dos homens estão na 1ª série. 20% dos alunos matriculados estão na 3ª série, sendo 10 alunos homens. Dentre os alunos da 2ª série, o número de mulheres é igual ao número de homens. A tabela abaixo pode ser preenchida com as informações dadas: O valor de a é: A) 10 B) 48 C) 92 D) 102 E) 120 Pré-requisito: Cálculo de porcentagem e equação do 1º grau. Resolução: Total de alunos: 250 32% dos alunos são homens: 0,32 ⋅ 250 = 80 40% dos homens estão na 1ª série: 0,40 ⋅ 80 = 32 20% dos alunos matriculados estão na 3ª série: 0,20 ⋅ 250 = 50 10 alunos que são homens estão na 3ª série. 8 ENEM/98 – ANGLO VESTIBULARES 1ª 2ª 3ª Total Mulher a b c a+b+c Homem d e f d+e+f Total a+d b+e c+f 250 QUESTÃO 06 Resposta: C RESOLUÇÃO: RESOLUÇÃO: Com os valores anteriores, podemos preencher a tabela dada. Temos: 3ª série f = 10 c = 50 – 10 ∴ c = 40 1ª série d = 32 2ª série e = 80 – d – f ⇒ e = 80 – 32 – 10 ∴ e = 38 b = e ⇒ b = 32 O número de mulheres é 250 – 80 = 170. Logo, a + b + c = 170 a + 38 + 40 = 170 ∴ a = 92 Na figura abaixo está esquematizado um tipo de usina utilizada na geração de eletricidade. A eficiência de uma usina, do tipo da representada na figura acima, é da ordem de 0,9, ou seja, 90% da energia da água no início do processo se transforma em energia elétrica. A usina Ji-Paraná, do Estado de Rondônia, tem potência instalada de 512 Milhões de Watt, e a barragem tem altura de aproximadamente 120m. A vazão do rio Ji-Paraná, em litros de água por segundo, deve ser da ordem de: A) 50 D) 50.000 B) 500 E) 500.000 C) 5.000 Como a potência instalada, suposta útil, é Pu = 512 × 106W, temos, para a potência total: � = ∴ 0,9 = ⇒ Pt ≈ 569 × 106W Mas a potência total hidráulica (Pt) é dada por: Pt = dZgh ∴ 569 × 106 = 1 × Z × 10 × 120 ⇒ Z ≈ 5 × 105 No processo de obtenção de eletricidade, ocorrem várias transformações de energia. Con- sidere duas delas: L s 512 106× Pt P P u t 9ENEM/98 – ANGLO VESTIBULARES I. cinética em elétrica II. potencial gravitacional em cinética Água Gerador Turbina Torre de transmissão h QUESTÃO 07 Resposta: E RESOLUÇÃO: QUESTÃO 08 Resposta: D 1 2 3 1 2 3 { Analisando o esquema, é possível identificar que elas se encontram, respectivamente, entre: A) I - a água no nível h e a turbina, II - o gerador e a torre de distribuição. B) I - a água no nível h e a turbina, II - a turbina e o gerador. C) I - a turbina e o gerador, II - a turbina e o gerador. D) I - a turbina e o gerador, II - a água no nível h e a turbina. E) I - o gerador e a torre de distribuição, II - a água no nível h e a turbina. • A energia se transforma de cinética em elétrica entre a turbina e o gerador. • A energia se transforma de potencial gravitacional em cinética entre o nível h e a turbina. Analisando o esquema, da questão 07 é possível identificar que se trata de uma usina: A) hidrelétrica, porque a água corrente baixa a temperatura da turbina. B) hidrelétrica, porque a usina faz uso da energia cinética da água. C) termoelétrica, porque no movimento das turbinas ocorre aquecimento. D) eólica, porque a turbina é movida pelo movimento da água. E) nuclear, porque a energia é obtida do núcleo das moléculas de água. O esquema mostrado é de uma usina hidrelétrica, convertendo energia cinética da água em energia elétrica. Os autores, ao fazerem alusão às imagens da lágrima sugerem que: A) há um tratamento idealizado da relação homem/mulher. B) há um tratamento realista da relação homem/mulher. C) a relação familiar é idealizada. D) a mulher é superior ao homem. E) a mulher é igual ao homem. Os textos 1 e 2 representam duas escolas literárias diferentes: Romantismo e Modernismo, respectivamente. Apesar das diferenças de linguagem e de estilo, ambos exploram a mesma tópica poética da paixão mentirosa. O homem se ajoelha, chora e faz juras de amor para conquistar a mulher, mas é tudo fingimento. As lágrimas são denunciadas como falsas. Para Joaquim Manoel de Macedo, elas são “gotas de mentira”; para Bandeira, são “de cinema”. Trata-se, portanto, de imagens da hipocrisia masculina, manifestação teatral estereotipada do amor verdadeiro, para enganar e, assim, obter os favores da mulher. Nessa medida, embo- ra as imagens da lágrima pressuponham uma certa idealização da gestualidade amorosa 10 ENEM/98 – ANGLO VESTIBULARES Texto 1 “Mulher, Irmã, escuta-me: não ames, Quando a teus pés um homem terno e curvo jurar amor, chorar pranto de sangue, Não creias, não, mulher: ele te engana! As lágrimas são gotas da mentira E o juramento manto da perfídia.” Joaquim Manoel de Macedo Texto 2 “Teresa, se algum sujeito bancar o sentimental em cima de você E te jurar uma paixão do tamanho de um bonde Se ele chorar Se ele ajoelhar Se ele se rasgar todo Não acredite não Teresa É lágrima de cinema É tapeação Mentira CAI FORA” Manuel Bandeira QUESTÃO 09 Resposta: B RESOLUÇÃO: QUESTÃO 10 Resposta: A RESOLUÇÃO: RESOLUÇÃO: masculina, como pretende a alternativa dada como correta no gabarito oficial, Macedo e Bandeira dão um tratamento irônico a elas. As imagens da lágrima, nos dois textos, ad- quirem um sentido que, em rigor, neutraliza a idealização “da relação homem / mulher”, ao mostrar casos em que o homem se vale dos gestos amorosos “idealizados”de modo conven- cional e premeditado, sem nenhuma sinceridade. Há, de fato, na tradição literária que re- monta, ao menos, ao Trovadorismo, um tratamento idealizado da relação homem /mulher, que se expressa na imagem do amante lacrimoso aos pés da amada. Esse tratamento é pres- suposto nos dois textos em questão, mas a intenção de ambos é exatamente a de colocá-lo em xeque, por meio da ironia. Não é possível contestar o gabarito, mas deve-se lamentar a imprecisão da alternativa dada como correta. Pode-se também imaginar que os dois textos poderiam ser questionados de modo mais rico, explorando-se, por exemplo, as propriedades de linguagem e de estilo e as relações de intertextualidade paródica. O assunto na aula de Biologia era a evolução do Homem. Foi apresentada aos alunos uma árvore filogenética, igual à mostrada na ilustração, que relacionava primatas atuais e seus ancestrais. Após observar o material fornecido pelo professor, os alunos emitiram várias opiniões, a saber: I. os macacos antropóides (orangotango, gorila e chimpanzé e gibão) surgiram na Terra mais ou menos contemporaneamente ao Homem. II. alguns homens primitivos, hoje extintos, descendem dos macacos antropóides. III. na história evolutiva, os homens e os macacos antropóides tiveram um ancestral comum. IV. não existe relação de parentesco genético entre macacos antropóides e homens. Analisando a árvore filogenética, você pode concluir que: A) todas as afirmativas estão corretas. B) apenas as afirmativas I e III estão corretas. C) apenas as afirmativas II e IV estão corretas. D) apenas a afirmativa II está correta. E) apenas a afirmativa IV está correta. Na árvore filogenética apresentada, os macacos antropóides (gibão, orangotango, gorila e chimpanzé) e o homem encontram-se na mesma linha. Esse dado sugere que esses gru- pos são contemporâneos, ou seja, surgiram mais ou menos na mesma época. No esque- ma também se verifica que os macacos antropóides e o homem tiveram um ancestral co- mum, há mais ou menos 15 milhões de anos. 11ENEM/98 – ANGLO VESTIBULARES Milhões de anos Hilobatídeos Pongídeos Hominídeos 123 1442443 123 0 5 10 15 25 35 50 Símios do Novo Mundo Símios do Velho Mundo Orangotango Gibão Gorila Chimpanzé Homem Australopithecus Ramapithecus Dryopithecus Mamíferos insetívoros Árvore filogenética provável dos antropóides QUESTÃO 11 Resposta: B RESOLUÇÃO: Foram feitas comparações entre DNA e proteínas da espécie humana com