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Prévia do material em texto

Ronei Tiago Stein
MEIO AMBIENTE
Revisão técnica:
Vanessa de Souza Machado
Mestre e Doutora em Ciências
Graduada em Ciências Biológicas
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB – 10/2147
M499 Meio ambiente [recurso eletrônico] / Ronei Tiago Stein
... [et al.]; [revisão técnica : Vanessa de Souza Machado]. – 
Porto Alegre : SAGAH, 2018.
ISBN 978-85-9502-573-8
Engenharia de produção. 2. Meio ambiente. I. Stein,
Ronei Tiago.
 
CDU 502
Relatório de Impacto 
Ambiental
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Diferenciar Estudo de Impacto Ambiental (EIA) de Relatório de Impacto 
Ambiental (RIMA).
 � Relacionar a produção do EIA/RIMA e da audiência pública com as 
etapas do processo de licenciamento.
 � Descrever a apresentação do RIMA em audiências públicas.
Introdução
O Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) reflete as conclusões do Estudo 
de Impacto Ambiental (EIA). Portanto, o RIMA deve ser apresentado de 
forma objetiva e adequada para a sua compreensão. As informações 
devem ser traduzidas em linguagem acessível, ilustradas por mapas, cartas, 
quadros, gráficos e demais técnicas de comunicação visual, de modo que 
a população possa entender as vantagens e desvantagens do projeto, 
bem como todas as consequências ambientais da sua implementação.
Neste capítulo, serão descritas as diferenças entre o Estudo de Impacto 
Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). Também será 
apresentado um roteiro dos principais pontos/etapas que um EIA/RIMA 
deve conter. Um desses pontos, que será tratado com maior ênfase nesse 
texto, são as Audiências Públicas.
Diferenças entre Estudo de Impacto Ambiental 
e Relatório de Impacto Ambiental
O EIA é um procedimento administrativo que visa realizar um estudo dos 
prováveis impactos que uma obra, um empreendimento ou uma atividade 
ocasionará no meio ambiente em todas as suas formas (natural, urbano e 
cultural), cuja aprovação fica a cargo da autoridade ambiental competente 
(STRUCHEL, 2016).
O RIMA, por sua vez, tem por finalidade tornar compreensível para o 
público o conteúdo do EIA, já que este é elaborado segundo critérios técnicos. 
Dessa forma, em respeito ao princípio da informação ambiental, o RIMA 
deve ser claro e acessível, retratando fielmente o conteúdo do estudo, de 
modo compreensível e menos técnico. O relatório de impacto ambiental e o 
seu correspondente estudo deverão ser encaminhados para o órgão ambiental 
competente para que se proceda a análise sobre o licenciamento ou não da 
atividade, segundo Fiorillo (2014).
É importante salientar que o EIA deve ser elaborado de forma minuciosa e técnica. 
No entanto, a equipe multidisciplinar envolvida no EIA deve transformar essas infor-
mações em uma abordagem mais simplificada e acessível para leitura do público em 
geral, ou seja, elaborar o RIMA. Portanto, a preparação do RIMA deve ser realizada da 
mesma forma que a do EIA, com os mesmos conteúdos e etapas, mas escrito com 
uma linguagem mais simples. Esse documento então, o EIA/RIMA, é protocolado para 
o requerimento da licença prévia (LP) durante o processo de licenciamento.
Para facilitar o entendimento a respeito das diferenças entre o EIA e o 
RIMA, veja o Quadro 1.
Aspectos EIA RIMA
Linguagem Mais técnica Mais acessível
Disponibilidade Apenas ao órgão 
ambiental
Público/sociedade 
Necessidade de apresentação 
em audiência pública
Não Sim
Quadro 1. Principais diferenças entre o EIA e o RIMA
Relatório de Impacto Ambiental70
No entanto, é importante que os profissionais da área ambiental saibam 
também a diferença entre EIA/RIMA e Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) 
e Relatório de Impacto de Vizinhança (RIV). O EIV se refere à construção 
de qualquer empreendimento imobiliário, principalmente em áreas urbanas, 
o qual possa causar impactos positivos ou negativos em todo o seu entorno. 
Para avaliá-los e corrigi-los, o EIV precisa ser realizado. As reformas em 
geral, como ampliações, também necessitam do estudo, cuja obrigatoriedade 
é determinada pela legislação de cada município.
