Buscar

Livro - Economia do setor público

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 200 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 200 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 200 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ECONOMIA DO 
SETOR PÚBLICO
Professora Me. Daniela Carla Monteiro
Professor Me. Diego Figueiredo Dias
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Acesse o seu livro também disponível na versão digital.
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; MONTEIRO, Daniela Carla; DIAS, Diego Figueiredo. 
Economia do Setor Público. Daniela Carla Monteiro; Diego 
Figueiredo Dias. 
Maringá-Pr.: Unicesumar, 2019. 
200 p.
“Graduação - EaD”.
1. Economia 2. Setor 3. Público 4. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-1842-4
CDD - 22 ed. 330
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por:
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Diretoria Executiva
Chrystiano Minco�
James Prestes
Tiago Stachon 
Diretoria de Graduação e Pós-graduação 
Kátia Coelho
Diretoria de Permanência 
Leonardo Spaine
Diretoria de Design Educacional
Débora Leite
Head de Produção de Conteúdos
Celso Luiz Braga de Souza Filho
Head de Curadoria e Inovação
Tania Cristiane Yoshie Fukushima
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Gerência de Processos Acadêmicos
Taessa Penha Shiraishi Vieira
Supervisão de Produção de Conteúdo
Nádila Toledo
Coordenador de Conteúdo
Eder Rodrigo Gimenes
Designer Educacional
Lilian Vespa
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Ilustração Capa
Bruno Pardinho
Editoração
Flávia Thaís Pedroso
Qualidade Textual
Jaqueline Mayumi Ikeda Loureiro
Ilustração
Rodrigo Barbosa da Silva
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos 
com princípios éticos e profissionalismo, não so-
mente para oferecer uma educação de qualidade, 
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in-
tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos 
em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e 
espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos 
de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 
100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: 
nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, 
Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos 
EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e 
pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros 
e distribuímos mais de 500 mil exemplares por 
ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma 
instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos 
consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos 
educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educa-
dores soluções inteligentes para as necessidades 
de todos. Para continuar relevante, a instituição 
de educação precisa ter pelo menos três virtudes: 
inovação, coragem e compromisso com a quali-
dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de 
Engenharia, metodologias ativas, as quais visam 
reunir o melhor do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes 
áreas do conhecimento, formando profissionais 
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quan-
do investimos em nossa formação, seja ela pessoal 
ou profissional, nos transformamos e, consequente-
mente, transformamos também a sociedade na qual 
estamos inseridos. De que forma o fazemos? Crian-
do oportunidades e/ou estabelecendo mudanças 
capazes de alcançar um nível de desenvolvimento 
compatível com os desafios que surgem no mundo 
contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois, conforme Freire (1996): “Os ho-
mens se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógi-
ca e se encontram integrados à proposta pedagógica, 
contribuindo no processo educacional, complemen-
tando sua formação profissional, desenvolvendo com-
petências e habilidades e aplicando conceitos teóricos 
em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no 
mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm 
como principal objetivo provocar uma aproximação 
entre você e o conteúdo, possibilitando o desenvol-
vimento da autonomia em busca dos conhecimentos 
necessários para a sua formação em nível pessoal e 
profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. 
Acesse regularmente o Studeo, que é o seu Ambiente 
Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e enque-
tes, assista às aulas ao vivo e participe das discussões. 
Além disso, lembre-se que há uma equipe de profes-
sores e tutores que se encontra disponível para sanar 
suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de apren-
dizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade 
e segurança sua trajetória acadêmica.
CU
RR
ÍC
U
LO
Professora Me. Daniela Carla Monteiro
Possui Mestrado em Economia Regional pela Universidade Estadual de 
Londrina (UEL - 2013), Especialização em Direito do Estado – área de 
concentração em Direito Administrativo pela Universidade Estadual de 
Londrina (UEL - 2006) e graduação em Ciências Econômicas pela Universidade 
Estadual de Maringá (UEM - 2002). É professora adjunta do Departamento 
de Ciências Econômicas da Faculdade Cidade Verde (FCV) e professora 
formadora (EAD) no Centro Universitário de Maringá (Unicesumar). 
<http://lattes.cnpq.br/0168207316464790>
Professor Me. Diego Figueiredo Dias 
Diego Figueiredo Dias é Mestre em Economia pela Universidade Estadual 
de Maringá, onde também se graduou em Ciências Econômicas. Atuou 
como professor de graduação e pós-graduação em diversos cursos das 
Ciências Sociais Aplicadas desde 2006. Coordenou o curso de graduação em 
Administração da Associação Educacional do Cone Sul - MS em 2010. Em 2010 
e 2011 coordenou os Cursos Superiores em Tecnologia de Gestão Financeira; 
Gestão Comercial; Negócios Imobiliários; e Gestão Pública do Núcleo de 
Educação a Distância do Unicesumar (Centro Universitário de Maringá-
PR). Também coordenou os cursos de pós-graduação na área de Gestão. 
Foi coordenador dos Polos de Apoio Presencial do Núcleo de Educação a 
Distância do Unicesumar (Centro Universitário de Maringá-PR). 
<http://lattes.cnpq.br/0458701505878523>
SEJA BEM-VINDO(A)!
Olá, caro(a) acadêmico(a), bem-vindo(a) ao livro de Economia do Setor Público. É com 
muito prazer que apresento a você este livro, resultado de um trabalho feito com muito 
carinho. Sou a Professora Me. Daniela Carla Monteiro, autora deste material, o qual pre-
parei com muita dedicação para que você aprenda acerca do relevante papel do setor 
público na economia.
Assim, ressalto que os assuntos que você estudará nesta disciplina serão de grande re-
levância para sua formação, ao passo que o domínio dos conteúdos ministrados aqui 
propiciarão uma nova maneira de pensar, já que reúne discussões sobre: (a) o setor pú-
blico na economia; (b) as atribuições econômicas dos estados modernos; (c) sistema 
tributário, incidência tributária e eficiência; (d) estrutura, crescimento e contenção das 
despesas e das dívidas públicas; (e) orçamento público: conceitos, princípios, ciclos e 
orçamento participativo. Meu objetivo, ao escrever este livro, foi criar meios para que 
você compreenda, da melhor maneira possível, conceitos, instrumentos e mecanismos 
que fazem parte da economia do setor público, pois o ajudarão a encontrar possíveis 
respostas às inúmeras questões socioeconômicas com as quais nos deparamos cotidia-
namente.
Ainda nessa vertente, o conhecimento em questão proporcionará a você melhor com-
preensão das políticasde cunho econômico vigentes no país, de modo que o exercício 
da cidadania se fortalecerá. A título de exemplo, considere um cidadão que conheça 
bem o contexto socioeconômico do país em que vive. Tal cidadão será capaz de identi-
ficar e de avaliar com mais propriedade, em um período eleitoral, as propostas de viés 
socioeconômico dos candidatos, não é mesmo?
Ressalto ainda que, embora os conteúdos do livro tratem apenas de modo introdutó-
rio e simplificado os principais conceitos, instrumentos e mecanismos que envolvem o 
tema, ele permitirá a compreensão de questões de extrema relevância. Por isso, sugiro 
que aproveite!
Com relação à estrutura geral, o livro foi organizado em cinco unidades que foram elen-
cadas da seguinte maneira: Unidade 1, O Setor Público na Economia, nesta unidade, 
você aprenderá, entre outros, o papel, as competências e as principais relações do se-
tor público no contexto econômico. Na Unidade 2, Atribuições Econômicas dos Esta-
dos Modernos, por sua vez, você aprenderá sobre as funções econômicas do governo 
e sobre as falhas de mercado que justificam a intervenção do Estado na Economia. Se-
quencialmente, na Unidade 3, Sistema Tributário, Incidência Tributária e Eficiência, você 
aprenderá sobre as características do sistema tributário vigente, bem como sobre os 
efeitos da tributação sobre a atividade econômica. Posteriormente, na Unidade 4, Es-
trutura, Crescimento e Contenção das Despesas e das Dívidas Públicas, você aprenderá 
sobre despesa pública, déficit governamental, dívida nacional e política fiscal. Por fim, 
na Unidade 5, Orçamento Público: Conceito, Princípios, Ciclos e Orçamento Participati-
vo, você aprenderá sobre conceitos e princípios do orçamento público. Ademais, apren-
derá, entre outros, sobre ciclos orçamentários, etapas de elaboração do orçamento e 
orçamento participativo.
APRESENTAÇÃO
ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO
Vale relembrar que este livro, caro(a) acadêmico(a), foi pensado para você enquanto 
cidadão ativo em nosso país e enquanto estudante de graduação. Nesse sentido, 
fique atento aos conteúdos que serão ministrados e estabeleça relações do mesmo 
com as situações vigentes no mundo e no país em que vivemos.
Ademais, dedique-se a ler e a interagir com os textos, fazer anotações, anotar e es-
clarecer suas dúvidas, verificar as indicações de leitura, realizar novas pesquisas so-
bre os assuntos abordados, responder às atividades de autoestudo, entre outros. 
Lembre-se de que toda e qualquer informação ou conhecimento adicional contri-
bui, e muito, para a construção e para a solidificação de sua formação.
Por fim, esperamos que esta iniciação ao conhecimento da economia do setor pú-
blico seja de grande valia para a sua vida pessoal e profissional. Em caso de dúvidas, 
encontro-me à sua disposição juntamente com a equipe Unicesumar. 
Um forte abraço!
