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RESUMO PROC CIVIL

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Processo Civil 
 
 
 
− Art.1º ao 12 do CPC 
 
- Interpretação conforme a CF (art. 1º): 
As normas processuais devem ser interpretadas de acordo com as 
normas constitucionais. 
Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela 
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito 
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e 
tem como fundamentos: 
I - a soberania; 
II - a cidadania; 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V - o pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce 
por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos 
termos desta Constituição. 
 
− Normas processuais x Normas constitucionais: 
Exemplo: art. 53, I CPC: 
Art. 53. É competente o foro: 
I - para a ação de divórcio, separação, anulação de 
casamento e reconhecimento ou dissolução de união 
estável: 
Onde se tem houver uma ação de união estável no código anterior 
dizia que deveria propor a ação no foro do domicílio da mulher, onde 
a CF/88 diz que a mulher e homem são iguais perante a lei, onde 
houve a mudança que deve propor a ação no domicílio do guardião 
do filho incapaz e essas normas foram adequadas conforme a 
Constituição Federal. 
 
- Priorização da solução por auto composição (art. 3o, § 2º do CPC): 
O estado promoverá sempre que possível a solução consensual dos 
conflitos, e essa solução significa que todas as vezes que houver um 
conflito o Estado e um juiz deve tentar um acordo consensual entre 
as partes. 
Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a 
direito. 
§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução 
consensual dos conflitos. 
 
− Solução consensual dos conflitos: 
Exemplos: art. 334 do CPC – Audiência de Conciliação ou Mediação, 
que significa que antes do réu apresente a sua defesa, ele vai ter a 
oportunidade de tentar um acordo. 
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não 
for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará 
audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima 
de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 
(vinte) dias de antecedência. 
 
Exemplo: art. 165 do CPC – Centros, que serve para priorizar a 
solução consensual na tentativa desses acordos, sendo um lugar 
especializado com profissionais específicos. 
Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução 
consensual de conflitos, responsáveis pela realização de sessões e 
audiências de conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de 
programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a 
autocomposição. 
 
 
 
III – Princípio da primazia do julgamento de mérito (4º do CPC): 
Art. 4º - As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução 
integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. 
As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução 
integral do mérito (mérito=pedido). 
• − Prazo razoável; 
• − Solução integral do mérito; Ex: art. 321 do CPC. 
ß significa que sempre que o juiz puder ultrapassar os 
problemas processuais para julgar o pedido tem que 
ultrapassar os problemas processuais e resolva o pedido. 
Nesse exemplo do art. 321, se o juiz verificar que na inicial 
tem algum defeito, ele tem que intimar o autor para 
corrigir esse defeito e indicar o que está errado para 
facilitar o processo. 
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os 
requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e 
irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, 
determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a 
complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou 
completado. 
 
IV- Princípio do efetivo contraditório (art. 7º, 9º e 10 CPC): 
O juiz deverá zelar pelo efetivo contraditório, não proferindo 
decisão contra uma das partes sem que antes ela seja ouvida. 
Art. 7º - É assegurada às partes paridade de tratamento em 
relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, 
aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de 
sanções processuais, competindo ao juiz ao juiz zelar pelo 
efetivo contraditório. 
 
Art. 9º - Não se proferirá decisão contra uma das partes 
sem que ela seja previamente ouvida. Parágrafo único. O 
disposto no caput não se aplica: 
I - à tutela provisória de urgência; 
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, 
incisos II e III; 
III - à decisão prevista no art. 701. 
 
Art. 10 - O juiz não pode decidir, em grau algum de 
jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não 
se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, 
ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de 
ofício. 
 
