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MANUAL DO PROFESSOR Física aula por aula Mecânica ENSINO MÉDIO COMPONENTE CURRICULAR FÍSICA Benigno Barreto filho Mestre em Educação na área de Ensino, Avaliação e Formação de professores pela Universidade Estadual de Campinas. Especialização na área de Educação em Física pela Universidade Estadual de Campinas. Licenciado na área de Ciências e Física pelo Instituto Superior de Educação Santa Cecília. Assessor de Física e Matemática em escolas públicas e particulares. Professor de Física e Matemática das redes estadual e particular de São Paulo. Claudio Xavier da Silva Especialização em Educação Matemática pela Universidade Estadual de Montes Claros. Licenciado na área de Ciências e Matemática pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras das Faculdades Associadas do lpiranga. Assessor de Física e Matemática em escolas públicas e particulares. Atuou como professor e coordenador pedagógico na rede particular de ensino em São Paulo. Professor universitário na rede particular de Minas Gerais. 3ª edição São Paulo- 2016 fT(j MANUALDO PROFESSOR FT~ Copyright© Benigno Barreto Filho, Claudio Xavier da Silva, 2016 Diretor editorial Lauri Cericato Gerente editorial Flávia Renata P. A. Fugita Editora Cibeli de Oliveira Chibante Bueno Editores assistentes Assessoria Gerente de produção editorial Coordenador de produção editorial Coordenadora de arte Projeto gráfico Projeto de capa Foto de capa Supervisora de arte Diagramação Tratamento de imagens Coordenadora de ilustrações e cartografia Ilustrações Cartografia Coordenadora de preparação e revisão Supervisora de preparação e revisão Revisão Coordenador de iconografia e licenciamento de textos Supervisora de licenciamento de textos Iconografia Diretor de operações e produção gráfica Valéria Rosa Martins, Sandra Dei Cario, Eduardo Oliveira Guaitoli, Yara Valeri Navas Davi José dos Santos Guimarães, João de Paiva, Paula Feijó de Medeiros Mariana Milani Marcelo Henrique Ferreira Fontes Daniela Máximo Casa Paulistana Bruno Attili Thais Falcão/Olho do Falcão Modelos da capa: Andrei Lopes, Angélica Souza, Beatriz Raielle, Bruna Soares, Bruno Guedes, Caio Freitas, Denis Wiltemburg, Eloá Souza, Jarda Gomes, Karina Farias, Karoline Vicente, Letícia Silva, Lilith Moreira, Maria Eduarda Ferreira, Rafael Souza, Tarik Abdo, Thaís Souza Isabel Cristina Corandin Marques Adriana M . Nery de Souza, Eduardo Benetorio, Gabriel Basaglia, José Aparecido A. da Silva, Laura Alexandra Pereira, Sara Slovac Savero Eziquiel Racheti Mareia Berne Alberto de Stefano, Alex Argozino, Antonio Robson, Eunice Toyota, Grace Arruda, Luis Moura, Mariana Coan, Marcos Aurelio, Maria Pita, Paulo César Pereira, Paulo Nilson, Rafael Herrera, Rigo Rosario Jr., Studio Caparroz, Tarumã, Walter Caldeira Allmaps Lilian Semenichin lzabel Cristina Rodrigues Carolina Manley, Célia Regina Camargo, Cristiane Casseb, Desirée Araújo, Dilma Dias Ratto, Iara R. 5. Mletchol, Juliana Rochetto, Jussara Gomes, Lilian Vismari, Pedro Fandi, Renato Colombo Jr., Regina Barrozo, Solange Guerra Expedito Arantes Elaine Bueno Mareia Trindade Reginaldo Soares Damasceno Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Barreto Filho, Benigno Física aula por aula : mecânica, 1~ ano/ Benigno Barreto Filho, Claudio Xavier da Silva. - 3. ed. - São Paulo : FTD, 2016. (Coleção física aula por aula) Componente curricular: Física. ISBN 978-85-96-00314-8 (aluno) ISBN 978-85-96-00315-5 (professor) 1. Física (Ensino médio) 1. Silva, Cláudio Xavier da. li. Titulo. Ili. Série. 16-02665 CDD-530.07 Índices para catálogo sistemático: 1. Fisica : Ensino médio 530.07 Em respeito ao meio ambiente. as (olhas deste livro toram produzidas com fibras Reprodução proibida: ArL 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados ã E.DITORA FTD S.A. Rua Rui Barbosa, 156- Bela Vista - São Paulo-SP CEP 01326-010 - Tel. (O-XX-11) 3598-6000 Caixa Postal 65149 - CEP da Caixa Postal 01390-970 www.ftd.com.br E-mail: c"'ntral.aléndimento@ftd.tom.br obtidas de â™Jres de lklrestas plantadas. com origem certificada. Impresso no Parque Gráflto da Editora FTD SA CNPJ 61.186.490/0016-33 Avenida Antonio Bardella, 300 Guarulhos-SP -CEP 07220-020 Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375 Apresentação Caro aluno, Este é o início do estudo de uma parte do conhecimento construído pelos seres humanos: a Física. Existem evidências de que, desde os primeiros momentos da história da humanidade, o ser humano observava o céu à procura de ordem e repetições e, por meio delas, elaborava compreensões dos diversos fenômenos da natureza. Na época, prever os ciclos do céu, como as fases da Lua ou o ocaso das constelações, era vital para a sobrevivência, pois eram relacionados com os ciclos terrestres, como as chuvas, as cheias dos rios e as épocas de plantação e de floração. Desde esse tempo, o conhecimento sempre foi muito importante para a sobrevivência dos seres humanos. Sempre existiram seres curiosos, posteriormente chamados de cientistas, que se dedicaram a descobrir o funcionamento do universo a sua volta. O estereótipo do cientista de jaleco branco trancado em um laboratório e meio excêntrico não pode mais ser considerado verdadeiro. Como carreira profissional, os cientistas trabalham em colaboração com outros para elaborar interpretações sobre a natureza. Se em a lgumas investigações, os cientistas lançam mão de novos conceitos e podem obter elegantes explicações, em outras, e na grande maioria, percebem que a explicação não está adequada e acabam por buscar outras mais satisfatórias. Assim é a viagem pela Ciência, a cada nova etapa há formas diferentes de recortar o mundo, que são capazes de levar nossa mente para perguntas que nem percebíamos que existiam. Isso faz da Ciência uma construção de conhecimento vivo, dinâmico e cheio de novos enigmas. Esta obra conta com a mediação do seu professor, para que, juntos, possamos participar desse admirável exercício do raciocínio: do fazer e refazer, do perguntar e responder, de momentos de infelicidade e de grandes alegrias, do errar e do acertar na busca de soluções ou simplesmente na busca de novas perguntas capazes de satisfazer a nossa humanidade. Esperamos, com isso, contribuir para que você desenvolva seus estudos de forma criativa, agradável e estimulante. Os autores As Unidades são apresentadas com uma ou mais questões sobre a matéria a ser estudada. ·----·- .. __ _..., .. __ __ ------ =~::::::._ ... __ _ ,(!,._ .... _____ _ •.··-- ·-&·-- -----. -~-.. ~ 'L~ Você deverá refletir e anotar sua resposta no caderno. -·----- -·--···-- ·::;:. ·---------- --- "'·-·---------· --·----- _______ .. _ ... __ _ ::::=--~=--~~=~~-=-~~!;;;ã.:c:;;:;. J ~~=-;_~~= :- _.;Jj- ~~=-;_;~--=i _____ ...,___ .. ... ----·--- :.......... ===-~~:--·---· L..=-:==-J L-----,- ••-·-·-••-·--- ·'""-"'·""'-"'·--·-· - os Exercícios resolvidos ilustram a aplicação dos conceitos vistos. =-~:;;;;:; - 1 ____ ·r==·, 1 ,_., ____ _ - --·--- os Exercícios - ·~---... -=--=- - '.:::i:c:-. ---· .. ---··.-;...--·-=: - ---·-·--·-··----- ·-· ----·-- ... --·-·-·-------·- .. ------- -.----·-- ·- .. -·-- ·--A ..... - -.---·-·"::"" ""-==·- --·----·--· ·-----...---·- ·-- 1~-~- =---~- ------·-------- -·---- -----·--------·-- - ------ .. --·-----·-- -.... -·---------- ·-··---·---.. .._ .. __ . ___ _ -----·-· ... .=:::.·w-==~ 1 C:_J- ~ ----.··-- --"'·e.--- propostos vêm logo após os Exercícios resolvidos. É importante tentar resolver todos, pois eles auxiliam ·- ·---· .... -· ---·---- ... _. ____ _ ·---·-----·- --·-·--- .. ~-------· .. -----·- --·-- a sistematização - _,.......,. l do conhecimento e A seção Você sabia? apresenta textos atualizados e ilustrados que abordam a aplicação do conhecimento físico na tecnologia e na sociedade. Esses textos abordam algumas questões diversas e de maneira integrada com outras disciplinas. _,, As leis da Gravttação .. .L---·-·1- servem para avaliarse você compreendeu o conteúdo. ----·----·--··-· ---------·--·-·--- --------------- ·--·-----------·-·- · - ·-·- .. --- ---- --·-· ... ------ ----· ----- ----- ----- ----- ~il -=-=--= ----- ~ ~=..,.,...""!'li~ ~-·~·-·----- .. ____ , ____ ...... __ ._ ·-·-·------------·- ..,. ____ _......, _______ . .....,_, __ -·-------·--· --~-·-···--·------- ---...--.. ·-·---· __ ,.. ____ .., .._ .. _ , ..._ ...... _,..,. _--_ 5-tf?A ··-·-·-·""' _,. _____ ...... __ ·-- ,_,_..,_ --------·-..... ___ __ .., ___ .. ______ _____ _ _ ---~ ...... _ ... ___ _ --------- -·------- ... ----v .. -•-.,....__....,. ..-- --- -----........--~- --· .. -·---- ====-.= == .. --.. - n ... ,_ -----.-·-- ----~ ------ --- ./1.lfl Em cada Capítulo a teoria é desenvolvida de forma clara e com linguagem simples, procurando partir __ _ ______ .. ____ ...... _________ ,_ ... _ ri .... -·------·----- GE- .. __________ _ ----~- -·----·------ --·--·-- As situações propostas no ~ ---·--·----- ----- ---·-- -·---- dos conhecimentos que você já possui. Pense além abordam o conceito físico de maneira lúdica, l·----- =~7-_ ·----:. descontraída e bem-humorada, ou promovem reflexões sobre a sua realidade local. Após o desenvolvimento do conteúdo, você pode rever a questão da abertura da Unidade, reformular sua resposta e conferir a resolução na seção De volta ao começo. ___ ..__ .. __ ··--.. ~ ..- ·---· ---~- ·---------- --·-·--·--·--· :§.~~;:-= ____ .,.. __ _ ---------- ___ .. ___ ,__ .. --....---.. ___ _ ----- __ __ ., ________ . -----·--- -·-... ------·-- ---.......---- ---------... ------- · ------------ _ ....., ~ ,,..___ _ _, ...... --·-· A seção Física no cinema --· --·- promove uma discussão de conteúdos de Física presentes em filmes. Nela os conhecimentos podem ser testados e aplicados em outros contextos. ---- ------ .... _____ _ ___ .,.. _____ _ -·-·-·---· .... _____.,.. ______ ....