O EIV tem função semelhante ao EIA. Contudo, enquanto o EIA compre-
ende a identificação e análise dos impactos no meio ambiente, o EIV analisa 
os impactos de determinada atividade no contexto urbano, relativos ao entorno 
da atividade pretendida, como impactos no sistema viário (trânsito) ou mesmo 
de valorização imobiliária. 
É importante salientar que o EIV não substitui a elaboração e aprovação do EIA, 
requerido nos termos da legislação ambiental. Da mesma forma, o EIA não supre 
o EIV. Segundo o art. 36 da Lei nº. 10.257, de 10 de julho de 2001, a lei municipal 
definirá os empreendimentos e atividades privadas ou públicas em área urbana 
que dependerão de elaboração de EIV para obter as licenças ou autorizações de 
construção, ampliação ou funcionamento a cargo do Poder Público municipal 
(BRASIL, 2001). O Quadro 2 apresenta as diferenças entre o EIA e o EIV.
Fonte: Adaptado de Struchel (2016).
EIA EIV
Ambiental Urbano
Requisito prévio para a concessão 
de licença ambiental
Requisito prévio para a concessão 
de licenças e autorizações 
municipais urbanísticas
Campo de análise amplo (meio físico, 
biológico e socioeconômico)
Campo de análise restrito
É exigido pelos órgãos do Sistema Nacional 
do Meio Ambiente (SISNAMA), como o 
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e 
dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), 
nos âmbitos federal, estadual e municipal
É exigido pelos órgãos municipais
Quadro 2. Impactos urbanos versus impactos no meio ambiente natural
71Relatório de Impacto Ambiental
Para distribuir as responsabilidades entre municípios, estados e a União, foi instituído 
o SISNAMA, um modelo descentralizado de gestão ambiental que cria uma rede 
articulada de organizações nos diferentes âmbitos da federação (BRASIL, 1981).
O RIV, por sua vez, pode ser parte do EIV ou ser complementar a ele. A 
sua principal função é registrar as características do local onde será realizada a 
construção e do seu entorno, abrangendo toda a área que pode ser influenciada 
pela futura atividade. Além disso, também contém os impactos proporcionados 
pela obra, independentemente da gravidade de cada um desses efeitos e do 
porte da construção ou reforma. 
O RIV é um demonstrativo no qual toda a área é analisada, como, por exem-
plo, a infraestrutura urbana e viária, paisagem e meio ambiente. O resultado 
produz o nível de harmonização entre o empreendimento e os seus arredores, 
tanto como complemento do local quanto por similaridade.
Ao longo do EIA/RIMA, podem ser encontrados alguns problemas, como:
 � análise e avaliação ambiental de forma pontual;
 � conhecimento localizado, ou seja, não há um conhecimento da situação 
regional ou até mesmo estadual que determinado empreendimento 
poderá ocasionar;
 � equipe multidisciplinar limitada;
 � ausência de análise de séries históricas (p.ex., enchentes);
 � ausência de parâmetros de controle ambiental;
 � ausência de formas específicas para elaboração do estudo (inexistência 
de metodologias para levantamentos específicos);
 � legislações ultrapassadas;
 � participação pública inadequada;
 � crescimento econômico a qualquer preço, deixando aspectos ambientais 
de lado.
Relatório de Impacto Ambiental72
Roteiro de elaboração e apresentação 
do Estudo de Impacto Ambiental/Relatório 
de Impacto Ambiental
O RIMA, o qual reflete as conclusões do EIA de forma objetiva e em linguagem 
adequada à sua compreensão, deve estar acessível ao público em locais apro-
priados, de forma a garantir o conhecimento do seu conteúdo pelos interessados, 
durante a análise técnica do pedido de licença ambiental (BRASIL, 2009). A fim 
de facilitar o entendimento e deixar o presente capítulo mais didático, o Quadro 3 
apresenta as principais fases do processo de licenciamento prévio e que envolvem 
a elaboração do EIA e do RIMA, e também da realização da audiência pública.
Fases do EIA/RIMA Procedimento1 Empreendedor 
realiza consulta ao 
órgão ambiental.
Identificar questões legais, 
socioeconômicas e políticas relacionadas 
com a implantação do projeto. 
2 Órgão ambiental emite 
instrução normativa.
Apontar, no termo de referência, todos os 
itens a serem seguidos para a elaboração 
do EIA/RIMA pela empresa consultora/
ou profissionais a serem contratados.
