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caso 3 - Habeas data - prática simulada V

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AO JUÍZO DA PRESIDÊNCIA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (art. 319,I, NCPC)​
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	TÍCIO, brasileiro, casado, engenheiro, portador do documento de identidade – RG nº ..., inscrito do CPF sob o nº ..., residente e domiciliado à Rua..., nº..., bairro, Cidade/UF, CEP, vem, por seu advogado que a esta subscreve, conforme procuração anexa aos autos e endereço profissional ..., local indicado para receber as intimações (art. 39, CPC), perante Vossa Excelência, com fundamento no art. 5º, LXXII, da Constituição Federal, interpor o presente,
HABEAS DATA
com fundamento no inciso LXXII do artigo 5º da Constituição Federal DE 1988, e Lei n.º 9507/97, contra ato praticado pelo MINISTRO DE ESTADO E DEFESA, pelos motivos de fato e de direito a seguir.​
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I - DOS FATOS: 
Na década de setenta, o impetrante participou de movimentos políticos que faziam oposição ao Governo então instituído. Por força de tais atividades, foi vigiado pelos agentes estatais e, em diversas ocasiões, preso para averiguações. Seus movimentos foram monitorados pelos órgãos de inteligência vinculados aos órgãos de Segurança do Estado, organizados por agentes federais. 
Após longos anos, no ano de 2010, o impetrante requereu acesso à sua ficha de informações pessoais, tendo o seu pedido indeferido em todas as instâncias administrativas. Esse foi o último ato praticado pelo Ministro de Estado da Defesa, que lastreou seu ato decisório, na necessidade de preservação do sigilo das atividades do Estado, uma vez que os arquivos públicos do período desejado estão indisponíveis para todos os cidadãos.
II. DOS FUNDAMENTOS
A) DO FORO COMPETENTE
Tendo em vista que a última negativa de acesso à ficha de acesso às informações pessoais do impetrante foi praticada pelo Ministro de Estado e Defesa, compete ao Superior Tribunal de Justiça processar e julgar, originariamente, o presente habeas data, conforme artigos 105, I, “b”, da Constituição Federal e 20, I, “b”, da Lei nº 9.507/97.
B) DA LEGITIMIDADE
ATIVA: O impetrante é legitimado ativo do presente habeas data, visto que as informações pessoais constantes em arquivos públicos. 
PASSIVA: O Ministro de Estado e Defesa é o legitimado passivo da presente demanda, tendo em vista que é o responsável pelo banco de dados, já que as informações foram produzidas pelos órgãos da Inteligência vinculados aos órgãos de Segurança do Estado, organizados por agentes federais. 
C) DO INTERESSE DE AGIR
O impetrante requereu acesso à sua ficha de informações pessoais, porém seu pedido foi indeferido. A recusa ao acesso às informações pode ser comprovada pela cópia anexada aos autos. 
Assim, resta demonstrado o interesse de agir, nos termos do art. 8º, I, da Lei nº 9.507/97.
D) DO MÉRITO
Conforme narrado, o impetrante teve seu pedido de acesso à sua ficha de informações pessoais indeferido, em todas as instâncias administrativas, sob alegação de necessidade de preservação do sigilo das atividades do Estado. 
Ressalte-se que as informações que o impetrante busca acessar foram produzidas pelos órgãos de inteligência vinculados aos órgãos de Segurança do Estado, organizados por agentes federais, ou seja, tratam-se de informações pessoais públicas e que a Constituição Federal assegura a todos o direito à informação, conforme disposto no art. 5º, XXXIII. 
Além disso, não há que se falar em violação ao sigilo das atividades do Estado, pois não houve e não há pedido de acesso à dados de terceiros, mas tão somente à dados pessoais do impetrante, de interesse claramente particular. 
Assim, resta evidente que o ato denegatório ao fornecimento das informações do impetrante, inclusive com esgotamento das vias administrativas, é ilegal e abusivo, já que contrário ao dispositivo constitucional que garante o direito de acesso às informações pessoais constantes de banco de dados públicos. 
Portanto, o Habeas Data é a medida cabível para assegurar o conhecimento de tais informações, nos termos dos artigos 5º, LXXII, da Constituição Federal e 7º, da Lei nº 9.507/97. De modo que a recusa ao acesso às informações, comprovada pela cópia anexada aos autos, demonstra o requisito essencial para a impetração da presente ação, de acordo com o art. 8º, I, da Lei nº 9.507/97.
III. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer: 
1. Que seja notificada autoridade coatora, para que sejam prestadas informações, no prazo de 10 dias nos termos do art. 9 da Lei nº 9.507/97;​
2. A intimação do representante do Ministério Público para que seja ouvido dentro de 10 dias, nos termos do art. 12​, da Lei nº 9.507/97;
3. Procedência da pretensão da ação para que seja assegurada ao impetrante o acesso a seus dados;​
4. Condenação da ré nas custas e despesas processuais.
IV. DAS PROVAS
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, especialmente a prova documental e o depoimento pessoal do representante legal do réu, sob pena de confissão.
V. DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$....
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
Local, data.
Advogado
OAB/UF

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