Exceções: 
a) Tutelas de urgência; 
b) Tutelas de evidência liminares (art. 311 CPC); 
c) Tutela liminar monitória. 
OBS.: o juiz não pode decidir em grau algum de jurisdição sobre um 
fundamento a respeito do qual não tenha dado às partes a 
oportunidade de se manifestar, ainda que seja matéria que possa 
decidir de ofício (proibição da decisão surpresa) – significa que o juiz 
não pode proferir uma decisão surpresa sobre um fundamento que 
ele nunca deu oportunidade das partes de se manifestar. 
O juiz não pode extinguir o processo por prescrição, porque ele 
precisa dar a oportunidade para que as partes se manifestem para 
evitar a decisão surpresa. 
 
Ler os artigos: 
• − Boa-fé (art. 5º); 
Art. 5º - Aquele que de qualquer forma participa do 
processo deve comportar-se de acordo com a 
boa-fé. 
• − Cooperação (art. 6º); 
Art. 6º - Todos os sujeitos do processo devem cooperar 
entre si para que se obtenha, em tempo 
razoável, decisão de mérito justa e efetiva. 
NORMAS FUNDAMENTAIS 
 
• − Ordem de conclusão (art. 12). 
Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, 
preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para 
proferir sentença ou acórdão. 
 
 
 
Conceito: é o poder-dever do Estado de resolver o conflito de 
interesses (lides). 
• Poder-dever do Estado; 
• Resolver o conflito de interesses. 
 
Características: 
I. Inércia (art. 2º): A jurisdição somente se inicia se for 
provocada; sendo assim, uma vez iniciada ela não 
precisa ser mais provocada (princípio do impulso 
oficial). 
Art. 2º - O processo começa por iniciativa da parte e se 
desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas 
em lei. 
II. Substitutividade: A jurisdição substituiu a vontade 
das partes pela vontade da lei, significa que o 
momento em que a jurisdição que ela foi posta é ela 
quem decide quem tem o direito. 
III. Una: Só existe uma jurisdição em todo território 
nacional. 
 
A doutrina tradicionalmente classifica as formas de resolução de 
conflitos em autodefesa, autocomposição e heterocomposicão. Esta 
última poderia ser feita pelo Estado (Poder Judiciário) ou por um 
particular, em certos casos específicos permitidos pela Lei 
(arbitragem). 
É bem verdade, contudo, que hoje parte da doutrina tem expandido 
o conceito de jurisdição, para abarcar também, em certas situações, 
a resolução de conflitos empreendida fora do Poder Judiciário. 
 
Meios alternativos de solução de conflitos: 
® Autodefesa ou autotutela: é a solução do conflito por meio da 
força. 
Ex: Legitima defesa (188, I CC); 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular 
de um direito reconhecido; 
Ex: Legitima defesa da posse (1210, §1º CC); 
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse 
em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado 
de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. 
§ 1 o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se 
ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça 
logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além 
do indispensável à manutenção, ou restituição da posse. 
 
Seria a forma mais primitiva de resoluçãode conflitos. Utilizava-se 
da força física contra o adversário para vencer sua resistência e 
satisfazer uma pretensão. 
Todavia o Estado permite a autodefesa em situações excepcionais, 
tais como: na legítima defesa no âmbito penal
 
(art. 25 do CP); no 
desforço possessório conferido ao possuidor turbado (art. 1.210, § 
1o, do CC); no direito de retenção do locatário (art. 578 do CC) e do 
depositário (art. 644 do CC); bem como no direito de greve, 
garantido constitucionalmente (art. 9o da CF), no âmbito do direito 
do trabalho. 
 