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
09
UNIDADE I
INSTRUMENTOS DE POLÍTICA ECONÔMICA
15 Introdução
16 Política Econômica 
20 Política Fiscal 
28 Política Monetária 
29 Políticas Externas: Cambial e Comercial 
31 Política de Rendas 
32 Considerações Finais 
40 Referências 
41 Gabarito 
UNIDADE II
ATRIBUIÇÕES ECONÔMICAS DOS ESTADOS MODERNOS
45 Introdução
46 Atribuições Econômicas do Setor Público 
55 As Falhas de Mercado 
65 Estado Provedor versus Estado Regulador 
70 Considerações Finais 
78 Referências 
79 Gabarito 
SUMÁRIO
10
UNIDADE III
SISTEMA TRIBUTÁRIO, INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA E EFICIÊNCIA
83 Introdução
84 Definição e Espécies de Tributos 
89 Contribuições Sociais e de Intervenção de Domínio Econômico 
92 Princípios Tributários 
97 Competências Tributárias 
99 Os Impostos e sua Classificação 
107 Os Efeitos Da Tributação sobre a Atividade Econômica 
113 Considerações Finais 
121 Referências 
122 Gabarito 
UNIDADE IV
ESTRUTURA, CRESCIMENTO E CONTENÇÃO DAS DESPESAS E DAS 
DÍVIDAS PÚBLICAS
125 Introdução
126 Conceito, Execução e Fases da Despesa Pública 
138 Déficit Governamental 
148 Necessidade de Financiamento do Setor Público, Déficits e Dívida Pública
151 Considerações Finais 
160 Referências 
161 Gabarito 
SUMÁRIO
11
UNIDADE V
ORÇAMENTO PÚBLICO
165 Introdução
166 Aspectos Institucionais do Orçamento Público 
167 Princípios Orçamentários 
170 Orçamento Público no Brasil 
186 A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) 
190 Considerações Finais 
198 Referências 
199 Gabarito 
200 Conclusão 
U
N
ID
A
D
E I
Professora Me. Daniela Carla Monteiro
Professor Me. Diego Figueiredo Dias
INSTRUMENTOS DE 
POLÍTICA ECONÔMICA
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Explicar o que é política econômica. 
 ■ Compreender a política fiscal enquanto principal instrumento de 
política econômica.
 ■ Analisar a relevância da política monetária enquanto instrumento de 
política econômica.
 ■ Discutir as políticas cambial e comercial enquanto instrumentos 
externos de política econômica.
 ■ Estudar o instrumento de política econômica conhecido como 
política de rendas.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Política Econômica
 ■ Política Fiscal
 ■ Política Monetária
 ■ Políticas Externas: Cambial e Comercial
 ■ Política de Rendas
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) acadêmico(a), seja bem-vindo(a) à primeira unidade do livro de 
Economia do Setor Público. Aqui, você aprenderá sobre os instrumentos de 
política econômica. Os objetivos a serem atingidos na unidade em questão 
são: (a) explicar o que é política econômica; (b) compreender a política fiscal 
enquanto principal instrumento de política econômica; (c) analisar a relevância 
da política monetária enquanto instrumento de política econômica; (d) discu-
tir as políticas cambial e comercial enquanto instrumentos externos de política 
econômica; (e) estudar o instrumento de política econômica conhecido como 
política de rendas. Nessa direção, visando atingir os objetivos de aprendizagem 
elencados, a referida unidade foi dividida em quatro tópicos, que são: (1) Política 
Econômica; (2) Política Fiscal; (3) Políticas Externas: Cambial e Comercial; (4) 
Política de Rendas.
O primeiro tópico tratará do conceito de política econômica, além de apre-
sentar seus principais instrumentos: (a) Política Fiscal; (b) Política Monetária; 
(c) Política Cambial; (d) Política Comercial; (e) Política de Rendas. No segundo 
tópico, por sua vez, chamado de Política Fiscal, será tratada a política fiscal expan-
sionista, tanto via aumento de gastos quanto via redução de tributos, e da política 
fiscal contracionista nos âmbitos da redução dos gastos públicos e do aumento da 
tributação. Posteriormente, no terceiro tópico, será discutida a política monetá-
ria. Esta se refere à atuação do Estado na economia sobre a quantidade de moeda 
e títulos públicos. Sequencialmente, o quarto tópico tratará dos instrumentos 
de política econômica externos, a saber: política cambial e política comercial. 
Essas políticas atuam sobre as variáveis relacionadas ao setor externo da econo-
mia. No quinto e último tópico será discutida a política de rendas, que se refere 
à intervenção direta do governo na formação de rendas.
Assim, ao término desta unidade, você terá aprendido, ainda que sucinta-
mente, sobre os principais instrumentos de política econômica. Bons estudos!
Introdução
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
15
INSTRUMENTOS DE POLÍTICA ECONÔMICA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E16
POLÍTICA ECONÔMICA
Com o objetivo de atuar nos âmbitos da produção, circulação e consumo dos bens 
e serviços, o governo tem adotado um conjunto de medidas, chamado de política 
econômica. Tanto o conteúdo quanto o alcance dessas medidas são variáveis. O 
que quero dizer é que a política econômica varia de economia para economia e 
depende muito do modo de produção em que estáinserida e do grau de diversi-
ficação da economia. Ademais, depende do ponto de vista dos chefes de estado 
e/ou chefes de governo quanto ao papel do Estado na economia e quanto aos 
objetivos que pretende alcançar.
Afinal, quais são os objetivos de política econômica que usualmente têm sido 
discutidos? De acordo com Albergoni (2008, p. 215), os referidos objetivos são:
• Crescimento – melhoria ou expansão dos recursos, implantação de 
infraestrutura adequada e adequação da poupança externa e interna.
• Alto nível de emprego – geração de empregos compatível com o 
aumento da população, de forma a manter a renda e os salários.
Política Econômica
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
17
• Estabilidade econômica – estabilidade dos preços e equilíbrio nas 
transações internacionais.
• Distribuição de renda justa – distribuição da renda gerada na so-
ciedade de forma compatível com as necessidades de consumo dos 
indivíduos. 
Note que tais objetivos, quando alcançados, geram crescimento econômico que, 
por conseguinte, podem gerar desenvolvimento econômico. Para que você possa 
compreender melhor o que estou explicando, vamos conhecer os dois conceitos 
supramencionados. Segundo Vasconcellos e Garcia (2014, p. 110), quando se fala 
em “crescimento econômico, está se falando em crescimento da renda nacional 
per capita, ou seja, em colocar à disposição da coletividade uma quantidade de 
mercadorias e serviços que supere o crescimento populacional”.
A renda per capita, por sua vez, é um indicador para a apuração da melhora 
do padrão de vida das pessoas, embora haja críticas com relação a esse indica-
dor operacional. O que quero dizer é que existem economias que estão entre as 
maiores rendas per capita do mundo e não possuem o melhor padrão de vida 
em relação a outros países, que também possuem renda per capita elevada (ex.: 
países árabes). 
Sendo assim, faz-se necessário, para um crescimento econômico de longo 
prazo, que seja elevado o produto potencial da economia. Tal condição será 
possível, entre outros, por meio do: (a) aumento nos recursos disponíveis; (b) 
avanço tecnológico. Este diz respeito a novos métodos de organizar a produção 
e de qualificá-la.
Nesse caminho, incorrendo em desemprego e em capacidade ociosa, poder-se-á 
aumentar o produto nacional da economia, por meio de políticas econômicas de curto 
prazo que fomentem a atividade produtiva, mas, atenção, curto prazo significa dizer 
que não dará resultado por muito tempo. Ou seja, existe um limite no que tange à 
quantidade que se pode produzir com os recursos e com a tecnologia que se tem. 
INSTRUMENTOS DE POLÍTICA ECONÔMICA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E18
Pois bem, caro(a) aluno(a), falemos agora de desenvolvimento econô-
mico. É comum os estudantes confundirem a empregabilidade dos dois termos. 
Crescimento econômico é diferente de desenvolvimento econômico. Observe que 
o conceito de crescimento evidencia a empregabilidade de variáveis quantitati-
vas. O desenvolvimento, por sua vez, considera tanto as variáveis quantitativas 
quanto as variáveis qualitativas. Entre estas estão: educação, saúde, infraestru-
tura, saneamento básico, qualidade de vida, entre outros.
Em outras palavras, quando se incorre em desenvolvimento econômico, 
incorre-se em variações positivas de ordem quantitativa e qualitativa. Pode-se 
dizer que é possível que haja crescimento sem desenvolvimento, mas que não 
será possível desenvolvimento sem crescimento, compreende? Esse é o caso do 
Brasil. Enquanto economia subdesenvolvida, nossos períodos de crescimento 
nem sempre possibilitam desenvolvimento.
O crescimento econômico pode facilitar a solução de problemas relativos à 
pobreza, pois os conflitos sociais sobre a divisão do bolo produtivo podem 
ser abrandados quando ele aumenta. Nesse sentido, poder-se-ia aumentar a 
renda dos pobres sem diminuir a dos ricos. Entretanto, no Brasil e em outros 
países em desenvolvimento, as metas de crescimento e equidade distribu-
tiva têm-se mostrado conflitantes, fundamentalmente devido ao fator edu-
cacional, com a maioria da mão de obra com baixa qualificação e, portanto, 
com baixos rendimentos.
Fonte: Vasconcellos e Garcia (2014, p. 110).
Considere que no âmbito da política econômica, habitualmente, empregam-se 
termos utilizados para classificar medidas e ações. Você encontrará muitos des-
ses termos ao longo desta unidade, então, é importante que os compreenda bem. 