DNA e proteínas de diversos primatas. Observando a árvore filogenética, você espera que os dados bioquími- cos tenham apontado, entre os primatas atuais, como nosso parente mais próximo o: A) Australopithecus. B) Chimpanzé. C) Ramapithecus. D) Gorila. E) Orangotango. Na linha em que estão colocados os macacos antropóides, nota-se que o homem está lo- calizado ao lado do chimpanzé, o que sugere seu maior parentesco com esse macaco an- tropóide, relativamente aos demais. Espera-se, assim, que os dados bioquímicos, ao concordarem com a árvore proposta na questão, confirmem esse parentesco mais próximo. Se fosse possível a uma máquina do tempo percorrer a evolução dos primatas em sentido contrário, aproximadamente quantos milhões de anos precisaríamos retroceder, de acordo com a árvore filogenética apresentada, para encontrar o ancestral comum do homem e dos macacos antropóides (gibão, orangotango, gorila e chimpanzé)? A) 5 B) 10 C) 15 D) 30 E) 60 O ancestral comum aos antropóides e ao homem, segundo a árvore filogenética apresen- tada, está localizado na linha correspondente a 15 milhões de anos passados. A sombra de uma pessoa que tem 1,80m de altura mede 60cm. No mesmo momento, a seu lado, a sombra projetada de um poste mede 2,00m. Se, mais tarde, a sombra do poste di- minuiu 50cm, a sombra da pessoa passou a medir: A) 30cm B) 45cm C) 50cm D) 80cm E) 90cm h x x m x cm 1 8 2 0 6 1 5 0 45 45 , , , ,= = ∴ = ∴ = h h 1,8 1,8 1,5 x 2,0 0,6 12 ENEM/98 – ANGLO VESTIBULARES QUESTÃO 13 Resposta: C RESOLUÇÃO: RESOLUÇÃO: QUESTÃO 14 Resposta: B QUESTÃO 12 Resposta: B RESOLUÇÃO: Alunos de uma escola no Rio de Janeiro são convidados a participar de uma excursão ao Parque Nacional de Jurubatiba. Antes do passeio, eles lêem o trecho de uma reportagem publicada em uma revista: “Jurubatiba será o primeiro parque nacional em área de restinga, num braço de areia com 31 quilômetros de extensão, formado entre o mar e dezoito lagoas. Nu- ma área de 14.000 hectares, ali vivem jacarés, capivaras, lontras, tamanduás-mi- rins, além de milhares de aves e de peixes de água doce e salgada. Os peixes de água salgada, na época das cheias, passam para as lagoas, onde encontram abri- go, voltando ao mar na cheia seguinte. Nos terrenos mais baixos, próximos aos lençóis freáticos, as plantas têm água suficiente para agüentar longas secas. Já nas áreas planas, os cactos são um dos poucos vegetais que proliferam, pintando o areal com um verde pálido.” Depois de ler o texto, os alunos podem supor que, em Jurubatiba, os vegetais que sobrevi- vem nas áreas planas têm características tais como: A) quantidade considerável de folhas, para aumentar a área de contato com a umidade do ar nos dias chuvosos. B) redução na velocidade da fotossíntese e realização ininterrupta desse processo, du- rante as 24 horas. C) caules e folhas cobertos por espessas cutículas que impedem o ressecamento e a conse- qüente perda de água. D) redução do calibre dos vasos que conduzem a água e os sais minerais da raiz aos cen- tros produtores do vegetal, para evitar perdas. E) crescimento sob a copa de árvores frondosas, que impede o ressecamento e conseqüen- te perda de água. De acordo com o texto da reportagem, nas regiões planas proliferam os cactos, vegetais que possuem adaptações que restringem a perda de água. Nessas plantas, o caule é suculento, armazenador de água e provido de espinhos, na verdade folhas modificadas, ricas em cutícula cerosa, como o caule, o que dificulta as perdas transpiratórias. O texto anterior cita alguns exemplos de animais que vivem em Jurubatiba e podem ser classificados como: A) mamíferos, peixes e aves, apenas. B) mamíferos, peixes, aves e anfíbios. C) répteis, aves e anfíbios apenas. D) mamíferos, répteis, peixes e aves. E) animais pertencentes a uma só classe. No texto são citados jacarés — répteis —, capivaras, lontras e tamanduás-mirins — ma- míferos —, além de aves e peixes (de água doce e salgada). As diferentes formas em que as sociedades se organizam socioeconomicamente visam a aten- der suas necessidades para a época. O liberalismo, atualmente, assume papel crescente, com os Estados diminuindo sua atuação em várias áreas, inclusive vendendo empresas estatais. Da idéia de interferência estatal na economia, do “Estado de Bem-Estar”, da assistência so- cial ampla e emprego garantido por lei, e, às vezes, à custa de subsídios (na Europa defendi- do pela Social-Democracia), caminha-se para um Estado enxuto e ágil, onde a manutenção do progresso econômico e uma maior liberdade na conquista do mercado são as formas de assegurar ao cidadão o acesso ao bem-estar. Nem sempre a população concorda. Neste contexto, as eleições gerais na Alemanha, em 1998, poderão levar Helmuth Kohl, com longa e frutuosa carreira à frente daquele país, a entregar o posto ao social-democrata Gerhard Schroeder. 13ENEM/98 – ANGLO VESTIBULARES RESOLUÇÃO: QUESTÃO 16 Resposta: D RESOLUÇÃO: QUESTÃO 15 Resposta: C O desemprego na Alemanha atinge seu ponto máximo. A moeda única européia será o fim do Marco Alemão. A imagem de Helmuth Kohl começa a desvanecer-se. Conseguirá vencer este ano? Seja como for, ele luta. Mas recebeu um novo e tremendo golpe: o Partido Liberal (FDP) deixou Kohl. O secretário Geral do FDP, Guido Westerwelle declarou: Começou o fim da era Kohl! A Alemanha ajuda a concretizar o bloco econômico da União Européia. A participação neste bloco implica a adoção de um sistema socioeconômico que: A) dificulta a livre iniciativa econômica, inclusive das grandes empresasna Alemanha. B) ofereça mercado europeu mais restrito aos produtos e serviços alemães. C) diminua as oportunidades de iniciativa econômica para os alemães em outros países e vice-versa. D) garanta o emprego, na Alemanha, pelo afastamento da concorrência de outros países da própria União Européia. E) por meio da união de esforços com os o países da União Européia, permita à econo- mia alemã concorrer em melhores condições com países de fora da União Européia. Trata-se de uma simples questão sobre a UE. O que a desqualifica é o texto que a acompanha, completamente desnecessário para a resposta e não relacionado diretamente com o assunto. O texto, sem citação de fonte, defende uma posição neoliberal, contra o “Estado de Bem-Es- tar”, criticando a assistência social ampla e o emprego garantido por lei, vigentes na Ale- manha. Aponta, ainda, que a possibilidade de derrota de Helmuth Kohl nas eleições de setembro de 1998 é uma prova de que a população quer o fim dessa política de Estado e a criação de uma nova era. Em uma prova de 100 m rasos, o desempenho típico de um corredor padrão é representa- do pelo gráfico a seguir: Baseado no gráfico, em que intervalo de tempo a velocidade do corredor é aproximada- mente constante? A) Entre 0 e 1 segundo. B) Entre 1 e 5 segundos. C) Entre 5 e 8 segundos. D) Entre 8 e 11 segundos. E) Entre 12 e 15 segundos. O intervalo de tempo proposto de menor variação de velocidade é entre 5 e 8 segundos. Em que intervalo de tempo o corredor apresenta aceleração máxima? A) Entre 0 e 1 segundo. D) Entre 8 e 11 segundos. B) Entre 1 e 5 segundos. E) Entre 9 e 15 segundos. C) Entre 5 e 8 segundo. 