3 Empreendedor licita/
contrata a elaboração 
do EIA/RIMA.
Realizar a licitação por meio de 
convite direto, tomada de preços, 
carta-convite ou licitação, dependendo 
se a atividade for pública ou privada.
4 Empresas de consultoria 
ambiental apresentam as 
suas propostas técnicas 
em concorrência (em caso 
de o empreendimento 
ser público).
Analisar as empresas, que deverão 
possuir habilitação legal e 
apresentar as suas propostas no 
prazo determinado, respeitando e 
cumprindo as exigências definidas no 
respectivo edital de concorrência.
5 Empreendedor negocia 
a(s) proposta(s) e contrata a 
empresa vencedora, a qual 
apresentou o menor preço, 
mas possui capacidade 
de realizar o EIA/RIMA.
Examinar as propostas técnicas e 
orçamentos antes do estabelecimento/
negociação das cláusulas contratuais.
Quadro 3. Fases do EIA/RIMA no processo de licenciamento ambiental
(Continua)
73Relatório de Impacto Ambiental
Fases do EIA/RIMA Procedimento
6 Consultora elabora 
o EIA/RIMA.
A empresa vencedora deve cumprir todas 
exigências para a realização dos relatórios, 
destacando as necessidades de formar 
uma equipe multidisciplinar habilitada 
e administrativa. Deve-se obter dados 
e informações técnico-científicas e dar 
tratamento a esse material, obedecendo 
um cronograma de trabalho. Para 
isso, é necessário recursos materiais 
e financeiros para a apresentação 
do produto final, garantindo uma 
gestão/trabalho com qualidade.
7 Empreendedor deve 
fiscalizar os segmentos da 
realização dos estudos.
Acompanhar sistematicamente todas 
as atividades a serem realizadas na 
elaboração dos estudos/levantamentos.
8 Empreendedor submete 
os estudos/levantamentos 
ao órgão ambiental.
Os estudos serão analisados por 
uma equipe técnica especializada 
e qualificada, que poderá aprová-
los (parecer favorável), sugerir 
modificações/complementações ou 
reprová-los (parecer desfavorável).
9 Caso for aceito, o órgão 
ambiental coloca o EIA/
RIMA à disposição do 
público, marcando a 
audiência pública, e 
inicia-se a análise dos 
estudos elaborados.
A audiência será marcada em local, data 
e horário acessíveis para a participação 
pública, e divulgada em jornais de grande 
circulação e no Diário Oficial da União. O 
RIMA ficará à disposição da comunidade 
para análise e conhecimento por, no 
mínimo, 45 dias antes da audiência.
10 Empreendedor encomenda 
material para a audiência 
pública à consultoria.
As equipes técnicas e de comunicação 
visual preparam o material para a sua 
apresentação. São de responsabilidade 
do empreendedor todos os custos 
necessários à realização da audiência.
Quadro 3. Fases do EIA/RIMA no processo de licenciamento ambiental
(Continuação)
(Continua)
Relatório de Impacto Ambiental74
Embora o RIMA seja mais objetivo e sintético que o EIA e apresente uma 
linguagem corrente e acessível a leigos, sem prejuízo da sua qualidade técnica, 
deve seguir um roteiro, listado a seguir.
 � Descrição do projeto, localização, etapas de construção e operação, 
utilizando, sempre que necessário, mapas, gráficos e desenhos, e espe-
cificando matérias-primas e mão de obra, fontes de energia, processos e 
técnica operacionais, prováveis efluentes, emissões, resíduos de energia, 
empregos diretos e indiretos a serem gerados e outras técnicas.
 � Justificativas técnicas, econômicas, ambientais e de segurança, e compa-
tibilidade com as políticas setoriais, planos e programas governamentais.
 � Síntese (resumo) do diagnóstico ambiental da área de influência.
 � Descrição dos principais impactos ambientais (positivos e negativos), 
fases de ocorrência, medidas mitigadoras e sua eficiência, indicando 
impactos que não podem ser evitados e mitigados, medidas compen-
satórias, bem como os métodos, técnicas e critérios adotados para sua 
identificação, quantificação e interpretação.
Fonte: Adaptado de Brasil (2009).
Fases do EIA/RIMA Procedimento
11 Órgão ambiental realiza a 
referida audiência, na qual 
o empreendedor apresenta 
o empreendimento, e 
a consultora apresenta 
o EIA/RIMA para o 
público presente.
