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Prévia do material em texto

Indaial – 2020
História da arte, 
design e indumentária
Profª. Edna Regina Steinhauser
Profª. Mariana Girardi Barbosa Silva
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Profª. Edna Regina Steinhauser
Profª. Mariana Girardi Barbosa Silva
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
T693s
 Steinhauser, Edna Regina
 História da arte, do design e da indumentária. / Edna Regina 
Steinhauser; Mariana Girardi Barbosa Silva. – Indaial: UNIASSELVI, 2020.
 276 p.; il.
 ISBN 978-65-5663-296-4
 ISBN Digital 978-65-5663-298-8
 1. História da arte. - Brasil. 2. História do design. – Brasil. 3. 
Indumentária. – Brasil. I. Silva, Mariana Girardi Barbosa. II. Centro 
Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 900 
apresentação
A disciplina de História da Arte, Design e Indumentária objetiva trazer 
reflexões sobre a composição teórica da Arte, do Design e da Indumentária ao 
longo da história, trabalhando a consonância entre elas. A disciplina também 
propõe uma discussão histórica acerca das dinâmicas sociais, territoriais e 
culturais que permeiam estas disciplinas.
De posse de algumas informações, este livro propõe um levantamento 
de dados históricos que visam introduzir o aluno ao estudo da Arte, do Design 
e da Indumentária, bem como ambientá-lo para entender a proximidade dos 
temas. Ademais, o livro está estruturado em três unidades, que pretendem 
discutir os temas apresentados.
A Unidade 1 trata da História da Arte, na qual, por meio de informações 
variadas sobre uma linha do tempo histórica, apresenta informações gerais 
sobre a arte, a estética, os artistas e as suas obras. Os estilos, as cores e as texturas 
utilizadas mesclam-se às obras arquitetônicas e as mais variadas obras de arte 
criadas ao longo da história. A unidade está organizada a partir de seis tópicos, 
sendo que o primeiro tópico pretende abordar a arte na Idade Antiga. Com a 
leitura dele, esperamos que você compreenda em que circunstâncias a arte teve 
início e como ela se desenvolveu em meio a tantas mudanças na sociedade. O 
segundo tópico objetiva estudar a Arte na Idade Média e seus movimentos 
sociais que contribuíram com uma arte voltada para a religiosidade. O terceiro 
tópico que abrange a Idade Moderna, compreendendo o período do Século XV 
ao Século XVIII. Muitos foram os acontecimentos que marcaram esta época, 
como o nascimento da imprensa, as viagens para as américas, a Revolução 
Francesa e a Industrial e, com isso, a arte também se manifesta e evolui.
O quarto, quinto e sexto tópico trazem aspectos da Idade 
Contemporânea, da Arte do século XX, bem como da arte Pós-moderna, 
buscando compreender elementos das obras realizadas por artistas 
contemporâneos e que buscam maneiras e materiais diferenciados para 
executar suas obras.
Esperamos que, com todas essas informações, seja possível 
compreender um pouco mais sobre como a sociedade e as questões culturais 
influenciam no desenvolvimento das artes, bem como a arte influencia os 
setores diversos da sociedade.
A Unidade 2 apresenta uma introdução à História do Design, a fim 
de promover ao acadêmico conhecimentos das origens, desenvolvimento 
e disseminação dos conceitos que determinaram o surgimento do Design 
no mundo moderno e contemporâneo, identificando as diferentes áreas de 
abrangência e atuação profissional, bem como sua influência na moda, na 
arte, na comunicação e na sociedade atual.
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
A Unidade 3 introduzirá você, acadêmico, no universo da 
indumentária da sociedade ocidental, através da diversidade cultural e 
dos sujeitos no espaço social, utilizando-se das formas, texturas, cores, 
padrões, estruturas de divisão de classes, de poder e hierarquia, de conceitos 
utilitários, de beleza e apropriação artístico-culturais, trazendo, ainda, os 
grandes criadores e peças icônicas. 
Profª. Edna Regina Steinhauser
Profª. Mariana Girardi Barbosa Silva
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
sumário
UNIDADE 1 —HISTÓRIA DA ARTE ................................................................................................ 1
TÓPICO 1 — ARTE NA IDADE ANTIGA ........................................................................................ 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 ARTE RUPESTRE ................................................................................................................................ 3
3 ARTE EGÍPCIA .................................................................................................................................... 5
4 ARTE GRECO-ROMANA .................................................................................................................. 9
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 14
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 15
TÓPICO 2 — ARTE NA IDADE MÉDIA ......................................................................................... 17
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 17
2 ARTE BIZANTINA ............................................................................................................................ 17
3 ARTE ROMÂNICA ........................................................................................................................... 18
4 ARTE GÓTICA ................................................................................................................................... 22
RESUMO DO TÓPICO 2.....................................................................................................................25
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 26
TÓPICO 3 — ARTE NA IDADE MODERNA ................................................................................. 27
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 27
2 ARTE RENASCENTISTA ................................................................................................................. 27
3 ARTE BARROCA ............................................................................................................................... 32
4 ARTE ROCOCÓ ................................................................................................................................. 33
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 35
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 36
TÓPICO 4 — ARTE NA IDADE CONTEMPORÂNEA ................................................................ 37
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 37
2 ARTE NEOCLÁSSICA ...................................................................................................................... 37
3 ARTE ROMÂNTICA ......................................................................................................................... 40
4 ARTE NO REALISMO ...................................................................................................................... 41
5 ARTE IMPRESSIONISTA ................................................................................................................ 43
6 ARTE PÓS-IMPRESSIONISTA ...................................................................................................... 43
7 ARTE NATURALISTA ...................................................................................................................... 44
RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 45
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 46
TÓPICO 5 — ARTE NO SÉCULO XX ............................................................................................... 47
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 47
2 SEMANA DE ARTE MODERNA ................................................................................................... 47
3 EXPRESSIONISMO .......................................................................................................................... 48
4 FAUVISMO ......................................................................................................................................... 49
5 CUBISMO ............................................................................................................................................ 50
6 ABSTRACIONISMO ........................................................................................................................ 52
7 CONSTRUTIVISMO ....................................................................................................................... 53
8 SUPREMATISMO ............................................................................................................................. 54
9 DADAÍSMO ...................................................................................................................................... 54
10 SURREALISMO ............................................................................................................................... 55
RESUMO DO TÓPICO 5..................................................................................................................... 57
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 58
TÓPICO 6 — ARTE CONTEMPORÂNEA OU PÓS-MODERNA .............................................. 61
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 61
2 POP ART .............................................................................................................................................. 61
3 OP ART ................................................................................................................................................ 62
4 MINIMALISMO ................................................................................................................................ 63
5 TACHISMO ........................................................................................................................................ 63
6 ARTE CONCEITUAL ........................................................................................................................ 64
7 FOTORREALISMO E INTERNET ART ........................................................................................ 66
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 69
RESUMO DO TÓPICO 6..................................................................................................................... 73
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 75
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 77
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN ....................................................................................... 79
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO AO DESIGN ................................................................................... 81
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 81
2 CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE DESIGN ................................................................................. 81
3 ÁREAS DE ABRANGÊNCIA DO DESIGN ................................................................................. 86
4 ARTESANATO, DESENHO INDUSTRIAL E O CONCEITO DE STANDARD .................. 88
5 FUNÇÕES DOS PRODUTOS INDUSTRIAIS: PRÁTICA, ESTÉTICA E SIMBÓLICA ..... 91
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 93
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 95
TÓPICO 2 — INDUSTRIALIZAÇÃO NOS SÉCULOS XVIII, XIX E XX .................................. 97
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 97
2 PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL .................................................................................... 97
3 SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL ................................................................................. 104
4 TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL .................................................................................. 111
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 114
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 115
TÓPICO 3 — MOVIMENTOS ESTÉTICOS E ESCOLAS DE DESIGN ..................................117
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 117
2 GOTHIC REVIVAL ........................................................................................................................ 117
3 ARTS AND CRAFTS (1850-1914) .................................................................................................. 118
4 ESTETICISMO – MOVIMENTO ESTÉTICO (1870-1900) ....................................................... 122
5 ART NOUVEAU E JUGENDSTIL (1890-1910) ........................................................................... 124
6 DEUTSCHER WERKBUND (1907-1935) ..................................................................................... 132
7 DE STIJL, NEOPLASTICISMO, ABSTRACIONISMO (1917-1931) ...................................... 134
8 CONSTRUTIVISMO RUSSO (1930-1950) .................................................................................. 136
9 BAUHAUS (1919-1933) .................................................................................................................... 137
9.1 FASE DA FUNDAÇÃO (1919-1923) ......................................................................................... 139
9.2 FASE DA CONSOLIDAÇÃO (1923-1928) ............................................................................... 141
9.3 FASE DA DESINTEGRAÇÃO (1928-1933) ............................................................................. 143
10 ORGANIC DESIGN (1930-1960) ................................................................................................. 144
11 STREAMILINING (1930-1950) .................................................................................................... 147
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 150
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 152
TÓPICO 4 — O DESIGN NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX ................................... 155
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 155
2 ESCOLA DE ULM – HOCHSCHULE FÜR GESTALTUNG (1952-1968)............................... 156
3 ANTIDESIGN, DESIGN RADICAL, DESIGN CONCEITUAL E 
 CONTRADESIGN .......................................................................................................................... 160
4 HIGT-TECH ...................................................................................................................................... 162
5 MEMPHIS ......................................................................................................................................... 163
6 KITSCH .............................................................................................................................................. 164
7 DESIGN NO BRASIL ..................................................................................................................... 165
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 169
RESUMO DO TÓPICO 4................................................................................................................... 174
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 175
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 177
UNIDADE 3 — HISTÓRIA DA INDUMENTÁRIA .................................................................... 181
TÓPICO 1 — A INDUMENTÁRIA NA IDADE ANTIGA ......................................................... 183
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 183
2 PRÉ-HISTÓRIA – ASPECTOS GERAIS E INDUMENTÁRIA .............................................. 183
3 EGITO – ASPECTOS GERAIS E INDUMENTÁRIA ............................................................... 185
4 MESOPOTÂMIA – ASPECTOS GERAIS E INDUMENTÁRIA ............................................ 187
5 GRÉCIA – ASPECTOS GERAIS E INDUMENTÁRIA ............................................................ 189
6 ROMA – ASPECTOS GERAIS E INDUMENTÁRIA ............................................................... 191
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 194
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 195
TÓPICO 2 — INDUMENTÁRIA NA IDADE MÉDIA ............................................................... 197
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 197
2 BIZÂNCIO – ASPECTOS GERAIS E INDUMENTÁRIA ....................................................... 198
3 PERÍODO GÓTICO – ASPECTOS GERAIS E INDUMENTÁRIA ...................................... 199
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 202
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 203
TÓPICO 3 — INDUMENTÁRIA NA IDADE MODERNA ....................................................... 205
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 205
2 RENASCIMENTO – ASPECTOS GERAIS E INDUMENTÁRIA .......................................... 205
3 BARROCO – ASPECTOS GERAIS E INDUMENTÁRIA ....................................................... 209
4 ROCOCÓ – ASPECTOS GERAIS E INDUMENTÁRIA .......................................................... 211
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 214
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 216
TÓPICO 4 — INDUMENTÁRIA NA IDADE CONTEMPORÂNEA: SÉCULO XIX ................ 219
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 219
2 DANDISMO E IMPÉRIO – ASPECTOS GERAIS E INDUMENTÁRIA ............................. 220
3 ROMANTISMO E VITORIANO – ASPECTOS GERAIS E INDUMENTÁRIA ..................... 222
4 BELLE ÉPOQUE .............................................................................................................................. 230
RESUMO DO TÓPICO 4................................................................................................................... 233
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 234
TÓPICO 5 — INDUMENTÁRIA NO SÉCULO XX E XXI .......................................................... 237
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 237
2 DÉCADA DE 1910 ............................................................................................................................ 237
3 DÉCADA DE 1920 ............................................................................................................................ 239
4 DÉCADA DE 1930 ............................................................................................................................ 243
5 DÉCADA DE 1940 ............................................................................................................................247
6 DÉCADA DE 1950 ............................................................................................................................ 252
7 DÉCADA DE 1960 ............................................................................................................................ 257
8 DÉCADA DE 1990 ............................................................................................................................ 260
9 A MODA NO SÉCULO XXI ........................................................................................................... 262
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 265
RESUMO DO TÓPICO 5................................................................................................................... 271
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 273
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 275
1
UNIDADE 1 — 
HISTÓRIA DA ARTE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• entender os sentidos crítico, estético, histórico, técnico e cultural das 
manifestações artísticas e as premissas fundantes da criação;
• compreender a moda como arte e objeto estético;
• relacionar questões históricas e filosóficas da História da Arte e da 
Estética, interagindo com moda e suas dinâmicas específicas;
• compreender as mudanças ocorridas na Arte e na Estética desde a 
sociedade greco-romana até o período neoclássico;
• entender as mudanças ocorridas a partir do Realismo, Impressionismo 
e Pós-impressionismo na História da Arte e Estética;
• compreender os processos das vanguardas históricas na História da 
Arte e Estética;
• conhecer aspectos específicos sobre a arte contemporânea e sua ligação 
com a Moda.
Esta unidade está dividida em seis tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – ARTE NA IDADE ANTIGA
TÓPICO 2 – ARTE NA IDADE MÉDIA
TÓPICO 3 – ARTE NA IDADE MODERNA
TÓPICO 4 – ARTE NA IDADE CONTEMPORÂNEA
TÓPICO 5 – ARTE NO SÉCULO XX
TÓPICO 6 – ARTE CONTEMPORÂNEA OU PÓS-MODERNA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
ARTE NA IDADE ANTIGA
1 INTRODUÇÃO
A arte na antiguidade tem como base todas as manifestações artísticas e 
culturais desenvolvidas pelas antigas civilizações. Ela estende-se desde os grupos 
primitivos até a queda do Império Romano, em 478 d.C. As manifestações deste 
período são bastante diversificadas e demonstram que a arte está intimamente 
ligada às questões sociais e religiosas de cada época. É neste período que surgem 
discussões acerca dos conceitos teóricos e de estudo sobre as artes.
A arte e a moda evoluem ao longo das civilizações de forma constante e 
migrando por caminhos distintos, mas que um dia se tornariam próximas. Povos 
foram caracterizando-se, formando-se e, com isso, tanto a arte quanto a moda 
foram se aprimorando. Segundo Treptow (2013, p. 20), “até o final da Idade Média, 
podemos constatar que existia indumentária, roupa, mas não moda”. Arte e moda 
se complementariam ao longo dos anos, sendo que a moda sempre necessita de 
inspiração e de elementos visuais diversos, e a arte consegue proporcionar isso 
com excelência. Segundo Buckley e McAssey (2013, p. 61), “elementos como 
composição, tema, cor e textura dessas pinturas, gravuras, esculturas e desenhos 
são fontes de inspiração”. Sendo assim, a arte e a moda se cruzarão diversas vezes 
ao longo de todos os tópicos abordados.
2 ARTE RUPESTRE
O estudo do desenvolvimento das expressões artísticas e culturais e a 
organização das formas, estilos e conceitos, por meio de obras de arte, constituem 
a disciplina de História da Arte. Compreender a história da arte da Idade Antiga 
é reviver uma nova forma de linguagem entre os povos por meio de sinais, 
desenhos e cores diversas. As mais variadas técnicas, a confecção de materiais 
tendo como base a natureza são elementos que devemos considerar nessa fase da 
história da arte.
Nas sociedades ágrafas, podemos citar a arte rupestre como principal 
realização cultural da época. A arte rupestre é considerada a forma de arte mais 
antiga do ser humano. A mais antiga já conhecida e registrada é datada do Período 
Paleolítico (aproximadamente 40.000 a.C.), sendo encontradas, em sua maioria, em 
paredes e tetos de cavernas, bem como em ambientes ao ar livre, realizadas por 
povos primitivos que habitavam várias regiões do mundo. A palavra rupestre, vem 
do Francês rupestre, que significa traçar, desenhar ou pintar sobre superfície rochosa.
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE
4
O continente africano é o local mais expressivo em termos de quantidade 
de sítios arqueológicos com pinturas rupestres. Já foram catalogados mais de 100 
mil sítios encontrados.
FIGURA 1 – PINTURA RUPESTRE EM SERRA DA CAPIVARA
FONTE: <https://cutt.ly/pgAn80l>. Acesso em: 6 out. 2020.
Para que consideremos os povos primitivos, é necessária a sua relação 
com o modo primitivo de procura por alimentação. A caça e a colheita de vegetais 
representam a forma mais simples e inicial de produção. São os povos primitivos 
que demonstram as mais antigas formas de arte. Segundo Gombrich (1999, p. 15):
Chamamos a esses povos "primitivos" não porque sejam mais simples 
do que nós – os seus processos de pensamento são, com frequência, 
mais complicados do que os nossos – mas por estarem mais próximos 
do estado donde, em dado momento, emergiu toda a humanidade. 
Entre esses primitivos não há diferença entre edificar e fazer imagens, 
no que se refere à utilidade. Suas cabanas existem para abrigá-los 
da chuva, sol e vento, e para os espíritos que geram tais eventos; as 
imagens são feitas para protegê-los contra outros poderes que, para 
eles, são tão reais quanto as forças da natureza. Pinturas e estátuas, por 
outras palavras, são usadas para realizar trabalhos de magia.
As imagens representadas nas pinturas nas cavernas tinham conotação 
de imagens do dia a dia, representação de animais, seres humanos, armamentos, 
objetos celestes e representações de cenas de caçadas. Sendo que é fundamental 
compreender que as manifestações sobrenaturais, por muitas vezes, eram utilizadas 
para entender e representar o mundo real daqueles que viviam nesta época.
Estudiosos do tema apontam que a representação das caçadas tinha 
também uma dimensão que transcendia a representação, já que 
possivelmente as pessoas da época, ao pintar um animal na parede, 
estavam colocando naquele espaço os próprios animais. Ao atacar os 
animais nas cenas de caçadas, as pessoas enfraqueceriam os animais 
antes da prática real de busca de alimentos, situação que os favoreceria 
posteriormente (PINTO, c2020, s.p.).
Por conta da simplicidade que viviam, como também pelas condições 
sociais proporcionadas para a época, os traços eram geralmente realizados com 
o auxílio dos dedos, bem como de objetos pontiagudos. Além disso, as tintas das 
mais diversas cores eram extraídas de materiais da natureza.
TÓPICO 1 — ARTE NA IDADE ANTIGA
5
[...] as cores, obtidas do carvão (preta), do óxido de ferro (vermelha 
e amarela) e, às vezes, com cera de abelha. Substâncias líquidas: 
água, clara de ovo, sangue etc., são empregadas nas pinturas. As 
diferentes técnicas e cores (muitas vezes superpostas) são atribuídos 
sentidos variados. No sul da Califórnia, por exemplo, o vermelho é 
considerado apropriado às cerimônias femininas (ENCICLOPÉDIA 
ITAÚ CULTURAL DE ARTE E CULTURA BRASILEIRAS, 2017, s.p.).
FIGURA 2 – PINTURA RUPESTRE EM CAVERNA NA INDONÉSIA
FONTE: <https://cutt.ly/SgAmkGE>. Acesso em: 6 out. 2020.Portanto, a arte rupestre parte dos princípios da natureza, bem como 
do modo de viver e hábitos dos povos primitivos, trazendo, ainda hoje, muitas 
indagações aos especialistas da História da Arte, dividindo opiniões sobre as 
questões estéticas referentes a esta arte.
3 ARTE EGÍPCIA
Para explicar a arte egípcia, alguns pontos devem ser considerados, além 
de trazer seus elementos principais: a arte egípcia tem grande obsessão pela 
imortalidade, ou seja, os desenhos criados ao longo dos anos pelos egípcios 
tinham a intenção de capturar momentos e deixar registrado tudo o que se fazia 
em vida, para que na morte pudessem se lembrar de tudo o que haviam feito. 
Além disso, cenas dos rituais referentes à morte dos egípcios também eram 
descritas por grandiosos e detalhados desenhos.
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE
6
FIGURA 3 – ARTE EGÍPCIA
FONTE: <https://artout.com.br/wp-content/uploads/2018/12/Arte-Eg%C3%ADpcia-1.jpg>. 
Acesso em: 6 out. 2020.
Pode-se destacar que a Arte Egípcia não sofreu mudanças por três mil anos, 
consequentemente os mesmos elementos, cores, formas e técnicas foram usados 
durante todos os períodos em que os povos egípcios viveram na antiguidade.
Com as enormes construções criadas para os egípcios mais importantes, 
a arte e a arquitetura traziam a garantia de uma vida após a morte confortável. 
A arquitetura colossal e todas as obras de arte realizadas na época foram criadas 
para cercar e proteger o espírito dos faraós. Artistas eram contratados pelos 
faraós para pintarem seus túmulos com temáticas pré-estabelecidas e baseadas 
na vida de cada faraó. Como a arte era padronizada, não dava espaço para a 
criatividade dos artistas. “A dimensão das pessoas e objetos não caracterizava 
uma relação de proporção e distância, mas sim os níveis hierárquicos daquela 
sociedade. Assim, o faraó era sempre o maior dentre as figuras representadas 
numa pintura” (AIDAR, c2020, s.p.).
Com essas informações já podemos perceber que a Arte Egípcia está 
intimamente conectada com as questões do espiritual e do sobrenatural.
TÓPICO 1 — ARTE NA IDADE ANTIGA
7
A falta de tridimensionalidade é um aspecto que marca a Arte Egípcia. Na 
pintura egípcia imperava a Lei da Frontalidade, cuja regra estabelecia que o tronco 
das pessoas deveria ser representado de frente, enquanto a cabeça, pernas e pés 
estariam de perfil. Os hieróglifos eram presentes na grande maioria das pinturas.
Os desenhos em sua grande maioria não se baseavam no tamanho real 
dos seres representados, e sim em questões hierárquicas, em que os faraós – as 
figuras mais imponentes da época – eram retratados maiores do que quaisquer 
outros elementos da cena.
FIGURA 4 – ARTE EGÍPCIA: CENA SARCÓFAGO
FONTE: <https://artout.com.br/wp-content/uploads/2018/12/Arte-Eg%C3%ADpcia-3.jpg>. 
Acesso em: 6 out. 2020.
Cores e tintas na Arte do Egito Antigo
As tintas utilizadas nas pinturas do Egito Antigo eram extraídas da natureza:
Preto (kem): associado à noite e à morte, a cor preta era obtida do carvão de madeira ou de 
pirolusite (óxido de manganésio do deserto do Sinai).
Branco (hedj): extraído da cal ou gesso, o branco simbolizava a pureza e a verdade.
Vermelho (decher): representava a energia, o poder e a sexualidade, e era encontrado em 
substâncias ocres.
Amarelo (ketj): estava associado à eternidade e era extraído do óxido de ferro hidratado 
(limonite).
Verde (uadj): simbolizava a regeneração e a vida, e era obtido da malaquite do Sinai.
Azul (khesebedj): extraído do carbonato de cobre; o azul estava associado ao rio Nilo e ao céu.
FONTE: <https://www.todamateria.com.br/arte-egipcia/#:~:text=Pintura%20Eg%C3%ADpcia,
parte%20da%20hist%C3%B3ria%20do%20Egito>. Acesso em: 6 out. 2020.
INTERESSA
NTE
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE
8
O uso de sombras e a ausência de relevo nas pinturas era recorrente e as 
cores usadas eram sempre as convencionais. Já nas esculturas, podemos destacar 
a produção de obras que retratassem única e exclusivamente os deuses e faraós, 
trazendo elementos decorativos e artísticos para a arquitetura. Todas elas eram 
produzidas na perspectiva frontal e não possuíam nenhuma expressão facial.
Em Curitiba, no Paraná, existe um museu egípcio
 O Museu Egípcio e Rosacruz foi inaugurado em 17 de outubro de 1990, durante 
a XIV Convenção Nacional Rosacruz. Ele possui um rico acervo de peças que contam 
a história dos faraós, da religião egípcia e do cotidiano daquela civilização, constituindo 
um excelente espaço de divulgação da antiga história egípcia. É um espaço aberto a 
todos aqueles que desejam conhecer o Antigo Egito, pois em suas exposições procura 
demonstrar como viviam e em que acreditavam os antigos habitantes da terra dos 
faraós. Seu acervo é formado por réplicas idênticas às originais, as quais estão expostas 
em diversos museus do mundo. Esses objetos foram elaborados pelos artistas plásticos 
Eduardo D’Ávila Vilela, Moacir Elias Santos, Luiz César Vieira Branco, Tathy Zimmermann, 
Christopher Zoellner e Aylton Tomás.
 O Museu Egípcio possui cerca de 700 peças relacionadas ao Antigo Egito. Entre 
as peças mais importantes, podemos citar as duas múmias autênticas do acervo: Tothmea, 
que possivelmente foi uma cantora ou musicista de um templo egípcio dedicado à deusa 
Ísis; e também a múmia de uma menina de cerca de dois anos apelidada de Wanra. Esta é 
uma múmia andina e, diferentemente de Tothmea, seu corpo foi preservado naturalmente 
através das características do ambiente onde foi enterrada.
FONTE: <http://museuegipcioerosacruz.org.br/>. Acesso em: 6 out. 2020.
INTERESSA
NTE
Os adornos e joias usados por homens e mulheres egípcias traziam toda a 
perspectiva artística da escultura. Colares, brincos, braceletes e tornozeleiras eram 
cuidadosamente esculpidos em pedras preciosas e, segundo os historiadores, 
serviam não apenas como adornos, mas também como itens de proteção espiritual.
TÓPICO 1 — ARTE NA IDADE ANTIGA
9
FIGURA 5 – COLAR DE NEFERUPTAH –12ª DINASTIA, REINADO DE AMENEMHET III (1844-1797 a.C.)
FONTE: <http://4.bp.blogspot.com/_wK7VRzurvm0/SqZthaT-idI/AAAAAAAAIio/b3XGbFAGg3Y/
s320/colar2.jpg>. Acesso em 10 out. 2020.
O maior destaque da arte egípcia, devido à complexidade; ao aspecto 
monumental das obras e de sua suntuosidade, foi a arquitetura. As obras realizadas 
tinham como objetivo expressar o poder dos faraós e garantir durabilidade 
e segurança para as tumbas, que, como já foi citado, eram de fundamental 
importância para um povo que acreditava na imortalidade da alma e na vida 
após a morte. As construções, cada um com suas funções e público específico, 
levavam com elas elementos culturais e religiosos das pessoas que as ocupavam. 
As Pirâmides eram os túmulos reais destinado ao faraó, a Mastaba era o túmulo 
destinado para a nobreza e o Hipogeu era o túmulo destinado ao povo. E, assim, 
a arte e a cultura vão se misturando aos aspectos sociais.
4 ARTE GRECO-ROMANA
 É comum ouvirmos falar em arte greco-romana e, isso se dá ao fato 
de a arte grega ter influenciado a arte romana. Quando a Grécia foi dominada, 
os Romanos ficaram impressionados com toda a suntuosidade que a arte grega 
transmitia. Todavia, a arte grega também teve influências romanas. Isso se prova 
com o uso dos arcos em vez das colunas na construção de templos e palácios.
Questões referentes à história, à filosofia praticada por esta civilização e 
aos conceitos estéticos são representados pela arte grega. O povo grego foi quem 
mais deu visibilidade as manifestações culturais e os que tinham maior liberdade 
de se expressar sem depender da ordem de reis e sacerdotes. Isso se dava pelo 
fato de que o povo grego acreditava que o ser humano era a criação mais incrível 
que o universo poderia ter algum dia realizado.
 
A arte grega teve períodos artísticos bem marcados como, o Clássico e o 
Helenístico, cada um com suas características e personagens, influenciando na 
criação de diversas obras de arte.
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE
10
O Período Clássico (século V a.C. e IV a.C.)foi marcado pelo surgimento 
de sociedades mais democráticas e de conceitos como sociedade privada. Na arte 
e na cultura ocorre o apogeu das grandes construções, da pintura e da escultura 
em cerâmica. Na filosofia, descarta-se a visão de mito para utilizar-se da razão no 
intuito de explicar determinados assuntos.
No Período Helenístico (século IV a.C. ao I a.C.) a civilização grega passa 
a ser fortalecida e se torna mais uma vez uma referência na região. Com essa 
expansão, a cultura grega passa a ser conhecida e difundida, realizando uma 
fusão das culturas. Neste período, ocorre uma mudança nas concepções artísticas, 
principalmente as que se referenciam à figura humana, trazendo mais movimento 
e sensibilidade às obras. Aqui se constrói a habilidade da civilização grega em 
representar as figuras humanas.
Em todas as obras de arte realizadas na época, os gregos buscavam 
representar, por meio das pinturas, as cenas do cotidiano, assuntos sobre 
mitologia e esportes, bem como acontecimentos históricos.
Outro ponto importante da arte grega foi a arquitetura, que teve grande 
destaque na época, por conta de sua grandiosidade e riqueza de detalhes, desde 
as características construtivas até os pequenos detalhes inscrustrados em enormes 
pilares que sustentavam as construções. Muitas destas obras de arte da arquitetura 
grega ainda podem ser conhecidos e vistos em locais históricos e turísticos da Grécia.
As esculturas também foram elementos de grande relevância na arte 
grega. Os escultores entalhavam lindas peças em pedras com muita delicadeza. 
O ideal realista era primordial, visto que os escultores desejavam chegar o mais 
perto do realismo possível. Um exemplo de escultura feita em mármore, sendo 
esta a obra expoente da arte grega, é a Vênus de Milo.
FIGURA 6 – VÊNUS DE MILO
FONTE: <https://cutt.ly/ZgAWn6Q>. Acesso em: 6 out. 2020.
TÓPICO 1 — ARTE NA IDADE ANTIGA
11
A arte grega, diferente da arte egípcia, era voltada para o proveito da 
vida terrena, da vida presente. Como os gregos ainda não tinham conhecimento 
científico de suas origens, da história da humanidade, eles utilizavam a criatividade 
para demonstrar por meio da arte seus crédulos mitológicos e explicações sobre 
os mais diversos assuntos da vida cotidiana. 
Contemplando a natureza, o artista se empolga pela vida e tenta, 
através da arte, exprimir suas manifestações. Na sua constante busca 
da perfeição, o artista grego cria uma arte de elaboração intelectual 
em que predominam o ritmo, o equilíbrio e a harmonia ideal. Tudo 
isso provoca consequências fundamentais na história da arte, que 
determinam a sobrevivência de muitos conceitos e formas desde então 
até hoje (IMBROISI; MARTINS, c2020a).
Nas pinturas e os primeiros vestígios se encontram em vasos de cerâmica 
pintados com motivos geométricos, sendo que dos períodos clássico e arcaico 
não se encontram mais referências destas obras. Para estudá-las, faz-se necessário 
consultar fontes indiretas, de outros povos, que adquiriram este tipo de obra de 
arte, como os atenienses e os coríntios. 
Espalharam-se esses vasos pelo antigo mundo, em parte pela sua 
utilidade, como recipientes de vinho, azeite, mel e perfumes, assim 
como por sua beleza decorativa. As decorações dos vasos, reproduziam 
ou inspiravam-se nas obras de pintores famosos (FILHO, 1989, p. 75).
Os vasos, portanto, além de serem obras de arte da época, eram também 
utilitários e importantes itens para a predominância da história do povo grego.
FIGURA 7 – CRATERA PARA MISTURAR VINHO E ÁGUA
FONTE: <https://cutt.ly/jgAW40v>. Acesso em: 25 jul. 2020.
A arquitetura é outro ponto importante para ser comentado dentro do 
tema arte grega. Os templos – ou casa dos deuses, como eram chamados – foram 
os principais tipos de edifícios da época, mesmo que as cidades tivesses suas 
necessidades específicas de casas, muralhas, praças e ruas.
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE
12
FIGURA 8 – COLUNAS GREGAS
FONTE: <https://cutt.ly/dgAEdJt>. Acesso em: 25 jul. 2020.
Um dos itens primordiais da arquitetura dos templos gregos é a simetria 
perfeita entre o pórtico de entrada e o pórtico dos fundos. Era construído sob 
uma base de três degraus, sendo sustentado por colunas. Essas colunas, portanto, 
eram construídas a partidas características de cada ordem arquitetônica grega: 
dórica, jônica ou coríntia.
O Teatro Grego também foi outra manifestação cultural de suma importância 
na Grécia, e não é por menos que o significado do termo “Teatro” é “local onde 
se vê”; “local para olhar”. Teve seu início em Atenas, por volta de 550 a.C., e o 
deus Dionísio foi uma das suas principais inspirações. Sendo que no início era 
considerado uma celebração mitológica relacionado à festas, fertilidade e vinho.
Com o passar do tempo e com uma organização dos grupos, essas 
celebrações passaram a ter enredo, atores, plateia e as devidas encenações, 
chegando ao formato de teatro que conhecemos hoje. Figurinos variados, 
elementos teatrais, cenários, danças e mímicas eram encontrados com facilidade 
nos teatros da época. Era considerado um grande acontecimento e tomou conta 
da vida social dos gregos.
TÓPICO 1 — ARTE NA IDADE ANTIGA
13
FIGURA 9 – MÁSCARAS GREGAS
FONTE: <https://i.pinimg.com/564x/2e/f6/a2/2ef6a2dba6b0df3f731ce449522efc39.jpg>. 
Acesso em: 25 jul. 2020.
Mulheres não podiam participar das apresentações teatrais, pois elas 
não eram consideradas cidadãs. Portanto, as máscaras gregas tinham o papel de 
auxiliar na representação de personagens tanto masculinos quanto femininos.
Podemos citar dois gêneros do teatro grego: a tragédia e a comédia. Na 
tragédia, encontramos peças baseadas nas histórias trágicas e mitológicas, como 
o medo, a morte, o terror; e na comédia encontramos peças baseadas em sátiras, 
que abordavam diversos aspectos da sociedade grega de maneira cômica.
A Grécia sempre serviu de inspiração para diversos setores da sociedade. 
Na moda não foi diferente. Os deuses gregos e os ideais de beleza da figura 
humana grega serviram de base para diversas coleções de moda desenvolvida ao 
longo dos anos. Um exemplo disso foi a Prada com a estilista francesa Madame 
Grès (1903-1993), que, em suas coleções, buscava inspiração nas deusas gregas, 
mostrando que mesmo as mulheres da época não tendo voz nas questões políticas 
(e da sociedade em geral), elas possuíam grande força nas questões religiosas, 
culturais e na vida privada. Diante disso, vemos mais uma prova de que a arte e 
a cultura trazem diferentes visões aos mais variados segmentos.
 