__ _ .... __ .., ______ _ ------- L·---·--·-- .,.,.,~------ ,:_-.:..:... ... =--= ...... _. ____ _ ----~ ... - ----·--- ---- ~~·== Em Experimente a Física no dia a dia temos ~ .. -·---·-- ......._ L-.. _ ___ , __ ~ A seção Exercícios complementares _______ .. __ .. ,.,, .... ___ _ .., ... ,..., __ é um momento de L:=.::-=--- simples, que podem --------- experimentos ...... __ .. ______ ... __ _ ·--- ---·-·---·- ----..- · ----- ----------- ser realizados em ~~~ avaliação. Presente :~--=---=--- ·------·- . ____ _,.. __ --- ····-····- ··----- em cada final de cada L_, ___ G;;;J.. ------- ____ _t=-:,. sala de aula ou em casa. Representa a parte experimental "·-- -· L... ---·-·- ........ - ==~-= o1------ .. ____ W'o "' _____ ... ...______ . _ .. _..__.__ .. .__ ____ .. __ ---------- -------·- ___ ... ____ ... --.. ··-·--- .. _______ _ -------- Unidade estudada, nela você encontra uma seleção de ·--- -------··------ - da Física e é uma L _____ , ___ ,____ _ ferramenta importante na compreensão da matéria estudada. --- ·-- ------- ___ ...,. __ -----·'-'--- ·--'" questões diversas, além de questões de vestibulares e do Enem. _ ------·-- .. ____ ·-··-· ------·- ....·----- ---------- ·--- ___ .__._ ________ .__ .. ·--·-·------ -----·--- ------·-- ---------- :.===--=-=---==-== _ .... ------ , ...... .._ ___ ---.. __ ·-~- --·--------- --·-- ... ·-·-·----. -·---·-------- ___________ _____ ,.. ___ .,_.., ___ _ .., ___ _ ------------- --- ·-·--·---· ... ·----- _________________ _ . .._. __________ .. .., __ .. _ _ -----·----.,_, ----.----·---·--·-- ____ .. ·---·-------·----- _ .. _, _____________ _ --~------·--- ·- ·---·- ---·-·--·- -··---·-·- .... --·--- ·-- ·-----.. -·-·----·------- --------- --------·-·------ ----·--------· .. ·-· ---- ----------------- ------·------- --------------- _________ .. _______ _ ·--------- ------· .. ------·---- -· ... -------·--- -- -·- -------- ---·-·----·-------- .. --------·- ·------ __ . _____ ... ______ _ ---·-·------ .. ______ ... ___ ____ _ --------------- -------.----------· _. _____ .. _________ _ ª---... ----··---··- _____ ,. _________ .. __ -·-·--·-·---.. ---- ----·-·--------· ----·-·----------~-- ----------·----- ..... --·-----·-----..e.-- ----- ......... -·----·---·- __ ..,, __ ~·----·-----·---· __________ _ ..,_ ....---- --·-·----·---- ·--- -----------·---- ----r-- ·-------- 1~~~~=~ :=--.:.::--··-··---- ....... - ·.·· -------hl., .. ·· ":"\:'---- .....- -. . --..._ - =~7-ª~;; -----··----- -·- A seção Lendo a Física consta de atividades que partem da leitura de textos sobre a história da Física, muitas vezes de textos de cientistas. Nela é possível ver a origem de conceitos A seção Pare e pense apresenta questões e situações- -problema que ajudam na reflexão inicial de cada conceito. UNIDADE 1 - Os caminhos da Física ......................... ... 9 ~ Capítulo 1: Física: Ciência e tecnologia ....... ........ 10 3. Movimento com aceleração escalar constante .. ·-······ . 53 Função e gráfico da velocidade em relação ao tempo ...... . 54 1. Invenções e sociedade ..... .10 Função e g ráfico da posição em relação ao tempo .......... 57 Física e curiosidade ... 2. Ciência e representações ········-·· .......... -·········· .. Ling uagens da Ciência ..................... . 3. Ciência e interpretação . ... 12 ·······-· 12 ........ 13 ................ 14 4. Equação de Torricelli ........... ········- .. ······- .. ................ . Experimente a Física no dia a dia - Descrevendo o movime nto uniformemente variado ... • Capítulo 5: Queda livre e lançamento .60 . 62 4. Ciência e método.... . .................... 15 Uma história sobre o métod o da Ciéncia ................. .16 Alguns dos métodos da Física: indução e dedução .... 18 vertical -·- ................... . ................. -·-·-·- ······ ······- ........ -·-·-· 63 1. Movimentos em uma dimensão sob ação da gravidade .. _ ......... .. ······--· .... . ....... 63 5. Áreas de estudo da Física ....... ·-·-························· 6. Medições em Ciências: o Sistema Internacional de Unidades ..................... . Você sabia? - Conhece ndo um físico brasileiro - José Leite Lopes................ ············-························ Pense além - Física e Arte ·················-····························· Lendo a Física - Aristóteles: explicações para a matéria e o Universo Experimente a Física no dia a dia - Um modelo explicativo para o a rco-íris .............. ······-··············· .......... 19 .. 20 ... 22 ....... 23 ......... 24 26 2. Queda livre ..... _ 3. Lançamento vertical Física no cinema - Meteoro: o futuro está em jogo Experimente a Física no dia a dia - Tempo de reação ................... . Exercícios complementares .. . De volta ao começo .......................... . .... 64 .67 .70 . 72 . 73 ..74 Exercícios complementares ............ -.. De volta ao começo ..... ......................... . 27 . 28 UNIDADE 3 - Cinemática vetorial. . .............. . 75 • Capítulo 6: Grandezas escalares e vetoriais ... 76 UNIDADE 2- Cinemática escalar ~ Capítulo 2: Introdução ao estudo do movimento ................... ························-··············· 1. Conceitos básicos .. . Você sabia7 - Qual é a origem d a milha marítima e . 29 .30 . .. 30 1. Grandezas vetoriais . ............................ . Você sabia'? - Como funciona o GPS? 2. Posição e deslocamento vetorial.. 3. Velocidade vetorial ... Pense além - Nesta história, quem tem razão? 4. Aceleração vetorial .. ............................ . 5. Composição de movimentos.·-·· ·· . .... 76 .... 80 .81 . ............. 81 .84 . .. 85 .88 da milha terrestre ? ... ··································-··--······································· ....... 32 2. Traíetória, deslocamento escalar e intervalo Você sabia? - Referencial e a Física Moderna .......... ·······-········· 90 de tempo.............. . .................... . Deslocamento escalar e int ervalo de tempo .. . . ........ 33 34• Capítulo 7: L.ançamento de projéteis ....... ··-·-·-· 91 1. Movimento em duas dimensões sob ação da Deslocamento escalar e distância percorrida . 3. Velocidade escalar média ....... ·-·-·································· Velocidade escala r instantânea ........................ . . 35 ·······- 37 ................ 38 gravidade ...................................... . ............................... . 2. Lançamento horizontal ... _ ········-·· .......... ....... . Experimente a Física no dia a dia - . .. 91 . 92 Você sabia'? -A me dida de tempo e a Física Moderna ......... 40 ~ Capítulo 3: Movimento uniforme ···················-········· .41 La nçando coisas ....... ................... ·············-············· 3. Lançamento obliquo .................................................. . 95 . ... 96 1. Movimento com velocidade escalar constante ........... . 41 • Capítulo 8: Movimento circular -········ ........ -....... 98 2. Função da posição em relação ao tempo 3. Gráfico da posição em relação ao tempo ..... Pense além - Transporte público eficiente e acessível: solução para os problemas do trânsito ......... 42 . ........ 45 1. Deslocamento angular ........... . . ...... 98 2. Velocidade angular. ..... . .... 100 Relação e ntre as grandezas angulares e lineares ........... 101 nas grandes cidades? ·························-··············· Experimente a Física no dia a dia - ....... 47 3. Movimento circular uniforme 4. Periodo e frequência ................................................. . ..... 103 ..... 104 Descrevendo o movimento uniforme .............................. ·-·········· ........ 48 ~ Capítulo 4: Movimento uniformemente variado.... ········-···········49 1. Movimento variado ····················-·- ....... 49 2. Aceleração escalar média .......... _ ...................... . . ...... 50 Você sabia'? - Como se mede a velocidade da luz? ................. 52 Pense além - Conversa de jornalista .................................... -....... 106 5. Transmissão do movimento circular uniforme .. ·-······· 107 Pense além - As ciclovias e a mobilidade urbana ··········-······· 109 Experimente a Física no dia a dia - Experimente os recursos da bicicleta ........... ...................... ······-······· 110 Exercícios complementares ................................................................. 111 De volta ao começo ....................................... ·····-·······················-·-······· 112 UNIDADE 4 - Força e as leis de movimento da Dinâmica................... ............................. . ...... 113 • Capítulo 9: As leis de Newton e suas aplicações ................................................................. .................................... 114 1. Dinâmica: as causas do movimento .... ................. 114 2. Noção de força .................................... ........................ ........................ 114 Força resultante ..... . .... 115 4. Campo gravitacional. ................................. . 171 Intensidade do campo gravitacional... ...... 171 5. Corpos em órbitas circulares .......... .. .. 173 Corpos em órbita .............................................................................. 173 Velocidade de escape.......... ................................. .. .... 174 Pense além - A Lua e as técnicas agrícolas ..... 175 Física no cinema - 2001: uma odisseia no 3. As leis de Newton .. ....... 118 Princípio da inércia (1• lei de Newton) .............. 119 Pense além - O que é o airbag e como e le pode salvar vidas .................................................................................... ...................... 120 Princípio fundamental da Dinâmica (2• lei de Newton) 121 Princípio da ação e reação (31 lei de Newton)....... . .... 123 Você sabia? - Velocidade e a Física Moderna.......... . .......... 126 4. Interações entre corpos . 127 espaço ...................................................... . Você sabia? - A teoria da gravitação e a física Moderna .......... . Exercícios complementares ...... De volta ao começo. UNIDADE 5 - Energia e as leis de conservação da Dinâmica .................. . ..... 176 . ..... 178 .. ... 