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Caso concreto Prática III

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Caso concreto Prática III
Caso concreto 2
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO __º JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE NITERÓI –RJ
PEDRO, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), (RG), (CPF), (endereço) da cidade de Niterói - RJ, por meio de seu advogado que a esta subscreve, cujo o instrumento de procuração com poderes especiais (segue anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, oferecer 
 
QUEIXA-CRIME
com fundamento legal no artigo 41 do Código de Processo Penal e no artigo 100, parágrafo 2º do Código Penal, em face de HELENA, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), (RG), (CPF), (endereço) da cidade de Niterói - RJ, pelos motivos a seguir expostos:
I – DOS FATOS
Pedro, ora querelante, planejou festejar seu aniversário, que ocorrera no dia 19 de abril de 2014, em uma famosa churrascaria situada na cidade de Niterói – RJ. Para tanto, optou por realizar o convite de seus amigos e parentes utilizando a sua rede social facebook.
Ocorre que Helena, ora querelada, sua vizinha e ex-namorada, pertence ao grupo de amigos adicionados na referida página da rede social de Pedro, por meio da qual ficou sabendo da comemoração do aniversário do querelante e o local da celebração.
Assim, no referido dia, por motivos não esclarecidos e com a clara intenção de ofender o querelante, Helena, por meio de seu computador, instalado em sua residência, localizada na cidade de Niterói, publicou as seguintes mensagens no perfil de Enrico, disseminando ofensas que seriam visualizadas por todos os convidados da festa:
1) Com o intuito de ofender Pedro – “Não sei o motivo da comemoração, já que Pedro não passa de um idiota, bêbado, porco, irresponsável e sem vergonha”
2) Com o intuito de ofender Pedro perante seus colegas de trabalho e denegrir sua reputação – “Ele trabalha todo dia embriagado e vestindo saia! No dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo!”
Pedro, que estava em seu apartamento na companhia de seus amigos Marcos, Miguel e Manuel, conectado à rede social por meio de seu tablet, abalou-se ao ver as referidas mensagens altamente ofensivas postadas em sua página do facebook.
Por relevante, imperial registrar que a repercussão desta mensagem causou um enorme abalo emocional em Pedro, de tal modo que, de tão constrangido pela situação ocorrida, cancelou sua festa.
Por tamanho dano à sua honra, o querelante instaurou inquérito policial para maiores averiguações na Delegacia de Polícia Especializada em Repressão aos Crimes de Informática e narrou os fatos à autoridade policial, entregando o conteúdo impresso da mensagem ofensiva e a página da rede social na Internet onde ela poderia ser visualizada.
II – DO DIREITO
II.1 – DO TIPO PENAL
Dispõe o artigo. 139, caput, do Código Penal:
“Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo a sua reputação:
Pena – detenção, de 3 três) meses a 1 ano, e multa.”
De acordo com o referido artigo, a simples imputação de fato, verídico ou não, que venha a causar danos em relação a honra do sujeito a quem o fato diz respeito, constitui crime de pequeno potencial ofensivo, ou seja, crimes em que a pena máxima, em abstrato, não ultrapasse 2 anos, estabelecendo-se, assim, o Juizado Especial Criminal competente para julgar esta ação, conforme disposto na Lei 9099/95 em seu artigo 61.
Analisando-se o caso em tela, não resta dúvidas de que a querelada, por meio de mensagem ofensiva enviada através da rede social facebook, abalou a honra e o respeito do querelante, acusando-lhe de ter praticado atos que desabonaram sua própria imagem.
O Código Penal dispõe, ainda, em seu artigo 141, inciso III:
“Art. 141 – As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de 1/3 (um terço), se qualquer dos crimes é cometido:
III – na presença de várias, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria;”
Além de ofender a dignidade de Pedro diante de seus colegas de trabalho e família, a querelada também age com intenção de ofender a honra subjetiva e interna do querelante e sua ação não se basta na ofensa ao querelante diante da sociedade.
O código Penal também tipifica a conduta da querelada no artigo 140:
 “Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.”
Portanto, é possível concluir que com a única conduta da querelada esta prática 2 crimes, dando azo ao Concurso Formal de Crimes, conforme o artigo 70 do Código Penal:
“Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.”