14
Neste tópico, você aprendeu que:
• O estudo do desenvolvimento das expressões artísticas e culturais e a 
organização das formas, estilos e conceitos constituem a disciplina de História 
da Arte.
• Nas sociedades ágrafas, podemos citar a arte rupestre como principal 
realização cultural da época. A arte rupestre é considerada a forma de arte 
mais antiga do ser humano. A mais antiga já conhecida e registrada é datada 
do Período Paleolítico (aproximadamente 40.000 a.C.).
• Por conta da simplicidade que viviam, como também pelas condições sociais 
proporcionadas para a época, os traços na arte rupestre eram geralmente 
realizados com o auxílio dos dedos, bem como de objetos pontiagudos.
• A arte egípcia tem grande obsessão pela imortalidade, ou seja, os desenhos 
criados ao longo dos anos pelos egípcios tinham a intenção de capturar 
momentos e deixar registrado tudo o que se fazia em vida, para que na morte 
pudessem se lembrar de tudo o que haviam feito.
• A arte grega teve períodos artísticos bem marcados, como o Clássico e o 
Helenístico, cada um com suas características e personagens, influenciando 
na criação de diversas obras de arte.
RESUMO DO TÓPICO 1
15
1 Arte Rupestre é o termo que denomina as representações artísticas pré-históricas 
realizadas em paredes, tetos e outras superfícies de cavernas e abrigos rochosos 
(ou mesmo sobre superfícies rochosas ao ar livre). A arte rupestre possui a 
característica de expressar elementosda cultura do homem pré-histórico. Com 
base no exposto, assinale a alternativa CORRETA que apresenta os elementos 
da cultura do homem pré-histórico nas pinturas rupestres:
a) ( ) O retrato das famílias feito de forma realista com o uso de carvão.
b) ( ) A descrição de cenas relacionadas com a vida política da pólis.
c) ( ) A descrição das trocas comercias intercontinentais.
d) ( ) A descrição de cenas de caça, rituais e símbolos cosmológicos.
e) ( ) O retrato das personalidades da tribo.
2 A arte egípcia está intimamente conectada com as questões espirituais e 
sobrenaturais. Sobre a Arte Egípcia, é INCORRETO afirmar:
a) ( ) As grandes manifestações da arquitetura egípcia foram os magníficos 
templos religiosos, as pirâmides, os hipogeus e as mastabas.
b) ( ) Na pintura as figuras eram representadas com os olhos e os ombros em 
perfil, embora com o restante do corpo de frente.
c) ( ) A escultura egípcia obedecia a uma orientação predominantemente 
religiosa. Eram numerosas as estátuas esculpidas com a finalidade de 
ficar dentro de túmulos. A escultura egípcia atingiu seu desenvolvimento 
máximo com os sarcófagos, esculpidos em pedra ou madeira.
d) ( ) A cultura egípcia foi profundamente marcada pela religião e pela 
supremacia política do faraó. Esses dois elementos exerceram grande 
influência nas artes (arquitetura, escultura, pintura, literatura) e na 
atividade científica.
e) ( ) A gradação (a mistura de tonalidades) e o claro-escuro não eram 
utilizados.
3 Observe e compare as seguintes figuras:
AUTOATIVIDADE
16
Cite uma diferença na forma de representação do corpo humano em uma e 
em outra escultura em comparação às duas fases históricas.
4 Os gregos antigos se destacaram muito no mundo das artes. As grandes 
obras de arquitetura, como os templos, por exemplo, eram erguidas 
em homenagem aos deuses gregos. A arte grega construiu um espaço 
significativo na história do mundo ocidental. Sobre esta arte, é INCORRETO 
afirmar que:
a) ( ) Privilegiou a pintura e a música inspirando os artistas do tempo 
medieval e do renascimento.
b) ( ) A arquitetura teve obras de destaque, em que um dos princípios 
básicos era a harmonia das formas.
c) ( ) Destacou-se com originalidade na música da antiguidade, influenciando 
depois os grandes artistas modernistas.
d) ( ) Preocupou-se em seguir os ensinamentos realistas de Platão, o maior 
filósofo da cultura grega que se dedicou ao estudo da estética.
e) ( ) Não teve penetração na vida cotidiana das grandes cidades gregas, 
sendo apenas admirada pelas escolas elitizadas.
5 O Teatro Grego foi muito importante no desenvolvimento da cultura 
grega e, além disso, serviu de influência e inspiração para outros povos 
da antiguidade, sobretudo, os romanos. Vale lembrar que o termo teatro 
(theatron), do grego, significa “local onde se vê” ou “lugar para olhar”. O 
teatro grego era formado por diversos elementos, cenários e figurinos. 
Além da presença de júris, eles apresentavam músicas, danças e mímicas. 
O teatro trouxe expressões artísticas importantes para a formação do 
povo grego, as quais repercutiram historicamente no mundo ocidental. As 
tragédias gregas tinham, assim, notável força dramática e:
a) ( ) Possuíam grande conteúdo ético, embora fossem distantes das 
manifestações religiosas.
b) ( ) Tiveram repercussões na construção da filosofia e na cultura.
c) ( ) Restringiam-se às grandes ações dos mitos ligados às elites.
d) ( ) Não expressavam momentos de conflito dos homens com a sua 
existência.
e) ( ) São iguais às tragédias modernas, explorando a ironia e o humor.
17
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
ARTE NA IDADE MÉDIA
1 INTRODUÇÃO
Também chamada de Idade das Trevas, por seus acontecimentos 
controversos, a Idade Média ocorreu entre os séculos V e XV d.C., a partir da 
queda do Império Romano, em 476 d.C. e, teve seu fim em 1453 d.C. com a tomada 
de Constantinopla pelos turcos. Para os estudiosos, a Idade Média foi um período 
de grande retrocesso artístico, cultural e intelectual para a humanidade, devido a 
todo o percurso sinuoso em que viveu a sociedade da época.
Com o desenvolvimento das sociedades, a arte também seguiu um rumo 
de aprimoramento e contextualização. A arte absorve todo o cenário social e 
político da época trazendo para ao âmbito artístico o grande poder da igreja e 
toda a dificuldade encontrada dentro da sociedade. A Igreja passou a exercer 
sua influência sobre toda a sociedade e até mesmo sobre o Estado, sendo ela 
também quem continuou a contratar artistas, vitralistas, decoradores, escultores 
e pintores, pois os únicos edifícios públicos que ainda continuavam a construir 
neste período eram as igrejas.
2 ARTE BIZANTINA
Extremamente ligada à Igreja, a Arte Bizantina traz consigo características 
vindas de regiões orientais, como a Ásia Menor e a Síria. Ela chega em um 
momento em que o Cristianismo passa a ser considerado como religião. A 
religião passa a ter um importante papel de caracterizar o imperador como a 
ligação fundamental entre Deus e a terra, sendo este mantenedor de do sagrado 
e que governava seu povo em nome de Deus. Sendo assim, todas as obras de arte 
da época eram voltadas para as questões religiosas. Artistas não tinham liberdade 
para se expressar e tinham que seguir exatamente o que lhes era solicitado.
18
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE
FIGURA 10 – IMPERADORA TEODORA RETRATADA EM MOSAICO
FONTE: <https://cutt.ly/2gAYTLW>. Acesso em: 6 out. 2020.
O Mosaico foi uma das principais expressões artísticas da Arte Bizantina. 
Era geralmente aplicado no interior das igrejas, feito com materiais nobres e cores 
muito intensas, que refletiam as luzes, fazendo com que os templos se mostrassem 
suntuosos. Era instalado com pequenos pedaços de pedras, que eram colocados em 
cima de cimento, formavam enormes desenhos coloridos, significativos e religiosos.
A pintura foi um movimento que não fugiu das questões referentes à 
religiosidade. Com o movimento iconoclastas, artistas e sociedade não poderiam 
adorar figuras humanas, pois a adoração poderia ser apenas para Deus. Sendo 
assim, outras temáticas não eram abordadas e muito menos pensadas pelos artistas.
3 ARTE ROMÂNICA
A Arte Românica foi um estilo que ocorreu entre os séculos XI e XIII na Eu-
ropa. O termo Românico faz menção à influência do Império Romano neste estilo e 
destacou-se na arquitetura, pintura e escultura, tendo maior relevância nas constru-
ções de templos religiosos, construídos após a expansão do Cristianismo pela Euro-
pa. Para diversos estudiosos esse foi um estilo que se perdeu ao longo dos séculos, 
pois ficou escondido por baixo de reformas e restauros realizados nos prédios.
Com o crescimento religioso, a Arte Românica foi surgindo, trazendo 
características bem específicas, sendo um estilo essencialmente clerical, 
vista como uma extensão do serviço divino e uma oferenda à divindade. Na 
arquitetura, por exemplo, as igrejas foram chamadas de fortalezas de Deus, 
sendo as maiores já construídas neste período. Para que isso acontecesse, ocorreu 
uma evolução nas técnicas e materiais empregados. A utilização de pedras foi 
inserida na construção e o telhado de madeira, antes fáceis de serem incendiados, 
TÓPICO 2 — ARTE NA IDADE MÉDIA
19
foi substituído pelas abóbadas, garantindo às igrejas uma maior suntuosidade. 
Outras características a serem consideradas: pilares maciços e paredes espessas; 
fachadas simples; aberturas raras e estreitas usadas como janelas; torres que 
aparecem no cruzamento das naves ou na fachada; arcos em 180 graus.
FIGURA 11 – ARQUITETURA ROMÂNICA
FONTE: <https://cutt.ly/9gAYKxZ>. Acesso em: 3 set. 2020.
É neste período que o artista aprende a representar, na escultura e na 
pintura, o que ele sente e não apenas o que ele vê. Contudo, ainda assim, temos 
nesta fase uma arte voltada para a religiosidade e sua ligação com a sociedade.
A escultura renasce no período românico em grande escala e, condicionada 
à arquitetura,procura sempre preencher os espaços que possivelmente ficariam 
sem uso. As esculturas não tinham a preocupação com a representação fiel de 
seres e objetos, tudo era bastante simbólico e confuso, no qual representavam a 
imaginação dos artistas em cores fortes e vibrantes.
FIGURA 12 – ESCULTURA ROMÂNICA NO TÍMPANO DA CATEDRAL DE SÃO LÁZARO EM AUTUN, 
FRANÇA
FONTE: <https://static.todamateria.com.br/upload/es/cu/esculturaromanica-0-cke.jpg>. 
Acesso em: 6 out. 2020.
20
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE
A pintura não foi tão expoente quanto a arquitetura e a escultura, mas teve 
sua significância e permanece ainda sendo muito analisada ao longo dos anos 
pelos estudiosos. As iluminuras e as pinturas de murais foram as técnicas mais 
difundidas. A pintura teve como sua principal contribuição instruir a sociedade 
dos preceitos do cristianismo aos que não sabiam ler, que eram a grande maioria 
da população da época, ainda apresentou um forte caráter moral, pois trazia 
características relacionadas à fragilidade moral e ao pecado.
As iluminuras, comumente encontradas nas letras capitulares dos livros, 
são ornamentos com símbolos religiosos, executados geralmente pelos monges 
da época.
Apesar de o termo iluminura ser geralmente empregue para designar todo 
o conjunto pictórico de caráter decorativo ou ilustrativo que acompanhava 
os textos dos códices e dos livros manuscritos do período medieval, a 
sua aplicação tem vindo a ser gradualmente alargada, cronológica e 
geograficamente, de forma a englobar manifestações artísticas muito 
mais variadas. Temos como exemplo as iluminuras originárias do Egito e 
do mundo muçulmano e hindu (MURALHA, 2018, s.p.).
As iluminuras passaram a integrar as peças literárias, trazendo significados 
para cada início de frase. Além de representar questões referentes aos textos 
escritos, também tinham intuito de ornamentar.
Filme: O nome da Rosa (1986) | Jean-Jacques Annaud
Em 1327, William de Baskerville (Sean Connery), um monge franciscano, e Adso von Melk 
(Christian Slater), um noviço, chegam a um remoto mosteiro no norte da Itália. William 
de Baskerville pretende participar de um conclave para decidir se a Igreja deve doar parte 
de suas riquezas, mas a atenção é desviada por vários assassinatos que acontecem no 
mosteiro. No filme, aparecem a arte românica da arquitetura, bem como a transcrição de 
livros com as iluminuras feitas pelos monges.
INTERESSA
NTE
TÓPICO 2 — ARTE NA IDADE MÉDIA
21
FIGURA 13 – MANUSCRITO DE GIOVANNI BOCCACCIO (1313-1375)
FONTE: <https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/btv1b84521932/f22.highres>. Acesso em: 13 set. 2020.
Nas pinturas, geralmente em murais em grandes espaços, utilizando a 
técnica de afresco, que originalmente era uma técnica de pintar sobre as paredes 
ainda úmidas, ou com a técnica de mosaicos, isto é, pequeninas pedras, de 
vários formatos e cores, que colocadas lado a lado vão formando o desenho. 
Independente da técnica, os contornos se mostravam fortemente delineados 
com efeitos de volume obtido por meio de linhas. O humano era a figura com 
maior representatividade, mas isso não significava que animais e plantas, fossem 
eles reais ou simbólicos, não pudessem ser representados, sendo que estes não 
precisavam ser fidedignos a figura que se queria apresentar. A importância do 
personagem que se queria representar também podia ser observada, já que pessoa 
da nobreza eram maiores em detrimento aos que eram de classes mais baixas.
FIGURA 14 – L’OFFERTADIABELE E CAINO, MOSAICO DEL XII SECOLO, CAPPELLA PALATINA, 
PALERMO
FONTE: <http://www.30giorni.it/upload/articoli_immagini_interne/32-12-012.jpg>. 
Acesso em: 13 ago. 2020.
22
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE
Desenhos de paisagens eram poucos explorados, sendo que os cenários que 
eram pintados com os personagens geralmente eram abstratos ou semiabstratos.
4 ARTE GÓTICA
Com características bem específicas, a Arte Gótica chega como uma resposta 
de contraposto à rigidez da Arte Românica, totalmente baseada na harmonia. 
O período gótico acontece no Renascimento do século XII até o Renascimento 
Italiano, quando a inspiração clássica chega para modificar tudo o que já tinha 
sido realizado em termos de arte. A palavra Gótico vem do termo Godos – povo 
bárbaro que, em 410 d.C., invadiu Roma no período de sua decadência. Foi 
originalmente usado para se referir a coisas obscuras e aos bárbaros. 
FIGURA 15 – CATEDRAL DE NOTRE-DAME, FRANÇA, UM DOS PRINCIPAIS ÍCONES DA 
ARQUITETURA GÓTICA
 FONTE: <https://cutt.ly/3gAIR8V>. Acesso em: 3 jul. 2020.
Novamente, é na arquitetura, junto à religião, que a Arte Gótica passa 
a ter maior representatividade no Período Gótico. A principal característica 
da arquitetura gótica é a altura de todas as construções, que se tornam mais 
imponentes e pontiagudas, criando ainda a impressão da pequenez do homem 
frente à suntuosidade das edificações. As estruturas das construções, como paredes 
e colunas são mais finas e leves, apresentando nervuras que as reforçavam, além 
do uso do arco ogival ou agudo. A entrada das catedrais possui três portais, ao 
contrário de um único portal presente nas construções românicas. Com a altura 
das edificações e as diversas inovações arquitetônicas, a iluminação no interior 
dos projetos passa a ser mais privilegiada, as janelas são revestidas por vitrais 
e existe a presença de rosáceas. A decoração, tanto interna quanto externa dos 
edifícios, também passa a ser apreciada.
TÓPICO 2 — ARTE NA IDADE MÉDIA
23
A arquitetura gótica passou por três fases, o Gótico Primitivo, cujas 
primeiras ideias de estética da época foram incorporadas e estudadas para 
posteriormente serem executadas. O Gótico Pleno (ou clássico), em que já com 
o domínio das técnicas e a estética consolidada foram erguidos muitos edifícios. 
Essa é a fase onde várias catedrais conhecidas pelo estilo gótico foram erguidas. 
E, por fim, o Gótico Tardio, no qual, depois da passagem da peste negra, por volta 
do século XIV, a crise econômica e a escassez de recursos obrigaram a sociedade 
a realizar construções mais modestas.
FIGURA 16 – CATEDRAL DE CHARTRES NA FRANÇA, CONSIDERADA COMO A BÍBLIA FEITA DE 
PEDRA
FONTE: <https://cutt.ly/ogAIMEP>. Acesso em: 6 out. 2020.
Com a grande presença das janelas nos espaços, um tipo de arte que 
surge com maior ênfase são os vitrais, mosaicos coloridos que representavam 
temas referentes à religiosidade e a vida em sociedade, visto que diversos outros 
edifícios além de igrejas foram construídos, como casas de burgueses, hospitais e 
espaços públicos.
A pintura gótica surge praticamente meio século, depois do surgimento 
da arquitetura gótica, aproximadamente no ano de 1200, alcançando seu ápice 
entre 1300 e 1350, tornando-se independente da arquitetura. Inicialmente, ela era 
usada no interior das catedrais. Em seguida, ela passa a ocupar diversos outros 
locais, como castelos e palácios ao redor das cidades.
24
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE
FIGURA 17 – “O CASAL ARNOLFINI” DE JAN VAN EYCK
FONTE: <https://farm5.staticflickr.com/4838/45273996964_201414e4bc_o.jpg>. 
Acesso em: 6 out. 2020.
O foco principal das pinturas era religioso, mas ainda assim eram 
consideradas sombrias e emotivas. Exemplos de artistas desta época, Giotto 
(1267-1337) e o belga Jan Van Eyck (1390-1441), foram expoentes com suas obras 
de arte, ainda hoje cobiçadas pelos maiores museus do mundo.
A escultura gótica existente toma forma e espaço dentro das igrejas. 
Todavia, antes de se tornar um amontoado de esculturas em um lugar apenas, 
as esculturas passam a ter uma representatividade dentro do local em que estão 
instaladas, trazendo uma independência em relação a arquitetura. Artistas 
passam a utilizar uma infinidade de materiais para suas obras, buscando sempre 
apresentar formas que proporcionam movimento, tornando-se um trabalho 
moderno e inovador para a época.
25
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Extremamente ligada à Igreja, a arte bizantina traz consigo característicasvindas de regiões orientais, como a Ásia Menor e a Síria. Ela chega em um 
momento em que o Cristianismo passa a ser considerado como religião.
• O mosaico foi uma das principais expressões artísticas da arte bizantina. 
Era geralmente aplicado no interior das igrejas, feito com materiais nobres e 
cores muito intensas, que refletiam as luzes, fazendo com que os templos se 
mostrassem suntuosos.
• A arte românica foi um estilo que ocorreu entre os séculos XI e XIII, na Europa. 
• O termo românico faz menção à influência do Império Romano neste estilo 
e, destacou-se na arquitetura, pintura e escultura, tendo maior relevância 
nas construções de templos religiosos, construídos após a expansão do 
Cristianismo pela Europa.
• Com características bem específicas, a arte gótica chega como uma resposta à 
rigidez da arte românica, sendo totalmente baseada na harmonia. 
26
1 Os historiadores da arte sugerem que o termo “gótico” tenha sido cunhado 
pelo humanista Giorgio Vasari (1511-1574), no século XVI, em referência a 
um tipo de arte nascido na Baixa Idade Média, com grande expressão na 
arquitetura e na pintura e, que se diferenciava da arte românica, produzida 
antes dela. Entre os primeiros pintores do estilo gótico que podemos 
mencionar, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Pablo Picasso.
b) ( ) Giotto di Bondone.
c) ( ) Leonardo da Vinci.
d) ( ) El Greco.
e) ( ) Francis Bacon.
2 Leia o texto a seguir.
AUTOATIVIDADE
 Em 1127, São Bernardo (1090-1153) reconciliou-se com Suger (c. 1085-1151). Em 
uma carta (n. 78), Bernardo congratulou-se efusivamente com ele por ter reformado sua 
abadia, mas, sobretudo, por passar a viver uma vida verdadeiramente cristã, modesta, 
mesmo em meio ao fausto do poder.
 Essa importante reforma e redecoração levada a cabo por Suger em Saint-Denis, 
a mais régia das igrejas (originalmente um mosteiro), deu origem a uma nova arte, o gótico, 
que, em Saint-Denis, foi a mais perfeita expressão concreta da filosofia da metafísica da luz do 
Pseudo-Dionísio Areopagita (séc. V). No espetáculo poético da esfuziante irradiação da luz, em 
Saint-Denis, a transcendência repousou na matéria, a luz na cor, a contemplação na ação.
FONTE: COSTA, R. da. A luz deriva do bem e é imagem da bondade: a metafísica da luz 
do Pseudo Dionísio Areopagita na concepção artística do abade Suger de Saint-Danis. 
In: Revista de Filosofia e Mística Medieval. Curitiba, v. 6, n. 2, p. 39-52, jul./dez. 2009.
A beleza, apontada pelo texto de Ricardo da Costa, referente à primeira 
construção tipicamente gótica da Idade Média, estava associada à claridade, 
à luz e à cor. Esses elementos, trabalhados inicialmente na Catedral de Saint-
Denis, tornaram-se comuns nas outras construções góticas espalhadas por 
toda a Europa. Sobre como a luz e a cor preenchiam o interior das catedrais 
góticas, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Por meio das grandes lucarnas construídas no centro das catedrais.
b) ( ) Por meio das pinturas dos artistas do Renascimento.
c) ( ) Por meio da arte da escotilha.
d) ( ) Por meio da arte dos vitrais.
e) ( ) Por meio das iluminuras.
27
TÓPICO 3 — 
UNIDADE 1
ARTE NA IDADE MODERNA
1 INTRODUÇÃO
A Idade Moderna compreende o período do século XV ao século XVIII. 
Muitos foram os acontecimentos que marcaram esta época, como o nascimento 
da imprensa, as viagens para as américas, a Revolução Francesa e a Industrial.
A arte na Idade Moderna, especialmente voltada para o século XV e XVI, 
alcançava o objetivo de tornar o homem universal, versado em muitas disciplinas. 
Identificada com as fases do renascimento Trecento (século XIV), Quatroccento 
(século XV), Cinquecento (século XVI). 
No Trecento, Giotto di Bondoni destaca-se nas artes plásticas, procurando 
romper com o que já havia se concebido na Idade Medieval, buscando maior 
profundidade em seus quadros, sendo que as personagens que aparecem nas 
pinturas, mesmo ainda sendo de origem religiosa, passam a caracterizar mais os 
sentimentos e as emoções, o que até então não era explorado.
No Quatrocento, diversos artistas passaram a ser contratados para realizar 
projetos arquitetônicos de igrejas, bem como pintar quadros e realizar esculturas. 
Apoiar as artes naquela época era considerado uma alavanca para a posição social. 
Aqui, Sandro Botticelli e Leonardo da Vinci ganham expressiva notoriedade.
Já no Cinquecento, o Renascimento passa a ocupar uma posição de 
destaque na Idade Moderna, expandindo-se para fora da Itália. Com a expansão 
marítima e o avanço das grandes cidades, artistas passam a ser mais valorizados, 
possibilitando o surgimento de novos nomes na literatura, na pintura e nas 
artes em geral. Todos esses marcos históricos trouxeram para a arte diversas 
características que conheceremos a seguir.
2 ARTE RENASCENTISTA
A arte Renascentista pode ser inserida em dois grandes marcos da história, 
pois ela inicia quando a Idade Média está finalizando e a Idade Moderna iniciando. 
Portanto, ainda podemos dizer que ela faz parte também da Idade Média, pois 
incluía em seu repertório temas religiosos que eram o foco da arte medieval, mas 
introduziu também novos temas relacionados ao homem e sua posição com o 
mundo ao seu redor, caracterizando-se como pertencente a Idade Moderna.
28
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE
Já no final da Idade Média, o Teocentrismo (ideia de que Deus era o 
Centro de tudo) foi dando espaço ao Antropocentrismo (ideia de que o homem 
deve estar no centro de tudo), isso acontecendo de forma natural e gradual. Com 
essas mudanças de pensamento, a sociedade começa a pensar diferente sobre a 
atuação do homem em diversos campos. O Renascimento foi um movimento que 
revolucionou os movimentos artísticos, culturais e filosóficos da época e, por isso, 
a denominação renascimento veio para finalizar uma era em que a sociedade vive 
no mais profundo obscuro.
Foi o poeta Petrarca (1304-1374) que trouxe a luz do Renascimento 
para a arte e para os novos pensamentos, discutindo a Antiguidade Clássica e 
suas influências na sociedade. O poeta quis trazer toda a luz e os pensamentos 
importantes, que foram discutidos na era romana e que poderiam trazer 
prosperidade para uma sociedade que estava vivendo uma era de trevas.
Lembrando sempre dos três momentos fundamentais que compõem 
a Arte Renascentista: o Trecento, que corresponde à fase inicial do movimento 
renascentista, no século XIV; o Quatrocento, em que temos vários trabalhos na 
cidade de Florença, os quais correspondem aos séculos XV; e o Cinquecento, 
última fase – transcorrida no século XVI – em que a cidade de Roma assume 
posição de destaque.
O Renascimento surge para suceder o estilo gótico, fazendo com que os 
artistas fossem considerados intelectuais e que não tinham como objetivo copiar 
o que foi feito na antiguidade clássica, mas sim se igualar com as criações que 
foram feitas neste período.
FIGURA 18 – ESCULTURA RENASCENTISTA (SAN MARCOS, DONATELLO/FLORENÇA)
FONTE: <https://cdn.culturagenial.com/imagens/2787-original-cke.jpg>. 
Acesso em: 6 out. 2020.
TÓPICO 3 — ARTE NA IDADE MODERNA
29
O artista deixa de ser um artesão e passa a ser um importante profissional 
dentro da sociedade, estimulando o colecionismo e fazendo com que as obras 
de arte criadas tivessem um grande valor intelectual e financeiro. Além disso, a 
criação de oficinas artísticas, permitiu que mais artistas se profissionalizassem e 
especializassem, tornando-os mestres da arte.
No período gótico, as esculturas relacionadas à arquitetura quase 
desapareceram, mas no Renascimento elas retornam, sendo mais independentes 
da arquitetura. É o caso do artista Donatello (1386-1466), com a obra San Marcos, 
toda feita em mármore. Ela foi pensada e projetada para estar em um dos nichos 
de uma catedral gótica, contudo, por estar nesta fase mais independente, destaca-
se sem precisar de projetos arquitetônicos.
Outro ponto importante da escultura renascentista e do artista Donatello 
é a atenção dada à sensualidade docorpo nu, que foi uma das principais 
características da época clássica. O primeiro exemplo disso foi a escultura de Davi, 
de tamanho natural e totalmente nua desde a Idade Antiga. Realismo e volume 
são as principais características da escultura renascentista. O busto-retrato ganha 
novamente destaque e acaba viram também objeto do colecionismo e uma grande 
oportunidade de negócio para os artistas.
FIGURA 19 – DAVI DE DONATELLO EM DIFERENTES VISÕES
FONTE: <https://i.pinimg.com/564x/89/63/eb/8963eb4229d6c8273949b1d3caf69dd3.jpg>. 
Acesso em: 6 out. 2020.
Quase uma década depois da escultura, a pintura renascentista aparece 
com força total. Diferente do estilo gótico, que representava nas pinturas figuras 
imaginárias, a pintura renascentista retrata uma representação exata do real. Os 
primeiros passos da pintura no Renascimento foram dados por Masaccio (1401-
1428), que faleceu prematuramente com 27 anos. A sua obra de arte muito se 
assemelhava à obra de Donatello, onde se percebe os detalhes, como as roupas 
que se parecem com verdadeiros tecidos, assim como os cenários arquitetônicos 
desenhados com tamanha perfeição.
30
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE
FIGURA 20 – O NASCIMENTO DE VÊNUS DE SANDRO BOTTICELLI
FONTE: <https://cdn.culturagenial.com/imagens/venuss-cke.jpg>. Acesso em: 6 out. 2020.
Sandro Botticelli (1445-1510) foi o artista que despertou na pintura 
renascentista graciosidade e movimento, trazendo corpos voluptuosos e sensuais. 
Sua obra, O Nascimento de Vênus, como as demais obras do Renascimento, traz 
elementos da pintura de óleo sob tela, oferecendo às imagens, características mais 
móveis e fluidas.
Você sabia que o desenho animado das Tartarugas Ninjas possui uma 
interessante relação com a História da Arte? Os episódios narram as aventuras de 
quatro tartarugas que caíram no esgoto de Nova York e sofreram mutações, adquirindo 
características humanas. Seus nomes homenageiam os artistas renascentistas: Leonardo 
(Da Vinci), Michelangelo (Buonarrotti), Donatello (di Niccoló di Betto Bardi) e Rafael (Sanzio). 
Os autores do desenho também homenagearam a Itália, berço do Renascimento, uma vez 
que a comida predileta das personagens é a pizza!
 Após caírem no esgoto, as tartaruguinhas aprenderam artes marciais com um rato 
chamado Mestre Splinter. Detalhe: ele não tem a orelha direita! Pelo menos neste universo, 
Van Gogh foi o mestre dos renascentistas! O nome original nos Estados Unidos é Teenage 
Mutant Ninja Turtles. Foram criadas inicialmente como histórias em quadrinhos, em 1984, 
pela Mirage Comics. Depois, devido ao sucesso, passaram para a televisão e cinema.
FONTE: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/pedagogia/a-arte-na-idade/
35853>. Acesso em: 7 jul. 2020.
INTERESSA
NTE
TÓPICO 3 — ARTE NA IDADE MODERNA
31
A fase final do Renascimento Italiano, também chamada de Renascimento 
Pleno, faz com que os artistas busquem cada vez mais a perfeição em suas obras. 
Obras de arte feitas para despertar sentimentos e para serem consideradas 
inigualáveis e sem imperfeições. Leonardo Da Vinci (1452-1519) foi um dos 
artistas expoentes da época, chegando perto do ideal “homem da Renascença”, 
que significa um indivíduo de talentos múltiplos, que irradiava saber. Figuras 
andróginas e enigmáticas estão sempre presentes em suas obras, bem como a 
expressão destes personagens por meio de gestos. Utilizando-se da luz como 
principal ferramenta desenvolvendo ainda mais a técnica de claro-escuro.
FIGURA 21 – A ÚLTIMA CEIA DE LEONARDO DA VINCI
FONTE: <https://cdn.culturagenial.com/imagens/a-ultima-ceia-2-cke.jpg>.
Acesso em: 6 out. 2020.
Outros artistas como Michelangelo Buonarotti (1475-1564) e Rafael Sanzio 
(1483-1520) foram também representantes na pintura renascentista. Michelangelo, 
além de pintor, também foi escultor, poeta e arquiteto. Considerado um artista 
solitário, foi quem inseriu a ideia de que os artistas eram gênios sob o comando 
de uma inspiração divina.
O corpo humano era para Michelangelo uma expressão do divino e 
representá-lo sem roupagens era a única forma de absorver toda sua 
divindade. Daí a sua obra estar recheada de corpos nus e possantes, 
pois ao contrário de Leonardo, cujas figuras parecem imbuídas de uma 
feminilidade latente, em Michelangelo o pendor é para o masculino 
(CUNHA, c2020, s.p.).
Já Rafael Sanzio (1483-1520) comumente conhecido apenas pelo seu 
primeiro nome, também chamado de “príncipe dos pintores”, é considerado um dos 
maiores pintores renascentistas e, mesmo sendo contemporâneo, a Michelangelo 
não teve a importância merecida pela sociedade. Junto à Michelangelo e Leonardo 
da Vince, Rafael compõe a tríade de artistas renascentistas que marcaram os 
séculos XIV a XVI.
32
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE
3 ARTE BARROCA
 A Arte Barroca desenvolveu-se inicialmente na Itália, no século XVII. Logo, 
espalhou-se para outros países. Mais tarde, com a ascensão das colonizações, ela 
também se desenvolveu no Brasil e em outros países do continente americano. 
Visto isso, foi um movimento que dependeu de todo o contexto histórico que 
estava inserido.
Grandiosos pintores como Tintoretto (1515-1549), Andrea Pozzo (1642-
1709), Annibale Carraci (1560-1609) e Michelangelo Caravaggio (1571-1610), 
que retratava em suas obras cenas do cotidiano com personagens músicos e 
trabalhadores em geral, fizeram a história do estilo barroco no mundo. 
As imagens que predominam neste período, dizem muito com o que se 
passava na sociedade, sendo a predominância das imagens religiosas e da riqueza 
dos colonizadores em terras já colonizadas.
Como características principais da arte barroca podemos citar: 
predominância de temas religiosos, uso de contrastes para marcar que o humano 
poderia ter proximidade com o divino, utilização de iluminação para consolidar 
as nuances claras e escuras, imagens ricas em detalhes e formas, expressões 
dramáticas e pessimistas nos personagens, exagero decorativo e utilização de 
curvas e contornos.
No Brasil, a Arte Barroca teve seu início no século XVIII e perdurou até o 
século XIX. Chegou no país com os Jesuítas, no momento da colonização, como 
uma ferramenta de catequização dos indígenas e posteriormente, dos escravos. 
Para alguns estudiosos foi pelo estilo Barroco que começaram a aparecer obras de 
arte verdadeiramente brasileiras. O maior exemplo de artista barroco brasileiro 
foi o escultor Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1730-1814).
FIGURA 22 – NOSSA SENHORA DAS DORES (ALEIJADINHO)
FONTE: <https://cutt.ly/PgAAIX2>. Acesso em: 6 out. 2020.
TÓPICO 3 — ARTE NA IDADE MODERNA
33
Na arquitetura barroca brasileira também se percebe traços bastante 
significativos. Igrejas com trabalhos primorosos em madeira e cobertos de ouro 
em cidades mais abastadas. Nas cidades em que o ouro e a cana de açúcar não eram 
a principal fonte de renda, os detalhes na arquitetura eram mais simplificados e 
o ouro era raramente encontrado, dando a chance de alguns artistas iniciantes 
realizarem seu trabalho. Ouro Preto (em Minas Gerais) e Salvador (na Bahia) 
possuem diversas construções em estilo barroco ainda preservadas.
O Barroco é a arte do contraste. Em algumas obras, podemos perceber 
como os opostos se misturam nas figuras, o divino e o humano, o bem e o mal, 
a alegria e a tristeza, estimulando a dramaticidade em suas obras com o intuito 
de comover e impressionar seus espectadores. Uma arte considerada como um 
movimento, com vínculo político, pois iniciou com grande proximidade da 
igreja católica a fim de não perder a sua hegemonia em meio ao movimento do 
protestantismo contra alguns dos preceitos católicos.
4 ARTE ROCOCÓ
Entre os anos de 1700 e 1780, o estilo Rococó tomou força na Europa. 
Inicialmente ganhou força na França e depois disso foi trazido para o continente 
americano pelos colonizadores. O Termo Rococó deriva da palavra francesa 
rocaille que traduzido para o português significa concha. Isso por diversas vezes 
podemos perceber as nuances das linhas de umaconcha nas obras deste período.
Dando espaço aos padrões sociais da época, o estilo rococó ia ao encontro 
da vida fútil que grande parte da sociedade vivia na época. Sociedade esta que 
encontrava na arte os momentos de prazer e satisfação, buscando assim esquecer 
seus problemas da vida real. Cenas eróticas, da vida cortesã, pastorais, mitológicas 
e motivos religiosos eram temas recorrentes. A natureza era muito representada 
em detalhes primorosos em molduras e esculturas.
FIGURA 23 – PRAZER PASTORAL, 1714-16, JEAN-ANTOINE WATTEAU, MUSÉE CONDÉ, 
LA TRIBUNE, CHANTILLY, FRANÇA
FONTE: <https://cutt.ly/zgAA4AD>. Acesso em: 11 out. 2020.
34
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE
A arquitetura do estilo rococó trazia suntuosidade aos espaços, sendo o 
salão principal o lugar mais especial de qualquer construção. Além disso, detalhes 
de decoração e móveis minuciosamente desenhados e confeccionados eram 
dispostos em diversos ambientes. E a escultura passa a ser uma peça fundamental 
dentro da arquitetura. 
Abandonam-se os temas sérios e nobres e dá-se preferência aos temas 
menores, irônicos, alegres, jocosos, sensuais e galantes, na estuaria 
de pequenas dimensões, já na estatuária monumental, os temas são 
comemorativos e honoríficos. Nos temas mitológicos preferem-se os 
deuses menores e nos temas profanos dá-se mais valor aos aspectos 
mais íntimos do cotidiano, em gestos galantes, graciosos e requintados. 
O tema religioso (usado sobretudo na Alemanha) mantém-se, mas é 
tornado menos sério, utilizando-se roupagens mais luxuosas e poses 
galantes (IMBROISI; MARTINS, c2020b, s.p.).
Sobre a pintura neste período podemos destacar que o rococó possuía 
duas vertentes, sendo uma ligada à pintura de cenas cotidianas intimistas e 
despreocupadas que as famílias da corte levavam até então no século XVIII e uma 
pintura decorativa que abrangia grande parte do interior dos palácios e igrejas. 
Pintores como Jean-Antoine Watteau (1684-1721), Jean-Baptiste Siméon Chardin 
(1699-1779) e François Boucher (1703-1770), foram expoentes na época. Com os 
ideais iluministas, esse tipo de pintura foi fadado ao fracasso, já que trazia apenas 
os valores que não eram mais pregados na sociedade.
35
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• A Idade Moderna compreende o período do século XV ao século XVIII. Muitos 
foram os acontecimentos que marcaram esta época, como o nascimento da 
imprensa, as viagens para as Américas, a Revolução Francesa e a Industrial.
• O Renascimento foi um movimento que revolucionou os movimentos artísticos, 
culturais e filosóficos da época, e por isso a denominação renascimento veio 
para finalizar uma era em que a sociedade vivem no mais profundo obscuro.
• A Arte Barroca desenvolveu-se inicialmente na Itália no século XVII. Logo, 
espalhou-se para outros países. Mais tarde, com a ascensão das colonizações, 
ela também se desenvolveu no Brasil e em outros países do continente 
americano.
• Na arquitetura barroca brasileira também se percebe traços bastante 
significativos. Igrejas com trabalhos primorosos em madeira e cobertos de 
ouro em cidades mais abastadas.
• Entre os anos de 1700 e 1780, o estilo Rococó tomou força na Europa. 
Inicialmente ganhou força na França e depois disso foi trazido para o 
continente americano pelos colonizadores. 
• O Termo Rococó deriva da palavra francesa rocaille, que traduzido para o 
português significa concha. Isso por diversas vezes podemos perceber as 
nuances das linhas de uma concha nas obras deste período.
36
1 O barroco representou um novo padrão estético para a produção artística 
do ocidente no século XVII, fortemente influenciado pela religiosidade. 
Entretanto, o barroco tinha também um conteúdo de interesse político, 
que o inseria em um conflito característico da Idade Moderna. Explique 
sucintamente qual era este conflito e como o barroco era utilizado neste 
contexto.
2 Como é nomeado o estilo artístico que surgiu na França como desdobramento 
do barroco, mais leve e intimista, usado inicialmente em decoração de 
interiores? Assinale a alternativa CORRETA.
a) ( ) Arcadismo.
b) ( ) Maneirismo.
c) ( ) Neoclassicismo. 
d) ( ) Decadentismo. 
e) ( ) Rococó.
3 (ENEM, 2012) Com contornos assimétricos, riqueza de detalhes nas vestes 
e nas feições, a escultura barroca no Brasil tem forte influência do rococó 
europeu e está representada aqui por um dos profetas do pátio do Santuário 
do Bom Jesus de Matosinho, em Congonhas (MG), esculpido em pedra-
sabão por Aleijadinho. Profundamente religiosa, o que a sua obra revela?
FONTE: <http://educacao.globo.com/provas/enem-2012/questoes/131.html>. Acesso em: 7 
out. 2020.
a) ( ) Liberdade, representando a vida de mineiros à procura da salvação. 
b) ( ) Credibilidade, atendendo a encomendas dos nobres de Minas Gerais.
c) ( ) Simplicidade, demonstrando compromisso com a contemplação do 
divino.
d) ( ) Personalidade, modelando uma imagem sacra com feições populares. 
e) ( ) Singularidade, esculpindo personalidades do reinado nas obras 
divinas.
AUTOATIVIDADE
37
TÓPICO 4 — 
UNIDADE 1
ARTE NA IDADE CONTEMPORÂNEA
1 INTRODUÇÃO
Na segunda metade do século XX, após a Segunda Guerra Mundial, surge 
a Arte Contemporânea ou Arte Pós-Moderna, prolongando-se até os dias de hoje 
com uma arte inovadora, curiosa e original. 
Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), um novo panorama é 
caracterizado pelo avanço da globalização, cultura de massa e o desenvolvimento 
das novas tecnologias e mídias, com isto a arte passa a ser produzida ao mesmo 
tempo em que ela é discutida e pensada.
Algumas características demonstram uma ruptura com a Arte Moderna 
como a Efemeridade da Arte produzida, utilização de diferentes materiais e 
técnicas, mescla de estilos artísticos, discussão sobre o que a arte representa e a 
interação do espectador com a obra.
2 ARTE NEOCLÁSSICA
O Neoclassicismo chega no final do século XVIII, trazendo a ideia de 
“novo” e mostrando valores de uma classe que estava em ascendência e buscava 
expressar-se diante da sociedade após a Revolução Francesa: a burguesia.
O intuito da Arte Neoclássica foi o de reviver as benfeitorias da Antiguidade 
Clássica. O precursor foi o pintor e democrata, Jacques-Louis David, que imitava 
a arte grega e romana para servir de inspiração para um novo momento que a 
sociedade francesa estava vivendo. Era uma arte considerada séria, que tratava 
de temas como a história antiga e a mitologia. Como principais características da 
Arte Neoclássica, podemos citar:
• Retorno ao passado, pela imitação dos modelos antigos greco-latinos.
• Academicismo nos temas e nas técnicas, isto é, sujeição aos modelos e às 
regras ensinadas nas escolas ou academias de belas-artes.
• Arte entendida como imitação da natureza, num verdadeiro culto à teoria de 
Aristóteles.
• Estilo sóbrio, antidecorativo, linear, antissensual, volta-se ao desenho, 
simplicidade da natureza, nobre, sereno, histórico (IMBROISI; MARTINS, 
c2020c, s.p.).
38
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE
FIGURA 24 – O AMOR DE PARIS E HELENA, 1788 (JACQUES-LOUIS DAVID, MUSEU DO 
LOUVRE, PARIS)
FONTE: <https://cutt.ly/6gAJFyW>. Acesso em: 10 ago. 2020.
Na arquitetura não seria diferente, os edifícios passaram a ter características 
da antiguidade clássica, entradas grandiosas com enormes pórticos e detalhes em 
guirlandas ou frisos, utilização de materiais nobres como mármores e granitos, sendo 
que as cidades tiveram que se adaptar a estas construções, alargando suas avenidas.
Um exemplo da arquitetura neoclássica é o Portão de Brandemburgo, em 
Berlim, foi construído entre 1788 a 1791 e planejado por Carl GotthardLanghans, 
é inspirado no Propylaeum, a entrada da Acrópole em Atenas. Foi idealizado por 
Friedrich Wilhelm II, para que representasse a paz.
FIGURA 25 – PORTÃO DE BRANDEMBURGO, BERLIM
FONTE: <https://i.pinimg.com/564x/00/3e/80/003e80c4eca4588359179057e82787b5.jpg>. 
Acesso em: 6 out. 2020.
TÓPICO 4 — ARTE NA IDADE CONTEMPORÂNEA
39
Jáa escultura Neoclássica era rigorosa, com elementos baseados na 
escultura clássica, utilizando o mármore como matéria-prima, considerada 
por muitos estudiosos como fria. Heróis uniformizados, mulheres com mantos 
de Afrodite e crianças em postura de aprendizado eram os principais temas 
utilizados. Eram respeitadas as posições e os movimentos, as formas do corpo 
eram estudadas profundamente.
FIGURA 26 – ANTONIO CANOVA (PAULINABORGHESE BONAPARTE AS VENUSVICTRIX, 1805-
1808, MÁRMORE BRANCO 160 X 192 CM, GALLERIABORGHESE, ROMA, ITÁLIA)
FONTE: <https://bit.ly/2J8BJIL>. Acesso em: 10 out. 2020.
Maria Paola Buonaparte, mais conhecida como Paulina Bonaparte (Ajaccio, 
20 de outubro de 1780 – Roma, 9 de junho de 1825) foi a primeira princesa reinante 
de Guastalla, uma princesa da França, e princesa consorte de Sulmona e Rossano. Era 
irmã de Napoleão Bonaparte. Essa escultura foi encomendada pelo segundo marido de 
Paulina, o príncipe italiano, Camillo Borghese, logo após seu casamento, em 1804, uma 
união destinada a ajudar Napoleão a realizar seus sonhos de estabelecer uma dinastia pan-
europeia e legitimar suas reivindicações ao Reino da Itália.
FONTE: <https://www.arteeblog.com/2017/05/analise-da-escultura-de-antonio-canova.html>. 
Acesso em: 6 out. 2020.
INTERESSA
NTE
40
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE
3 ARTE ROMÂNTICA
Se o Neoclassicismo tinha aspectos rígidos em torno da arte, o Romantismo 
chega para romper com essa visão. A natureza, os sentimentos e as emoções 
passaram a ser profundamente valorizadas.
As mudanças sociais que ocorreram no final do século XVIII e início do 
século XIX, com a Revolução Francesa e Industrial, trouxeram mudanças também 
no pensamento da sociedade. Com todas essas questões sociais acontecendo, a 
Arte Romântica vem para levar os espectadores a um mundo dos sonhos, com a 
exaltação da natureza, com a preocupação do sentimento individualizado, defesa 
do nacionalismo e o subjetivismo nas obras.
O artista neste período tem total liberdade de usar sua criatividade 
e inspiração e criar obras de arte baseadas em seus preceitos e conceitos. O 
espectador quando observa uma obra de arte romântica, acaba fazendo parte da 
paisagem, contemplando todos os elementos que têm diante de si. É o espectador 
que dá sentido à obra de arte que está a sua frente.
FIGURA 27 – GRAVURA Nº 39 DA SÉRIE DESASTRES DA GUERRA, FRANCISCO DE GOYA (1810-1815)
FONTE: <https://cutt.ly/jgALq3M>. Acesso em: 6 out. 2020.
Podemos destacar alguns representantes da pintura Romântica como: 
Francisco José de Goya y Luciente (1746-1828), que retratava em sua obra 
personalidades da corte espanhola, mas também cenas mitológicas, de Guerra, 
deuses e demônios. Ferdinand Victor Eugène Delacroix (1799-1863), considerado 
como o mais importante pintor romântico francês, representando em suas obras, 
cenas de paixão, sensualidade e violência. Joseph Mallord William Turner (1775-
1851) foi considerado o mais rápido pintor, representando em suas obras cenas 
de paixão e energia.
TÓPICO 4 — ARTE NA IDADE CONTEMPORÂNEA
41
A literatura também teve destaque no período do romantismo. A 
sensibilidade da escrita, a valorização da mulher e da natureza foram temas 
de destaque nos textos da época. Temas obscuros, místicos e com conteúdo 
sobrenaturais também tiveram espaço nesta época. Dentre os principais 
escritores da época, podemos citar: Johann Wolfgang von Goethe, Edgar Allan 
Poe, Lord Byron, William Blake, João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett, 
NathanielHawthorne e William Wordsworth.
4 ARTE NO REALISMO
O Realismo foi uma tendência que surgiu na metade do século XIX na 
Europa. A Arte Realista teve vertentes nas artes plásticas, na escultura, na arquitetura 
e também na literatura. Em uma época inserida na Revolução Industrial e com 
a natureza “dominada” pela sociedade, fica definido que a arte deveria ser mais 
realista possível, rejeitando tudo o que poderia ser subjetivo e ilusório.
Na pintura romântica, os temas eram divididos em três grupos:
 
