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Indaial – 2020 História da arte, design e indumentária Profª. Edna Regina Steinhauser Profª. Mariana Girardi Barbosa Silva 1a Edição Copyright © UNIASSELVI 2020 Elaboração: Profª. Edna Regina Steinhauser Profª. Mariana Girardi Barbosa Silva Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: T693s Steinhauser, Edna Regina História da arte, do design e da indumentária. / Edna Regina Steinhauser; Mariana Girardi Barbosa Silva. – Indaial: UNIASSELVI, 2020. 276 p.; il. ISBN 978-65-5663-296-4 ISBN Digital 978-65-5663-298-8 1. História da arte. - Brasil. 2. História do design. – Brasil. 3. Indumentária. – Brasil. I. Silva, Mariana Girardi Barbosa. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci. CDD 900 apresentação A disciplina de História da Arte, Design e Indumentária objetiva trazer reflexões sobre a composição teórica da Arte, do Design e da Indumentária ao longo da história, trabalhando a consonância entre elas. A disciplina também propõe uma discussão histórica acerca das dinâmicas sociais, territoriais e culturais que permeiam estas disciplinas. De posse de algumas informações, este livro propõe um levantamento de dados históricos que visam introduzir o aluno ao estudo da Arte, do Design e da Indumentária, bem como ambientá-lo para entender a proximidade dos temas. Ademais, o livro está estruturado em três unidades, que pretendem discutir os temas apresentados. A Unidade 1 trata da História da Arte, na qual, por meio de informações variadas sobre uma linha do tempo histórica, apresenta informações gerais sobre a arte, a estética, os artistas e as suas obras. Os estilos, as cores e as texturas utilizadas mesclam-se às obras arquitetônicas e as mais variadas obras de arte criadas ao longo da história. A unidade está organizada a partir de seis tópicos, sendo que o primeiro tópico pretende abordar a arte na Idade Antiga. Com a leitura dele, esperamos que você compreenda em que circunstâncias a arte teve início e como ela se desenvolveu em meio a tantas mudanças na sociedade. O segundo tópico objetiva estudar a Arte na Idade Média e seus movimentos sociais que contribuíram com uma arte voltada para a religiosidade. O terceiro tópico que abrange a Idade Moderna, compreendendo o período do Século XV ao Século XVIII. Muitos foram os acontecimentos que marcaram esta época, como o nascimento da imprensa, as viagens para as américas, a Revolução Francesa e a Industrial e, com isso, a arte também se manifesta e evolui. O quarto, quinto e sexto tópico trazem aspectos da Idade Contemporânea, da Arte do século XX, bem como da arte Pós-moderna, buscando compreender elementos das obras realizadas por artistas contemporâneos e que buscam maneiras e materiais diferenciados para executar suas obras. Esperamos que, com todas essas informações, seja possível compreender um pouco mais sobre como a sociedade e as questões culturais influenciam no desenvolvimento das artes, bem como a arte influencia os setores diversos da sociedade. A Unidade 2 apresenta uma introdução à História do Design, a fim de promover ao acadêmico conhecimentos das origens, desenvolvimento e disseminação dos conceitos que determinaram o surgimento do Design no mundo moderno e contemporâneo, identificando as diferentes áreas de abrangência e atuação profissional, bem como sua influência na moda, na arte, na comunicação e na sociedade atual. Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi- dades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra- mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida- de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun- to em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA A Unidade 3 introduzirá você, acadêmico, no universo da indumentária da sociedade ocidental, através da diversidade cultural e dos sujeitos no espaço social, utilizando-se das formas, texturas, cores, padrões, estruturas de divisão de classes, de poder e hierarquia, de conceitos utilitários, de beleza e apropriação artístico-culturais, trazendo, ainda, os grandes criadores e peças icônicas. Profª. Edna Regina Steinhauser Profª. Mariana Girardi Barbosa Silva Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen- tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! LEMBRETE sumário UNIDADE 1 —HISTÓRIA DA ARTE ................................................................................................ 1 TÓPICO 1 — ARTE NA IDADE ANTIGA ........................................................................................ 3 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3 2 ARTE RUPESTRE ................................................................................................................................ 3 3 ARTE EGÍPCIA .................................................................................................................................... 5 4 ARTE GRECO-ROMANA .................................................................................................................. 9 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 14 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 15 TÓPICO 2 — ARTE NA IDADE MÉDIA ......................................................................................... 17 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 17 2 ARTE BIZANTINA ............................................................................................................................ 17 3 ARTE ROMÂNICA ........................................................................................................................... 18 4 ARTE GÓTICA ................................................................................................................................... 22 RESUMO DO TÓPICO 2.....................................................................................................................25 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 26 TÓPICO 3 — ARTE NA IDADE MODERNA ................................................................................. 27 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 27 2 ARTE RENASCENTISTA ................................................................................................................. 27 3 ARTE BARROCA ............................................................................................................................... 32 4 ARTE ROCOCÓ ................................................................................................................................. 33 RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 35 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 36 TÓPICO 4 — ARTE NA IDADE CONTEMPORÂNEA ................................................................ 37 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 37 2 ARTE NEOCLÁSSICA ...................................................................................................................... 37 3 ARTE ROMÂNTICA ......................................................................................................................... 40 4 ARTE NO REALISMO ...................................................................................................................... 41 5 ARTE IMPRESSIONISTA ................................................................................................................ 43 6 ARTE PÓS-IMPRESSIONISTA ...................................................................................................... 43 7 ARTE NATURALISTA ...................................................................................................................... 44 RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 45 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 46 TÓPICO 5 — ARTE NO SÉCULO XX ............................................................................................... 47 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 47 2 SEMANA DE ARTE MODERNA ................................................................................................... 47 3 EXPRESSIONISMO .......................................................................................................................... 48 4 FAUVISMO ......................................................................................................................................... 49 5 CUBISMO ............................................................................................................................................ 50 6 ABSTRACIONISMO ........................................................................................................................ 52 7 CONSTRUTIVISMO ....................................................................................................................... 53 8 SUPREMATISMO ............................................................................................................................. 54 9 DADAÍSMO ...................................................................................................................................... 54 10 SURREALISMO ............................................................................................................................... 