II.2 – COMPETÊNCIA DO JUIZO
Verifica-se que as colocações fáticas feitas pelo Querelante tendem a atribuir a Querelado a concorrência para o Crime de Difamação (art. 139 do Código Penal) e o Crime de Injúria (art. 140 do Código Penal). As penas máximas cominadas a esses delitos correspondem, respectivamente, a 1 (um) ano e 6(seis) meses.
Se as penas fossem somadas, a Querelado poderia ser condenada em até 1(um) ano e 6(seis) meses de detenção, o que, por si só, já excluiria do rol das chamadas “infrações de maior potencial ofensivo”, acarretando assim na Competência dos Juizados Especiais.
Se as penas fossem somadas, a Querelado poderia ser condenada em até 1(um) ano e 6(seis) meses de detenção, o que, por si só, já excluiria do rol das chamadas “infrações de maior potencial ofensivo”, acarretando assim na Competência dos Juizados Especiais.
Vejamos na Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências:
“Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. (Redação dada pela Lei nº 11.313, de 2006)”.
A querelada tem domicílio firmado nesta Cidade, conforme documento anexo.
Cumpre destacar que não se sabe ao certo onde as infrações penais foram cometidas, é de conhecimento somente o meio eletrônico utilizado. Desse modo, prevalece a regra do domicílio da Querelado, conforme art. 72 do Código de Processo Penal. Que seja:
“Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu”.
III – DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, requer que Vossa Excelência:
a) Que seja a querelada citada, processada e, ao final, condenada nas penas dos artigos 139 e 140, combinado com o artigo 141, III na forma do artigo 70, todos do Código Penal;
b) A notificação das testemunhas abaixo arroladas, para virem depor em juiz em dia e hora a serem designados e sob as condições legais; 
c) Nos termos do artigo 387, inciso IV, do Código de Processo Penal, que seja ao final fixado valor mínimo de indenização à querelada.
Termos em que,
Pede deferimento.
DATA
ADVOGADO
OAB
ROL DE TESTEMUNHAS
1. MARCOS – (RG, CPF, ENDEREÇO);
2. MIGUEL – (RG, CPF, ENDEREÇO);
3. MANUEL – (RG, CPF, ENDEREÇO)
Caso concreto 3
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – RJ 
Processo Nº: XXXXXXX
MATEUS, brasileiro, estado civil, profissão, identidade número, CPF número, residente na rua, vem, por seu advogado constituído conforme procuração em anexo, perante Vossa Excelência, oferecer sua:
RESPOSTA DO RÉU
Com base no artigo 396 do Código de Processo Penal alegando o seguinte: 
I – DOS FATOS
Mateus, de 26 anos de idade, foi denunciado pelo Ministério Público como incurso nas penas previstas no art. 217-A, §1º, c/c art.234-A, III, todos do Código Penal, por crime praticadocontra Maísa, de 19 anos de idade. Na peça acusatória, a conduta delitiva atribuída ao acusado foi narrada nos seguintes termos: No mês de agosto de 2016, em dia não determinado, Mateus dirigiu-se à residência de Maísa, ora vítima, para assistir, pela televisão, a um jogo de futebol. Naquela ocasião, aproveitando-se do fato de estar a sós com Maísa, o denunciado constrangeu-a a manter com ele conjunção carnal, fato que ocasionou a gravidez da vítima, atestada em laudo de exame de corpo de delito. Certo é que, embora não se tenha valido de violência real ou de grave ameaça para constranger a vítima a com ele manter conjunção carnal, o denunciando aproveitou-se do fato de Maísa ser incapaz de oferecer resistência aos seus propósitos libidinosos assim como de dar validamente o seu consentimento, visto que é deficiente mental, incapaz de reger a si mesma.
O réu afirma que a vítima não era deficiente mental, e que já a namorava havia algum tempo. Disse ainda que sua avó materna, Olinda, e sua mãe, Alda, que moram com ele, sabiam do namoro e que todas as relações que manteve com a vítima eram consentidas. Disse, ainda, que a vítima não quis dar ensejo à ação penal, tendo o promotor, segundo o réu, agido por conta própria. Por fim, Mateus informou que não havia qualquer prova da debilidade mental da vítima e que a mesma poderia comparecer para depor a seu favor em juízo.
II – DO DIREITO 
Trata-se de erro de tipo que se caracteriza por excluir o dolo e, portanto, a própria tipicidade da conduta, pois o réu namorava a vítima há algum tempo e a mesma nunca demonstrou qualquer comportamento que o fizesse desconfiar de algum tipo de debilidade mental. 