Podem ocorrer audiências prévias e/ou 
seminários em universidades, auditórios 
públicos, anteriormente à audiência 
propriamente dita. Expositores treinados 
defendem os seus pontos de vista e o 
conteúdo técnico de forma objetiva 
e coloquial no dia da audiência.
12 Órgão ambiental elabora 
a ata da audiência, finaliza 
a análise do EIA/RIMA e 
emite o parecer técnico.
A ata leva em consideração todas as 
questões analisadas e comentadas na 
audiência pública, das interferências 
técnicas do empreendedor, consultora 
e comunidade. Há um detalhamento 
de informações e/ou informações 
adicionais e justificativas técnicas, com 
possíveis exigências, e, finalmente, 
a emissão ou não a licença.
Quadro 3. Fases do EIA/RIMA no processo de licenciamento ambiental
(Continuação)
75Relatório de Impacto Ambiental
 � Caracterização sucinta da qualidade ambiental futura da área de influ-
ência, comparando as diferentes situações da adoção do projeto e suas 
alternativas, incluindo a hipótese de sua não realização.
 � Planos de monitoramento e acompanhamento dos impactos.
 � Apresentação da equipe técnica.
 � Recomendações quanto a alternativas mais favoráveis.
Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de 
Impacto Ambiental e audiências públicas
Como descrito anteriormente, o EIA é analisado pelo órgão ambiental e apre-
senta um linguajar mais técnico. O RIMA, por sua vez, deve ser disponibilizado 
para a comunidade com uma linguagem mais simples, e apresentado e discutido 
em audiência pública. O resultado dessas análises deverá subsidiar a decisão 
do órgão ambiental no deferimento ou não da LP para o empreendimento.
As normas ambientais que visam a atender aos princípios que norteiam o 
licenciamento ambiental possibilitam a participação da sociedade em decisões 
que envolvem o meio ambiente, considerando que este é um bem de uso comum. 
Machado (2012) destaca que um dos principais instrumentos de participação 
popular é a audiência pública.
A audiência pública tem por finalidade expor o projeto e os seus impactos ambientais 
aos interessados, recolhendo críticas e sugestões dos presentes. Essas informações 
servirão de subsídios para a análise e o parecer final dos Órgãos Estaduais de Meio 
Ambiente (OEMA) e/ou IBAMA sobre o empreendimento proposto, para efeito de 
licenciamento ambiental.
As audiências públicas foram regulamentadas pelas resoluções do Conselho 
Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº. 001, de 23 de janeiro de 1986 
(BRASIL, 1986), e nº. 09, de 03 de dezembro de 1987. O art. 1º da Resolução 
CONAMA nº. 009/1987 ressalta que a audiência pública tem por finalidade 
expor aos interessados o conteúdo do produto em análise e do seu referido 
RIMA, dirimindo dúvidas e recolhendo dos presentes as críticas e sugestões 
Relatório de Impacto Ambiental76
a respeito (BRASIL, 1987). Machado (2012) ressalta que a audiência pública 
é realizada com dois objetivos principais: 
1. informar o público sobre o projeto e os seus impactos, de modo que 
os interessados tenham oportunidade de expor suas dúvidas sobre o 
empreendimento e vê-las esclarecidas;
2. informar aos responsáveis pela decisão e ao proponente do projeto as 
expectativas e eventuais objeções do público.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, 2009), a audiência 
pública é promovida pelo OEMA ou IBAMA, ou, quando couber, pelo município, 
sempre que julgada necessária ou quando solicitada por entidade civil ou pelo 
Ministério Público ou por 50 (cinquenta) ou mais cidadãos. Deverá ser redigido 
um edital, que deverá ser fixado/disponibilizadoem espaços de grande circulação 
e visualização pela população. Esses locais podem ser jornais impressos (imprensa 
local), sites, distribuição de panfletos, entre outros, e a abertura do prazo de 
solicitação da audiência pública deverá ser, no mínimo, de 45 dias antes da sua 
ocorrência. Durante esse período, cópias do RIMA são colocadas à disposição 
do público no órgão ambiental, desde que respeitado o sigilo industrial.
A audiência pública é realizada com a participação, basicamente, dos 
grupos de atores a seguir. 
 � Órgão ambiental (OEMA ou IBAMA) ou, quando couber, o muni-
cípio: coordena a realização da audiência pública e registra as questões 
relevantes suscitadas para fins decisórios subsequentes. 