Tais exceções se justificam pelo fato de o Estado nem sempre estar 
presente no momento em que um direito é violado. Assim, para 
evitar o perecimento do direito, seu titular poderá realizar atos por 
conta própria para garanti-lo, nos casos em que a lei permitir, desde 
que o faça imediatamente após a violação ou quando o direito 
estiver prestes a ser vulnerado, devendo haver, sempre, a 
proporcionalidade entre o agravo sofrido e a resposta. 
® Autocomposição: solução do conflito por meio do consenso, 
sendo assim, as partes entram em acordo e pode se dar das 
seguintes formas: 
a) Transação: É a solução do conflito por meio de sacrifícios 
recíprocos, significa que ambas as partes vão acabar abrindo 
mão de uma parte do seu direito para ter um acordo. 
b) Renúncia: ocorre todas as vezes que o titular abre mão do 
seu direito, significa que quem propôs a demanda renúncia o 
seu direito e isso não é desistência da ação que significa desistir 
e poder propor a ação de novo e a renúncia significa abrir mão 
do direito. 
c) Submissão/reconhecimento jurídico do pedido: ocorre 
todas as vezes que a parte contraria admite do direito do titular, 
sendo assim, por exemplo o réu reconhece e admite a verdade 
e paga tudo que o autor pediu. 
OBS: essas três formas de autocomposição podem ser realizadas 
fora ou dentro do juízo, mas para valerem precisa ser homologada 
por via sentença com mérito (art. 487 CPC). 
Trata-se de solução parcial (por ato dos sujeitos em conflito) na qual 
as partes chegam a um acordo quanto à existência ou inexistência 
de um direito, seja pela renúncia, pela transação (concessões 
recíprocas) ou mediante o reconhecimento da pretensão alheia, 
pondo fim ao conflito de interesses existente. 
São exemplos de autocomposição em nosso ordenamento jurídico: 
a transação civil (arts. 840 a 850 do CC); a conciliação (arts. 21 a 26 
da Lei n. 9.099/95 e art. 165, § 2o, do CPC/2015); a mediação (art. 
165, § 3o, do CPC/2015 e Lei n. 13.140/2015); e a transação penal 
(arts. 72 a 76 da Lei n. 9.099/95). 
É bem verdade que o termo autocomposição está, hoje, em desuso. 
Os novos ordenamentos vêm tratando da conciliação e da mediação 
como ferramentas mais adequadas para o tratamento dos conflitos. 
 
 ® Arbitragem: (ler a Lei nº 9.307/06) 
É a solução de um conflito por um terceiro escolhido pelas partes 
por meio da convenção de arbitragem. As partes ao invés de levarem 
as demandas delas para o judiciário, elas levam para um árbitro 
eleito por elas mesmas, sendo um terceiro podendo ser qualquer 
pessoa para julgar essa causa, sendo que as partes tem que servem 
capazes e o direito for disponível. 
No caso da arbitragem, não havendo possibilidade de acordo entre 
as partes, caberá ao árbitro impor a sua decisão solucionando a 
controvérsia, em razão do fato de que as partes haviam acordado 
previamente que se submeteriam àquilo que por aquele viesse a ser 
decidido, como será visto adiante. 
 
® Heterocomposição: 
A parcialidade característica da autocomposição fundamentou a 
crença de que a solução de conflitos deveria ser entregue a pessoa 
desinteressada no objeto da disputa. O juízo arbitral é uma 
modalidade de heterocomposição (julgamento do litígio por terceiro 
escolhido consensualmente pelas partes) também voltada à fixação 
de existência ou inexistência de um direito. 
Diferencia-se da conciliação porquanto esta, além de consistir em 
meio alternativo de autocomposição induzida, permite apenas que 
um terceiro imparcial conduza as partes a um acordo, nada mais 
podendo fazer se isso se mostrar inviável. 
 
JURISDIÇÃO 
 
 
O CPC, além de trazer novos princípios processuais, positivou 
na legislação infraconstitucional diversos princípios que antes eram 
somente constitucionais. 
Os 12 artigos iniciais do Código trazem a base principiológica do 
CPC. 
 
> Princípio do acesso à justiça: 
O acesso à justiça garante que o jurisdicionado, diante de uma lide, 
poderá buscar a solução via jurisdição, sendo indevidas quaisquer 
limitações à possibilidade de se acionar o Judiciário. 
 