	Neste sentido é o recente decisum do STJ infracitado: 
“AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.105.744 - MG (2017/0127175-3) RELATOR : MINISTRO RIBEIRO DANTAS AGRAVANTE : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS AGRAVADO : B M DE S ADVOGADO : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS DECISÃO Trata-se de agravo interposto pelo MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS contra decisão que não admitiu recurso especial ofertado de acórdão do Tribunal de Justiça daquela unidade federativa, assim ementado: 
"EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - ESTUPRO DE VULNERÁVEL - DEFICIENTE MENTAL - SENTENÇA ABSOLUTÓRIA - IRRESIGNAÇÃO MINISTERIAL - CONDENAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - DESCONHECIMENTO DA ENFERMIDADE DA VÍTIMA - ERRO DE TIPO - OCORRÊNCIA - CONDUTA ATÍPICA. A demonstração segura, pelas provas produzidas sob o crivo do contraditório, de que o acusado incidiu em erro de elemento constitutivo do crime de estupro de vulnerável, pois desconhecia a deficiência mental da vítima, impede sua condenação." (e-STJ, fl. 293). Opostos embargos de declaração (e-STJ, fls. 305-309), foram rejeitados (e-STJ, fls. 311-314). Daí a interposição do recurso especial, no qual o Parquet sustenta negativa de vigência dos artigos 20 e 217-A, § 1º, do Código Penal. Argumenta o agravante, em síntese, que: a) "o artigo 217-A, parágrafo 1º, do Código Penal proíbe expressamente a prática de conjunção carnal ou de qualquer outro ato libidinoso com pessoa que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. Com efeito, a presunção de vulnerabilidade prevista no citado dispositivo legal possui natureza absoluta, razão pela qual é irrelevante o consentimento do ofendido" (e-STJ, fl. 325); e b) "ao contrário do argumento utilizado pelo Tribunal local, não é possível deduzir, de qualquer prova dos autos, que o distúrbio mental da vítima não pudesse ser de conhecimento do acusado, não sendo tal alegação comprovada pela defesa. Mais, ao não averiguar a condição mental da vítima, mesmo após ser alertado, o agente assumiu o risco de praticar o delito em questão, mediante dolo eventual" (e-STJ, fl. 327). Requer, assim, a condenação do agravado como incurso nas sanções do art. 217-A, § 1º, do Código Penal. Apresentadas contrarrazões (e-STJ, fls. 334-343). O recurso foi inadmitido com fundamento na Súmula 7/STJ (e-STJ, fls. 345-346). O Ministério Público Federal opinou pelo não provimento do agravo (e-STJ, fls. 379-383). É o relatório. Decido. O recurso não merece prosperar (...) O conjunto probatório indica que o réu não agiu movido pela vontade livre e consciente de praticar ato libidinoso com portador de doença mental; acreditava que o fazia com outro bêbado. Ante o exposto, com fundamento no art. 932, III, do CPC c/c art. 253, parágrafo único, II, a, do RISTJ, conheço do agravo para não conhecer do recurso especial. Publique-se. Intimem-se. Brasília (DF), 07 de maio de 2018. Ministro RIBEIRO DANTAS Relator”
	Cumpre salientar, que a conduta do réu, ao se enquadrar no inciso III do artigo 397 do Código de Processo Penal, deve conceder-lhe o direito que seja absolvido sumariamente pelo simples fato de que a situação narrada não constitui nenhum crime tipificado pelo Código Penal. 
III – DO PEDIDO
Consoante exposto, a defesa pleiteia a absolvição sumária do agente, a teor do artigo 397, III do Código de Processo Penal.
Por fim, a defesa indica as seguintes testemunhas que pretende ouvir em audiência de instrução e julgamento:
1) Olinda, qualificação completa
2) Alda, qualificação completa
			
Termos em que,
Pede deferimento.
LOCAL 
DATA
ADVOGADO
OAB
Caso concreto 4
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ______ VARA CRIMINA DA COMARCA DE 
Processo nº: XXXX
Autor: Ministério Público.
Denunciado: Jorge
JORGE, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, através de seus procuradores ao final subscritos, vem respeitosamente à presença de V. Exa., nos termos do art. 403, § 3º do Código de Processo Penal, apresentar
ALEGAÇÕES FINAIS SOB A FORMA DE MEMORIAIS
pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.