 No primeiro, os temas não são novos, mas são tratados com uma visão romântica 
e usando os novos conceitos artísticos.
No segundo, os temas tendem a representar a visão romântica, apaixonada, idealista e 
simples das coisas, por exemplo:
• São inspirados pelo mundo dos sonhos e do fantástico.
• São inspirados pelos costumes populares.
• São inspirados também pelos hábitos e pelas tradições das civilizações não europeias, 
como as asiáticas e as árabes.
• Visão romântica da atualidade político-social da época.
• Retratam a vida animal e paisagens, onde estas são representadas com uma 
simplicidade e nostalgia sem igual.
 O terceiro grupo, relata a paisagem, tornando-se o gênero preferido desta época. 
Aqui as paisagens são imagens solitárias, com um olhar nostálgico sobre o horizonte com 
árvores mortas e ruínas com vegetação, mostrando assim a passagem do tempo e a própria 
evolução.
FONTE: <https://www.vestmapamental.com.br/artes/arte-romantica-2/>. Acesso em: 8 jul. 
2020.
INTERESSA
NTE
42
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE
FIGURA 28 – ANGELUS DE JEAN-FRANÇOIS MILLET (1814-1875)
FONTE: <https://static.todamateria.com.br/upload/je/an/jeanfrancoismilletangelus-cke.jpg>. 
Acesso em: 9 jul. 2020.
Os temas do cotidiano e as denúncias de desigualdade social são 
amplamente exploradas na Arte Realista. Os trabalhadores passam a ter um 
destaque, pois por conta da industrialização da época, a desigualdade e a pobreza 
são frequentes.
Gustave Courbet (1819-1877) e Jean-François Millet (1814-1875) são 
representantes da pintura realista, bem como René-François-Auguste Rodin (1840-
1917) representante da escultura realista, foram expoentes deste período. Coubert 
representou em suas pinturas a vida camponesa, enquanto Millet apresentou os 
trabalhadores rurais. Já Rodin foi um dos maiores escultores em bronze de todos os 
tempos, tendo grande parte de suas obras expostas em seu próprio museu em Paris.
No Brasil, também podemos encontrar representantes da Arte Realista 
com artistas como Almeida Junior (1850-1899) e Cândido Portinari (1903-1962), 
representando em suas obras de arte os trabalhadores rurais e as pessoas mais 
humildes.
Com a industrialização, os arquitetos procuraram adaptar-se às novas 
necessidades que surgiram. Templos e palácios suntuosos não eram mais 
necessários e dão espaços a novos empreendimentos e construção como as 
fábricas, estações ferroviárias, lojas de todos os tipos, escolas e moradias para 
as classes emergentes. Em 1889, um ícone que ainda hoje é venerado em Paris, 
a Torre Eiffel, desenvolvida por Gustavo Eiffel, traz um modelo inovador de 
construção, sem fazer alusão a itens arquitetônicos do passado.
TÓPICO 4 — ARTE NA IDADE CONTEMPORÂNEA
43
5 ARTE IMPRESSIONISTA
A produção industrial de tinta a óleo do século XIX propulsou a arte 
impressionista revelando pintura de paisagens ao ar livre. Camadas de tinta 
grossa, aplicadas com pinceladas vigorosas e rápidas e obras finalizadas no 
calor da hora ao ar livre, sendo considerado o primeiro movimento artístico de 
revolução total desde o Renascimento.
Renoir e Monet iniciaram o Impressionismo pintando juntos ao ar livre, 
paisagens cotidianas e da natureza, deixando de lado as cenas da nobreza e o 
retrato fiel das cenas. Sendo assim, o quadro passa a ser a obra em si mesma. 
O nome do movimento artístico Impressionismo é derivado da obra Impressão, 
nascer do sol (1872) de Claude Monet. Segundo Gombrich (1999, p. 372):
Foi somente com o impressionismo, de fato, que a conquista da 
natureza se tornou completa, que tudo o que se apresentava aos olhos 
do pintor pôde converter-se em motivo de um quadro e que o mundo 
real, em todos os seus aspectos, passou a ser um objeto digno do 
estudo do artista. Talvez tenha sido esse triunfo completo dos seus 
métodos que fez alguns artistas hesitarem em aceitá-los.
Podemos citar alguns nomes de artistas que representaram o período, 
como o próprio Claude Monet, Edouard Manet, Edgar Degas, AugusteRenoir, 
Alfred Sisley e Camille Pissarro, em que se destaca Claude Monet, um dos maiores 
artistas da pintura impressionista da época.
6 ARTE PÓS-IMPRESSIONISTA
No pós-impressionismo, os artistas não seguiram nenhum tipo de regra ou 
padrões estéticos pré-estabelecidos. Roger Eliot Fry foi quem definiu pela primeira 
vez o termo pós-impressionismo. Ele usou essa expressão para definir as obras de 
alguns artistas que estavam expostas em uma famosa galeria de Londres, em 1910. 
Nessa exposição foram reunidos trabalhos de ícones da arte pós-impressionista, 
como os artistas Vincent van Gogh, Paul Gauguin, Paul Cézanne.
FIGURA 29 – A NOITE ESTRELADA (1889) DE VINCENT VAN GOGH
FONTE: <https://laart.art.br/wp-content/uploads/2020/03/posimpressionismo2.jpg>. 
Acesso em: 10 ago. 2020.
44
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE
O pós-impressionismo surgiu como oposição ao Impressionismo. 
Enquanto o impressionismo se utilizava da luz natural e das pinturas ao ar livre, 
o pós-impressionismo buscava a emoção e a expressividade nos momentos de 
criação. A liberdade no uso de cores, o pontilhismo e a valorização de cenas 
sociais e políticas foram algumas características do movimento artístico.
7 ARTE NATURALISTA
O Naturalismo chega na metade do século XIX, com uma arte inspirada 
e até mesmo copiada diretamente da natureza, buscando na sensibilidade do 
artista a inspiração. Se manifestou na literatura, no teatro e nas artes plásticas. 
Considerado uma continuação do Realismo, possui características bem 
particulares.
FIGURA 30 – FALLENMONARCHS DE WILLIAN BLISS BAKER
FONTE: <https://cutt.ly/qgAZJQ3>. Acesso em: 10 ago. 2020.
O pensamento científico de Darwin influenciou profundamente o 
Naturalismo, em que a arte representava e estudava o indivíduo enquanto 
resultado de sua herança genética, bem como do meio onde ele vive. Como é o 
exemplo na literatura, em que é utilizada como instrumento de crítica social a 
favor dos grupos sociais mais estigmatizados.
45
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
• O neoclassicismo chega no final do século XVIII, trazendo a ideia de “novo”, 
mostrando valores de uma classe que estava em ascendência e que buscava 
expressar-se diante da sociedade após a Revolução Francesa: a burguesia.
• Se o neoclassicismo tinha aspectos rígidos em torno da arte, o Romantismo 
chega para romper com essa visão. A natureza, os sentimentos e as emoções 
passaram a ser profundamente valorizadas.
• O realismo foi uma tendência que surgiu na metade do século XIX na Europa. 
Em uma época inserida na Revolução Industrial e com a natureza “dominada” 
pela sociedade, fica definido que a arte deveria ser mais realista possível, 
rejeitando tudo o que poderia ser subjetivo e ilusório.
• A produção industrial de tinta a óleo do século XIX propulsou a arte 
impressionista, revelando a pintura de paisagens ao ar livre.
• No pós-impressionismo, os artistas não seguiram nenhum tipo de regra ou 
padrões estéticos pré-estabelecidos. 
• O naturalismo chega na metade do século XIX, com uma arte inspirada e 
até mesmo copiada diretamente da natureza, buscando na sensibilidade do 
artista a inspiração.
46
1 Foi um movimento artístico que surgiu na pintura europeia do século XIX, 
o nome do movimento é derivado da obra Impressão, nascer do sol (1872). 
O texto faz uma clara referência ao:
a) ( ) Expressionismo, que tem como seu principal expoente Vicent van 
Gogh.
b) ( ) Naturalismo, que tem como seu principal expoente Degas.
c) ( ) Impressionismo, que tem como seu principal expoente Edgar Degas.
d) ( ) Impressionismo, inaugurado com Claude Monet.
e) ( ) Impressionismo, inaugurado com Édouard Manet.
2 (PUC-PR 2007) Sobre o Realismo, assinale a alternativa INCORRETA.
FONTE: <https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-literatura/exercicios-sobre-re-
alismo.htm>. Acesso em: 7 out. 2020.
a) ( ) O Realismo surgiu na Europa, como reação ao Naturalismo.
b) ( ) O Realismo e o Naturalismo têm as mesmas bases, embora sejam 
movimentos diferentes.
c) ( ) O Realismo surgiu como consequência do cientificismo do século XIX.
d) ( ) Gustave Flaubert foi um dos precursores do Realismo. Escreveu 
Madame Bovary.
e) ( ) Emile Zola escreveu romances de tese e influenciou escritores 
brasileiros.
AUTOATIVIDADE
47
TÓPICO 5 — 
UNIDADE 1
ARTE NO SÉCULO XX
1 INTRODUÇÃO
O século XX foi um século de grandes transformações na sociedade. Essas 
mudanças afetaram diretamente o comportamento político e também social. Em 
um momento de grandes crises, as diferenças entre a burguesia e o proletariado se 
mostram cada vez maiores, dando ainda mais força ao capitalismo. A partir disso, 
surgem os movimentos sindicais e diversos outros movimentos que agitaram a 
sociedade em geral.
Todo esse agito social e político não teve apenas más consequências, mas 
trouxe novas possibilidades e discussões para o campo das artes e geral. Novos 
artistas, novos pensamentos e novas formas de transformar o pensamento da 
sociedade com a arte. Gombrich (1999, p. 409) já dizia que “pode-se perfeitamente 
simpatizar com o gosto de artistas do século XX por tudo o que é direto e genuíno 
e, no entanto, sentir que seus esforços para se tornarem deliberadamente ingênuos 
e primitivos estão fadados a cair em contradição”.
Sendo assim, os movimentos que passaram a vigorar nesta época como 
o Expressionismo, o Fauvismo, o Cubismo, o Abstracionismo, o Construtivismo, 
o Suprematismo, o Dadaísmo e o Surrealismo, mostram nada mais, nada menos 
do que a perplexidade do homem contemporâneo ao que estava acontecendo 
historicamente e buscando a arte como forma de expressar todos os sentimentos.
2 SEMANA DE ARTE MODERNA
Entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922, ocorreu a Semana de Arte 
Moderna, no Teatro Municipal de São Paulo. O evento teve como principal objetivo 
reunir diversas atrações e manifestações artísticas em um só lugar. Buscando 
inspiração europeia, os artistas trouxeram referências atuais e modernas para 
o país, propondo uma nova visão sobre a arte, provocando na sociedade uma 
renovação artística e social.
Com uma arte “brasileira”, cheia de contextos e simbologias, grande parte 
da população sentiu-se chocada com o que foi apresentado durante esta semana, 
causando um impacto da arte na sociedade.
Mario e Oswald de Andrade e o pintor Di Cavalcanti foram as figuras artísticas 
que mais se destacaram na época, também por conta da organização do evento.
48
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE
FIGURA 31 – CATÁLOGO E CARTAZ DA SEMANA DE ARTE MODERNA, PRODUZIDOS PELO 
ARTISTA DI CAVALCANTI
FONTE: <https://static.todamateria.com.br/upload/ca/rt/cartazsemana22-0.jpg>. 
Acesso em: 10 ago. 2020.
Um dos principais objetivos dos artistas que participaram da Semana 
de Arte Moderna foi o de chocar o público, bem como fazer com que as pessoas 
sentissem certas sensações que até então não poderiam ser sentidas e nem expostas.
A liberdade de expressão, a utilização de jargões vulgares, as 
experimentações estéticas e sentimentais e também a ausência de formalidade 
são algumas das características que poderiam ser encontradas nas manifestações 
realizadas na Semana de Arte Moderna.
3 EXPRESSIONISMO
O Expressionismo surge no início do século XX na Europa e surgiu de 
maneira a valorizar toda e qualquer expressão emocional do ser humano.
As experiências do expressionismo são, talvez, as mais fáceis de explicar 
em palavras. O próprio termo pode não ter sido uma escolha feliz, pois 
sabemos que nós estamos todos expressando em tudo o que fazemos 
ou deixamos de fazer, mas a palavra tornou-se um rótulo conveniente 
por causa de seu contraste facilmente recordado com impressionismo e, 
como rótulo, ser bastante útil (GOMBRICH, 1999, p. 388).
Procurando explicar de maneira mais simplificada a diferença entre o 
Impressionismo e o Expressionismo é que o primeiro busca CAPTAR a realidade, 
enquanto o segundo procurar CRIAR a realidade que está ao seu redor, 
valorizando a expressãoemocional e o instinto.
TÓPICO 5 — ARTE NO SÉCULO XX
49
FIGURA 32 – ERICH HECKEL, DOIS HOMENS FERIDOS, 1915
FONTE: <https://static.mundoeducacao.uol.com.br/mundoeducacao/2019/09/erick-heckel.jpg>. 
Acesso em: 11 ago. 2020.
 
Com todas as questões sociais que estavam acontecendo no período, os 
expressionistas procuraram mostrar temas relacionados a morte, as condições em 
que a sociedade estava vivendo, muitas vezes sendo representadas de maneira 
obscura e sombria. A Primeira Guerra Mundial influenciou os artistas, que 
passaram a trazer temas de sofrimento, fome e recessão.
Nas artes plásticas, destacam-se como precursores da arte expressionista 
os pintores Edvard Munch e Vincent Van Gogh, bem como Emil Nolde, Erich 
Heckel, Ernst Barlach, Franz Marc, Otto Dix, Amadeo Modigliani. Também 
tivemos representantes brasileiros como Anita Malfatti e Oswaldo Goeldi, além 
de de Lasar Segall.
4 FAUVISMO
Tendo início no começo do século XX, na França, o Fauvismo foi associado 
à pintura e teve como principais características a utilização de tintas puras, 
sem misturas, proporcionando figuras delimitadas, com aspectos de relevos, 
tornando-se volumosas.
Os artistas que faziam parte do movimento reuniram-se para criar 
uma mostra pública no Salão de Outono na cidade de Paris e, no ano seguinte, 
organizaram-se para a montagem de mais uma mostra no Salão dos Independentes, 
sendo que, neste momento o grupo passou a ser intitulado como lesfauves, que em 
francês significa “as feras”, donde também deriva o nome do movimento artístico 
em questão.
50
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE
FIGURA 33 – A DANÇA (1909) DE HENRI MATISSE
FONTE: <https://static.todamateria.com.br/upload/ad/an/adancamatisse-cke.jpg>. 
Acesso em: 11 set. 2020.
A busca por uma estética natural e primitiva leva os artistas a trazerem 
figuras que podem até mesmo se assemelhar a produções infantis, onde não 
se tinha preocupação com os aspectos técnicos, mas sim com a expressividade 
da interpretação pessoal do artista. Evitava os temas deprimentes e de cunho 
político, buscando trazer alegria e leveza aos quadros.
Van Gogh (1853-1890) e Paul Gauguin (1848-1903) influenciaram o 
movimento, sendo que artistas como Henri Matisse (1869-1954), Paul Cézanne 
(1839-1906), Georges Braque (1882-1963) Albert Marquet (1875-1947), foram 
considerados os principais artistas que dominaram a cena artística.
5 CUBISMO
As formas geométricas são o ponto principal da arte cubista, rompendo 
com os outros movimentos que somente valorizavam a perfeição das formas. 
Surgiu no início do século XX na França, trazendo as diretrizes do imaginário 
urbano e industrial.
Quem marcou o início do Cubismo foi o pintor espanhol Pablo Picasso, 
com a tela Les Demoiselles d'Avignon (As damas d'Avignon), em 1907. No cubismo 
a natureza passa a ser representada de maneira mais simplificada sem contorno 
e de maneira mais abstrata.
TÓPICO 5 — ARTE NO SÉCULO XX
51
O cubismo é dividido em três fases:
Fase Cezannista ou Cezaniana (1907 a 1909)
FONTE: <https://static.todamateria.com.br/upload/cu/bi/cubismopicasso-cke.jpg>. 
Acesso em: 7 out. 2020.
 Autorretrato (1907) de Pablo Picasso. Também chamada de fase pré-analítica, o 
nome já indica que esse período foi caracterizado pela influência dos trabalhos do artista 
plástico francês Paul Cézanne. Nesta fase, os artistas começaram suas experiências com 
as simplificações das formas e mais tarde passaram a representar as figuras dispostas em 
um mesmo plano. Era como se estivessem abertas na tela, vistas de frente pelo público.
Fase Analítica ou Hermética (1909 a 1912)
FONTE: <https://static.todamateria.com.br/upload/cu/bi/cubismoanalitico-0.jpg>.
 Acesso em: 7 out. 2020.
 À esquerda, O poeta (1911), de Picasso. À direita, Violino e Castiçal (1910), de 
Braque.
INTERESSA
NTE
52
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE
Um ponto importante de ser comentado sobre o Cubismo é a ligação da arte 
com a ciência, auxiliando nos estudos geométricos, podendo até mesmo ter um início 
de entendimento sobre o que ainda hoje é estudado sobre a “quarta dimensão”.
6 ABSTRACIONISMO
O Abstracionismo, também chamado de arte Abstrata, é a maneira de 
expressar-se pela arte, por uma forma abstrata de entendimento e não de maneira 
concreta, não sendo necessária uma imitação perfeita do mundo e das coisas ao 
seu redor. 
 A fase analítica caracterizou-se pela cor moderada, acentuando-se tons de 
marrons, pretos, cinzas e ocres. Tal escolha das cores se deu, pois, o mais importante 
era a exibição do tema fragmentado, disposto em todos os ângulos possíveis. Esse 
esfacelamento das formas chegou a níveis tão elevados que, ao final, as figuras acabaram 
por se tornarem irreconhecíveis.
Fase do Cubismo Sintético (1911)
FONTE: <https://static.todamateria.com.br/upload/cu/bi/cubismosintetico.jpg>. 
Acesso em: 7 out. 2020.
 À esquerda, Homem no Café (1914), de Juan Gris. À direita, Mulher com Violão 
(1908), de Braque
 O cubismo sintético caracterizou-se pelas cores mais fortes e um retorno ao 
figurativo, na medida em que buscou tornar as figuras reconhecíveis novamente, mas sem 
voltar a um tratamento realista. Nessa fase, passa-se a empreender o método de colagem, 
fixando objetos reais na tela, como pedaços de madeira, vidro e metal. Além disso, 
introduziram recortes de jornais com palavras e números. Esses recursos eram utilizados 
a fim de extrapolar os limites das sensações visuais que a pintura insinua, explorando os 
sentidos do tato também.
FONTE: <https://www.todamateria.com.br/cubismo/>. Acesso em: 6 set. 2020.
TÓPICO 5 — ARTE NO SÉCULO XX
53
Procura-se fugir da realidade, trazendo formas geométricas aliadas 
a bidimensionalidade e a tridimensionalidade, tornando-as muito mais 
interessantes do que a própria figura que o desenho quer representar. Ocorre 
então uma desfiguração do que já era conhecido como arte, pois o artista procura 
desenvolver um mundo à parte, que não é imediatamente reconhecido quando 
se observa a obra.
FIGURA 34 – COMPOSIÇÃO VIII (1923), DE KANDINSKY
FONTE: <https://static.todamateria.com.br/upload/ka/nd/kandinsky-cke.jpg>. 
Acesso em: 11 ago. 2020.
 Wassily Kandinsy (1866-1944) é considerado o pintor pioneiro do 
abstracionismo, lançando-se ao mundo em busca de inspiração e de novas 
técnicas. Além dele, outro expoente da pintura abstracionista é Piet Mondrian 
(1872-1944), que trouxe as formas geométricas a outro patamar artístico, também 
influenciando em diversas áreas. Na moda, inspirou diversos estilistas com suas 
cores e formas em coleções cheias de estilo.
7 CONSTRUTIVISMO 
Tendo forte influência da Arquitetura, o Construtivismo teve início na 
Rússia, pouco depois da Revolução Russa, em 1917. A negação de uma arte 
“pura” e o debate de que a criação artística era separada do cotidiano foram 
características deste movimento artístico.
A elaboração de tipografias sem serifa, a utilização de formas geométricas 
e de cores primárias e as fotomontagens são elementos que podem ser encontrados 
facilmente nestas obras de arte. Utilizou-se da tecnologia que estava sendo criada 
pela Revolução Industrial para a criação de novas técnicas e elementos artísticos. 
Para expressarem os ideais do movimento, artistas se utilizaram da fotografia, do 
design, da tridimensionalidade.
54
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE
8 SUPREMATISMO
O uso de quadrados, círculos e cruzes foi a marca registrada do 
Suprematismo. Movimento artístico de arte abstrata que surgiu na Rússia, por 
volta de 1913 pelo pintor Kazimir Malevich. 
FIGURA 35 – QUADRADO NEGRO DE KAZIMIR MALEVICH
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Suprematismo#/media/Ficheiro:Malevich.black-square.jpg>. 
Acesso em: 12 ago. 2020.
Para os artistas desse movimento a sensibilidade viria de qualquer objeto 
ou forma, sendo que o espaço, as cores e as formas eram escolhidas de maneira 
intuitiva. 
Podemos citar Kazimir Malevich (1878-1935), Vladimir Vladimirovich 
Maiakovski (1893-1930), El Lissitzky (1890-1941), Lyubov Popova (1889-1924),Jean Pougny (Ivan Puni) (1892-1956) e Aleksandr Ródtchenko (1891-1956) como 
os principais artistas expoentes da época.
9 DADAÍSMO 
Criado em Zurique, em 1916, o Dadaísmo surge com ideias que iniciariam 
posteriormente ao movimento Surrealista, sendo que seu lema era “a destruição 
também é criação”. Veio para ser contra tudo o que fosse Racional e também 
como um sinal de protesto.
TÓPICO 5 — ARTE NO SÉCULO XX
55
FIGURA 36 – DUCHAMP FOI UM DOS EXPOENTES DO DADÁ. À ESQUERDA, POSA COM RODA 
DE BICICLETA, À DIREITA
FONTE: <https://static.todamateria.com.br/upload/du/ch/duchampdadaismo-cke.jpg>. 
Acesso em 12/08/2020.
O uso da espontaneidade e da improvisação, bem como a utilização 
de um pensamento anarquista criticando o consumismo e o capitalismo eram 
marcas fortes do Dadaísmo, podendo até mesmo ser considerado um movimento 
antiartístico, pois questionava a arte em si e procurava causar furo e indignação 
nos espectadores.
Marcel Duchamp (1887-1968) foi o artista que teve a maior repercussão 
no Dadaísmo, com um termo Ready-made criado por ele para utilizar objetos 
cotidianos na exposição e representação de obras de arte.
10 SURREALISMO
Originado do Racionalismo e do Materialismo, o Surrealismo nasceu em 
Paris no início do século XX. Influenciou diversas manifestações culturais como o 
teatro, a literatura, a escultura e também o cinema.
A expressividade, o pensamento livre, o inconsciente e a criação de cenas 
irreais são algumas características encontradas em obras surrealistas. Propõe uma 
valorização da fantasia e da loucura, deixando o artista levar-se pelos impulsos em 
suas criações, colocando em sua obra tudo o que estiver passando por sua cabeça.
56
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE
FIGURA 37 – A TRAIÇÃO DAS IMAGENS (1929) DE RENÉMAGRITTE
FONTE: <https://static.todamateria.com.br/upload/re/ne/renemagritte-cke.jpg>. 
Acesso em: 10 jul. 2020.
O surrealismo teve alguns nomes de destaque, mas deixaremos aqui a obra 
de René Magritte (1898-1967), que trabalhava em cima de figuras costumeiramente 
utilizadas e de fácil interpretação para inseri-las em contextos diferenciados.
57
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico, você aprendeu que:
• Algumas características demonstram uma ruptura com a Arte Moderna, 
como a Efemeridade da Arte produzida, utilização de diferentes materiais e 
técnicas, mescla de estilos artísticos, discussão sobre o que a arte representa e 
a interação do espectador com a obra.
• Entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922, ocorreu a Semana de Arte Moderna, 
no Teatro Municipal de São Paulo. Evento este que teve como principal 
objetivo reunir diversas atrações e manifestações artísticas em um só lugar.
• Tendo início no começo do século XX, na França, o Fauvismo, foi associado 
à pintura e teve como principais características a utilização de tintas puras, 
sem misturas, proporcionando figuras delimitadas, com aspectos de relevos, 
tornando-se volumosas.
• As formas geométricas são o ponto principal da arte cubista, rompendo com 
os outros movimentos, que somente valorizavam a perfeição das formas. 
Surgiu no início do século XX na França, trazendo as diretrizes do imaginário 
urbano e industrial.
• O abstracionismo, também chamado de arte abstrata, é a maneira de 
expressar-se pela arte, por uma forma abstrata de entendimento e não de 
maneira concreta, não sendo necessária uma imitação perfeita do mundo e 
das coisas ao seu redor.
• Tendo forte influência da arquitetura, o construtivismo teve início na 
Rússia, pouco depois da Revolução Russa, em 1917. A negação de uma arte 
“pura” e o debate de que a criação artística era separada do cotidiano foram 
características deste movimento artístico.
• O uso de quadrados, círculos e cruzes foi a marca registrada do Suprematismo. 
Movimento artístico de arte abstrata, que surgiu na Rússia, por volta de 1913, 
pelo pintor Kazimir Malevich.
• O uso da espontaneidade e da improvisação, bem como a utilização de um 
pensamento anarquista criticando o consumismo e o capitalismo, eram 
marcas fortes do Dadaísmo.
• A Expressividade, o pensamento livre, o inconsciente e a criação de cenas 
irreais são algumas características encontradas em obras surrealistas.
58
1 (PUC-SP) A Semana de Arte Moderna (1922), expressão de um movimento 
cultural que atingiu todas as nossas manifestações artísticas, surgiu de uma 
rejeição ao chamado colonialismo mental, pregava uma maior fidelidade à 
realidade brasileira e valorizava, sobretudo, o regionalismo. Diante do que 
se pode afirmar sobre o exposto, assinale a alternativa CORRETA:
FONTE: Adaptada de <https://exercicios.mundoeducacao.uol.com.br/exercicios-literatura/
exercicios-sobre-semana-arte-moderna.htm>. Acesso em: 7 out. 2020.
a) ( ) Romance regional assumiu características de exaltação, retratando os 
aspectos românticos da vida sertaneja.
b) ( ) A escultura e a pintura tiveram seu apogeu com a valorização dos 
modelos clássicos.
c) ( ) Movimento redescobriu o Brasil, revitalizando os temas nacionais e 
reinterpretando nossa realidade.
d) ( ) Os modelos arquitetônicos do período buscaram sua inspiração na 
tradição do barroco português.
e) ( ) A preocupação dominante dos autores foi com o retratar os males da 
colonização.
2 (FUVEST, 2019) Sobre a reprodução da figura a seguir, assinale a alternativa 
CORRETA:
FONTE: Adaptada de <https://www.blogdovestibular.com/questoes/questao-pintura-navio-
-emigrantes-fuvest-2019.html>. Acesso em: 7 out. 2020.
a) ( ) Uma pintura impressionista, marcada por pinceladas soltas e pela 
temática da emigração americana para o continente europeu.
b) ( ) Um mosaico cubista, caracterizado pelas formas geométricas, que 
procuram salientar a esperança daqueles que se dirigem para terras 
estrangeiras.
AUTOATIVIDADE
59
c) ( ) Uma pintura expressionista, que reforça o sofrimento dos que se 
deslocavam em um contexto de perseguições e intolerâncias.
d) ( ) Um painel surrealista, que procurava destacar o subconsciente 
atormentado daqueles que deixavam seus locais de origem.
e) ( ) Uma pintura futurista, influenciada pelas referências de modernização 
tecnológica características da primeira metade do século XX.
3 (ESPM, 2015) O autor foi o criador do Ready-made, termo criado para 
designar um tipo de objeto, por ele inventado, que consiste em um ou mais 
artigos de uso cotidiano, produzidos em massa, selecionados sem critério 
estético e expostos como obras de arte em espaços especializados como 
museus e galerias. Ao transformar qualquer objeto em obra de arte, o artista 
realiza uma crítica radical ao sistema da arte.
Assinale a alternativa CORRETA que mencione respectivamente o nome do 
artista responsável pelos trabalhos apresentados na questão e o movimento 
artístico que adotava os procedimentos expostos no enunciado, levando 
muitos a exclamarem “Isso não é arte!”:
FONTE: Adaptada de <https://www.todamateria.com.br/exercicios-vanguardas-europeias/>. 
Acesso em: 7 out. 2020.
a) ( ) Marcel Duchamp – Dadaísmo.
b) ( ) Georges Braque – Expressionismo.
c) ( ) Alberto Giacometti – Surrealismo.
d) ( ) Henri Moore – Surrealismo.
e) ( ) Franz Arp – Dadaísmo.
60
61
TÓPICO 6 — 
UNIDADE 1
ARTE CONTEMPORÂNEA OU PÓS-MODERNA
1 INTRODUÇÃO
Na segunda metade do século XX, após a Segunda Guerra Mundial, surge 
a Arte Contemporânea ou Arte Pós-Moderna, prolongando-se até os dias de hoje 
com uma arte inovadora, curiosa e original. 
Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), um novo panorama é 
caracterizado pelo avanço da globalização, cultura de massa e o desenvolvimento 
das novas tecnologias e mídias, com isto a arte passa a ser produzida ao mesmo 
tempo em que ela é discutida e pensada.
Algumas características demonstram uma ruptura com a Arte Moderna 
como a Efemeridade da Arte produzida, utilização de diferentes materiais e 
técnicas, mescla de estilos artísticos, discussão sobre o que a arte representa e a 
interação do espectador com a obra.
2 POP ART
Consumo, estilo de vida americanoe a publicidade em geral são temas 
comuns abordados pelo Pop Art. Traduzido para o português como Arte Popular, 
a expressão e o movimento foram criados em 1950 pelo crítico Lawrence Alloway. 
FIGURA 38 – MARILYN MONROE (1962), ANDY WARHOL
FONTE: <https://cutt.ly/agA22Hq>. Acesso em: 10 set. 2020.
62
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE
Mesmo recebendo este nome, a Pop Art não deve ser confundida com um 
movimento da cultura popular, mas sim uma interpretação feita pelos artistas da 
cultura das massas, influenciando o grafismo e os desenhos de moda da época. 
Além de Andy Warhol (1928-1987), os artistas Eduardo Luigi Paolozzi (1924-
2005), Richard Hamilton (1922-2011), Peter Blake (1932), Roy Lichtenstein (1923-
1997), Claes Oldenburg (1929), James Rosenquist (1933-2017), Tom Wesselmann 
(1931-2004), Wayne Thiebaud (1920) e Jasper Johns (1930) foram os expoentes 
neste movimento artístico no exterior. No Brasil, podemos citar Antonio Dias 
(1944), Rubens Gerchman (1942-2008) e Claudio Tozzi (1944).
A utilização de cores vidas, ilustrações, imagens pictóricas e símbolos 
que foram maciçamente utilizados pelo setor publicitário e cinematográfico, 
desenvolvendo grande empatia pela moda e pelo design em geral. Este 
movimento recusava-se impor limites entre a arte e a vida e desta forma fez com 
que a conexão com o público ficasse a cargo do entendimento dos símbolos e 
figuras utilizados nas obras de arte.
3 OP ART
Explorar a ilusão de ótica nas obras é uma característica do movimento 
Op Art. A palavra Op Art deriva de Optical Art, traduzido para o português Arte 
Óptica. Esse movimento artístico, que teve início em 1950, procura traduzir o 
mundo como um lugar precário e instável, que a cada instante pode ser modificado.
Diferente da Pop Art, que tem um apelo na questão visual e publicitária, a 
Op Art é oposta a ela, com a representação de movimentos por meio da pintura, 
baseada em estudos psicológicos da mente humana. Defendiam a tese de que a 
arte deveria ser mais visualizada e ter menos expressão.
FIGURA 39 – VICTOR VASSARELLI E SUA ILUSÃO DE ÓTICA
FONTE: <https://laart.art.br/wp-content/uploads/2019/04/victorvasarely3.jpg>. 
Acesso em 12/08/2020.
TÓPICO 6 — ARTE CONTEMPORÂNEA OU PÓS-MODERNA
63
As obras desse movimento parecem ter movimento, podendo deformar-
se ou aumentar de acordo com o olhar de cada espectador. Como principais 
artistas podemos citar: Victor Vassarely (1908-1997), Alexander Calder (1898-
1976), Bridget Riley (1931), Jesús-Raphael Soto (1923-2005), Ad Reinhardt (1913-
1967) e Kenneth Noland (1924-2010)
4 MINIMALISMO
Com recursos e elementos mínimos, o Minimalismo surgiu nos anos 1960, 
nos Estados Unidos. As obras de arte são feitas com um número mínimo de cores, 
dando preferência a formas geométricas delicadamente compostas. 
O minimalismo, por sua estrutura e teoria, influenciou e ainda influencia 
diversas áreas, como design, moda, arquitetura e até mesmo no desenho 
industrial. Artistas como Sol Le Witt, Frank Stella, Donald Judd e Robert Smithson 
trabalharam no estudo e concepção da base do movimento Minimalista.
5 TACHISMO
Movimento artístico informal, na concepção de “sem forma”, sendo 
considerado também um movimento de Arte Abstrata. Pinceladas vigorosas, 
pingos escorridos e manchas, criando formas descaracterizadas e não 
representativas são aspectos característicos do Tachismo. 
FIGURA 40 – DER BLAUE REITER (1903) ARTISTA: WASSILY KANDINSKY ÓLEO SOBRE TELA
FONTE: <https://cutt.ly/IgA9MrM>. Acesso em: 13 ago. 2020.
Franz Marc (1880-1916) e Wassily Kandinsky (1866-1944) foram nomes 
que fizeram parte deste movimento artístico.
64
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE
6 ARTE CONCEITUAL
Nos anos de 1960 e 1970, surgiu, nos EUA e na Europa, a Arte Conceitual, 
em que as obras de arte são pautadas em conceitos, reflexões e ideias, ou seja, a 
arte conceitual é uma arte ideia, fugindo apenas do visual.
O objetivo é o de fazer o espectador refletir a ideia que está sendo passada 
na obra, propondo uma autonomia do artista e de sua obra.
FIGURA 41 – MENSAGENS ESCRITAS EM GARRAFAS DE COCA-COLA, QUE VOLTAVAM PARA A 
CIRCULAÇÃO, PARA A DITADURA DO ARTISTA BRASILEIRO CILDO MEIRELES
FONTE: <https://static.todamateria.com.br/upload/ci/ld/cildomeirelles-cke.jpg>. 
Acesso em: 10 set. 2020.
O termo “arte conceitual” foi utilizado pela primeira vez em 1961, pelo 
artista americano Henry Flynt, buscando realizar uma crítica ao mercado de arte 
tradicional, popularizar a arte como veículo de comunicação e utilizar outros 
formatos como as fotografias, os vídeos e as instalações para a concepção geral de 
uma obra de arte.
Happening
No final de 1950, surge o Movimento Artístico intitulado Happening, ação 
da qual o artista de utiliza de elementos diversos, aproximando o espectador da 
obra, fazendo-o até mesmo a participar dela. Esses “eventos” propostos pelos 
artistas do Happening, não possuem nem começo e nem fim, não tendo, portanto, 
uma ordem de acontecimentos.
John Cage (1912-1992) foi o artista que criou o Theater Piece # 1, ou também 
chamado "o evento", realizado em 1952 no Black Mountain College, na Carolina 
do Norte, Estados Unidos, sendo este considerado o primeiro happening da 
história da arte.
TÓPICO 6 — ARTE CONTEMPORÂNEA OU PÓS-MODERNA
65
Performance
Diferente do Happening, a Performance não depende da participação 
do espectador para acontecer. Mistura diferentes elementos artísticos como 
dança, música, teatro e artes plásticas e de forma subjetiva e conceitual procura 
representar o que o artista está se propondo a trazer para sua obra.
Como a Performance ocorre geralmente com um público restrito, a 
utilização de imagens de vídeo e fotografia são de fundamental importância para 
o registro da obra para a posteridade e para o público em geral.
Teve seu início no final da Primeira Guerra Mundial, mas ganhou força e 
ficou conhecida entre os anos de 1960 e 1970. Allan Kaprow foi um dos pioneiros 
nesse na Performance, promovendo a participação do público nas performances, 
por meio de instalações artísticas. Outro grupo que tomou forma na performance 
dói o então intitulado Grupo Fluxus, formado por artistas europeus, americanos 
e japoneses, promovendo uma discussão sobre a arte e seu aspecto comercial.
Videoarte
Com a difusão e o barateamento dos vídeos na década de 1960, a Videoarte 
toma força e promove seu uso não comercial para o mundo todo. Nessa época o 
vídeo passa a ter muita força no âmbito artístico e propulsiona os mais diversos tipos 
de arte. Cenas, cores e sons trazem movimento para dentro das galerias de arte.
As realizações Fluxus justapõem não apenas objetos, mas também 
sons, movimentos e luzes num apelo simultâneo aos diversos sentidos: 
visão, olfato, audição, tato. Nelas, o espectador deve participar dos 
espetáculos experimentais, em geral, descontínuos, sem foco definido, 
não-verbais e sem sequência previamente estabelecida. Ampliando 
o recuo temporal, é possível localizar ecos dadaístas, sobretudo dos 
trabalhos tridimensionais de Marcel Duchamp (1887-1968) – The Large 
Glass, 1915/1923 e To Be Looked at (From the Other Side of the Glass) with 
one Eye, Close to, for almost na Hour, conhecido como Small Glass, 1918 – 
e de seus trabalhos óticos, Rotary Glass Plates (Precision Optics), 1924 e 
Anemic Cinema, 1926 (ENCICLOPÉDIA ITAÚ CULTURAL DE ARTE E 
CULTURA BRASILEIRAS, 2017, s.p).
O espectador visualiza as obras de arte da galeria, mas expande seu olhar 
para as paredes e tetos que contam histórias por meios de imagens em movimento 
e sons que transmitem o que aquela exposição quer dizer.
Body art
 Utilizar o corpo para se expressar de maneira artística já é considerado 
antigo. Todavia, é na década de 1960, nos Estados Unidos, que se realiza um 
estudo mais aprofundado de como o corpo pode expressar-se e representar o que 
quer que seja dito pelo artista. 
 