Um exemplo de limitação do acesso à justiça seria a dificuldade 
de a parte pobre arcar com as custas do processo. Para tanto, de 
modo a garantir o acesso à justiça, há a previsão da assistência 
jurídica. 
Houve discussão se a arbitragem violaria o acesso à justiça, já 
que veda a possibilidade de discussão da lide perante o Judiciário. 
Prevalece a posição de que, diante da opção das partes pela 
arbitragem, não há violação ao princípio (STF, SE 5.206 AgRg, 
Tribunal Pleno, j. 12-12-2001, DJ 30-4-2004). 
 
> Princípio do contraditório: 
O princípio do contraditório pode ser assim definido: quando 
uma parte se manifesta, a outra também deve ter a oportunidade de 
se manifestar no processo. 
Trata-se de um binômio: informação e possibilidade de 
manifestação. O primeiro é indispensável; o segundo não 
necessariamente precisa ocorrer. Assim, não haverá violação ao 
princípio se a parte, ciente (informada), não se manifestar. 
É positivado no art. 5º, LV, da CF, e também no CPC. 
O art. 9º traz a visão clássica de o juiz não decidir sem ouvir a 
parte contrária, salvo exceções, como no caso de tutela de urgência 
(art. 9º, parágrafo único). 
Inova o CPC ao trazer, no art. 10, a vedação às decisões surpresa. 
Trata-se do contraditório sob outro ângulo: a impossibilidade de o 
juiz decidir sem que tenha dado às partes oportunidade de se 
manifestar, mesmo que se trate de matéria que possa ser apreciada 
de ofício. Assim, o binômio passa a ser um trinômio: informação, 
possibilidade de manifestação e resposta do Judiciário. Trata-se 
do contraditório efetivo previsto no CPC. 
Como exemplo, se o juiz for reconhecer a prescrição, ainda que 
possa fazer isso de ofício, terá antes de ouvir a parte a respeito desse 
tema. Se assim não proceder, haverá uma decisão surpresa. 
 
 
> Princípio da publicidade: 
O princípio da publicidade prevê que os atos processuais e a 
tramitação do processo devem ser públicos. Está no art. 93, IX, da CF 
(“todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos 
(...)”) e no CPC, no art. 11 e no art. 8º. 
Porém, não se trata de um princípio absoluto, já que há 
situações em que o processo pode ser sigiloso. E isso é previsto na 
própria CF, no art. 5º, LX: “a lei só poderá restringir a publicidade dos 
atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social 
o exigirem”. 
Assim, em certos casos – como nas discussões envolvendo 
direito de família –, tendo em vista a defesa da intimidade, o processo 
não será público para terceiros, em virtude do segredo de 
justiça (CPC, arts. 11 e 189). 
 
> Princípio da motivação: 
Pelo princípio da motivação toda decisão proferida pelo Poder 
Judiciário deverá ser fundamentada pelo magistrado que a profere. É 
positivado na CF, art. 93, IX (“todos os julgamentos dos órgãos do 
Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões 
(...)”) e repetido no art. 11 do CPC. 
A finalidade é que as partes saibam a razão pela qual seus 
argumentos foram aceitos ou, principalmente, negados. Inclusive de 
modo a se ter condições de impugnar a decisão, via recurso. Caso não 
haja motivação, a decisão será nula. 
Merece destaque, no CPC, a forma pela qual a motivação das 
decisões judiciais é tratada. O art. 489, § 1º, aponta quando não há 
uma adequada motivação – numa das mais relevantes inovações do 
Código.> Princípio da duração razoável do processo: 
O princípio da duração razoável do processo está na 
Constituição (art. 5º, LXXVIII: “a todos, no âmbito judicial e 
administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os 
meios que garantam a celeridade de sua tramitação”) e no CPC. O art. 
4º faz também menção específica à satisfação da parte, o que 
demonstra que o princípio não se restringe apenas à fase de 
conhecimento, mas também ao cumprimento de sentença e 
execução. 
Em alguns casos, busca o legislador que haja o julgamento do 
processo de forma mais rápida para determinados litigantes, 
considerando uma situação de dificuldade ou hipossuficiência para 
tais partes. Para tanto, o Código prevê a prioridade de 
tramitação para (CPC, art. 1.048): 
■ em que figure como parte ou interessado 
pessoa idosa (acima de 60 anos), sendo que há 
uma prioridade especial para o “superidoso”, ou seja, a 
pessoa acima de 80 anos (Estatuto do Idoso, art. 71, § 
5º); 
■ pessoa portadora de doença grave (conforme art. 
6º, XIV, da Lei n. 7.713/88); 
■ demandas cíveis envolvendo criança e 
adolescente reguladas pelo ECA (Lei n. 8.069/90); 
■ em que figure como parte a vítima de violência 
doméstica e familiar, em ações cíveis fundadas na Lei 
Maria da Penha (inovação da Lei n. 13.894/2019). 
 