I – DOS FATOS
Segundo a denúncia do Ministério Público o denunciado encontra-se incurso de dois crimes de estupro de vulnerável, previsto no artigo 217- A, na forma do artigo 69, ambos do Código Penal. 
O Parquet requereu o início de cumprimento de pena no regime fechado, com base no artigo 2º, §1º, da lei 8.072/90, e o reconhecimento da agravante da embriaguez preordenada, prevista no artigo 61, II, alínea l, do CP, pugnando pela condenação do Réu.
Ocorre que, em sede de instrução e julgamento, as testemunhas de defesa confirmaram que o comportamento e a vestimenta da Analisa eram incompatíveis com uma menina de 13 (treze) anos e que qualquer pessoa acreditaria ser uma pessoa maior de 14 (quatorze) anos, e que o acusado não estava embriagado quando conheceu a ofendida. Além disso, a própria ofendida afirmou que costumava fugir com as amigas para frequentar locais onde apenas são permitidas pessoas maiores de 18 anos. 
Por fim, apesar da ofendida afirmar que o ato sexual com o acusado teria sido o seu primeiro, a própria perícia contatou que esta informação não era verdadeira.
II – DO ERRO ESSENCIAL E AUSENCIA DE FATO TÍPICO
O tipo penal descrito no artigo 217- A do CP, estupro de vulnerável, exige que o Réu tenha ciência de que se trata de menor de 14 (quatorze) anos. No entanto, é certo que o consentimento da vítima não é considerado no estupro de vulnerável, já que o tipo penal visa a tutelar a dignidade sexual de pessoas vulneráveis. 
Apesar disso, em que pese a possibilidade de se discutir a falta de tipicidade com base na teoria finalista de Hans Welzel, já que nesta teoria há culpa/dolo quando a ação humana consciente e voluntária está dirigida a um fim, o que não pode ser observado no presente caso, é possível verificar que há um ERRO DE TIPO ESSENCIAL, o qual gera a absoluta impossibilidade de conhecimento da idade da vítima. 
Portanto, de uma forma ou de outra, ação Réu não possui elemento essencial de uma conduta criminosa, já que diante do erro essencial, não deverá haver o reconhecimento da tipicidade. Na leitura da realidade, o réu acreditou estar praticando ato sexual com pessoa maior de 14 (quatorze) anos, incidindo, portanto, a figura do erro de tipo essencial,descrita no artigo 20, caput, do CP.
Assim é a decisão das cortes brasileiras, conforme colacionado abaixo:
“APELAÇÃO CRIMINAL – ESTUPRO DE VULNERÁVEL – AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS – ERRO DE TIPO – CONJUNTO PROBATÓRIO COESO – PRINCÍPIO IN DUBIO PRO REO – ABSOLVIÇÃO.
I. Razoável a dúvida quanto ao conhecimento da idade da vítima pelo réu se os elementos dos autos demonstram que o apelante, as testemunhas e os próprios policiais responsáveis pelo flagrante atribuíram maior idade à ofendida.
II. O dolo deve abranger a consciência e a vontade do réu acerca dos elementos objetivos do tipo. O erro consistente no desconhecimento ou engano sobre a idade, no delito de estupro de vulnerável, exclui o dolo. Inteligência do artigo 20 do Código Penal.
III. O artigo 217-A deve ser observado em consonância com o art. 5º, inciso LVII (estado de inocência), da Carta Magna, que consagra como garantia fundamental o princípio da presunção da não culpabilidade. O princípio in dubio pro reo deve ser aplicável em qualquer circunstância como garantia essencial de um Estado Democrático de Direito.
IV. Apelo provido.”
(Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios TJ-DF - Apelacao Criminal : APR 0021236-92.2012.8.07.0009 DF 0021236-92.2012.8.07.0009).
III – DO CRIME ÚNICO
Por sua vez, caso Vossa Excelência entenda pela condenação do Réu, haveria a necessidade do reconhecimento de crime único, sendo excluído o concurso material de crimes. A prática de sexo oral e vaginal no mesmo contexto configura crime único, pois a reforma penal oriunda da lei 12.015/2009 uniu as figuras típicas do atentado violento ao pudor e o estupro numa única figura, sendo, portanto, um crime misto alternativo.