 � O empreendedor: organiza a sua realização, apresenta o empreen-
dimento, responde aos questionamentos referentes à implantação 
pretendida e arca com os custos correspondentes. Geralmente expõe, 
na audiência pública, a concepção original da ação proposta, desta-
cando os benefícios sociais do projeto e explicitando como a dimensão 
ambiental está incorporada na sua concepção. O empreendedor deve 
ressaltar as soluções técnicas empregadas para prevenir e/ou controlar 
os efeitos ambientais esperados, o montante dos recursos financeiros 
disponíveis e as tecnologias adotadas para a mitigação dos impactos.
 � A equipe multidisciplinar responsável pela elaboração do RIMA: 
apresenta suas conclusões, responde tecnicamente pelo seu conteúdo 
e atende aos questionamentos levantados sobre os estudos realizados. 
 � Órgão da administração pública: federal, estadual e municipal, que 
tem interesse no projeto proposto, participa da audiência pública para 
77Relatório de Impacto Ambiental
conhecimento e manifestação sobre conclusões do Estudo de Impacto 
Ambiental. Como exemplos, podem-se citar os órgãos responsáveis 
pelo fornecimento de infraestrutura, como água, luz, transporte, vias 
de acesso, entre outros.
 � Pessoas físicas: são indivíduos ou grupo de pessoas que, em geral, man-
têm relação direta ou que se consideram afetadas pelo empreendimento 
proposto. Participam da audiência pública para tomarem conhecimento e 
se manifestarem sobre as conclusões dos Estudos de Impacto Ambiental.
 � Empresas públicas e privadas: são empreendedores que já possuem 
projetos instalados e/ou em instalação na área de influência do projeto 
proposto. Participam como observadores e, também, para manifestarem 
opiniões sobre as conclusões do Estudo de Impacto Ambiental.
 � Entidades civis (ONGs): são representantes de segmentos da sociedade 
civil organizada que mantêm relação direta com o projeto proposto. 
Participam da audiência pública para tomar conhecimento e colocar 
seus questionamentos e aspirações.
 � Poder Legislativo: membros do Poder Legislativo participam da audi-
ência pública para tomar conhecimento e apresentar questionamentos de 
interesse para o conjunto da sociedade que representam. Os membros 
devem estabelecer compromissos de compatibilizar e incorporar na 
legislação as ações propostas nos estudos ambientais.
 � Comunidade científica: são pesquisadores e/ou centros de conhecimento 
que participam a convite de algum dos outros agentes, para opinarem 
sobre as conclusões do Estudo de Impacto Ambiental do projeto proposto.
 � Ministério Público: participa para cumprir suas funções institucionais 
estabelecidas na Constituição Federal, de 05 de outubro de 1988, da 
qual destaca-se o inciso III do art. 129: “promover o inquérito civil e 
a ação civil pública, para proteção do patrimônio público e social do 
meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos” (BRASIL, 
1988). A sua participação busca garantir a exequibilidade das medidas 
propostas pelo empreendedor e fiscalizar o Poder Executivo.
Existem regras e formas de organização das audiências públicas, as quais foram definidas 
pela Resolução CONAMA nº 009/1987.
Relatório de Impacto Ambiental78
A audiência pública é dirigida pelo representante do órgão ambiental 
que, após a exposição objetiva do projeto e do seu respectivo RIMA, abre a 
discussão com os interessados presentes. Ao final de cada audiência pública, 
é lavrada uma ata sucinta, na qual todos os documentos escritos e assinados 
durante a sessão são anexados. A ata da(s) audência(s) pública(s) e os seus 
anexos servem de base, com o RIMA, para a análise do órgão ambiental sobre 
o licenciamento ambiental do projeto.
1. Foi instituído no Brasil pela Política 
Nacional do Meio Ambiente 
(PNMA), Lei nº. 6.938/1981 e 
regulamentado pela CONAMA 
nº001/1986. Apresenta os impactos 
ambientais que determinada obra/
atividade poderá ocasionar, mas 
de forma mais simples, visando à 
compreensão do seu conteúdo 
pela sociedade. Essa definição se 
refere a qual das alternativas?
a) Estudo de Impacto Ambiental.
b) Relatório de Impacto 
de Vizinhança.
c) Plano de Recuperação 
de Área Degradada.
d) Relatório de Impacto Ambiental.
e) Estudo de Impacto 
de Vizinhança.