55 RESUMO DO TÓPICO 5..................................................................................................................... 57 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 58 TÓPICO 6 — ARTE CONTEMPORÂNEA OU PÓS-MODERNA .............................................. 61 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 61 2 POP ART .............................................................................................................................................. 61 3 OP ART ................................................................................................................................................ 62 4 MINIMALISMO ................................................................................................................................ 63 5 TACHISMO ........................................................................................................................................ 63 6 ARTE CONCEITUAL ........................................................................................................................ 64 7 FOTORREALISMO E INTERNET ART ........................................................................................ 66 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 69 RESUMO DO TÓPICO 6..................................................................................................................... 73 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 75 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 77 UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN ....................................................................................... 79 TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO AO DESIGN ................................................................................... 81 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 81 2 CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE DESIGN ................................................................................. 81 3 ÁREAS DE ABRANGÊNCIA DO DESIGN ................................................................................. 86 4 ARTESANATO, DESENHO INDUSTRIAL E O CONCEITO DE STANDARD .................. 88 5 FUNÇÕES DOS PRODUTOS INDUSTRIAIS: PRÁTICA, ESTÉTICA E SIMBÓLICA ..... 91 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 93 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 95 TÓPICO 2 — INDUSTRIALIZAÇÃO NOS SÉCULOS XVIII, XIX E XX .................................. 97 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 97 2 PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL .................................................................................... 97 3 SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL ................................................................................. 104 4 TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL .................................................................................. 111 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 114 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 115 TÓPICO 3 — MOVIMENTOS ESTÉTICOS E ESCOLAS DE DESIGN ..................................117 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 117 2 GOTHIC REVIVAL ........................................................................................................................ 117 3 ARTS AND CRAFTS (1850-1914) .................................................................................................. 118 4 ESTETICISMO – MOVIMENTO ESTÉTICO (1870-1900) ....................................................... 122 5 ART NOUVEAU E JUGENDSTIL (1890-1910) ........................................................................... 124 6 DEUTSCHER WERKBUND (1907-1935) ..................................................................................... 132 7 DE STIJL, NEOPLASTICISMO, ABSTRACIONISMO (1917-1931) ...................................... 134 8 CONSTRUTIVISMO RUSSO (1930-1950) .................................................................................. 136 9 BAUHAUS (1919-1933) .................................................................................................................... 137 9.1 FASE DA FUNDAÇÃO (1919-1923) ......................................................................................... 139 9.2 FASE DA CONSOLIDAÇÃO (1923-1928) ............................................................................... 141 9.3 FASE DA DESINTEGRAÇÃO (1928-1933) ............................................................................. 143 10 ORGANIC DESIGN (1930-1960) ................................................................................................. 144 11 STREAMILINING (1930-1950) .................................................................................................... 147 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 150 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 152 TÓPICO 4 — O DESIGN NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX ................................... 155 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 155 2 ESCOLA DE ULM – HOCHSCHULE FÜR GESTALTUNG (1952-1968)............................... 156 3 ANTIDESIGN, DESIGN RADICAL, DESIGN CONCEITUAL E CONTRADESIGN .......................................................................................................................... 160 4 HIGT-TECH ...................................................................................................................................... 162 5 MEMPHIS ......................................................................................................................................... 163 6 KITSCH .............................................................................................................................................. 164 7 DESIGN NO BRASIL ..................................................................................................................... 165 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 169 RESUMO DO TÓPICO 4................................................................................................................... 174 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 175 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 177 UNIDADE 3 — HISTÓRIA DA INDUMENTÁRIA .................................................................... 181 TÓPICO 1 — A INDUMENTÁRIA NA IDADE ANTIGA ......................................................... 183 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 183 2 PRÉ-HISTÓRIA – ASPECTOS GERAIS E INDUMENTÁRIA .............................................. 183 3 EGITO – ASPECTOS GERAIS E INDUMENTÁRIA ............................................................... 185 4 MESOPOTÂMIA – ASPECTOS GERAIS E INDUMENTÁRIA ............................................ 187 5 GRÉCIA – ASPECTOS GERAIS E INDUMENTÁRIA ............................................................ 189 6 ROMA – ASPECTOS GERAIS E INDUMENTÁRIA ............................................................... 191 RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 194 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 195 TÓPICO 2 — INDUMENTÁRIA NA IDADE MÉDIA ............................................................... 197 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 197 2 BIZÂNCIO – ASPECTOS GERAIS E INDUMENTÁRIA ....................................................... 198 3 PERÍODO GÓTICO – ASPECTOS GERAIS E INDUMENTÁRIA ...................................... 199 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 202 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 203 TÓPICO 3 — INDUMENTÁRIA NA IDADE MODERNA ....................................................... 205 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 205 2 RENASCIMENTO – ASPECTOS GERAIS E INDUMENTÁRIA .......................................... 205 3 BARROCO – ASPECTOS GERAIS E INDUMENTÁRIA ....................................................... 209 4 ROCOCÓ – ASPECTOS GERAIS E INDUMENTÁRIA .......................................................... 211 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 214 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 216 TÓPICO 4 — INDUMENTÁRIA NA IDADE CONTEMPORÂNEA: SÉCULO XIX ................ 219 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 219 2 DANDISMO E IMPÉRIO – ASPECTOS GERAIS E INDUMENTÁRIA ............................. 220 3 ROMANTISMO E VITORIANO – ASPECTOS GERAIS E INDUMENTÁRIA ..................... 222 4 BELLE ÉPOQUE .............................................................................................................................. 230 RESUMO DO TÓPICO 4................................................................................................................... 233 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 234 TÓPICO 5 — INDUMENTÁRIA NO SÉCULO XX E XXI .......................................................... 237 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 237 2 DÉCADA DE 1910 ............................................................................................................................ 