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Petição Pedido de Relaxamento da Prisão em Flagrante rev

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ... DO ESTADO ........
Processo nº
FABIANO, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrito no CPF sob o nº..., portador da carteira de identidade nº..., residente e domiciliado no endereço..., através de seu advogado que esta subscreve, procuração em anexo, vem respeitosamente a presença de vossa excelência requerer o RELAXAMENTO DA PRISAO EM FLAGRANTE, com fundamento no artigo 5º, LXI e LXV, da Constituição Federal, c/c art. 310, I, do Código de Processo Penal, pelas razões a seguir expostas:
 
1. BREVE SÍNTESE FÁTICA
No dia 01 de maio de 2019, ao sair de uma festa, caminhando sozinha à beira da estrada, Telma percebeu a aproximação de dois rapazes, os quais a abordaram portando uma arma de fogo e acabaram por subtrair a sua bolsa e o seu celular. Após o ocorrido, Telma retornou à festa e pediu ajuda aos seguranças do local.
Na sequência, os seguranças e Telma saíram em um carro para tentar localizar os bandidos e rodaram por cerca de duas horas, até que, em local bastante distante daquele em que fora vítima do roubo, Telma apontou para uma calçada e localizou a sua bolsa. Os meliantes subtraíram o dinheiro da carteira e levaram o seu celular da marca Samsung, modelo Galaxy S9. O restante dos pertences estava na bolsa jogada na calçada. Telma afirmou que não tinha muito dinheiro, apenas uma nota de R$20,00 e duas notas de R$5,00.
Continuaram rodando pelas redondezas quando Telma apontou, como sendo os autores do roubo, dois rapazes que estavam sentados esperando o ônibus. Enquanto os seguranças os detinham, Telma ligou para a polícia.
Os rapazes foram revistados. Um deles, de nome Fabrício, não tinha nada nos bolsos e não portava celular. O outro, de nome Fabiano, tinha no bolso uma nota de R$20,00 e portava um celular da marca Samsung, modelo S8.
Mediante a insistência de Telma de que Fabrício e Fabiano seriam os assaltantes, os rapazes foram conduzidos à delegacia e autuados em flagrante delito como incursos no art. 157, §2º, II e §2º-A, I, do Código Penal.
Foram obedecidas todas as formalidades na lavratura do APFD e os rapazes foram recolhidos ao cárcere.
2. REVOGAÇÃO DA PRISÃO EM FLAGRANTE
A prisão em flagrante possui requisitos, os quais quando não observados, podem caracterizar a ilegalidade do ato jurídico. Acontece que no caso em tela, não ocorreu nenhuma das hipóteses contidas no artigo 302, do Código de Processo Penal para justificar a ocorrência da prisão em flagrante delito. O que se tem é que o requerente não foi perseguido, nem encontrado com objeto que o ligasse a autoria do crime, tampouco, a suposta arma branca (art. 302, IV, do CPP). Ele foi incriminado simplesmente porque estava usando o mesmo objeto do roubo e pelas suas características físicas semelhantes ao verdadeiro autor do roubo, o que por si só não o incrimina.
O fato ocorrido não preenche os requisitos para decretação de prisão em flagrante, pois esta foi fundamentada apenas na descrição da vítima. Somado a isso, o requerente recebeu voz de prisão em flagrante. 
De posse dos fatos apresentados, estamos diante de um caso de ilegalidade da prisão em flagrante, o que vem de encontro com pedido de relaxamento de prisão ratificado no artigo 310, inciso I, do Código de Processo Penal, o qual é taxativo no que traz que no prazo de até 24 horas após a prisão em flagrante, deverá o juiz promover a audiência de custódia, com as presenças do MP e de seu advogado constituído, para que nesta audiência o juiz terá de, essencialmente, relaxar a prisão ilegal.
Ato continuo, no presente caso afirma-se que o relaxamento da prisão ilegal é mister, pois não apresenta nenhum requisito dos constantes do artigo 302, do Código de Processo Penal.
Ao confrontar as provas colhidas nos autos, é cristalino que os fatos não preenchem os requisitos legais para a decretação da prisão em flagrante. Afirma-se que a fundamentação do ato jurídico foi corroborada apenas pelo depoimento da vítima e pelo fato do requerente estar usando um objeto parecido ao constado do boletim de ocorrência, sem a mínima segurança de que o suposto objeto seja o objeto do roubo. Além disso, no ato da prisão em flagrante, não foi encontrado nenhum tipo de arma junto ao requerente, ou seja, não há elementos que presumam ser ele o autor da infração.
Neste diapasão, cumpre ainda destacar que na inexistência do flagrante delito, dever ser a prisão considerada ilegal incorrendo no seu relaxamento, conforme preceitua o artigo 5º, inciso LXV, da Carta Magna. 
3. DA LIBERDADE PROVISÓRIA
 
 Conforme leciona a doutrina contemporânea, uma vez constatada a ausência de requisitos legais que autorizem a prisão em flagrante previstos no artigo 312 do Código de Processo Penal e dos pressupostos fundamentais do fumus commissi delicti e periculum libertatis para medida cautelar, é medida que se institui a concessão da liberdade provisória.
Decretar uma medida restritiva do direito de liberdade contra alguém que está sendo investigado, durante o inquérito policial, de acordo com os elementos fáticos, é deslembrar do Princípio de Presunção de Inocência tão constitucionalmente garantido no artigo 5º inciso LVII da Constituição Federal.
É conveniente lembrar que não há fatos ou provas robustas para ensejar a autoria do crime por parte do requerente. Novamente trazendo à baila, o decreto de prisão em flagrante está embasado pelo fato do requerente estar usando um objeto semelhante ao descrito no boletim de ocorrência por sua semelhança física ao real autor do suposto roubo.
Calha destacar que o requerente possui endereço fico e conhecido, não sendo pessoa desocupada, sendo desprovido de quaisquer antecedentes criminais que o desabone. Ou seja, possui capacidade subjetiva para acompanhar o inquérito policial e a possível ação penal em liberdade, não sendo necessária ficar ilegalmente segregado por tempo indeterminado, com as consequências negativas de uma restrição.
Diante da possibilidade de não ser reconhecida a ilegalidade do flagrante, postula pela mesmo assim pela concessão da liberdade provisória, ou mesmo a determinação de medida cautelar diversa, por conta do descrito no artigo 319 e 321 do Código de Processo Penal. 
Requer o reconhecimento da ilegalidade da prisão em flagrante, uma vez que tal ato esta eivado de vícios, devendo ser concedido o relaxamento da prisão em flagrante, conforme princípios e legislação vigente. 
 
4. DOS PEDIDOS 
Diante dos fatos, requer a vossa Excelência que se digne a: 
a) Intimar o douto representante do Ministério Público para que ofereça parecer fundamentado;
b) Deferimento do pedido de relaxamento da prisão em flagrante, com a expedição do alvará de soltura em favor do requerente, com fulcro no artigo 310, inciso I, do Código de Processo Penal; 
c) Deferimento do pedido liberdade provisória ao promovente por falta dos motivos autorizadores do artigo 312 do CPP, preferencialmente, sem arbitramento de fiança;
d) Aplicar medidas cautelares diversas da prisão, acaso se façam pertinentes.
Nestes termos, pede deferimento.
Local e data
Advogado
OAB/UF nº

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