179 . ....................... 182 .. ............. 183 Força peso ....... . ................. 128 • Capítulo 12: Energia e trabalho ... .. . ........... 184 Pense além - Peso ou massa? Qual é a diferença? Você sabia? -Como as plantas crescem com baixa gravidade? ......... . Força normal.. .130 .. ... 131 .. ..... 132 1. Conceito de energia .. 2. Conceito de trabalho Você sabia? - O que é energia eólica? 3. Trabalho de uma força constante ...... . ..184 ........ 186 ..... 188 ............. 190 Força de tração .. Força elástica Plano inclinado ............ . . .... 132 .................. 139 ........... 142 Você sabia? - Como aproveitar a energia solar? ..................... 193 Trabalho da força peso..... ......................... .. ... 195 Você sabia? - Como aprove itar a energia hídrica? ................ 198 Força de atrito ....... .. Pense além - Conversa de arquibancada ... . .......... 145 . .............. 147 4. Trabalho de uma força variável.... Trabalho da força elástica ................ .. .. ............... 200 ..200 Lendo a Física - Aristóteles e Buridan: explicações sobre o movimento ........... ........................................ . .......... 148 • Capítulo 10: Dinâmica nas trajetórias curvas ............................................................ . .................................. 150 5. Teorema da energia cinética ........... .. Pense além - Energia em movimento 6. Energia potencial ...... ............................. . Energia potencial gravitacíonaL. ...... .. Energia potencial e lástica .... .. 203 ............... 205 . ... .206 ............ 206 . .............. 208 1. Componentes da força resultante .......................................... 150 Você sabia? -O que é força centrifuga?....... . ...... 153 2. Movimento circular nos planos horizontal e vertical .................................................................................................. 154 7. Energia mecânica ........ . .. ....................................... 209 8. Potência ................. ................................................................................... 212 Rendimento ............. 214 • Capítulo 13: Impulso e conservação da Pense além - Lavando a roupa suja ............. . Experimente a Física no dia a dia - .. ..... 156 quantidade de movimento ................ 216 No balanço do vai e vem ................................ .. • Capítulo 11: As leis da Gravitação .......... . 1. Breve história sobre os modelos de mundo .. ..... 157 . ...... 158 ....... 158 1. Quantidade de movimento 2. Impulso de uma força ..... . Teorema do impulso .. . Pense além - Defendeu! .. 216 . .............. 219 . ... 220 ..... 221 Pense além - Via Láctea ..... 158 3. Conservaçào da quantidade de movimento ................ 222 Ptolomeu e a teoria geocêntrica ....... ... 159 Pense além -Afinal, quem empurra quem? ..... .. ............... 224 Copérnico e a teoria heliocêntrica .......................................... 159 Você sabia? - Como Galileu foi condenado e preso por defender suas convicções cientificas _______ 160 Lendo a Física - Copérnico e as controvérsias Você sabia? - Conservação da quantidade de movimento e a Física Moderna .......................... . Experimente a Física no dia a dia - Um modelo de canhão .. 224 .. 225 humanas e científicas do modelo heliocêntrico ...... 2. As leis de Kepler ......................................................... . Lei das órbitas (1• le i de Kepler) ...... .. Lei das áreas (2• lei de Kepler) .......... . Lei dos períodos (3• lei de Kepler) .. .. Você sabia? - Como os antigos calculavam a distância até a Lua?. 3. Lei da Gravitação Universal... .................. .. Experimente a Física no dia a dia - ....... 162 . .......... 164 ....... 164 .. ..... 165 ..... 165 ....... 167 .. ............... 168 4. Colisões ..... Coeficiente de restituição . Colisão e lástica .... Colisão parcialmente e lástica. ......... . Colisão inelástica .................................... . Lendo a Física -A medida do movimento e sua conservação .............................................. . Física no cinema - A ú ltima hora Exercícios complementares ..... . .. ... 226 . .............. 226 . ... 226 . .................... 227 . ........... 227 . .... 229 ... .230 .. ... 232 Simulando as fases da Lua .......................................................................... 170 De volta ao começo .................... . . ............. .234 UNIDADE 6 - Estática e Hidrostática ....... ....... 235 ~ Capítulo 14: Estática de um ponto material e de um corpo extenso..... . .. 236 2. Densidade e massa específica Experimente a Física no dia a dia - Flutua ou afunda? ....................... 259 ..... 261 1. O equilíbrio e a engenharia .... 2. Condição de equilíbrio de um ponto material Método das projeções .................... .......... ... . ..... 236 ....... 237 . ...... 237 3. Teorema de Stevin ................................................. . O teorema de Stevin aplicado aos gase~. Vasos comunicantes ........................... . . .... 262 . ....... 263 . ..................... 265 Método da linha poligonal ............................. . .238 Pense além -Variação da pressão em função do tempo ...... 266 Pense além -Atividade física, um benefício para a saúde ... ...................................................... . Você sabia? -Arquitetura, engenharia cívil e . ..... 240 4. Principio de Pascal Prensa hidráulica 5. Empuxo ........................ . ································· ........ 267 .........•....... 267 . ..... 269 aspectos socioculturais ..... 3. Momento de uma força . ...... 241 ....... 242 Teorema de Arquimedes ................................ . Pense além - Futebol a grandes a ltitudes .... . .. 270 ...................... 273 Momento do binário ........... 243 Você sabia? - Em que outras situações podemos 4. Condições de equilíbrio de um corpo extenso .... 245 observar o empuxo? ....................... ........................................ 274 Teorema das três forças .............. .............................................. 246 5. Alavancas ..... 248 Pense além - O que as atividades de surfista, ginasta e patinador têm em comum? ............................... . ....... 250 6. Tipos de equilíbrio de um corpo .......... . . ...... 251 Corpo apoiado sobre uma superfície .. . . .... 251 Capítulo 15: Hidrostática.......................... ·--·-·-·······- ...... 254 Lendo a Física - Arquimedes e a coroa do rei .............. 275 Experimente a Física no dia a dia - Quem faz a força? ·····························-·······-····················· ..... 276 Você sabia? - Como podemos aplicar a Hidrodinâmica na circulação do sangue?............ . ....... 277 Exercícios complementares... . ....................................... 278 De volta ao começo.............................................................. . .......... 279 Referências .... ····························-···-·-··· ·······················-·················- ......... 280 1. Pressão ........... 254 Pense além - Calçados apropriados para a neve .................... 256 Lista de siglas ························--·-······ Sugestões para pesquisa e leitura_ ............. 280 .............. 281 Pressão atmosférica ··················-·-······ ........................................ 257 Respostas .......................................................................................... .............. 282 Há vários tipos de registros que evi denciam a curiosidade da humanidade em entender como o mundo e seus ele mentos funcionam, desde monumentos muito antigos, como o Stonehenge, até construções atuais, como a Estação Es pacial Internacional. > • O que levou as pessoas a se organiza rem e construírem tais obras? • Você considera que um monumento como o Stonehenge está relacionado ao desenvolvimento científico? O que você entende por desenvolvimento científico? • Para a construção da Estação Espacial Internacional, foi necessário o esforço (também financeiro). de diversos paí ses. Atualmente, muitos grupos de senvolvem pesquisas nessa Estação, inclusive o Brasil. Você considera que, apesar de existirem tantos problemas sociais e ambientais em diversas re giões do planeta, vale a pena investir em Ciência e Tecnologia? Por quê? Pmfessor, os comentários das questões da aber wra de Unidade encontram-se no Caderno de orientações no final deste volume. 1 O Unidade 1 • Os caminhos da Física ,,.;1a@,tk·t4Jt?·Ut4~ ttt-a _________ _ Se procurarmos o significado de invenção em dicionários, encontraremos definições como descoberta, criação, entre outras. A inventividade humana é rica e diversa, tanto que pouco podemos prever sobre os próximos 30 ou 40 anos - como iremos nos comunicar, nos locomover ou estudar. Devemos lem brar que cada invenção ou desenvolvimento tecnológico é resultado de diversas pesquisas, isto é, de investigações sobre determinada questão ou problema que o ser humano desejava responder ou solucionar. Veja algumas invenções da humanidade. O domínio do fogo Se imaginarmos os hominídeos muito primitivos, que ainda não dominavam o fogo, perceberemos que eles estavam sujeitos ao frio ao longo das estações do ano, ao escuro das noites e à alimentação sem qualquer tipo de cozimento. Até que um dia - e talvez só possamos imaginar esse dia - um homem ou uma mulher, mais curioso(a) e ousado(a) que os outros, se atreve a pegar um galho em chamas. Esse hominídeo leva essa tocha para a sua tribo e percebe que pode mantê-la acesa por um tempo indefinido. O hominídeo sente o calor do fogo, e sua sensação de frio diminui; vê sua luz, e seu medo da escuridão da noite é abrandada pela primeira vez; aquece um alimento muito próximo ao fogo e assim descobre que há diferença de sabor entre o alimento cru e o cozido; surge também, com os primeiros cozinheiros, a possibilidade de novos alimentos. Imagine a transformação que essa descoberta trouxe para o hominídeo do Paleolítico (2,5 