14 ENEM/98 – ANGLO VESTIBULARES 12 10 8 6 4 2 0 0 2 4 6 8 10 12 14 16 Ve lo ci d ad e (m /s ) QUESTÃO 18 Resposta: C QUESTÃO 19 Resposta: A RESOLUÇÃO: QUESTÃO 17 Resposta: E RESOLUÇÃO: Como a aceleração escalar (a) é dada por: a = , o maior ∆v no menor ∆t corresponde ao intervalo entre 0 e 1 segundo. As figuras a seguir representam a variação anual de temperatura e a quantidade de chuvas mensais em dado lugar, sendo chamados de climogramas. Neste tipo de gráfico, as tempe- raturas são representadas pelas linhas, e as chuvas pelas colunas. Leia e analise. A distribuição das chuvas no decorrer do ano, conforme mostrado nos gráficos, é um pa- râmetro importante na caracterização de um clima. A esse respeito podemos dizer que a afirmativa: A) está errada, pois o que importa é o total pluviométrico anual. B) está certa, pois, juntamente com o total pluviométrico anual, são importantes variá- veis na definição das condições de umidade. C) está errada, pois a distribuição das chuvas não tem nenhuma relação com a temperatura. D) está certa, pois é o que vai definir as estações climáticas. E) está certa, pois este é o parâmetro que define o clima de uma dada área. O gráfico denominado climograma representa, ao mesmo tempo, duas importantes va- riáveis na análise climática: a temperatura e a precipitação. A temperatura, por ser um fe- nômeno constante (está sempre ocorrendo), é representada através de uma linha con- tínua, e seus valores, em médias mensais, são indicados na escala ao lado, em graus Cel- sius. A precipitação, que corresponde à ocorrência das chuvas, por ser um fenômeno in- constante, é representada através de colunas, e seus valores, em quantidades acumuladas no período de um mês, são indicados na escala ao lado, em milímetros. A caracterização de um clima pode ser feita a partir dos dados representados nesse cli- mograma, interessando na análise tanto a variação mês a mês das temperaturas, quanto a determinação da amplitude térmica anual, o mesmo ocorrendo com relação às chuvas, pois é tão importante analisar o total anual das precipitações, quanto a distribuição dessas chuvas durante o ano. Um armazém recebe sacos de açúcar de 24kg para que sejam em- pacotados em embalagens menores. O único objeto disponível para pesagem é uma balança de 2 pratos, sem os pesos metálicos. ∆v ∆t 15ENEM/98 – ANGLO VESTIBULARES Cº 28 27 26 25 24 23 22 21 20 19 18 17 16 15 14 13 12 mm 400 375 350 325 300 275 250 225 200 175 150 125 100 75 50 25 0J F M A M J J A S O N D Cº 28 27 26 25 24 23 22 21 20 19 18 17 16 15 14 13 12 mm 400 375 350 325 300 275 250 225 200 175 150 125 100 75 50 25 0J F M A M J J A S O N D 1 2 QUESTÃO 20 Resposta: b RESOLUÇÃO: RESOLUÇÃO: Realizando uma única pesagem, é possível montar pacotes de: A) 3kg B) 4kg C) 6kg D) 8kg E) 12kg Abrindo um saco de 24 kg e distribuindo seu conteúdo entre os dois pratos, de modo que a balança atinja o equilíbrio, podemos montar dois pacotes de 12 kg. Pré-requisito: Raciocínio aritmético. Realizando exatamente duas pesagens, os pacotes que podem ser feitos são os de: A) 3kg e 6kg B) 3kg, 6kg e 12kg C) 6kg, 12kg e 18kg D) 4kg e 8kg E) 4kg, 6kg e 8kg Ao usar a balança pela primeira vez, podemos separar massas de 12 kg. Ao distribuir 12 kg entre os dois pratos, de modo que a balança atinja novamente o equilíbrio, podemos montar pacotes de 6 kg. Com um pacote de 12 kg e outro de 6 kg, podemos montar um pacote de 18 kg. Pré-requisito: Raciocínio aritmético. Um estudo sobre o problema do desemprego na Grande São Paulo, no período 1985-1996, realizado pelo SEADE-DIEESE, apresentou o seguinte gráfico sobre taxa de desemprego. Pela análise do gráfico, é correto afirmar que, no período considerado, A) a maior taxa de desemprego foi de 14%. B) a taxa de desemprego no ano de 1995 foi a menor do período. C) a partir de 1992, a taxa de desemprego foi decrescente. D) no período 1985-1996, a taxa de desemprego esteve entre 8% e 16%. E) a taxa de desemprego foi crescente no período compreendido entre 1988 e 1991. A observação do gráfico mostra uma grande oscilação dos porcentuais referentes às médias anuais das taxas de desemprego total na Grande São Paulo, no período 1985-1996. A análise dos valores representados no gráfico (utilizando-se uma régua ou qualquer outro objeto que tenha a mesma função) mostra que a taxa mais baixa no período foi pouco supe- rior a 8%, em 1989, e que a taxa mais elevada se aproximou de 16%, em 1992 e em 1996. 16 ENEM/98 – ANGLO VESTIBULARES QUESTÃO 21 Resposta: E QUESTÃO 22 Resposta: C QUESTÃO 23 Resposta: D Fonte: SEP, Convênio SEADE-DIEESE. Médias Anuais da Taxa de Desemprego Total Grande São Paulo 1985 – 1996 16,0% 14,0% 12,0% 10,0% 8,0% 6,0% 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 RESOLUÇÃO: RESOLUÇÃO: RESOLUÇÃO: Uma simples questão de leitura de gráfico que poderia ter sido bastante enriquecida com alternativas que discutissem causas e efeitos da variação nas taxas de desemprego, assun- to de grande atualidade e importância para os estudantes do ensino médio. A América Latina dos últimos anos insere-se num processo de democratização, oferecendo algumas oportunidades de crescimento econômico-social num contexto de liberdade e de- pendência econômica internacional. Cuba continua caracterizada por uma organização pró- pria com restrições à liberdade econômica e política, crescimento em alguns aspectos sociais e um embargo econômico americano datado de 1962. Em 1998, o Papa João Paulo II visitou Cuba e depois disse ao cardeal Jaime Ortega, arcebispo de Havana, e a 13 bispos em visita ao Vaticano que apreciou as mudanças realizadas em Cuba após sua visita à ilha e espera que sejam criados novos espaços legais e sociais, para que a sociedade civil de Cuba possa crescer em autonomia e participação. A resposta internacional ao intercâmbio com Cuba foi boa, mas as autoridades locais mostraram pouco entusiasmo, não estando dispostas a aban- donar o sistema socialista monopartidário. A maioria dos países latino-americanos tem se envolvido, nos últimos anos, em processos de formação socioeconômicos caracterizados por: A) um processo de democratização à semelhança de Cuba. B) restrições legais generalizadas à ação da Igreja no continente. C) um processo de desenvolvimento econômico com restrições generalizadas à liberdade política. D) excelentes níveis de crescimentoeconômico. E) democratização e oferecimento de algumas oportunidades de crescimento econômico. Embora esta questão apresente pouca dificuldade, a sua elaboração é confusa. O texto descreve o processo de democratização da América Latina, acompanhado pelo crescimento econômico-social e pela sua dependência internacional. A seguir, mostra que em Cuba há restrições à liberdade econômica e política, apesar de alguns ganhos sociais, e um embargo americano datado de 1962. Ainda aponta os resultados positivos da visita do papa João Paulo II e a esperança de que a sociedade civil de Cuba possa crescer em autonomia e par- ticipação. Conclui que, apesar de tudo, as autoridades locais mostraram pouco entusiasmo, não estando dispostas a abandonar o sistema socialista monopartidário. A primeira observação que fazemos é alusiva ao embargo norte-americano de 1962. Este realmente ocorreu, quando, em plena Guerra Fria, Fidel Castro, contando com apoio soviético, anunciou que Cuba se tornara um Estado marxista-leninista. Em resposta, os EUA decretaram um bloqueio econômico e político e, a seguir, Cuba foi expulsa da OEA. Há pouco tempo, o bloqueio se intensificou em conseqüência de outro incidente: jatos cubanos abateram, em 1996, dois aviões do grupo anticastrista Irmãos para o Resgate. Como uma comissão da ONU concluiu que os aviões estavam em águas internacionais, o Congresso norte-americano aprovou a Lei Helms-Burton, ameaçando punir os empresários que comercializassem propriedades confiscadas de norte-americanos pelo governo cubano. No entanto, considerando que essa medida feria princípios do direito internacional, o Canadá e vários países europeus se recusaram a aceitá-la. Para Cuba, essa medida, acrescida à anterior, está deixando o país em graves dificuldades. Entretanto, depois da recente visita de Fidel Castro ao Vaticano e da posterior ida do papa a Cuba, o governo cubano tem lutado contra o seu isolamento político e econômico. A segunda observação que fazemos é sobre a designação que foi empregada para identificar o regime cubano: “sistema socialista monopartidário”. Lembramos que Fidel Castro é, em Cuba, chefe de Estado e de governo e está no poder desde 1959, além de ser presidente do Conselho de Estado. No país, o único partido legal é o Partido Comunista Cubano. Portanto a designação “sistema socialista monopartidário” nos parece ser mais um eufemismo para ditadura. 