66
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE
A ideia do Body art é que o corpo seja uma forma de expressão livre de 
ideologias, preconceitosem relação a temas de gênero ou sexuais. Geralmente, 
por meio de performances, os artistas do Body Art buscavam em seu corpo 
meios de se expressar revelando diversas tendências. Violência, agressividade, 
automutilação do corpo tinham como objetivo chocar o espectador, provocando 
reações fortes e sensíveis. Viennois Gunter e Rudolf Schwarzkogler (que morreu 
em 1969, durante uma performance), Chris Burden e Gina Pane, são considerados 
expoentes na Body Art.
7 FOTORREALISMO E INTERNET ART
O Fotorrealismo tem como principal ferramenta, as fotografias, que 
projetadas em telas são fielmente replicadas com exatidão, proporcionando o 
maior realismo possível da cena que é projetada.
Já a Internet Art é um movimento artístico que foi criado pela e para a 
internet, tendo como uma de suas principais características a interatividade, 
reunindo diversas linguagens artísticas no meio digital.
Street art
Street Art ou Arte de Rua refere-se às manifestações artísticas desenvolvidas 
no espaço público, distinguindo-se das manifestações de caráter institucional ou 
empresarial, bem como do mero vandalismo.
Vários estilos podem ser encontrados na Street Art como a instalação 
de Autocolantes ou Adesivos, as apresentações artístico-culturais diversas, 
a instalação de cartazes lambe-lambes, as apresentações de estátuas vivas, a 
aplicação de estênceis, as intervenções urbanas etc. 
Possuindo caráter dinâmico e efêmero, esse movimento artístico surgiu 
nos Estados Unidos, em 1970, e, em seguida, expandiu-se pelo mundo perdurando 
até hoje e dominando diversos ambientes, como até mesmo o design, a arquitetura 
e a moda.
Grafite
Utilizado principalmente como forma de crítica social e de intervenção 
artística na cidade, o Grafite é uma arte urbana, com produção de desenhos em 
locais públicos. O nome vem do Italiano “Graffito”, que significa “escrita feita 
com carvão”.
Desde os primórdios existem as manifestações do Grafite como as inscrições 
nas cavernas e também intervenções feitas em locais públicos na Antiguidade 
Romana. Na contemporaneidade o Grafite está ligado ao movimento do Hip 
Hop, na década de 1970 nos EUA.
TÓPICO 6 — ARTE CONTEMPORÂNEA OU PÓS-MODERNA
67
Série Get Down, disponível no Netflix, conta sobre a história do Hip Hop e do 
Grafite nos EUA.
INTERESSA
NTE
No Brasil, o Grafite nasce também na década de 1970, em São Paulo, 
em uma época de censura e ditadura. Com o intuito de uma provocação social, 
mostrando a realidade da sociedade reprimida, os desenhos dos grafites vêm 
para trazer e acender essa discussão.
FIGURA 42 – ALEX VALLAURI FEZ HISTÓRIA NOS ANOS 1980 COM ESSE DESENHO DE BOTA 
NAS PAREDES
FONTE: <https://static.todamateria.com.br/upload/bo/ta/botaalexvallauri-0.jpg>. 
Acesso em: 8 ago. 2020.
Nesta época a arte passa a ser vista além dos muros dos museus e sim 
também nas ruas, nos prédios e nos muros. O Grafite torna-se um grandioso 
instrumento de protesto e transgressão. Podemos citar nomes como Jean Michel 
Basquiat, Bansky, e os Gêmeos para compor o quadro dos artistas expoentes 
neste movimento artístico. 
Land Art
A natureza é considerada o principal material da Land Art. Artistas 
procuravam locais remotos para montar grandiosas intervenções. Linhas sobra 
terra, com pilhas de madeira e pedras e escavação de tumbas formando desenhos 
e formas em grande escala é o resultado obtido pela Land Art. Todo o processo é 
gravado e fotografado para que o processo seja registrado.
68
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE
FIGURA 43 – DUPLO NEGATIVO DE MICHAEL HEIZER
FONTE: <https://cutt.ly/kgStWRz>. Acesso em: 13 ago. 2020.
Dessa forma, o espectador tem como principal objetivo, o de observar e 
contemplar a obra que se utiliza da beleza e da força da natureza. Michael Heizer, 
Robert Smithson e Walter de Maria são os artistas que propulsionam a Land Art.
TÓPICO 6 — ARTE CONTEMPORÂNEA OU PÓS-MODERNA
69
ARTE: CONCEITO, ORIGEM E FUNÇÃO
Irama Sonary de Oliveira 
Ferreira Lívia Freire de Oliveira 
Introdução 
Arte é conhecimento, e partindo deste princípio, pode-se dizer que é 
uma das primeiras manifestações da humanidade, pois serve como forma do 
ser humano marcar sua presença criando objetos e formas que representam sua 
vivência no mundo, o seu expressar de ideias, sensações e sentimentos e uma 
forma de comunicação (AZEVEDO JÚNIOR, 2007). 
A arte surgiu com os primórdios da humanidade, revelou-se com suas 
primeiras ações, principalmente através de seu trabalho, condição necessária 
para sua sobrevivência, em que o homem utiliza a natureza transformando-a. 
As pinturas rupestres também caracterizavam essas primeiras formas de ação, 
demonstrando que o homem da caverna, naquele tempo, já interesse em se 
expressar de maneira diferente (FISCHER, 1983). Dentre seus possíveis conceitos 
a “arte é uma experiência humana de conhecimento estético que transmite e 
expressa ideias e emoções”, por isso, para a apreciação da arte é necessário aprender 
a observar, a analisar, a refletir, a criticar e a emitir opiniões fundamentadas sobre 
gostos, estilos, materiais e modos diferentes de fazer arte (AZEVEDO JÚNIOR, 
2007, p. 7). Partindo deste princípio, a arte existe para decorar o mundo, para 
ajudar no dia-a-dia (utilitária), para explicar e descrever a história, para expressar 
ideias, desejos e sentimentos, a arte é uma manifestação singular. 
Quando o homem faz arte, ele cria um objeto artístico que não precisa 
ser uma representação fiel das coisas no mundo natural ou vivido e sim, como 
as coisas podem ser, de acordo com a sua visão, ou seu desejo. Baseado nisso, 
a função da arte e o seu valor estão na representação simbólica do mundo 
humano. Cada sociedade apresenta variados estilos para fazer arte, pois cada 
uma apresenta os seus próprios valores, sejam eles morais, religiosos e artísticos, 
cada região tem sua cultura, no entanto, a arte se manifesta de acordo com elas 
(AZEVEDO JÚNIOR, 2007). 
Portanto, procura-se, a partir da discussão deste tema, saber qual o 
significado e importância da arte para a sociedade, através de um relato sobre 
sua origem, conceito e função. 
Origem da arte 
O mundo da arte pode ser observado, compreendido e apreciado por meio 
do conhecimento do ser humano, que desenvolve a sua imaginação e criação, 
adquirindo conhecimento, modificando sua realidade, aprendendo a conviver 
LEITURA COMPLEMENTAR
70
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE
com seus semelhantes e respeitando as diferenças (AZEVEDO JUNIOR, 2007). 
A arte é quase tão antiga quanto o homem, pois a arte é uma forma de trabalho, 
e o trabalho é uma propriedade do homem, uma de suas características e ainda 
pode ser definido como um processo de atividades deliberadas para adaptar as 
substâncias naturais as vontades humanas, é a relação de conexão entre o homem 
e a natureza, comum em todas as formas sociais (FISCHER, 1983). 
O homem executa seu trabalho através da transformação da natureza. A 
arte, como um trabalho mágico do homem, é utilizada como uma tentativa de 
transformação da natureza, sonha em modificar os objetos, dar uma nova forma 
à sociedade, trata-se de externar uma imaginação do que significa a realidade, 
portanto o homem é considerado, por princípio, um mágico, pois é capaz de 
transformar a realidade através da arte (FISCHER, 1983). 
Para executar suas atividades, o homem através de artes, como por 
exemplo, as pinturas em paredes, foram gerando conhecimentos e criando 
ferramentas para atender seus interesses. O homem cria a arte como uma forma 
para sobreviver no meio, expressar o que pensa, divulgar suas crenças (ou a de 
outros), para estimular e distrair a si mesmo e aos outros, para explorar novas 
formas de olhar e interpretar objetos e cenas. 
Segundo Azevedo Júnior (2007), para que a arte exista é necessário a 
existência de três elementos: o artista, o observador e a obra de arte. O artista é 
aquele que tem o conhecimento concreto, abstrato e individual sobre determinado 
assunto, que se estressa e transmite esse conhecimento atravésde um objeto 
artístico (pintura, escultura, dentre outros), que represente suas ideias. O segundo, 
o observador, é aquele que faz parte do público, que observa a obra para chegar 
ao caminho de mundo que ela contém, ainda terá que ter algum conhecimento de 
história e história da arte para poder entender o contexto de tal arte. O terceiro, a obra 
de arte, é a criação do objeto artístico, que vai até o entendimento do observador, 
pois todas as artes têm um fim em si, ou seja, uma tradução. 
Conceito de arte 
A arte concebida como ideia de colocar o homem em equilíbrio com seu 
meio, se caracteriza como um reconhecimento parcial da sua natureza e da sua 
necessidade, tendo em vista que não é possível um permanente equilíbrio entre o 
homem e o mundo que o circunda, sugerindo que a arte é e sempre será necessária 
(FISCHER, 1983). 
Segundo Azevedo Júnior (2007), a arte é conhecimento, além de uma das 
primeiras manifestações da humanidade para marcar sua presença em determinado 
espaço (como já foi dito anteriormente, através da pintura nas cavernas, templos 
religiosos, quadros, filmes) que expressam suas ideias, sentimentos e emoções 
sobre determinado assunto para os outros, portanto, a arte tem a intenção de 
mostrar como as coisas podem ser de acordo com determinada visão e não uma 
visão de como as coisas são. No entanto, a arte é uma representação simbólica do 
mundo humano. Há vários conceitos que definem a arte, de modo mais sintético, 
TÓPICO 6 — ARTE CONTEMPORÂNEA OU PÓS-MODERNA
71
pode-se dizer que a arte é a transmissão de ideias, pensamentos e emoções, através 
de um objeto artístico, adquirida da experiência humana e que possui seu valor, no 
entanto, para entende-la é necessário aprender sobre ela, seu histórico, para assim 
pode observar, a analisar, a refletir, a criticar e a emitir opiniões fundamentadas 
sobre gostos, estilos, materiais e modos diferentes de fazer arte (AZEVEDO 
JÚNIOR, 2007). Cada sociedade apresenta um estilo diferente de fazer arte, pois 
possuem seus próprios valores morais, religiosos, artísticos entre outros. 
Baseado nisto, cada região tem sua cultura, no entanto, a arte se manifesta 
de acordo com elas (AZEVEDO JÚNIOR, 2007). Para Tabosa (2005), o termo arte 
é derivado do latim ars que tem sentido de origem grega de arte manual, ofício, 
habilidade, obra, que significa, em um aspecto mais geral um conjunto de regras 
que conduzem a atividade humana. Complementando, o conceito de artes a 
PUC-Rio (2012) relata um pouco da produção de Joseph Beuys sobre o conceito 
de artes, no sentido em que este não era limitado apenas ao campo artístico, 
mas se estendia aos campos políticos e educacionais. Partindo deste princípio, o 
conceito de artes era visto como algo que fizesse parte da vida, sendo essencial na 
formação e organização social. 
Função da arte
Em cada sociedade, existe um modo de se ver a arte, como em sociedades 
indígenas, em que se pode notar a arte presente no seu dia-a-dia através de suas 
vestimentas, pinturas, artefatos etc. A arte só foi reconhecida no séc. XX como um 
objeto que proporciona experiência de conhecimento (AZEVEDO JÚNIOR, 2007). 
Segundo Fischer (1983), o homem só se tornou homem através do conhecimento 
que a arte proporciona, pois é da utilização deste conhecimento que ele faz suas 
ferramentas para poder atender suas necessidades, como o homem primitivo viu 
a utilidade de se proteger contra os inimigos e também caçar. No entanto, este 
criou uma ferramenta como uma vara, junto a uma pedra para atingir animais, 
ou outros seres que viessem o atacar. 
Para Azevedo Júnior (2007) arte, de uma forma mais artística, apresenta 
três funções principais: a pragmática ou utilitária, a naturalista e formalista. A arte 
como função pragmática serve como uma alternativa para alcançar um fim não 
artístico e sim uma finalidade, baseado nesta ideia, a arte pode estar a serviços 
para finalidades religiosas políticas ou sociais, neste caso não é interessante 
sua qualidade estética, mas a finalidade que se prestou alcançar. A arte como 
função naturalista tem como objetivo representar algo ao observador de forma 
mais natural possível, o que interessa aqui é a representação da realidade e da 
imaginação do conteúdo de tal arte para o observador, de uma maneira que este 
possa compreender. 
A arte como função formalista preocupa-se com significados e motivos 
estéticos, preocupa-se em transmitir e expressar ideias e emoções através de 
objetos artísticos (AZEVEDO JÚNIOR, 2007). Segundo Fischer (1983, p. 1) cabe 
à arte: “papel de clarificação das relações sociais, ao papel de iluminação dos 
homens em sociedades que se tornavam opacas, ao papel de ajudar o homem 
72
UNIDADE 1 — HISTÓRIA DA ARTE
a reconhecer e transformar a realidade social. Uma sociedade altamente 
complexa, com suas relações e contradições sociais multiplicadas, já não pode 
ser representada à maneira dos mitos”. A arte é um meio pelo qual o homem 
transforma o mundo através do conhecimento, pois quando algum artista pratica 
a arte ele pretende passar algo novo, suas ideias e pensamentos. No entanto, isso 
pode ser observado nos primórdios com as pinturas, que deixavam para as outras 
pessoas, conhecimentos anteriores a eles que depois foram se desenvolvendo e 
se aprimorando com o decorrer do tempo. Na verdade, a função essencial é a 
de fazer esclarecer e incitar à ação; sendo necessária para que o homem se torne 
capaz de conhecer e transformar o mundo em que vive (FISCHER, 1983). 
Considerações finais
Diante de todos os relatos apresentados, percebe-se que a arte é uma 
forma de expressão humana, tendo em vista que ela transmite características 
e conceitos inerentes ao homem e sua cultura, no sentido que através dela ele 
consegue expressar suas ideias, sensações e sentimentos, servindo como uma 
forma de comunicação (AZEVEDO JÚNIOR, 2007). 
Baseado nisso, a importância da arte está na sua capacidade de 
proporcionar uma forma diferenciada de comunicação ao homem e proliferação 
de sua cultura ao redor do mundo, fazendo com que este se torne um processo 
dinâmico e contínuo. Com a discussão deste tema, pôde-se fundamentar ainda 
mais o significado de arte, no sentido de desmistificar a ideia de que a arte é 
limitada apenas ao campo artístico, mas que também abrange outras áreas da 
vida humana, tanto o moral quanto o religioso. 
FONTE: <http://www2.ufersa.edu.br/portal/view/uploads/setores/241/texto%205.pdf>. Acesso em: 
6 out. 2020.
73
RESUMO DO TÓPICO 6
Neste tópico, você aprendeu que:
• Consumo, estilo de vida americano e a publicidade em geral são temas 
comuns abordados pelo Pop Art. Traduzido para o português como Arte 
Popular, a expressão e o movimento foram criados em 1950, pelo crítico 
Lawrence Alloway.
• Explorar a ilusão de ótica nas obras é uma característica do movimento Op 
Art. A palavra Op Art deriva de Optical Art, traduzido para o português Arte 
Óptica.
• Com recursos e elementos mínimos, o minimalismo surgiu nos anos 1960, nos 
Estados Unidos. As obras de arte são feitas com um número mínimo de cores, 
dando preferência a formas geométricas delicadamente compostas
• Movimento artístico informal, na concepção de “sem forma”, sendo 
considerado também um movimento de Arte Abstrata. Pinceladas vigorosas, 
pingos escorridos e manchas, criando formas descaracterizadas e não 
representativas são aspectos característicos do Tachismo. 
• No final de 1950, surge o movimento artístico intitulado happening, ação da 
qual o artista de utiliza de elementos diversos, aproximando o espectador 
da obra, fazendo-o até mesmo a participar dela. Esses “eventos” propostos 
pelos artistas do Happening, não possuem nem começo e nem fim, não tendo, 
portanto, uma ordem de acontecimentos.
• Diferente do happening, a performance não depende da participação do 
espectador para acontecer. Mistura diferentes elementos artísticos como 
dança, música, teatro e artes plásticas e de forma subjetiva e conceitual 
procura representar o queo artista esta se propondo a trazer para sua obra.
• O fotorrealismo tem como principal ferramenta, as fotografias, que projetadas 
em telas são fielmente replicadas com exatidão, proporcionando o maior 
realismo possível da cena que é projetada.
• Já a Internet Art é um movimento artístico, que foi criado pela e para a internet, 
tendo como uma de suas principais características a interatividade, reunindo 
diversas linguagens artísticas no meio digital.
• Utilizado principalmente como forma de crítica social e de intervenção 
artística na cidade, o Grafite é uma arte urbana, com produção de desenhos 
em locais públicos. O nome vem do Italiano “Graffito”, que significa “escrita 
feita com carvão”.
74
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pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao 
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CHAMADA
• Nos anos de 1960 e 1970, surgiu, nos EUA e na Europa, a Arte Conceitual, em 
que as obras de arte são pautadas em conceitos, reflexões e ideias, ou seja, a 
arte conceitual é uma arte ideia, fugindo do visual.
• A natureza é considerada o principal material da Land Art. Artistas 
procuravam locais remotos para montar grandiosas intervenções. Linhas 
sobra terra, com pilhas de madeira e pedras e escavação de tumbas formando 
desenhos e formas em grande escala é o resultado obtido pela Land Art.
75
1 Sobre o que podemos afirmar da arte contemporânea, assinale a alternativa 
CORRETA:
 
a) ( ) Grafite não é arte.
b) ( ) Fotografia e cinema não são artes.
c) ( ) Apenas pintura e escultura são artes.
d) ( ) O vídeo e a performance foram aceitos na arte contemporânea.
e) ( ) Nenhuma das alternativas.
2 (MACAE-RJ) Leia o Texto a seguir:
Apoderar-se de espaços públicos em nome do registro histórico, da arte livre e 
da contestação sempre atraiu as pessoas, desde o início dos tempos. Desenhos 
do cotidiano das comunidades já podiam ser vistos nas cavernas, em pinturas 
rupestres, datadas da Pré-História. Inscrições urbanas semelhantes também 
podem ser encontradas na cidade de Pompeia (na Itália), que mesmo tendo 
sido invadida por lavas vulcânicas, preservou as marcas de manifestos e 
propagandas políticas impressas nas construções. Esses registros fazem parte 
da história do graffiti – ou grafite, em português –, uma prática que hoje em dia 
é considerada uma arte, um movimento e a expressão de uma cultura de classe. 
O grafite moderno, feito com tinta e latas de spray, teve origem em Nova Iorque, 
nos Estados Unidos, ainda durante os anos 1970, quando o movimento hip-
hop dava os seus primeiros passos. Os símbolos gravados nos muros serviam 
como forma de comunicação entre gangues. Essa prática ainda está vinculada 
à cultura de periferia, não só nos Estados Unidos, mas também no Brasil. A 
diferença é que hoje existe uma divisão mais nítida entre a pichação, usada como 
instrumento de protesto e de vandalismo, e o grafite, que, embora mantenha 
a característica marginal, é considerado uma expressão da arte de rua. [...] O 
grafite é uma das expressões mais populares da arte de rua, mas existem outras 
técnicas plásticas que integram as intervenções urbanas. Colagem, stencilart e 
pintura mural também são algumas das práticas desenvolvidas. Dança, música 
e encenações teatrais integram, da mesma forma, essas manifestações [...]. 
FONTE: Adaptado de KOPPE, J. Arte ao alcance de todos. 2005. Disponível em: https://
www.gazetadopovo.com.br/caderno-g/arte-ao-alcance-de-todos-9oftog1ylvqtl4we1jcrrc-
vv2/. Acesso em: 6 out. 2020.
No que diz respeito ao grafite, assinale a alternativa CORRETA acerca do que 
o texto revela:
a) ( ) É uma das expressões mais populares da arte de rua, mas existem 
outras poucas técnicas plásticas que integram as intervenções urbanas.
b) ( ) O grafite moderno, feito com tinta e latas de spray, teve origem em 
Washington, nos Estados Unidos, ainda durante os anos 1970. 
AUTOATIVIDADE
76
c) ( ) Apesar de manter a característica marginal, é considerado uma 
expressão da arte de rua. 
d) ( ) Grafite, em francês, é uma prática que hoje em dia é considerada uma 
arte, um movimento e a expressão de uma cultura de classe. 
e) ( ) Por ser marginalizado, não é considerado uma expressão da arte de 
rua. 
 
3 Segundo o texto da questão anterior (questão 1), o grafite é “[...] uma prática 
que hoje em dia é considerada uma arte, um movimento e a expressão de 
uma cultura de classe” (2º parágrafo). Para expressar a sua arte, os grafiteiros 
usam como suporte:
a) ( ) Os muros como tela e as latas de tinta de spray para desenhar.
b) ( ) As paredes das casas como telas e tintas a óleo para desenhar. 
c) ( ) As paredes de construções antigas e tintas plásticas para desenhar.
d) ( ) As paredes de grandes prédios e tintas acrílicas para desenhar. 
e) ( ) Grandes painéis em galerias de arte e tintas PVA para desenhar
4 No que se refere ao estilo “Land Art”, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Trata-se de técnicas artísticas que visam iludir o expectador.
b) ( ) Trata-se de uma variante do impressionismo italiano, que se caracteriza 
pela inserção de elementos atóxicos nas pinturas.
c) ( ) Trata-se do espaço não utilizado pelo pintor na tela de trabalho. 
d) ( ) Trata-se da imagem utilizada para incentivar o apreço pela arte em 
crianças e adolescentes.
e) ( ) Trata-se do tipo de arte em que o terreno natural, em vez de prover o 
ambiente para uma obra de arte, é ele próprio trabalhado de modo a se 
integrar com a obra.
77
REFERÊNCIAS
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br/arte-egipcia/#:~:text=Pintura%20Eg%C3%ADpcia,parte%20da%20hist%-
C3%B3ria%20do%20Egito. Acesso em: 15 set. 2020.
ARTE rupestre. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. 
São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.
org.br/termo5354/arte-rupestre. Acesso em: 7 out. 2020. Verbete da Enciclopédia.
PINTO, T. dos S. O que é arte rupestre. c2020. Disponível em: https://brasilescola.
uol.com.br/o-que-e/historia/o-que-e-arte-rupestre.htm. Acesso em: 29 jun. 2020. 
BÖGER, M. R. O encontro da moda com a arte: momentos da história da moda 
em que a arte foi inspiradora. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Co-
nhecimento, n. 4, v. 5, p. 138-151, jun. 2019. ISSN: 2448-0959
BUCKLEY, C.; MCASSEY, J. Styling de moda: criação de um estilo, moda ou 
imagem. Porto Alegre: Bookman, 2013.
MURALHA, F. O que são iluminuras? 2018. Disponível em: https://citaliarestau-
ro.com/o-que-sao-iluminuras/. Acesso em: 20 jun. 2020. 
CUNHA, S. Renascimento: tudo sobre a arte Renascentista. c2020. Disponível 
em: https://www.culturagenial.com/renascimento/. Acesso em: 6 jul. 2020. 
FILHO, D. B. Pequena história da arte. Campinas: Papirus, 1989.
GOMBRICH, E. H. A história da arte. 16. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999. 688 p.
IMBROISI, M.; MARTINS, S. Arte Grega. c2020a. Disponível em: https://www.histo-
riadasartes.com/nomundo/arte-na-antiguidade/arte-grega/. Acesso em: 7 out. 2020.
IMBROISI, M.; MARTINS, S. Rococó. c2020b. Disponível em: https://www.histo-
riadasartes.com/nomundo/arte-barroca/rococo/. Acesso em: 7 out. 2020.
IMBROISI, M.; MARTINS, S. Neoclássico. c2020c. Disponível em: https://www.
historiadasartes.com/nomundo/arte-seculo-18/neoclassico/. Acesso em: 7 out. 2020.
VIDEOARTE. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. 
São Paulo: Itaú Cultural, 2017. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.
org.br/termo3854/videoarte. Acesso em: 7 out. 2020. Verbete da Enciclopédia.
TREPTOW, D. Inventando moda: planejamento de coleção. 5. ed. São Paulo: D. 
Treptow, 2013.
78
79
UNIDADE 2 — 
HISTÓRIA DO DESIGN
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• entender sob o olhar de diversos autores os conceitos, as definições e 
áreas de abrangência do design;
• compreendera história do design e sua relevância para a industrialização 
ocorrida nos séculos XIX, XX e XXI;
• conhecer as principais escolas que introduziram os conceitos e 
características do design, bem como os seus principais movimentos 
estéticos;
• compreender a importância do design para a concepção de produtos 
industriais;
• conhecer alguns dos principais designers dos séculos XIX, XX e XXI.
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO AO DESIGN
TÓPICO 2 – INDUSTRIALIZAÇÃO NOS SÉCULOS XVIII, XIX E XX
TÓPICO 3 – MOVIMENTOS ESTÉTICOS E ESCOLAS DE DESIGN
TÓPICO 4 – O DESIGN NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
80
81
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, neste tópico, abordaremos alguns conceitos e definições que 
autores e profissionais da área do design descrevem, na tentativa de elucidar 
a complexidade do termo, já que o design é uma disciplina interdisciplinar, 
multifacetada, transversal e, para atingir os seus objetivos, insere em seu contexto 
e prática os conteúdos de cunho social, econômico, cultural, tecnológico, inovador, 
entre outros, que se juntam como um grande trabalho em equipe, sendo o designer 
também um gestor destas etapas.
Vamos juntos conhecer algumas áreas de formação acadêmica do 
design, a fim de compreender a extensão de possibilidades que se abrem para 
esta profissão. Neste intuito, deixaremos claro que os campos se abrem quase 
que infinitamente quando analisamos o design para além da academia e sob a 
ótica do desenvolvimento de produtos e de serviços, sejam eles os mais variados 
possíveis, de maneira pensada e equilibrando forma, função e estética. 
Sendo assim, vamos expor as diferenças existentes entre um produto 
produzido desenvolvido de forma artesanal, pelo desenho industrial e no 
standart (padrão), pois muitas vezes estes termos se confundem, mas devem ser 
compreendidos de acordo com a configuração de cada um.
Por fim, versaremos sobre as funções dos produtos industriais, que 
estão intrínsecas no fazer do design, pois são elementos indispensáveis a serem 
identificados nestes produtos. Bons estudos!
2 CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE DESIGN
 