237 3 DÉCADA DE 1920 ............................................................................................................................ 239 4 DÉCADA DE 1930 ............................................................................................................................ 243 5 DÉCADA DE 1940 ............................................................................................................................247 6 DÉCADA DE 1950 ............................................................................................................................ 252 7 DÉCADA DE 1960 ............................................................................................................................ 257 8 DÉCADA DE 1990 ............................................................................................................................ 260 9 A MODA NO SÉCULO XXI ........................................................................................................... 262 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 265 RESUMO DO TÓPICO 5................................................................................................................... 271 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 273 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 275 1 UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • entender os sentidos crítico, estético, histórico, técnico e cultural das manifestações artísticas e as premissas fundantes da criação; • compreender a moda como arte e objeto estético; • relacionar questões históricas e filosóficas da História da Arte e da Estética, interagindo com moda e suas dinâmicas específicas; • compreender as mudanças ocorridas na Arte e na Estética desde a sociedade greco-romana até o período neoclássico; • entender as mudanças ocorridas a partir do Realismo, Impressionismo e Pós-impressionismo na História da Arte e Estética; • compreender os processos das vanguardas históricas na História da Arte e Estética; • conhecer aspectos específicos sobre a arte contemporânea e sua ligação com a Moda. Esta unidade está dividida em seis tópicos. No decorrer da unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – ARTE NA IDADE ANTIGA TÓPICO 2 – ARTE NA IDADE MÉDIA TÓPICO 3 – ARTE NA IDADE MODERNA TÓPICO 4 – ARTE NA IDADE CONTEMPORÂNEA TÓPICO 5 – ARTE NO SÉCULO XX TÓPICO 6 – ARTE CONTEMPORÂNEA OU PÓS-MODERNA Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 3 TÓPICO 1 — UNIDADE 1 ARTE NA IDADE ANTIGA 1 INTRODUÇÃO A arte na antiguidade tem como base todas as manifestações artísticas e culturais desenvolvidas pelas antigas civilizações. Ela estende-se desde os grupos primitivos até a queda do Império Romano, em 478 d.C. As manifestações deste período são bastante diversificadas e demonstram que a arte está intimamente ligada às questões sociais e religiosas de cada época. É neste período que surgem discussões acerca dos conceitos teóricos e de estudo sobre as artes. A arte e a moda evoluem ao longo das civilizações de forma constante e migrando por caminhos distintos, mas que um dia se tornariam próximas. Povos foram caracterizando-se, formando-se e, com isso, tanto a arte quanto a moda foram se aprimorando. Segundo Treptow (2013, p. 20), “até o final da Idade Média, podemos constatar que existia indumentária, roupa, mas não moda”. Arte e moda se complementariam ao longo dos anos, sendo que a moda sempre necessita de inspiração e de elementos visuais diversos, e a arte consegue proporcionar isso com excelência. Segundo Buckley e McAssey (2013, p. 61), “elementos como composição, tema, cor e textura dessas pinturas, gravuras, esculturas e desenhos são fontes de inspiração”. Sendo assim, a arte e a moda se cruzarão diversas vezes ao longo de todos os tópicos abordados. 2 ARTE RUPESTRE O estudo do desenvolvimento das expressões artísticas e culturais e a organização das formas, estilos e conceitos, por meio de obras de arte, constituem a disciplina de História da Arte. Compreender a história da arte da Idade Antiga é reviver uma nova forma de linguagem entre os povos por meio de sinais, desenhos e cores diversas. As mais variadas técnicas, a confecção de materiais tendo como base a natureza são elementos que devemos considerar nessa fase da história da arte. Nas sociedades ágrafas, podemos citar a arte rupestre como principal realização cultural da época. A arte rupestre é considerada a forma de arte mais antiga do ser humano. A mais antiga já conhecida e registrada é datada do Período Paleolítico (aproximadamente 40.000 a.C.), sendo encontradas, em sua maioria, em paredes e tetos de cavernas, bem como em ambientes ao ar livre, realizadas por povos primitivos que habitavam várias regiões do mundo. A palavra rupestre, vem do Francês rupestre, que significa traçar, desenhar ou pintar sobre superfície rochosa. UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE 4 O continente africano é o local mais expressivo em termos de quantidade de sítios arqueológicos com pinturas rupestres. Já foram catalogados mais de 100 mil sítios encontrados. FIGURA 1 – PINTURA RUPESTRE EM SERRA DA CAPIVARA FONTE: <https://cutt.ly/pgAn80l>. Acesso em: 6 out. 2020. Para que consideremos os povos primitivos, é necessária a sua relação com o modo primitivo de procura por alimentação. A caça e a colheita de vegetais representam a forma mais simples e inicial de produção. São os povos primitivos que demonstram as mais antigas formas de arte. Segundo Gombrich (1999, p. 15): Chamamos a esses povos "primitivos" não porque sejam mais simples do que nós – os seus processos de pensamento são, com frequência, mais complicados do que os nossos – mas por estarem mais próximos do estado donde, em dado momento, emergiu toda a humanidade. Entre esses primitivos não há diferença entre edificar e fazer imagens, no que se refere à utilidade. Suas cabanas existem para abrigá-los da chuva, sol e vento, e para os espíritos que geram tais eventos; as imagens são feitas para protegê-los contra outros poderes que, para eles, são tão reais quanto as forças da natureza. Pinturas e estátuas, por outras palavras, são usadas para realizar trabalhos de magia. As imagens representadas nas pinturas nas cavernas tinham conotação de imagens do dia a dia, representação de animais, seres humanos, armamentos, objetos celestes e representações de cenas de caçadas. Sendo que é fundamental compreender que as manifestações sobrenaturais, por muitas vezes, eram utilizadas para entender e representar o mundo real daqueles que viviam nesta época. Estudiosos do tema apontam que a representação das caçadas tinha também uma dimensão que transcendia a representação, já que possivelmente as pessoas da época, ao pintar um animal na parede, estavam colocando naquele espaço os próprios animais. Ao atacar os animais nas cenas de caçadas, as pessoas enfraqueceriam os animais antes da prática real de busca de alimentos, situação que os favoreceria posteriormente (PINTO, c2020, s.p.). Por conta da simplicidade que viviam, como também pelas condições sociais proporcionadas para a época, os traços eram geralmente realizados com o auxílio dos dedos, bem como de objetos pontiagudos. Além disso, as tintas das mais diversas cores eram extraídas de materiais da natureza. TÓPICO 1 — ARTE NA IDADE ANTIGA 5 [...] as cores, obtidas do carvão (preta), do óxido de ferro (vermelha e amarela) e, às vezes, com cera de abelha. Substâncias líquidas: água, clara de ovo, sangue etc., são empregadas nas pinturas. As diferentes técnicas e cores (muitas vezes superpostas) são atribuídos sentidos variados. No sul da Califórnia, por exemplo, o vermelho é considerado apropriado às cerimônias femininas (ENCICLOPÉDIA ITAÚ CULTURAL DE ARTE E CULTURA BRASILEIRAS, 2017, s.p.). FIGURA 2 – PINTURA RUPESTRE EM CAVERNA NA INDONÉSIA FONTE: <https://cutt.ly/SgAmkGE>. Acesso em: 6 out. 2020.Portanto, a arte rupestre parte dos princípios da natureza, bem como do modo de viver e hábitos dos povos primitivos, trazendo, ainda hoje, muitas indagações aos especialistas da História da Arte, dividindo opiniões sobre as questões estéticas referentes a esta arte. 3 ARTE EGÍPCIA Para explicar a arte egípcia, alguns pontos devem ser considerados, além de trazer seus elementos principais: a arte egípcia tem grande obsessão pela imortalidade, ou seja, os desenhos criados ao longo dos anos pelos egípcios tinham a intenção de capturar momentos e deixar registrado tudo o que se fazia em vida, para que na morte pudessem se lembrar de tudo o que haviam feito. Além disso, cenas dos rituais referentes à morte dos egípcios também eram descritas por grandiosos e detalhados desenhos. UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE 6 FIGURA 3 – ARTE EGÍPCIA FONTE: <https://artout.com.br/wp-content/uploads/2018/12/Arte-Eg%C3%ADpcia-1.jpg>. Acesso em: 6 out. 2020. Pode-se destacar que a Arte Egípcia não sofreu mudanças por três mil anos, consequentemente os mesmos elementos, cores, formas e técnicas foram usados durante todos os períodos em que os povos egípcios viveram na antiguidade. Com as enormes construções criadas para os egípcios mais importantes, a arte e a arquitetura traziam a garantia de uma vida após a morte confortável. A arquitetura colossal e todas as obras de