17ENEM/98 – ANGLO VESTIBULARES QUESTÃO 24 Resposta: E RESOLUÇÃO: Um portão está fixo em um muro por duas dobradiças A e B, conforme mostra a figura, sendo P o peso do portão. Caso um garoto se dependure no portão pela extremidade livre, e supondo que as reações máximas suportadas pelas dobradiças sejam iguais, A) é mais provável que a dobradiça A arrebente primeiro que a B. B) é mais provável que a dobradiça B arrebente primeiro que a A. C) seguramente as dobradiças A e B arrebentarão simultaneamente. D) nenhuma delas sofrerá qualquer esforço. E) o portão quebraria ao meio, ou nada sofreria. Marcando as forças que agem nas dobradiças, no portão e no garoto e admitindo que haja esforços diferentes na parede, temos: Se entendermos que “arrebentar a dobradiça” seja soltá-la do muro, a dobradiça A arreben- ta primeiro, pois está sujeita a uma força de tração, enquanto a B está sujeita a uma força de compressão, o que a aperta contra o muro. Logo, alternativa A. Matéria publicada em jornal diário discute o uso de anabolizantes (apelidados de “bom- bas”) por praticantes de musculação. Segundo o jornal, “os anabolizantes são hormônios que dão uma força extra aos músculos. Quem toma consegue ganhar massa muscular mais rápido que normalmente. Isso porque uma pessoa pode crescer até certo ponto, segundo sua herança genética e independentemente do quanto ela se exercite”. Um professor de muscu- lação, diz: “Comecei a tomar bomba por conta própria. Ficava nervoso e tremia. Fiquei im- potente durante uns seis meses. Mas como sou lutador de vale tudo, tenho que tomar”. A respeito desta matéria, dois amigos fizeram os seguintes comentários: I. o maior perigo da auto-medicação é seu fator anabolizante, que leva à impotência sexual. II. o crescimento corporal depende tanto dos fatores hereditários quanto do tipo de ali- mentação da pessoa, se pratica ou não esportes, se dorme as 8 horas diárias. III. os anabolizantes devem ter mexido com o sistema circulatório do professor de mus- culação, pois ele até ficou impotente. IV. os anabolizantes são mais perigosos para os homens, pois as mulheres, além de não correrem o risco da impotência, são protegidas pelos hormônios femininos. 18 ENEM/98 – ANGLO VESTIBULARES A B QUESTÃO 25 Resposta: A RESOLUÇÃO: A B FAy FBx FBy FAx FAx FAy FBy FBx PPortão Pgaroto QUESTÃO 26 Resposta: D Tomando como referência as informações da matéria do jornal e o que se conhece da fisio- logia humana, pode-se considerar que estão corretos os comentários: A) I, II, III e IV. B) I, II e IV, apenas. C) III e IV, apenas. D) II e III, apenas. E) I, II e III, apenas. Além dos fatores hereditários, repouso adequado, alimentação correta e exercícios físi- cos diários favorecem o crescimento da musculatura. A ingestão de anabolizantes ace- lera o processo de hipertrofia muscular, mas pode provocar impotência, como efeito secun- dário, na medida em que pode interferir na circulação sangüínea dos órgãos genitais mas- culinos. Em um concurso de televisão, apresentam-se ao participante 3 fichas voltadas para baixo, estando representada em cada uma delas as letras T, V e E. As fichas encontram-se alinha- das em uma ordem qualquer. O participante deve ordenar as fichas ao seu gosto, mantendo as letras voltadas para baixo, tentando obter a sigla TVE. Ao desvirá-las, para cada letra que esteja na posição correta ganhará um prêmio de R$ 200,00. A probabilidade de o participante não ganhar qualquer prêmio é igual a: A) 0 B) 1/3 C) 1/4 D) 1/2 E) 1/6 Pré-requisito: Definição de probabilidade para eventos eqüiprováveis. 27 e 28 O espaço amostral é composto por: E = {TVE, TEV, VET, VTE, ETV, EVT} ⇒ n(E) = 6. Seja A o evento não ganhar qualquer prêmio: A = {VET, ETV} ⇒ n(A) = 2. Assim, A probabilidade de o concorrente ganhar exatamente o valor de R$ 400,00 é igual a: A) 0 B) 1/3 C) 1/2 D) 2/3 E) 1/6 Seja B o evento ganhar exatamente R$ 400,00. Para ganhar exatamente R$ 400,00, o concorrente deverá acertar duas e somente duas letras na posição correta; acontece que isso é impossível, pois, se existirem duas, fatal- mente as três lá estarão. Assim, a probabilidade pedida é a do evento impossível. Z B( ) .= =0 6 0 R A n A n E ( ) ( ) ( ) .= = =2 6 1 3 19ENEM/98 – ANGLO VESTIBULARES RESOLUÇÃO: RESOLUÇÃO: RESOLUÇÃO: QUESTÃO 27 Resposta: B QUESTÃO 28 Resposta: A No quadro abaixo estão as contas de luz e água de uma mesma residência. Além do valor a pagar, cada conta mostra como calculá-lo, em função do consumo de água (em m3) e de ele- tricidade (em kwh). Observe que, na conta de luz, o valor a pagar é igual ao consumo multi- plicado por um certo fator. Já na conta de água, existe uma tarifa mínima e diferentes fai- xas de tarifação. Suponha que, no próximo mês, dobre o consumo de energia elétrica dessa residência. O novo valor da conta será de: A) R$ 55,23 B) R$ 106,46 C) R$ 802,00 D) R$ 100,00 E) R$ 22,90 Pré-requisito: Interpretação de uma tabela e multiplicação com números decimais. Como nesta conta o consumo é de 401 kWh, então, se duplicarmos o consumo no próxi- mo mês, teremos 2 × 401 = 802 kWh. Logo, o novo valor da conta será: 802 × 0,13276000 = 106,46 Dos gráficos abaixo, o que melhor representa o valor da conta de água, de acordo com o con- sumo, é: A) B) 20 ENEM/98 – ANGLO VESTIBULARES Companhia de Saneamento TARIFAS DE ÁGUA / M3 Faixas de consumo Tarifa Consumo Valor – R$ até 10 5,50 tarifa mínima 5,50 11 a 20 0,85 7 5,95 21 a 30 2,13 31 a 50 2,13 acima de 50 2,36 Total 11,45 Companhia de Eletricidade Fornecimento Valor – R$ 401 KWH × 0,13276000 53,23 QUESTÃO 29 Resposta:B QUESTÃO 30 Resposta: A R$ m3 R$ m3 RESOLUÇÃO: C) D) E) Pré-requisito: Conceito de coeficiente angular de uma reta e interpretação dos dados da tabela fornecida. Dos gráficos anteriores, o que melhor representa o valor da conta de água, de acordo com o consumo, é o representado na alternativa A, pois essa é a única situação em que o valor da conta permanece constante (tarifa mínima) até 10m3, representado por um segmento para- lelo ao eixo das abscissas (m3). Suponha agora que dobre o consumo d’água. O novo valor da conta será de: A) R$ 22,90 B) R$ 106,46 C) R$ 43,82 D) R$ 17,40 E) R$ 22,52 Pré-requisito: Compreensão da conta de água. Dobrando o consumo, teremos 34m3, e o novo valor será indicado na conta da seguinte maneira: Faixas de Consumo tarifa consumo Valor-R$ até 10 5,50 10 5,50 11 a 20 0,85 10 8,50 21 a 30 2,13 14 29,82 Total 43,82 21ENEM/98 – ANGLO VESTIBULARES R$ m3 R$ m3 R$ m3 QUESTÃO 31 Resposta: C RESOLUÇÃO: RESOLUÇÃO: Para falar e escrever bem, é preciso, além de conhecer o padrão formal da Língua Portu- guesa, saber adequar o uso da linguagem ao contexto discursivo. Para exemplificar este fa- to, seu professor de Língua Portuguesa convida-o a ler o texto Aí, Galera, de Luís Fernando Veríssimo. No texto, o autor brinca com situações de discurso oral que fogem à expectativa do ouvinte. Aí, Galera A expressão “pegá eles sem calça” poderia ser substituída, sem comprometimento de sen- tido, em língua culta, formal, por: A) pegá-los na mentira. B) pegá-los desprevenidos. C) pegá-los em flagrante. D) pegá-los rapidamente. E) pegá-los momentaneamente. “Pegá eles sem calça” é uma expressão da linguagem coloquial que, na linguagem culta, significa pegar desprevenido. Prevenir significa antecipar-se; chegar antes. Esse vocábulo é originário da forma latina prae + venire (antes + chegar), vir antes. Daí, prevenido é aquele que está preparado para algo que, potencialmente, está para acontecer. Agregado ao vocábulo prevenido, o prefixo des, movimento contrário e, por exten- são, negação, opõe-se à significação chegar antes. Assim, o processo de derivação pre- fixal estabelece uma nova significação: não se antecipar, ou não estar preparado pa- ra algo que, potencialmente, está para acontecer. A expressão “pegá eles sem calça” é linguagem figurada, criada pela associação com o processo cotidiano de vestir-se, em que há a preocupação com estarmos apresentáveis aos outros, ou seja, vestidos, obedecendo ao nosso padrão cultural. 