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Sociologia e Extensão Rural - prof. Everton Nogueira Silva Resenha de livros e vídeos que resumem bem o desempenho da disciplina Unidade 1 A sociologia rural pode ser traduzida como um olhar crítico-científico sobre a busca pela compreensão das lógicas relacionais entre os grupos sociais que personificam o mundo rural, observando dinâmicas sociais, políticas, culturais e econômicas. À primeira vista, parece o oposto de sociologia urbana, mas a verdade é que ambas se complementam, visto que a história e contextos não se separam propriamente dito, processos estes que precisam ser compreendidos. Assim como não é propriamente certo dizer que o agronegócio, agricultura familiar e desenvolvimento sustentável são opostos. A sociologia rural é uma ciência que dialoga com outras, tais como antropologia, geografia, economia, ciências jurídicas, ciências florestais, entre outras. Assim, buscando uma análise completa dos processos sociais que dinamizam as relações das pessoas do mundo rural. A unidade reflete sobre o que é modernização e sobre a visão desdenhada do mundo rural, que é visto como primitivo, o que não é bem verdade. Isso porque as populações rurais possuem suas próprias culturas e costumes que muitas vezes são vítimas de um processo de modernização forçado e excludente. Já a unidade 2 busca refletir sobre como a sociedade brasileira se dividiu entre conceitos e interesses distintos e suas lutas de classes a partir da estrutura agrária sob a qual o Brasil tem sido construído ao longo dos séculos. As raízes agrárias da formação social brasileira é uma soma entre relações patriarcais e de dependência rural, iniciada em seu processo colonial, compreendendo as influências portuguesa, indígena e negra escrava na formação do povo brasileiro, principalmente. Assim, mesclando-se em híbridos e dissipando aos poucos a cultura africana e aborígene na influência europeia, por mais que até hoje haja resquícios, como muitas expressões. Essa estrutura agrária do Brasil não pode ser compreendida sem a história da propriedade da terra e o capítulo relaciona isso, analisando os aspectos histórico-conceituais da propriedade da terra e suas transformações, desde antes da descoberta do Novo Mundo, que modelou a estrutura agrária deste país e influenciando, assim, os seus conceitos jurídicos em torno da propriedade da terra e de sua função social. Há a distinção entre posse e propriedade, pois a terra antes era vista como posse que não poderia ser vendida e os escravos africanos e as populações ameríndias não eram vistas como “homens” e não tinham direito a terras, levando a eles o status de “propriedades”. A propriedade da terra e de homens escravizados como o dorso fundamental da economia e do sistema colonial. O capítulo também aborda sobre o surgimento e constituição do campesinato brasileiro, que é um modo de vida que possuía referências tanto da burguesia quanto do proletariado, ao mesmo tempo não possuía características de nenhuma delas, constantemente negada na representação da agricultura brasileira associada a grandes propriedades monocultoras e agroexportadoras. Há uma discussão sobre a extinção do campesinato conforme o capitalismo cresce devido à dicotomia entre proletariado e operário. Nessa parte especificamente não acho que o livro foi didático ao explicar o que é campesinato e como ele influenciou. Na unidade 3, é muito interessante a abordagem diferente de desenvolvimento, visto que este geralmente é ligado à ideia de crescimento econômico, mas o livro aborda questões como qualidade de vida, educação e bem-estar. O capítulo também discute sobre o desenvolvimento tecnológico excessivo do Brasil rural, que nos próximos anos irá “expulsar” as pessoas não qualificadas no campo, elevando a competitividade do agronegócio com o aumento do desemprego e das desigualdades. A opção por uma agricultura sem homens, além de uma visão exclusivamente assistencialista dos programas direcionados ao espaço rural, tem limitado o “desenvolvimento” no seu sentido mais amplo do rural brasileiro. Há um passeio rápido na história da monocultura para chegar no atual modelo, passando pela Revolução Verde, que apesar de ter sido um “boom”, não se pode negar que todos os dias há um pouco mais de implantação do sistema tecnológico no campo, tratores, herbicidas e fertilizantes químicos. A