milhões - 1 O mil anos a.C.), que se abrigava em cavernas e que podia finalmente ver, nas noites que se tornaram mais claras e mais quentes por causa das chamas, a tranquilidade no olhar de seus companheiros. Posteriormente, o fogo proporcionou o trabalho com outros materiais, como a cerâmica (argila) e os metais (bronze, ferro, aço etc.). Ferreiro utilizando fogo para moldar suas peças. A roda ~J que você realizou hoje ou que ainda vai realizar dependem desse instrumento. f Tente imaginar sua vida sem a existência da roda. Certamente várias atividades "81 Ela foi considerada a mais importante das invenções e, de fato, podemos ~ "' encontrá-la em vários lugares e equipamentos em nosso cotidiano. i A roda está presente em veículos de transporte, pois reduz o atrito ao dími- ~ nuir a área de contato com o chão e ao girar em torno de um eixo, e também no ) interior de equipamentos, como engrenagens. ! Os instrumentos de orientação e navegação Os instrumentos de orientação que os navegadores usavam na época das Grandes Navegações, por volta da primeira metade do século XVI, eram diferen tes dos atuais. A balestilha, por exemplo, servia para fazer observações e determinar a altura do Sol em relação ao horizonte. Dependendo do horário em que era feita uma medição, o valor era importante para determinar a latitude do navio. Balestil ha, instrumento de observação utilizado nas antigas navegações. (Gravura do século XV, localizada no Museu da Marinha em Lisboa, Portugal). A fotografia Já imaginou um mundo sem o registro de imagens? As câmeras digitais, tão comuns nos dias de hoje, permitem obter uma quantidade enorme de fotog rafias e conhecer o resultado instantaneamente. Mas nem sempre foi assim. Duas frentesdas Ciências colaboraram para a invenção da fotografia: a Física Óptica (com a câmara escura) e a Química (com os materiais fotossensíveis - que reagem na presença da luz). A primeira fotografia, isto é, imagem re gistrada permanentemente, foi obtida pelo francês Joseph Niépce, em 1826. Apesar de termos enumerado somente quatro inven ções, já é possível notar que todas tiveram algum impacto ou A roda também foi utilizada para moagem de grãos. (Na imagem, uma roda utilizada provavelmente para a moagem de grãos, do século XVII ou XVIII, localizada na França). .; . ~- " 'S; ' r .. , :,J! '1 influência na sociedade, isto é, no modo de vida das pessoas, para melhorar a alimentação, o transporte, o bem-estar ou mesmo o lazer. De 1826, este é considerado o primeiro registro fotográfico, feito por Niépce em parceria com Louis Jacques Daguerre. Na imagem, é possível distinguir, embora de forma pouco nítida, a vista de uma janela. Capítulo 1 • Física: Ciência e tecnologia 11 A pintura rupestre de seres humanos caçando um leão (e. 4000 a.C.) encontra-se em uma caverna no sítio arqueológico de Tassili n'Ajjer, na Argélia. 12 Unidade 1 • Os caminhos da Física ~ Física e curiosidade O ser humano sempre teve curiosidade e interesse pelos fenômenos naturais. Toda cultura construiu um conjunto de conhecimentos para encontrar explicações para o que acontece no Universo. A busca de um cientista pelo conhecimento pode ser comparada à de uma criança: quando somos crianças, passamos por uma fase em que fazemos muitas perguntas, queremos saber o porquê de tudo e até elaboramos algumas respostas. A quantidade de perguntas está relacionada com o desejo de aprender sobre a vida, a cultura e a natureza. Todas essas perguntas fizeram parte do imaginário do ser humano desde ou talvez mesmo antes da Ant iguidade. Chineses, gregos, árabes, romanos, maias, hindus, todos os povos indígenas, já pensaram sobre várias delas. Parte dessas perguntas, as que se referem à natureza, deu origem ao que atualmente entendemos como Ciência, principalmente quando a busca de res postas passou a seguir a razão e a lógica. ·- . - ,-,rnu1r1:1,2·1,t12•un: s·1zta ________ _ Representações gráficas sempre fizeram parte da nossa vida: em um pedaço de papel, na tela de um quadro, no grafite de um muro na arte de rua, na tela de um computador, por exemplo. Começamos desde crianças a fazer representações do nosso imaginário. Se deixarmos um lápis e uma folha de papel em branco perto de crianças, em poucos segundos veremos que elas farão rabiscos ou desenhos. Desde as primeiras representações do cotidiano, até atualmente, a Ciência e a Arte, ambas manifestações culturais, muitas vezes caminharam lado a lado. Pensemos nas pinturas rupestres, em uma ilustração da atividade de caça re produzida a seguir. Nessas pinturas estão representadas a nat ureza e a cultura humana daquela época. Essa relação entre Arte e Ciência é tão próxima que cientistas e seu cotidia no de descobertas foram por diversas vezes retratados em desenhos, pinturas, fotografias, esculturas, entre outros. Por exemplo, a atividade astronômica é encontrada em representações muito antigas. Nas imagens a seguir, podemos ver, por exemplo, cenas que retratam formas astronômicas no Egito antigo, cerca de 3000 a.e., e nos séculos XIII e XVI, respectivamente. a, .. __ ..., .. ..,.. ... ...,,.,..lor.f<I_ --.rr--•!Gli.f•bloPl·-"""' ...---~""'"'"' ....... li!O.I --r ..... -.culouodicn11',v;.n- ~'al!p6,,"'_iau:1o1_.1odlpllo1o1 .. ~ -r_,,.-. .,-.. ,c1c,_...,.l'"I .. _......,,.._oofl .. ,._ ..... u..i, ... ---lollr.t .. ld-cdlplla·-· Representacão de um observatório astronômico de Istambul. Nele, podemos Representação, datada de 900-800 a.C. do deus Ra-Horakhty, com cabeça de falcão e coroa solar usada para abençoar seus súditos. (Em exposição no Museu do Louvre, Paris). áM11tWOáuttaüi61it&11b 6ftlllt--"" Diagrama (de 1230). de um modelo aritmético dos eclipses do Sol e da Lua. observar astrônomos e geógrafos. (Gravura de 1581 localizada na Biblioteca da Universidade em Istambul, Turquia). Para ilustrar outras formas de representação da Ciência na Arte, particular mente da Medicina, podemos analisar as próximas três imagens. A primeira traz o famoso Homem Vitruviano, que serviu como um índice das proporções hu manas por meio da representação de Leonardo da Vinci (século XV); a segunda, é o quadro A lição de anatomia do Dr. Tulp (século XVII), no qual o pintor Rembrandt retrata uma aula de dissecação. Na última imagem, temos as " quase" esculturas de Gunther von Hagens, que são forjadas com o próprio corpo humano por meio da técnica da plastinação. Representação da anatomia de um corpo humano feita por Rembrandt (1632). Representação das proporções do corpo humano feita por Da Vinci (1492). ~ Linguagens da Ciência Ao longo do tempo a comunidade científica estabeleceu uma forma de fazer e comunicar Ciência. Atualmente, um relatório de pesquisa ou artigo de pesquisa em Física lança mão de equações, tabelas, gráficos, esquemas, fotografias e simulações de computador. O próprio relatório ou artigo é um gênero clássico da Ciência e a Matemática possui um papel fundamental no desenvolvimento das Ciências Naturais. Plastinação do corpo humano feita por Von Hagens (2008). Capítulo 1 • Física: Ciência e tecnologia 13 Representação do mito caíapó para o nascimento das estrelas e do mundo. Você sabe como as estre las surgiram? Para essa pergunta, podemos ela borar e encontrar diferen tes respostas. Uma delas, dada pela Ciência, conta que as estrelas se formam por meio da condensação de uma nuvem composta principalmente de hidro gênio e hélio. Quando bem comprimida e densa, a região central dessa nu vem pode ter temperatura suficiente para ocorrerem reações nucleares, e a estrela brilhar. Mas essa é uma resposta dada pela Ciência . Outras culturas explicaram o mesmo fenômeno com base em outros referenciais. Veja a representação acima, de um mito caiapó, grupo indígena que habita a região Amazônica. Olhando para a gravura, como você acha que eles explicaram as estrelas e o surgimento do mundo? Profes10r, os comentários dessa seção encon- tram-se no Caderno de orientações no final deste volume. 14 Unidade 1 • Os caminhos da Física Quando criança, somos levados a acreditar na existência de um personagem muito típico, um senhor de barba branca e risonho que voa em um trenó puxado por renas: o Papai Noel. Com sua roupa vermelha e detalhes em algodão, as his tórias contam que ele desce pelas chaminés das casas com um saco de presentes e os distribui de acordo com o nosso comportamento. Tudo isso para justificar a tradição de troca de presentes de final de ano. Quando pequenos, geralmente acreditamos nessa história sem nos questio nar sobre a veracidade ou mesmo sem procurar por outras explicações, apesar de a maioria das casas não ter chaminé, bem como nunca termos visto um trenó voador. Acabamos por nos sentir acalentados por essas crenças, pois elas nos auxiliam a entender o mundo. A cultura humana sempre foi permeada por histórias desse tipo, que acabam por preencher a nossa curiosidade sobre uma série de fenômenos que nos cer cam. O mundo dessas histórias está cheio de seres poderosos, temperamentais e que nunca são vistos, como o coelho da Páscoa, o saci, a mula sem cabeça, o curupira, as fadas, as bruxas, os magos, os gnomos e muitas entidades que justificam o que acontece ao redor dos personagens e com eles. E antes que se pense que as crianças são bobas, podemos dar uma olhada a nossa volta, ou quem sabe na História, e perceber que essa forma de tratar o mundo é um comportamento humano. Desde onde temos registros, os seres humanos tentaram justificar e entender os fenômenos da natureza, como terre motos, eclipses, grandes secas ou tempestades, pelo temperamento de deuses que deveriam ser apaziguados; hoje essas respostas são estudadas pela Ciência. Os exemplos mais conhecidos vêm da mitologia greco-romana, na qual havia uma infinidade de deusesque eram responsáveis pelo movimento do Sol, dos ventos e do mar. Contudo, não nos esqueçamos de que todas as civilizações tiveram seus mitos e suas explicações da natureza. Por exemplo, os indígenas do Brasil possuem mitos para explicar