Política Econômica
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
19
Os termos mais comuns são: (a) curto prazo – longo prazo; (b) conjuntu-
ral – estrutural; (c) estabilização – crescimento/desenvolvimento. Os primeiros 
termos, descritos em (a), referem-se ao horizonte temporal tanto para aplicar 
instrumentos de política econômica quanto para averiguar as respostas da sua 
empregabilidade. Destaca-se que o critério temporal, via de regra, é subjetivo e 
discutível. Os termos descritos em (b) referem-se à responsabilidade do governo 
quanto à regulação e ao controle da economia. Esse tipo de ação é empregado 
por meio de mecanismos que afetam a demanda agregada num intervalo bem 
curto de tempo. Os aspectos comportamentais da economia que, em geral, estão 
em foco nesse contexto, são: (1) Resultado das contas do governo; (2) Equilíbrio, 
Superávit ou Déficit do balanço de pagamentos; (3) Volume de emprego; (4) 
Ritmo de variação inflacionária.
Nessa direção, pode-se dizer que a política de cunho estrutural remete à socie-
dade como um todo a problemas de ordem qualitativa ou estrutural, bem como 
a problemas de ordem microeconômica. A solução para tal depende de mudan-
ças de cunho institucional. Ademais, depende de mudanças de regras, costumes, 
normas, leis ou padrões sociais. Essas mudanças conceituam entre os agentes 
econômicos, suas relações, motivações e expectativas. Tais mudanças estabele-
cem direitos, obrigações e incentivos que, por sua vez, determinam resultados.
Por fim, os termos descritos em (c) referem-se às políticas de estabilização 
que procuram o equilíbrio macroeconômico, via variáveis de ordem conjuntural, 
por serem de respostas rápidas. Assim, as políticas de desenvolvimento não só 
afetam o crescimento de curto prazo, mas também a construção de uma estru-
tura econômica com capacidade de sustentação a longo prazo. Ou seja, implicam 
reformas estruturais de longo prazo.
Você aprenderá, a partir de agora, os instrumentos de política econômica, a 
saber: (a) política fiscal; (b) política monetária; (c) política cambial; (d) política 
comercial; (e) política rendas. Vamos lá?
INSTRUMENTOS DE POLÍTICA ECONÔMICA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E20
POLÍTICA FISCAL
O primeiro instrumento de política econômica que você aprenderá é a “polí-
tica fiscal”. Essa política, como todas as outras que você aprenderá na sequência, 
deverá manter uma estreita ligação com os objetivos que os governos perseguem, 
dentre os quais estão: (a) crescimento do produto interno bruto (PIB); (b) pleno 
emprego; (c) melhor distribuição de renda; (d) taxa de inflação baixa e estável; (e) 
taxas de juros baixas; (f) investimentos em expansão; (g) equilíbrio no balanço 
de pagamentos (que trata das contas externas). 
Destaca-se que conseguir atingir mais de um objetivo é o grande desafio que 
os governos enfrentam, porque, via de regra, há conflitos entre eles. O objetivo 
de crescimento do PIB, por exemplo, pode colidir com o de taxas de inflação 
baixas ou o objetivo de reduzir os impostos pode resultar no aumento da dívida 
pública interna, e ter consequências negativas sobre as contas públicas.
Assim, é fundamental compreender que cada um dos instrumentos de polí-tica econômica que você estudará nesta unidade, tem direta influência sobre as 
variáveis que compõem a demanda agregada. O que quero dizer é que a inter-
venção governamental na economia, por meio de um ou mais instrumentos de 
política econômica, deve afetar o consumo privado, o investimento privado ou 
as exportações, de modo a alterar o nível da demanda agregada, o que influen-
ciará no nível do produto interno bruto, na geração da renda nacional e no nível 
de emprego.
Política Fiscal
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
21
A demanda agregada é composta pelos seguintes componentes: (1) De-
manda de Consumo (C) – bens e serviços para as famílias; (2) Demanda de 
Investimentos (I) – a demanda das empresas por fábricas, equipamentos 
e caminhões de entregas (bens de capital), por exemplo; (3) Demanda de 
gastos do Governo (G) – para hospitais, contabilistas e forças armadas, por 
exemplo; (4) Demanda de Exportações (X) – a demanda dos estrangeiros 
por bens e serviços que vendemos ao exterior, tais como café e soja; (5) De-
manda por Importados (M) – demanda por bens e serviços do exterior (de 
consumo ou investimento) pelas famílias, empresas e pelo governo. 
Fonte: Albergoni (2008, p. 219)
Afinal, o que é política fiscal? A política fiscal, dentre os instrumentos de política 
econômica, é a principal ferramenta para a correção das distorções do mercado. 
Entre outros objetivos de política econômica, ela é também um relevante ins-
trumento para viabilizar-se crescimento econômico ou estabilidade econômica. 
Em outras palavras, é a política de gastos e receitas do governo. A referida polí-
tica começou a ser utilizada a partir de 1930, visto que a política monetária do 
período não estava sendo eficaz para combater os efeitos da grande depressão.
De acordo com Vasconcellos e Garcia (2014):
A política fiscal refere-se a todos os instrumentos de que o governo 
dispõe para arrecadar tributos e controlar suas despesas. A política tri-
butária, além de influir sobre o nível de tributação, é utilizada, por meio 
da manipulação da estrutura e alíquotas de impostos, para estimular 
(ou inibir) os gastos de consumo do setor privado. (VASCONCELLOS; 
GARCIA, 2014, p. 112)
A constante utilização desta política, a partir da década de 1930, fez com que 
surgissem discussões acerca dos limites dos gastos públicos. Os governos tor-
naram-se altamente endividados no final dos anos 70 e com o Brasil não foi 
diferente. Os gastos do governo compõem-se de despesas correntes e de inves-
timentos. Nas despesas correntes, incluem-se quatro itens:
 ■ O consumo do governo (pagamento dos funcionários e despesas, como 
energia elétrica e materiais).
INSTRUMENTOS DE POLÍTICA ECONÔMICA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E22
 ■ As transferências (despesas do setor público destinadas ao setor privado, 
sem contraprestação de serviços ou fornecimento de bens, por exemplo, 
a assistência e a previdência social).
 ■ Os juros (pagamento de juros tanto da dívida interna como externa). 
 ■ Os subsídios são gastos do governo que têm como objetivo fazer com 
que os consumidores adquiram alguns bens e serviços por preços meno-
res do que se daria pelo mercado normal; ou são gastos do governo que 
tem como objetivo fazer com que o produtor receba preços maiores pelo 
seu produto, ou seja, o subsídio tanto pode ser para o consumidor como 
para o produtor. 
Nas despesas de investimento, por sua vez, incluem-se os gastos do governo 
que visam aumentar a capacidade de geração de bens e serviços no país, tais 
como construção de estradas, rodovias, escolas, hospitais, hidrelétricas etc. 
Analisando-se, genericamente, a evolução dos gastos públicos no Brasil, pode-
-se afirmar que as despesas correntes, que se situavam ao em torno de 20% do 
PIB na década de 70, passaram a ser crescentes a partir do ano 2000, enquanto 
as despesas com investimentos, que eram de 3,0%, passaram a ser decrescentes. 
Complicado, não é mesmo? Pois analisando a grosso modo, o governo tem gas-
tado cada vez mais com a manutenção da máquina pública, com transferências, 
juros e subsídios, do que com a construção de escolas e hospitais, por exemplo, 
que são tão relevantes para a população.
Assim, o objetivo básico da política fiscal, enquanto instrumento de polí-
tica econômica, é conduzir, com eficiência, a área administrativa do governo, 
promovendo o bem-estar da população, mediante a realização de obras de inte-
resse da sociedade e com a eficácia na arrecadação tributária para fazer frente 
às despesas orçamentárias. Essas políticas devem manter estreita ligação com os 
objetivos que os governos perseguem, embora muitos sejam conflitantes entre 
si. Entre esses objetivos, conforme você já aprendeu, estão: (a) crescimento do 
PIB; (b) pleno emprego; (c) distribuição da renda; (d) taxa de inflação baixa e 
estável; (e) taxas de juros baixas; (f) investimentos em expansão; (g) equilíbrio 
no balanço de pagamentos.
Política Fiscal
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
23
A política fiscal pode ser empregada de maneira expansionista ou de maneira 
contracionista. Pode ser implementada tanto para expandir a demanda da eco-
nomia e combater efeitos de crise como para restringir a demanda e conter, por 
exemplo, pressões inflacionárias. É importante que você saiba, no entanto, que 
o que determina como a política será empregada nada mais é do que o objetivo 
que o governo pretende atingir. Nesse sentido, começarei a expandir seu conheci-
mento acerca da política fiscal por meio da política fiscal expansionista. Vamos lá?
POLÍTICA FISCAL EXPANSIONISTA: AUMENTO DOS GASTOS 
VERSUS REDUÇÃO DE TRIBUTOS
Primeiramente é importante você compreender que o objetivo da política fis-
cal expansionista é expandir a atividade econômica. Em outras palavras, se o 
governo pretende expandir a atividade econômica, ele poderá apostar na execu-
ção de uma política fiscal expansionista, que poderá ser utilizada de duas formas: 
(1) aumentando os gastos do governo ou (2) reduzindo tributos. 