integração da agricultura ao setor industrial e financeiro da Revolução Verde provocou mudanças, visto que para alguns houve uma transformação profunda nas antigas estruturas arcaicas do meio rural; para outros, somente uma maquiagem em uma estrutura atrasada e conservadora. Também foi interessante encerrar o capítulo com alguns dos novos mitos do rural brasileiro. A unidade 4 há uma discussão sobre questões ambientais e reforma agrária, visto a importância de eliminar o caráter latifundiário do sistema agrário do país, que particularmente opino que até hoje vigora como se nada tivesse acontecido e está longe de acabar, infelizmente. É totalmente injusto que tanta terra ociosa esteja em mãos de um pequeno grupo elitista que detém todos os lucros, além das péssimas condições do trabalhador rural. O capítulo ainda falou sobre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, também conhecido por MST, e sobre como ele se tornou um símbolo da luta pelos trabalhadores rurais e pela reforma agrária no debate atual e político. Resenha: Aula 1 - Conversando sobre o histórico, conceitos básicos e o público da extensão rural Esse capítulo nos mostra que além de conhecimentos técnicos, o extensionista rural precisa possuir conhecimentos de gestão, organização social, construção de mercados, meio ambiente, cooperativismo, crédito, etc. E o desenvolvimento rural passa a ser foco do extensionista. É muito interessante os fatos históricos analisados que nos permite perceber que o desenvolvimento era restrito a grandes produtores rurais, enquanto os mais pobres e pequenos produtores eram excluídos, algo que acontece até hoje, mas que há uma constante luta para que não ocorra mais. O maior número de extensionistas rurais são agrônomos, que possuem mais conhecimentos sobre a cadeia produtiva, mas o ideal é que seja uma equipe multidisciplinar a fim de desenvolver diferentes áreas das comunidades rurais. Resenha do filme Ater para transição agroecológica Esse filme é bastante interessante e inspirador, nos faz pensar que o projeto deveria existir em todas as comunidades rurais. E é muito legal ver o conhecimento técnico teórico e prático dialogando e funcionando dessa forma, pois a extensão rural não desmonta tudo o que já era feito antes, pelo contrário, constrói a partir do que já existe, a partir do que o agricultor já sabe, dá alternativas para aumentar a produtividade do que já era feito, com a mudança no pensamento sobre os agrotóxicos, banco de sementes, manutenção da terra e outros conceitos que o pequeno agricultor não sabia. Mas o que eu mais gostei no documentário foi em como o projeto capacitou pessoas que não necessariamente eram agricultoras, como a mulher que falou sobre artesanato, além de ter valorizado o trabalho manual. Algo que era feito por hobby agora sendo usado como sustento com os cursos. E também na culinária, onde é mostrado uma outra mulher falando sobre doces, que ela aprendeu coisas como armazenamento do doce, embalagem rótulo, que agregou no trabalho que ela já fazia. Além do trabalho com as crianças e adolescentes que eu achei bem importante e fundamental para dar às pessoas possibilidades de ficar na comunidade rural gerando riqueza, onde eles entendem que cidade não é sinônimo de desenvolvimento e que também pode-se desenvolver no campo, da esperança pro agricultor e as comunidade rurais que existe riqueza fora da cidade, incentivando a permanência do jovem no campo. Resenha do vídeo A Extensão Rural e o papel do Extensionista Achei muito interessante a diferenciação entre extensão rural e assistência técnica, onde assistência técnica é um auxílio pontual sobre algum momento, a extensão é mais abrangente,vaidesde o preparo inicial da produção até a parte final. O vídeo aborda um pouco sobre como deve ser a abordagem do extensionista rural, nunca impondo o conhecimento, mas sim trabalhando em conjunto com o agricultor e as populações rurais. Aparentemente foi feito por um estudante, então a qualidade do vídeo não é das melhores, mas o conteúdo é muito rico e bem abordado. Depois o apresentador fala um pouco de cada setor da pecuária movimenta a economia brasileira e que o extensionista rural pode atuar, ainda cita o quando o extensionista esteja atualizado aos novos ramos para atender o agricultor familiar da melhor forma possível.
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