a criação do mundo, como lendas para as constelações da Ema e da Jararaca, animais de seu cotidiano. O que será que diferencia a Ciência dessas histórias míticas? Existem diversas representações dos deuses greco-romanos. Esta estátua de Netuno é do século XVI e está localizada na Praça de Navona, em Roma, Itália. Imagine que você e um colega estejam se preparando para um passeio de bicicleta no parque e, ao olhar o céu com ar de dúvida, seu amigo pergunta: "Será que vai chover?". Você olha pela janela, avalia as nuvens e com todo o seu saber responde: "Eu acho que não!". Nesse raciocínio e nessa resposta, por mais incrível que isso possa parecer, você acaba de usar um conceito chamado de lógica, criado pelo filósofo grego Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.). Apesar de termos falado explicitamente somente de Aristóteles, na maioria das vezes que citamos um pensador, leve em consideração que esse indivíduo simboliza a síntese de um conjunto de ideias de outros que refletiram ou traba lharam sobre o mesmo tema, pois o conhecimento nunca surge de forma isolada. Aristóteles é considerado por muitos o primeiro natural ista, pois classificou os seres vivos de acordo com o princípio vital e a alma de cada um, separando a natureza nos reinos mineral, vegetal e animal e o ser humano. Também estudou os movimentos dos corpos, classificando-os em naturais e violentos. Utilizou-se da ideia de Empédocles dos quatro elementos (terra, água, fogo e ar) para ex plicar a constituição dos corpos existentes no mundo sublunar (Terra), e de um quinto elemento, definido por Platão, chamado de éter, que seria o componente dos corpos celestes (supralunar). Aristóteles também estabeleceu regras para arbitrar sobre a verdade que poderia ser demonstrada e recebeu o nome de lógica aristotélica. A lógica seria um instrumento que nos daria a possibilidade de pensar e conferir a pre cisão desse pensar sem nos basear na opinião de outra pessoa. Esse conjunto de hipóteses e testes norteou todo o desenvolvimento científico até o estabe lecimento das bases da Ciência moderna, associada aos trabalhos de Galileu Galilei (1564-1 642). Detalhe do afresco Escola de Atenas.Nele é possível observar Platão (à esquerda) e Aristóteles (à direita). Afresco Escola de Atenas, de Rafael Sanzio, 1509-1510. (Localizado no Museu do Vaticano, no Vaticano, Itália). Capítulo 1 • Física: Ciência e tecnologia 15 ~ Uma história sobre o método da Ciência Acompanhe o desenrolar da situação a seguir, em que três garotos pensam sobre a flutuação de um grão de pipoca. Um dia frio. Você em casa resolve chamar os amigos para assistir a um filme e conversar. No meio do filme, alguém fala em fazer pipoca. Pipoca feita, sucos preparados e alguém deixa cair pipoca dentro do copo com suco. Muitas risadas até que você pergunta: - Por que a pipoca flutua? Seu amigo da esquerda rapidamente responde: - Porque é leve! Seu amigo da direita argumenta: - Um navio também flutua e ele não é leve. Vocês se entreolham cheios de dúvidas, pensando em como podem che gar a uma conclusão. - Vamos jogar tudo o que encontrarmos dentro de um balde com água, daí conseguiremos decidir o que afunda e o que flutua! - diz seu amigo da esquerda. - Não! Basta pensar, que a gente chega a uma resposta! - diz seu amigo da direita, e você arremata: - Não! É melhor juntar as ideias! Ou seja, primeiro vamos pensar, separar os objetos em grupos e depois jogar tudo na água. Somente assim podere mos separar as coisas que flutuam das que afundam! . Nesse momento, sua irmã mais velha, que faz faculdade de Filosofia e que tinha ouvido toda a conversa, aparece e fala: - Olha só! Esta discussão se parece bastante com a aula que eu tive on tem no meu curso de Filosofia! Vocês não haviam percebido a chegada de sua irmã Odete e se entreolha ram espantados. Antes que pudessem reagir, ela continuou sua explicação: - Jogar tudo dentro da água sem pensar pode recriar, em parte, o chama do método empírico (do grego, empeirikós, "que se guia pela experiência") que leva em conta somente a experiência dos sentidos. 16 Unidade 1 • Os caminhos da Física O método de se buscar as respostas para as perguntas sobre a natureza, com base somente nas construções do pensamento ou nos sentidos, era a técnica usada pela tradição grega e pelos seguidores de Platão e Aristóteles. Uma mudança nessa perspectiva começou a se manifestar por volta do ano 1000. Enquanto a Europa entrava em um período em que a Ciência estava ligada à Igreja, no mundo islâmico vários pensadores conseguiram estruturar um pouco melhor a forma de se pensar a Ciência. Podemos citar, por exemplo, o árabe lbn al-Haytham (965-1040), que conduziu suas pesquisas de forma semelhante ao que chamamos hoje de método científico. Segundo ele, era necessário realizar observações e experimentações sistemáti cas e controladas para se conseguir descrever um problema. Deveria ser possível testar as ideias sobre ele, interpretar os dados obtidos e, por meio deles, tentar obter uma possível conclusão. Outro árabe, Abu al-Biruni (973-1048), aperfeiçoou o procedimento compreendendo que os observadores podem inserir erros na to mada de dados e que isso poderia ser corrigido pelas repetições dos testes. Já lshaq al-Rahwi (854-931 ) propôs a revisão coletiva dos trabalhos e experimentos, e Abu Jabir Hayyan (7 21 -81 5) introduziu a noção de experimentação controlada. Na Europa, esse mesmo movimento no tratamento científico começou com Roger Bacon (1214-1294). Segundo ele, deveriam ser levantadas hipóteses so bre a razão da ocorrência de determinado fenômeno, que depois deveriam ser testadas. Os outros três pensadores que sintetizaram um método para a Ciência foram o inglês Francis Bacon (1 561-1626), o italiano Gali leu Galilei ( 1564-1642) e o francês René Descartes (1596-1650). Francis Bacon formulou as bases do método científico moderno, estabelecendo a utilização do método da indução para que o cientista conseguisse prever a causa dos fenômenos naturais. Esse método parte de fatos observáveis e amplamente catalogados para se chegar a uma conclusão capaz de explicar fenômenos mais gerais. Mas foi com Galileu que uma formulação para um método chegou a uma versão mais objetiva. Por exemplo, ele lança mão da união da observação dos fenômenos com a dedução de hipóteses e a elaboração de experimentações controladas capazes de confirmar ou descartar as hipóteses. Com ele os expe rimentos passaram a ter medição dos resultados e a Matemática passou a ser utilizada como forma de comparar grandezas. Em diversos estudos, obteve leis gerais que podiam determinar o comportamento do fenômeno. Descartes é considerado o primeiro f ilósofo moderno, com trabalhos em di versas áreas, como Física, Matemática e, principalmente, Filosofia. Contribuiu para um campo que recebe o nome de epistemologia, isto é, a maneira como conhecemos e compreendemos algo. Prova disso, é o tema de sua principal obra, Discurso sobre o método, em que propõe um modelo matemático para des crever o pensamento humano. Apesar de citarmos somente alguns dos pensadores, temos de ter em mente que não existe o mais correto ou o mais errado, pois para um suposto método cient ífico o mais importante é analisar como o pensamento é produzido e como pode ser repensado. Francis Bacon, gravura do século XVIII. Galileu Galilei, quadro de 1639. René Descartes, quadro de 1649. Capítulo 1 • Física: Ciência e tecnologia 17 ~ Alguns dos métodos da Física: indução e dedução O indutivismo, desenvolvido pelo filósofo inglês Francis Bacon, é uma cor rente filosófica apoiada na indução. Segundo essa perspectiva, a investigação científica se processa por meio de algumas etapas, como a observação, a gene ralização - indução-, a formulação e a confirmação das leis. A induçãoou inferência é um raciocínio que parte do particular - fatos isola dos - e segue em direção ao geral - formulação de leis e teorias. Para entender melhor, analise as imagens a seguir: Ao observarmos esta imagem, podemos afirmar que amanhã o Sol nascerá novamente? Observando esta fotografia, podemos afirmar que choveu? A -- - -b-,:....-. ---· -'-x-c Esta fórmula vale sempre? Concluir que o Sol sempre vai nascer, dia após dia, é obter uma conclusão por indução, visto que o fato sempre foi observado em todos os dias anteriores. Outro exemplo menos frequente é o asfalto molhado de um bairro após a chu va; por meio dessa observação pode-se concluir, por indução, que o bairro está molhado porque choveu. Note que nesses exemplos não podemos demonstrar que o Sol voltará a nascer ou que choveu. A indução necessita de informações sobre os fatos e está sujeita a um novo acontecimento ou fenômeno. Filósofos advertem que o problema do raciocín io indutivo é ser relativo ao indivíduo, pois crenças e experiências podem induzir a uma observação equivocada. O dedutivismo é outra perspectiva que foi muito difundida na Ciência me- .. : dieval e garantia rigor às conclusões. Esse método afirma que as teorias não são ~ verdades absolutas, mas sim verdades relativas. A Matemática usa predominan- .s ::l temente processos dedutivos para desenvolver suas teorias. A dedução, ao contrário da indução, parte do geral - leis, teorias, axiomas, proposições - e chega ao particular - à explicação dos fatos. Um exemplo foi o desenvolvimento do teorema de Pitágoras: "O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos" . Esse teorema foi demonstrado e pode ser verificado para todos os triângulos retângulos. Caso não se aplique a um deles, não é o teorema que é inválido, mas o elemento geométrico que não constitui um triângulo retângulo. Com relação à afirmação " Quando chove, todo o bairro fica molhado", se estiver chovendo, podemos deduzir que o bairro ficará molhado. Essa afirmação sempre é válida. O raciocínio contrário, isto é, induzir, pela observação do bairro molhado, que choveu, pode não ser válido, pois pode ter acontecido algo ines perado ou surpreendente que molhou o bairro sem ter sido a chuva. 