> Princípio da inércia: 
O princípio da inércia determina que, para a atuação do 
Judiciário, há necessidade de provocação pela parte interessada. O 
princípio está previsto no art. 2º do CPC e tem por objetivo garantir a 
imparcialidade do juiz. Mas o mesmo artigo preceitua que, uma vez 
retirado o Judiciário da inércia, aí o processo tramita por impulso 
oficial. 
Apesar de a regra ser o Judiciário inerte, existem algumas 
exceções no sistema, em que a própria legislação afirma que o juiz 
poderá agir de ofício. Por exemplo, ao apreciar matérias de ordem 
pública, como vícios processuais, pode o juiz agir de ofício (CPC, art. 
485, § 3º). 
 
> Princípio da cooperação: 
O art. 6º do CPC inova ao prever o princípio da cooperação, 
destacando que todos os sujeitos do processo devem cooperar entre 
si “para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e 
efetiva”. 
Como exemplos, do ponto de vista das partes, a possibilidade de 
perícia consensual. Do ponto de vista do juiz, o dever de o magistrado 
PRINCÍPIOS DO PROCESSO CIVIL 
 
indicar qual ponto da inicial deve ser emendado (CPC, art. 321). Do 
ponto de vista das partes e do juiz, de saneamento compartilhado, em 
que as partes apontam, em conjunto com o juiz, quais são os pontos 
controvertidos (CPC, art. 357, § 3º). 
 
 
> Princípio da proibição de provas ilícitas: 
O princípio da proibição da prova ilícita aponta que “são 
inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos” (CF, 
art. 5º, LVI). O que se busca proteger é a intimidade das 
pessoas (também protegida na CF, art. 5º, X). 
Se uma prova ilícita for levada ao processo, esta não deverá ser 
considerada pelo magistrado no momento do julgamento. 
 
> Princípio do devido processo legal: 
Este é chamado um princípio-síntese, do qual outros decorrem. 
É previsto na CF, art. 5º, LIV: “ninguém será privado (...) de seus bens 
sem o devido processo legal”. 
O princípio se aplica a diversas situações e indica as condições 
mínimas para o trâmite do processo, ou seja, o trâmite do processo 
deve seguir uma forma prevista em lei (regras previamente 
estabelecidas). 
 
> Princípio da ampla defesa: 
O princípio da ampla defesa é a garantia de qualquer réu de 
ter plenas condições de apresentar seus argumentos de defesa. É 
positivado no art. 5º, LV, da CF: “aos litigantes (...) são assegurados o 
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela 
inerentes”. 
Porém, a ampla defesa não significa que tudo aquilo que o réu 
pretende alegar ou provar deve ser levado em consideração. O juiz 
deve analisar a pertinência e a conveniência das provas e das 
alegações. 
 
> Princípio do juiz natural: 
O princípio do juiz natural preceitua que o órgão julgador 
competente para determinada causa deve existir e ser conhecido 
antes de ocorrido o fato a ser julgado. 
É previsto no art. 5º da CF: “XXXVII – não haverá juízo ou 
tribunal de exceção” e “LIII – ninguém será processado nem 
sentenciado senão pela autoridade competente”. 
O juiz natural é o juiz competente previsto em lei (Constituição 
e Códigos) para julgar a lide em abstrato, antes mesmo de sua 
ocorrência. 
O objetivo do princípio é garantir a imparcialidade do julgador, a 
qual é usualmente deixada de lado quando se cria um tribunal para 
determinado ato, após a sua ocorrência. 
 
