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QUÍMICA ORGÂNICA ARA1113 Professora: Carolina Mauad Lopes 2 GEOMETRIA DAS MOLÉCULAS ORGÂNICAS • As moléculas, sejam inorgânicas ou orgânicas, apresentam uma representação geométrica de acordo com as ligações presentes, tipo de hibridização dos átomos centrais, presença de elétrons não ligantes, entre outros fatores. • Entretanto, podemos prever de maneira simples a geometria de um composto aplicando o que diz o modelo de repulsão dos pares de elétrons na camada de valência (RPECV). IV. Moléculas cujo átomo central está ligado a, no mínimo, 2 outros átomos ou grupos. I. Moléculas cujo átomo central está ligado a, no mínimo, 2 outros átomos ou grupos. ➢ Para esta previsão, o modelo leva em consideração: II. Todos os elétrons de valência do átomo central (pares de elétrons envolvidos em ligações covalentes e pares de elétrons não ligantes). III. A repulsão entres os pares de elétrons, fazendo com que os elétrons de valência fiquem o mais afastados possível uns dos outros, sabendo-se que a repulsão entre elétrons envolvidos em ligação covalente é menor do que entre pares de elétrons isolados. 3 4 • Sendo assim, de acordo com o modelo RPECV, podemos afirmar que a geometria assumida por uma molécula é aquela que possibilita maior distância possível entre os pares de elétrons da camada de valência. • Veja o exemplo de uma molécula do composto orgânico metano, CH4, em relação às diferentes representações de sua molécula. 5 • As propriedades das moléculas estão relacionadas com sua estrutura espacial real. • O metano apresenta o carbono como átomo central de sua molécula, com seus orbitais permitindo a realização de quatro ligações σ, em virtude de sua hibridização sp3. • Assim, os 4 átomos de hidrogênio irão se alinhar com um ângulo de 109,5° em torno do átomo de carbono, formando uma estrutura tridimensional tetraédrica. • Para o metano, esta é a única orientação que permitirá maior e igual distância entre os pares de elétrons envolvidos em suas ligações covalentes. 6 • Além da hibridização sp3, o carbono pode ter a hibridização sp2 e a hibridização sp. • Essas diferentes hibridizações irão refletir na organização geométrica da molécula em torno do átomo de carbono. 7 • Assim, os tipos de hibridizações presentes em uma molécula orgânica irão determinar os ângulos de ligações em torno do átomo de carbono. • Para as hibridizações sp3, sp2 e sp, considerando que o carbono se ligue a átomos ou grupos químicos iguais, teremos, respectivamente, os ângulos de 109,5°, 120° e 180°. • Esses ângulos sofrerão ligeiras alterações, se os ligantes aos átomos de carbono forem diferentes. • Essas alterações ocorrem em virtude do tamanho dos átomos ou grupos químicos, da repulsão entre as nuvens eletrônicas ou da presença de pares de elétrons não compartilhados. 8 • Além das geometrias mostradas para as hibridizações sp3, sp2 e sp, importantes para as moléculas orgânicas, existem outros tipos de estruturas moleculares. POLARIDADE DAS MOLÉCULAS Ligações covalentes entre átomos com diferentes eletronegatividades levam à formação de ligações químicas polares. Embora existam moléculas bastante simples (sobretudo alguns gases inorgânicos) que têm apenas uma ligação, a maior parte das moléculas apresenta várias ligações químicas em sua estrutura. O balanço das cargas deslocalizadas por ligações covalentes polares em uma molécula pode resultar em moléculas polares ou apolares. A existência ou não de polaridade numa molécula dependerá também de sua geometria. 9 Uma geometria molecular capaz de equilibrar todos os dipolos das ligações presentes, de forma que o balanço resulte num momento dipolar, μ, igual a zero, resultará em uma molécula apolar. Por outro lado, uma molécula com momento dipolar diferente de zero é classificada como uma molécula polar. A polaridade de moléculas pode ser medida experimentalmente colocando-se amostras de moléculas entre placas carregadas eletricamente com cargas opostas. Se as moléculas forem polares, observa-se um alinhamento com o campo elétrico formado. A medida desse alinhamento é chamada de momento dipolo, μ, e é expresso numa unidade denominada debye (D). 10 11 Moléculas polares: momento dipolo, μ ≠ 0 Moléculas apolares: momento dipolo, μ = 0 Um exemplo importante de molécula polar é a água, tendo em vista que a sua estrutura geométrica, angular, não consegue anular os dipolos das ligações entre o oxigênio e o hidrogênio. O polo negativo se localiza no oxigênio por ser o elemento mais eletronegativo. Por sua vez, o gás carbônico, CO2, é uma molécula apolar tendo em vista que os dipolos formados pelas ligações do carbono com o oxigênio têm um resultante de momento dipolar igual a zero. A molécula de CO2 apresenta uma geometria linear, com 1 átomo de carbono com hibridização sp ligado a 2 oxigênios em extremidades opostas. Essa regularidade estrutural equilibra os dipolos, resultando num momento dipolar nulo. 12 • A ideia de regularidade geométrica das moléculas como forma de equilibrar os dipolos levando a uma molécula apolar é válida desde os compostos mais simples até às estruturas mais complexas. • Assim, moléculas como H2, Cl2 e CH4 são apolares, enquanto moléculas HCl, H2O e NH3 são polares. 13 • Observe que enquanto a molécula de metano, CH4 é apolar, um derivado do metano, o clorometano, CH3Cl, é polar. • Ambas as moléculas têm geometria tetraédrica, entretanto o metano é totalmente regular, tendo em vista que o carbono está ligado a 4 hidrogênios. 14 • A molécula de etano, C2H6, é outro exemplo de molécula apolar que apresenta simetria na geometria molecular. • Nesta molécula, 2 carbonos estão ligados entre si e cada carbono se liga a 3 átomos de hidrogênio. • Entretanto, a substituição de 1 átomo de hidrogênio por 1 átomo de cloro gera uma molécula de cloroetano (C2H5Cl), que é uma molécula sem simetria e, portanto, polar.
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