Imagine que, ao realizar uma política fiscal expansionista, o governo opte 
pelo aumento dos gastos. Considere a seguinte situação: o governo brasileiro 
decidiu realizar um investimento, construindo uma nova sede para uma uni-
versidade federal em uma determinada cidade. Para realizar esse investimento, 
o governo teve que considerar despesas de investimento, que, de maneira bem 
simples e genérica, resumem-se a despesas com a contratação da construtora que 
realizará a obra (prestação de serviços) e com o material de construção neces-
sário para tal (insumos/matéria-prima). As empresas envolvidas na construção 
da nova sede precisarão realizar investimentos em sua capacidade produtiva 
para atender a essa nova demanda, como a contratação de pessoal. Observe que 
em um primeiro momento temos um “aumento” do investimento das empresas 
envolvidas diretamente na construção da sede. Tais trabalhadores, obviamente, 
receberão salários que, por sua vez, serão utilizados de acordo com suas neces-
sidades de consumo. Note que um dos componentes da demanda agregada, aqui 
representado pela letra (C), representando o consumo das famílias, aumentará.
INSTRUMENTOS DE POLÍTICA ECONÔMICA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E24
Por conseguinte, para atender ao aumento da demanda das famílias por 
bens de consumo, as empresas locais, como supermercados, farmácias, restau-
rantes, lojas de vestuário, entre outros, também realizarão investimentos, a fim 
de expandir a sua capacidade de produção. Você está percebendo, por meio do 
nosso exemplo, o efeito dominó? Certamente sim, não é mesmo? Novamente, o 
componente investimento sofre expansão,só que agora com empresas que não 
estão diretamente envolvidas na obra que construirá a sede da universidade. 
Observe que, tanto as empresas que estão envolvidas diretamente quanto as 
empresas que estão indiretamente, acabam por estimular outras empresas for-
necedores de produtos ou bens de capital.
É importante ressaltar que o efeito dominó, como aqui estou chamando para 
que você possa compreender melhor, tem um limite, mas tem efeitos de expan-
são além daquele relacionado à construção da sede da universidade. A variação 
da demanda agregada a partir de um aumento de gastos é o que nós, economis-
tas, denominados multiplicador keynesiano de gastos do governo.
De acordo com a Teoria Keynesiana, você sabia que um aumento nas despe-
sas do setor público tem como efeito um aumento da atividade econômica 
mais que proporcional a essa variação?
(Leide Albergoni)
O multiplicador keynesiano de gastos do governo pode ser representado por 
meio da seguinte equação:
K = DA
GG
∆
∆
Em que:
KG: multiplicador keynesiano de gastos do governo..
ΔDA: variação da demanda agregada.
ΔG: variação dos gastos do governo.
Política Fiscal
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
25
Nessa direção, caro(a) aluno(a), considerando o nosso exemplo hipotético da 
construção da sede da universidade, se o estado gastar R$ 10 milhões para fina-
lizar a obra e o aumento da demanda agregada for da ordem de R$ 20 milhões, 
o multiplicador keynesiano de gastos do governo será de:
KG = =
20
10
2
Ou seja, o multiplicador indica que, para cada R$ 1,00 gasto na construção da 
sede da universidade, gerou-se um aumento de R$ 2,00 na demanda agregada. 
Você consegue perceber a eficácia da política fiscal expansionista para o fim que 
ela se propõe? Tenho certeza que sim. Logo, se o objetivo é expandir a atividade 
econômica, podemos certamente afirmar que, por meio do exemplo utilizado, 
o objetivo é facilmente atingido.
Agora, imaginemos que, ao realizar uma política fiscal expansionista, o 
governo opte pela redução dos tributos sobre as atividades de consumo de 
produção ou sobre a renda das famílias. Primeiramente, consideremos sobre as 
atividades de produção e consumo. Assim, imagine que o saco de arroz de 5 qui-
los que você compra todos os meses no mercado custe R$ 15,00. Sendo que desses 
R$ 15,00, R$ 10,00 correspondam ao custo de fatores e que R$ 5,00 correspon-
dam aos tributos, ou seja, uma alíquota de 50%. Assim, é possível afirmar que 
com uma renda de R$ 150,00 é possível adquirir 10 sacos de arroz de 5 quilos. 
Agora, considere que, realizando uma política fiscal expansionista via tribu-
tos, o Estado reduza a alíquota para 20%, reduzindo, assim, o preço do saco de 
arroz de 5 quilos para R$ 12,00. Note que, nesse novo contexto, com uma renda 
de R$ 150,00, seria possível comprar 12,5 quilos. Portanto, fica evidente, por 
meio do simples exemplo adotado, que a redução da alíquota de tributos sobre 
a produção e o consumo implica em aumento do consumo, certo?
Agora, pensaremos juntos na tributação sobre a renda. Observe que uma 
redução da tributação resultará em aumento da renda disponível, certo? Por 
exemplo, se você tem uma renda de R$ 10.000,00 por mês e se a alíquota de tri-
butação é de 27,5%, sua renda disponível será de R$ 7.250,00. No entanto, se 
a alíquota for reduzida para 15%, então a renda disponível passará a ser de R$ 
8.500,00. Observe que nessa simples mudança de alíquota você passará a ter R$ 
INSTRUMENTOS DE POLÍTICA ECONÔMICA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E26
1.250,00 a mais para gastar. Nessa direção, é fato que o aumento da sua renda e 
de todas as pessoas que forem beneficiadas com a diminuição da alíquota impac-
tará sobre o consumo e estimulará as empresas a realizarem investimentos para 
expandir a produção, certo? No que isso implicará, caro(a) aluno(a)? Em cres-
cimento econômico. Novamente, por meio do exemplo adotado, consegue-se 
verificar a eficácia da política fiscal expansionista para o fim que ela se propõe, 
qual seja: expandir a atividade econômica, que implica em geração de empre-
gos e, consequentemente, de renda.
Por fim, destaco que a empregabilidade dessa política com tais características 
é utilizada principalmente em períodos em que a economia não caminha bem 
sozinha, então, faz-se necessária a intervenção do governo. A título de exemplo, 
cito o momento em que o governo brasileiro reduziu ou isentou o Imposto sobre 
Produtos Industrializados, popularmente conhecido como (IPI) de alguns produ-
tos da indústria nacional (carros e linha branca), fazendo-os ficar mais baratos, 
estimulando as vendas e, por conseguinte, a atividade econômica como um todo.
POLÍTICA FISCAL CONTRACIONISTA: AUMENTO DA CARGA 
TRIBUTÁRIA VERSUS REDUÇÃO DOS GASTOS DO GOVERNO
Da mesma forma que iniciei a explicação sobre política fiscal expansionista, ini-
ciarei a da contracionista, explicando qual é o seu objetivo. Pois bem, o objetivo 
da política fiscal contracionista é “obter estabilidade econômica”. Em outras pala-
vras, se o objetivo do governo for estabilizar a economia, ele poderá valer-se de 
uma política fiscal contracionista, que poderá ser realizada de duas formas: (1) 
aumentando a carga tributária; (2) reduzindo os gastos do governo. 
Iniciaremos o seu aprendizado pela redução de gastos públicos. Essa redu-
ção, quando necessária, é popularmente chamada de ajuste fiscal. Tenho certeza 
que você já deve ter ouvido muitas vezes esse termo, não é mesmo? Afinal, não 
é novidade para você e nem para ninguém que o grau de endividamento do 
governo brasileiro sempre foi motivo de preocupação para todos nós. Destaco 
que quando o Estado opta por reduzir seus gastos, consequentemente, reduz a 
Política Fiscal
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
27
sua necessidade de financiamento do déficit. Tal condição, por sua vez, resulta 
na redução do endividamento.
Por outro lado, a redução dos gastos diminui a pressão sobre a demanda agre-
gada. Aquele “efeito dominó” que você acabou de aprender é reduzido e pode deixar 
de acontecer. Note que estamos falando do efeito contrário ao estudado ou do 
efeito que a falta de gastos, via investimentos, pode provocar. Ademais, a redução 
dos gastos públicos faz com que o nível de preços não sofra alterações relevantes, 
justamente por conta de a incapacidade da oferta agregada atender a um possível 
aumento da demanda agregada. Destaco que não haverá necessariamente uma 
queda da demanda, no entanto, é fato que o ritmo de expansão será muito menor 
do que antes de promover redução dos gastos públicos.
Não obstante, falemos agora do aumento da tributação. Se apenas a tributa-
ção sofrer um aumento, sem que o setor público reduza suas despesas, o objetivo 
da política com essas características não será atingido ou não será tão efetivo. 
Lembra-se dele, certo? Estabilidade econômica é o objetivo. Como é possível 
manter a economia estável, aumentando tributação sem reduzir despesas? Você 
se lembra que aprendeu que a redução de tributos aumenta o consumo? Pois 
bem, o aumento de tributos provoca o efeito contrário. O aumento da tributação 
sobre a produção, consumo ou renda reduz o consumo, ao passo que as pessoas 
terão menor disponível para gastar.
Destaco que os efeitos do aumento da tributação sobre a atividade econômica 
são intensos, muito mais do que a redução de gastos públicos, desestimulando a 
atividade de produção. Com isso, registro que essa política é tomada quando a 
demanda da economia está muito elevada, podendo causar pressões inflacionárias.
INSTRUMENTOS DE POLÍTICA ECONÔMICA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E28
POLÍTICA MONETÁRIA
A política monetária tambémé um dos mais relevantes instrumentos de política 
econômica. A política em questão é decorrente da atuação do governo sobre a quan-
tidade de moeda e títulos públicos existentes na economia. A política monetária é 
empregada quando o governo atua sobre a quantidade de moeda e títulos públicos.
Para tal, o governo se vale de alguns instrumentos a saber: (a) emissões; (b) 
reservas compulsórias; (c) Open Market; (d) redescontos; (e) regulamentação 
sobre crédito e taxa de juros.