> Julgamento em ordem cronológica: 
há a previsão de julgamento das demandas em ordem 
cronológica de conclusão (art. 12). Este é um dos dispositivos já 
alterados no Código (Lei n. 13.256/2016), sendo importante 
conhecer a modificação. 
Na redação original, tinha-se o seguinte: “os juízes e os 
tribunais deverão obedecer à ordem cronológica de conclusão para 
proferir sentença ou acórdão”. Contudo, com a alteração legislativa, a 
redação do artigo ficou a seguinte: “Art. 12. Os juízes e os tribunais 
atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão 
para proferir sentença ou acórdão”. 
Em outras palavras, de um comando para o julgador 
(deverão obedecer) passou-se para uma mera sugestão ao 
magistrado (atenderão, preferencialmente). 
Pelo Código, em cada uma das varas de juízes ou gabinetes de 
desembargadores ou de ministros, deverá ser elaborada uma lista 
com a ordem dos processos que estão conclusos para decisão final 
(CPC, art. 12, § 1º). Essa lista deverá estar disponível não só na vara 
ou gabinete, mas também na internet. Do ponto de vista prático, 
poucas são as varas e tribunais que adotam essa lista. 
Além disso, vale destacar que o próprio CPC traz 
diversas exceções à ordem cronológica (há 9 incisos no art. 12, § 2º, 
dentre os quais homologação de acordo e julgamento de causas 
massificadas). Contudo, como o julgamento em ordem cronológica é 
opcional, esses incisos acabam tendo pouca relevância prática. 
 
Empresarial 
 
- O conceito de empresa: 
A empresa não fora definida pelo Código Civil. Como fenômeno 
econômico, a empresa poderia ser decomposta em diversos perfis e 
foi utilizada com diversos sentidos nas diversas legislações nacionais, 
ora como sinônimo de empresário, ora como sinônimo de 
estabelecimento, ora como instituição. 
No Código Civil, o conceito de empresa pode ser apreendido da 
definição de empresário, como definido no art. 966. Nesse ponto, a 
empresa pode ser caracterizada como a atividade desempenhada 
pelo empresário, uma atividade econômica profissional e organizada 
voltada à produção de bens e serviços. 
 
 
- O conceito de empresário: 
 
Por atividade, é necessário um conjunto de atos destinados a um 
fim. Não basta um único ato, mas que sejam praticados 
continuadamente. 
A atividade deve ser econômica. Os atos devem ser destinados 
a produzir riqueza, de modo que o lucro é pressuposto de seu 
desenvolvimento. Econômica, também, é a atividade destinada ao 
mercado. Os bens e serviços produzidos devem ser destinados ao 
mercado e não à utilização do próprio agente. 
Os atos devem ser praticados pelo empresário de modo 
profissional. Como profissional, o empresário deve deter o monopólio 
da informação. Ele deve possuir o conhecimento técnico para a 
realização da atividade. Outrossim, a profissão também indica 
atividade não eventual. O empresário faz dessa prática habitual de 
atos o modo de obter rendimentos ao longo do tempo. 
Para o seu desenvolvimento, o empresário deverá organizar os 
diversos fatores de produção. A organização é da essência dos atos 
praticados, mas não pressupõe o concurso do trabalho de terceiros. É 
empresário aquele que desenvolve atividade ainda que sozinho, 
como uma produção totalmente automatizada. Basta que haja uma 
organização do empresário de todos os fatores de produção, como 
máquinas e mercadorias,para a produção do bem pretendido. 
 