arte realizadas na época foram criadas para cercar e proteger o espírito dos faraós. Artistas eram contratados pelos faraós para pintarem seus túmulos com temáticas pré-estabelecidas e baseadas na vida de cada faraó. Como a arte era padronizada, não dava espaço para a criatividade dos artistas. “A dimensão das pessoas e objetos não caracterizava uma relação de proporção e distância, mas sim os níveis hierárquicos daquela sociedade. Assim, o faraó era sempre o maior dentre as figuras representadas numa pintura” (AIDAR, c2020, s.p.). Com essas informações já podemos perceber que a Arte Egípcia está intimamente conectada com as questões do espiritual e do sobrenatural. TÓPICO 1 — ARTE NA IDADE ANTIGA 7 A falta de tridimensionalidade é um aspecto que marca a Arte Egípcia. Na pintura egípcia imperava a Lei da Frontalidade, cuja regra estabelecia que o tronco das pessoas deveria ser representado de frente, enquanto a cabeça, pernas e pés estariam de perfil. Os hieróglifos eram presentes na grande maioria das pinturas. Os desenhos em sua grande maioria não se baseavam no tamanho real dos seres representados, e sim em questões hierárquicas, em que os faraós – as figuras mais imponentes da época – eram retratados maiores do que quaisquer outros elementos da cena. FIGURA 4 – ARTE EGÍPCIA: CENA SARCÓFAGO FONTE: <https://artout.com.br/wp-content/uploads/2018/12/Arte-Eg%C3%ADpcia-3.jpg>. Acesso em: 6 out. 2020. Cores e tintas na Arte do Egito Antigo As tintas utilizadas nas pinturas do Egito Antigo eram extraídas da natureza: Preto (kem): associado à noite e à morte, a cor preta era obtida do carvão de madeira ou de pirolusite (óxido de manganésio do deserto do Sinai). Branco (hedj): extraído da cal ou gesso, o branco simbolizava a pureza e a verdade. Vermelho (decher): representava a energia, o poder e a sexualidade, e era encontrado em substâncias ocres. Amarelo (ketj): estava associado à eternidade e era extraído do óxido de ferro hidratado (limonite). Verde (uadj): simbolizava a regeneração e a vida, e era obtido da malaquite do Sinai. Azul (khesebedj): extraído do carbonato de cobre; o azul estava associado ao rio Nilo e ao céu. FONTE: <https://www.todamateria.com.br/arte-egipcia/#:~:text=Pintura%20Eg%C3%ADpcia, parte%20da%20hist%C3%B3ria%20do%20Egito>. Acesso em: 6 out. 2020. INTERESSA NTE UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE 8 O uso de sombras e a ausência de relevo nas pinturas era recorrente e as cores usadas eram sempre as convencionais. Já nas esculturas, podemos destacar a produção de obras que retratassem única e exclusivamente os deuses e faraós, trazendo elementos decorativos e artísticos para a arquitetura. Todas elas eram produzidas na perspectiva frontal e não possuíam nenhuma expressão facial. Em Curitiba, no Paraná, existe um museu egípcio O Museu Egípcio e Rosacruz foi inaugurado em 17 de outubro de 1990, durante a XIV Convenção Nacional Rosacruz. Ele possui um rico acervo de peças que contam a história dos faraós, da religião egípcia e do cotidiano daquela civilização, constituindo um excelente espaço de divulgação da antiga história egípcia. É um espaço aberto a todos aqueles que desejam conhecer o Antigo Egito, pois em suas exposições procura demonstrar como viviam e em que acreditavam os antigos habitantes da terra dos faraós. Seu acervo é formado por réplicas idênticas às originais, as quais estão expostas em diversos museus do mundo. Esses objetos foram elaborados pelos artistas plásticos Eduardo D’Ávila Vilela, Moacir Elias Santos, Luiz César Vieira Branco, Tathy Zimmermann, Christopher Zoellner e Aylton Tomás. O Museu Egípcio possui cerca de 700 peças relacionadas ao Antigo Egito. Entre as peças mais importantes, podemos citar as duas múmias autênticas do acervo: Tothmea, que possivelmente foi uma cantora ou musicista de um templo egípcio dedicado à deusa Ísis; e também a múmia de uma menina de cerca de dois anos apelidada de Wanra. Esta é uma múmia andina e, diferentemente de Tothmea, seu corpo foi preservado naturalmente através das características do ambiente onde foi enterrada. FONTE: <http://museuegipcioerosacruz.org.br/>. Acesso em: 6 out. 2020. INTERESSA NTE Os adornos e joias usados por homens e mulheres egípcias traziam toda a perspectiva artística da escultura. Colares, brincos, braceletes e tornozeleiras eram cuidadosamente esculpidos em pedras preciosas e, segundo os historiadores, serviam não apenas como adornos, mas também como itens de proteção espiritual. TÓPICO 1 — ARTE NA IDADE ANTIGA 9 FIGURA 5 – COLAR DE NEFERUPTAH –12ª DINASTIA, REINADO DE AMENEMHET III (1844-1797 a.C.) FONTE: <http://4.bp.blogspot.com/_wK7VRzurvm0/SqZthaT-idI/AAAAAAAAIio/b3XGbFAGg3Y/ s320/colar2.jpg>. Acesso em 10 out. 2020. O maior destaque da arte egípcia, devido à complexidade; ao aspecto monumental das obras e de sua suntuosidade, foi a arquitetura. As obras realizadas tinham como objetivo expressar o poder dos faraós e garantir durabilidade e segurança para as tumbas, que, como já foi citado, eram de fundamental importância para um povo que acreditava na imortalidade da alma e na vida após a morte. As construções, cada um com suas funções e público específico, levavam com elas elementos culturais e religiosos das pessoas que as ocupavam. As Pirâmides eram os túmulos reais destinado ao faraó, a Mastaba era o túmulo destinado para a nobreza e o Hipogeu era o túmulo destinado ao povo. E, assim, a arte e a cultura vão se misturando aos aspectos sociais. 4 ARTE GRECO-ROMANA É comum ouvirmos falar em arte greco-romana e, isso se dá ao fato de a arte grega ter influenciado a arte romana. Quando a Grécia foi dominada, os Romanos ficaram impressionados com toda a suntuosidade que a arte grega transmitia. Todavia, a arte grega também teve influências romanas. Isso se prova com o uso dos arcos em vez das colunas na construção de templos e palácios. Questões referentes à história, à filosofia praticada por esta civilização e aos conceitos estéticos são representados pela arte grega. O povo grego foi quem mais deu visibilidade as manifestações culturais e os que tinham maior liberdade de se expressar sem depender da ordem de reis e sacerdotes. Isso se dava pelo fato de que o povo grego acreditava que o ser humano era a criação mais incrível que o universo poderia ter algum dia realizado. A arte grega teve períodos artísticos bem marcados como, o Clássico e o Helenístico, cada um com suas características e personagens, influenciando na criação de diversas obras de arte. UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE 10 O Período Clássico (século V a.C. e IV a.C.)foi marcado pelo surgimento de sociedades mais democráticas e de conceitos como sociedade privada. Na arte e na cultura ocorre o apogeu das grandes construções, da pintura e da escultura em cerâmica. Na filosofia, descarta-se a visão de mito para utilizar-se da razão no intuito de explicar determinados assuntos. No Período Helenístico (século IV a.C. ao I a.C.) a civilização grega passa a ser fortalecida e se torna mais uma vez uma referência na região. Com essa expansão, a cultura grega passa a ser conhecida e difundida, realizando uma fusão das culturas. Neste período, ocorre uma mudança nas concepções artísticas, principalmente as que se referenciam à figura humana, trazendo mais movimento e sensibilidade às obras. Aqui se constrói a habilidade da civilização grega em representar as figuras humanas. Em todas as obras de arte realizadas na época, os gregos buscavam representar, por meio das pinturas, as cenas do cotidiano, assuntos sobre mitologia e esportes, bem como acontecimentos históricos. Outro ponto importante da arte grega foi a arquitetura, que teve grande destaque na época, por conta de sua grandiosidade e riqueza de detalhes, desde as características construtivas até os pequenos detalhes inscrustrados em enormes pilares que sustentavam as construções. Muitas destas obras de arte da arquitetura grega ainda podem ser conhecidos e vistos em locais históricos e turísticos da Grécia. As esculturas também foram elementos de grande relevância na arte grega. Os escultores entalhavam lindas peças em pedras com muita delicadeza. O ideal realista era primordial, visto que os escultores desejavam chegar o mais perto do realismo possível. Um exemplo de escultura feita em mármore, sendo esta a obra expoente da arte grega, é a Vênus de Milo. FIGURA 6 – VÊNUS DE MILO FONTE: <https://cutt.ly/ZgAWn6Q>. Acesso em: 6 out. 2020. TÓPICO 1 — ARTE NA IDADE ANTIGA 11 A arte grega, diferente da arte egípcia, era voltada para o proveito da vida terrena, da vida presente. Como os gregos ainda não tinham conhecimento científico de suas origens, da história da humanidade, eles utilizavam a criatividade para demonstrar por meio da arte seus crédulos mitológicos e explicações sobre os mais diversos assuntos da vida cotidiana. Contemplando a natureza, o artista se empolga pela vida e tenta, através da arte, exprimir suas manifestações. Na sua constante busca da perfeição, o artista grego cria uma arte de elaboração intelectual em que predominam o ritmo, o equilíbrio e a harmonia ideal. Tudo isso provoca consequências fundamentais na história da arte, que determinam a sobrevivência de muitos conceitos e formas desde então até hoje (IMBROISI; MARTINS, c2020a). Nas