Nessa direção, por exemplo, se um dos objetivos do governo for controlar 
a inflação, via política monetária, deverá destruir moeda, ou seja, diminuir o 
estoque monetário da economia. Como poderá fazer isso? O governo, via Banco 
Central do Brasil, poderá, entre outras formas existentes, aumentar a taxa de 
juros, aumentar as reservas compulsórias ou vender títulos no mercado aberto.
Todavia, se a meta for crescimento econômico, o processo seria o inverso. 
Ou seja, o governo teria que reduzir a taxa de juros e a de reservas compulsó-
rias. Ademais, teria que comprar títulos no mercado aberto, o que resultaria em 
aumento de liquidez da economia.
Políticas Externas: Cambial e Comercial
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
29
Observe que as políticas fiscais e monetárias podem ser aplicadas para a 
mesma finalidade, recorrendo a diferentes meios alternativos. Logo, diz-se que 
a política econômica deve ser posta em prática mediante nteração adequada de 
instrumentos fiscais e monetários, evitando que conflitos sejam gerados.
Destaca-se que a política fiscal tende a ser mais eficaz quando o objetivo é a 
melhoria na distribuição de renda, tanto na taxação de rendas mais altas como 
pelo aumento dos gastos do governo, com destinação a setores menos favorecidos. 
A política monetária, por sua vez, é mais difusa no tocante à questão distributiva.
Por fim, uma vantagem que comumente é apontada pela política monetária 
sobre a fiscal é que a monetária, logo após a sua aprovação, pode ser implemen-
tada, ao passo que depende apenas de decisões decorrentes das autoridades 
monetárias. Ressalta-se que o processo fiscal, via de regra, é mais lento, pois 
depende de votação no Congresso Nacional e está vinculado a princípios, tais 
como o da anterioridade, o que por sua vez faz com que a defasagem de tempo 
aumente entre a tomada de decisão e a implantação das medidas fiscais.
POLÍTICAS EXTERNAS: CAMBIAL E COMERCIAL
Finalmente chegamos às políticas externas: (a) cambial e (b) comercial. Você 
sabe por que essas políticas são de caráter externo? Porque atuam sobre as vari-
áveis com ligação direta com o setor externo da economia, sendo: (a) câmbio; 
(b) estímulos fiscais e creditícios.
Começaremos conhecendo um pouco mais sobre a política cambial, como 
o nome sugere, refere-se à atuação do governo sobre a taxa de câmbio. As auto-
ridades monetárias, via Banco Central do Brasil, podem fixar a taxa de câmbio. 
Quando esse tipo de decisão é tomado, diz-se que estamos num regime de taxas 
INSTRUMENTOS DE POLÍTICA ECONÔMICA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E30
fi xas de câmbio. No entanto, se a decisão for contrária sobre fi xar o câmbio, ou 
seja, permitindo que seja fl exível e determinado pelo mercado de divisas, diz-se 
que estamos num regime de taxas fl utuantes de câmbio. Assim, fi xar ou deixar fl u-
tuar dependerá do resultado via política cambial que o governo pretende atingir.
Concentremo-nos em conhecer um pouco mais sobre a política comercial. 
De acordo com o que vimos, ela diz respeito aos instrumentos de incentivos às 
exportações ou ao estímulo e desestímulo às importações. Em outras palavras, 
refere-se a estímulos fi scais, tais como crédito-prêmio do ICMS, IPI, entre outros; 
e creditícios, entre eles taxa de juros subsidiadas às exportações e ao controle 
das importações. Destaca-se que o controle das importações é feito via barrei-
ras quantitativas e tarifas sobre as importações. 
Faz-se necessário ressaltar que as decisões de política cambial e comercial são de 
alçadas diferentes. A cambial é de alçada das autoridades monetárias e, a comercial, 
dos ministros do Planejamento, Indústria, Comércio e Agricultura, com o apoio do 
ministério das relações exteriores (VASCONCELLOS; GARCIA, 2014). 
INSTRUMENTOS DE POLÍTICA ECONÔMICA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Política de Rendas
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
31
POLÍTICA DE RENDAS
Para discutirmos esse último instrumento de política econômica, faz-se neces-
sário que você compreenda a que ela se refere. Segundo Vasconcellos e Garcia 
(2014, p. 113), “refere-se à intervenção direta do governo na formação de renda, 
via o controle (fixação da política salarial) e congelamento de preços”. Em outras 
palavras, por meio desse tipo de política, o governo interfere na formação de 
salários. Adotando essa medida, fixa-se a política salarial e o salário mínimo. 
Você tem ideia da relevância de uma política dessa natureza? Tenho certeza que 
sim, afinal, somos trabalhadores e, desde cedo, somos motivados a nos qualificar 
para um bom emprego que, c onsequentemente, ofereça-nos boa remuneração.
Agora, caro(a) aluno(a), quero que você reflita sobre o que acabou de apren-
der, se seu salário é determinado, no Brasil, por meio da política de rendas 
enquanto instrumento de política econômica, certo? Não acha interessante? Já 
havia pensado dessa forma ou já sabia disso? Quanto ao controle de preços via 
congelamento, saliente que o intuito é evitar que os agentes econômicos respon-
dam prontamente, em algumas situações, as influências comuns do mercado.
Afinal, o principal objetivo da política de rendas via política de fixação de 
salário e congelamento de preços nada mais é do que conter a inflação, ou, melhor 
dizendo, evitar que a inflação se expanda.
INSTRUMENTOS DE POLÍTICA ECONÔMICA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E32
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) acadêmico(a), finalizamos a primeira unidade do livro de Economia do 
Setor Público. Relembremos, ainda que brevemente, tudo o que estudamos, Você 
se lembra que, inicialmente, aprendeu sobre política econômica? Ao compreen-
der esse conceito, compreendeu também quais são os principais instrumentos 
desse tipo de política. 
Tenho certeza que muito do que você aprendeu nesta unidade lhe será de 
grande valia, pois poderá, a partir de agora, observar com um olhar mais crítico 
a política econômica em curso em nosso país. Por conseguinte, você aprendeu, 
num primeiro momento, sobre o principal instrumento: a política fiscal, que, 
como vimos, pode ser de cunho expansionista ou contracionista, dependendo 
apenas do objetivo que o governo pretende atingir, sendo eles: (a) expansão da 
atividade econômica ou (b) estabilidade econômica, respectivamente. Pois bem, 
após aprender sobre política fiscal, você aprendeu sobre política monetária, cam-
bial, comercial e de rendas. 
Assim, após tanto aprendizado, você será capaz de identificar cada política, 
por meio das variáveis que o governo manipular. Quero dizer que se a variável for 
a taxa de juros, você saberá que é política monetária; se for câmbio, que é polí-
tica cambial; se forem estímulos fiscais e creditícios, será de renda; e, se for na 
formação de rendas e salários, será de rendas. Interessante, não é mesmo? Você 
tinha ideia da quantidade de atuações que são de competências do governo? Ou 
melhor, você tinha ideia da relevância da atuação do governo com essas políticas?
Espero que esta primeira unidade tenha sido proveitosa e que você tenha 
gostado de aprender sobre instrumentos de política econômica. Parabéns pelo 
aprendizado!1. A política fiscal é um dos principais instrumentos para a correção das distor-
ções de mercado. No entanto, é também um importante instrumento para se 
obter o crescimento econômico, a estabilidade econômica, entre outros obje-
tivos de política econômica. Considerando esse contexto, avalie as afirmativas 
que se seguem:
I. A política fiscal contracionista tem como objetivo expandir a atividade eco-
nômica.
II. A política fiscal expansionista pode ser empregada de duas formas: pelo au-
mento dos gastos ou pela redução dos tributos.
III. Numa política fiscal expansionista, tanto o aumento dos gastos quanto a re-
dução dos tributos têm como efeito a tendência de déficit no resultado fiscal.
IV. Uma política fiscal expansionista não tem efeitos para o resultado do setor 
público.
Assinale a alternativa que apresenta a afirmativa correta:
a) Somente a afirmativa I está correta.
b) Somente as afirmativas I e II estão corretas.
c) Somente as afirmativas II e III estão corretas.
d) Somente as afirmativas III e IV estão corretas.
e) Todas as alternativas estão corretas.
2. A política utilizada pelo governo para arrecadar tributos e para controlar seus 
gastos é denominada política fiscal. Assim sendo, por meio da política fiscal via 
tributação, o governo controla a estrutura e as alíquotas tributárias, inibindo 
ou estimulando os gastos de consumo do setor privado. Já se for via política de 
gastos, o governo controla seus investimentos no sistema.
A respeito desse assunto, avalie as afirmações a seguir e assinale com V, as ver-
deiras, e F, as falsas:
I. A diminuição do IPI para a aquisição de eletrodomésticos (linha branca), rea-
lizada pelo governo brasileiro há alguns anos, pode ser apontada como uma 
política fiscal expansionista.
II. Uma política fiscal expansionista é decorrente do aumento de gastos e/ou 
aumento dos tributos. 
III. Uma política fiscal restritiva é utilizada pelo governo com o intuito de esti-
mular a demanda, via consumo. 
33 
34 
As afirmações I, II e III são respectivamente:
a) V, F e V.
b) F, F e V.
c) V, F e F.
d) F, V e F.
e) F, V, e V.