2. A audiência pública tem por 
finalidade expor aos interessados o 
projeto proposto e os seus impactos 
ambientais. Com relação à audiência 
pública, assinale a alternativa correta.
a) A população deve ser 
comunicada da audiência 
pública 24 horas antes da data 
prevista para a sua ocorrência.
b) A população não poderá se 
manifestar no dia da audiência 
pública, a não ser que tenha uma 
autorização do órgão ambiental.
c) Segundo a Resolução 
CONAMA nº. 009/1987, 
somente poderá haver uma 
única audiência pública.
d) A audiência pública deve 
ocorrer após a emissão da 
licença ambiental pelo órgão 
ambiental competente.
e) No caso de uma obra resultar 
em impactos ambientais 
em mais de um município, a 
audiência pública ocorrerá no 
município onde os impactos 
ambientais forem maiores.
3. O RIMA deve seguir alguns 
critérios, como:
a) descrever o projeto ou a 
atividade, mostrando a 
localização exata, bem como as 
etapas de construção e operação.
b) identificar o coordenador 
da equipe, responsável 
pela realização do 
diagnóstico ambiental.
c) evidenciar os impactos 
ambientais positivos que 
ocorrerão na área.
d) apresentar um diagnóstico 
79Relatório de Impacto Ambiental
ambiental detalhado, contendo, 
por exemplo, o nome científico 
de espécies da fauna e da flora.
e) caracterizar detalhadamente a 
qualidade ambiental da área.
4. Existem algumas diferenças 
entre o EIA e o RIMA. Qual das 
alternativas a seguir está correta?
a) O EIA apresenta um resumo dos 
impactos ambientais com uma 
linguagem menos técnica.
b) O EIA é entregue ao órgão 
ambiental visando à obtenção 
da LP; já o RIMA é encaminhado 
com o objetivo de alcançar a 
licença de operação (LO).
c) O RIMA deve ser feito da 
mesma forma que o EIA, com os 
mesmos conteúdos e etapas.
d) O EIA é disponibilizado 
para a população.
e) É fundamental que o EIA seja 
apresentado em audiência 
pública, para que a população 
fique sabendo de todos 
os impactos ambientais 
que poderão ocorrer.
5. Entre as alternativas a seguir, qual 
está correta em relação ao processo 
de licenciamento prévio e envolve 
a elaboração do EIA/RIMA e a 
realização da audiência pública?
a) A audiência pública ocorre 
antes da análise inicial do 
RIMA pelo órgão ambiental.
b) Após a audiência pública, 
uma ata é redigida pelo órgão 
ambiental, a qual vai compor 
o EIA/RIMA e servir de critério 
para o parecer técnico.
c) Após a entrega do RIMA, o 
empreendedor deve esperar 
o órgão ambiental organizar a 
audiência pública, sendo os custos 
arcados pelo próprio órgão.
d) A audiência pública sempre 
é organizada pelo órgão 
ambiental municipal antes 
de ser emitida a LP.
e) Caso o empreendimento/
obra seja de domínio público, 
deve-se primeiramente contratar 
uma equipe técnica, e, então, 
emitir instrução normativa.
Relatório de Impacto Ambiental80
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Caderno de licenciamento ambiental. Brasília: 
MMA, 2009. 
BRASIL. Lei nº. 10.257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constitui-ção Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. 
2001. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10257.
htm>. Acesso em: 27 nov. 2017.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: 
Senado Federal, 1988. 
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução n.º 009, de 03 de dezembro de 
1987. Dispõe sobre a realização de Audiências Públicas no processo de licenciamento 
ambiental. 1987. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res87/
res0987.html>. Acesso em: 27 nov. 2017.
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 001, de 23 de janeiro de 
1986. Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a avaliação de impacto 
ambiental. 1986. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res86/
res0186.html>. Acesso em: 27 nov. 2017.
BRASIL. Lei nº. 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio 
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providên-
cias. 1981. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm>. 
Acesso em: 27 nov. 2017.
FIORILLO, C. A. P. Curso de Direito Ambiental. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
MACHADO, A. Q. Licenciamento ambiental: atuação preventiva do Estado à luz da Cons-
tituição da República Federativa do Brasil. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2012. 
STRUCHEL, A. C. O. Licenciamento ambiental municipal. São Paulo: Oficina de Textos, 
2016. 
81Relatório de Impacto Ambiental
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