22 ENEM/98 – ANGLO VESTIBULARES Jogadores de futebol podem ser vítimas de estereotipação. Por exemplo, você pode imaginar um jogador de futebol dizendo “es- tereotipação”? E, no entanto, por que não? — Aí, campeão. Uma palavrinha pra ga- lera. — Minha saudação aos aficionados do clube e aos demais esportistas, aqui presen- tes ou no recesso dos seus lares. — Como é? — Aí, galera. — Quais são as instruções do técnico? — Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de contenção coordenada, com energia otimizada, na zona de preparação, aumentam as probabilidades de, recuperado o esférico, concatenarmos um contragolpe agudo com parcimônia de meios e extrema objetividade, valendo-nos da desestrutura- ção momentânea do sistema oposto, surpre- endido pela reversão inesperada do fluxo da ação. — Ahn? — É pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça. — Certo. Você quer dizer mais alguma coisa? — Posso dirigir uma mensagem de ca- ráter sentimental, algo banal, talvez mesmo previsível e piegas, a uma pessoa à qual sou ligado por razões, inclusive, genéticas? — Pode. — Uma saudação para a minha proge- nitora. — Como é? — Alô, mamãe! — Estou vendo que você é um, um... — Um jogador que confunde o entrevis- tador, pois não corresponde à expectativa de que o atleta seja um ser algo primitivo com dificuldade de expressão e assim sabota a estereotipação? — Estereoquê? — Um chato? — Isso. Correio Braziliense, 13/05/1998. QUESTÃO 32 Resposta: B RESOLUÇÃO: O texto retrata duas situações relacionadas que fogem à expectativa do público. São elas: A) a saudação do jogador aos fãs do clube, no início da entrevista, e a saudação final di- rigida à sua mãe. B) a linguagem muito formal do jogador, inadequada à situação da entrevista, e um joga- dor que fala, com desenvoltura, de modo muito rebuscado. C) o uso da expressão “galera”, por parte do entrevistador, e da expressão “progenitora”, por parte do jogador. D) o desconhecimento, por parte do entrevistador, da palavra “estereotipação”, e a fala do jogador em “é pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça”. E) o fato de os jogadores de futebol serem vítimas de estereotipação e o jogador entrevis- tado não corresponder ao estereótipo. A linguagem utilizada pelo jogador entrevistado foge à expectativa do público basicamen- te por dois motivos: • primeiro, pela adoção de um modo de falar sofisticado, excessivamente formal, rechea- do de palavras ou expressões raras e eruditas (“recesso dos seus lares”, “vaticinou”, “energia otimizada”, “minha progenitora”); • segundo, pela revelação de uma competência absolutamente surpreendente para o estereótipo que se faz de um jogador de futebol: conseguir produzir um texto tão flu- ente e sofisticado, tanto na escolha das palavras quanto na estruturação das frases. O texto mostra uma situação em que a linguagem usada é inadequada ao contexto. Consi- derando as diferenças entre língua oral e língua escrita, assinale a opção que representa também uma inadequação da linguagem usada ao contexto: A) “o carro bateu e capotô, mas num deu pra vê direito” – um pedestre que assistiu ao acidente comenta com o outro que vai passando. B) “E aí, ô meu! Como vai essa força?” – um jovem que fala para um amigo. C) “Só um instante, por favor. Eu gostaria de fazer uma observação” – alguém comenta em uma reunião de trabalho. D) “Venho manifestar meu interesse em candidatar-me ao cargo de Secretária Executiva desta conceituada empresa” – alguém que escreve uma carta candidatando-se a um emprego. E) “Porque se a gente não resolve as coisas como têm que ser, a gente corre o risco de ter- mos, num futuro próximo, muito pouca comida nos lares brasileiros” – um professor universitário em um congresso internacional. Trata-se de uma questão de variante lingüística: especificamente, variante de situação. A frase inadequada ao contexto é a que se apresenta no item E, pois não contém o padrão de formalidade exigido de um professor universitário em um congresso interna- cional. Nela, há marcas típicas de coloquialidade: o uso de “a gente” no lugar de nós; o emprego de um termo de significação genérica (“coisas”); a falta de concordância entre “a gente” e “termos”, além de outros descompassos. João ficou intrigado com a grande quantidade de notícias envolvendo DNA: clonagem da ovelha Dolly, terapia gênica, testes de paternidade, engenharia genética, etc. Para conse- guir entender as notícias, estudou a estrutura da molécula de DNA e seu funcionamento e analisou os dados do quadro a seguir. 23ENEM/98 – ANGLO VESTIBULARES QUESTÃO 33 Resposta: B QUESTÃO 34 Resposta: E RESOLUÇÃO: RESOLUÇÃO: Em I está representado o trecho de uma molécula de DNA. Observando o quadro, pode-se concluir que: A) a molécula de DNA é formada por 2 cadeias caracterizadas por seqüências de bases nitrogenadas. B) na molécula de DNA, podem existir diferentes tipos de complementação de bases ni- trogenadas. C) a quantidade de A presente em uma das cadeias é exatamente igual à quantidade de A da cadeia complementar. D) na molécula de DNA, podem existir 5 diferentes tipos de bases nitrogenadas. E) no processo de mitose, cada molécula de DNA dá origem a 4 moléculas de DNA exatamente iguais. A observação da figura I mostra, de fato, duas fitas de polinucleotídeos complementares, cada qual com a sua seqüência. Observação: dependendo de como se interpreta a frase, a alternativa B também pode ser aceita. Ela afirma que “na molécula de DNA podem existir diferentes tiposde com- plementação de bases nitrogenadas”. Há, de fato, 2 tipos, já que a adenina se complemen- ta com a timina, e a citosina com a guanina. É provável que, na interpretação do exami- nador, as complementações A com T e C com G representem, em conjunto, um tipo só. Analisando-se o DNA de um animal, detectou-se que 40% de suas bases nitrogenadas eram constituídas por Adenina. Relacionando esse valor com o emparelhamento específi- co das bases, os valores encontrados para as outras bases nitrogenadas foram: A) T = 40%; C = 20%; G = 40% B) T = 10%; C = 10%; G = 40% C) T = 10%; C = 40%; G = 10% D) T = 40%; C = 10%; G = 10% E) T = 40%; C = 60%; G = 60% 24 ENEM/98 – ANGLO VESTIBULARES I A T C C G G A T G C T T T A G G C C T A C G A A II A T C C G G A T G C T T ⇓ U A G G C C U A C G A A III U A G G C C U A C G A A ⇓ Metionina Alanina Leucina Glutamato IV Bases nitrogenadas: A = Adenina T = Timina C = Citosina G = Guanina U = Uracila QUESTÃO 35 Resposta: A QUESTÃO 36 Resposta: D RESOLUÇÃO: Havendo 40% de timinas, esperam-se nessa molécula 40% de adeninas (comple- mentares à timina). Os 20% restantes de bases correspondem à citosina (10%) e à guanina (10%), também devido à sua complementaridade. Depois de estudar as migrações, no Brasil, você lê o seguinte texto: O Brasil, por suas características de crescimento econômico, e apesar da crise e do retrocesso das últimas décadas, é classificado como um país moderno. Tal conceito pode ser, na verdade, questionado se levarmos em conta os indi- cadores sociais: o grande número de desempregados, o índice de analfabe- tismo, o déficit de moradia, o sucateamento da saúde, enfim, a avalanche de brasileiros envolvidos e tragados num processo de repetidas migrações(...) (adap.Valin,1996, pág.50 Migrações: da perda de terra à exclusão social.SP. Atuali, 1996). Um dos fenômenos mais discutidos e polêmicos da atualidade é a “Globalização”, a qual impacta de forma negativa: A) na mão-de-obra desqualificada, desacelerando o fluxo migratório. B) nos países subdesenvolvidos, aumentando o crescimento populacional. C) no desenvolvimento econômico dos países industrializados desenvolvidos. D) nos países subdesenvolvidos, provocando o fenômeno da “exclusão social”. E) na mão-de-obra qualificada, proporcionando o crescimento de ofertas de emprego e fazendo os salários caírem vertiginosamente. A questão coloca um tema muito importante para a análise socioeconômica da população brasileira, que é a contradição entre as taxas de crescimento econômico verificadas nas últimas décadas, gerando uma imagem de modernidade no país, e o agravamento nas con- dições de miserabilidade de uma parte significativa da população. As transformações mais recentes, vinculadas ao que se convencionou denominar “globalização”, acentua- ram essas disparidades entre um Brasil moderno, integrado aos grandes mercados, com parte da população tendo acesso aos bens de consumo mais sofisticados, e um Brasil que foi deixado de lado, com um grande contingente de brasileiros alijados dessa modernidade, desempregados, sem moradia, sem terras para produzir, sem educação, sem saúde, tra- gados pelo processo perverso da “exclusão social”. Destaque-se ainda que tal processo não se restringe ao Brasil; ao contrário, vem caracterizando praticamente todo o chamado mundo subdesenvolvido. Analisando os indicadores citados no texto, você pode afirmar que: A) o grande número de desempregados no Brasil está exclusivamente ligado ao grande aumento da população. B) existe uma “exclusão social” que é resultado da grande concorrência existente entre a mão-de-obra qualificada. C) o déficit da moradia está intimamente ligado à falta de espaços nas cidades grandes. D) os trabalhadores brasileiros não qualificados engrossam as fileiras dos “excluídos”. E) por conta do crescimento econômico do país, os trabalhadores pertencem à categoria de mão-de-obra qualificada. As transformações que vêm ocorrendo no país, ligadas ao processo da globalização, trazem, entre suas conseqüências mais graves, uma elevação acentuada nas taxas de desemprego. Há o desemprego estrutural, que é aquele produzido pela introdução de novas tecnologias e pela automação da produção, que atinge tanto profissionais pouco qualificados como os bem qualificados, mas há também o chamado desemprego conjuntural, que resulta da forte con- corrência do produto importado, da recessão interna e também da política de diminuição de custos adotada pela quase totalidade das empresas no país. Esse atinge principalmente o trabalhador pouco qualificado, que tem enormes dificuldades educacionais, culturais e econômicas, para trocar de profissão ou para se qualificar melhor em sua profissão. 25ENEM/98 – ANGLO VESTIBULARES RESOLUÇÃO: QUESTÃO 37 Resposta: D RESOLUÇÃO: QUESTÃO 38 Resposta: D RESOLUÇÃO: É esse tipo de trabalhador que acaba sendo excluído de todo o processo, sendo quase sem- pre obrigado a se envolver com o trabalho informal, temporário, instável e inseguro, a fim de buscar garantir a sobrevivência de sua família, agravando-se, assim, as condições sociais e econômicas de grande parcela da população brasileira. Uma pesquisa de opinião foi realizada para avaliar os níveis de audiência de alguns canais de televisão, entre 20h e 21h, durante uma determinada noite. Os resultados obtidos estão representa- dos no gráfico de barras ao lado: A percentagem de entrevistados que declararam estar assistindo à TvB é aproxima- damente igual a: A) 15% B) 20% C) 22% D) 27% E) 30% Pré-requisitos: Leitura de um gráfico de barras e conceitos básicos de percentagem. 39 e 40 Do gráfico, temos os seguintes resultados aproximados: TVA = 32 residências TVB = 30 residências TVC = 20 residências TVD = 100 residências Nenhum canal = 18 residências Total = 200 residências A percentagem dos que declararam estar assistindo à TVB é aproximadamente: O número de residências atingidas nessa pesquisa foi aproximadamente de: A) 100 B) 135 C) 150 D) 200 E) 220 O número de residências atingidas nessa pesquisa foi de aproximadamente 200. A discussão sobre gramática na classe está “quente”. Será que os brasileiros sabem gramática? A professora de Português propõe para debate o seguinte texto: 30 200 15 100 15= = % 26 ENEM/98 – ANGLO VESTIBULARES 100 80 60 40 20 0 TvA TvB TvC TvD Nenhum canal N º d e re si d ên ci as QUESTÃO 39 Resposta: A QUESTÃO 40 Resposta: D RESOLUÇÃO: RESOLUÇÃO: PRA MIM BRINCAR Não há nada mais gostoso do que o mim sujeito de verbo no infinito. Pra mim brin- car. As cariocas que não sabem gramática falam assim. Todos os brasileiros deviam de querer falar como as cariocas que não sabem gramática. — As palavras mais feias da língua portuguesa são quiçá, alhures e miúde. (BANDEIRA, Manuel. Seleta em prosa e verso. Org: Emanuel de Moraes. 4ª ed. Rio de Janeiro, José Olympio, 1986. Pág. 19) Com a orientação da professora e após o debate sobre o texto de Manuel Bandeira, os alunos chegaram à seguinte conclusão: A) uma das propostas mais ousadas do Modernismo foi a busca da identidade do povo brasileiro e o registro, no texto literário, da diversidade das falas brasileiras. B) apesar de os modernistas registrarem as falas regionais do Brasil, ainda foram pre- conceituosos em relação às cariocas. C) a tradição dos valores portugueses foi a pauta temática do movimento modernista. D) Manuel Bandeira e os modernistas brasileiros exaltaram em seus textos o primitivis- mo da nação brasileira. E) Manuel Bandeira considera a diversidade dos falares brasileiros uma agressão à Língua Portuguesa. COMENTÁRIO: É visível e louvável o propósito da questão de integrar entendimento de texto, conheci- mento de gramática e informação literária, no quadro de um certo horizonte cultural. Essa intenção exemplifica a noção de “transversalidade”, assumida pelo MEC como ideal peda- gógico. No entanto, a formulação da idéia merece alguns reparos. A questão parte de uma suposta discussão em sala de aula; os alunos examinamo tema “Será que os brasileiros sabem gramática?”