18 Unidade 1 • Os caminhos da Física f EU4ti· fi4ii1 f. f ·1· !N #é f f •-------- Os estudos sobre Física desenvolvidos desde a Antiguidade estavam agre gados à área do conhecimento denominada Filosofia Natural, cujo objetivo era estudar a natureza em todos os seus aspectos. A revolução científica que aca bamos de descrever, nos séculos XVI e XVII, deu início à Física como um ramo independente da Filosofia e que passou a se restringir ao estudo dos fenômenos naturais. Os conhecimentos que se estruturaram até o final do século XIX foram orga nizados e atualmente fazem parte do que denominamos Física Clássica. Nela teremos algumas divisões para que, por razões didáticas, possamos organizar melhor os estudos, mas lembre-se de que a natureza não faz essa distinção e que, portanto, um mesmo fenômeno pode ser estudado por diferentes linhas. No final do século XIX, a Física Clássica havia chegado a uma sofisticação muito grande, pois foi possível determinar dimensões da ordem de grandeza de moléculas até corpos celestes. Foi possível calcular grandezas com uma precisão nunca imaginada, e a nossa capacidade de prever fenômenos havia atingido um patamar tão bom que se achava que nada mais poderia ser descoberto e resta vam poucos detalhes teóricos a serem compreendidos. As perguntas que os conhecimentos da Física Clássica não esclareceram fo ram motivadoras de pesquisas e de novas teorias que marcaram, no início do sé culo XX, o surgimento da Física Moderna. A Teoria da Relatividade nos lançou no mundo de velocidades próximas à da luz, em fenômenos em que o tempo e o espa ço correm de uma maneira diferente para cada observador. A Física Quântica descreve o universo "do muito pequeno" e tem pro posições indicando que as grandezas não são contínuas, mas podem assumir somen te determinados valores. Os conhecimentos da Física Moderna favoreceram invenções que revolucionaram a eletrônica e possibilitaram a criação de novos caminhos para que os computadores fossem difundidos e, de certa forma, pas sassem a interferir em hábitos sociais e a modificá-los. Os avanços tecnológicos produzidos pela Física, ao lado de todos os benefí cios, trouxeram também muitos problemas para o nosso planeta. O mau uso dos equi pamentos que foram desenvolvidos tem criado desequilíbrios ambientais, como o excesso de poluentes na atmosfera e a de vastação da cobertura do solo. O avanço da Ciência não é imparcial. Desenvolvida por humanos, ela está a serviço de seus interes ses e demandas. Na imagem de 1925, Marie Curie e sua filha Irene. Curie foi uma das pioneiras no estudo da radioatividade. Capítulo 1 • Física: Ciência e tecnologia 19 . - . - . A necessidade de medir é muito antiga e fundamental no estudo da Física. Provavelmente, foi uma das primeiras atividades matemáticas do ser humano. Além disso, a vida em sociedade favoreceu o desenvolvimento da linguagem e da organização para o trabalho coletivo. Por alguma necessidade, provavelmente de controle de produção e troca de excedente, as civilizações da Antiguidade criaram o seu sistema de medidas. No Egito antigo, cerca de 5 mil anos antes de Cristo, por exemplo. as medições eram consideradas fundamentais para garantir os recursos financeiros do Estado. Isso porque, naquela época, os cobradores de impostos e escribas controlavam o uso adequado das medidas e dos registros dos produtos agrícolas, a base da economia egípcia. A imagem retrata um agrimensor delimitando terra. Detalhe no túmulo de Mennah, escriba e inspetor do campo do faraó Tutmés IV (séculos XVI-XIV a.C.). ~ ~~~ ~-.~ -IIIIIO:liiall'ba:ia Ainda nesse período, merece destaque o fato de as partes do corpo humano terem servido de referência para os primeiros padrões de medidas usados pelos egípcios. Essa iniciativa foi apropriada por outros povos, como os romanos, que também fizeram uso das medidas do corpo humano como padrões. Na Roma antiga, as unidades de medidas oficiais formavam um sistema no qual eram uti lizadas unidades como polegada e pé, para medida de comprimento, ou libra e onça, para medida de massa, entre muitas outras. Por vários séculos, o controle dos padrões de medida trazia consigo poder. Por exemplo, na Idade Média, os senhores feudais mantinham seus próprios padrões de medida, e, com os mercadores da época, usavam um tipo de padrão para a venda das mercadorias e outro para a compra de produtos agrícolas. Durante a Idade Moderna o uso de diferentes padrões de medidas continuou sendo praticado, tanto dentro de uma mesma nação ou país, quanto entre eles. A estrutura política não permitia que acordos entre nações se consolidassem, como uma mesma padronização das medidas. Porém, a variedade de padrões acarretava imprecisões que prejudicavam as relações de comércio e a própria administração do Estado. Somente com os movimentos sociais que desenca dearam a Revolução Francesa, em 1789, foi possível criar um modelo de unidades universal, exato e prático. No final do século XVIII, foi criado o Sistema Métrico Decimal pela Academia de Ciência da França, com base em unidades não arbitrárias. Inicialmente, as três unidades básicas para as grandezas comprimento, volume e massa eram, respectivamente, o metro, o litro e o quilograma. 20 Unidade 1 • Os caminhos da Física Essas unidades foram definidas do seguinte modo: • Metro: Dentro do Sistema Métrico Decimal, a unidade de medir a grandeza comprimento foi denominada metro e defini da como "a décima milionésima parte da quarta parte do meridiano terrestre" (dividiu-se o comprimento do meridiano por 40000000). Para materializar o metro, construiu-se uma barra de platina de secção retangular, com 25,3 mm de es pessura e com 1 m de comprimento de lado a lado. Essa medida materializada, datada de 1799, conhecida como o "metro doarquivo" não é mais utilizada como padrão internacional desde a nova definição do metro feita em 1983 pela 17~ Conferência Geral de Pesos e Medidas. • Litro: A unidade de medir a grandeza volume, no Sistema Métrico Decimal, foi chamada de litro e definida como "o volu me de um decímetro cúbico". O litro permanece como uma das unidades em uso com o SI [Sistema Internacional], entretanto recomenda-se a utilização da nova unidade de volume definida como metro cúbico. • Quilograma: Definido para medir a grandeza massa, o quilograma passou a ser a "massa de um decímetro cúbico de água na temperatura de maior massa especifica, ou seja, a 4,44 ºC" . Para materializá-lo foi construido um cilindro de platina iridiada, com diâmetro e altura iguais a 39 milimetros. Fonte: INSTITUTO DE PESOS E MEDIDAS DO ESTADO DE SÃO PAULO. Sistema Internacional de Unidades - SI. São Paulo, 2015. Disponível em: <WWW.ipem.sp.gov.br/index.php7orition=com_content&vieW=artíde&id=346&1temid=26(l>. Acesso em: 4 fev. 2016. ,.~ 11 INTERNATIONAL PR.OTOTYPE METR.E i~ .2~ -~ :1 g "' 1 ~ ... ... IMPERIAL STANDARD VARO Acima, dois padrões diferentes de metro padrão, o primeiro, criado na França e o segundo, no Reino Unido. Na Convenção do Metro, realizada em 1875, muitos países, inclusive o Brasil, aderiram a esse sistema. Mas a necessidade de um sistema mais preciso e diver sificado fez que ele fosse substituído pelo Sistema Internacional de Unidades (SI), implantado em 1960 e adotado pelo Brasil em 1962. O SI estabelece uma única unidade de medida para cada grandeza, seja ela fundamental, seja derivada. Entende-se por grandeza fundamental ou de base uma grandeza funcionalmente independente de outra. Uma grandeza derivada é definida com base em uma grandeza fundamental. O protótipo do quilograma padrão é constituído de platina e irídio e foi adotado no século XIX como modelo padrão para o quilograma. Observe as unidades de base do SI e seus sím bolos para cada uma das grandezas fundamentais: Grandezas de base do SI Grandeza Unidade Símbolo comprimento metro m massa quilograma kg tempo segundo s temperatura kelvin K corrente elétrica ampere A quantidade de matéria mol mol intensidade luminosa candeia cd Fonte: INMETRO. Sístema Internacional de Unidades. 8. ed. Rio de Janeiro, 2003. p. 26. Algumas grandezas derivadas do SI, com suas unidades de medida e seus símbolos: Grandezas derivadas do SI Grandeza Unidade Símbolo área metro quadrado mi densidade quilograma por metro cúbico kg/m3 velocidade metro por segundo m/s força newton (kg · m · S-2) N pressão pascal (kg · m-1 • s-2) Pa potência watt (kg · m2 • S-3) w resistência ohm (kg-1 • m2 • s-3 • A-2) elétrica Q Capítulo 1 • Física : Ciência e tecnologia 21 Você sabia? Conhecendo um físico brasileiro -José Leite Lopes Pernambucano, nascido em 1918 no Recife, José Leite Lopes foi um dos f ísicos de destaque no Brasi l, com pesquisas na área de partículas elementares e estudos ligados às interações fundamentais da natureza. Sendo de família com poucos recursos, Lopes conseguiu real izar seus estudos, em diferentes níveis, com o auxílio de bolsas de estudo obtidas dentro e fora do Brasil. Em 1939, no Recife, concluiu o curso de Química Industrial na Escola de Engenharia de Pernambuco. Incentivado por um dos seus professores, mudou-se para o Rio de Janeiro e ingressou no curso de Física da Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi), da Universidade do Brasil - atualmente UFRJ - , onde, em 1942, se formou. Nessa época, a Universidade de São Paulo (USP) contava com pesquisadores na área de Física sob a lideran ça do físico italiano Gleb Wataghin (1899-1986). A pós-graduação iniciada na USP foi concluída nos Estados Unidos, na Universidade de Princeton, época em que participou de seminários com o célebre Albert Einstein ( 1879-1955), entre outros. Leite Lopes concluiu seu doutorado dois anos depois, contando com a orientação de Wolfgang Pauli (1900-1958), físico austríaco que se destacou na área da Física Quântica. Lopes retornou ao Brasil e assumiu a cadeira de professor de Física Teórica na FNFi, no Rio de Janeiro. Em 1949, com