3. Política Fiscal é o nome dado às ações do governo destinadas a ajustar seus 
níveis de gastos, monitorando e influenciando a economia de um país. Nos 
diversos manuais de Economia, a política fiscal está intimamente ligada à po-
lítica monetária, podendo-se afirmar, em termos bastante simplistas, que as 
duas políticas econômicas são como irmãs, pois ambas buscam influenciar um 
aspecto da economia: a política monetária modificará o comportamento da 
moeda, e a política fiscal operará frente aos gastos estatais. Todo o governo in-
variavelmente utilizará as duas políticas sob várias combinações e graduações, 
num esforço para orientar as metas econômicas de um país.
(INFOESCOLA. Política fiscal. Disponível em: <https://www.infoescola.com/
economia/politica-fiscal/>. Acesso em: 21 fev. 2019).
Considerando o enunciado e as ideias que transmitidas, analise as asserções a 
seguir e a relação proposta entre elas:
I. Os instrumentos de ação da política fiscal são: arrecadação de impostos e 
gastos do governo, que são divididos em despesas correntes e investimen-
tos. Assim sendo, a política fiscal tem influência sobre a demanda agregada.
PORQUE 
II. A arrecadação incide diretamente sobre o nível de consumo, e os gastos 
públicos são caracterizados como um componente próprio da Demanda 
Agregada (DA = C + I + G + X - M).
A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta:
a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é justificativa correta da I.
b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é justificativa 
correta da I.
c) A asserção I é proposição verdadeira, e a II é proposição falsa.
d) A asserção I é proposição falsa, e a II é proposição verdadeira.
e) As asserções I e II são proposições falsas.
35 
4. As políticas (a) fiscais, (b) monetárias, (c) comerciais, (d) de rendas e (e) cam-
biais são os principais instrumentos empregados pelo governo no exercício de 
suas funções. Com elas, espera-se que a economia cresça, que a distribuição de 
renda melhore, que os preços se mantenham estáveis, que os juros não sejam 
abusivos e que o desemprego não atinja números alarmantes. Ou seja, tais po-
líticas, enquanto mecanismo de atuação dos governos, são empregadas isola-
da ou concomitantemente para se atingir os objetivos descritos. Considerando 
esse contexto, avalie as afirmativas que se seguem:
I. O consumo privado, o investimento privado ou as exportações podem ser 
afetados pela política econômica, por meio de ação governamental, o que, 
por sua vez, resulta em alteração da demanda agregada.
II. A partir de 1930, o controle dos agregados monetários passou a combater 
os efeitos da grande depressão, o que, por sua vez, dispensou uma atuação 
governamental, via política fiscal, mais efetiva. 
III. Uma das dificuldades enfrentadas pelo governo para atingir mais de um 
objetivo perseguido, ao executar uma determinada política, é a geração de 
conflito entre eles. Um exemplo desses conflitos é o aumento da dívida pú-
blica causada pelas advertências entre o crescimento do PIB e as taxas de 
inflação baixas. 
IV. A política fiscal pode ser utilizada de modo expansivo ou restritivo, isto é, para 
objetivos distintos. Ou seja, pode ser utilizada tanto para expandir a demanda 
da economia como para restringir a referida demanda. 
Assinale a alternativa que apresenta as afirmativas corretas:
a) Somente a afirmativa I está correta.
b) Somente as afirmativas I e II estão corretas.
c) Somente as afirmativas II e III estão corretas.
d) Somente as afirmativas I, III e IV estão corretas.
e) Todas as alternativas estão corretas.
36 
5. Você aprendeu que o governo utiliza a arrecadação tributária para manter 
bens públicos, tais como escolas, hospitais, e demais instituições, além de 
utilizar tais receitas tributárias para pagar o funcionalismo público, ou seja, 
os servidores. Assim, para atingir, entre outros, esses objetivos, a arrecadação 
tributária pode aumentar ao longo do tempo. A sociedade, em contrapartida, 
espera que, com tantos tributos por ela pagos, os serviços públicos essenciais 
sejam oferecidos com qualidade, o que, na maioria das vezes, não acontece. 
A respeito desse contexto, avalie as afirmações a seguir e assinale com V, as 
verdadeiras, e F, as falsas. 
I. A política fiscal contracionista está relacionada com o aumento dos tributos 
ou com o corte dos gastos públicos, diminuindo, consequentemente, a de-
manda da economia. 
II. A condução eficiente da área administrativa do governo é o objetivo básico 
da política fiscal, para que, mediante a realização de obras de interesse da 
população e com eficiência da arrecadação tributária, o bem-estar da popu-
lação seja promovido. 
III. A política fiscal expansionista está relacionada com o aumento dos tributos 
ou a minimização dos gastos públicos, aumentando, consequentemente, a 
demanda da economia e a geração de empregos e de renda. 
As afirmações I, II e III são respectivamente:
a) V, F e V.
b) F, F e V.
c) V, V e F.
d) F, V e F.
e) F, V e V.
GASTOS SOCIAIS APÓS O PLANO REAL
O período 1994\1995 foi caracterizado por uma nova retomada do gasto público so-
cial. Em 1995, seu patamar atingiu 20,5% do PIB, sendo superior aos níveis elevados 
alcançados no final da década de 80. Dessa vez, não somente a expansão econômica 
após o imediato lançamento do Plano Real pode explicar a elevação dos gastos sociais. 
Destacam-se fatores estruturais que influenciaram e continuarão influenciando a dinâ-
mica dos gastos sociais no final da década de 90 e no século seguinte, tais como: (a) as 
mudanças na estrutura etária da população brasileira; (b) a necessidade de inserção do 
Brasil no mercado internacional (efeitos da globalização e integração dos mercados); e 
(c) as mudanças no papel do Estado.
Vale salientar que a expansão dos gastos sociais ocorrida nos dois anos que seguiram 
apóso Plano Real não acontece de forma homogênea. Além disso, instalou-se um pro-
cesso de especialização por parte das esferas de governo com relação ao financiamen-
to e reponsabilidade pela execução do gasto social. As áreas que apresentaram maior 
expansão entre 1994 e 1995 foram previdência, assistência social, trabalho e organiza-
ção agrária. As funções de educação, cultura, desporto, transporte urbano e de massas 
cresceram na mesma proporção do PIB, enquanto saúde, saneamento, e habitação e 
urbanismo tiveram reduzidas suas participações em relação ao PIB. Observa-se que não 
ocorreram mudanças significativas, no tocante à origem e execução do gasto total, po-
dendo destacar apenas ligeiro aumento na participação dos municípios, tanto no finan-
ciamento como na sua execução.
Em termos desagregados é possível detectar um aprofundamento do processo de espe-
cialização do gasto social público por governo de esfera de governo. Isso reflete, por um 
lado, aumento das obrigações da União em áreas como a previdência, impedindo o avan-
ço com mais recursos e outra funções. Por outro, observa-se um movimento mais ordena-
do na divisão de responsabilidades, tanto no financiamento como na execução do gasto, 
sobretudo em áreas em que os governos subnacionais possuem capacidade de atuação 
mais eficiente, por poderem refletir, com proximidade, as preferências locais.
A União elevou sua participação nos gastos com assistência e previdência social, traba-
lho, ciência, tecnologia e organização agrária. Essas são funções que a União deve assu-
mir, devido às suas características de escopo nacional. Destaca-se o crescente aumento 
na demanda por benefícios previdenciários do INSS e do seguro-desemprego. Esse úl-
timo foi influenciado por uma maior flexibilização nas regras de acesso ao programa e 
pelo aumento do desemprego estrutural na economia. Os estados e municípios eleva-
ram sua responsabilidade no financiamento e na execução dos gastos nas áreas de edu-
cação, cultura, desporto, saúde, saneamento, habitação e urbanismo. Na área de saúde, 
ressalta-se o crescimento da participação dos municípios em razão do fortalecimento 
do processo de descentralização ocorrido a partir da criação do Sistema Único de Saúde 
(SUS). No setor de saneamento, a responsabilidade fica a cargo dos governos estaduais 
em razão da necessidade de maiores montantes de investimentos exigidos na oferta, na 
distribuição de água e na construção de rede de esgotos.
37 
O Brasil atravessa um processo de transição demográfica que se acentuou nas últimas 
décadas e que se aprofundará nas décadas seguintes. A taxa de crescimento média da 
população, que no período de 1950 a 1970 foi de 3% a.a., passou para 1,9% a.a. na déca-
da de 80 e caiu 1,4% a.a. na década de 90, projetando menores taxas para as próximas 
décadas. Essa redução é explicada pelo aumento do nível de escolaridade da popula-
ção brasileira e pela adoção dos métodos anticoncepcionais. Combina–se a esse fato 
o aumento da expectativa de vida devido ao avanço da medicina nas áreas preventiva 
e curativa. As consequências dessas mudanças no perfil demográfico são o envelheci-
mento da população brasileira e a redução relativa da participação dos jovens. Estimati-
vas do Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) apontam para redução de 43,1%, em 1995 
e para 29,1% em 2020 da participação do contingente com menos de 19 anos na popu-
lação total. No outo extremo, a população acima dos 60 anos praticamente dobraria sua 
participação no período, elevando de 7,8% para 15%.
As implicações para o gasto social se refletem no aumento de demanda por benefícios 
previdenciários e nos gastos na área de saúde para idosos, principalmente com doenças 
de natureza crônico-degenerativas (aparelho respiratório, estrutura óssea, neoplasias 
etc.). Com relação à questão previdenciária, a transição demográfica foi um dos fatores 
responsáveis pela deterioração nas contas do INSS e pelo aumento das aposentadorias, 
reformas e pensões no setor público.
A redução na proporção de crianças implicaria uma menor pressão nos orçamentos pú-
blicos por serviços como saúde materno-infantil e escolas do 1º grau. No entanto, cresce 
a demanda por serviços educacionais para a população em idade ativa (de 15 a 65 anos).