. A professora de português propõe o texto de Manuel Bandeira para orientar o debate. Trata-se de um comentário sobre o uso do pronome “mim” como “sujei- to de verbo no infinito”, condenado pela norma culta da língua, mas praticado gostosamen- te, segundo o autor, pelas “cariocas que não sabem gramática”. Bandeira conclui seu co- mentário manifestando o desejo de que aquela irregularidade, apresentada como típica de um falar regional, se generalizasse entre “todos os brasileiros”, isto é, que a irregula- ridade regional se tornasse regra nacional. Curiosamente, Bandeira manifesta sua von- tade de ruptura da norma culta mediante uma construção erudita: “deviam de querer” — verbo “dever” seguido de preposição “de” e de um verbo no infinitivo, para expressar uma necessidade. Assim, alguém que sabe muita gramática dá prestígio a uma expressão que fere a norma culta. Há um fino humorismo nesse procedimento, como há também na es- colha do sujeito que pratica a infração gramatical. Por que “as cariocas” e não “os cariocas”? Estaria Manuel Bandeira depreciando as mulheres, mostrando-as como ignorantes? Um exame mais atento do texto revela que não. O autor defende o erro de português, justifi- cando-o por ele ser “gostoso”. Ao atribuí-lo às mulheres cariocas, e não aos homens ou aos cariocas em geral, sem distinção de sexo, o poeta sugere que elas, e não eles, são a razão dessa “gostosice”. A expressão incorreta se reveste da graça feminina e é investida de uma sutil erotização. É possível, também, reconhecer algo de ingenuidade infantil na ex- pressão “para mim brincar”, evidente no verbo “brincar”. Assim, a expressão plural “as cariocas” evoca sobretudo imagens de mulheres jovens, caso em que o verbo “brincar” pode ser entendido como metáfora maliciosa, que reforça o erotismo. Essas são algumas conclusões fundamentais, decorrentes da análise intrínseca do texto, mas nada disso foi considerado pela banca examinadora. Além de desprezar essas conclusões, a questão supõe uma orientação da suposta professora, na suposta discussão dos supostos alunos, sem explicitar o conteúdo dessa orientação. Ocorre que a alternativa dada como correta pressupõe dados exteriores ao texto, como a noção de que o Modernismo buscou “a iden- tidade do povo brasileiro e o registro, no texto literário, da diversidade das falas bra- sileiras”. Essa formulação é correta em si, mas não condiz com o problema originaria- 27ENEM/98 – ANGLO VESTIBULARES QUESTÃO 41 Resposta: A RESOLUÇÃO e mente proposto — “os brasileiros sabem gramática?” —, nem com o que o texto de Bandei- ra parece propor: uma padronização nacional do uso do pronome “mim” seguido de verbo no infinitivo, subvertendo a norma culta da língua. Literalmente, isso é oposto ao que se afirma na alternativa “A”, pois, em vez de registrar a “diversidade das falas brasileiras”, o texto proporia, num caso específico, a substituição dessa diversidade pela universali- zação de uma prática lingüística coloquial-regional. No entanto, esse entendimento não deve levar à conclusão de que Bandeira condena a gramática e intenta um geral relaxa- mento de suas regras. Seu texto, gramaticalmente impecável, é uma hipérbole, que, no fun- do, dá uma imensa lição de tolerância. Sua linguagem, que chega a ser preciosa, acolhe o coloquialismo e, assim, registra a “diversidade das falas brasileiras”. Em vez de uma gra- mática autoritária, uma gramática democrática, que, em última análise, “busca a identi- dade do povo brasileiro”, com respeito e admiração por sua variedade cultural. A questão, sem entrarmos no mérito do gabarito controverso, não passa da fórmula tradicional de se assinalar uma alternativa que apresente propostas literárias de uma dada escola, contidas num determinado texto. O novo pagou um grande tributo ao velho, e a pretendida integração de texto, língua, literatura e cultura ficou muito aquém do que poderia render. Você está estudando o abolicionismo no Brasil e ficou perplexo ao ler o seguinte documento: Texto 1 Discurso do deputado baiano Jerônimo Sodré Pereira – Brasil 1879 No dia 5 de março de 1879, o deputado baiano Jerônimo Sodré Pereira, discursando na Câmara, afirmou que era preciso que o poder público olhasse para a condição de um milhão de brasileiros, que jazem ainda no cativeiro. Nessa altura do discurso foi apar- teado por um deputado que disse: “BRASILEIROS, NÃO”. Em seguida, você tomou conhecimento da existência do Projeto Axé (Bahia), nos seguin- tes termos: Texto 2 Projeto Axé, Lição de cidadania – 1998 – Brasil Na língua africana Iorubá, axé significa força mágica. Em Salvador, Bahia, o Projeto Axé conseguiu fazer, em apenas três anos, o que sucessivos governos não foram capazes: a um custo dez vezes inferior ao de projetos governamentais, ajuda meninos e meninas de rua a construírem projetos de vida, transformando-os de pivetes em cidadãos. A receita do Axé é simples: competência pedagógica, administração eficiente, respeito pelo menino, incentivo, formação e bons salários para os educadores. Criado em 1991 pelo advogado e pedagogo italiano Cesare de Florio La Rocca, o Axé atende hoje a mais de duas mil crianças e adolescentes. A cultura afro, forte presença na Bahia, dá o tom do Projeto Erê (entidade criança do can- domblé), a parte cultural do Axé. Os meninos participam da banda mirim do Olodum, do Ilé Ayê e de outros blocos, jogam capoeira e têm um grupo de teatro. Todas as atividades são remuneradas. Além da bolsa semanal, as crianças têm alimentação, uniforme e vale-transporte. Com a leitura dos dois textos, você descobriu que a cidadania: A) jamais foi negada aos cativos e seus descendentes. B) foi obtida pelos ex-escravos tão logo a abolição fora decretada. C) não era incompatível com a escravidão. D) ainda hoje continua incompleta para milhões de brasileiros. E) consiste no direito de eleger deputados. A Campanha Abolicionista no século XIX colocou em discussão o problema da inserção dos negros libertos na sociedade brasileira. Joaquim Nabuco e outros abolicionistas ressal- 28 ENEM/98 – ANGLO VESTIBULARES QUESTÃO 42 Resposta: D RESOLUÇÃO: taram a necessidade de os ex-escravos adquirirem o acesso a condições materiais de vida dignas, à participação política e ao consumo da cultura. Ou seja, a se tornarem cidadãos. E, como se vê pelo texto 1, até mesmo a nacionalidade lhes foi negada; reflexo nítido da visão segregacionista das elites do Império. Triste herança legada à República que, ainda no li- miar do século XXI, convive com milhões de indivíduos marginalizados da cidadania. A si- tuação dos meninos de rua no país contradiz toda a retórica de governos e elites privilegia- das que fecham os olhos a uma das mais preciosas conquistas da humanidade, desde a An- tigüidade Grega: a noção da igualdade social expressa no exercício da cidadania. Eis uma questão cuja completa compreensão não dispensa dados que fazem parte da me- mória discursiva do aluno, ou do conhecimento do ambiente sociocultural em que ele vive. Depreende-se que a cidadania continua incompleta por meio da informação de que já não o era em 1879 (“um milhão de brasileiros, que jazem ainda no cativeiro”); depreende-se tam- bém que situação similar ainda perdura a partir da informação de que o “Projeto Axé”, ape- sar de sua indiscutível eficácia, ainda é restrito e está longe de resolver problemas de ci- dadania em outros lugares do país. Em uma aula de Biologia, o seguinte texto é apresentado: Você sabe que a Doença de Chagas é causada por um protozoário (Trypanosoma cruzi) transmitido por meio da picada de insetos hematófagos (barbeiros). Das medidas propostas no texto “A Lagoa Azul Está Doente”, as mais efetivas na prevenção dessa doença são: A) 1 e 2 B) 3 e 5 C) 4 e 6 D) 1 e 3 E) 2 e 3 A melhoria nas condições de edificação de moradias — por exemplo, com o uso de reboco em paredes — permitiria que se evitasse a proliferação do barbeiro nas habitações humanas; da mesma forma, a colocação de telas em portas e janelase o uso de mosqui- teiros representariam uma forma de impedir a entrada do inseto hematófago nas mora- dias, durante a noite. Por outro lado, o uso controlado de inseticidas pode ser uma me- dida eficaz para a eliminação do inseto veiculador do protozoário. Observação: Há um problema conceitual no enunciado da questão. Na proposta, lê-se: “… um protozoário (Trypanosoma cruzi) transmitido por meio da picada de insetos hematófagos (barbeiros)” (o grifo é nosso). 