César Lattes (1924-2005) e outros físicos, fundou o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e, em 1951, criou o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Nos anos seguintes, sua produção científica foi muito vasta, com a publicação de trabalhos de grande importância. Em 1967, após ter passado três anos na França, retornou ao Brasil no intuito de colaborar com o Instituto de Física da UFRJ. Infelizmente, após dois anos de trabalho, foi cassado pelo regime militar e aposentado com pulsoriamente pelo Al-5. Esse fato o obrigou a se exilar nos Estados Unidos, retornando depois à França, onde permaneceu como professor. Só voltou ao Brasil, definitivamente, em 1986, convidado para dirigir o CBPF. A morte de Lopes, em junho de 2006, determinou a interrupção de uma das car reiras mais significativas na área da Física no Brasil. Leite Lopes buscou, em diferen tes momentos de sua vida, outras fontes de saber e de expressão. Aqueles que convi veram com ele ressaltam a sua paixão e a sua fluência ao enveredar pelos caminhos não apenas da Ciência, mas da Educação e da Arte. Quando residiu no Rio de Janeiro, con viveu com pintores, como o húngaro Arpad Szenes ( 1897-1985) e o brasileiro Carlos Scliar (1920-2001 ), e escritores modernistas, como Cecília Meireles (1901-1964) e Manuel Bandeira ( 1886-1968). Esses e outros nomes ligados à Arte tiveram influência marcante no despertar da vocação artística de Lopes, especialmente na pintura, que o levou a ser admirado também como artista plástico. José Leite Lopes (esquerda) e César Lattes, em 1987. Professor, organize a turma para que o trabalho seja feito em grupos de poucos alunos. Cada grupo deve divulgar as infonmações para os demais alunos da turma e a divulgação pode ser feita por meio de um seminário expositNO ou da Atividade Escreva construção de um jornal de divulgação. Comente sobre a necessidade de aprender a expor suas ideias de forma dara no caderno e organizada, seja de forma oral, seja por meio de um te~o. Este pode ser um bom momento para trabalhar de forma conjunta com o professor de Língua Portuguesa. 1. Nesta coleção, aprenderemos bastante sobre diversos filósofos, cientistas e físicos que contribuíram com o desen volvimento da Ciência. Apesar de a maioria deles não ser brasileira, o país tem pesquisadores que também deram sua contribuição. Entre em sites de universidades brasileiras e encontre o contato de algum físico. Faça uma en trevista, pode ser pelo correio eletrônico, telefone ou pessoalmente, para saber sobre seu trabalho de pesquisa ou sobre seu trajeto acadêmico. 22 Unidade 1 • Os caminhos da Física E · · t Escreva xerc1c1os propos 05 no caderno 1. (Enem/MEC) Analise os documentos a seguir. Documento 1 O cômputo d.;1 Idade da Terra Da Cria(,'<l() até o Dilúvio. _____ ! 656 ·~ Do Oil<MO até Abraão 292 Do Na5cimenlo de Abraão até o Êxodo cio Egito. _____ .503 Do b(()do até. a Construção do Templo _______ ,481 [lo Templo até o Cativeiro 414 Do Cati<,eiro até o Nascimento de Je,-us Cristo _ ____ _,:614 Do •a,e;mento de Jesus Cristo atéhoje ________ i 560 Idade da Tem, 5 520 anos Documento li Avalia-se em cerca de quatro e meio bilhões de anos a idade da Terra, pela comparação entre a abundância relativa de diferentes isótopos de urânio com suas diferentes meias-vidas radiativas. Considerando os dois documentos, podemos afirmar que a natureza do pensamento que permite a datação da Terra é de natureza: a) científica no primeiro e mágica no segundo. b) social no primeiro e política no segundo. Pense além Física e Arte x c) religiosa no primeiro e científica no segundo. d) religiosa no primeiro e econômica no segundo. e) matemática no primeiro e algébrica no segundo. 2. No dia a dia, às vezes as palavras hipótese e teo ria são usadas indevidamente, deixando-nos a falsa ideia de terem o mesmo significado. Paraos pesqui sadores, hipótese é uma suposição que necessita ser avaliada e comprovada, enquanto teoria científica é a representação formal de informações, inclusive hipó teses, já avaliadas e comprovadas. Para adquirirem caráter científico, as hipóteses preci sam ser testadas de tal forma que seja possível consi derá-las verdadeiras ou não. De acordo com esse texto, avalie se as hipóteses seguintes são científicas ou não. Justifique sua res posta. A hipótese I não pode ser testada; logo, não é cientifica. As hipóteses li e Ili podem ser testadas e com rovadas; logo, são áentificas. l. O maior cientista do século XVll oi Isaac Newton. Il. Segundo o biólogo Charles Darwin, as manifesta ções de vida na Terra foram se estruturando, ao longo dos tempos, das formas mais rudimentares para as mais complexas. m. A matéria é constituída por átomos; porém, estes não são as menores partículas que a constituem. A Física e a Arte são construções históricas e sociais da cultura humana. Em geral, essas duas manifestações são apresentadas de maneira muito distante uma da outra: a Física, com seu caráter lógico, racional e objetivo; e a Arte, abstrata e subjetiva. Não colocamos t/tulos nas imagens para não direcionar a leitura do aluno. !>abendo que não existe um animal mamlfero d Escreva de oito patas, é possr11el que o autor da pintura estivesse tentando repiesentar o bisão em movimento. Pode-se comparar Respon a no caderno a pintura rupestre com as imagens sequenáais do fotógrafo inglês Eadweaid Muybridge (1830-1904), que ajudaram a entender o movimento das pernas do bisã.o. ili artistas tentavam representar o movimento. 1. Analise obras artísticas, como a pintura e a fotografia representadas abaixo, sob a perspectiva da Física. Para cada uma das sequências a seguir, descreva a sua interpretação da obra fazendo referência ao fenômeno físico que ela pode retratar. Pintura rupestre de um animal, localizada na caverna de Chaveret, no sul da França. Fotografias consecutivas de um animal feitas pelo fotógrafo inglês Eadweard Muybridge entre os anos de 1884 e 1887. Capítulo 1 • Física: Ciência e tecnologia 23 Aristóteles: explicações para a matéria e o Universo Nesta atividade, você e seus colegas terão a oportu nidade de conhecer uma das primeiras teorias sobre a constituição dos corpos e a estrutura do Universo. O texto do livro Breve história da Ciência Moderna aborda as ideias de Aristóteles, filósofo grego que conhecemos neste capítulo. Após a leitura do texto, reúna-se com seus colegas para discutirem e responderem às questões a seguir. Uma teoria da matéria Para explicar a constituição dos corpos existentes na Terra, Aristóteles utilizou-se em parte da teoria dos qua tro elementos primordiais, terra, água, ar e fogo, criados pelo pré-socrático Empédocles no século V a.e . Esses quatro elementos formariam todos os seres do chamado mundo sublunar, ou seja, o mundo terrestre. Um outro elemento, o éter, a quinta-essência, comporia os corpos do mundo celeste. Os quatro elementos primordiais eram aspectos de uma substância única, a matéria primeira que possuía diferentes formas em função das qualidades que a afet avam. A matéria estava, portanto, submetida à ação de um princípio que se encontrava fora dela , mas sem es t ar dela separado. Título: Breve história da ciência moderna Vol. 1: Convergência de saberes (Idade Média) Autores: Marco Braga, Andreia Guerra e José Claudio Reis Editora: Jorge Zahar Para Aristóteles, os seres se constituíam porque a matéria pura, ao receber as formas, organizava-se nas quatro qualidades do sensível (seco, úmido, frio e quente), nos aspectos da forma do espaço (alto, baixo, longe, perto, pesado, leve etc.) e nos quatro aspectos da forma do t empo (novo, velho, agora, depois). Essa matéria qualificada foi chamada de matéria segunda, ou seja, o princípio de identificação dos seres. A forma era geral e universal, o diferencial era a matéria na qual ela se inseria. Com essa concepção sobre os seres, Aristóteles negou a existência de uma matéria pura sem qualquer forma a ela vinculada, assim como defendeu que a forma pura só poderia estar relacionada ao Primeiro Motor Imóvel, Deus. As quatro qualidades, seco, úmido, frio e quente, apareceriam sempre nos elementos primordiais em dupla, sendo que os pares seco-úmido e frio-quente estavam excluídos, simplesmente porque qualida des contrárias não podem se agregar. Dentro dessa lógica, Aristóteles argumentou que, quando a maté ria era afetada pela dupla frio-seco, ela se tomava a terra. A água surgia a partir da dupla frio-úmido; o ar, do par quente-úmido; e o fogo, do quente-seco. Esses quatro elementos - que por diferentes combinações originavam todos os corpos existentes no mundo sublunar - poderiam se transformar, desde que as duas qualidades formadoras do par original não desaparecessem simultaneamente. Para além dessa condição, todas as transformações eram possí veis. Assim, do par calor-úrnido podiam-se obter apenas os pares calor-seco e frio-úmido. 24 Unidade 1 • Os caminhos da Física O cosmos aristotélico era composto de várias esferas concêntricas. A Terra, considerada imóvel, ocu pava o centro desse conjunto. Ao redor da Terra encontravam-se os quatro elementos, cada qual em seu lugar natural. Nesse conjunto, o mundo sublunar, tudo possuía princípio, meio e fim. Além dessa região, no mundo supralunar se encontravam os corpos celestes formados pela quinta-essência totalmente in corruptível, ou seja, não sujeita a transformações. Nesse ambiente todos os corpos celestes estavam presos a esferas cristalinas. A primeira era a da Lua, e a última, a das estrelas fixas. O Universo dessa forma concebido era finito, limitado e eterno, sem uma origem. Além do limite das estrelas fixas não havia nada, nem mesmo lugar, visto que, para Aristóteles, um lugar não poderia se apresentar separado de um corpo. sr S T EMcA TTOLE, McAICVM. A imagem (de 1653) ilustra o Universo formado por esferas concêntricas, tal como concebido por Aristóteles. A Terra ocupava, imóvel, o centro do cosmos, e os corpos celestes estavam no mundo supralunar, separados e totalmente incomunicáveis em relação aos corpos terrenos, uma vez que não estavam sujeitos a transformações. Fonte: BRAGA, Marco; GUERRA, Andreia; REIS, José Claudio. Breve história da dência moderna. Vot 1: Convergência de sai>eres (Idade Média). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003. p. 21-24. Atividades Escreva no caderno Professor, os comentârios dessa seção encontram-se no Caderno de orientações no final deste volume. Como você deve ter percebido pelo texto, as ideias de Aristóteles sobre a composição da matéria e da estrutura do Universo são bem diferentes das teorias que atualmente são aceitas pelos cientistas. As expli cações dos fenômenos, teorias e conceitos não são prontas e definitivas, mas, ao contrário, são dinâmicas e se desenvolvem pelo trabalho de vários pesquisadores. Sobre as ideias de Aristóteles e seu próprio conheci mento sobre os mesmos temas, responda às questões a seguir. 1. O que você sabe sobre a composição da matéria e a organização do Universo? Escreva livremente sobre sua própria compreensão, tentando se lembrar como aprendeu sobre elas ou faça uma pesquisa para conhecer as teorias mais aceitas pelos cientistas nos dias de hoje. 2. Qual a compreensão de Aristóteles sobre a composição da matéria e sobre a estrutura do Universo? 3. Qual a sua opinião sobre o modelo de Aristóteles: ele pode ser considerado plausível, isto é, aceitável, ad missível? Você consegue elaborar um argumento que aponte alguma incoerência nele? 4. Em grupo, elaborem uma argumentação que discuta a seguinte afirmação: "De certa maneira, a ideia dos quatro elementos é utilizada até hoje". Capítulo 1 • Física: Ciência e tecnologia 25 Experimente a Física no dia a dia Atenção faÇil o experimento somente na presença do professor. Um modelo explicativo para o arco-íris Ao longo dos séculos os seres humanos desenvolveram formas de "pensar" para explicar suas observações.Dentre essas formas, um suposto método foi consagrado por ser rigoroso no teste das explicações e por obter bons resultados. O arco-íris, por exemplo, é um fenômeno luminoso que sempre apareceu (e aparece!) ocasionalmente no céu; porém, a explicação científica para o fenômeno data de 1637, elaborada por Descartes. Você também pode propor explicações para esse fenômeno. Nesta atividade, propomos que você elabore uma explicação para a ocorrência do arco-íris, apontando as variáveis relevantes e como estas se relacionam para a for mação dos arcos coloridos. Durante a elaboração de sua explicação, procure meios para testá-la e anote as etapas e os resultados que conseguir. Passo a passo Professor, os comentários dessa seção encontram-se no Caderno de orientações no final deste volume. • Observação do fenômeno Lembre-se de quando viu um arco-íris e descreva em quais circunstâncias isso aconteceu. Tente re cordar aspectos do clima naquele dia. • Registro e organização dos dados obtidos du rante a observação Reúna-se em grupo e verifiquem as semelhanças e diferenças entre os dados que cada integrante apontou sobre a formação do arco-íris. Por exem plo, o Sol estava visível na hora em que o arco-íris se formou? Suas cores tinham uma ordem? Discutam a melhor forma para o grupo organizar os dados obtidos. Por exemplo, pode ser por meio de esquema, tabela, gráfico, lista, entre outros. • Análise e identificação dos aspectos que repre sentam as regularidades do fenômeno Verifique, com base nos dados obtidos, quais foram Atividades Escreva no caderno os principais fatores para a formação do arco-íris, isto é, os fatores que estão presentes em todos os relatos. • Elaboração das hipóteses que explicam as re gularidades Esse passo é importante para comprovar a conclu são do grupo a respeito da formação do arco-íris. Quais são as variáveis relevantes e como estas se relacionam? • Verificação das hipóteses por meio de experi mentos Para averiguar a adequação de sua explicação, é importante testar, simular, as condições que pro vocam o aparecimento do arco-íris. Experimente reproduzir essas condições com o auxílio de uma mangueira. Faça isso no jardim ou de tal forma que a água possa ser reaproveitada. 1. Primeira tentativa: Use uma mangueira com esguicho para que a água se esparrame em gotas. Dirija o jato de água de frente para o Sol e para cima. 2. Segunda tentativa: Inverta a posição do jato de água, ou seja, agora dirija-o ao contrário do Sol, mas ainda para cima. Verifique em qual das situações você conseguiu reproduzir o arco-íris. Compare as condições necessárias para a formação do arco-íris na natureza e na simulação, e verifique se a hipótese formulada por você na etapa anterior pode ser considerada válida. E • · 1 ta Escreva xerc1c1os comp emen res no cadern 1. Algumas lendas gregas buscavam explicação para os fenômenos da natureza, como a origem do Universo e, segundo elas, as causas desses fenômenos estavam relacionadas aos deuses. Isso não impediu que várias palavras utilizadas hoje pela Ciência tenham as suas origens ligadas aos deuses gregos. Veja o caso do deus grego Cronos, considerado a divindade do tem po, que deu origem à expressão cronômetro, usada para identificar o instrumento que serve para medir o tempo. a) Procure resgatar uma lenda de antigas culturas que esteja relacionada à explicação de algum fenômeno da natureza. Use como fonte de pesquisa a internet, revistas, enciclopédias ou livros de mitos e lendas. • Resposta pessoa 1. b) E comum às pessoas mais velhas o relato de len das, geralmente passadas de geração para geração, para explicar fenômenos naturais como os raios, os trovões, a chuva. Transcreva uma delas de memória ou entreviste uma pessoa que conheça alguma dessas lendas. Resposta pessoal. 2. Em uma estante há seis livros de Física. Cada livro aborda apenas um dos seguintes assuntos: Mecânica, Termodinâmica, Óptica, Ondulatória, Eletromagne tismo e Física Moderna. Para cada pergunta abaixo, em qual dos livros você poderia encontrar uma resposta (se achar necessário, faça uma pesquisa para responder)? a) Como funciona um ferro elétrico? Eletromagnetismo. b) Como funciona um termômetro? Termodinâmica. c) Como as lentes corrigem a miopia? óptica d) Por que os corpos caem? Mecânica. e) Como funciona a luz do laser? física Moderna. f) Como se forma o eco? Ondulatória. 3. (Enem/MEC) Depois de longas investigações, convenci-me por fim de que o Sol é uma estrela fixa rodeada de plane tas que giram em volta dela e de que ela é o centro e a chama. Que, além dos planetas principais, há ou tros de segunda ordem que circulam primeiro como satélites em redor dos planetas principais e com estes em redor do Sol. Não duvido de que os matemáticos sejam da minha opinião, se quiserem dar-se ao traba lho de tomar conhecimento, não superficialmente mas duma maneira aprofundada, das demonstrações que darei nesta obra. Se alguns homens ligeiros e ignoran tes quiserem cometer contra mim o abuso de invocar alguns passos da escritura (sagrada), a que torçam o sentido, desprezarei os seus ataques: as verdades matemáticas não devem ser julgadas senão por ma temáticos. (COPÉRNICO, N. De Revo/utionibus orbium cae/estium) Aqueles que se entregam à prática sem ciência são como o navegador que embarca em um navio sem leme nem bússola. Sempre a prática deve fundamen tar-se em boa teoria. Antes de fazer de um caso uma regra geral, experimente-o duas ou três vezes e verifi que se as experiências produzem os mesmos efeitos. Nenhuma investigação humana pode se considerar verdadeira ciência se não passa por demonstrações matemáticas. (VINCI, Leonardo da. Carnets.) O aspecto a ser ressaltado em ambos os textos para exemplificar o racionalismo moderno é: a) a fé como guia das descobertas. b) o senso crítico para se chegar a Deus. c) a limitação da ciência pelos princípios bíblicos. X d) a importância da experiência e da observação. e) o princípio da autoridade e da tradição. 4. (Enem/ MEC) Se compararmos a idade do planeta Terra, avaliada em quatro e meio bilhões de anos ( 4,5 X 109 anos), com a de uma pessoa de 45 anos, en tão, quando começaram a florescer os primeiros ve getais, a Terra já teria 42 anos. Ela só conviveu com o homem moderno nas últimas quatro horas e, há cerca de uma hora, viu-o começar a plantar e a colher. Há menos de um minuto percebeu o ruído das máquinas e de indústrias e, como denuncia uma ONG de defesa do meio ambiente, foi nesses últimos sessenta segun dos que se produziu todo o lixo do planeta! Na teoria do Big Bang, o Universo surgiu há cerca de 15 bilhões de anos, a partir da explosão e expansão de uma densíssima gota. De acordo com a escala pro posta no texto, essa teoria situaria o início do Univer so há cerca de a) 100 anos. x b) 150 anos. c) 1 000 anos. d) 1 500 anos. e) 2 000 anos. Capítulo 1 • Física: Ciência e tecnologia 27 A primeira pergunta da abertura da Unidade, sobre o que levou as pessoas a se organizarem e construírem Stonehenge e a Estação Espacial Internacional, talvez não tenha resposta, ou, pelo menos, não uma única resposta. Alguns atribuem a busca de conhecimento a uma necessidade intrínseca do ser humano de prover explicações sobre o mundo. Se as primeiras respostas evocavam entidades míticas, com o passar do tempo foi se desenhando um "modo de pensar e agir" que, consagrado por obter bons resultados, foi considerado como um método a ser seguido por todos os cientistas. Esse ficou conhecido como método científico. A sequência de ações descritas a seguir resume, em linhas gerais, um método que possibilita a organização, o desenvolvimento e a aplicação de novos conhecimentos: • Identificar uma situação que indique um problema. • Elaborar uma suposta resolução para esse problema (hipótese). • Fazer previsões de possíveis ocorrências, caso a hipótese esteja certa. • Verificar por meio de testes se as hipóteses feitas se confirmam. • Formular uma lei com base na hipótese, nas previsões
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