 Fortalecendo a tese acima, vejamos o julgamento do STJ:
“CONCURSO DE CRIMES (ESTUPRO E ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR). CRIME CONTINUADO (RECONHECIMENTO). 1. Conforme ensina Fragoso em suas "Lições", "crimes da mesma espécie não são aqueles previstos no mesmo artigo de lei, mas também aqueles que ofendem o mesmo bem jurídico". 2. Assim, porque o estupro e o atentado violento ao pudor são crimes praticados contra a liberdade sexual, é de se adotar a posição segundo a qual constituem crimes da mesma espécie. 3. Na hipótese dos autos, os crimes contra os costumes praticados hão de ser havidos como continuação um do outro, aplicando-se-lhes, quando da fixação da pena, o disposto no art. 71 do Cód. Penal. 4. Recurso especial do qual se conheceu pela divergência, mas ao qual se negou provimento.”
(STJ - REsp: 1107286 MG 2008/0286707-7, Relator: Ministro NILSON NAVES)
IV – DO NÃO RECONHECIMENTO DA AGRAVANTE 
Quanto ao pedido de reconhecimento da agravante da embriaguez preordenada incitada pelo Ministério Público, pois não foram produzidas provas no sentido de que Réu se embriagou com intuito de tomar coragem para a prática do crime.
V – DA FIXAÇÃO DA PENA 
Apesar do crime de estupro de vulnerável, artigo 217- A do CP, estar elencado como infração hedionda na lei 8.072/90, conforme artigo 1º, IV, o STF declarou a inconstitucionalidade do artigo 2º, § 1º desta lei, sendo certo que o juiz ao fixar o regime inicial para o cumprimento de pena deve analisar a situação em concreto e não o preceito em abstrato. Assim, diante da ocorrência de crime único, cuja pena será fixada em 8 (oito) anos de reclusão, sendo o réu primário e de bons antecedentes, o regime semiaberto é a melhor solução para o réu, pois o artigo 33, §2º, alínea “a”, do CP, impõe o regime fechado para crimes com penas superiores a 8 (oito) anos, o que não é o caso.
Assim, por ser o réu primário, de bons antecedentes e por existir crime único e não concurso material de crimes, caso o Réu venha a ser condenado, que sua pena-base seja fixada no mínimo legal, com a consequente fixação do regime semiaberto, com base no art. 33, § 2º, alínea “b”, do CP, diante da inconstitucionalidade do artigo 2º, § 1º, da lei 8.072/90.
O STF declarou a inconstitucionalidade do art. 2°, § 1° da lei 8.072/90 (Lei dos crimes hediondos), informando em sua decisão que, para a fixação do regime inicial fechado deve-se primeiro analisar caso concreto e não somente a pena em abstrato. Sabe-se que o crime descrito no art. 217-A do CP é hediondo, no entanto, segundo o supracitado entendimento da corte superior, é necessário averiguar-se cada caso para a aplicação ou não do regime inicial fechado.
No caso em tela, temos o réu, primário e de bons antecedentes, empregado, residência fixa não se mostrará razoável a aplicação do referido regime inicial, tendo em vista que, diante do reconhecimento de crime único, a pena deverá ser fixada em 8 anos de prisão.
VI – PEDIDOS 
1) Diante do exposto, requer a absolvição do Reú, com base no artigo 386, III, CPP por ausência de tipicidade; e
2) Na remota possibilidade de condenação, requer subsidiariamente o afastamento do concurso material de crimes sendo reconhecido a existência de crime único, bem como a fixação da pena-base no mínimo legal e afastamento da embriaguez preordenada.
Termos em que,
Pede deferimento.
XXXXX, 29 de Abril de XXXXX
ADVOGADO
OAB
Caso concreto 5
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO TRIBUNAL DO JÚRI DA VARA CRIMINAL DA COMARCA … DO ESTADO …
Processo nº:
Autor: Ministério Público Estadual
Denunciado: Tício
 TÍCIO, devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe que lhe move o Ministério Público, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência ionterpor
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS
nos termos do art. 403, §3° do CPP, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos:
I - DO FATO
 Tício, em solidariedade frente a situação de gravidez da sua colega de trabalho Maria, lhe oferece carona após mais um dia de trabalho. No entanto, Tício, de forma imprudente, imprime velocidade excessiva, sem observar seu dever de cuidado, pois queria chegar a tempo de assistir ao jogo do time do seu coração, que seria transmitido naquela noite.