pinturas e os primeiros vestígios se encontram em vasos de cerâmica pintados com motivos geométricos, sendo que dos períodos clássico e arcaico não se encontram mais referências destas obras. Para estudá-las, faz-se necessário consultar fontes indiretas, de outros povos, que adquiriram este tipo de obra de arte, como os atenienses e os coríntios. Espalharam-se esses vasos pelo antigo mundo, em parte pela sua utilidade, como recipientes de vinho, azeite, mel e perfumes, assim como por sua beleza decorativa. As decorações dos vasos, reproduziam ou inspiravam-se nas obras de pintores famosos (FILHO, 1989, p. 75). Os vasos, portanto, além de serem obras de arte da época, eram também utilitários e importantes itens para a predominância da história do povo grego. FIGURA 7 – CRATERA PARA MISTURAR VINHO E ÁGUA FONTE: <https://cutt.ly/jgAW40v>. Acesso em: 25 jul. 2020. A arquitetura é outro ponto importante para ser comentado dentro do tema arte grega. Os templos – ou casa dos deuses, como eram chamados – foram os principais tipos de edifícios da época, mesmo que as cidades tivesses suas necessidades específicas de casas, muralhas, praças e ruas. UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE 12 FIGURA 8 – COLUNAS GREGAS FONTE: <https://cutt.ly/dgAEdJt>. Acesso em: 25 jul. 2020. Um dos itens primordiais da arquitetura dos templos gregos é a simetria perfeita entre o pórtico de entrada e o pórtico dos fundos. Era construído sob uma base de três degraus, sendo sustentado por colunas. Essas colunas, portanto, eram construídas a partidas características de cada ordem arquitetônica grega: dórica, jônica ou coríntia. O Teatro Grego também foi outra manifestação cultural de suma importância na Grécia, e não é por menos que o significado do termo “Teatro” é “local onde se vê”; “local para olhar”. Teve seu início em Atenas, por volta de 550 a.C., e o deus Dionísio foi uma das suas principais inspirações. Sendo que no início era considerado uma celebração mitológica relacionado à festas, fertilidade e vinho. Com o passar do tempo e com uma organização dos grupos, essas celebrações passaram a ter enredo, atores, plateia e as devidas encenações, chegando ao formato de teatro que conhecemos hoje. Figurinos variados, elementos teatrais, cenários, danças e mímicas eram encontrados com facilidade nos teatros da época. Era considerado um grande acontecimento e tomou conta da vida social dos gregos. TÓPICO 1 — ARTE NA IDADE ANTIGA 13 FIGURA 9 – MÁSCARAS GREGAS FONTE: <https://i.pinimg.com/564x/2e/f6/a2/2ef6a2dba6b0df3f731ce449522efc39.jpg>. Acesso em: 25 jul. 2020. Mulheres não podiam participar das apresentações teatrais, pois elas não eram consideradas cidadãs. Portanto, as máscaras gregas tinham o papel de auxiliar na representação de personagens tanto masculinos quanto femininos. Podemos citar dois gêneros do teatro grego: a tragédia e a comédia. Na tragédia, encontramos peças baseadas nas histórias trágicas e mitológicas, como o medo, a morte, o terror; e na comédia encontramos peças baseadas em sátiras, que abordavam diversos aspectos da sociedade grega de maneira cômica. A Grécia sempre serviu de inspiração para diversos setores da sociedade. Na moda não foi diferente. Os deuses gregos e os ideais de beleza da figura humana grega serviram de base para diversas coleções de moda desenvolvida ao longo dos anos. Um exemplo disso foi a Prada com a estilista francesa Madame Grès (1903-1993), que, em suas coleções, buscava inspiração nas deusas gregas, mostrando que mesmo as mulheres da época não tendo voz nas questões políticas (e da sociedade em geral), elas possuíam grande força nas questões religiosas, culturais e na vida privada. Diante disso, vemos mais uma prova de que a arte e a cultura trazem diferentes visões aos mais variados segmentos. 14 Neste tópico, você aprendeu que: • O estudo do desenvolvimento das expressões artísticas e culturais e a organização das formas, estilos e conceitos constituem a disciplina de História da Arte. • Nas sociedades ágrafas, podemos citar a arte rupestre como principal realização cultural da época. A arte rupestre é considerada a forma de arte mais antiga do ser humano. A mais antiga já conhecida e registrada é datada do Período Paleolítico (aproximadamente 40.000 a.C.). • Por conta da simplicidade que viviam, como também pelas condições sociais proporcionadas para a época, os traços na arte rupestre eram geralmente realizados com o auxílio dos dedos, bem como de objetos pontiagudos. • A arte egípcia tem grande obsessão pela imortalidade, ou seja, os desenhos criados ao longo dos anos pelos egípcios tinham a intenção de capturar momentos e deixar registrado tudo o que se fazia em vida, para que na morte pudessem se lembrar de tudo o que haviam feito. • A arte grega teve períodos artísticos bem marcados, como o Clássico e o Helenístico, cada um com suas características e personagens, influenciando na criação de diversas obras de arte. RESUMO DO TÓPICO 1 15 1 Arte Rupestre é o termo que denomina as representações artísticas pré-históricas realizadas em paredes, tetos e outras superfícies de cavernas e abrigos rochosos (ou mesmo sobre superfícies rochosas ao ar livre). A arte rupestre possui a característica de expressar elementosda cultura do homem pré-histórico. Com base no exposto, assinale a alternativa CORRETA que apresenta os elementos da cultura do homem pré-histórico nas pinturas rupestres: a) ( ) O retrato das famílias feito de forma realista com o uso de carvão. b) ( ) A descrição de cenas relacionadas com a vida política da pólis. c) ( ) A descrição das trocas comercias intercontinentais. d) ( ) A descrição de cenas de caça, rituais e símbolos cosmológicos. e) ( ) O retrato das personalidades da tribo. 2 A arte egípcia está intimamente conectada com as questões espirituais e sobrenaturais. Sobre a Arte Egípcia, é INCORRETO afirmar: a) ( ) As grandes manifestações da arquitetura egípcia foram os magníficos templos religiosos, as pirâmides, os hipogeus e as mastabas. b) ( ) Na pintura as figuras eram representadas com os olhos e os ombros em perfil, embora com o restante do corpo de frente. c) ( ) A escultura egípcia obedecia a uma orientação predominantemente religiosa. Eram numerosas as estátuas esculpidas com a finalidade de ficar dentro de túmulos. A escultura egípcia atingiu seu desenvolvimento máximo com os sarcófagos, esculpidos em pedra ou madeira. d) ( ) A cultura egípcia foi profundamente marcada pela religião e pela supremacia política do faraó. Esses dois elementos exerceram grande influência nas artes (arquitetura, escultura, pintura, literatura) e na atividade científica. e) ( ) A gradação (a mistura de tonalidades) e o claro-escuro não eram utilizados. 3 Observe e compare as seguintes figuras: AUTOATIVIDADE 16 Cite uma diferença na forma de representação do corpo humano em uma e em outra escultura em comparação às duas fases históricas. 4 Os gregos antigos se destacaram muito no mundo das artes. As grandes obras de arquitetura, como os templos, por exemplo, eram erguidas em homenagem aos deuses gregos. A arte grega construiu um espaço significativo na história do mundo ocidental. Sobre esta arte, é INCORRETO afirmar que: a) ( ) Privilegiou a pintura e a música inspirando os artistas do tempo medieval e do renascimento. b) ( ) A arquitetura teve obras de destaque, em que um dos princípios básicos era a harmonia das formas. c) ( ) Destacou-se com originalidade na música da antiguidade, influenciando depois os grandes artistas modernistas. d) ( ) Preocupou-se em seguir os ensinamentos realistas de Platão, o maior filósofo da cultura grega que se dedicou ao estudo da estética. e) ( ) Não teve penetração na vida cotidiana das grandes cidades gregas, sendo apenas admirada pelas escolas elitizadas. 5 O Teatro Grego foi muito importante no desenvolvimento da cultura grega e, além disso, serviu de influência e inspiração para outros povos da antiguidade, sobretudo, os romanos. Vale lembrar que o termo teatro (theatron), do grego, significa “local onde se vê” ou “lugar para olhar”. O teatro grego era formado por diversos elementos, cenários e figurinos. Além da presença de júris, eles apresentavam músicas, danças e mímicas. O teatro trouxe expressões artísticas importantes para a formação do povo grego, as quais repercutiram historicamente no mundo ocidental. As tragédias gregas tinham, assim, notável força dramática e: a) ( ) Possuíam grande conteúdo ético, embora fossem distantes das manifestações religiosas. b) ( ) Tiveram repercussões na construção da filosofia e na cultura. c) ( ) Restringiam-se às grandes ações dos mitos ligados às elites. d) ( ) Não expressavam momentos de conflito dos homens com a sua existência. e) ( ) São iguais às tragédias modernas, explorando a ironia e o humor. 