O que é design? Você já percebeu como esta palavra faz parte do seu 
dia a dia? Como ela está integrada em suas atividades, em suas escolhas por 
determinados produtos, seja no mercado, na livraria, nas lojas de roupas, de 
equipamentos para a sua casa, eletroeletrônicos, produtos decorativos, na estética 
apresentada nas novelas, filmes, propagandas, entre outros e até mesmo na sua 
estética pessoal?
Sim, o design está contido em todos os produtos que consumimos!
TÓPICO 1 — 
INTRODUÇÃO AO DESIGN
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
82
Cada produto é pensado e projetado para atender uma demanda específica, 
de acordo com um perfil de consumidor, que é estudado e analisado exaustivamente 
com o objetivo de atender a uma necessidade criada, de forma a influenciar 
um determinado padrão de consumo. E tudo isso é muito bem estruturado por 
profissionais conhecedores de métodos projetivos presentes no design e que atuam 
em diversas áreas, como: gráfico e identidade visual, arquitetura e interiores, carros, 
produtos em geral, embalagens, têxteis, e muito mais!
O design como vivenciamos hoje ganhou essa maturidade somente a partir 
da década de 1980 e, como disciplina ativa, ele é recente. O design possui uma 
vocação interdisciplinar, transversal, multifacetada e existe a partir da interação, 
interlocução e parceria de outras áreas técnicas, filosóficas, sociais e culturais. 
Ele se constrói e reconstrói em um processo permanente de ampliação de seus 
limites, sempre em consonância com as exigências da época atual e a partir de 
outras áreas de conhecimento (COUTO, 1999).
O design sempre esteve vinculado aos processos industriais e, por isso, 
entendido como uma atividade geradora de projetos, no sentido objetivo de 
planos, esquemas, modelos, esboços, protótipos a fim de se produzir artefatos 
possíveis de serem reproduzidos em massa. 
Nesta lógica, o design no início de sua trajetória procurou se afastar das 
definições de outras atividades que também geram estes mesmos produtos, 
como a arte, a arte plástica, o artesanato e artes gráficas. Cardoso (2008) aponta 
que o design, arte e artesanato tem muito em comum e, atualmente, o design já 
atingiu uma maturidade institucional, fazendo com que muitos designers voltem 
a perceber o valor de resgatar o fazer manual.
Podemos considerar que historicamente o marco inicial para a 
fundamentação do design foi “a passagem de um tipo de fabricação, em que o 
mesmo indivíduo concebe e executa o artefato, para outro, em que existe uma 
separação nítida entre projetar e fabricar” (CARDOSO, 2008, p. 18). 
Portanto, podemos voltar a um passado mais remoto e encontrar em 
Leonardo da Vinci um primeiro representante do design. Bürdek (2006) cita que, 
em paralelo com seus estudos científicos de anatomia, ótica e mecânica, Vinci é 
considerado como um precursor do conhecimento de máquinas, um autêntico 
designer, pelo seu papel criador, ao editar o Manual de Elementos de Máquinas. 
Ainda, em 1588, o Oxford Dictionary citou e definiu pela primeira vez a 
palavra design como um plano desenvolvido pelo homem ou esquema que possa 
ser realizado; o primeiro projeto gráfico de uma obra de arte; um objeto das artes 
aplicadas, ou seja, útil para a construção de outras obras (BÜRDEK, 2006).
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO AO DESIGN
83
Cardoso (2008) traz em seu livro Introdução à História do Design, que a 
palavra design tem sua origem na língua inglesa, no qual como substantivo se 
refere tanto à ideia de plano, desígnio, intenção quanto de configuração, arranjo, 
estrutura. Já na sua origem em latim ‘designare’, é um verbo que abrange todos os 
sentidos, o designar e o desenhar. Tschimmel (2010) complementa descrevendo 
que como verbo design se refere ao processo que corresponde ao planejamento 
das ações do projeto e que como substantivo corresponde a uma perspectiva 
semântica orientada para o produto. 
Semântica: refere-se à semântica, ao significado das palavras, à interpretação 
das frases, das orações etc.: estudo semântico do texto. Refere-se à ciência que se dedica 
ao estudo da evolução do sentido das palavras ou de outras formas de comunicação 
humana (RIBEIRO, 2018). 
NOTA
Outro autor, Luís Antônio Coelho (2008) acrescenta que a palavra design 
possui uma multiplicidade de significados, pois a palavra nutre-se de outras 
palavras para ganhar significado, assim, “design” pode contemplar definições 
como: designar, indicar, representar, marcar, ordenar, dispor, regular, abrangendo 
termos como: invento, planejamento, projeto, configuração.
Da mesma maneira, o campo de atuação do designer é abrangente, 
relacionado à atividade projetual, que contempla uma série de requisitos 
indispensáveis, a fim de atender fatores sociais, culturais, econômicos, 
tecnológicos, ergonômicos etc., seja da vida social ou individual.
Flusser (2013), no livro O Mundo Codificado, analisa a palavra design em seu 
contexto histórico filosófico, relacionando seus diferentes significados até chegar 
ao design contemporâneo, o qual unificou características da arte e da técnica, cujo 
elemento mais expressivo se encontra no campo do pensamento, das ideias, de 
onde o design retira argumentos convincentes com o propósito de manipular a 
percepção de valor de seus produtos por meio da sua forma além da sua função.
Para Lobach (2001), no livro Design Industrial, o design deve ser analisado 
sob o ponto de vista de cinco protagonistas diferentes: o usuário, o fabricante, o 
crítico marxista, o designer e o advogado dos usuários, pois cada um trará uma 
concepção distinta a partir de suas próprias necessidades.No entendimento do usuário, o design pode ser visto de forma simplista 
ou reducionista, cujas escolhas dependerão de fatores socioeconômicos. Portanto, 
o design é considerado apenas design. Para o fabricante, o design pode representar 
a otimização dos processos produtivos e de matéria prima, a criação de produtos 
esteticamente agradáveis a fim de atrair a atenção dos possíveis compradores é 
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
84
capaz de diferenciar os produtos da concorrência. Na posição do crítico marxista, 
o design pode ser uma fonte para aumentar as vendas de produtos com bela 
aparência, mas que não necessariamente contenham a qualidade ou o valor 
real pré-estabelecido. Para o designer, o design é um processo de resolução de 
problemas e que deve atender às relações entre o homem e meio. E, por fim, 
para o advogado dos usuários, o design é o processo de adaptação do ambiente 
artificial às necessidades físicas e psíquicas dos homens na sociedade. 
Desta forma, Lobach (2001, p. 16) deduz que o “design é uma ideia, um 
projeto ou um plano para a solução de um problema determinado”, ou seja, o 
conceito de design compreende a concretização de uma ideia em forma de 
projetos ou modelos, mediante a construção e configuração, resultando em um 
produto passível de produção em série, que beneficie a interação do homem com 
seu ambiente técnico de forma a garantir o seu bem-estar físico e psíquico. 
A Industrial Designers Society of America (ISDA) apresenta o design como 
um serviço profissional de criação e desenvolvimento de conceitos e especificações 
que ampliam o valor, a função e a aparência de produtos e sistemas para o 
benefício do usuário e do fabricante, sucessivamente. Isto é o que corresponde 
à definição do International Council of Societies of Industrial Design (ICSID), 
que descreve o design como uma atividade criativa cujo objetivo é estabelecer 
as qualidades multifacetadas de objetos, processos, serviços e seus sistemas em 
ciclos de vida completos, tendo o mapeamento da cultura, dos contextos, das 
experiências pessoais e dos processos da vida dos indivíduos como campos 
de pesquisa, cujo principal objeto é o de identificar os problemas e, através da 
geração de alternativas, superá-los por completo (BONI; SILVA; DA SILVA, 2014).
“O design engloba uma extraordinária variedade de funções, técnicas, 
atitudes, ideias e valores” (LANDIM, 2010, p. 24). 
No Brasil, o Projeto de Lei n° 1.391-B/2011, dispõe sobre a regulamentação 
do exercício profissional de Designer:
Art. 2º Designer é todo aquele que desempenha atividade especializada de 
caráter técnico-científico, criativo e artístico para a elaboração de projetos 
de sistemas e/ou produtos e mensagens visuais passíveis de seriação ou 
industrialização que estabeleçam uma relação com o ser humano, tanto 
no aspecto de uso, quanto no aspecto de percepção, de modo a atender 
necessidades materiais e de informação visual (BRASIL, 2011).
Para a CNI (Confederação Nacional da Industria), “o design tem características 
bem delimitadas, relacionadas à melhoria dos aspectos funcionais, ergonômicos e 
visuais dos produtos [e sistemas], como forma de beneficiar o usuário, através da 
garantia de conforto e segurança” (BONI; SILVA; DA SILVA, 2014, p. 5). 
Bonsiepe (2011), no livro Design, Cultura e Sociedade, diz que o termo design 
recebeu diversos significados. Sendo popularizado, afastou-se da sua origem e 
passou a ser percebido como algo efêmero, mais próximo da moda, ou seja, com 
obsolescência programada, caracterizado por objetos de alto valor agregado, caro e 
pouco funcional. 
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO AO DESIGN
85
Mozota (2003) destaca que, por ser atribuído ao design, o ideal de cosmético 
(como artifício, maquiagem, disfarce) pode ficar dissimulando a relação existente 
com o processo criativo que antecede o resultado, deturpando o real significado do 
design, que corresponde, principalmente, a atender às necessidades da humanidade.
Esta nova designação para o termo vem sendo empregada pela mídia, que 
populariza o design como expressão de estilo e status social e não como solução 
inteligente em termos ergonômicos, estéticos e relacionais, causando distorções 
do seu real significado, empregando-o, muitas vezes, como marca, por exemplo: 
Hair Design em vez de cabeleireiro, ou Flower Design em vez de Floricultura 
(LANDIM, 2010).
Alexandre Wollner (2002, p. 91), o pioneiro do design no Brasil, no livro 
Textos Recentes e Escritos Históricos diz que o “design possui como preocupação 
básica a função, os materiais, a ergonomia visual com aplicações planas e não 
planas, tendo em consideração como o produto se comporta em todos os seus 
ângulos, como pode ser fragmentado e ao mesmo tempo ser compreendido por 
inteiro”, e ainda, para o autor “Design é projeto, não ilustração. Capa de disco 
não é design, caixa de sabão em pó não é design. Se eu projetar a caixa para 
fazer com que o pó caia facilmente, isso é design. Pegar uma caixa quadrada ou 
retangular e pintá-la de vermelho e branco não é”.
Helena Katz (2007, p. 197), no capítulo Corpo, design e evolução, no livro 
Disegno. Desenho. Desígnio descreve que o “design é a organização das partes 
de um todo, de um modo que os componentes produzam o que foi planejado, 
existindo um incontável número de possibilidades em que estas partes podem 
ser combinadas”.
Para o professor de história da cultura e do design, Beat Schneider (2010), 
em sua obra Design – uma Introdução: o design no contexto social, cultural e econômico, 
o design é a visualização criativa e sistemática dos processos de interação e das 
mensagens de diferentes atores sociais; é a visualização criativa e sistemática 
das diferentes funções de objetos de uso e sua adequação às necessidades dos 
usuários ou aos efeitos sobre os receptores. 
Obsolescência Programada, também chamada de obsolescência planejada, é 
quando um produto lançado no mercado se torna inutilizável ou obsoleto em um período 
relativamente curto de forma proposital, ou seja, quando empresas lançam mercadorias 
para que sejam rapidamente descartadas e estimulam o consumidor a comprar novamente. 
Está vinculado ao período da Grande Depressão (1929). 
FONTE: <https://brasilescola.uol.com.br/geografia/obsolescencia-programada.htm>. Acesso 
em: 13 out. 2020.
NOTA
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
86
Mônica Moura (2003), no livro Faces do design identifica que o design 
significa ter e desenvolver um plano, um projeto; é trabalhar com a intenção, com 
o cenário futuro, executando a concepção e o planejamento daquilo que virá a 
existir; significa pesquisar e trabalhar com referências culturais e estéticas, com 
o conceito da proposta; é lidar com a forma, com o feitio, com a configuração, a 
elaboração, o desenvolvimento e o acompanhamento do projeto.
Como podemos perceber, os mais diversos autores que estudam, descrevem 
e analisam o design como disciplina ou mesmo como profissão, consideram como 
atribuição mais óbvia para a sua definição, a transformação de ideias em soluções 
tangíveis, capaz de identificar e solucionar problemas, considerando aspectos 
emocionais, cognitivos e estéticos dos produtos e/ou serviços, a fim de beneficiar a 
sociedade nos mais diferentes aspectos do cotidiano, como trabalho, lazer e outros. 
Como abordamos no início deste tópico, o design trabalha de forma 
interdisciplinar, sendo uma atividade aplicada que necessita de pesquisa, 
planejamento, gestão e métodos sistemáticos de desenvolvimento. O profissional 
designer é tanto um artista quanto um tecnólogo, e ainda um gestor, pois utiliza-
se destas áreas distintas, por meio de elementos objetivos e subjetivos em seu 
processo criativo e produtivo e, tem a função de integrar os aportes de diferentes 
especialistas desde a especificação de matéria-prima, passando pela produção à 
utilização e ao destino final do produto.
3 ÁREAS DE ABRANGÊNCIA DO DESIGN
Acadêmico, você viu que a palavra design possui uma amplitude de 
significados, mas que o cernede seu objetivo está em planejar ou projetar algo 
com um propósito específico, portanto, o designer como profissional deve pensar 
além dos aspectos estéticos, pautando também na criação de soluções inteligentes 
e inovadoras para diversos segmentos, tendo igualmente um mercado amplo de 
oportunidades, inclusive na modalidade de freelancer.
Freelancer, também conhecido popularmente no Brasil pelas expressões ou 
gírias “freela” ou “frila”, é o termo inglês para denominar o profissional autônomo que se 
autoemprega em diferentes empresas ou, ainda, guia seus trabalhos por projetos, captando 
e atendendo seus clientes de forma independente. 
NOTA
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO AO DESIGN
87
Então, o designer é quem faz design! Antes de visualizar algumas das 
áreas de atuação do designer, é importante perceber que este profissional carrega 
em sua profissão uma responsabilidade extrema: a de influenciar pessoas, estilo 
de vida, padrões e desejos de consumo. Que é necessário ter uma visão holística, 
global do projeto, desde a sua concepção como ideia até o seu descarte final. 
Que cada etapa do projeto é realizada pensando minimamente em todos os 
detalhes físicos e conceituais e que, muitas vezes, para o consumidor final, estas 
escolhas não são percebidas de forma consciente, mas para o designer é tudo 
estudado criteriosamente. Criar soluções para os problemas do cotidiano deve 
ser uma preocupação constante em cada novo projeto, não se tratando apenas 
da estética, mas facilitando fatores econômicos e culturais existentes, portanto, é 
uma atividade que também deve gerar lucros. 
Agora sim, vejamos a seguir algumas das áreas formais e acadêmicas do 
design:
• Design de Games: cria e desenvolve jogos para aparelhos eletrônicos como 
celulares, tablets, computadores e videogames.
• Design de Interiores: atua com a ambientação de espaços. Para isso, aspectos 
como a estética, conforto e funcionalidade são levados em consideração.
• Design de Moda: desenvolve coleções de moda, por meio do desenho de 
roupas, calçados e acessórios a partir de estilos e tendências da moda.
• Design Têxtil/Superfície: elabora projetos de estamparia, texturas e cores de teci-
dos para moda e decoração, de acordo com as tendências de mercado e coleções. 
Seus recursos podem ser a estamparia, aplicações sobre o tecido, criar superfícies 
têxteis, através do entrelaçamento, tingimento e também aplicação de beneficia-
mento. Este segmento muitas vezes encontra formação dentro da área de Moda. 
• Design Gráfico: cria projetos na área de comunicação visual, como: banners, 
embalagens, revistas, catálogos, cartazes, criação de identidades visuais.
• Design de Produto: cria e desenvolve objetos do cotidiano como 
utensílios domésticos, veículos e equipamentos urbanos. Precisa conhecer 
profundamente técnicas de desenho, prototipação, materiais e tecnologias, 
além de metodologias de planejamento e criação de produtos.
• UX/UI Design: uma das áreas mais recentes do design, responsável pela 
criação de aplicativos e web sites. UX significa User Experience, refere-se a 
uma experiência de uma pessoa a respeito de alguma coisa; UI significa User 
Interface, refere-se basicamente a uma interface que uma pessoa utiliza para 
atingir algum objetivo, como a interface do WhatsApp. 
Ainda, é possível encontrar uma diversidade de nomenclaturas para as 
mais diversas atuações do design, segue aqui uma lista de alguns resultados 
encontrados em uma breve pesquisa, desenvolvida em um site de busca na 
internet: design digital; design de embalagens; design de serviços; design de 
ambientes; design social; design de softwares; ecodesign; design automobilístico; 
design de joias; design de autor; design de interface e interação; design editorial; 
design de identidade; design da informação; design de tipos; design de mobiliário; 
design de animação; nails design; design de sobrancelhas... 
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
88
Muitas destas áreas do design se desdobram e vários outros campos de 
atuação, criando, assim, uma rede de infinitas possibilidades, pois, como visto 
anteriormente, o design é multidisciplinar e transversal, trabalha em parcerias 
com muitos outros setores e profissões. Vale destacar que, para o aprimoramento 
e valorização da profissão, o profissional designer precisa da formação acadêmica 
específica, além de estar sempre atualizado com relação às inovações tecnológicas, 
às tendências de mercado, comportamento de consumo, ter conhecimento de um 
segundo idioma auxilia bastante, pois muito conteúdo inovador é global. 
Bürdek (2006) sugeriu que, em vez de definir precisamente o segmento 
do design, se definissem os principais problemas, que deverão ser sempre 
atendidos pelo design: visualizar progressos tecnológicos; priorizar a utilização 
e o fácil manejo de produtos (não importa se “hardware” ou “software”); tornar 
transparente o contexto da produção, do consumo e da reutilização; promover 
serviços e a comunicação, mas, também, quando necessário, exercer com energia 
a tarefa de evitar produtos sem sentido.
A fim de ficar mais clara a relação da profissão do designer com o mercado, 
vamos compreender algumas definições relacionadas ao produto de sua atuação.
4 ARTESANATO, DESENHO INDUSTRIAL E O CONCEITO DE 
STANDARD
Adrian Forty (2007), no livro Objetos de Desejo, descreve que o design se 
refere à preparação de instruções para a produção de bens manufaturados, e que 
existe uma tendência a sugerir um afastamento dessa função por consequência da 
aparência do objeto do design. O autor frisa que esta visão do design foi estimulada 
quando produtos manufaturados foram expostos em museus que exibem pinturas 
e esculturas, como é o caso da obra de Marcel Duchamp, em A Fonte (1915), que 
trouxe para uma exposição de arte um mictório de um banheiro público da França, 
dando início ao movimento ready-made, ou seja, uma técnica em que se retira a 
função cotidiana de um objeto para transformá-lo em obra de arte.
FIGURA 1 – A FONTE MARCEL DUCHAMP
FONTE: Adaptada de <https://cutt.ly/VgScUIs>. Acesso em: 9 out. 2020.
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO AO DESIGN
89
Declarar que “o design industrial é a arte do século XX” confunde a 
distinção entre um segmento e o outro. Ao entender a arte, tem-se que a concepção 
e a fabricação de sua obra permitem aos artistas considerável autonomia, ou seja, 
que uma das principais funções da arte é dar livre expressão à criatividade e à 
imaginação. Já para a produção do design, na criação de artefatos, a liberdade 
criativa é limitada, pois o objetivo final é o de dar lucro ao seu fabricante. “Qualquer 
que seja o grau de imaginação artística esbanjado no design de objetos, ele não 
é feito para dar expressão à criatividade e à imaginação do designer, mas para 
tornar os produtos vendáveis e lucrativos” (FORTY, 2007, p. 13).
Da mesma forma que existe uma distinção entre obras de arte e produtos 
de design, é importante distinguir os termos que diferenciam o artesanato do 
design industrial.
O artesanato pode ser considerado um precursor do design industrial e, 
sendo objetos de uso foram produzidos manualmente até a metade do século XIX. 
Na produção manual, os produtos eram fabricados para um número reduzido de 
clientes, atendendo suas expectativas e desejos individuais. O artesão mantinha 
todo o controle do processo produtivo. A baixa produtividade e o preço elevado 
dos produtos eram compensados pela possibilidade de atender a objetivos e 
valores pessoais tanto do cliente quanto do artesão, que tinha a liberdade de 
introduzir variações e formas novas (LOBACH, 2001).
Dorfles (1978) descreve que houve um tempo em que pertencia ao 
artesanato toda a vasta gama de produções parcialmente executáveis em série e 
que eram reputadas como valor estético inferior ao das “artes puras”, o trabalho 
aqui produzido indicava a cópia de vários produtos de uso comum: taças, ânforas, 
vasilhas de cerâmica ou de vidro, estatuetas de madeira de caráter folclórico, 
bordados, rendas, tapetes,entre outros. Acontece que com o advento da era 
industrial, esses setores decaíram muito, perdendo a qualidade original e não 
mais sugerindo a criatividade para a criação de novos produtos de acordo com o 
espírito da época, sendo uma atividade transferida a partir de uma tradição.
Diante destes posicionamentos, a respeito da qualidade dos artefatos 
produzidos artesanalmente, surgiram novos movimentos estéticos com o objetivo de 
aprimorar a produção desses objetos, a fim de serem produzidos de forma seriada e com 
qualidade, os quais serão analisados a seguir.
ESTUDOS FU
TUROS
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
90
Já a base para o desenho industrial requer uma metodologia projetual 
e criativa, sendo um produto resultante da indústria não poderia existir antes 
da Revolução Industrial. Ainda, neste contexto, pode-se destacar que o designer 
é responsável por realizar um projeto que atende a requisitos de inovação, 
criatividade, percepção, exploração de materiais e domínio de processos 
industriais, a fim de criar um protótipo que poderá ser reproduzido de forma 
seriada, identificando, assim, uma grande diferença entre o designer e o artesão.
 
De acordo com esse contraposto ao artesão, o designer seria um profissional 
ímpar, multi e interdisciplinar, muitas vezes, obrigado a atuar em grupo, nas 
interfaces entre arte, ciência, técnica e tecnologia, podendo, ainda, ser considerado 
como o “artista da indústria”, responsável por incrustar valores nos objetos, 
sobretudo, valores estéticos e culturais, que representam o espírito de sua época ou 
qualquer outro tipo de aspiração de seu tempo (EGUCHI; PINHEIRO, 2010).
O processo para o desenvolvimento de novos produtos do design 
industrial se inicia com a pesquisa de necessidades e aspirações, a partir das 
quais se desenvolverão as ideias para sua satisfação, referindo-se à transformação 
destas ideias em produtos de uso (desenvolvimento de produtos) que o designer 
industrial participa ativamente (LOBACH, 2001). 
A expansão da produção industrial, no caso dos produtos de uso, 
depende da satisfação das necessidades dos usuários – assim, o 
fabricante tem a venda garantida. Ao se alcançar um determinado 
grau de desenvolvimento e com ele uma saturação do mercado, é 
preciso descobrir ou despertar novas necessidades para garantir 
a continuidade do crescimento econômico. Neste processo está 
integrado o designer industrial e em muitos casos ele tem a seu cargo 
a tarefa de tornar possível o aumento da produção, através do uso de 
novos materiais ou encontrando novas funções ou possibilidades de 
uso dos produtos (LOBACH, 2001, p. 30).
Portanto, o design industrial é o processo de adaptação dos produtos de 
uso, fabricados industrialmente, às necessidades físicas e psíquicas dos usuários 
ou grupos de usuários (LOBACH, 2001).
Ainda cabe analisar o conceito de Standard, que significa “norma ou 
protótipo”, que surge com o advento da máquina como instrumento capaz de 
multiplicar infinitamente um modelo determinado. Neste procedimento, o objeto 
produzido deve possuir um padrão a ser repetido e não poderá passar por nenhum 
outro tipo de manipulação, a fim de melhorar ou modificar o seu aspecto. Muitos 
dos trabalhos de serigrafia ou tipografia são considerados standard pois não 
incluem acabamento ou finalização além do que é produzido (DORFLES, 1978). 
Já outros produtos do design industrial podem ser considerados mistos, 
ou seja, uma parte produzida na indústria dentro de um rigoroso princípio de 
seriação (standard) e cujo acabamento intervém de finalização posterior que 
requer o trabalho manual ou até individual. 
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO AO DESIGN
91
5 FUNÇÕES DOS PRODUTOS INDUSTRIAIS: PRÁTICA, 
ESTÉTICA E SIMBÓLICA
Acadêmico, como vimos até agora, o produto do design, além de estético, 
funcional, ergonômico, inovador, tecnológico, deve proporcionar – pela sua 
venda – um lucro. Além disso, a natureza do produto deve garantir que seu uso 
possa efetivamente satisfazer as necessidades do usuário, já que este é o único 
motivo que o induz a despender algum dinheiro na sua compra (LOBACH, 2001).
Neste sentido podemos perceber as relações existentes entre produto 
e usuário, e que estas relações podem ser mensuradas diante da percepção e 
compreensão homem-objeto, o que significa que os produtos do design possuem 
funções básicas que são definidas desde o planejamento do produto, concepção 
e desenvolvimento e que diferenciam produtos de mesmo segmento, são elas: 
prática, estética e simbólica.
• Função prática: “são todas as relações entre um produto e seus usuários que 
se situam no nível orgânico-corporal, isto é, fisiológicas (necessidades físicas) 
de uso e passam a sensação de facilidade do uso; prevenção ao cansaço; 
oferta de conforto; segurança” (LOBACH, 2001, s.p.). Para a criação desta 
percepção ao consumidor, o produto precisa ser criado pensando no seu uso, 
na sua ergonomia, sua forma de ser operacionalizado e como o material de 
fabricação pode deixá-lo extremamente funcional sem perder a criatividade.
• Função estética: é o aspecto psicológico da percepção sensorial durante o 
uso. A função estética está relacionada a percepção do consumidor com a 
beleza, sensação de prazer e o bem-estar contemplativo para um determinado 
objeto. A função estética é a relação entre um produto e um usuário no nível 
de processos sensoriais (reação psicológica), adquirindo uma importância 
especial pois as funções práticas de produtos oferecidos por muitos 
concorrentes estão praticamente no mesmo nível, então é a função estética 
que se impõe à nossa percepção, superando as outras funções práticas e 
simbólicas (LOBACH, 2001).
• Função simbólica: é uma das mais complexas, por um lado porque se liga 
com a espiritualidade, experiências e sensações anteriores do homem, por 
outro lado, também é determinada por todos os aspectos espirituais, psíquicos 
e sociais do uso do objeto. Envolve fatores sociais, culturais, políticos e 
econômicos e, também, associa-se a valores pessoais, sentimentais e emotivos. 
A função simbólica se relaciona com o seu consumidor por meio de toda a sua 
concepção vivida, fazendo-o associar com experiências passadas, reviver um 
momento, estilo ou uma época. Esta função está diretamente ligada a emoção 
que ela passa ao seu consumidor (LOBACH, 2001).
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
92
FIGURA 2 – CLASSIFICAÇÃO DAS FUNÇÕES DE UM PRODUTO (J. GROS)
FONTE: Lobach (2001, p. 55)
Para Lobach (2001), um bom design atende às três funções de forma simultânea. 
Sendo prática no seu uso, causando uma experiência estética e simbolizando algo 
que remeta ao usuário uma conexão com o objeto e suas memórias.
93
Neste tópico, você aprendeu que:
• O design é interdisciplinar, multifacetado e transversal, e se desenvolve em 
parceria com outras áreas técnicas, filosóficas, sociais e culturais. 
• O design é uma disciplina projetiva.
• Leonardo da Vinci é considerado o primeiro representante do profissional 
designer.
• A palavra design pode ser compreendida como verbo e como substantivo: 
como verbo design se refere ao processo que corresponde ao planejamento 
das ações do projeto e como substantivo corresponde a uma perspectiva 
semântica orientada para o produto.
• Para Lobach (2001), o design deve ser analisado sob o ponto de vista de cinco 
protagonistas diferentes: o usuário, o fabricante, o crítico marxista, o designer 
e o advogado dos usuários, pois cada um trará uma concepção distinta a 
partir de suas próprias necessidades.
• Lobach (2001) também define o design como uma ideia, um projeto ou um 
plano para a solução de um problema determinado.
• O design é definido como um serviço profissional de criação e desenvolvimento 
de conceitos e especificações que ampliam o valor, a função e a aparência de 
produtos e sistemas para o benefício do usuário e do fabricante sucessivamente 
para a Industrial Designers Society of America (ISDA).
• A International Council of Societies of Industrial Designdescreve que o 
principal objetivo do design é identificar problemas e, através da geração de 
alternativas, superá-los por completo.
• Em termos gerais, o design é a transformação de ideias em soluções 
tangíveis, capaz de identificar e solucionar problemas, considerando 
aspectos emocionais, cognitivos e estéticos dos produtos e/ou serviços, a fim 
de beneficiar a sociedade nos mais diferentes aspectos do cotidiano, como 
trabalho, lazer e outros.
• O campo de abrangência do design é ilimitado, e tem como destaque a 
formação acadêmica em algumas áreas, como: design gráfico, design de 
moda, design de interiores, design de produtos, design têxtil, UX/UI design.
• O artesanato é um artefato produzido pelo artesão, por meio de técnica 
manual, não industrializada, que escapa a produção seriada e pode ter 
finalidade tanto decorativa quanto utilitária.
RESUMO DO TÓPICO 1
94
• O desenho industrial requer uma metodologia projetual e criativa, a fim de 
encontrar soluções para problemas específicos de produção e mercado com o 
objetivo final de gerar lucros. 
• O standard é um processo de produção padronizado.
• Os produtos do design possuem funções básicas que são definidas desde o 
planejamento do produto, concepção e desenvolvimento e que diferenciam 
produtos de mesmo segmento, são elas: prática, estética e simbólica.
95
1 Bonsiepe (2011) diz que o termo design recebeu diversos significados, 
sendo popularizado, e, afastou-se da sua origem, passando a ser percebido 
como algo efêmero, mais próximo da moda, ou seja, com obsolescência 
programada, caracterizado por objetos de alto valor agregado, caro e pouco 
funcional. Com base no exposto, avalie as seguintes asserções e a relação 
proposta entre elas.
I - Na elaboração de um produto, o designer deve considerar as questões 
relacionadas tanto à obsolescência do produto quanto aos fatores de 
produção.
PORQUE
II - Toda vez que um produto perde uma de suas funções, novos produtos 
costumam ser projetados para substituí-lo e ele é descartado pelos seus 
usuários.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa 
da I.
b) ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma 
justificativa da I.
c) ( ) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
d) ( ) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
e) ( ) As asserções I e II são proposições falsas.
2 Podemos perceber as relações existentes entre produto e usuário, e que 
estas relações podem ser mensuradas diante da percepção e compreensão 
homem-objeto, o que significa que os produtos do design possuem funções 
básicas, que são definidas desde o planejamento do produto, concepção 
até desenvolvimento e que diferenciam produtos de mesmo segmento, são 
elas: prática, estética e simbólica. Com base nas funções básicas do design, 
associe os itens, utilizando o código a seguir:
I - Função Prática.
II - Função Estética.
III - Função Simbólica.
( ) Relaciona-se com o consumidor por meio de todos os aspectos espirituais, 
psíquicos e sociais do uso do objeto.
( ) Aspecto psicológico da percepção sensorial durante o uso.
( ) Relação existente entre um produto e seus usuários, que situam-se no 
nível orgânico-corporal.
AUTOATIVIDADE
96
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) III – II – I.
b) ( ) II – III – I.
c) ( ) I – II – III.
d) ( ) I – III – II.
e) ( ) II – I – III.
3 Para Lobach (2001), o design deve ser analisado sob o ponto de vista de 
cinco protagonistas diferentes: o usuário, o fabricante, o crítico marxista, 
o designer e o advogado dos usuários, pois cada um trará uma concepção 
distinta a partir de suas próprias necessidades. De acordo com a visão do 
usuário, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) O design pode ser visto de forma simplista ou reducionista, cujas 
escolhas dependerão de fatores socioeconômicos, portanto, o design é 
considerado apenas design.
b) ( ) O design pode representar a otimização dos processos produtivos e de 
matéria prima, a criação de produtos esteticamente agradáveis a fim 
de atrair a atenção dos possíveis compradores e capaz de diferenciar 
os produtos da concorrência.
c) ( ) O design pode ser uma fonte para aumentar as vendas de produtos com 
bela aparência, mas que não necessariamente contenham a qualidade 
ou o valor real pré-estabelecido.
d) ( ) O design é um processo de resolução de problemas e que deve atender 
às relações entre o homem e meio.
e) ( ) O design é o processo de adaptação do ambiente artificial às 
necessidades físicas e psíquicas dos homens na sociedade.
4 A produção artesanal se distingue da produção industrial em vários 
aspectos. De acordo com os estudos feitos, descreva o processo artesanal 
precursor dos processos industriais.
5 Durante o período da Grande Depressão de 1929, nos EUA, os produtos 
industrializados precisaram ser repensados, a fim de criar a necessidade 
de troca de produtos, de forma constante e por períodos cíclicos. Neste 
sentido, explique este fenômeno.
97
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
O design é instintivo ao ser humano, percebemos isso quando, ainda 
na pré-história, o homem começou a criar artefatos que auxiliassem na sua 
sobrevivência. A isso chamamos de Design Vernacular, informal, improvisado, 
popular, e referente a uma forma não acadêmica de design, que encontra soluções 
materiais ou visuais para problemas cotidianos da vida social. 
Podemos encontrar, ainda, na Grécia Antiga, por volta de 80-10 a.C., uma 
série de registros sobre a arquitetura, escritas pelo engenheiro/construtor Marco 
Vitrúvio Polião, onde são destacadas as regras de projeto e configuração, sob a 
estreita ligação entre teoria e prática, indicando que o arquiteto deve ter interesse 
pela arte e pela ciência, ser hábil na linguagem, além de ter conhecimentos 
históricos e filosóficos. Vitrúvio também inseriu para a história do design que: 
"toda construção deve obedecer a três categorias: a solidez (firmitas), a utilidade 
(utilitas) e a beleza (venustas)", e, estas seriam as bases para o funcionalismo, 
somente retomadas no século XX (BÜRDEK, 2006, p. 20).
Lobach (2001) descreve que somente é possível entender o modo de 
produção de uma época pela observação e compreensão dos estilos de vida dos 
homens e do desenvolvimento da sociedade neste espaço de tempo, ou seja, as 
funções dos produtos (práticas ou estéticas) e os modos de produção que foram 
determinados pelas necessidades humanas.
A seguir, compreenderemos como aconteceram as evoluções industriais 
entre os séculos XVIII, XIX e XX. Bons estudos!
2 PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
 
A Primeira Revolução Industrial é um dos marcos mais importantes da 
humanidade. Trata-se de um processo que aconteceu ao longo de muitos anos. 
Podemos citar como início em meados dos séculos XVIII e término em meados do 
século XIX, a partir de uma série de transformações nos meios de fabricação e nas 
relações de trabalho. Iniciou de forma pioneira na Inglaterra, com o surgimento 
da máquina a vapor, em 1698, construída por Thomas Newcomen e aprimorada 
por James Watt, em 1765.
TÓPICO 2 — 
INDUSTRIALIZAÇÃO NOS SÉCULOS XVIII, XIX E XX
98
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
O termo Revolução Industrial se refere essencialmente à criação de 
um sistema de fabricação que produz em quantidades tão grandes 
e a um custo que vai diminuindo tão rapidamente que passa a não 
depender mais da demanda existente mas gera o seu próprio mercado 
(HOBSBAWN, 1964, p. 50 apud CARDOSO, 2008, p. 21).
O combustível destas máquinas era o carvão e a matéria prima para 
fabricá-las era o ferro e a Inglaterra possuía uma grande reserva de carvão mineral 
e de ferro, facilitando o processo de construção destas máquinas, já que o ideal 
era que as indústrias estivessem onde a matéria prima estava. 
As primeiras máquinas que surgiram foram criadas para atender às 
necessidades do mercadotêxtil da Inglaterra, tendo como objetivo facilitar e 
aumentar o processo de produção de tecidos e roupas. Máquinas como a spinning 
frame e a water frame, teciam fios em uma velocidade muito maior que a do 
processo manual.
FIGURA 3 – MODELO 1 SPNIING FRAME; MODELO 2 WATER FRAME
FONTE: < https://cutt.ly/sgSvTcJ>; <https://cutt.ly/ZgSvYke>. Acesso em: 9 out. 2020.
Cardoso (2008) comenta que o primeiro surto industrial teve um aumento 
de 5000% na fabricação de tecidos de algodão, entre as décadas de 1780 a 1850, 
considerando que esse aumento sugere um mercado e um retorno financeiro 
suficientemente grande para absorver todo esse volume de produção. Neste 
sentido, a Inglaterra possuía vantagens comerciais, ela já produzia e exportava 
tecidos porque a sua produção interna de lã já produzia um excedente considerável.
 
Outro fator que contribuiu para que a Primeira Revolução Industrial 
ocorresse na Inglaterra foi o grande número de colônias sob o seu domínio, o que 
proporcionou a sua disponibilidade para a obtenção de mais recursos naturais e 
mais mercados consumidores para os seus produtos, favorecendo ao acúmulo de 
capital, que serviu como financiamento para as grandes descobertas tecnológicas 
do período e para o investimento em infraestrutura como ferrovias e portos.
TÓPICO 2 — INDUSTRIALIZAÇÃO NOS SÉCULOS XVIII, XIX E XX
99
 A Inglaterra detinha a maior rota comercial e por meio do seu domínio naval 
e pelos bloqueios impostos a Europa Ocidental durante as guerras napoleônicas, 
os comerciantes ingleses passaram a intermediar a compra e venda de produtos 
de todos os lugares do planeta, comprando matéria prima e produtos prontos 
por preços menores e negociando a preços maiores. Muitos destes produtos eram 
trocados por escravos na África e levados para as colônias para plantar algodão 
barato, como foi no caso dos EUA e do Brasil, depois esse algodão era utilizado 
para a fabricação de tecidos na Inglaterra, exportados e vendidos de volta para 
estes mesmos países (CARDOSO, 2008). 
Dessa forma, a burguesia inglesa desponta, dominando o setor econômico 
e passando a investir no desenvolvimento tecnológico da produção.
Durante o período entre os séculos XVI e XVII, grandes mudanças 
aconteceram no comércio europeu e os estados nacionais europeus passaram a 
defender seus interesses comerciais pelo domínio dos mercados estrangeiros, 
levando-os a investirem na produção de bens de consumo em grande escala 
(CARDOSO, 2008).
Neste sentido, os países europeus fundaram manufaturas reais, ou da 
coroa, para a fabricação de produtos, considerados de luxo, como louças, têxteis 
e móveis. Ainda, antes destas, outras manufaturas já eram indústrias estratégicas 
como as fábricas de armas e de construção naval, pois garantiam a sobrevivência 
do estado nação.
Na França, sob a regência de Luís XIV (o Rei-Sol) e seu superintendente 
ministro das finanças Jean-Baptiste Colbert, foi fundada a Fábrica de Gobelins, 
em 1667, produzindo vidros, tapeçarias e principalmente móveis para mobiliar os 
edifícios reais a fim de racionalizar esse tipo de produção e fortalecer a hegemonia 
francesa.
FIGURA 4 – LA MANUFACTURE DES GOBELINS. GOBELINS MANUFACTORY, PARIS
FONTE: <https://cutt.ly/8gSvODG>. Acesso em: 9 out. 2020.
 