 Assim, Tício, ao fazer uma curva fechada, perdeu o controle do carrro e capotou. Logo em seguida, os bombeiros prestaram socorro e encaminharam desde logo Maria ao hospital mais próximo, onde ficou constatado que a mesma não havia sofrido qualquer lesão. Contudo, na mesma ocasião constatou-se que havia sido interrompida a sua gravidez em razão da violência do acidente, conforme consta no laudo do IML, acostado às fls. 14 deste processo.
II - DO DIREITO
 
 Como já sabido, Tício foi denunciado pelo MP pela prática do crime previsto no art. 125 do CP, qual seja, o crime de aborto, no entanto, com o máximo respeito, o entendimento do Ministério Público mostra-se claramente equivocado.
 
 Sabe-se que o crime de aborto não admite tentativa, ou seja, só é cabível a tipificação no referido crime quando há dolo, ou seja, vontade e consciência do agente em atingir o resultado, o que não é observado no caso narrado. Certo é que não houve consciência, muito menos vontade do agente em dar cabo ao prosseguimento do feito. Logo, se não há dolo na conduta do denunciado, não há que se falar em acusá-lo do crime do art. 125 do CP, tendo em vista que neste crime não é cabível a modalidade culposa. Na mesma esteira está o entendimento da jurisprudência:
PROCESSUAL PENAL - ABORTO PROVOCADO - AUSÊNCIA DE DOLO - IMPRONÚNCIA - LAUDO ASSINADO POR UM ÚNICO PERITO - POSSIBILIDADE. 1. Diante dos princípios ""pas de nullité sans grief"" e da instrumentalidade das formas, previstos nos artigos 563 e 566, do CPP, não se decreta a nulidade de nenhum ato processual que dele não resulte prejuízo para a acusação ou para a defesa, bem como o que não tenha influído na apuração da verdade substancial ou na decisão da causa. 2. De acordo com a jurisprudência sedimentada nos Tribunais Superiores, bem como na Súmula 28 deste Tribunal, não é nulo o exame pericial realizado por um único perito oficial, pois a exigência de dois peritos aplica-se aos casos em que a perícia for realizada por peritos leigos. 3. Diante da ausência do elementosubjetivo do dolo específico na conduta do agente, denunciado por crime de aborto provocado sem o consentimento da gestante, ainda que o médico faça opção por procedimento pouco recomendável para o caso, não há elementos para se afirmar que agiu dolosamente, com intenção de provocar o aborto da gestante e a morte do feto, impondo-se, nos termos do art. 409, do CPP, a sua impronúncia. Preliminares rejeitadas. Recursos desprovidos.
(TJ-MG 104700502364420011 MG 1.0470.05.023644-2/001(1), Relator: ANTÔNIO ARMANDO DOS ANJOS, Data de Julgamento: 04/03/2008, Data de Publicação: 09/04/2008)
 Desse modo, não houve na conduta de Tício o dolo de provocar o acidente e gerar o resultado aborto, tornando, desse modo fato atípico, afetando negativamente a denúncia do MP, na forma do art. 415, III do CPP.
III - DO PEDIDO
 Ante o exposto, requer-se:
A absolvição sumária do réu com base no art. 415, III do CPP.
 Nestes termos, pede deferimento.
loca, data
Nome advogado
OAB/UF
Caso concreto 06 
Página inicial8° períodoResposta caso concreto semana 6 prática simulada III Prática Penal - Peça Liberdade Provisória - Estácio de SáPorHumberto Muax-quarta-feira, setembro 05, 20180
Caso concreto semana 6 - Liberdade Provisória em Prisão em Flagrante
Caso concreto: Alberto e Benedito foram presos em flagrante por agentes policiais do 4º Distrito Policial da Capital, na posse de um automóvel marca Fiat, Tipo Uno, que haviam acabado de furtar. O veículo quando da subtração, encontrava-se estacionada regularmente em via pública da Capital. O Dr. Delegado de Polícia que presidiu o Auto de Prisão em Flagrante capitulou os fatos como incursos no artigo 155, § 4º, IV, do Código Penal. Motivo pelo qual não arbitrou fiança, determinando o recolhimento de ambos ao cárcere e entregando-lhes nota de culpa. A cópia do Auto de Prisão em Flagrante foi remetida pelo juiz da 4ª Vara Criminal da Capital, Alberto reside na Capital, é primário e trabalhador.
Elaborar na qualidade de defensor de Alberto a medida cabível.