Essa transição demográfica ocorre de forma desigual entre as classes sociais e regiões 
do país. A taxa de fecundidade é maior entre as classes de menor nível de renda e nas 
regiões Norte e Nordeste. O mesmo pode ser dito para as populações rurais em relação 
às urbanas. Acrescenta-se a isso o déficit existente na oferta de serviços públicos no Bra-
sil. A conclusão é que se pode ter grande alívio nos gastos sociais em educação e saúde 
direcionados para populações em baixa idade. Assim, o Brasil, além de continuar pres-
sionado por demandas predominantes em países com baixo grau de desenvolvimento, 
ainda teria que voltar sua atenção para a cobertura de doenças típicas de países mais 
desenvolvidos, características da população idosa.
As mudanças tecnológicas que ocorreram a partir da década de 80 na microeletrônica, 
na informática e nas telecomunicações são disseminadas por toda atividade econômica. 
Esse novo ciclo tecnológico também contribuiu para aprofundar o processo da integra-
ção comercial e financeira entre nações. A formação de grandes blocos comerciais exige 
dos países maior competitividade internacional na disputa pelos mercados. A grande 
questão que deixo para reflexão é: quais os impactos desses fenômenos econômicos 
sobre os gastos sociais?
Fonte: Rezende (2007, p 324-327).
38 
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
Gestão por competência no setor público
Rogério Leme 
Editora: Qualitymark
Sinopse: a obra aborda a aplicação da Gestão por Competências no serviço 
público, no qual a cultura e a maneira de superar os desafi os do projeto são 
especiais, em função das relações trabalhistas serem diferentes do setor 
privado, tais como o concurso público, o estágio probatório, a estabilidade 
do servidor, entre outras. Os autores apresentam um material pautado nas metodologias do 
Inventário Comportamental para Mapeamento de Competências e da Avaliação de Desempenho 
com Foco em Competências.
 a obra aborda a aplicação da Gestão por Competências no serviço 
público, no qual a cultura e a maneira de superar os desafi os do projeto são 
especiais, em função das relações trabalhistas serem diferentes do setor 
privado, tais como o concurso público, o estágio probatório, a estabilidade 
REFERÊNCIASREFERÊNCIAS
ALBERGONI, L. Economia. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2008.
REZENDE, F. A. Finanças Públicas. São Paulo: Atlas, 2007. 
VASCONCELLOS, M. A. S.; GARCIA, M. H. Fundamentos de Economia. 3. ed. Saraiva, 2009.
GABARITO
41
GABARITO
1. C.
2. C.
3. A.
4. D.
5. C.
U
N
ID
A
D
E II
Professora Me. Daniela Carla Monteiro
Professor Me. Diego Figueiredo Dias
ATRIBUIÇÕES ECONÔMICAS 
DOS ESTADOS MODERNOS
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Compreender as principais atribuições econômicas do setor público.
 ■ Discutir as falhas de mercado mais relevantes existentes na economia.
 ■ Entender o papel dos Estados Provedores e dos Estados Reguladores.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Atribuições econômicas do setor público
 ■ As falhas de mercado
 ■ Estado Provedor versus Estado Regulador
Introdução
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
45
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) acadêmico(a), seja bem-vindo(a) à segunda unidade do livro 
“Economia do Setor Público”. Você aprenderá sobre as atribuições econômicas 
dos Estados Modernos. Os objetivos a serem atingidos na unidade em questão 
são: (a) compreender as principais atribuições econômicas do setor público; (b) 
discutir as falhas de mercado mais relevantes existentes na economia; e (c) enten-
der o papel dos Estados Provedores e dos Estados Reguladores.Visando atingir os objetivos de aprendizagem elencados, esta unidade foi 
dividida em três tópicos: 1) Atribuições Econômicas do Setor Público; 2) as falhas 
de mercado; 3) Estado provedor versus Estado regulador.
Iniciaremos o primeiro tópico com uma contextualização baseada na impor-
tância da participação do Estado na economia, haja vista que ela vem crescendo 
ao longo do tempo por diversas razões: o desemprego, a inflação, os déficits, os 
juros, entre outros. Ademais, sabe-se que cabe ao Estado a busca pelo bem-estar 
da população como um todo. Por conseguinte, o tópico apresentará as principais 
funções econômicas do setor público, sendo: (a) função alocativa; (b) função dis-
tributiva; (c) função estabilizadora. 
No segundo tópico, por sua vez, será feita uma breve discussão acerca das 
mais relevantes falhas de mercado, quais sejam: (a) Bens Públicos; (b) externa-
lidades; (c) Poder de Mercado; (d) assimetria de informações.
No terceiro e último tópico, serão apresentadas as principais competências 
de um Estado Provedor e de um Estado Regulador. Ademais, serão tratados os 
principais aspectos da regulação no Brasil.
Assim sendo, ao término da unidade, você saberá quais as principais funções 
econômicas do governo e o que cada uma delas representa para o bom andamento 
da nação, bem como saberá quais são as mais relevantes falhas de mercado exis-
tentes na economia e como o governo tem atuado na tentativa de corrigi-las e/
ou minimizá-las. Além disso, poderá diferenciar um Estado Provedor e de um 
Estado Regulador. Bons estudos!
ATRIBUIÇÕES ECONÔMICAS DOS ESTADOS MODERNOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E46
ATRIBUIÇÕES ECONÔMICAS DO SETOR PÚBLICO
Ao final do século XIX e início do século XX, observou-se, no mundo capitalista, 
a formação de grandes monopólios, que passaram a limitar a oferta de produtos 
e a aumentar os preços. Isso fez com que os governos iniciassem uma reflexão 
sobre seu verdadeiro papel na economia.
O pensamento que predominava naquela época era o da “mão invisível”, 
de Adam Smith. Foi ele quem transformou a economia em ciência a partir da 
publicação do livro A riqueza das nações, em 1976, em que expunha suas ideias 
liberais, entre elas: a de que os mercados eram autorreguláveis e, portanto, não 
precisavam de intervenções do Estado. 
No ano de 1890, nos Estados Unidos, criou-se uma lei contra os trustes – um 
truste se forma quando empresas se fundem com o intuito de dominar a oferta 
de produtos e serviços -, que foi chamada de Lei Sherman. Esta visava comba-
ter os grandes conglomerados que estavam prejudicando a concorrência e os 
consumidores. A partir desse momento, a eficácia da chamada “mão invisível” 
passou a ser questionada. Tal questionamento ficou ainda mais evidente a partir 
da grande depressão, que veio com a quebra da Bolsa de Nova Iorque, em 1929, 
Atribuições Econômicas do Setor Público
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
47
ao passo que havia uma clara crise de superprodução e o Estado precisava inter-
vir para solucionar o problema. Em outras palavras, a depressão advinda da crise 
de 1929 deu origem a estudos que justificaram a intervenção do governo na eco-
nomia para combater, entre outros, a inflação e o desemprego.
A partir de então, o Estado passou a incorporar em suas funções ativida-
des que iam além da manutenção da justiça e segurança, passando também a 
ofertar bens públicos, como eletricidade, rodovias, saneamento básico, ferro-
vias, portos etc.
Nessa direção, ao longo do tempo, a participação do Estado na economia 
cresceu e vem crescendo por diversas razões, dentre elas: o desemprego, a neces-
sidade de manutenção do poder de compra da moeda e as mudanças tecnológicas 
e populacionais. Ademais, a existência de alguns problemas na livre movimenta-
ção de mercado fez com que o Estado também tivesse que intervir fortemente e 
executar alguns papéis importantes para a melhor condução da economia com 
fins de promover o bem-estar a toda população. 
Em outras palavras, pode-se dizer que as atribuições econômicas do setor 
público ganharam força nos três primeiros quartéis do século passado, corrobo-
rando com a doutrina que via com bons olhos a necessidade de intervenção do 
Estado na economia. Nesse período, houve também mudanças na visão da socie-
dade quanto a preferir a intervenção efetiva do governo em assuntos econômicos, 
principalmente quando se tratava de ações relacionadas à distribuição de renda.
De acordo com Rezende (2007),
As duas grandes guerras mundiais também provocaram alterações de-
finitivas nas preferências da coletividade quanto à necessidade de in-
terferência do governo, visando à promoção do bem-estar social, isto 
é, uma distribuição de renda mais equitativa e uma ampliação das ati-
vidades previdenciárias e de assistência social para o atendimento das 
classes menos favorecidas. No pós-guerra, por sua vez, a preocupação 
com os problemas de desenvolvimento econômico constituiu-se em 
outro fator importante para aumentar as atribuições do governo – es-
pecialmente em países retardatários na corrida pelo desenvolvimento. 
(REZENDE, 2007, p. 18).
O referido autor reafirma que de uma atuação inicial pouco invasiva, como 
vimos, na qual lhe cabia apenas a prestação de serviços essenciais à população, 
ATRIBUIÇÕES ECONÔMICAS DOS ESTADOS MODERNOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E48
entre eles, acesso à justiça e à segurança pública, o papel do Estado na econo-
mia se modificou substancialmente.
Em decorrência dessa evolução, para fins de resultado, as atribuições eco-
nômicas do governo passaram a ser classificadas em três grandes categorias, 
quais sejam: (a) promover ajustamento na alocação de recursos; (b) promo-
ver ajustamento na distribuição da renda; (c) manter a estabilidade econômica 
(MUSGRAVE, 1959 apud Rezende, 2007). Essas categorias originaram funções 
e são popularmente conhecidas como função alocativa; função distributiva; e 
função estabilizadora. É fato que cada uma dessas funções possui característi-
cas e competências distintas que você passará agora a conhecer.