17 TÓPICO 2 — UNIDADE 1 ARTE NA IDADE MÉDIA 1 INTRODUÇÃO Também chamada de Idade das Trevas, por seus acontecimentos controversos, a Idade Média ocorreu entre os séculos V e XV d.C., a partir da queda do Império Romano, em 476 d.C. e, teve seu fim em 1453 d.C. com a tomada de Constantinopla pelos turcos. Para os estudiosos, a Idade Média foi um período de grande retrocesso artístico, cultural e intelectual para a humanidade, devido a todo o percurso sinuoso em que viveu a sociedade da época. Com o desenvolvimento das sociedades, a arte também seguiu um rumo de aprimoramento e contextualização. A arte absorve todo o cenário social e político da época trazendo para ao âmbito artístico o grande poder da igreja e toda a dificuldade encontrada dentro da sociedade. A Igreja passou a exercer sua influência sobre toda a sociedade e até mesmo sobre o Estado, sendo ela também quem continuou a contratar artistas, vitralistas, decoradores, escultores e pintores, pois os únicos edifícios públicos que ainda continuavam a construir neste período eram as igrejas. 2 ARTE BIZANTINA Extremamente ligada à Igreja, a Arte Bizantina traz consigo características vindas de regiões orientais, como a Ásia Menor e a Síria. Ela chega em um momento em que o Cristianismo passa a ser considerado como religião. A religião passa a ter um importante papel de caracterizar o imperador como a ligação fundamental entre Deus e a terra, sendo este mantenedor de do sagrado e que governava seu povo em nome de Deus. Sendo assim, todas as obras de arte da época eram voltadas para as questões religiosas. Artistas não tinham liberdade para se expressar e tinham que seguir exatamente o que lhes era solicitado. 18 UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE FIGURA 10 – IMPERADORA TEODORA RETRATADA EM MOSAICO FONTE: <https://cutt.ly/2gAYTLW>. Acesso em: 6 out. 2020. O Mosaico foi uma das principais expressões artísticas da Arte Bizantina. Era geralmente aplicado no interior das igrejas, feito com materiais nobres e cores muito intensas, que refletiam as luzes, fazendo com que os templos se mostrassem suntuosos. Era instalado com pequenos pedaços de pedras, que eram colocados em cima de cimento, formavam enormes desenhos coloridos, significativos e religiosos. A pintura foi um movimento que não fugiu das questões referentes à religiosidade. Com o movimento iconoclastas, artistas e sociedade não poderiam adorar figuras humanas, pois a adoração poderia ser apenas para Deus. Sendo assim, outras temáticas não eram abordadas e muito menos pensadas pelos artistas. 3 ARTE ROMÂNICA A Arte Românica foi um estilo que ocorreu entre os séculos XI e XIII na Eu- ropa. O termo Românico faz menção à influência do Império Romano neste estilo e destacou-se na arquitetura, pintura e escultura, tendo maior relevância nas constru- ções de templos religiosos, construídos após a expansão do Cristianismo pela Euro- pa. Para diversos estudiosos esse foi um estilo que se perdeu ao longo dos séculos, pois ficou escondido por baixo de reformas e restauros realizados nos prédios. Com o crescimento religioso, a Arte Românica foi surgindo, trazendo características bem específicas, sendo um estilo essencialmente clerical, vista como uma extensão do serviço divino e uma oferenda à divindade. Na arquitetura, por exemplo, as igrejas foram chamadas de fortalezas de Deus, sendo as maiores já construídas neste período. Para que isso acontecesse, ocorreu uma evolução nas técnicas e materiais empregados. A utilização de pedras foi inserida na construção e o telhado de madeira, antes fáceis de serem incendiados, TÓPICO 2 — ARTE NA IDADE MÉDIA 19 foi substituído pelas abóbadas, garantindo às igrejas uma maior suntuosidade. Outras características a serem consideradas: pilares maciços e paredes espessas; fachadas simples; aberturas raras e estreitas usadas como janelas; torres que aparecem no cruzamento das naves ou na fachada; arcos em 180 graus. FIGURA 11 – ARQUITETURA ROMÂNICA FONTE: <https://cutt.ly/9gAYKxZ>. Acesso em: 3 set. 2020. É neste período que o artista aprende a representar, na escultura e na pintura, o que ele sente e não apenas o que ele vê. Contudo, ainda assim, temos nesta fase uma arte voltada para a religiosidade e sua ligação com a sociedade. A escultura renasce no período românico em grande escala e, condicionada à arquitetura,procura sempre preencher os espaços que possivelmente ficariam sem uso. As esculturas não tinham a preocupação com a representação fiel de seres e objetos, tudo era bastante simbólico e confuso, no qual representavam a imaginação dos artistas em cores fortes e vibrantes. FIGURA 12 – ESCULTURA ROMÂNICA NO TÍMPANO DA CATEDRAL DE SÃO LÁZARO EM AUTUN, FRANÇA FONTE: <https://static.todamateria.com.br/upload/es/cu/esculturaromanica-0-cke.jpg>. Acesso em: 6 out. 2020. 20 UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE A pintura não foi tão expoente quanto a arquitetura e a escultura, mas teve sua significância e permanece ainda sendo muito analisada ao longo dos anos pelos estudiosos. As iluminuras e as pinturas de murais foram as técnicas mais difundidas. A pintura teve como sua principal contribuição instruir a sociedade dos preceitos do cristianismo aos que não sabiam ler, que eram a grande maioria da população da época, ainda apresentou um forte caráter moral, pois trazia características relacionadas à fragilidade moral e ao pecado. As iluminuras, comumente encontradas nas letras capitulares dos livros, são ornamentos com símbolos religiosos, executados geralmente pelos monges da época. Apesar de o termo iluminura ser geralmente empregue para designar todo o conjunto pictórico de caráter decorativo ou ilustrativo que acompanhava os textos dos códices e dos livros manuscritos do período medieval, a sua aplicação tem vindo a ser gradualmente alargada, cronológica e geograficamente, de forma a englobar manifestações artísticas muito mais variadas. Temos como exemplo as iluminuras originárias do Egito e do mundo muçulmano e hindu (MURALHA, 2018, s.p.). As iluminuras passaram a integrar as peças literárias, trazendo significados para cada início de frase. Além de representar questões referentes aos textos escritos, também tinham intuito de ornamentar. Filme: O nome da Rosa (1986) | Jean-Jacques Annaud Em 1327, William de Baskerville (Sean Connery), um monge franciscano, e Adso von Melk (Christian Slater), um noviço, chegam a um remoto mosteiro no norte da Itália. William de Baskerville pretende participar de um conclave para decidir se a Igreja deve doar parte de suas riquezas, mas a atenção é desviada por vários assassinatos que acontecem no mosteiro. No filme, aparecem a arte românica da arquitetura, bem como a transcrição de livros com as iluminuras feitas pelos monges. INTERESSA NTE TÓPICO 2 — ARTE NA IDADE MÉDIA 21 FIGURA 13 – MANUSCRITO DE GIOVANNI BOCCACCIO (1313-1375) FONTE: <https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/btv1b84521932/f22.highres>. Acesso em: 13 set. 2020. Nas pinturas, geralmente em murais em grandes espaços, utilizando a técnica de afresco, que originalmente era uma técnica de pintar sobre as paredes ainda úmidas, ou com a técnica de mosaicos, isto é, pequeninas pedras, de vários formatos e cores, que colocadas lado a lado vão formando o desenho. Independente da técnica, os contornos se mostravam fortemente delineados com efeitos de volume obtido por meio de linhas. O humano era a figura com maior representatividade, mas isso não significava que animais e plantas, fossem eles reais ou simbólicos, não pudessem ser representados, sendo que estes não precisavam ser fidedignos a figura que se queria apresentar. A importância do personagem que se queria representar também podia ser observada, já que pessoa da nobreza eram maiores em detrimento aos que eram de classes mais baixas. FIGURA 14 – L’OFFERTADIABELE E CAINO, MOSAICO DEL XII SECOLO, CAPPELLA PALATINA, PALERMO FONTE: <http://www.30giorni.it/upload/articoli_immagini_interne/32-12-012.jpg>. Acesso em: 13 ago. 2020. 22 UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE Desenhos de paisagens eram poucos explorados, sendo que os cenários que eram pintados com os personagens geralmente eram abstratos ou semiabstratos. 4 ARTE GÓTICA Com características bem específicas, a Arte Gótica chega como uma resposta de contraposto à rigidez da Arte Românica, totalmente baseada na harmonia. O período gótico acontece no Renascimento do século XII até o Renascimento Italiano, quando a inspiração clássica chega para modificar tudo o que já tinha sido realizado em termos de arte. A palavra Gótico vem do termo Godos – povo bárbaro que, em 410 d.C., invadiu Roma no período de sua decadência. Foi originalmente usado para se referir a coisas obscuras e aos bárbaros. FIGURA 15 – CATEDRAL DE NOTRE-DAME, FRANÇA, UM DOS PRINCIPAIS ÍCONES DA ARQUITETURA GÓTICA FONTE: <https://cutt.ly/3gAIR8V>. Acesso em: 3 jul. 2020. Novamente, é na arquitetura, junto à religião, que a Arte Gótica passa a ter maior representatividade no Período Gótico. A principal característica da arquitetura gótica é a altura de todas as construções, que se tornam mais imponentes e pontiagudas, criando ainda a impressão da pequenez do homem frente à suntuosidade das edificações. As estruturas das construções, como paredes e colunas são mais finas e leves, apresentando nervuras que as reforçavam, além do uso do arco ogival ou agudo. A entrada das catedrais possui três portais, ao contrário de um único portal presente nas construções românicas. Com a altura das edificações e as diversas inovações arquitetônicas, a iluminação no interior dos projetos passa a ser mais privilegiada, as janelas são revestidas por vitrais e existe a presença de rosáceas. A decoração, tanto interna quanto externa dos