- Empresário individual: 
Pessoa física que realiza uma atividade empresarial (loja de roupas, 
restaurante, lanchonete); 
• Tem a obrigação de providenciar o seu registro na Junta 
comercial (tem que ser feito antes do início da atividade) 
art. 967, CC; 
• Não adquire personalidade jurídica (art. 44, CC à Quem 
tem personalidade jurídica) à não haverá separação 
patrimonial; 
• Risco Integral, ou seja, uma vez assumido alguma 
responsabilidade pela empresa, assumi também o risco 
integral pela empresa. 
Obs.: o empresário individual só ele pode adotar a forma de 
microempresário individual (MEI): tem uma receita bruta anual de 
até R$81.000,00. Art. 18-A, LC 123/06 (é a figura econômica que 
menos paga impostos). 
 
 
a) Incapaz pode ser empresário individual? 
® art. 972, CC; 
® art. 5, CC; 
Sim, se os requisitos estiverem presentes: 
✓ Pode continuar a empresa (ex. herança); 
✓ Se houver a autorização judicial (o juiz pode ou não 
autorizar); 
✓ Precisa ser representado (absolutamente incapaz) ou 
assistido (relativamente incapaz) à vai depender do tamanho 
da incapacidade. art. 974, CC. 
Obs.: se faltar um desses requisitos, o incapaz não pode ser 
empresário individual (pela idade ou pela interdição pode se 
identificar se uma pessoa é incapaz. 
 
b) A pessoa precisa ser Livre de Impedimentos (proibições); 
Exemplos: magistrado, MP, militar, servidor público 
federal, falido etc.; 
Obs.: exemplo de questão à um magistrado é Empresário 
individual (ele não se registrou ou não informou a junta 
comercial), ele responde pelas obrigações assumidas? 
Sim, responde pelas obrigações assumidas à art. 973, CC. 
 
c) Produtor Rural 
Art. 971, CC: quem exerce uma atividade rural, tem uma 
faculdade de se registrar. Pode exercer a atividade regular 
sem ser pelo registro na junta comercial à ele pode 
exercer como uma cooperativa ou pode usar outros meios 
para regularizar sua atividade. 
Art. 971, CC: faculdade de se registrar na Junta 
Comercial: quando ele se registra, a partir desse momento 
ele se torna empresário; 
Registro: é um ato constitutivo (só existe empresa se 
houver registro). 
Atenção: não confunda obrigação com ato constitutivo. O 
empresário individual tem obrigação, mas não quer dizer que 
somente existe empresa se ele for registrado, se ele não for 
registrado ele é irregular, mas é empresa. O registro é um ato 
declaratório. 
 
d) Empresário é casado: ele quer alienar ou onerar um bem 
imóvel (dar em garantia) 
Se for um bem imóvel atingido pela atividade empresarial 
(ex. terreno onde está a loja ou o terreno que está o 
restaurante), nesse caso a empresa não precisa da vênia 
conjugal (vênia conjugal é a autorização que um cônjuge 
concede ao outro para alienação ou oneração de bens 
imóveis), art. 978, CC (não importa o regime de bens); 
 
OBS: sociedade entre casados à não podem constituir sociedade 
entre si os casados em regime de comunhão universal ou separação 
obrigatória de bens. 
 
- Não são considerados empresários: 
Exceção ao conceito de empresário é aquele que exerce 
atividade civil. 
A prestação de serviços era considerada, antes da unificação do 
direito obrigacional realizada pelo Código Civil, atividade tipicamente 
civil. Com o Código Civil, que conceituou como empresarial a 
atividade econômica profissional e a organização para a produção ou 
circulação de bens ou serviços, estes últimos também são 
considerados atividades tipicamente empresariais. 
Ao conceituar as atividades empresariais, entretanto, o Código 
Civil as diferenciou das atividades econômicas civis. São esses atos 
praticados por aqueles que exercem profissão intelectual, de 
natureza científica, literária ou artística, ainda que com o concurso de 
auxiliares ou colaboradores, a menos que constitua elemento de 
empresa. 
TEORIA GERAL DO DIREITO EMPRESARIAL 
Por elemento de empresa entende-se que a atividade 
intelectual é inserida em uma organização maior. A atividade 
intelectual, com as qualidades pessoais do sujeito que a desenvolve, é 
inserida como um fator de produção, entre os demais, para a 
realização de uma atividade maior, o que descaracteriza essas 
qualidades pessoais. É a diferença observada em um médico, o qual, 
ao exercer atividade intelectual científica, não é considerado 
empresário. A partir do momento em que está inserido em um 
hospital, ele se torna elemento de uma empresa, compreendida, no 
caso, como a atividade hospitalar como um todo. 
 