FUNÇÃO ALOCATIVA
Sabe-se que o mercado privado não consegue fornecer “tudo” o que a população 
precisa ou tudo que a população pode pagar. Ou seja, alguns bens e serviços a 
iniciativa privada não tem interesse em ofertar, ao passo que o dispêndio finan-
ceiro para ofertar não é compatível com o retorno por ele gerado e com o esforço 
para uma eficiente gestão. A título de exemplo, podemos citar a segurança nacio-
nal, como um tipo de serviço que a iniciativa privada, se assim pudesse, não teria 
interesse em oferecer. Em contrapartida, existem outros bens e serviços que ofe-
rece de maneira muito eficiente, tais como os serviços de assistência à saúde, mas 
tais serviços oferecidos são excludentes, pois uma boa parte da população não 
pode pagar por eles. É aí que entra o exercício da função alocativa.
O exercício da função alocativa visa corrigir as falhas deixadas pelo mercado, 
isto é, corrigir as lacunas deixadas no oferecimento de bens e serviços pela ini-
ciativa privada. Essas falhas/lacunas são o “não oferecimento” de determinados 
bens/serviços ou o oferecimento excludente. Para corrigi-las, o governo tende 
a oferecer os produtos e serviços identificados para a população com o menor 
custo possível.
Em outras palavras, a existência da função alocativa é decorrente da neces-
sidade de atuação do governo nos casos em que não há eficiência e/ou interesse 
Atribuições Econômicas do Setor Público
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
49
da iniciativa privada ou quando a natureza da atividade indicar a necessidade 
de presença do Estado.Assim, de acordo com Nascimento (2010), a função alocativa do setor público 
refere-se à “alocação de recursos” por parte do governo a fim de oferecer bens 
públicos, tais como praias, praças, segurança nacional e rodovias, e bens semi-
públicos ou meritórios, como saúde e educação.
Os bens públicos são bens que são consumidos por várias pessoas ao mesmo 
tempo, sem dispêndio financeiro, por exemplo, as ruas, a iluminação pública, 
as praias, entre outros. São indivisíveis (todo indivíduo tem acesso a “mesma” 
disponibilidade do bem público), não excludentes (quando alguém adquire um 
bem público, isso não exclui o direito de outra pessoa adquirir também) e não 
rivais (rivalidade é a situação em que o consumo de um bem por uma pessoa 
reduz a quantidade disponível desse bem para o restante da sociedade).
Os bens/serviços semipúblicos ou meritórios possuem parte das característi-
cas dos bens públicos, ou seja, apenas algumas características. As características 
que não possuem o tornam um bem semipúblico, podendo ser ofertado tanto 
pelo governo quanto pelo mercado. Esses bens são passíveis de exclusão, isto 
é, são excludentes. A título de exemplo, podemos citar a prestação de serviços 
educacionais. O referido serviço é oferecido tanto pela iniciativa privada quanto 
pelo governo. Fica bem evidente a classificação desse tipo de serviço enquanto 
bem semipúblico, pela exclusão por ele gerada, aos indivíduos que não podem 
pagar pelo serviço. 
Assim, faz-se relevante destacar que produzir roupa e energia elétrica são 
atividades bem distintas que nos fazem crer que a produção de roupa será de res-
ponsabilidade do setor privado, enquanto a produção de energia elétrica será de 
responsabilidade do setor público. Na verdade, nada impede que o governo passe 
também a responsabilidade da geração de energia elétrica para o setor privado, 
porém o Estado deve ser o controlador dessa atividade para garantir que toda a 
nação tenha acesso a este bem, essencial para a qualidade de vida da população.
Para financiar o processo de fornecimento de bens públicos ou semipúblicos, 
o governo utiliza-se, entre outros, da tributação, ou seja, retira dinheiro da popu-
lação na forma de impostos e devolve na forma de bens e prestações de serviços.
ATRIBUIÇÕES ECONÔMICAS DOS ESTADOS MODERNOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E50
Em suma, a função alocativa trata do fornecimento de bens e serviços por 
parte do governo, que não são oferecidos de maneira adequada pelo setor pri-
vado devido às falhas de mercado. 
Trata-se do processo em que o governo divide os recursos para utilização no 
setor público e privado, ofertando bens e serviços, como rodovias, segurança, 
saúde, educação, iluminação pública, construção de praças públicas, manuten-
ção de praias, dentre outros exemplos.
FUNÇÃO DISTRIBUTIVA
A função distributiva é a função eco-
nômica do setor público destinada a 
promover ajustes distributivos, ou seja, 
ajustes na distribuição de renda. Nesta 
função, o Estado se comporta como um 
agente mediador que transfere aos menos 
favorecidos uma renda proveniente de 
tributos e subsídios governamentais. Tal 
função se faz necessária em decorrên-
cia da existência de muitas famílias e/
ou pessoas que vivem abaixo da linha de 
pobreza no Brasil. Assim sendo, o governo, por meio dessa função, precisa criar 
meios de assistir as famílias e as pessoas, de modo que elas tenham condições 
mínimas de se manterem e se prepararem para sair de tal condição.
Não se trata de uma função com programas ou ações de cunho permanente, 
ou uma função que não cria meios para uma mudança de cenário, muito pelo con-
trário. Cabe a essa função, por meio de algumas ações e programas, socorrer as 
famílias ou pessoas num primeiro momento, estabilizá-las e criar “meios assisti-
dos”, tal como a obrigatoriedade de frequentar a escola, para seu desenvolvimento. 
Atribuições Econômicas do Setor Público
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
51
Alguns governos marcaram suas gestões pela ênfase no exercício dessa fun-
ção. Em alguns casos, as ações e os programas por eles promovidos foram efetivos, 
em outros casos não. O que quero dizer é que, atualmente, alguns programas ou 
ações criadas no passado ainda vigoram, dada a sua efetividade, enquanto outros 
foram extintos, pois não eram tão efetivos quanto se esperava. O Programa Fome 
Zero; Bolsa Família, Bolsa Escola e Fundo Social de Emergência (FSE) são exem-
plos de programas e/ou ações que foram implementadas por meio do exercício 
da referida função.
Pode-se dizer que a função distributiva consiste em arrecadar tributos dos 
mais ricos ou das regiões mais desenvolvidas e transferi-los para os mais pobres 
e regiões mais carentes. Existem impostos, enquanto espécies de tributos, por 
exemplo, que são capazes de onerar mais quem tem mais a pagar, ou seja, os mais 
ricos; o Imposto de Renda, popular IR, é um bom exemplo. Portanto, é dessa 
maneira que o Brasil vem tentando distribuir melhor a renda que é injustamente 
distribuída no atual modo de produção, o capitalismo.
Essa função é vista como uma das mais relevantes, por alguns doutrinado-
res, pois, segundo eles, a distribuição no sistema capitalista não é feita da forma 
mais justa. Considerando o processo de evolução da economia, cabe ao Estado 
criar mecanismos que melhorem a distribuição de renda da população e, para 
tal, vale-se de impostos diretos, indiretos, isenções, incentivos, subsídios etc.
Em 2012, foram divulgadas algumas pesquisas que revelaram que o Brasil, 
em 2011, teve o melhor índice de distribuição de renda desde o início da década 
de 60. O governo utilizou vários programas para que isso fosse alcançado, porém 
os mais relevantes foram o Bolsa Família e o Prouni.
ATRIBUIÇÕES ECONÔMICAS DOS ESTADOS MODERNOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E52
FUNÇÃO ESTABILIZADORA
Diante da incapacidade do mercado 
de promover eficientemente a estabili-
dade, o emprego e o desenvolvimento, 
faz-se necessário que o Estado colo-
que em prática inúmeras políticas 
que, mais uma vez, sejam capazes de 
corrigir tais falhas provocadas pelo 
mercado. Essa ação é realizada por 
meio de uma função conhecida como 
função estabilizadora.
Podemos dizer que a função estabilizadora tem por objetivo a manutenção 
da estabilidade econômica, cujo intuito é diminuir o impacto econômico e social 
em cenários de recessão ou crises. Ou seja, as decisões no plano macroeconômico 
visam melhorar a qualidade de vida das pessoas. Por meio do exercício dessa 
função, os níveis de preços são mantidos estáveis, os efeitos das crises ou reces-
são são minimizados e os níveis de emprego tendem a permanecer constantes.
Em outras palavras, pode-se dizer que a função estabilizadora é a qual o 
governo procura atingir um de seus objetivos, que é a “estabilização econômica”, 
ou seja, a estabilidade dos preços, uma das condições necessárias para que os 
investimentos aumentem e, com eles, o crescimento econômico, o emprego e a 
renda nacional. 
Essa função é considerada, pelos estudiosos de gestão pública, bastante atual, 
afinal, o Estado busca constantemente o equilíbrio macroeconômico. Este signi-
fica a busca pelo crescimento econômico, aumentando constantemente os níveis 
de emprego na economia, sem esquecer a manutenção do poder de compra da 
moeda nacional, ou seja, a baixa inflação. 
De acordo com Nascimento (2010), a função estabilizadora corresponde à 
aplicação das diversas políticas econômicas, pelo governo, a fim de promover o 
emprego, o desenvolvimento e a estabilidade, quando o mercado é incapaz de 
assegurar o alcance desses objetivos. Ou seja, é a intervenção do governo para 
atingir algumas metas de estabilidade macroeconômica. 
Atribuições Econômicas do Setor Público
Re
pr

Outros materiais