100
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
O pintor Charles Le Brun, era o diretor da fábrica de Gobelins, e exercia o 
papel de inventeur, ou criador de formas, concebia o projeto e gerava o desenho 
que serviria de base para a produção de diversos materiais, dando ênfase a 
separação da atividade de projetar, criar e executar (CARDOSO, 2008).
FIGURA 5 – DESENHO DE LE BRUN PARA TAPEÇARIA
FONTE: <https://cutt.ly/MgC5hEL>.
Na Alemanha, surgiu a manufatura real de cerâmicas Meissen, fundada 
em 1709, a primeira a produzir porcelana na Europa. Empregava artistas e 
artesãos, com tarefas distintas, para projetar as peças que produzia, dominou o 
mercado de porcelanas até 1758 e existe ainda hoje. 
FIGURA 6 – BULE, C. 1724-25, WALTERS ART MUSEUM
FONTE: <https://cutt.ly/WgSvZwx>. Acesso em: 9 set. 2020.
Na França surge a Real Fábrica de Porcelana, a cerâmica de Sèvres, e, em 
Portugal, no século XVIII, criou-se a Fábrica de Louças do Rato, anexa a Real 
Fábrica de Sedas e ainda o lanifício de Covilhã. 
A partir do século XVIII surgem indústrias de iniciativa privada, 
organizadas inicialmente em locais em que existiam forte tradição oficinal com 
algum tipo de matéria-prima, por exemplo: a cidade de Lyon, na França, tornou-
se centro internacional de fabricação de sedas, a Catalunha, na Espanha, também 
TÓPICO 2 — INDUSTRIALIZAÇÃO NOS SÉCULOS XVIII, XIX E XX
101
desenvolveu importante indústria têxtil e na região de Staffordshire, na Inglaterra, 
surgiu a fábrica de cerâmicas de Josiah Wedgwood. Vamos conhecer um pouco 
mais sobre essa importante personalidade!
Josiah Wedgwood foi um visionário da sua época, contribuiu 
significativamente para a criação da infraestrutura nacional, ajudou a criar uma 
indústria regional e dinâmica, foi pioneiro em novos mercados de exportação 
e exerceu influência positiva sobre políticas governamentais. Ele percebeu o 
crescente mercado de classe média, desejoso de possuir louças de qualidade, mas 
sem condições de comprar as porcelanas chinesas, ou de Meissen ou as de Sèvres 
que eram muito caras. A fim de atender a esta demanda, Wedgwood conseguiu 
aperfeiçoar a cerâmica esmaltada – conhecida como creamware – adequada para 
moldagem em grande escala, tornando possível a produção de cerâmica branca 
de boa qualidade e a preço acessível, também inovou na técnica de decorações 
pintadas por meio da aplicação de decalques (GAN; DODGSON, 2014).
FIGURA 7 – VASE, JOSIAH WEDGWOOD'S FACTORY, ABOUT 1765
FONTE: <https://cutt.ly/UgSvBt9>; <https://cutt.ly/HgSvBXW>. Acesso em: 9 out. 2020.
Além disso, Wedgwood passou a vender suas louças por encomenda a partir 
de livros (catálogos) contendo uma seleção de padrões e formas, assim o comprador 
adquiria o modelo exato que queria e a fábrica produzia somente o que vendia, sem 
gerar estoques. Em Londres, montou vitrinas com amostras de seus produtos e 
também enviava lotes prontos de artigos para vendedores ou comerciantes. Neste 
sentido, após muitas pesquisas, ele conseguiu encontrar soluções de produção para 
uniformizar os lotes de cerâmicas produzidos (FORTY, 2009).
Wedgwood iniciou sua fábrica, em 1750, em oficinas de cerâmica pequena que 
empregavam em média 20 artesãos. Em menos de 20 anos transformou sua fábrica 
em uma indústria de porte internacional. Em 1774, ele aplicou mais uma inovação 
técnica na sua linha de produção de cerâmicas, batizada de Jasper, uma cerâmica 
leve, delicada e passível de ser produzida em diversas cores. A partir daqui ele iniciou 
a colaboração das criações das peças como tinteiros, candelabros, carimbos, xícaras e 
bules com o desenhista/escultor/ilustrador do Neoclassicismo, John Flaxman. 
102
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
FIGURA 8 – WEDGWOOD VASE, C.1780
FONTE: <https://cutt.ly/1gSbsb6>. Acesso em: 9 out. 2020.
FIGURA 9 – THE APOTHEOSIS OF VIRGIL, WEDGWOOD, C.1776
FONTE: <https://cutt.ly/qgSbzM2>. Acesso em: 9 out. 2020.
Neste período, o estilo Neoclássico dominava a Europa entre as classes 
mais abastadas e, por isso, passou a produzir vasos inspirados na Antiguidade. 
Wedgwood abriu, em 1779, a fábrica Etrúria, e aplicou os princípios da divisão 
do trabalho, adotados primeiramente por Adam Smith em 1776, substituindo a 
técnica anterior de produção artesanal, em que um produtor fabricava produtos 
inteiros, especialistas passaram a se concentrar em um elemento específico do 
processo de produção para aprimorar a eficiência. Ele também pagava salários 
mais altos do que a média local e investia em treinamento e desenvolvimento de 
habilidades, valorizando financeiramente a criação do designer e os trabalhadores 
que eram considerados essenciais para a produção (GAN; DODGSON, 2014).
O pensamento de Adam Smith evoluiu com Andrew Ure, Charles Babbagee Karl Marx, cuja grande meta da industrialização estava na total mecanização do 
trabalho e exclusão do erro humano. Desta forma, a produção se tornava cada 
vez mais seriada, mecanizada, através do uso de recursos técnicos como tornos 
e moldes. Além disso, as funções passaram a ficar mais especializadas, inclusive 
separando as fases de planejamento, criação e execução.
TÓPICO 2 — INDUSTRIALIZAÇÃO NOS SÉCULOS XVIII, XIX E XX
103
Para Adam Smith seria mais vantajoso contratar muitos artesãos 
habilitados, um bom designer para gerar um projeto, um bom gerente para 
supervisionar a produção e um grande número de operários para executar as 
etapas, de preferência como meros operadores de máquinas. Isso representaria ao 
fabricante, economia de tempo e de dinheiro (CARDOSO, 2008).
Entre tantas outras inovações que poderiam ser citadas a partir de 
Wedgwood, ressalta-se as mudanças na organização do trabalho, da produção e 
da distribuição, que foram consideradas invocações de ordem social, e obtiveram 
maior importância do que as inovações tecnológicas (FORTY, 2009).
À medida que a mecanização alcançava vários setores produtivos, quem, 
por fim, passou a lucrar não foi a categoria iniciante de designers, pois o valor 
financeiro dos projetos, como de padrões decorativos para tecidos, impressos por 
meio da impressão mecânica, poderia gerar lucros imensos para o fabricante, sem 
nenhum investimento adicional de mão de obra. 
E nem tudo era só criação e produção! A facilidade para a repetição 
mecânica gerou os primeiros casos de pirataria e, a fim de combatê-las, foram 
reformuladas as leis de patentes e de Copyrights, na Grã-Bretanha, entre 1830 e 
1860. Neste sentido, para o fabricante manter um designer contratado dentro 
da empresa, com o objetivo de exercer essa função criativa, passou a ser um 
diferencial e um instrumento de vantagem competitiva (CARDOSO, 2008).
Daremos uma pausa, para entender um pouco mais sobre a importância 
da originalidade e da cópia para os produtos industriais!
Miranda et al. (2007, p. 35) descreve que o “[...] estatuto do direito autoral 
[...] ‘configurou-se’ [...] como reconhecimento máximo legal e social do indivíduo 
autor como detentor da propriedade intelectual de valor econômico e de caráter 
hereditário”, e acrescenta que, mesmo com diversos benefícios econômicos, os 
maiores lucros foram recebidos pelos investidores e não pelos autores dos projetos.
Shenkar (2005) fala sobre o termo pirataria, que é relativo à cópia e se 
caracteriza pela produção, distribuição ou uso não licenciado de um bem, projeto 
ou tecnologia por meio de fontes não autorizadas, sem a devida permissão ou 
pagamento de direitos aos titulares desse projeto. 
Forty (2009) defende que a imitação de produtos encontrados nos 
mercados concorrentes é também uma estratégia competitiva, que não garante 
sucesso à empresa que copia, mas é uma forma de regulamentação do sistema 
competitivo do mercado capitalista. 
Com relação à área do design de moda, Emídio e Sabioni (2010) explicam 
que, no sistema de produção Private Label, estimula-se o fomento da cópia ao 
oferecer produtos integrados à competitividade e velocidade de produção. 
Isso ocorre porque a empresa contratante investe em pesquisa de tendências, 
104
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
modelagem e desenvolvimento conceitual, fornecendo este material pronto para 
as empresas produzirem e estas, como são terceirizadas, poderão de alguma 
forma reproduzir estas informações.
Para a área têxtil, este sistema de cópias passa a ser benéfico, pois ele 
contribui para a democratização da moda, estabelecendo as tendências no 
mercado e estimulando a inovação e criatividade para novos produtos, funciona 
como uma obsolescência programada!
Ainda sobre as mudanças ocorridas com a Primeira Revolução Industrial, 
podemos citar a alteração dos espaços urbanos, criação de quarteirões de 
habitacionais e distritos industriais. Londres foi a primeira cidade moderna a 
atingir um milhão de habitantes. O crescimento vegetativo se referente à diferença 
entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade, em resultado, da melhora 
das condições de vida e aumento da expectativa de vida. Lembrando que ainda 
não existiam leis trabalhistas, portanto, mulheres, homens, crianças, todos eram 
considerados mão de obra.
Sobre as mudanças relacionadas ao meio ambiente, que passa a ser 
visto como fonte inesgotável de recursos, fonte inesgotável de lucros, abrindo o 
caminho para a exploração da natureza, a partir deste ponto começam a surgir 
problemas ambientais globais, como a poluição atmosférica, poluição das águas, 
poluição dos solos, acúmulo de lixos.
Agora, estudaremos como aconteceu a segunda fase da Revolução 
Industrial!
3 SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A Segunda Revolução Industrial corresponde a um processo evolutivo 
da industrialização, que iniciou na Inglaterra e foi expandido para vários países, 
como a Alemanha, França, Rússia, EUA e Japão. Segundo historiadores, ela 
durou 100 anos, começando em meados do século XIX e terminando em meados 
do século XX.
Private label é um tipo de terceirização da produção, em que uma empresa 
contrata outra para o desenvolvimento de um serviço ou produto com o seu nome. Saiba 
mais em: https://blog.ucoffee.com.br/private-label/.
NOTA
TÓPICO 2 — INDUSTRIALIZAÇÃO NOS SÉCULOS XVIII, XIX E XX
105
Novas fontes de energia são criadas, como o uso do petróleo, da 
eletricidade, da invenção do motor a combustão interna, máquinas automáticas 
e o uso de novos materiais como alumínio, magnésio e aço. Desta forma, as 
máquinas evoluíram, ficaram mais rápidas, aumentando a produtividade e a 
eletricidade, permitiram que as industriais ficassem trabalhando por mais tempo 
durante o dia.
O sistema de transporte também foi fundamental, navios movidos a 
vapor, maiores e mais rápidos, as ferrovias ampliaram a ligação entre cidades e 
países e surge o avião, facilitando a movimentação de cargas e pessoas.
Acadêmico, conforme comentado anteriormente, o processo de evolução 
industrial aconteceu de forma gradativa, e os EUA, no final do século XVIII, 
já mostrava a sua importância neste setor, sendo estimulado pelo governo 
principalmente para a fabricação de armas. Dessa forma, o inventor Eli Whitney 
propôs a fabricação de mosquetes com peças uniformes e trocáveis, facilitando 
o conserto de armas usando peças de outras, sem a necessidade de substituí-las 
por completo. Em meados do século XIX, o americano Samuel Colt aperfeiçoou 
essa técnica criando os revólveres Colt Walker, em 1847, que foram utilizados 
na guerra México-Americana. Vale ressaltar que este foi um período de muitos 
conflitos entre estados e nações e a indústria de armamentos evoluiu muito com 
a mecanização dos processos de produção, sendo também responsável pela 
mecanização de tarefas e individualização das etapas como princípio norteador 
da organização do trabalho (CARDOSO, 2008).
FIGURA 10 – PARTE DOS DESENHOS ESQUEMÁTICOS DA PATENTE DE SAMUEL COLT
Esta reprodução se refere à patente requerida em Paris, França, em 27 de abril de 1836, depois 
da obtenção da patente inglesa de 1835. Os originais estão hoje no Metropolitan Museum of Art, 
de Nova York. FONTE: <https://cutt.ly/dgSbHGE>. Acesso em: 9 out. 2020.
106
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
Esta técnica de produzir equipamentos por meio peças padronizadas 
e trocáveis foi ganhando força e espalhou-se para outras indústrias. Os EUA, 
durante metade do novo século, dominaram a produção de equipamentos 
mecânicos, como cadeados, relógios, máquinas agrícolas e máquinas de escrever. 
Supõe-se que esta rápida industrialização americana se deu pela escassez e alto 
custo de mão de obra especializada, enquanto na Europa existia uma reserva 
considerável de trabalhadores qualificados disponíveis a baixo custo, o que 
poderia desestimular a mecanização da produção. 
Essa reserva de mão de obra na Europa se deu pela instauração da Lei 
de Cercamento, que permitia a retirada dospequenos proprietários da terra e 
passadas para os grandes proprietários, a fim de que fossem criados ovinos e 
fossem plantados algodão para as novas indústrias. Dessa forma, surgiu a classe 
de proletariados (trabalhadores). Vale ressaltar que isso fez com que os servos 
migrassem para os grandes centros urbanos e que também fossem encaminhados 
para as colônias inglesas na América. 
No Brasil imperial, foram poucas as evoluções industriais neste período, 
apesar de existirem organizações como a Sociedade Auxiliadora da Industria 
Nacional e as indústrias de Visconde de Mauá, as classes dominantes continuaram 
a investir na vocação agraria do país. 
Um marco importante para esta nova etapa das indústrias foi a Grande 
Exposição, de 1851 em Londres, reconhecida como a primeira exposição 
internacional das indústrias, ou primeira Feira Mundial. Organizada por Henry 
Cole e pelo príncipe Albert, com o objetivo de mostrar a moderna tecnologia 
industrial e o design da época. 
Henry Cole era funcionário público, crítico de arte, designer, músico e 
editor de publicações. Ganhou influência pelo desenho de um serviço de chá 
(prêmio em competição da sociedade das artes).
Assista ao filme: Mauá – O Imperador e o Rei. Direção de Sergio Rezende. 
Europa Filmes. 1999. 2h 15min.
DICAS
TÓPICO 2 — INDUSTRIALIZAÇÃO NOS SÉCULOS XVIII, XIX E XX
107
FIGURA 11 – HENRY COLE TEA SERVICE
FONTE: <https://cutt.ly/agDqFAU>; <https://cutt.ly/WgDqG3i>. Acesso em: 9 out. 2020.
Henry Cole propôs a exposição de 1851 a fim de que as diferentes 
nações pudessem apresentar seus inúmeros produtos. “Aprender a ver, ver pela 
comparação” era o que ele apregoava, e que já no século XX seria um pensamento 
retomado pela escola de Deutsche Werkbund (BÜRDEK, 2006, p. 22).
A Exposição Universal pode ser vista de diversas formas. Como 
símbolo do poderio da Inglaterra vitoriana, vitrine onde se projetou 
sua imagem como potência industrial moderna, civilizada e sofisticada. 
Como exposição das inovações tecnológicas relacionadas às inúmeras 
atividades humanas, que possibilitou o intercâmbio de informações 
e o estabelecimento de redes comerciais e laços econômicos entre 
as nações. Ou ainda como um mapa em que tais nações, em 
diferentes estágios de desenvolvimento industrial, tinham seu lugar 
marcado segundo a ordem capitalista e eurocêntrica (BIBLIOTECA 
NACIONAL, 2020, s.p.).
Para a realização do evento foi construído no Hyde Park (Londres) um 
edifício projetado por Joseph Paxton, feito de ferro, vidro e madeira, que ficou 
conhecido como Palácio de Cristal, ou Arca de Vidro. Uma das mais importantes 
construções do século XIX, símbolo da arquitetura do ferro e do vidro, sinônimo 
de modernidade. Os primeiros esboços, conservados no Victoria and Albert 
Museum (Londres), datam de 1850. O emprego de elementos padronizados 
pré-fabricados, produzidos em série, possibilitou a construção do edifício em 
apenas alguns meses, após o término da exposição o edifício foi desmontado e 
reconstruído em Sydenham, em 1852. Em 30 de novembro de 1936, o edifício foi 
destruído por um incêndio (BIBLIOTECA NACIONAL, 2020).
108
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
FIGURA 12 – A EXPOSIÇÃO UNIVERSAL DE LONDRES DE 1851 E O PALÁCIO DE CRISTAL
FONTE: <https://cutt.ly/sgDq6ct>; <https://cutt.ly/igDq7Oq>. Acesso em: 9 out. 2020.
Uma da indústrias de grande potencial durante o período de evolução 
industrial foram indústrias de máquinas de costura que começaram a crescer nos 
EUA, após 1856, por meio de um acordo sobre patentes que possibilitou o uso de 
várias inovações independentes. Seus métodos de produção foram influenciados 
das indústrias de armas. A primeira empresa de destaque foi a Wheeler and 
Wilson, que investiu no potencial da máquina de costura caseira, mais leves e 
com aplicação de decorações pintadas que eram direcionadas ao público feminino 
(CARDOSO, 2008).
FIGURA 13 – THE FIRST WHEELER AND WILSON SEWING MACHINE, 1866
FONTE: <https://coimages.sciencemuseumgroup.org.uk/images/29/790/medium_1950_0158.jpg>. 
Acesso em: 9 out. 2020.
A Singer, também uma empresa norte americana, foi a maior concorrente 
da Wheeler and Wilson, fundada em 1851, mas, apenas despontou no mercado 
em 1867. Vale ressaltar que na produção de máquinas de costuras, algumas 
etapas do processo dependiam totalmente de acabamentos manuais. Os diretores 
da Singer, neste período, atribuíram o sucesso da empresa a dois fatores além 
da mecanização: primeiro a qualidade das máquinas e segundo a estratégia 
mercadológica aplicada que incluía um sistema de vendas a prestação, expansão 
internacional e muita publicidade (CARDOSO, 2008).
TÓPICO 2 — INDUSTRIALIZAÇÃO NOS SÉCULOS XVIII, XIX E XX
109
FIGURA 14 – CAPA DO CATÁLOGO DA SINGER, ANO 1912
FONTE: <https://cutt.ly/MgDwDPp>. Acesso em: 9 out. 2020.
Em algumas indústrias como a de construção naval ou a fabricação de 
móveis, a mecanização total só assumiu seu posto em pleno século XX. Um caso 
citado para afirmar o contrário consta da indústria de mobiliário dos irmãos 
Thonet, em Viena. O processo de vergar madeira em vapor quente foi patenteado 
em Viena e foi a base para o sucesso deste novo design, ou seja, grande produção 
com estética reduzida. O modelo de cadeira Nº 14, até 1930, teve uma produção 
que 50 milhões de exemplares, continuando a ser produzida ainda hoje em dia. 
Ela foi apresentada na Grande Exposição de Londres, de 1851 (BÜRDEK, 2006).
FIGURA 15 – A REVOLUÇÃO DA CADEIRA Nº 14 DE MICHEL THONET
FONTE: <https://blogadvintage.files.wordpress.com/2013/10/3.jpg>. Acesso em: 9 out. 2020.
Ao analisarmos a cadeira Thonet Nº 14, podemos perceber suas 
características técnicas em relação aos materiais e as formas simples e elegantes, 
mantendo a função e a ergonomia do produto, elementos fundamentais para um 
produto de design.
110
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
Esta mesma tendência de design para os móveis pode ser percebida no 
Brasil por meio da Cama Patente, que além disso possui um caso curioso: ela 
foi projetada por Celso Martínez Carrera, e produzida em sua empresa até 1915, 
quando por falta de registro de patente ele perde o direito de produzi-la para 
Luigi Liscio, que registra a cama como se fosse um projeto seu. Assim, a Indústria 
Cama Patente L. Liscio foi fundada em Araraquara, em 1919, e, no mesmo ano, 
transferiu-se para o bairro do Bom Retiro, onde funcionou até 1968 (SÃO PAULO 
IN FOCO, 2020).
FIGURA 16 – CAMA PATENTE
FONTE: <http://www.saopauloinfoco.com.br/wp-content/uploads/2020/04/cama-patente-
-655x445.jpg>. Acesso em: 9 out. 2020.
Ainda, como características que devem ser lembradas desta segunda fase 
da Revolução Industrial, foi a luta das pessoas pelos seus direitos trabalhistas, 
surgindo os primeiros sindicatos e primeiras organizações de trabalhadores. 
Houve também um aumento considerável da população, devido à 
alta natalidade e aos avanços na medicina. O acúmulo de pessoas nas cidades 
ocasionou uma mudança nas relações entre elas, além das conexões ocasionadas 
pelo deslocamento de casa para o trabalho e o uso de transportes públicos como 
o ônibus e o bonde. O trabalho assalariado e a possibilidade de economias com 
as suas sobras, aumentava o número de pessoas capazes de consumir produtos 
além dos gêneros de primeira necessidade, ampliando as opções de consumo 
para as faixas médias e baixas da população (CARDOSO, 2008). 
Entre os produtos que aumentaram o número de consumo foram os 
impressos, de acordo com a difusão da alfabetização nos centros urbanos. Surgiu 
também a demanda para a cultura de lazer, composta por museus, teatros, locais 
de exposição, parques e jardins. 
Neste período, surgem novas formas de comunicação como o telefone, o 
rádio, o telegrafo, e sistemas de produção como o Taylorismo e o Fordismo são 
utilizados para o gerenciamento das produções nas indústrias. 
TÓPICO 2 — INDUSTRIALIZAÇÃO NOS SÉCULOS XVIII, XIX E XX
111
Para Frederick W. Taylor, deveria existir a racionalização do trabalho, 
ou seja, os trabalhadoresdeveriam ser organizados de forma hierarquizada e 
sistematizada; ou seja, cada trabalhador desenvolveria uma atividade específica 
no sistema produtivo da indústria (especialização do trabalho), seria monitorado 
e premiado caso cumprisse o tempo cronometrado.
Henry Ford (1863-1947) aprimorou as ideias de Taylor, criando o sistema 
Ford de produção automobilística, em sua fábrica, a “Ford Motor Company”. 
FIGURA 17 – LINHA DE PRODUÇÃO FORD
FONTE: <https://static.todamateria.com.br/upload/fo/rd/fordismobb.jpg>. Acesso em: 9 out.
Neste sistema de produção foi inserida a linha de montagem, produzindo 
em massa. Os três princípios básicos eram: a intensificação: permite dinamizar o 
tempo de produção; a Economia: tem em vista manter a produção equilibrada 
com seus estoques; e a Produtividade: visa extrair o máximo da mão de obra de 
cada trabalhador.
Acadêmico, agora vamos contextualizar um pouco sobre a terceira fase da 
Revolução Industrial!
4 TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A Terceira Revolução Industrial inicia em 1950, correspondendo ao 
período após a Segunda Guerra Mundial, sendo marcada pela revolução 
tecnocientífica, o desenvolvimento da microeletrônica (semicondutores), da 
genética, biotecnologia, robótica, informática, telecomunicações, todos os setores 
passaram por grandes avanços. 
112
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
O marco principal é o avanço tecnológico com o objetivo de produzir mais 
em menos tempo, empregando tecnologias avançadas e qualificando a mão de 
obra que assumiu a liderança em todas as etapas de produção, comercialização e 
gestão das empresas envolvidas na fabricação e comércio dos bens produzidos. 
Além disso, as novas tecnologias possibilitaram o compartilhamento de 
informações e estimularam a interação entre pessoas de todo o mundo. 
O mundo passou a conhecer o termo globalizado, onde o tempo e a 
distância foram encurtados, com pessoas, empresas e governos estão conectadas 
instantaneamente, rompendo barreiras físicas e culturais.
As fontes de energia foram ampliadas inclusive fontes de energia 
renovável. Existe a preocupação com as questões ambientais, com o esgotamento 
dos recursos, que como vimos anteriormente se achavam infinitos, e, agora, a 
produção tem um viés para o desenvolvimento sustentável.
As empresas são transnacionais, espalham-se pelo mundo. Existe agora a 
divisão das etapas de produção não mais apenas por setores da própria empresa, 
mas em empresas distintas, descentralizando as tarefas e elas podem ocorrer em 
qualquer lugar do mundo. As grandes corporações influenciam governos, levam 
a produção para diferentes países, investem em inovação de produção, também 
no campo social e ambiental.
Surge o sistema de produção do Toyotismo, alternativo ao Fordismo, 
criado na fábrica da Toyota a partir da década de 1960 e tem como principal 
característica a flexibilização da produção tendo como premissa básica a adequação 
da produção e estocagem dos produtos a partir da demanda de consumo. 
Características do Toyotismo:
• Modelo industrial baseado no “just in time”, que consiste na regulação entre o 
fornecimento de matéria-prima, a produção e a venda. Ou seja, somente a matéria-
prima necessária para produzir uma quantidade definida de mercadorias em um 
certo tempo estabelecido é requisitada e utilizada. O chamado “just in time” ajudou a 
economizar matéria-prima e, sendo assim, capital. Além disso, viabilizou a economia 
de espaço de estocagem e tornou mais ágil a produção e circulação das mercadorias.
• A quantidade de mercadorias produzidas é diretamente definida pela demanda do 
mercado. Isso ajuda a evitar o acúmulo de estoque, excedentes de produção e 
desperdício de matéria-prima. 
• Diferente do sistema fordista, onde cada trabalhador se tornou especializado em 
uma função determinada da linha de produção, os trabalhadores no sistema toyotista 
precisam ser multifuncionais – ou seja, conhecer muito bem todo sistema de 
produção – além de altamente qualificados.
NOTA
TÓPICO 2 — INDUSTRIALIZAÇÃO NOS SÉCULOS XVIII, XIX E XX
113
Acadêmico, perceba que cada uma dessas revoluções mudou 
completamente os modos de produção e de criação de produtos, alterando da 
mesma forma a relações pessoais e da sociedade e cada vez mais diminuindo as 
distâncias entre países, governos, indústrias, culturas e entre outros.
Já podemos dizer que estamos evoluindo para a Quarta Revolução 
Industrial identificada como Industria 4.0, e, segundo o Fórum Econômico 
Mundial, é a transição em direção a novos sistemas mediante a revolução digital. 
O Fórum aponta que essa fase da Revolução Industrial não é considerada uma 
extensão da terceira, visto a velocidade, o alcance e os impactos provocados nos 
sistemas. Uma das características dessa fase é a tendência a 100% da automatização 
das fábricas por meio de sistemas ciberfísicos. A Quarta Revolução Industrial 
é marcada pela nanotecnologia, neurotecnologia, robôs, inteligência artificial, 
biotecnologia, impressoras 3D, uso de drones, entre outros. Os países que já vivem 
essa realidade são, segundo o relatório de 2016 do FMI: Cingapura, Finlândia, 
Noruega, Suécia, Estados Unidos, Holanda e Israel (BRASIL ESCOLA, c2020).
Muito bem, acadêmico, a seguir, compreenderemos como os diferentes 
estilos de design surgiram durante as fases da Revolução Industrial!
• Implementação de sistemas de qualidade nas variadas etapas de produção e nos 
processos de distribuição, visando manter a alta qualidade dos produtos e controlar 
desperdícios.
• Implementação de pesquisas de mercado para avaliar demandas, satisfação etc. 
• Acompanhamento e controle constante das etapas, onde a visibilidade, transparência 
e organização são fatores fundamentais. Esses valores deram origens a metodologias, 
como o chamado “Kanban”. 
• Aumento da diversificação dos produtos.
FONTE: <https://querobolsa.com.br/enem/geografia/toyotismo>. Acesso em: 9 out. 2020.
114
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• O Design Vernacular, informal, improvisado, popular, se referente a uma 
forma não acadêmica de design.
• Só é possível entender o modo de produção de uma época pela observação e 
compreensão dos estilos de vida dos homens e do desenvolvimento da sociedade 
neste espaço de tempo, ou seja, as funções dos produtos (práticas ou estéticas) e 
os modos de produção que foram determinados pelas necessidades humanas.
• No início da Primeira Revolução Industrial, no século XVIII, a escala da 
produção começou a aumentar de modo significativo, atendendo a mercados 
maiores e cada vez mais distantes dos centros fabris.
• Aumentou o tamanho das oficinas e fábricas, as quais passaram a investir em 
maior número de trabalhadores, instalações e equipamentos.
• A produção passou a ser seriada através de recursos técnicos como moldes, 
tornos e mecanização, além da divisão das tarefas com especialização cada 
vez maior das atividades, inclusive separando criação de execução.
• A principal característica da Primeira Revolução Industrial é a substituição da 
manufatura pela maquinofatura.
• Surgiram as indústrias, desenvolvendo-se especialmente a indústria têxtil, 
cuja produtividade aumentou devido à inserção das máquinas de fiar, o tear 
mecânico e a máquina a vapor.
• Novas relações de trabalho estabeleceram-se. Surge o trabalho assalariado e 
a divisão do trabalho.
• Josiah Wedgwood foi um visionário da sua época, valorizou o trabalho do 
designer e do artesão, aperfeiçoou diferentes processos de industrialização na 
área da cerâmica, criou a venda por catálogos e a produção por encomenda.
• As leis de patentes e de Copyrights foram criadas para proteger a originalidade 
dos projetos.
• A Segunda Revolução Industrial iniciou na segunda metade do século XIX, 
e terminou durante a Segunda Guerra Mundial, envolvendo uma série de 
desenvolvimentos dentro da indústria química, elétrica, de petróleo e de aço.
• A Terceira Revolução Industrial refere-se aos processos associados à passagem 
da tecnologia eletrônicamecânica e analógica para a eletrônica digital, iniciada 
entre o final dos anos 1950 e o final dos anos 1970, com expansão do uso 
de computadores digitais e a constituição de arquivos digitais, processo que 
segue até os dias atuais.
115
1 Hobsbawn (1964, p. 50) disse que “o termo Revolução Industrial se refere 
essencialmente à criação de um sistema de fabricação que produz em 
quantidades tão grandes e a um custo que vai diminuindo tão rapidamente 
que passa a não depender mais da demanda existente mas gera o seu 
próprio mercado”. Com relação às fases da Revolução Industrial, associe os 
itens, utilizando o código a seguir:
I - Primeira Revolução Industrial.
II - Segunda Revolução Industrial.
III - Terceira Revolução Industrial.
( ) A indústria química, elétrica, de petróleo e aço se desenvolveram.
( ) Os processos associados à passagem da tecnologia eletrônica mecânica e 
analógica passaram para a eletrônica digital.
( ) Substituiu a manufatura pela maquinofatura.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) II – III – I.
b) ( ) III – II – I.
c) ( ) I – II – III.
d) ( ) I – III – II.
e) ( ) III – I – II.
2 A Revolução Industrial trouxe muitas mudanças políticas, sociais e 
econômicas. Diante disso, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) O desenvolvimento de uma camada social de trabalhadores, que 
destituídos dos meios de produção, passaram a sobreviver apenas da 
venda de sua força de trabalho.
b) ( ) As condições de habitação para a classe operária melhoraram 
consideravelmente por meio por causa do desenvolvimento econômico.
c) ( ) Os artesãos passaram a gerir empresas a fim de que a produção 
industrial melhorasse sua qualidade.
d) ( ) Os salários eram iguais entre designers e artesãos.
e) ( ) Os produtos das indústrias eram acessíveis a todas as classes sociais.
AUTOATIVIDADE
116
3 Sobre como o processo de produção introduzido pela Primeira Revolução 
Industrial se caracterizou, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Importação de produtos fabricados na China.
b) ( ) Realização da produção em grandes unidades fabris e intensa divisão 
do trabalho.
c) ( ) Introdução da divisão das etapas do processo produtivo por meio de 
empresas diferentes. 
d) ( ) Financiamento do governo para a compra de maquinários.
e) ( ) Criação de leis sobre cargos e salários.
4 Entre as características da Segunda Revolução Industrial, assinale a 
alternativa CORRETA acerca do que podemos afirmar:
a) ( ) A ampliação da indústria do aço, automobilística e utilização da 
eletricidade em larga escala.
b) ( ) A máquina a vapor foi criada possibilitando o desenvolvimento da 
indústria.
c) ( ) A produção voltou a ser artesanal, pois os produtos industrializados 
possuíam baixa qualidade.
d) ( ) A matéria prima para a geração de energia mais utilizada foi o carvão.
5 A facilidade para a repetição mecânica gerou os primeiros casos de 
pirataria e, a fim de combatê-las, foram reformuladas as leis de patentes 
e de Copyrights na Grã-Bretanha, entre 1830 e 1860. A originalidade dos 
produtos é um potencial de diferenciação para o mercado, mas, para um 
produto estar na moda, é necessário que exista demanda, ou seja, poder 
de compra e de desejo de consumo. Como a pirataria colabora para a 
movimentação do mercado?
117
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
A industrialização trouxe mudanças radicais para a vida individual 
e social. Para alguns, essas mudanças representaram lucros e para outros (a 
maioria) não foi bem assim.
Nesse sentido, alguns pensadores do Romantismo (movimento estético e 
literário que se opunha ao racionalismo, classicismo e ao iluminismo) como Willian 
Blake, Samuel Taylor Coleridge e Thomas Carlyle, denunciaram em seus escritos 
a brutalidade existente no industrialismo, por explorar o trabalhador, destruir a 
paisagem natural e reduzir a vida comum em uma troca econômica. Com este 
embate entre política, aristocracia e também religião, o design surge como um 
agente de transformação a fim de mudar o visual da cidade e o bem-estar social.
 
Existia uma grande abundância de mercadorias baratas (em estilo 
neoclássico!) com o objetivo de atender à demanda crescente nas cidades. Esses 
artefatos primeiramente foram vistos como sinônimo de conforto, de luxo 
e progresso, mas, logo, passou a ser visto como decadência do gosto, abrindo 
oportunidade para o surgimento de novos movimentos artísticos, a fim de 
reformar o gosto alheio, dando os sinais dos primeiros estilos do design.
Vamos seguir uma linha cronológica acompanhando os movimentos 
estéticos e a escolas de design que surgiram até os dias atuais.
Bons estudos!
2 GOTHIC REVIVAL 
O Revivalismo Gótico ou Neogótico foi um movimento estético que 
ocorreu no século XVIII, na Inglaterra e influenciou a Europa e as Américas, 
tendo seu apogeu principalmente na arquitetura. Surgiu da oposição ao estilo 
Neoclássico vigente e encontrou apoio no Medievalismo cujas crenças e práticas 
estavam baseadas no estilo de vida da Idade Média.
TÓPICO 3 — 
MOVIMENTOS ESTÉTICOS E ESCOLAS DE DESIGN
118
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
O maior representante foi Augustus Welby Northmore Pugin (1812-1852). 
Entre 1835 e 1841, ele escreveu sobre o retorno aos “princípios verdadeiros” 
(honest design) de pureza e honestidade na arquitetura e no design, cujas regras 
a serem seguidas eram: que a construção se limitasse aos elementos necessários 
para a comodidade e a estrutura; e que o ornamento se ativesse ao enriquecimento 
dos elementos decorativos. Produziu projetos arquitetônicos, design de móveis, 
cerâmica, livros, joias, prataria, vitrais, têxteis e outros objetos, muitos deles para 
a rainha Vitória. 
FIGURA 18 – SKETCH FOR WALLPAPER, PUGIN
FONTE: <https://www.fulltable.com/vts/g/gothic/9.jpeg>. Acesso em: 9 out. 2020.
As ideias nostálgicas de Pugin sobre as glórias do passado medieval diante 
da mediocridade das criações modernas têm impacto sobre alguns teóricos e artistas 
que vão iniciar um novo movimento estético denominado de Arts and Crafts.
3 ARTS AND CRAFTS (1850-1914)
 
Arts and Crafts, ou “artes e ofícios”, é um movimento estético e social 
inglês, idealista, que buscou contrapor a produção em massa e aos danos 
ambientais de poluição de água e ar causados pela Revolução Industrial com um 
estilo mais artesanal. 
John Ruskin (1819-1900) e Willian Morris (1834-1896), influenciados pelos 
ideais de Pugin, sobre o declínio do artesanato causado pela industrialização, e, 
sobre a qualidade dos produtos produzidos por imitações baratas e sem o conceito 
de ornamentos que antes possuíam uma nobreza própria, iniciaram este novo 
movimento com o objetivo de criar uma arte feita pelo povo e para o povo, com objetos 
de arte para o uso cotidiano de todos, restabelecendo o valor do trabalho do manual e 
a harmonia entre o trabalho do arquiteto, designer e artesão (ENCICLOPÉDIA ITAÚ 
CULTURAL DE ARTE E CULTURA BRASILEIRAS, 2018b).
TÓPICO 3 — MOVIMENTOS ESTÉTICOS E ESCOLAS DE DESIGN
119
Quatros princípios regiam este movimento: unidade na composição 
artística, valorização do trabalho artesanal, individualismo e regionalismo. 
Deveriam ser considerados a nobreza do material, o uso (função), a construção 
(design), e a ferramenta (técnica). 
Na arquitetura o edifício deveria ser construído com materiais locais, 
desenhados para se moldar à paisagem e refletir uma construção tradicional e 
vernacular. A unidade da construção deveria ser alcançada por meio da união de 
desenhos e linguagens da estrutura até o mobiliário de maneira simples e honesta, 
ou seja, sem revestimentos que escondessem a beleza e coloração inerente ao 
material natural (TAGLIARI; GALLO, 2007).
FIGURA 19 – A CASA VERMELHA (RED HOUSE) EM BEXLEY HEATH, KENT
FONTE: <https://cutt.ly/6gDrzxE>. Acesso em: 9 out. 2020.
A casa vermelha (Red House) tem esse nome pelo uso dos tijolos e telhas 
vermelhas, está localizada em Kent, Inglaterra. É o edifício chave na história do 
movimento das Arts andCrafts, assim como da arquitetura britânica do século 
XIX. Data no ano de 1859, foi projetada para William Morris, pelo arquiteto Philip 
Webb (1831-1915) que não desejava que a residência fosse enquadrada em nenhum 
estilo, mas sim nos princípios comuns do movimento, que eram funcionalismo 
(quando a forma decorre do desempenho da função), relação do edifício com a 
paisagem e seleção dos materiais (TAGLIARI; GALLO, 2007).
Principais designers: Willian Pickering (1910-2004), Willian Morris, Walter 
Crane (1845-1915), Arthur Mackmurdo (1851-1942), Selwyn Image (1849-1930), 
Charles Ashbee (1863-1942), Lucien Pissaro (1863-1944) e Esther Bensusan (1870-1951). 
Em 1861, é fundada a Morris, Marshall, Faulkner and Co., especializada 
em mobiliário e decoração em geral: forrações, vidros, pratarias, tapeçarias etc.
120
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
FIGURA 20 – THE “SUSSEX RUSH CHAIR”
FONTE: <https://cutt.ly/AgC7P05>. Acesso em: 9 out. 2020. 
Em 1871, Morris inaugura a Guilda de S. Jorge, a fim de mesclar o ensino 
de arte e a nova forma de organização do trabalho. Em 1884 surgiu a Guilda 
de Trabalhadores de Arte e, em 1888, a Guilda de Artesanato. Ainda em 1888, a 
Arts and Crafts Exhibition Society – exposição quadrienal de móveis, tapeçaria, 
estofados e mobiliário, realizada em Londres – reúne trabalhos de vários adeptos 
do movimento (ENCICLOPÉDIA ITAÚ CULTURAL DE ARTE E CULTURA 
BRASILEIRAS, 2018b).
FIGURA 21 – PAPEIS DE PAREDE DE WILLIAN MORRIS
FONTE: Adaptada de <https://cutt.ly/bgDrCwO>; <https://cutt.ly/0gDrV9K>; <https://cutt.ly/
tgDrMam>. Acesso em: 9 out. 2020.
Em 1891, Morris fundou a Kelmscott Press, uma editora de livros, para 
produzir exemplos de design aprimorado de impressão e livros inspirados nos 
primeros livros impressos no século XV e suas ilustrações talhadas na madeira. 
Considerada um marco para na história da editoração moderna, publicou 53 
títulos com uma tiragem total de 18 mil volumes.
TÓPICO 3 — MOVIMENTOS ESTÉTICOS E ESCOLAS DE DESIGN
121
FIGURA 22 – WALTER CRANE. THE FAIRE QUEEN (1882)
FONTE: <https://cutt.ly/0gDr6Kv>; <https://cutt.ly/XgDteVC>; <https://cutt.ly/RgDtt7K>. 
Acesso em: 9 out. 2020.
Arthur Mackmurdo, depois de estudar na Escola de Belas Artes e 
Desenho de Ruskin, Oxford, fundou em 1882 a Century Guild of Artist baseado 
nos ensinamentos de Morris, projetando tecidos, tapeçarias, papel de parede, 
trabalho em metais e móveis, muitas vezes lembrando as formas de plantas em 
espiral, prenunciando as formas do Art Nouveau.
FIGURA 23 – FOLHA DE ROSTO DO LIVRO WRENSCITY CHURCHES, 1883 / CADEIRA DE 1881
FONTE: <https://cutt.ly/DgDtsUr>; <https://cutt.ly/EgDtfxf>. Acesso em: 9 out. 2020.
Nos EUA o arquiteto Frank Lloyd Wright (1867-1959) foi um dos 
principais responsáveis por implantar o design moderno na arquitetura e na 
editoração de livros. Um dos conceitos centrais em sua obra é o de que o projeto 
deve ser individual, de acordo com sua localização e finalidade. No início de sua 
carreira, trabalhou com Louis Sullivan (1856-1924) (autor da frase: “a forma segue 
a função”), um dos pioneiros em arranha-céus da Escola de Chicago.
122
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
A Casa da Cascata (Fallingwater House), ou casa Kauffmann, foi projetada 
em 1934 e construida em 1936. Ela foi construída sobre um pequena queda d`água 
servindo-se dos elementos naturais presentes no local (como pedras, vegetação 
e a própria água) como constituintes da composição arquitetónica, materiais 
experimentais para a época. Hoje é um museu.
FIGURA 24 – FALLINGWATER, FRANK LLOYD WRIGHT, BEAR RUN, PA, 1936
FONTE: <https://cutt.ly/igDtlFH>. Acesso em: 9 out. 2020.
A partir de 1890, o Movimento de Artes e Ofícios liga-se ao estilo 
internacional do Art Nouveau, espalhando-se por toda a Europa: Alemanha, 
Países Baixos, Áustria e Escandinávia.
4 ESTETICISMO – MOVIMENTO ESTÉTICO (1870-1900)
O Esteticismo, ou Movimento Estético, foi um movimento artístico-
intelectual que surgiu em paralelo ao movimento Arts and Crafts, e teve como 
objetivo elevar o status dos objetos de consumo a categoria de arte. Defendiam 
que a arte deveria privilegiar apenas valores estéticos, ou seja, girar em torno do 
Belo, deixando valores e temas político-sociais e ético-morais de lado. Virou um 
estilo de vida para a classe emergente tanto para a decoração das casas quanto 
para a moda.
Uma parceria entre as fundações Frank Lloyd Wright e Unity Temple Restoration 
montou um tour virtual para conhecer 12 projetos do arquiteto. Acesse o link para fazer o 
Tour Virtual. https://savewright.org/news/public-wright-sites-swap-virtual-visits/.
INTERESSA
NTE
TÓPICO 3 — MOVIMENTOS ESTÉTICOS E ESCOLAS DE DESIGN
123
O filósofo alemão Alexander Baumgarten (1714-1762) inaugurou a 
estética como área de conhecimento da filosofia. Buscou compreender os modos 
de reprodução da beleza pela arte, proporcionando prazer estético sem função 
moral, política, pedagógica etc.
A flor do girassol era símbolo do movimento e Thomas Jeckyll (1827-
1881), arquiteto inglês, destacou-se na criação de metais e móveis. 
FIGURA 25 – SUNFLOWER ANDIRONS
FONTE: <http://www.victorianweb.org/art/design/jeckyll/1.jpg>. Acesso em: 9 out. 2020.
As produções de móveis neste movimento foram limitadas e tinham 
como características: madeira ebonizada com reflexos dourados, influência do 
Extremo Oriente (japonismo), uso proeminente da natureza, especialmente flores, 
pássaros, folhas de ginkgo e penas de pavão, azul e branco na porcelana.
FIGURA 26 – SIDEBOARD DESIGNED FOR THE OAK PARLOUR AT HEATH OLD HALL
FONTE: <https://cutt.ly/VgDtKI2>. Acesso em: 9 out. 2020.
124
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
Para reconhecer o esteticismo, tanto no design dos móveis, edifícios, 
comportamento social, arte e indumentária deste período, assista ao filme: O retrato de 
Dorian Gray (1890), baseado no livro de Oscar Wilde. Direção de Oliver Parker, ano 2001.
DICAS
5 ART NOUVEAU E JUGENDSTIL (1890-1910)
O Art Nouveau (Arte Nova) foi um movimento essencialmente decorativo, 
positivista, voltado para a arquitetura, artes decorativas, design, artes gráficas, 
mobiliário e influenciou a arte e a moda. Este movimento está estreitamente 
ligado às correntes artísticas de fim de século, que promoveram a imaginação, a 
expressão e o simbolismo na arte, mas também à produção industrial em série e 
ao uso de materiais modernos como o ferro, vidro e cimento.
O Art Nouveau foi o primeiro fenômeno de moda em que as tendências 
da arte eram aplicadas aos objetos. A sociedade no geral tinha o desejo por um 
novo estilo que refletisse e acompanhasse as inovações da sociedade industrial.
O termo tem origem na galeria parisiense L'Art Nouveau, aberta em 1895 
pelo comerciante de arte e colecionador Siegfried Bing (1838-1905) e recebeu 
nomes diferentes nos diversos países onde se manifestou: Style Nouille (Estilo 
Macarrônico) na França; Style Coup De Fouet (Estilo Golpe de Chicote) na Bélgica; 
Modern Style (Estilo Moderno) na Inglaterra; Jugendstil (Estilo da Juventude) 
na Alemanha; Sezessionstil (Secessão Vienense) na Áustria; Style Liberty (Estilo 
Livre) ou Estilo Floreale na Itália; Modernismo na Espanha e Portugal.
Alguns representantes deste movimento são: Charles Rennie Mackintosh 
(1868-1928) e Andrey Beardsley (1872-1898), na Inglaterra; Victor Horta (1861-
1947) e Henry van de Velde (1863-19570), na Bélgica; René Lalique (1860-1945), 
Emile Gallé (1846-1904), Paul Berthon (1872-1909) e Louis Majorelle (1859-1926), na 
França; Otto Wagner (1841-1918) e Gustav Klimt (1862-1918), na Áustria; Alphonse 
Murcha (1860-1039), na República Tcheca; Antoní Gaudí (1852-1926), na Espanha; 
Louis Comfort Tiffany (1848-1933) e William Bradley (1801-1857), nos EUA.
TÓPICO 3 — MOVIMENTOS ESTÉTICOS E ESCOLAS DE DESIGN
125
FIGURA 27 – VASOS DE EMILE GALLÉ
FONTE: <https://cutt.ly/FgDypFB>; <https://cutt.ly/YgDysKU>; <https://cutt.ly/ZgDyfCq>. 
Acesso em: 9 out. 2020.
O francês Émile Gallé cresceu na fábrica de vidros do pai, e trabalhoucom 
vidros opacos e transparentes. Os temas que influenciaram suas criações eram 
flores, folhas, elementos da natureza que eram sobrepostos nas camadas de vidro.
FIGURA 28 – VITRAL E LUMINÁRIAS TIFFANY
FONTE: <https://cutt.ly/rgDyGzb>; <https://cutt.ly/3gDyH1v>; <https://cutt.ly/pgDyZxx>. 
Acesso em: 9 out. 2020.
 