Resposta:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA CRIMINAL DA CAPITAL DO ESTADO DE …
Processo nº:xxx
 Alberto, (qualificação e endereço completo), vem, respeitosamente, por intermédio do seu advogado regularmente constituído, conforme procuração em anexo, com fulcro nos artigos 321 e seguintes do CPP e no art. 5°, LXII da Constituição requer a concessão de
LIBERDADE PROVISÓRIA
pelos fatos e fundamentos que passa a expor:
 I - DOS FATOS
 Alberto e Benedito foram presos em flagrantes por agentes policiais do 4° Distrito Policial, na posse de um veículo automotor marca Fiat, tio Uno, que haviam acabado de furtar. O dr. Delegado de polícia que presidiu o APF capitulou os fatos como incursos no art. 155, § °, IV, do CP, motivo pelo qual não arbitrou fiança, determinando, desde logo recolhimento de ambos ao cárcere e entregando-lhes nota de culpa. Cópia do APF foi remetida ao juiz da 4ª Vara Criminal da Capital.
II - DO DIREITO
 O requerente está sendo acusado pela prática do crime de furto, prevista no art. 155, § 4°, IV do CP, cuja pena é de 2 a 8 anos e multa. Logo, na forma do art. 325, § 1°, I do CPP, trata-se de crime afiançável, não cabendo o motivo alegado pelo Dr. Delegado para o não arbitramento da mesma.
 De outro giro, a manutenção da prisão do requerente se mostra ato totalmente desnecessário, posto que mesmo não oferece nenhum perigo à ordem pública nem ao regular andamento do processo. Não restam cumpridas os requisitos da prisão preventiva, descritos no art. 312 do CPP.
 Ainda com relação à manutenção da prisão, pesa contra a mesma o fato do requerente ser pessoa de bons antecedentes, ter residência fixa, emprego fixo e não há demonstrado nenhum perigo ao regular andamento do processo, nem perigo à ordem pública, muito menos ainda forte clamor social, que caso houvesse, não seria motivo mantenedor da ordem que aqui se espanca.
 Corroborando o acima escrito, a jurisprudência dos tribunais seguem a mesma linha de pensamento. Senão vejamos:
LIBERDADE PROVISÓRIA - FURTO QUALIFICADO - ACUSADO PRIMÁRIO COM BONS ANTECEDENTES
 Inexistência de qualquer dos requisitos motivadores da prisão preventiva. Concessão. Possibilidade. É possível a concessão da liberdade provisória ao acusado por furto qualificado, primário com bons antecedentes quando não for preenchido nenhum dos requisitos dispostos no art. 312 do CPP, sendo insuficientes para manutenção do
encarceramento os indícios ou provas da existência do crime e de sua autoria.” (TACRIMSP –
 HC 374256/8 – 5ª C.– Rel. Juiz Luís Ganzerla - DOESP 08.01.2001) JCPP. 312
Na doutrina, conforme os ensinamentos do ilustre Júlio Fabrini Mirabete, in Código de Processo Penal Interpretado, 8ª edição assim nos ensina:
“ Inseriu a lei n° 6.416, de 24-5-77, outra hipótese de liberdade provisória sem fiança com vínculo para a hipótese em que não se aplica do preso em flagrante qualquer das hipóteses que se permite a prisão preventiva. A regra, assim, passou a ser, salvo exceções expressas, de que o réu pode defender-se em liberdade sem ônus econômico, só permanecendo preso aquele contra o qual se deve decretada prisão preventiva. O dispositivo é aplicável tanto às infrações afiançáveis como inafiançáveis, ainda que graves, a réus primários ou reincidentes, de bons ou maus antecedentes, desde que não seja hipótese em que possa decretar a prisão preventiva. Trata-se, pois, de um direito subjetivo processual do acusado, e não uma faculdade do juiz, que permite ao preso em flagrante readiquirir a liberdade por não ser necessária sua custódia. Não pode o juiz, reconhecendo que não há elementos que autorizariam a decretação da prisão preventiva, deixar de conceder a liberdade provisória.” Destaquei.
III - DO PEDIDO
 Ante o exposto, requer a Vossa Excelência, nos termos do art. 310, § único do CPP a concessão da LIBERDADE PROVISÓRIA, comprometendo-se, desde logo, a comparecer a todos os atos do processo, postula-se após parecer do MP, que seja arbitrada fiança para o referido caso. Requer a expedição do competente alvará de soltura para o cumprimento imediato pela autoridade policial que mantém sua custódia, como medida da mais legítima justiça.