edifícios, também passa a ser apreciada. TÓPICO 2 — ARTE NA IDADE MÉDIA 23 A arquitetura gótica passou por três fases, o Gótico Primitivo, cujas primeiras ideias de estética da época foram incorporadas e estudadas para posteriormente serem executadas. O Gótico Pleno (ou clássico), em que já com o domínio das técnicas e a estética consolidada foram erguidos muitos edifícios. Essa é a fase onde várias catedrais conhecidas pelo estilo gótico foram erguidas. E, por fim, o Gótico Tardio, no qual, depois da passagem da peste negra, por volta do século XIV, a crise econômica e a escassez de recursos obrigaram a sociedade a realizar construções mais modestas. FIGURA 16 – CATEDRAL DE CHARTRES NA FRANÇA, CONSIDERADA COMO A BÍBLIA FEITA DE PEDRA FONTE: <https://cutt.ly/ogAIMEP>. Acesso em: 6 out. 2020. Com a grande presença das janelas nos espaços, um tipo de arte que surge com maior ênfase são os vitrais, mosaicos coloridos que representavam temas referentes à religiosidade e a vida em sociedade, visto que diversos outros edifícios além de igrejas foram construídos, como casas de burgueses, hospitais e espaços públicos. A pintura gótica surge praticamente meio século, depois do surgimento da arquitetura gótica, aproximadamente no ano de 1200, alcançando seu ápice entre 1300 e 1350, tornando-se independente da arquitetura. Inicialmente, ela era usada no interior das catedrais. Em seguida, ela passa a ocupar diversos outros locais, como castelos e palácios ao redor das cidades. 24 UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE FIGURA 17 – “O CASAL ARNOLFINI” DE JAN VAN EYCK FONTE: <https://farm5.staticflickr.com/4838/45273996964_201414e4bc_o.jpg>. Acesso em: 6 out. 2020. O foco principal das pinturas era religioso, mas ainda assim eram consideradas sombrias e emotivas. Exemplos de artistas desta época, Giotto (1267-1337) e o belga Jan Van Eyck (1390-1441), foram expoentes com suas obras de arte, ainda hoje cobiçadas pelos maiores museus do mundo. A escultura gótica existente toma forma e espaço dentro das igrejas. Todavia, antes de se tornar um amontoado de esculturas em um lugar apenas, as esculturas passam a ter uma representatividade dentro do local em que estão instaladas, trazendo uma independência em relação a arquitetura. Artistas passam a utilizar uma infinidade de materiais para suas obras, buscando sempre apresentar formas que proporcionam movimento, tornando-se um trabalho moderno e inovador para a época. 25 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você aprendeu que: • Extremamente ligada à Igreja, a arte bizantina traz consigo característicasvindas de regiões orientais, como a Ásia Menor e a Síria. Ela chega em um momento em que o Cristianismo passa a ser considerado como religião. • O mosaico foi uma das principais expressões artísticas da arte bizantina. Era geralmente aplicado no interior das igrejas, feito com materiais nobres e cores muito intensas, que refletiam as luzes, fazendo com que os templos se mostrassem suntuosos. • A arte românica foi um estilo que ocorreu entre os séculos XI e XIII, na Europa. • O termo românico faz menção à influência do Império Romano neste estilo e, destacou-se na arquitetura, pintura e escultura, tendo maior relevância nas construções de templos religiosos, construídos após a expansão do Cristianismo pela Europa. • Com características bem específicas, a arte gótica chega como uma resposta à rigidez da arte românica, sendo totalmente baseada na harmonia. 26 1 Os historiadores da arte sugerem que o termo “gótico” tenha sido cunhado pelo humanista Giorgio Vasari (1511-1574), no século XVI, em referência a um tipo de arte nascido na Baixa Idade Média, com grande expressão na arquitetura e na pintura e, que se diferenciava da arte românica, produzida antes dela. Entre os primeiros pintores do estilo gótico que podemos mencionar, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Pablo Picasso. b) ( ) Giotto di Bondone. c) ( ) Leonardo da Vinci. d) ( ) El Greco. e) ( ) Francis Bacon. 2 Leia o texto a seguir. AUTOATIVIDADE Em 1127, São Bernardo (1090-1153) reconciliou-se com Suger (c. 1085-1151). Em uma carta (n. 78), Bernardo congratulou-se efusivamente com ele por ter reformado sua abadia, mas, sobretudo, por passar a viver uma vida verdadeiramente cristã, modesta, mesmo em meio ao fausto do poder. Essa importante reforma e redecoração levada a cabo por Suger em Saint-Denis, a mais régia das igrejas (originalmente um mosteiro), deu origem a uma nova arte, o gótico, que, em Saint-Denis, foi a mais perfeita expressão concreta da filosofia da metafísica da luz do Pseudo-Dionísio Areopagita (séc. V). No espetáculo poético da esfuziante irradiação da luz, em Saint-Denis, a transcendência repousou na matéria, a luz na cor, a contemplação na ação. FONTE: COSTA, R. da. A luz deriva do bem e é imagem da bondade: a metafísica da luz do Pseudo Dionísio Areopagita na concepção artística do abade Suger de Saint-Danis. In: Revista de Filosofia e Mística Medieval. Curitiba, v. 6, n. 2, p. 39-52, jul./dez. 2009. A beleza, apontada pelo texto de Ricardo da Costa, referente à primeira construção tipicamente gótica da Idade Média, estava associada à claridade, à luz e à cor. Esses elementos, trabalhados inicialmente na Catedral de Saint- Denis, tornaram-se comuns nas outras construções góticas espalhadas por toda a Europa. Sobre como a luz e a cor preenchiam o interior das catedrais góticas, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Por meio das grandes lucarnas construídas no centro das catedrais. b) ( ) Por meio das pinturas dos artistas do Renascimento. c) ( ) Por meio da arte da escotilha. d) ( ) Por meio da arte dos vitrais. e) ( ) Por meio das iluminuras. 27 TÓPICO 3 — UNIDADE 1 ARTE NA IDADE MODERNA 1 INTRODUÇÃO A Idade Moderna compreende o período do século XV ao século XVIII. Muitos foram os acontecimentos que marcaram esta época, como o nascimento da imprensa, as viagens para as américas, a Revolução Francesa e a Industrial. A arte na Idade Moderna, especialmente voltada para o século XV e XVI, alcançava o objetivo de tornar o homem universal, versado em muitas disciplinas. Identificada com as fases do renascimento Trecento (século XIV), Quatroccento (século XV), Cinquecento (século XVI). No Trecento, Giotto di Bondoni destaca-se nas artes plásticas, procurando romper com o que já havia se concebido na Idade Medieval, buscando maior profundidade em seus quadros, sendo que as personagens que aparecem nas pinturas, mesmo ainda sendo de origem religiosa, passam a caracterizar mais os sentimentos e as emoções, o que até então não era explorado. No Quatrocento, diversos artistas passaram a ser contratados para realizar projetos arquitetônicos de igrejas, bem como pintar quadros e realizar esculturas. Apoiar as artes naquela época era considerado uma alavanca para a posição social. Aqui, Sandro Botticelli e Leonardo da Vinci ganham expressiva notoriedade. Já no Cinquecento, o Renascimento passa a ocupar uma posição de destaque na Idade Moderna, expandindo-se para fora da Itália. Com a expansão marítima e o avanço das grandes cidades, artistas passam a ser mais valorizados, possibilitando o surgimento de novos nomes na literatura, na pintura e nas artes em geral. Todos esses marcos históricos trouxeram para a arte diversas características que conheceremos a seguir. 2 ARTE RENASCENTISTA A arte Renascentista pode ser inserida em dois grandes marcos da história, pois ela inicia quando a Idade Média está finalizando e a Idade Moderna iniciando. Portanto, ainda podemos dizer que ela faz parte também da Idade Média, pois incluía em seu repertório temas religiosos que eram o foco da arte medieval, mas introduziu também novos temas relacionados ao homem e sua posição com o mundo ao seu redor, caracterizando-se como pertencente a Idade Moderna. 28 UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE Já no final da Idade Média, o Teocentrismo (ideia de que Deus era o Centro de tudo) foi dando espaço ao Antropocentrismo (ideia de que o homem deve estar no centro de tudo), isso acontecendo de forma natural e gradual. Com essas mudanças de pensamento, a sociedade começa a pensar diferente sobre a atuação do homem em diversos campos. O Renascimento foi um movimento que revolucionou os movimentos artísticos, culturais e filosóficos da época e, por isso, a denominação renascimento veio para finalizar uma era em que a sociedade vive no mais profundo obscuro. Foi o poeta Petrarca (1304-1374) que trouxe a luz do Renascimento para a arte e para os novos pensamentos, discutindo a Antiguidade Clássica e suas influências na sociedade. O poeta quis trazer toda a luz e os pensamentos importantes, que foram discutidos na era romana e que poderiam trazer prosperidade para uma sociedade que estava vivendo uma era de trevas. Lembrando sempre dos três momentos fundamentais que compõem a Arte Renascentista: o Trecento, que corresponde à fase inicial do movimento renascentista, no século XIV; o Quatrocento, em que temos vários trabalhos na cidade de Florença, os quais correspondem aos séculos XV; e o Cinquecento, última fase – transcorrida no século XVI – em que a cidade de Roma assume posição de destaque. O Renascimento surge para suceder o estilo gótico, fazendo com que os artistas fossem considerados