Louis Comfort Tiffany, norte-americano, criou vitrais, luminárias, 
mosaicos, cerâmicas e joias. Patenteou a técnica Favrile, que consistem em 
misturar cores diferentes ainda na fundição do vidro.
Com os avanços tecnológicos na área gráfica, e a técnica da litografia 
colorida (gravura com matriz de pedra), os cartazes são destaque deste 
movimento. A vida noturna, boêmia, artística e consumista das metrópoles exigia 
grande quantidade de produção de publicidade e propaganda.
126
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
FIGURA 29 – CARTAZES DE ALPHONSE MUCHAS
FONTE: <https://cutt.ly/ngDy8Ne>; <https://cutt.ly/7gDy5fa>; <https://cutt.ly/ugDy6LF> . 
Acesso em: 9 out. 2020.
A caracteristica das linhas ondulantes e dinâmicas que transmitem a 
ideia de movimento, exuberância decorativa, formatos de folhagem, padrões 
florais, estilização figurativa, cores planas e pastel, originalidade, contornos 
sinuosos, uso de figuras femininas sensuais e alegres, exóticas, as vezes mórbidas, 
influenciadas pelas gravuras japonesas, pelo Barroco e Rococó, são visíveis em 
todos os produtos do Art Nouveau. 
FIGURA 30 – DIADEMA GALO; PEITORAL DE SERPENTES; BROCHE LIBELLULE. RENE LALIQUE
FONTE: <https://cutt.ly/vgDuuQf>; <https://cutt.ly/0gDuoeb>; <https://cutt.ly/LgDupD7>. 
Acesso em: 9 out. 2020.
Além do ferro forjado, o vidro colorido, os papéis aplicados em paredes e 
a madeira foram muito utilizados durante o período. Na arquitetura, os edifícios 
apresentam linhas curvas, delicadas, irregulares e assimétricas. Mosaicos e 
mistura de materiais caracterizam muitas obras arquitetônicas, como as de Antoni 
Gaudí, expoente do movimento na Espanha (ALENCAR, c2020).
TÓPICO 3 — MOVIMENTOS ESTÉTICOS E ESCOLAS DE DESIGN
127
FIGURA 31 – SALÃO DA CASA BATLÔ. ANTONÍ GAUDÍ
FONTE: <https://s24938.pcdn.co/wp-content/uploads/2019/11/CasaDeValentina_HallsArtNou-
veauEArtDeco_Oma-12.jpg>. Acesso em: 9 out. 2020.
Outros objetos que foram muito explorados na Art Nouveau são as 
travessas, as bandejas, os cinzeiros, os talheres e principalmente as jóias e relógios.
O japonismo, também chamado de Ukiyo-e (“retatros do mundo 
flutuante” – impressões em bloco de madeira, xilogravura japonesa), usavam 
cores fortes, perpectiva plana, a beleza feminina, o teatro Kabuki, os lutadores de 
sumô, cenas históricas e lendas populares, cenas de viagens e paisagens, fauna 
e flora e pornografia. James Jacques Joseph Tissot (1836-1902), pintor francês, 
representou o japonismos em suas telas. 
FIGURA 32 – LA JAPONAISE AU BAIN, 1864 / THE JAPANESE VASE, 1870. TISSOT
FONTE: <https://cutt.ly/7gDuvwb>; <https://cutt.ly/vgDuxpo>.
O período de vigência da Art Nouveau é paralelo a Belle Époque, o que 
representa um momento de otimismo e de grande desenvolvimento material, 
intelectual, artístico e científico para a humanidade.
128
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
Um bom exemplo da Art Nouveau aplicada a produtos industriais foi a 
máquina de costura Singer, uma das peças mais vendidas na história do comércio, 
evidenciando o desejo de esconder a frieza do ferro e das máquinas com formas 
e ornamentos que lembravam a natureza (FORTY, 2009). 
FIGURA 33 – CARTAZ DE PUBLICIDADE E MÁQUINA SINGER
FONTE: <https://cutt.ly/XgDuHHZ>; <https://cutt.ly/CgDuFSC>. Acesso em: 9 out. 2020.
No Brasil, a Art Nouveau ou Modernistas ou, ainda, Arte Floreal, surge 
no início do século XX, com ênfase na arquitetura, nos objetos e nas artes gráficas. 
Um representante do estilo no Brasil é Eliseo Visconti (1866-1944). 
No Rio de Janeiro, tem destaque para a arquitetura da Confeitaria 
Colombo, a Casa Vilino Silveira e o Relógio da Glória. Em São Paulo, marcam a 
arquitetura do Castelinho da Brigadeiro, o Colégio Santa Inês e a Vila Penteado.
A casa Vila Penteado desenhada por Carlos Eckman (1866-1940) foi 
construída em 1902, sendo duas casas em uma. Foi doada à USP, em 1949, e hoje 
abriga a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo 
(FAU-USP, c2020).
FIGURA 34 – CASA VILA PENTEADO. PATRIMÔNIO FAU-USP
FONTE: Adaptada de <https://www.fau.usp.br/arquivos/disciplinas/au/aut0270/Aula_2_patrimo-
nio_da_Fau.pdf>. Acesso em: 9 out. 2020.
TÓPICO 3 — MOVIMENTOS ESTÉTICOS E ESCOLAS DE DESIGN
129
Muitos estudiosos defendem que a Art Nouveau teve um período de auge 
curto porque era um estilo caro para a época, por ser desenvolvido artesanalmente. 
Ela foi substituída pela Art Deco, aproximadamente em 1910.
Vamos conhecer um pouco do movimento paralelo e similar que aconteceu 
na Alemanha, o Jugenstill.
O Jugenstill é um movimento semelhante ao Art Nouveau, só que 
aconteceu na Alemanha. Da mesma maneira, o movimento surge com o objetivo 
de trazer motivos decorativos para o processo de produção industrial e deixá-lo 
mais acessível à grande massa. 
O seu nome derivou da revista de Munique "Jugend: Münchner illustrierte 
Wochenschrift für Kunst und Leben" (Juventude: revista semanal de Munique 
ilustrada de arte e vida) que era publicada, desde 1896, por Georg Hirth, traduz 
alguns dos princípios do movimento como o seu caráter inovador e jovem.
FIGURA 35 – JUGEND, 1896; TITELBLATT VON OTTO ECKMANN, 1896; AUSGABE ZUM 50
FONTE: <https://cutt.ly/hgDu9g4>; <https://cutt.ly/MgDu4lb>; <https://cutt.ly/SgDu5eC>. 
Acesso em: 9 out. 2020.
O movimento também influenciou a arquitetura, tanto no uso dos 
materiais: madeira, vidro, ferro e cimento, quanto no uso das formas.
FIGURA 36 – ESTAÇÃO DE TREM KARLSPLATZ – VIENA / ÁUSTRIA, PROJETADA POR OTTO WAGNER
FONTE: <https://cutt.ly/agDidml>. Acesso em: 9 out. 2020.
130
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
Este projeto do arquiteto Otto Wagner representa o movimento na Áustria 
conhecido por Sezessionstil, e foi concebido durante a implantação da linha de 
trens metropolitanos de Viena e constou de dois edifícios idênticos. Consiste em 
um pavilhão racionalista, estruturado em ferro, e com revestimentos que incluem 
materiais nobres como o mármore de Carrara e o cobre. A fachada é ornamentada 
com projeto gráfico de Joseph Olbricht, tendo a flor do girassol como motivo. 
Ainda podemos citar a Escola de Artes de Glasgow, na Escócia, 1890, 
como uma vertente da Art Nouveau, mas com alguns elementos distintos e 
caracteristicas próprias e diferentes, cujas ornamentações e volumetrias não 
racionais da Art Nouveau eram rejeitadas, estava focada na criatividade e no 
design a fim de apoiar a indústria país.
A revista The Studio, influenciou o movimento e um grupo de quatro 
artistas, reconhecidos como “Os quatro de Glasgow – The Four”, Charles 
Rennie Mackintosh (1868-1928), James Herbert MacNair(1868-1945) e as irmãs 
MacDonald, Margaret (1864-1933) e Frances (1873-1921).
FIGURA 37 – CAPAS DA REVISTA THE STUDIO
FONTE: <https://cutt.ly/IgDiRbm>; <https://cutt.ly/5gDiUvB>; <https://cutt.ly/9gDiPAJ>. 
Acesso em: 9 out. 2020.
O estilo da Escola de Glasgow era original, geométrico, com elementos 
florais e curvilineos e verticalidade, possuindo forte simbolismo místico e 
religioso, planos chapados, interpretação abstrata da figura humana.
TÓPICO 3 — MOVIMENTOS ESTÉTICOS E ESCOLAS DE DESIGN
131
FIGURA 38 – ALGUMAS PEÇAS DE CHARLES RENNIE MACKINTOSH
FONTE: <https://cutt.ly/lgDiGPM>; <https://cutt.ly/DgDiJ5b>; <https://cutt.ly/CgDiZjw>; 
<https://cutt.ly/zgDiByD>. Acesso em: 9 out. 2020.
Na House For Na Art Lover (Casa para um amante da arte) é uma casa 
construída entre 1889 a 1996, baseada em um projeto de Mackintosh, de 1901 para 
um concurso de arquitetura, sendo premiada pela qualidade original, forma nova 
e austera e configuração uniforme de seu interior e exterior. 
FIGURA 39 – PROJETO E PARTE DE ‘A CASA PARA UM AMANTE DA ARTE’, CHARLES RENNIE 
MACKINTOSH
FONTE:<https://cutt.ly/UgDoepZ>; <https://cutt.ly/ZgDotsc>. Acesso em: 9 out. 2020.
Assista ao vídeo: House For An Art Lover, Charles Rennie Mackintosh para um 
passeio no interior da casa. Confira em: https://www.youtube.com/watch?v=jG98-Cj5aig.
DICAS
132
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
Acadêmico, vale lembrar que o Art Nouveau nasceu com o conceito 
de produzir em escala industrial com arte, atendendo às demandas populares 
com qualidade e estilo, mas ele tornou-se caro para as massas. Neste período, 
já haviam rumores de guerra e percebia-se a necessidade da praticidade das 
coisas, das simplicidade das tarefas, da ligação dos processos produtivos com a 
industrialização começam a surgir novos movimentos que vão dar conta desta 
nova filosofia e novo design.
6 DEUTSCHER WERKBUND (1907-1935)
Antes da Primeira Guerra Mundial, ocorreu um período de muitas lutas 
e conquistas de direitos para a sociedade na Europa, uma destas lutas foi pelo 
direito ao voto feminino (Sufragistas). Além disso, a indústria estava progredindo 
em todos os lugares, mas ainda precisava otimizar seus processos e melhorar seu 
sistema de produção, desta forma surgiram associações com este objetivo. Na 
Inglaterra surgiu a “Society for the Encouragement of Arts”; na França a “Union 
Centrale des Arts Decoratifs”; no Brasil a “Sociedade Auxiliadora da Indústria” e 
na Alemanha a “Deutscher Werkbund”.
Deutscher Werkbund (Confederação Alemã do Trabalho) foi uma 
associação alemã fundada em 1907 por um conjunto de artistas, arquitetos e 
industriais, que tinha como objetivo criar um estilo nacional alemão baseado na 
produção industrial. A intenção era fazer uma reforma da vida (Lebensreform) 
por meio dos benefícios trazidos pela indústria, ou seja, a arte deveria fazer parte 
da industrialização e os artistas deveriam aprimorar as condições de trabalho, 
atuando não só como desenhistas, mas também com gestores (CARDOSO, 2008). 
Apesar de haver um pensamento comum entre os representantes da 
associação, alguns como Hermann Muthesius (fundador) defendiam que 
a produção em série deveria ser estandardizada e outros como Henry van de 
Velde (diretor da escola de Artes e Ofícios de Weimar – antecessora da Bauhaus) 
defendia a individualidade artística.
Os representantes da Deutscher Werkbund eram: Peter Behrens (1868-
1940), Hermann Muthesius (1861-1927), Henry van de Velde (1863-1957), Ludwig 
Mies van der Rohe (1886-1969, autor da frase “menos é mais”), Walter Groupius 
(1883-1969).
TÓPICO 3 — MOVIMENTOS ESTÉTICOS E ESCOLAS DE DESIGN
133
FIGURA 40 – VENTILADOR ELÉTRICO / FÁBRICA DE TURBINAS DA AEG. PETER BEHRENS
FONTE: <https://cutt.ly/tgDoxdl>; <https://cutt.ly/ygDobcy>. Acesso em: 9 out. 2020.
O Deutscher Werkbund organizou uma exposição em 1927, sob a direção 
de Mies van der Rohe, no bairro Weissenhofsiedlung de Stuttgart, onde foram 
construídos vários prédios e núcleos habitacionais, para demonstrar ao mundo as 
virtudes da arquitetura do Modernismo – criando, assim, a realidade tangível do 
Neues Bauen (Nova Objetividade – relacionado ao modelo das novas habitações 
sociais). O arquiteto deveria estar apto a criar todo o projeto desde a casa, os 
utensílios, a decoração e tudo deveria ter a forma reduzida e simplificada, mas 
totalmente útil (BÜRDEK, 2006). 
FIGURA 41 – WEISSENHOFSIEDLUNG, MODELO, 1927
FONTE: <https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/10.117/4025>. 
Acesso em: 9 out. 2020.
134
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
7 DE STIJL, NEOPLASTICISMO, ABSTRACIONISMO (1917-1931)
O movimento De Stijl (O estilo) iniciou com a publicação da revista de 
mesmo nome em 1917, por Theo van Doesburg (1883-1931) na Holanda, com o 
objetivo de encontrar uma estética visual comum, mais geométrica e rigorosa. 
Outros nomes de destaque são os pintores Piet Mondrian (1883-1931), Bart 
Anthony van der Leck (1876-1958) e Vilmos Huszár (1884–1960), o arquiteto 
Gerrit Rietveld (1888-1964), entre outros.
FIGURA 42 – REVISTA DE STIJL, LETTERKLANKBEELDEN, PROJETO GRÁFICO DE THEO VAN 
DOESBURG
FONTE: <https://cutt.ly/kgDoK0A>. Acesso em: 9 out. 2020.
As características do estilo são: o racionalismo das formas, ângulos 
retos, cores primárias aperfeiçoadas pelo preto, branco e cinza, nenhum plano 
decorativo, baseado em composições de caráter coletivo.
FIGURA 43 – PROJETO DA MAISON D' ARTISTE, 1923. THEO VAN DOESBURG
FONTE: Adaptada de <https://issuu.com/guilherme45/docs/revista_de_stijl>. 
Acesso em: 9 out. 2020.
TÓPICO 3 — MOVIMENTOS ESTÉTICOS E ESCOLAS DE DESIGN
135
Mondrian é o artista mais conhecido, ele tinha como princípio em 
suas obras eliminar tudo o que poderia representar o expressionismo e por 
fim restavam apenas linhas horizontais, diagonais e verticais que formavam 
retângulos pintados em vermelho, azul e amarelo.
FIGURA 44 – COMPOSIÇÃO COM GRANDE PLANO VERMELHO, AMARELO, PRETO, CINZA E 
AZUL. / O VOCABULÁRIO, MONDRIAN
FONTE: Adaptada de <https://cutt.ly/tgDpdhi>; <https://cutt.ly/5gDpleq>. Acesso em: 9 out. 2020.
Na obra de 1942-1943, Broadway Boogie Woogie de linhas, cores primárias 
e retângulos, foram inspirados na vitalidade da cidade de Nova Iorque, local onde 
o holandês residia. Os pontos vermelhos e amarelos lembram as ruas da cidade 
povoada pelos táxis que transitam entre as quadras da metrópole que, naquele 
período, tornava-se um dos centros de arte moderna no mundo, após o fim da 
Segunda Guerra Mundial. 
Gerrit Rietveld foi um dos primeiros a trazer a forma tridimensional ao 
De Stijl, um bom exemplo da sua obra é a cadeira azul e vermelho.
FIGURA 45 – CADEIRA VERMELHA E AZUL, PROJETADA POR GERRIT RIETVELD, 1917
FONTE: <https://cutt.ly/LgC72bM>. Acesso em: 9 out. 2020.
136
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
A racionalidade do movimento De Stijl influenciou outros movimentos 
modernistas entre eles a Bauhaus e sobreviveu até 1931, ano da morte de Theo 
van Doesburg. 
8 CONSTRUTIVISMO RUSSO (1930-1950)
O construtivismo iniciou em período de grandes mudanças para a Rússia: 
1914, Primeira Guerra Mundial onde os exércitos russos são dizimados; 1917 
manifestação feminista que culmina em manifestação contra a fome; 1918 início da 
guerra civil Russa, que durou até 1921. Portanto, o movimento construtivismo russo 
ganhou um papel político de cunho socialista e revolucionário de grande peso, apesar 
de seu objetivo estar na concepção de uma nova arte funcionalista e informativa. 
O grupo dos construtivistas era formado por El Lissitzky (1890-1941), Kasimir 
Malevitch (1879-1935) Wladimir Tatlin (1885-1953) e Alexander Mikhailovich 
Rodchenko (1891-1956), e tinham como pensamento que as necessidades básicas 
da população deveriam ser atendidas pela industrialização por meio da técnica e 
da tecnologia dos materiais e que a arte deveria ter uma função social. 
As principais características do design do construtivismo russo foram as 
formas geométricas, a fotomontagem, uso das cores primárias, tipografia sem 
serifa, contrastante entre corpos normais e pesados e de estilo diferentes. Os 
cartazes são as obras de maior referência e influência para o design gráfico.
FIGURA 46 – TRABALHOS PUBLICITÁRIOS E COMERCIAIS DE RODCHENKO
FONTE: <http://www.tipografos.net/posters/rodchenko1.jpg>; <http://www.tipografos.net/pos-
ters/rodschenko-cookie_advert_lg.jpg>. Acesso em: 9 out. 2020.
 
TÓPICO 3 — MOVIMENTOS ESTÉTICOS E ESCOLAS DE DESIGN
137
9 BAUHAUS (1919-1933)
A Bauhaus (Casa da Construção) nasceu da junção e reorganização de 
duas escolas existentes em Weimar, Alemanha, em 1919, a Academia de Belas-
Artes e a Escola De Artes e Ofícios, sendo uma escola estatal e, dessa forma, 
dependia financeiramente e politicamente do governo que estava no poder.
A Bauhaus é referência incontestável para o design moderno, principal 
representante do modernismo e a primeira escola técnica de design, artes, 
artesanato e arquitetura. 
Seu fundador foi Walter Gropius (1883-1969) que, em 12 de abril de 
1919, publicou um manifesto com o programa artístico da escola. Na capa afigura da catedral gótica representa a realização do desejo das pessoas por uma 
beleza espiritual, além da utilidade e da necessidade, simbolizava a união entre 
arquitetura, escultura, pintura e ofícios.
FIGURA 47 – BAUHAUS MANIFESTO. WALTER GROPIUS, 1919
FONTE: <http://chrismullaney.com.au/wp-content/uploads/2012/03/bauhaus-manifesto.jpg>. 
Acesso em: 9 out. 2020.
138
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
Leia sobre o Bauhaus Manifesto.
“Arquitetos, escultores, pintores, todos devemos retornar ao artesanato!”
É o que consta do Manifesto que se tornou o fundamento da lendária escola de arte.
 O objetivo final de toda atividade plástica é a construção! Ornamentá-la era, 
outrora, a tarefa mais nobre das artes plásticas, componentes inseparáveis da grande 
arquitetura. Hoje elas se encontram em singularidade autossuficiente, da qual só poderão 
ser libertadas um dia através da consciente atuação conjunta e coordenada de todos os 
profissionais. Arquitetos, pintores e escultores devem conhecer e compreender de novo 
a estrutura multiforme da construção em seu todo e em suas partes; então suas obras se 
preencherão outra vez do espírito arquitetônico que se perdeu na arte de salão.
 As antigas escolas de arte não eram capazes de criar essa unidade, e como 
poderiam, já que a arte não pode ser ensinada? É preciso que elas voltem a ser oficinas. Esse 
mundo de desenhistas e artistas deve, por fim, tornar a orientar-se para a construção. Se o 
jovem que sente amor pela atividade plástica começar, como outrora, pela aprendizagem 
de um ofício, o "artista" improdutivo não ficará condenado futuramente ao exercício 
incompleto da arte, pois sua habilidade será preservada para a atividade artesanal, onde 
poderá prestar excelentes serviços.
 Arquitetos, escultores, pintores, todos devemos retornar ao artesanato, pois não 
existe "arte por profissão"! Não existe nenhuma diferença essencial entre o artista e o 
artesão. O artista é uma elevação do artesão. A graça divina, em raros momentos de luz 
que estão além de sua vontade, inconscientemente faz florescer arte da obra de sua mão, 
entretanto, a base do "saber fazer" é indispensável para todo artista. Aí se encontra a fonte 
primordial da criação artística.
 Formemos, portanto, uma nova corporação de artesãos, sem a presunção elitista 
que pretendia criar um muro de orgulho entre artesãos e artistas! Desejemos, imaginemos, 
criemos juntos a nova construção do futuro, que juntará tudo numa única forma: 
arquitetura, escultura e pintura, que, feita por milhões de mãos de artesãos, se elevará um 
dia aos céus como símbolo cristalino de uma nova fé vindoura.
FONTE: <https://www.goethe.de/ins/br/pt/kul/fok/bau/21394277.html>. Acesso em: 9 out. 2020. 
INTERESSA
NTE
“A ideia fundamental de Gropius era a de que, no Bauhaus, a arte e a 
técnica deveriam tornar-se um nova e moderna unidade”, e a frase que regia os 
fundamentos da escola era: “a técnica não necessita da arte, mas a arte necessita 
muito da técnica” (BÜRDEK, 2006, p. 31).
TÓPICO 3 — MOVIMENTOS ESTÉTICOS E ESCOLAS DE DESIGN
139
Para o corpo docente foram escolhidos apenas artistas abstratos ou pintores 
cubistas, entre eles: Wassily Kandinsky (1866-1944), Paul Klee (1879-1940), Lyonel 
Feininger (1871-1956), Oskar Schlemmer (1888-1943), Johannes Itten (1888-1967), 
Georg Muche (1895-1987), László Moholy-Nagy (1895-1946).
A Bauhaus pode ser identificada por três fases distintas:
9.1 FASE DA FUNDAÇÃO (1919-1923)
 A primeira fase da Bauhaus aconteceu na cidade de Weimar, sob a 
direção de Walter Gropius. Tinha como objetivo consolidar a proposta pedagógica 
do curso básico, preliminar ou introdutório, o ‘Vorkurs’, ministrado por Johannes 
Itten, sendo obrigatório para todos os alunos. O objetivo era a autoexperimentação 
e autoaveriguação, bem como provar a capacidade dos alunos no sentido do 
aprendizado específico de cada matéria (BÜRDECK, 2006). 
FIGURA 48 – BAUHAUS DE WEIMAR
FONTE: <https://fotoeins.files.wordpress.com/2015/08/hl_we_9595a.jpg>. Acesso em: 9 out. 2020.
Acadêmico, é importante entender que o objetivo da Bauhaus era fazer com 
que o artesão aprendesse a usar a máquina a seu favor, que pudessem desenvolver produtos 
industriais a partir de uma orientação formal, pois Gropius acreditava que artesanato e 
indústria era formas diferentes de desenvolver a mesma atividade, desta forma, unia-se os 
meios modernos de produção e a criatividade dos artistas. Além disso, a boa arquitetura 
deveria ser adequada à vida social, sendo necessário o conhecimento entre questões 
sociais, técnicas e artísticas, a fim de melhorar a qualidade de vida de todos.
ATENCAO
140
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
Após serem aprovados no curso básico de um ano e meio, os alunos 
poderiam escolher entre oficinas/laboratórios especiais de gráfica, cerâmica, 
metal, pintura mural, pintura em vidro, marcenaria, oficina de palco, têxtil, 
encadernação, escultura em madeira. Todas as aulas eram assistidas por um 
mestre artesão e um mestre da forma.
FIGURA 49 – CURRÍCULO DA BAUHAUS
FONTE: Bürdek (2006, p. 33)
Johannes Itten aplicava em suas aulas uma metodologia que se baseava 
em dois conceitos opostos ou complementares: intuição e método ou experiência 
subjetiva e recognificação objetiva, com o intuito de eliminar da mente do aluno 
qualquer preconceito existente, ou padrões herdados, e assim pudessem iniciar 
o aprendizado do zero. Seu legado está na Teoria da Cor e na Teoria da Forma 
(HEITLINGER, c2020). 
FIGURA 50 – ESTUDOS DE JOHANNES ITTEN
FONTE: <http://tipografos.net/bauhaus/itten-farbkreis.jpg>; <http://tipografos.net/bauhaus/itten-
-johannes-farbkugel-bandraeumlich-1919-20-3900123.jpg>. Acesso em: 9 out. 2020.
TÓPICO 3 — MOVIMENTOS ESTÉTICOS E ESCOLAS DE DESIGN
141
9.2 FASE DA CONSOLIDAÇÃO (1923-1928)
A segunda fase da Bauhaus aconteceu na cidade de Dessau, sob a direção 
de Walter Gropius e Hannes Mayer. 
FIGURA 51 – BAUHAUS DE DESSAU
FONTE: <https://berlindividedcity.files.wordpress.com/2013/02/bauhaus.jpg>. 
Acesso em: 9 out. 2020.
Nesta fase, as oficinas que se sobressaíram foram as de metal e de 
marcenaria. Pode-se perceber já no novo edifício da Bauhaus, alguns marcos que 
identificam a arquitetura modernista, como o uso do ferro e da fachada de vidro. 
Alguns alunos tornam-se professores no curso como: Herber Bayer (1900-1985); 
Josef Albers (1888-1976) e Marcel Breuer (1902-1981).
Marcel Breuer tornou-se mestre da oficina de metal em 1925. Desenvolveu 
uma linha de mobiliário em tubo metálico, obtendo a resistência do aço unida ao 
material tensionado que poderia ser trançado, tecido ou couro (BÜRDEK, 2006). 
A cadeira Wassily, também conhecida como a cadeira Modelo B3, foi 
projetada por Marcel Breuer entre 1925 e 1926, enquanto ele era o chefe da oficina de 
fabricação de armários na Bauhaus, em Dessau, Alemanha (JORNAL DA USP, 2019).
142
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
FIGURA 52 – WASSILY CHAIR DI MARCEL BREUER, 1925
FONTE: <https://cutt.ly/8gDaLA0>. Acesso em: 9 out. 2020.
Nesta segunda fase da Bauhaus, um fator importante era encontrar a 
funcionalidade dos produtos, ou seja, combinar as etapas da produção industrial 
e também atender às necessidades da produção. A revista Bauhaus começa a ser 
publicada.
FIGURA 53 – CAPAS DA REVISTA BAUHAUS
FONTE: <https://cutt.ly/KgDa8Cg>; <https://cutt.ly/KgDa6Zf>.
A Bauhaus se transforma em “Hochschule für Gestalttung” (Escola 
Superior da Forma). Características como “tipificação, normatização, fabricação 
em série, produção em massa virarão padrão nos trabalhos da Bauhaus” 
(BÜRDEK, 2006, p. 36).
TÓPICO 3 — MOVIMENTOS ESTÉTICOS E ESCOLAS DE DESIGN
143
9.3 FASE DA DESINTEGRAÇÃO (1928-1933)
 A terceira fase da Bauhaus aconteceu entre 1928 a 1933, e a 
partir de 1930, por meio de pressão política, mudou-se de Dessau para Berlim, 
inicialmente sob a direção de Hannes Meyer (1889-1954) e depois de Mies van der 
Rohe. Neste período, novas disciplinas e oficinas foram introduzidas ao curso, 
como fotografia,plástica e psicologia (BÜRDEK, 2006). 
FIGURA 54 – PHOTO IS BY BAUHAUS-ARCHIV BERLIN/MARKUS HAWLIK
FONTE: <https://cutt.ly/lgDsi3t>. Acesso em: 9 out. 2020.
Sob a direção de Mies van der Rohe, a Bauhaus é transformada em 
entidade independente e privada.
A cadeira Barcelona é um ícone da Bauhaus, foi criada para participar 
do Pavilhão Alemão da Feira Internacional de Barcelona, no ano de 1929. Ela é 
composta por duas peças: o encosto e os pés e faz parte de um projeto completo 
de design de interior, composta por mesas, bancos e outros mobiliários.
FIGURA 55 – POLTRONA BARCELONA COM PUFF
FONTE: <https://www.donacadeira.com/image/cache/catalog/donacadeira/produtos/site_con-
junto_barcelona-800x800.jpg>. Acesso em: 9 out. 2020.
144
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
A instituição foi fechada em 1933, por um decreto do partido nazista, 
após sua produção ser classificada como “arte degenerada”. Dessa forma muitos 
professores e ex-alunos emigraram para outros países, multiplicando a filosofia 
e o conceito da Bauhaus mundialmente. Em 1937, Lászlo Moholy-Nagy (1895-
1946), Walter Gropius e sobretudo Ludwig Mies van der Rohe, abrem a New 
Bauhaus em Chicago. 
Acadêmico, perceba que outro termo atribuído ao design moderno é o Estilo 
Internacional ou International Style. Ele foi usado pelos curadores do Museu de Arte 
Moderna de Nova Iorque Henry-Russell Hitchcock (1903-1987) e Philip Johnson 
(1906-2005) em 1932 e perdurou até 1960, para referir-se ao movimento moderno 
como um todo. Também a exposição de Weissenhof é reconhecida como um dos 
principais pontos de partida para o Estilo Internacional, cuja característica era de 
que “todo objeto podia ser reduzido e simplificado até atingir uma forma ideal e 
definitiva, a qual seria o reflexo estrutural e construtivo perfeito da sua função” 
(CARDOSO, 2006, p. 152). Este conceito definiria o Good Design (Bom Design).
 
“De modo muito geral, a ideologia do Estilo Internacional se baseava 
na ideia de que a criação de formas universais reduziria as desigualdades e 
promoveria uma sociedade mais justa” (CARDOSO, 2008, p. 153). 
O Estilo Internacional na arquitetura foi adotado por muitas corporações 
multinacionais, edifícios de comércio exterior ou financeiro, pois foi reconhecido 
neste design funcionalista “atrativos irresistíveis como austeridade, precisão, 
neutralidade, disciplina, ordem, estabilidade e um senso inquestionável de 
modernidade, todas qualidades que uma empresa multinacional deseja transmitir 
para seus clientes e funcionários” (CARDOSO, 2008, p.154).
10 ORGANIC DESIGN (1930-1960)
O Organic Design ou Escola Futurista é um estilo de design inspirado 
na natureza, caracterizado por curvas e formas orgânicas, cujos produtos se 
assemelhem a um objeto natural. Foi abordado inicialmente de maneira holística 
e humanizadora no final do século XIX por Charles Rennie Macintosh (1868-1928) 
e Frank Lloyd Wright (personalidades já comentadas nos tópicos anteriores e que 
como percebemos nos exemplos de seus trabalhos já possuíam formas orgânicas 
ou a ligação entre a obra e o meio!). 
Assista ao filme Bauhaus. Título original: Lotte am Bauhaus. Direção de Gregor 
Schnitzler. Duração: 105 minutos. Lançamento 2019.
DICAS
TÓPICO 3 — MOVIMENTOS ESTÉTICOS E ESCOLAS DE DESIGN
145
Luigi Colani (1928-2019) foi um dos primeiros designers a utilizar o termo 
Biodesign, trabalhava com formas biodinâmicas e acreditava que a natureza 
possuía o melhor design, e a forma arredondada era perfeita.
FIGURA 56 – PLANADOR LAMBORGHINI MIURA P400, COLANI, 1974
FONTE: Adaptada de <https://imgur.com/a/6slTN>. Acesso em: 9 out. 2020.
Hugo Alvar Henrik Aalto (1898-1976) foi um arquiteto finlandês, cuja 
obra é considerada exemplar da vertente orgânica da arquitetura moderna da 
primeira metade do século XX, identificado nos seus projetos plywood, baseados 
na exploração das possibilidades de corte e tratamento industrial da madeira. 
Aalto acreditava que na natureza encontravam-se todos os melhores exemplos de 
padronização, mas eram nos menores elementos possíveis: nas células, portanto 
as possibilidades seriam infinitas (VIVA DECORA PRO, 2020). 
FIGURA 57 – CHAIRS IN PLYWOOD BY ALVAR AALTO, 1934
FONTE: <https://cutt.ly/OgDsS6S>; <https://cutt.ly/HgDsOzv>. Acesso em: 9 out. 2020.
O Design Orgânico Moderno Industrial surge em 1940, por meio do 
concurso Organic Design In Home Furnishing realizado pelo MoMa, Museu de 
Arte Moderna de Nova Iorque, sob a responsabilidade de Eliot Noyes (1910-1977), 
que definiu o design orgânico como a organização harmoniosa das partes com o 
todo, ou seja, estrutura, material e propósito. O trabalho vencedor na categoria 
de “assentos para a sala de estar” foi idealizado por Eero Saarinen (1910-1961) e 
Charles Eames (1907-1978).
146
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
FIGURA 58 – LOUNGE CHAIR BY CHARLES EAMES AND EERO SAARINEN, 1940
FONTE: <https://cutt.ly/UgDs9z4>; <https://cutt.ly/ZgDs8N9>. Acesso em: 9 out. 2020.
Outros termos são utilizados no design como Biomimética (imitação), 
biofilia (conexão dos seres humanos com a natureza), biomorfismo (baseado 
em curvas ou motivos que evocam seres vivos), ou seja, a utilização das formas 
encontradas na natureza vegetal e animal para soluções em produtos de design 
sustentáveis e inovadores, além destes fatores são considerados a reciclagem e 
uso de recursos renováveis, a economia de energia e a natureza como matéria 
criativa e inspiradora.
Um bom exemplo deste design atualmente são os frascos do perfume F1, 
criados em colaboração entre a Fórmula 1, Designer Parfums e Ross Lovegrove 
Studio. Os frascos têm características do biodesign, com uma estrutura externa 
protegendo uma câmara de fragrância interna e são impressos em 3D em metal, 
projetados por Lovegrove. Quando os perfumes acabam, os frascos internos 
podem ser substituídos por novos. A ideia é preservar a forma externa da garrafa 
como se fosse um troféu, dando a ela a reverência que ela certamente merece (YD 
YANCO DESIGN, 2019).
FIGURA 59 – ROSS LOVEGROVE PARA DESIGNER PARFUMS AND FORMULA 1.
FONTE: <https://static.designboom.com/wp-content/uploads/2019/12/ross-lovegrove-perfume-
-bottle-formula-1-designer-parfums-designboom-1800.jpg>. Acesso em: 9 out. 2020.
TÓPICO 3 — MOVIMENTOS ESTÉTICOS E ESCOLAS DE DESIGN
147
11 STREAMILINING (1930-1950)
Steamlining, Streamlined ou Streamline é um estilo de arquitetura e 
design industrial que surgiu logo após a Grande Depressão nos EUA, e utilizava 
a aparência dos produtos a fim de incentivar o consumo. O estilo era uma vertente 
do Art Deco, e suas principais características estão baseadas na aerodinâmica 
(relação das formas com a velocidade), arredondamento ou alongamento 
assimétrico das formas, as vezes com aplicação de nervuras estruturadas na 
horizontal, tinha o poder de evocar noções de velocidade, dinamismo, eficiência 
e modernidade (CARDOSO, 2008).
Raymond Loewy (1893-1986) dizia que “entre dois produtos de igual 
qualidade e preço, o que tiver melhor aspecto venderá mais”, desta forma surge o 
design industrial com o objetivo de conquistar consumidores contribuindo para a 
recuperação econômica do período pós-depressão. A conceito da imagem não estava 
ligado a sua função, apenas a sua estética visual (MEDEIROS; VERÍSSIMO, 2016).
FIGURA 60 – PENNSYLVANIA RAILROAD’S S1 LOCOMOTIVE. RAYMOND LOEWY
FONTE: <https://cutt.ly/igDdkN5>. Acesso em: 9 out. 2020.
Para saber mais, leia o artigo: Raymond Loewy – O gênio das aparências no 
link https://super.abril.com.br/historia/raymond-loewy-o-genio-das-aparencias/.
DICAS
O Streamline design foi aplicado em muitos objetos do dia a dia, como 
rádios, relógios, máquinas de costura, aspiradores de pó, a fim de que tivessem a 
aparência dos veículos aerodinamizados (streamlined). No processo de produção 
foram explorados novos materiais, como o baquelite e o alumínio.
148
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
A bicicleta para o futuro, Classic (e depois Spacelander) foi incluída na 
exibição “Britânicospodem fazer” em 1946, criada designer Benjamin Cowden, o 
projeto inicial incluía um motor. 
FIGURA 61 – BICICLETA PARA O FUTURO, 1946, BENJAMIN BOWDEN. 1946
FONTE: <https://saopaulosao.com.br/images/images/bowden_bike/bolden_bike_cor_
tres_640x370.jpg>. Acesso em: 9 out. 2020.
Henry Dreyfuss (1904-1972) foi o primeiro designer a destacar fatores 
humanos e a ergonomia nos produtos da indústria.
FIGURA 62 – HOOVER MODEL 150 VACUUM CLEANER (1936); IRON FOR GENERAL ELECTRIC 
(1948), HENRY DREYFUSS
FONTE: <http://3.bp.blogspot.com/--CHiZpNUQB0/Uh3PJ1CVp7I/AAAAAAAAGys/nHiWcFzjb2E/
s320/1936+henry+dreyfuss+Hoover+Model+150+vacuum+cleaner+(1936).png>; <https://cutt.
ly/UgDd3TX>. Acesso em: 9 out. 2020.
Acadêmico, a indústria passou por rápidas e importantes transformações 
entre os períodos de 1920 a 1940, a união das novas tecnologias com o uso de 
novos materiais foi generalizada. A popularização do automóvel, avião, cinema, 
rádio e eletrodomésticos trouxe para a população de massa, hábitos de consumo 
que antes eram apenas reservados à elite. Dessa forma, a comunicação, a música, 
o cinema, a moda, a disseminação de várias culturas por meio destes veículos, 
abriu uma nova área de atuação para o design, principalmente na área gráfica, 
imprensa, anúncios, editoração de revistas, quadrinhos e cartazes. 
TÓPICO 3 — MOVIMENTOS ESTÉTICOS E ESCOLAS DE DESIGN
149
Toda essa massificação dos produtos vai levar a novos posicionamentos 
do design após a Segunda Guerra Mundial. Conforme Cardoso (2008, p. 136), 
“[...] a sociedade moderna parece ser regida pelos ciclos da moda e pela busca 
de um estilo; e a preocupação com as aparências como expressão da identidade é 
inegavelmente um fator cultural de primeira importância nos dias de hoje”.
150
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• O Revivalismo Gótico ou Neogótico foi um movimento estético que procurava 
reavivar as formas góticas medievais, em contraste com os estilos clássicos 
dominantes na época.
• Arts and Crafts ou “artes e ofícios” foi um movimento estético que buscou 
contrapor a produção em massa e aos danos ambientais de poluição de água 
e ar causados pela Revolução Industrial com um estilo mais artesanal. 
• Os quatros princípios que regiam o Arts and Crafts foram: unidade na 
composição artística, valorização do trabalho artesanal, individualismo 
e regionalismo. Deveriam ser considerados a nobreza do material, o uso 
(função), a construção (design), e a ferramenta (técnica).
• Louis Sullivan (1856-1924) é o autor da frase: “a forma segue a função”.
• O Esteticismo ou Movimento Estético foi caracterizado pelo culto ao Belo na 
arte, em detrimento da função ético-moral que ela pode ter.
• O Art Nouveau (Arte Nova) foi um movimento essencialmente decorativo, 
positivista, voltado para a arquitetura, artes decorativas, design, artes gráficas, 
mobiliário e influenciou a arte e a moda.
• O Jugenstill é um movimento semelhante ao Art Nouveau, só que aconteceu 
na Alemanha.
• Escola de Artes de Glasgow, na Escócia, era uma vertente da Art Nouveau, mas 
estava focada na criatividade e no design a fim de apoiar a indústria no país.
• Deutscher Werkbund (Confederação Alemã do Trabalho) foi uma associação 
alemã, fundada em 1907, por um conjunto de artistas, arquitetos e industriais, 
que tinha como objetivo criar um estilo nacional alemão baseado na produção 
industrial, a fim de fazer uma reforma da vida (Lebensreform) por meio dos 
benefícios trazidos pela indústria.
• A Nova Objetividade estava relacionada ao modelo das novas habitações 
sociais.
• De Stijl (“O Estilo”) era formado por artistas que elaboravam um tipo de “arte 
total”, racionalista, usando cores primárias para criar obras sem restrições, 
claras e limpas, como eles imaginavam que deveria ser o futuro da Arte.
• O construtivismo russo teve papel político de cunho socialista e revolucionário 
com sua maior influência na concepção de uma nova arte funcionalista e 
informativa. 
151
• A Bauhaus é referência incontestável para o design moderno, principal 
representante do modernismo e a primeira escola técnica de design, artes, 
artesanato e arquitetura. Surgiu em 1919 e fechou em 1933 deixando um 
legado que influenciou o design do mundo.
• Estilo Internacional tem por característica que “todo objeto podia ser reduzido 
e simplificado até atingir uma forma ideal e definitiva, a qual seria o reflexo 
estrutural e construtivo perfeito da sua função”.
• O Organic Design ou Escola Futurista, é um estilo de design inspirado na 
natureza, caracterizado por curvas e formas orgânicas, cujos produtos se 
assemelhem a um objeto natural.
• Streamline é um estilo de arquitetura e design industrial, suas principais 
características estão baseadas na aerodinâmica (relação das formas com a 
velocidade), arredondamento ou alongamento assimétrico das formas, as 
vezes com aplicação de nervuras estruturadas na horizontal, tinha o poder de 
evocar noções de velocidade, dinamismo, eficiência e modernidade.
152
1 Observe a figura da cadeira exposta a seguir, ela representa um dos 
princípios adotados pela escola Bauhaus. Sobre o que se pode afirmar sobre 
a figura, assinale a alternativa CORRETA:
CADEIRA WASSILY – MODELO B3
FONTE: <https://cutt.ly/tgDfRvG>. Acesso em: 9 out. 2020.
a) ( ) Ela evidencia os processos de produção artesanais, que valorizam o 
produto e o trabalhador.
b) ( ) Ela simboliza a personalidade do designer, contrapondo o 
funcionalismo à ideia da boa forma.
c) ( ) Ela representa o gosto estético disseminado pela burguesia das 
primeiras décadas do século XX.
d) ( ) Ela explicita a ideia de simplificação da forma do móvel para uma 
produção industrial de qualidade. 
e) ( ) Ela sintetiza a ideia de customização, na qual o consumidor pode 
determinar características estético-formais do produto.
2 O Arts and Crafts foi um movimento estético que surgiu na segunda metade 
do século XIX, a fim de suprir uma demanda para os novos processos 
indústrias. De acordo com esse movimento, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Defendia o artesanato criativo como alternativa à mecanização e à 
produção em massa e pregava o fim da distinção entre o artesão e o 
artista.
b) ( ) Defendia que os produtos industriais deveriam ser produzidos de 
forma seriada.
c) ( ) Possuía características funcionalistas e a flor do girassol era o símbolo 
do movimento.
d) ( ) Foi um movimento essencialmente decorativo, positivista, voltado 
para a arquitetura, artes decorativas, design, artes gráficas, mobiliário 
e influenciou a arte e a moda.
e) ( ) Possuía como características o racionalismo das formas, ângulos retos, 
cores primárias aperfeiçoadas pelo preto, branco e cinza, nenhum 
plano decorativo, baseado em composições de caráter coletivo.
AUTOATIVIDADE
153
3 Considerando a figura apresentada a seguir, que ilustra a escrivaninha Art 
Nouveau, criada em 1898 pelo arquiteto belga Henri Van de Velde, e que 
faz parte do acervo do Musée d’Orsay, em Paris. Com base no exposto, 
analise as afirmativas a seguir:
FANTASTICAL AND FUNCTIONAL – ART NOUVEAU
FONTE: <https://cutt.ly/TgDfvZv>. Acesso em: 9 out. 2020.
I - A peça é representativa de um estilo artístico que se inseriu na sociedade 
moderna no final do século XIX, reagindo ao historicismo acadêmico e ao 
lirismo romântico.
II - O estilo da peça, bastante desenvolvido nas artes aplicadas, aproximou-
se fortemente da produção industrial em série ao utilizar materiais do 
mundo moderno, como ferro, cimento e vidro.
III - Na construção da peça, abriu-se mão dos acabamentos sofisticados e da 
beleza escultural, em favor do emprego de materiais rústicos.
IV - A peça foi inspirada na natureza e nas linhas sinuosas e assimétricas da 
flora e fauna.
a) ( ) As afirmativas I e III estão corretas.
b) ( ) As afirmativas III e IV estão corretas.
c) ( ) As afirmativas II e III estão corretas.
d) ( ) As afirmativas I, II e IV estão corretas.
e) ( ) As afirmativas II, III eIV estão corretas.
3 Escola de Artes de Glasgow foi uma vertente do Art Nouveau, na Escócia, 
em 1890. Cite as características desta escola.
4 O movimento De Stijl (O estilo) iniciou com a publicação da revista de 
mesmo nome, em 1917, por Theo van Doesburg (1883-1931), na Holanda. 
Quais são os objetivos e as características que definem este movimento?
154
155
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
A Segunda Guerra Mundial tem papel fundamental no desenvolvimento 
do design, pela evolução tecnológica e aumento da produtividade que foram 
necessárias para a manutenção da guerra. Como exemplo, a criação do radar, da 
bomba de hidrogênio, a produção de motores, plásticos, equipamentos eletrônicos, 
carros, aviões, navios, armas, entre tantos outros que poderiam ser citados.
Neste sentido, o país que estava mais preparado para aproveitar a 
oportunidade e lucrar com a economia da guerra foi os EUA, com suas fábricas 
de armas e equipamentos militares. Outros países também tiveram que mudar o 
seu modo de produção e, muitos produtos que antes eram importados, tiveram 
que ser fabricados dentro de seu próprio território, além de terem que colaborar 
com a exportação de insumos agrícolas para países em guerra, como foi o caso do 
Brasil e da Argentina. 
No Brasil, com o governo de Getúlio Vargas, foram expandidos os sistemas 
ferroviários, hidrelétrico e industrial. Em 1942 foi criada a Vale do Rio Doce para 
exploração de minérios e, em 1941, cria-se a Companhia Siderúrgica Nacional. 
Após cinco anos, a usina de Volta Redonda começou a produzir aço, e, em 1953, 
após a campanha “O petróleo é nosso”, nasce a Petrobrás (CARDOSO, 2008).
Outros pontos são importantes levantar para compreender a grandiosidade 
dos acontecimentos que mudaram a forma de pensar e desenvolver produtos 
para o consumo, utilizando o design como ferramenta inseparável desta nova 
fase, como:
• no pós-guerra, o retorno dos homens para o mercado de trabalho e das 
mulheres para o lar; 
• o redirecionamento da capacidade produtiva das indústrias que antes eram 
para a manutenção da guerra e agora precisava de um novo propósito; 
• criação de demanda para novos produtos, ou seja, o consumo não por 
necessidade mas por opção; 
• estímulo das indústrias (em todos os setores) pela troca de equipamentos em 
geral;
• a ampliação do crédito pessoal; 
• a criação do cartão de crédito em 1950; 
• o início da obsolescência estilística, entre outros (CARDOSO, 2008). 
 