Neste termos, pede deferimento.
Local e data
Nome advogado
oab/uf
Caso concreto 07 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE INQUÉRITOS CRIMINAIS DA COMARCA CA CAPITAL
MATIAS, (qualificação completa e nome da mãe), por sua advogada que esta subscreve (procuração em anexo), vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, requerer:
RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE
Com fulcro no artigo 5º, inciso LXV da Constituição Federal e art. 310, I do CPP, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:
I - DOS FATOS
O requerente foi preso em 15/11/2016, por volta das 22 horas pela Polícia Militar e levado à sede policial, pela suposta prática do crime previsto no artigo 180 do CP.
O requerente, na data acima mencionada, conduzia o veículo automotor de marca volkswagen, modelo Gol, placa XYX0611, na Av. Brasil, nesta Capital quando foi abordado pela guarnição da polícia militar e por eles constatado que o veículo conduzido pelo requerente tratava-se de produto de de crime.
Ato contínuo, o requerente foi conduzido à delegacia. Lá, a sra. Miranda, suposta proprietária do veículo apontou Matias como autor do crime de roubo, ocorrido 2 dias atrás, ou seja, em 13/11/2016.
Desta forma, resta patente a completa ilegalidade da prisão em flagrante, uma vez não ter ocorrido flagrante delito de nenhum crime. Frise-se que nenhuma evidência de crime foi encontrada.
Mesmo assim, o delegado responsável pelo inquérito realizou a prisão em flagrante do requerente, sem que houvesse qualquer motivo técnico e justo para tanto.
Pelo exposto, resta clarividente que a prisão do Requerente é ilegal e deve, portanto, ser relaxada imediatamente por força do disposto no artigo 648, incisos I e VI do Código de ProcessoPenal, haja vista não haver justa causa para a prisão em flagrante do Requerente, e pela acusação quanto ao mesmo ser totalmente infundada e não haver nenhuma prova de que tenha sido flagrado praticando qualquer delito.
II - DO DIREITO
Prender em flagrante é capturar alguém no momento em que comete um crime. Flagrante é o delito; a flagrância é uma qualidade da infração: o sujeito é preso ao perpetrar o crime, preso em (a comissão de) um crime flagrante (atual). É o delito que está se consumando. Prisão em flagrante delito é a prisão daquele que é surpreendido cometendo uma infração penal.
Não obstante seja esse o seu preciso significado, certo é que as legislações alargaram um pouco esse conceito, estendendo-o a outras situações.
O artigo 302 do CPP que se considera em flagrante delito, quem:
I) está cometendo a infração penal;
II) acaba de cometê-la;
III) é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido, ou por qualquer pessoa, em qualquer situação que faça presumir ser o autor da infração;
IV) é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis, que façam presumir ser ele o autor da infração.
As duas primeiras modalidades são consideradas flagrante próprio, a terceira, flagrante impróprio ou quase flagrante e, finalmente, a última, flagrante presumido.
Todavia, MM. Juiz, nenhuma das modalidades acima expostas ocorreu no caso em tela, conforme pode-se observar do auto de prisão em flagrante. Não houve flagrante nenhum com relação ao Requerente, e nem poderia, pois, o ato de conduzir veículo automotor, por sí só, não caracteriza o fato ao mesmo imputado. Ademais, de acordo com a autoridade policial o requerente teria praticado o crime de roubo, contudo, não houve provas claras da autoria. Nesse diapasão, resta clarividente que o requerente está sofrendo coação por parte da Autoridade Policial, uma vez que o mesmo não se enquadra em nenhuma das hipóteses do art. 302 do Código de Processo Penal. Pelo exposto, requer seja decretado o relaxamento da prisão de Matias, expedindo-se o competente alvará de soltura, por ser medida de JUSTIÇA.
III - DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, requer-se a Vossa Excelência o reconhecimento da ilegalidade da prisão em flagrante delito, com consequente RELAXAMENTO DA PRISÃO expedindo-se o competente ALVARÁ DE SOLTURA em favor do Requerente, por ser medida da mais salutar justiça.
Por fim, o Requerente firma compromisso de comparecer a todos os atos de persecução penal, ocasião que provará sua inocência.
Nesses termos, pede deferimento.
Local e Data.
OAB/UF

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