intelectuais e que não tinham como objetivo copiar o que foi feito na antiguidade clássica, mas sim se igualar com as criações que foram feitas neste período. FIGURA 18 – ESCULTURA RENASCENTISTA (SAN MARCOS, DONATELLO/FLORENÇA) FONTE: <https://cdn.culturagenial.com/imagens/2787-original-cke.jpg>. Acesso em: 6 out. 2020. TÓPICO 3 — ARTE NA IDADE MODERNA 29 O artista deixa de ser um artesão e passa a ser um importante profissional dentro da sociedade, estimulando o colecionismo e fazendo com que as obras de arte criadas tivessem um grande valor intelectual e financeiro. Além disso, a criação de oficinas artísticas, permitiu que mais artistas se profissionalizassem e especializassem, tornando-os mestres da arte. No período gótico, as esculturas relacionadas à arquitetura quase desapareceram, mas no Renascimento elas retornam, sendo mais independentes da arquitetura. É o caso do artista Donatello (1386-1466), com a obra San Marcos, toda feita em mármore. Ela foi pensada e projetada para estar em um dos nichos de uma catedral gótica, contudo, por estar nesta fase mais independente, destaca- se sem precisar de projetos arquitetônicos. Outro ponto importante da escultura renascentista e do artista Donatello é a atenção dada à sensualidade docorpo nu, que foi uma das principais características da época clássica. O primeiro exemplo disso foi a escultura de Davi, de tamanho natural e totalmente nua desde a Idade Antiga. Realismo e volume são as principais características da escultura renascentista. O busto-retrato ganha novamente destaque e acaba viram também objeto do colecionismo e uma grande oportunidade de negócio para os artistas. FIGURA 19 – DAVI DE DONATELLO EM DIFERENTES VISÕES FONTE: <https://i.pinimg.com/564x/89/63/eb/8963eb4229d6c8273949b1d3caf69dd3.jpg>. Acesso em: 6 out. 2020. Quase uma década depois da escultura, a pintura renascentista aparece com força total. Diferente do estilo gótico, que representava nas pinturas figuras imaginárias, a pintura renascentista retrata uma representação exata do real. Os primeiros passos da pintura no Renascimento foram dados por Masaccio (1401- 1428), que faleceu prematuramente com 27 anos. A sua obra de arte muito se assemelhava à obra de Donatello, onde se percebe os detalhes, como as roupas que se parecem com verdadeiros tecidos, assim como os cenários arquitetônicos desenhados com tamanha perfeição. 30 UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE FIGURA 20 – O NASCIMENTO DE VÊNUS DE SANDRO BOTTICELLI FONTE: <https://cdn.culturagenial.com/imagens/venuss-cke.jpg>. Acesso em: 6 out. 2020. Sandro Botticelli (1445-1510) foi o artista que despertou na pintura renascentista graciosidade e movimento, trazendo corpos voluptuosos e sensuais. Sua obra, O Nascimento de Vênus, como as demais obras do Renascimento, traz elementos da pintura de óleo sob tela, oferecendo às imagens, características mais móveis e fluidas. Você sabia que o desenho animado das Tartarugas Ninjas possui uma interessante relação com a História da Arte? Os episódios narram as aventuras de quatro tartarugas que caíram no esgoto de Nova York e sofreram mutações, adquirindo características humanas. Seus nomes homenageiam os artistas renascentistas: Leonardo (Da Vinci), Michelangelo (Buonarrotti), Donatello (di Niccoló di Betto Bardi) e Rafael (Sanzio). Os autores do desenho também homenagearam a Itália, berço do Renascimento, uma vez que a comida predileta das personagens é a pizza! Após caírem no esgoto, as tartaruguinhas aprenderam artes marciais com um rato chamado Mestre Splinter. Detalhe: ele não tem a orelha direita! Pelo menos neste universo, Van Gogh foi o mestre dos renascentistas! O nome original nos Estados Unidos é Teenage Mutant Ninja Turtles. Foram criadas inicialmente como histórias em quadrinhos, em 1984, pela Mirage Comics. Depois, devido ao sucesso, passaram para a televisão e cinema. FONTE: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/pedagogia/a-arte-na-idade/ 35853>. Acesso em: 7 jul. 2020. INTERESSA NTE TÓPICO 3 — ARTE NA IDADE MODERNA 31 A fase final do Renascimento Italiano, também chamada de Renascimento Pleno, faz com que os artistas busquem cada vez mais a perfeição em suas obras. Obras de arte feitas para despertar sentimentos e para serem consideradas inigualáveis e sem imperfeições. Leonardo Da Vinci (1452-1519) foi um dos artistas expoentes da época, chegando perto do ideal “homem da Renascença”, que significa um indivíduo de talentos múltiplos, que irradiava saber. Figuras andróginas e enigmáticas estão sempre presentes em suas obras, bem como a expressão destes personagens por meio de gestos. Utilizando-se da luz como principal ferramenta desenvolvendo ainda mais a técnica de claro-escuro. FIGURA 21 – A ÚLTIMA CEIA DE LEONARDO DA VINCI FONTE: <https://cdn.culturagenial.com/imagens/a-ultima-ceia-2-cke.jpg>. Acesso em: 6 out. 2020. Outros artistas como Michelangelo Buonarotti (1475-1564) e Rafael Sanzio (1483-1520) foram também representantes na pintura renascentista. Michelangelo, além de pintor, também foi escultor, poeta e arquiteto. Considerado um artista solitário, foi quem inseriu a ideia de que os artistas eram gênios sob o comando de uma inspiração divina. O corpo humano era para Michelangelo uma expressão do divino e representá-lo sem roupagens era a única forma de absorver toda sua divindade. Daí a sua obra estar recheada de corpos nus e possantes, pois ao contrário de Leonardo, cujas figuras parecem imbuídas de uma feminilidade latente, em Michelangelo o pendor é para o masculino (CUNHA, c2020, s.p.). Já Rafael Sanzio (1483-1520) comumente conhecido apenas pelo seu primeiro nome, também chamado de “príncipe dos pintores”, é considerado um dos maiores pintores renascentistas e, mesmo sendo contemporâneo, a Michelangelo não teve a importância merecida pela sociedade. Junto à Michelangelo e Leonardo da Vince, Rafael compõe a tríade de artistas renascentistas que marcaram os séculos XIV a XVI. 32 UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE 3 ARTE BARROCA A Arte Barroca desenvolveu-se inicialmente na Itália, no século XVII. Logo, espalhou-se para outros países. Mais tarde, com a ascensão das colonizações, ela também se desenvolveu no Brasil e em outros países do continente americano. Visto isso, foi um movimento que dependeu de todo o contexto histórico que estava inserido. Grandiosos pintores como Tintoretto (1515-1549), Andrea Pozzo (1642- 1709), Annibale Carraci (1560-1609) e Michelangelo Caravaggio (1571-1610), que retratava em suas obras cenas do cotidiano com personagens músicos e trabalhadores em geral, fizeram a história do estilo barroco no mundo. As imagens que predominam neste período, dizem muito com o que se passava na sociedade, sendo a predominância das imagens religiosas e da riqueza dos colonizadores em terras já colonizadas. Como características principais da arte barroca podemos citar: predominância de temas religiosos, uso de contrastes para marcar que o humano poderia ter proximidade com o divino, utilização de iluminação para consolidar as nuances claras e escuras, imagens ricas em detalhes e formas, expressões dramáticas e pessimistas nos personagens, exagero decorativo e utilização de curvas e contornos. No Brasil, a Arte Barroca teve seu início no século XVIII e perdurou até o século XIX. Chegou no país com os Jesuítas, no momento da colonização, como uma ferramenta de catequização dos indígenas e posteriormente, dos escravos. Para alguns estudiosos foi pelo estilo Barroco que começaram a aparecer obras de arte verdadeiramente brasileiras. O maior exemplo de artista barroco brasileiro foi o escultor Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1730-1814). FIGURA 22 – NOSSA SENHORA DAS DORES (ALEIJADINHO) FONTE: <https://cutt.ly/PgAAIX2>. Acesso em: 6 out. 2020. TÓPICO 3 — ARTE NA IDADE MODERNA 33 Na arquitetura barroca brasileira também se percebe traços bastante significativos. Igrejas com trabalhos primorosos em madeira e cobertos de ouro em cidades mais abastadas. Nas cidades em que o ouro e a cana de açúcar não eram a principal fonte de renda, os detalhes na arquitetura eram mais simplificados e o ouro era raramente encontrado, dando a chance de alguns artistas iniciantes realizarem seu trabalho. Ouro Preto (em Minas Gerais) e Salvador (na Bahia) possuem diversas construções em estilo barroco ainda preservadas. O Barroco é a arte do contraste. Em algumas obras, podemos perceber como os opostos se misturam nas figuras, o divino e o humano, o bem e o mal, a alegria e a tristeza, estimulando a dramaticidade em suas obras com o intuito de comover e impressionar seus espectadores. Uma arte considerada como um movimento, com vínculo político, pois iniciou com grande proximidade da igreja católica a fim de não perder a sua hegemonia em meio ao movimento do protestantismo contra alguns dos preceitos católicos. 4 ARTE ROCOCÓ Entre os anos de 1700 e 1780, o estilo Rococó tomou força na Europa. Inicialmente ganhou força na França e depois disso foi trazido para o continente americano pelos colonizadores. O Termo Rococó deriva da palavra francesa rocaille que traduzido para o português significa concha. Isso por diversas vezes podemos perceber as nuances das linhas de uma
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