 
 
 
 
Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se 
obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de 
atividade econômica e para a partilha, entre si, dos resultados. 
 
A sociedade é formada por um conjunto de pessoas e é decorrente 
da necessidade de uma pessoa se associar a outra para, unindo 
esforços, realizar um empreendimento em comum. Para tanto, os 
sócios celebram um contrato plurilateral, em que cada um dos 
sócios ocupa um dos polos de uma relação, a qual, portanto, ao 
contrário de um contrato bilateral, forma uma relação circular e não 
linear. Não há apenas dois polos contratantes, mas diversos, 
conforme a quantidade de sócios. 
 
Como qualquer contrato, os contratantes precisam ser capazes para 
contratar ou devem estar representados ou assistidos. O incapaz, 
que estava proibido de ser empresário, não está impossibilitado de 
ser sócio. Em razão da responsabilidade, determinou-se que os 
menores poderão ser sócios, desde que o capital social esteja 
totalmente integralizado e eles não participem da administração das 
sociedades. 
 
Os casados também poderão contrair sociedades. A sociedade, 
entretanto, não poderá servir para fraudar o regime matrimonial e, 
entendeu a lei, não poderia ser realizada se houvesse apenas um 
patrimônio único efetivo, como na comunhão universal. 
 
 
Nesse ponto, cumpre ressaltar que, independentemente do regime 
jurídico do matrimônio, o empresário individual poderá alienar ou 
onerar bens sociais independentemente de outorga conjugal, o que 
é inadmissível se não fosse empresário. 
 
Além de agente capaz, objeto lícito, possível e determinado ou 
determinável e forma prescrita ou não defesa em lei, o contrato de 
sociedade exige elementos específicos. 
 
O primeiro desses elementos é a pluralidade de sócios. A sociedade 
unipessoal não é permitida no direito brasileiro, à exceção da 
sociedade subsidiária integral, em que será possível ter como 
acionista uma única sociedade brasileira. A EIRELI, nesse contexto, é 
pessoa jurídica empresária, mas não consiste em sociedade. 
A unipessoalidade, entretanto, poderá ser superveniente e 
temporária. Durante o desenvolvimento da atividade, a sociedade 
poderá ficar com um único sócio, independentemente do motivo a 
tanto. Na sociedade anônima, a sociedade será dissolvida de pleno 
direito se a pluralidade não for recomposta, após a assembleia que a 
constatou, até a do ano seguinte. Nas demais sociedades, o Código 
Civil estabelece que elas se dissolverão se a pluralidade não for 
recomposta no prazo de 180 dias da redução. 
As sociedades também deverão ter capital social. Esse é o montante 
formal, inserido no contrato de sociedade, referente aos bens 
conferidos pelos sócios para o desempenho da atividade social. 
 
Ainda deve constar no contrato de sociedade a participação dos 
sócios nos lucros e nas perdas. Pela própria definição do contrato de 
sociedade, os sócios celebram o contrato para que se beneficiem do 
resultado da atividade e, em razão disso, participarão de eventuais 
perdas. Por conta disso, a cláusula que exclui qualquer dos sócios da 
participação nos resultados ou nas perdas, a chamada sociedade 
leonina, é nula. 
 
 
SOCIEDADE E SEUS CONTRATOS

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