29ENEM/98 – ANGLO VESTIBULARES LAGOA AZUL ESTÁ DOENTE Os vereadores da pequena cidade de Lagoa Azul estavam discutindo a situação da Saúde no Município. A situação era mais grave com relação a três doenças: Doença de Chagas, Esquistossomose e Ascaridíase (lombriga). Na tentativa de prevenir novos casos, foram apresentadas várias propostas: Proposta 1: Promover uma campanha de vacinação. Proposta 2: Promover uma campanha de educação da população com relação a noções básicas de higiene, incluindo fervura de água. Proposta 3: Construir rede de saneamento básico. Proposta 4: Melhorar as condições de edificação das moradias e estimular o uso de te- las nas portas e janelas e mosquiteiros de filó. Proposta 5: Realizar campanha de esclarecimentos sobre os perigos de banhos nas lagoas. Proposta 6: Aconselhar o uso controlado de inseticidas. Proposta 7: Drenar e aterrar as lagoas do município. QUESTÃO 43 Resposta: C RESOLUÇÃO: Segundo a literatura especializada no assunto “Doença de Chagas”, a contaminação humana pelos tripanossomos ocorre de forma mais freqüente através das fezes do bar- beiro infectado depositadas no local da picada. Ao coçar o local, a pessoa espalha as fezes, e a lesão produzida pela picada serve como porta de entrada dos protozoários. São considerados mecanismos excepcionais de contaminação: transmissão congênita, transfusões de sangue e derivados, transplantes de órgãos, amamentação pelo seio e raramente a própria picada. Em relação à Esquistossomose, a situação é complexa, pois o ciclo de vida do verme que cau- sa a doença tem vários estágios, incluindo a existência de um hospedeiro intermediário, um caramujo aquático que é contaminado pelas fezes das pessoas doentes. Analisando as medi- das propostas, o combate à doença terá sucesso se forem implementadas: A) 1 e 6, pois envolvem a eliminação do agente causador da doença e de seu hospedeiro intermediário. B) 1 e 4, pois além de eliminarem o agente causador da doença, também previnem o con- tato do transmissor com as pessoas sãs. C) 4 e 6, pois envolvem o extermínio do transmissor da doença. D) 1, 4 e 6, pois atingirão todas as fases do ciclo de vida do agente causador da doença, incluindo o seu hospedeiro intermediário. E) 3 e 5, pois prevenirão a contaminação do hospedeiro intermediário pelas fezes das pessoas doentes e a contaminação de pessoas sãs por águas contaminadas Embora seja essa a resposta desejada pelos examinadores, há alguns problemas em re- lação à forma como a questão foi redigida. No enunciado, lê-se “… um caramujo aquáti- co que é contaminado pelas fezes das pessoas doentes” (o grifo é nosso). Mais adiante, na resposta considerada correta, lê-se, novamente “… prevenirão a contaminação do hos- pedeiro intermediário pelas fezes das pessoas doentes…”. Essa colocação causa ao educando a falsa impressão de que o caramujo deva entrar diretamente em contato com as fezes, ou, talvez, ingeri-las para contaminar-se. As fezes do doente contêm os ovos embrionados do parasita, e esses ovos não contaminam diretamente o caramujo. O que acontece é o seguinte: os ovos desenvolvem-se em meio aquático e, ao eclodirem, liberam um estágio larvário; este, sim, penetra no corpo dos ca- ramujos, contaminando-os. Para o combate da Ascaridíase, a proposta que trará maior benefício social, se imple- mentada pela Prefeitura, será: A) 1 B) 3 C) 4 D) 5 E) 6 O saneamento básico seria, realmente, a medida mais efetiva a ser implementada, em termos do benefício social que traria. No início deste século, com a finalidade de possibilitar o crescimento da população de veados no planalto de Kaibab, no Arizona (EUA), moveu-se uma caçada impiedosa aos seus pre- dadores – pumas, coiotes e lobos. No gráfico abaixo, a linha cheia indica o crescimento real da população de veados, no período de 1905 a 1940; a linha pontilhada indica a expectativa quanto ao crescimento da população de veados, nesse mesmo período, caso o homem não ti- vesse interferido em Kaibab. 30 ENEM/98 – ANGLO VESTIBULARES QUESTÃO 44 Resposta: E QUESTÃO 45 Resposta: B RESOLUÇÃO: RESOLUÇÃO: Para explicar o fenômeno que ocorreu com a população de veados após a interferência do homem, o mesmo estudante elaborou as seguintes hipóteses e/ou conclusões: I. lobos, pumas e coiotes não eram, certamente, os únicos e mais vorazes predadores dos veados; quando estes predadores, até então desapercebidos, foram favorecidos pela eliminação de seus competidores, aumentaram numericamente e quase dizi- maram a população de veados. II. a falta de alimentos representou para os veados um mal menor que a predação. III. ainda que a atuação dos predadores pudesse representar a morte para muitos veados, a predação demonstrou-se um fator positivo para o equilíbrio dinâmico e sobrevivên- cia da população como um todo. IV. a morte dos predadores acabou por permitir um crescimento exagerado da popu- lação de veados, isto levou à degradação excessiva das pastagens, tanto pelo con- sumo excessivo como pelo seu pisoteamento. O estudante, desta vez, acertou se indicou as alternativas: A) I, II, III e IV. B) I, II e III, apenas. C) I, II e IV, apenas. D) II e III, apenas. E) III e IV, apenas. Nos ecossistemas, o predatismo é um importante fator de equilíbrio entre as populações de presas de hábito herbívoro (no caso, os veados) e as de seus predadores (pumas, coiotes e lobos). A caça impiedosa e o conseqüente decréscimo das populações de preda- dores acarreta um excessivo aumento da população das presas, que, desse modo, pas- sam a consumir desenfreadamente a vegetação existente. Com a diminuição do alimen- to disponível, associada ao pisoteio, que dificulta o crescimento de nova vegetação, veri- fica-se uma diminuição drástica dos herbívoros, culminando na queda sensível do seu ta- manho populacional. Você está fazendo uma pesquisa sobre a globalização e lê a seguinte passagem, em um livro: A SOCIEDADE GLOBAL As pessoas se alimentam, se vestem, moram, se comunicam, se divertem, por meio de bens e serviços mundiais, utilizando mercadorias produzidas pelo capitalismo mundial, globalizado. Suponhamos que você vá com seus amigos comer Big Mac e tomar Coca-Cola no Mc Donald’s. 31ENEM/98 – ANGLO VESTIBULARES 100.000 50.000 1905 1910 1920 1930 1940 Tempo (ano) N ú m er o d e ve ad o s Extraído de Amabis & Martho, Fundamentos de Psicologia Moderna, pag. 42 Proibição da caça Eliminação dos predadores Primeiros filhotes morrem de fome Morte de 60% de filhotes 100.000 40.000 30.000 20.000 10.000 QUESTÃO 46 Resposta: e RESOLUÇÃO: Em seguida, assiste a um filme de Steven Spielberg e volta para casa num ônibus de marca Mercedes. Ao chegar em casa, liga seu aparelho de TV Philips para ver o videoclip de Michael Jackson e, em seguida, deve ouvir um CD do grupo Simply Red, gravado pela BMG Ariola Discos em seu equipamento AIWA. Veja quantas empresas transnacionais estiveram presentes nesse seu curto programa de al- gumas horas. Adap. Praxedes et alli, 1997. O MERCOSUL. SP, Ed. Ática, 1997. A leitura do texto ajuda você a compreender que: I. a globalização é um processo ideal para garantir o acesso a bens e serviços para toda a população. II. a globalização é um fenômeno econômico e, ao mesmo tempo, cultural. III. a globalização favorece a manutenção da diversidade de costumes. IV. filmes, programas de TV e música são mercadorias como quaisquer outras. V. as sedes das empresas transnacionais mencionadas são os EUA, Europa Ocidental e Japão. Destas afirmativas estão corretas: A) I, II e IV, apenas. B) II,IV