TÓPICO 4 — 
O DESIGN NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX
156
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
Dessa forma, criou-se uma sociedade consumista, força motriz para 
a geração de uma nova economia, baseada na produção, na abundância e no 
desperdício, indispensáveis para a manutenção da prosperidade, lançado como 
American way of life (modo americano de vida) que só mudaria em 1970, por 
novos motivos políticos e econômicos.
O pensamento era de que quanto mais se joga fora, mais oportunidade se gera 
para produzir de novo o mesmo artigo, a meta era estimular o consumo de reposição. 
Para alguns sociólogos da época, este tipo de política foi positivo ao proporcionar 
a todos condições de possuírem produtos industrializados que facilitariam a 
vida, pois quando um produto era descartado, ele poderia (e seria) utilizado por 
outra pessoa, a exemplo de carros e eletrodomésticos, incluindo todos no projeto 
social coletivo (CARDOSO, 2008).
Acadêmico, claro que toda essa produção ocasionou problemas sociais e 
ambientais sem precedentes até então e, hoje, a produção com design, além de 
pensar na função, na estética, de ser voltado para o consumidor, está também 
atrelada a questões ecológicas, sustentáveis, ambientais, sociais e econômicas. 
Não se pode produzir sem prever em novos projetos todas estas questões, criando 
um ciclo de vida fechado para o produto, que esteja incluído em uma economia 
circular, a fim de que todas as fases, desde a escolha de matérias primas, design, 
produção, distribuição, consumo (uso, reuso, reparo), coleta direcionada para a 
reciclagem ou mesmo para o descarte, seja consciente e acompanhada de forma 
responsável por cada personagem envolvido em cada fase de vida do artefato.
2 ESCOLA DE ULM – HOCHSCHULE FÜR GESTALTUNG 
(1952-1968)
Após o fechamento da Bauhaus na Alemanha, muitos professores foram 
exilados em países da América, principalmente nos EUA, que acolheu a maior 
parte de cientistas, intelectuais, artistas e políticos e incentivou o ensino do design 
em seu território.
O Instituto de Design do Illinois Institute of Technology – New Bauhaus, 
foi fundado em 1937 por László Moholy-Nagy, que foi professor da Bauhaus entre 
1923 e1928, além disso, outros ‘ex-bauhausianos’ colaboraram no curso como: o 
escultor Alexander Archipenko (1887-1964) e o pintor e cenógrafo Gyorgy Kepes 
(1906-2001) (CARDOSO, 2008).
TÓPICO 4 — O DESIGN NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX
157
FIGURA 63 – ESCULTURAS DE ARCHIPENKO
FONTE: <https://cutt.ly/mgDhLVa>. Acesso em: 9 out. 2020.
Em 1944, a escola se tornou Institute of Design e, em 1949, foi absorvida 
pelo Illinois Institute of Tecnology. Da mesma forma, na Alemanha, em 1947, 
renascia os trabalhos da Bauhaus por meio da Escola de Ulm (HfG), que ensinava 
o design industrial com a teoria e prática da configuração da forma, dos preceitos 
funcionalistas. Os professores vinham de vários países da Europa, da América do Sul 
e do Norte, e o percentual de alunos estrangeiros era de 40% a 50% (ENCICLOPÉDIA 
ITAÚ CULTURAL DE ARTE E CULTURA BRASILEIRAS, 2018a).
Conhecida como Escola Superior da Forma, a Escola de Ulm (HfG), foi 
fundada por Max Bill (1908-1994), Inge Aicher-Scholl (1917-1998), Otl Aicher 
(1922-1991) e Walter Zeischegg (1917-1983) em 1952 e existiu até 1968.
Trata-se de um empreendimento privado de caráter interdisciplinar, 
que reúne arquitetos, designers, cineastas, pintores, músicos, 
cientistas e outros. A ideia da escola é formar profissionais com sólida 
base artística e técnica para atuarem na concepção de ampla gama de 
objetos produzidos em escala industrial, de uso cotidiano ou científico, 
relacionados à construção e aos suportes modernos de informação, 
às mídias e à publicidade (ENCICLOPÉDIA ITAÚ CULTURAL DE 
ARTE E CULTURA BRASILEIRAS, 2018a, s.p.).
Foram implantados na HfG os cursos de Design de Produto, Design de 
Comunicação Visual, Design de Construção, Design de Informação. Alguns 
estudiosos dividem a história da escola em seis fases:
• 1ª fase (1947-1953): Inge Scholl fundou uma instituição em memória de seus 
irmãos (Sophie Scholl e Hans Scholl, executados pelos nazistas por causa 
do movimento Rosa Branca em 1943), com o objetivo de contribuir para 
uma nova educação democrática, baseada no trabalho prático e coletivo de 
pequenos grupos.
• 2ª fase (1953-1956): período em que Max Bill dirige a escola, imprimindo 
amplo ideal universalista, recebe apoio financeiro dos EUA. A educação 
é baseada em seminários e realização de trabalhos práticos, com o uso de 
gesso, plástico, madeira, metal, tipografia e fotografia. A atuação intensa de 
158
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
ex-alunos da Bauhaus nessa fase – além de Bill, Josef Albers, Johannes Itten 
(1888-1967) e Helene Nonné-Schmidt – define um projeto estético, social e 
político afinado com o modelo de Walter Gropius.
• 3ª fase (1956-1958): por causa de conflitos ideológicos, Max Bill deixa a direção 
da escola para Tomáz Maldonado (1922-2018), que defendia a funcionalidade 
da forma e a produção industrial. Nessa fase, as novas concepções das 
relações entre design, ciência e tecnologia desenham um ‘modelo ulmiano’, 
que inclui uma definição renovada do designer: não mais um artista com 
proeminência sobre os demais (como queria Bill), mas sim um membro entre 
outros em um grupo de cientistas, pesquisadores, comerciantes e técnicos. 
O ensino fundamental integra teoria da percepção e semiótica. A seção de 
arquitetura, com influência de Konrad Wachsmann (1901-1980) e Herbert Ohl 
(1926), converte-se em seção de ‘construçãoindustrializada’.
• 4ª fase (1958-1962): esta fase expressa a primazia da ciência sob o design, 
e as disciplinas que ganham mais relevância no currículo são ergonomia, 
técnicas matemáticas, economia, física, ciência política, psicologia, semiótica, 
sociologia e teoria da ciência. Além disso, os trabalhos de design de professores 
e alunos ganham maior visibilidade por meio de exposições e do lançamento 
da revista Ulm. 
• 5ª fase (1962-1966): a teoria e a prática ganham a mesma importância, e a 
escola passa a estudar a Metodologia de Projeto, Gerência de Projeto e os 
estudos da Ergonomia. A ideia de que o processo de design deveria ser um 
método analítico ganha espaço nas discussões.
• 6ª fase (1967-1968): em dezembro de 1968, por motivos políticos e financeiros 
a escola é fechada (BÜRDEK, 2006).
A revista Ulm foi publicada no total de 14 edições e 21 números e 
possibilitou que o resultado do ensino, desenvolvimento e pesquisa fossem 
apresentados para o mundo, além de permitir o diálogo sobre as questões centrais 
do design de forma crítica e reflexiva.
FIGURA 64 – CAPAS DA REVISTA ULM
FONTE: <https://cutt.ly/IgDji41>; <https://cutt.ly/MgDjaND>; <https://cutt.ly/xgDjf7O>. 
Acesso em: 9 out. 2020.
TÓPICO 4 — O DESIGN NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX
159
O design moderno na tradição do funcionalismo estabelecido pela 
Escola de Ulm pode ser visto nos produtos concebidos pela empresa Braun 
(eletrodomésticos); no metrô de Hamburgo; no mobiliário M 125; no primeiro 
sistema hi-fi para a Braun; no carrossel para slides da Kodak; no logotipo da 
Lufhtansa; em cartazes de cinema e shows (no de Stan Getz em Paris, em 1959 e 
1960, por exemplo) e de outros eventos.
FIGURA 65 – DESIGN DOS PRODUTOS DA EMPRESA BRAUN, POR DIETER RAMS.
FONTE: <https://cutt.ly/VgDjFUc>; <https://cutt.ly/bgDjHXe>; <https://cutt.ly/OgDjL5q>. 
Acesso em:9 out. 2020.
 
Dieter Rams é um dos designers de produto mais influentes do século XX, 
ele introduziu a ideia de desenvolvimento sustentável e de que a obsolescência 
seria um crime, ainda em 1970, desta forma ele propôs a si mesmo a pergunta: 
‘meu design é um bom design?’, respondendo em 10 princípios:
1. Bom design é inovador, desenvolvido em conjunto à tecnologia inovadora e 
nunca pode ser um fim em si mesmo.
2. Bom design torna o produto útil, satisfazendo critérios, não apenas funcionais, 
mas também psicológicos e estéticos.
3. Bom design é estético, pois os produtos são usados todos os dias e a estética 
tem efeito nas pessoas e sob seu bem-estar.
4. Bom design torna o produto compreensível, fazendo uso da intuição do 
usuário, autoexplicativo.
5. Bom design é honesto, não tenta manipular o consumidor com promessas 
que não podem ser cumpridas.
6. Bom design é discreto, cumprir uma finalidade e permitir a autoexpressão do 
usuário.
7. Bom design é durável, evita estar na moda e nunca parece ser antiquado.
8. Bom design é minucioso até o último detalhe: nada deve ser arbitrário ou 
deixado ao acaso.
9. Bom design é amigo do meio ambiente, contribuindo de forma importante 
para a preservação do meio ambiente.
10. Bom design é o mínimo possível, deve concentrar-se nos aspectos essenciais, 
de volta a pureza e a simplicidade (MARTINEZ, 2013). 
160
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
Acadêmico, como visto até aqui, percebemos que os defensores do 
Estilo Internacional, por meio de muitos estudos e experimentos, formataram 
normas de como deveria ser um ‘bom design’, e, para isso, foram criadas escolas, 
movimentos estéticos, várias exposições e prêmios para divulgar este estilo de 
design para o mundo. Alguns destes concursos persistem ainda hoje, como o 
Good Design Award, criado em Chicago em 1950.
O Prêmio Good Design é realizado anualmente peloThe Chicago 
Athenaeum: Museum of Architecture and Design, em conjunto com o 
The European Centre for Architecture Art Design and Urban Studies. 
Fundado em Chicago, em 1950, pelos arquitetos Eero Saarinen, 
Charles e Ray Eames, e Edgar Kaufmann Jr., o GOOD DESIGN 
confere reconhecimento internacional aos designers e fabricantes mais 
importantes do mundo em inovação, novos conceitos e originalidade 
em produtos (RIVA, 2010, s.p.).
Todavia, para cada tendência existe uma contra tendência. Dessa forma, 
surgiu, em meados de 1960, um grupo interessado em mudar novamente o rumo 
do design. Conheceremos um pouco mais sobre este movimento a seguir.
3 ANTIDESIGN, DESIGN RADICAL, DESIGN CONCEITUAL E 
CONTRADESIGN 
Antidesign, design radical e contradesign são termos adotados para 
compreender as práticas alternativas, ou seja, práticas e padrões diferentes dos 
estabelecidos para o Estilo Internacional, que foram adotados por vários grupos 
distintos de designers e, que eram a favor de um design mais criativo, um design 
conceitual, ou seja, que pudesse transmitir uma mensagem puramente intelectual/
emocional e questionadora para o usuário. Vale lembrar que estas mudanças também 
foram provocadas pelo novo comportamento social, econômico e político da época.
O design conceitual muitas vezes é anticomercial, pois os designers 
exploram nestes projetos as potencialidades reflexivas e dialéticas do processo de 
criação. Temas como a função das empresas e marcas, os processos de produção, 
uso de materiais e recursos naturais, o desenvolvimento sustentável, as relações 
das pessoas com os objetos, entre tantos outros são levantadas a fim de abrir 
espaço para o pensar e debater assuntos dos mais diversos (FRANZATTO, 2011).
O talher “Din-Ink” foi desenvolvido para um concurso de design pelo 
grupo de designers ZO-loft. O objetivo do concurso era questionar sobre a 
alimentação no futuro, e os designers responderam com um produto irônico, que 
reflete a questão da confusão das atividades cotidianas no cenário contemporâneo.
TÓPICO 4 — O DESIGN NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX
161
FIGURA 66 – TALHER DIN-INK
FONTE: <https://www.designboom.com/cms/images/--Z88/256.gif>. Acesso em: 9 out. 2020.
Na Inglaterra, em 1961, o grupo Archigram surgiu a partir da reunião 
de alguns estudantes de arquitetura e urbanismo, com a intenção de publicar 
em uma revista ilustrada e de caráter provocativo, também chamada Archigram. 
Faziam parte deste grupo: Peter Cook, Ron Herron, Warren Chalk, Dennis 
Crompton, David Greene e Mike Webb. Eles acreditavam que, com tantas novas 
possibilidades dos avanços tecnológicos, a conquista espacial, o crescimento das 
redes de telecomunicações via satélite, a robótica, os computadores, a proliferação 
de eletrodomésticos e televisores, o design tradicional estava obsoleto, portanto, 
era necessário uma transformação. 
Archigram foi uma revista cujas publicações traziam as ideias inovadoras 
do grupo, orientadas contra as convenções formais e, em favor de associações 
livres e espontâneas, e de uma assimilação otimista dos progressos tecnológicos, 
com a crença de que estes poderiam ser facilmente disponibilizados para todos. 
O grupo Archigram aceitava como ideologia a sociedade de consumo, 
sua fragmentação e a consequente alienação do trabalho e das 
experiências, uma reflexão típica dos anos 1960. Sentiam a obsolescência 
do espaço urbano e a relativa inconsequência das propostas 
disponíveis até então; viam com desconfiança as propostas de Estado 
de Bem-estar, vigente nas políticas públicas da Inglaterra de então. 
Afinavam-se com estética da Pop Art e, sua crítica das formas estéticas 
tradicionais. Utilizava uma poética vibrante de superestimulação. 
Suas obras representam um coquetel de Pop Art, visão tecnológica 
da arquitetura, corrida espacial, Guerra Fria, acrescentando-lhes uma 
nova visão de temas como mobilidade urbana, sociedade em rede, 
descentralização (COISAS DA ARQUITETURA, 2011, s.p.).
As ideias e os projetos do grupo Archigram tiveram repercussão mundial 
e influenciaram vários projetos arquitetônicos e experimentais.
162
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
Em 1966, surgem em Florença o Archizoom e em Milão o Superstudio, 
que colocaram a Itália em foco. Estesgrupos sobreviveram até a década de 1970, 
e inspiraram novos estilos que também utilizaram o experimento de novos 
materiais e o uso da tecnologia como, o High-Tech, o Pós-modernismo e Menphis. 
4 HIGT-TECH
O movimento High-tech aconteceu primeiramente na arquitetura, em 
meados de 1970 e, desenvolveu-se com base no uso da tecnologia para a construção 
de grandes obras. Um edifício de grande importância para a representação do estilo 
é o Centro Georges Pompidou, na França, construído entre 1971 e 1977, projetado 
por Renzo Piano e Richard Rogers. Sua estrutura deixa aparente toda a parte 
funcional, como as tubulações da infraestrutura, os componentes da cobertura 
e dos equipamentos mecânicos para a circulação, a ideia é manter grandes vãos 
livres e instalações de alto desempenho e que pudessem ser industrializados.
FIGURA 67 – CENTRE GEORGES POMPIDOU | RICHARD ROGERS + RENZO PIANO
FONTE: < https://lopesdias.com.br/wp-content/uploads/2017/10/stringio.jpg>; <https://lopes-
dias.com.br/wp-content/uploads/2017/10/stringio-2.jpg>. Acesso em: 9 out. 2020.
 
A Walking City foi uma ideia proposta pelo arquiteto britânico Ron Herron, 
em 1964, cuja proposta era a construção de enormes estruturas robóticas móveis, com 
inteligência própria, que poderiam percorrer o mundo livremente, movendo-se para onde 
seus recursos ou capacidades de fabricação fossem necessários. Várias cidades poderiam 
se interligar para formar maior "metrópoles ambulantes" quando necessário e, em seguida, 
dispersarem-se quando seu poder concentrado não fosse mais necessário. Edifícios ou 
estruturas individuais também podem ser móveis, movendo-se sempre que seu dono 
quisesse ou fosse necessário. Assista ao vídeo para compreender melhor: https://www.
youtube.com/watch?v=LYHG_t7SF8E.
DICAS
TÓPICO 4 — O DESIGN NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX
163
Nos produtos de design industrial, este estilo também surge, utilizando 
materiais como borracha, aço, vinil, plástico, grades, telas, tubos e estampas de 
metal, além de possuir uma aparência futurista. 
FIGURA 68 – BICICLETA LEVITATION, MICHAEL STRAIN
FONTE: <https://cdn2.ecycle.com.br/images/materias/Ecodesign/2013-07/bike-levit-750-1.jpg>. 
Acesso em: 9 out. 2020.
A bicicleta Levitation foi projetada pelo arquiteto Michael Strain, é um 
protótipo construído para fornecer energia para um smartphone e funcionar 
como um “hot-spot” com acesso Wi-fi ilimitado, possuí um gerador integrado ao 
quadro e baterias de alta capacidade que podem armazenar a energia produzida. 
5 MEMPHIS
O Memphis foi um grupo formado por arquitetos e designers italianos 
que surgiu em meados de 1980 e produziu até meados de 1988, liderado por 
Ettore Sottsass. As características do estilo são influenciadas pela geometria da 
Art Déco, pelas cores da Pop Art e a estética incomum do Kitsch: design efêmero, 
uso de cores vibrantes contrastando com o preto, decoração colorida, laminados 
de plástico em móveis, quadriculados, listras, formas assimétricas e geométricas 
dispostas aleatoriamente e exibidas nos projetos de maneira exótica para a época, 
além de estampas como as que imitavam a pele de leopardo.
FIGURA 69 – FLAMINGO (MESINHA DE CABECEIRA), 1984 / SOFÁ LIDO, MICHELE DE LUCCHI, 1982
FONTE: <https://cutt.ly/6gDk43h>; <https://cutt.ly/kgDlqbd>. Acesso em: 9 out. 2020.
164
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
O grupo Memphis tinha como objetivo criar uma ruptura com os 
desenhos rígidos do estilo internacional, a fim de que prevalecesse a criatividade 
e a personalidade, não tinham a intenção de que os objetos deveriam ser eternos 
ou mesmo apreciado por todos, mas sim de que se apropriassem de estímulos 
de diversos contextos culturais e os valorizassem esteticamente (BÜRDEK, 2006).
6 KITSCH
O Kitsch é um termo de origem alemã Kitschen (fazer móveis novos com 
velhos) e Verkitschen (vender uma coisa no lugar do que havia sido combinado), 
usado para categorizar objetos de valor estético distorcido e/ou exagerados, que 
são considerados inferiores a sua cópia, e, conforme Moles (2012), sempre esteve 
presente acompanhando as artes e a produção industrial. No Brasil, o termo 
utilizado para definir o Kitsch é Brega.
O produto kitsch surge para suprir a demanda de uma classe média em 
ascensão que não compreendia a arte de vanguarda, mas desejava produtos de 
‘arte’ como meio de configuração de status.
As características que podem ser destacadas para este design são:
• Princípio de inadequação: da forma, do estilo, do contexto, da função, de uso. 
Desvio em relação ao tamanho (abridores de garrafa gigantes); falsificação de ma-
teriais (flores de plástico); estilo e contexto (anjos barrocos de gesso para estantes).
• Princípio de acumulação (ou empilhamento): preenchimento do vazio com o 
excesso, objetos sem sentido que possuem valor emocional de baixo custo, que 
vão sendo acumulados sem uma unidade de adequação (enfeites de geladeira, 
cerâmicas, bibelôs). Também pode ser aplicado a moda quando a pessoa exagera 
no uso de adornos como brincos, pulseiras, colares, echarpes etc.
• Percepção Sinestésica: maior uso dos sentidos para impressionar o espectador, 
imagem, som, aromas, repetição exaustiva de signos com significados 
semelhantes.
• Princípio de Mediocridade: o kitsch fica a meio caminho do novo, opondo-se 
à vanguarda, nem feiura e nem beleza extrema.
• Princípio do Conforto: o que não cria problemas, agrada, produção de 
aceitação fácil, proporciona por meio do consumo pequenos prazeres, 
sensações e emoções (MOLES, 2012).
Visite o link para ver um catálogo completo com produtos de design Memphis. 
https://cdn.shopify.com/s/files/1/1058/1166/files/memphis_milano.pdf?14149556525736315536.
DICAS
TÓPICO 4 — O DESIGN NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX
165
Independente da classe social, objetos kitsch são consumidos. Estes 
objetos são: religiosos (terços e imagens de santos); sexual (canetas com mulheres 
nuas); exótico (paisagens de lugares exóticos: Índia, Egito); doce (anões de jardim, 
princesas, anjos); amargo (cobras, galinhas, esqueletos de plástico fluorescentes); 
político (insígnias em chaveiros) e tudo combinado entre si.
“O fenômeno kitsch baseia-se em uma civilização consumidora que 
produz para consumir e cria para produzir, em um ciclo cultural onde a noção 
fundamental é de aceleração” (MOLES, 2007, p. 20).
FIGURA 70 – OBJETOS DE DESIGN KITSCH
FONTE: Adaptada de <https://www.chavesnamao.com.br/decoracao/objetos-de-decoracao/
estilo-kitsch/>. Acesso em: 9 out. 2020.
7 DESIGN NO BRASIL
No Brasil, o design formal começa a ser instituído na década de 1960 
com a fundação da Escola Superior de Design (ESDI) primeira escola de design 
no Brasil, hoje filiada à Universidade do Estado do Rio de Janeiro, seguindo o 
mesmo currículo da Escola de Ulm, desenvolvido sob a responsabilidade de Karl 
Heinz Bergmiller, ex-aluno da HfG. 
Neste grupo de designers modernos no Brasil, estava Aloisio Magalhães, 
nome de grande importância para o design brasileiro. Fez parte das discussões 
sobre a educação de design bem como das questões que levantavam a nova 
atividade como profissão. Ajudou a criar a ESDI e foi professor na instituição.
Entre 1960 e 1975, Aloisio Magalhães criou dezenas de símbolos para 
empresas privadas e estatais. As características de seus projetos eram: o 
espelhamento (redesenho da cédula de 1 mil cruzeiros, em 1977); a rotação em 
círculo tripartido e a sugestão de tridimensionalidade (LEITE, 2003).
166
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
FIGURA 71 – ANVERSO E REVERSO DA NOTA DE MIL CRUZEIROS, DE 1977, ALOISIO MAGALHÃES
FONTE: Adaptada de <https://silo.tips/download/aloisio-magalhaes-e-o-cruzeiro-relaoes-entre-o>. 
Acesso em: 9 out. 2020.
A atuação de Aloísio foi tão marcante ao longo dos anos que, em 1998, o 
então presidente Fernando Henrique Cardoso decretou o dia do nascimento do 
designer (5 de novembro), como o Dia Nacional do Design. 
Também teve grande importância para a evolução do design no Brasil 
ao CNPq (Conselho Nacional de DesenvolvimentoCientifico e Tecnológico) 
que contratou o designer Gui Bonsiepe, que também era membro da HfG, para 
orientar o design no Brasil. Bonsiepe (2011) defendia que as empresas locais 
deveriam aproveitar as possibilidades de criarem um design com identidade 
nacional ou regional.
Pode-se perceber que o Brasil em alguns produtos industriais de design 
procurou inserir ícones da cultura brasileira, ou com o uso de materiais que 
estivessem mais disponíveis. Um bom exemplo é a poltrona Moles de Sergio 
Rodrigues, inicialmente com um modelo de forte identidade brasileira, mas 
restrito a elite, projetou também outros moveis com o mesmo sentido e atrativo, 
empregando materiais mais baratos como lona e madeira menos nobre a fim de 
atender a outras demandas (BÜRDEK, 2006).
FIGURA 72 – MOLE POR SERGIO RODRIGUES
FONTE: <https://cutt.ly/pgDzsuZ>; <https://cutt.ly/bgDzhfU>. Acesso em: 9 out. 2020.
TÓPICO 4 — O DESIGN NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX
167
A mais perfeita tradução do pensamento de Sergio Rodrigues, a poltrona 
Mole colaborou imensamente para a projeção do design brasileiro no 
cenário internacional. O caráter a um só tempo inovador e autenticamente 
brasileiro do projeto, de 1957, levou o jornalista Sergio Augusto a 
escrever nas páginas do jornal O Globo, em 1997: “... a poltrona Mole foi 
a resposta que tínhamos para dar à tirania de Bauhaus. Uma Garrincha 
de quatro pernas driblando o racionalismo teutônico”. O grande clássico 
do design brasileiro (RODRIGUES, c2020, s.p.).
Outros designers que também se comprometeram em desenhar peças 
com identidade brasileira em termos de forma e semântica e que 
pudessem ser produzidos em escala industrial foram Geraldo de Barros 
(para a Unilabor) e Carlos Millan (para a Móveis Preto e Branco).
A ideia da cultura pós-moderna surge no Brasil após um período de 
pouca valorização da criação do produto nacional. As industriais ainda estavam 
vivenciando a mimese dos produtos internacionais e esta nova fase assume um 
papel de protesto contra o design institucional que não conseguia impor sua 
autonomia, criatividade e liberdade de expressão.
A partir de 1980 e, despontando em 1990, o design brasileiro ganha 
uma nova decodificação, representada pelo multiculturalismo étnico e estético, 
percebido pela presença de signos híbridos, composto pelo mix social existente no 
país. Com o aumento das exportações abre-se um campo vasto para a introdução 
do design e regulamentação da profissão.
Em 1995, por iniciativa do então Ministério da Indústria, do Comércio 
e do Turismo, foi criado o Programa Brasileiro do Design (PBD) com o objetivo 
de estabelecer um conjunto de ações indutoras da modernização industrial e 
tecnológica, por meio da inserção do design no processo produtivo das empresas 
e a partir do início do século XXI a cultura do design passa a ser disseminado na 
sociedade em geral (SEBRAE, 2014).
Nesta nova fase do design, já inserido na globalização pelos aspectos da 
evolução das tecnologias de informação (internet) é necessário que os designers 
considerem em seus projetos o tríplice aspecto: design, cultura e território. 
Exigindo, de igual forma, que seja seriamente contemplada à questão ambiental 
no projeto, o excesso de produtos disponíveis no mercado e também o problema 
do consumo desenfreado e da produção – o design para a sustentabilidade.
Alguns designers de referência para este novo período são: Adriana 
Adam, Carlos Lichtenfels Motta, Freddy van Camp, Fúlvio Nannu Jr., Oswaldo 
Mellone, Fernando e Humberto Campana (Irmãos Campana). 
168
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
FIGURA 73 – POLTRONA VERMELHA /CADEIRA FAVELA / POLTRONA SUSHI, IRMÃOS CAMPANA
FONTE: <https://cutt.ly/igDzLXP>; <https://cutt.ly/AgDzJeE>; <https://cutt.ly/8gDzIUq>. 
Acesso em: 9 out. 2020.
Já o design de moda no Brasil como formação é recente. Somente em 1988 
surge o primeiro curso de ensino superior de moda no Brasil. A ideia era formar 
um profissional com sólida instrumentalização teórico-prática, pronto a qualificar 
a produção brasileira de produtos de moda abrindo espaço para um campo 
profissional com novos conceitos de planejamento de produto (PIRES, 2002). 
Apesar de a moda ter um papel fundamental na construção da sociedade 
e interpretação de seu comportamento e acompanhar lado a lado todos os 
movimentos de artes e de design, no Brasil, ela demorou a ser percebida como uma 
área de ensino, “no Brasil, até meados da década de 1980, antes de serem criados 
os cursos superiores de moda pelas Instituições de Ensino Superior, o brasileiro 
que desejasse estudar o assunto, ou o autodidata que desejasse aperfeiçoamento, 
era obrigado a frequentar cursos no exterior” (PIRES, 2007, p. 2).
Ao mesmo tempo, grandes mudanças aconteciam na economia, as quais 
sinalizavam a necessidade de medidas urgentes diante da crise. O setor 
têxtil e de confecção decidiu então criar os primeiros cursos técnicos 
no Brasil e, dez anos mais tarde, colaborou para o aparecimento dos 
primeiros cursos superiores. Os cursos surgiram porque as condições 
materiais das cidades e sua produção têxtil estavam consolidadas e 
sua população comprometida com esse processo, a exemplo de São 
Paulo, Belo Horizonte, Blumenau, Jaraguá do Sul, Londrina, Maringá 
e Fortaleza (PIRES, 2007, p 2).
Acadêmico, você percebeu que o design passou por várias fases e se 
transformou de diversas formas, seguindo estilos distintos em cada período. Da 
mesma maneira, as tendências para do design são transformações cada vez mais 
relevantes, baseadas principalmente no uso de novas tecnologias, portanto, é 
importante que você esteja atento e preparado para os novos desafios: dominar 
os principais softwares de criação; participar das etapas da produção de projetos; 
trabalhar por meio de uma abordagem humanizada com relação ao usuário; focar 
no processo criativo em soluções úteis para os usuários; desenvolver habilidades 
de comunicação e trabalho em equipe; aprimorar a capacidade de lidar com a 
diversidade de profissionais envolvidos em um mesmo projeto; atuar tendo 
constantemente em vista os objetivos de negócio.
TÓPICO 4 — O DESIGN NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX
169
OS VALORES SIMBÓLICOS GERADOS ATRAVÉS DA MODA, DO
DESIGN E DOS ACESSÓRIOS DE MODA 
Edna Regina Steinhauser
Anna Luiza Morais De Sá Cavalcanti
A contribuição do design na formatação da sociedade contemporânea 
Pode-se apontar o Século XX como um novo marco na história da moda e 
das sociedades contemporâneas. O salto evolutivo entre as décadas deste século 
apresentou ao final do mesmo uma sociedade desenvolvida, com transformações 
distintas em todas as áreas humanas, científicas, sociais, culturais, artísticas, 
políticas, econômicas, ambientais. Observando o princípio do século XX, destaca-
se a consolidação da Segunda Revolução Industrial, em que a produção de 
artefatos, roupas, móveis e utensílios domésticos passam a ser industrializados. 
Neste sentido, as discussões iniciadas no século anterior, sobre a qualidade 
dos produtos feitos industrialmente comparados com os produtos feitos 
artesanalmente são substituídas por ações inovadoras que auxiliam na evolução 
das indústrias, dando início a Era do Design, um termo novo e abrangente.
A Moda e o Design estão intimamente ligados quanto ao objetivo de 
exercer fascínio e encantamento ao consumidor final, independente do produto 
a que se propõe produzir. Lipovetsky (1989) descreve que após 1920-1930, 
depois da grande Depressão nos Estados Unidos, as indústrias descobriram que 
poderiam aumentar o número de vendas melhorando o aspecto externo dos bens 
de consumo produzido por elas. Da mesma forma que a aparência se ordenava 
na moda ela se ordena agora, também, nos objetos como forma de embelezar, 
harmonizar as formas, de seduzir os olhos e conquistar consumidores por meio, 
igualmente, do aspecto visual. Este é um período marcado por movimentos 
artísticos como Art Nouveau e Arts and Crafts, preocupados com a qualidade, 
os processos e os acabamentos na transiçãoda fabricação artesanal dos artefatos 
para a fabricação industrial. 
Entre estes movimentos destaca-se a escola alemã Bauhaus fundada em 
1919 e fechada por motivos políticos, em 1933. A Bauhaus foi à percursora do Design 
como é conhecido hoje. Concebido a partir dos conceitos das artes e das técnicas, 
promoveu a transição da prática profissional artística/artesão para os fundamentos 
do Design Industrial. Os cursos promovidos pela escola Bauhaus integravam os 
conhecimentos teóricos e práticos de dois profissionais indispensáveis: o mestre 
criativo e o mestre artesão. A ideia fundamental de Walter Gropius, fundador da 
escola, era que a arte e a técnica deveriam tornar-se uma nova e moderna unidade 
de conhecimento. Era a frase-emblema da escola: “A técnica não necessita da arte, 
mas a arte necessita muito da técnica” (BÜRDEK, 2010, p. 28). Se fossem unidas, 
haveria uma noção de princípio social: consolidar a arte no povo.
LEITURA COMPLEMENTAR
170
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
Os conceitos promovidos pela Bauhaus representavam o movimento de 
reforma da vida, assim como seus objetos que deveriam ser desenvolvidos a partir 
de formas geométricas puras, limpas, claras e simplistas, esperava-se também que 
a vida pudesse ser facilitada a partir do design, baseada na ideia da simplicidade 
das formas e na funcionalidade dos objetos. Uma verdadeira revolução para o 
período aqui descrito, pois o século anterior (XIX) era configurado principalmente 
pelo rebuscamento das formas, dos móveis, dos utensílios, da arquitetura, 
inclusive das vestimentas ricas em volumes e ornamentos.
Conforme Droste (1992), a intenção de Gropius era desenvolver profissionais 
capazes de dominar tanto as técnicas artesanais quanto as linguagens formais 
da arte. Ele defendia o encontro das funções práticas dos objetos com as funções 
estético-psicológicas, inicialmente tendo como demanda uma classe social popular. 
Gropius descreveu em 1936 que “um objeto é determinado pela sua ‘essência’”, 
portanto “necessita cumprir corretamente sua finalidade, preencher suas funções 
práticas, ser durável, barato e bonito” (BÜRDEK, 2010, p. 37).
Cardoso (2008) explica que este profissional, que mais adiante foi 
reconhecido como designer, teve como fontes de seu aprendizado metodologias 
específicas que comportavam a pesquisa do consumidor, a análise funcional dos 
objetos, bem como sua configuração técnica, possibilitando o desenvolvimento 
industrial (de massa) da sua criação. Assim, Lobach (2001) descreve a essência do 
Design como um conjunto de processos para a fabricação de produtos industriais, 
onde se aplica um método criativo e inovador de desenvolvimento de produtos 
como respostas para problemas nos campos sociais, culturais, tecnológicos, 
econômicos e ambientais.
Nesta primeira fase da indústria, o design estava focado na otimização de 
artefatos, moradias e roupas com a proposta de atender rapidamente a demanda 
popular, que somente agora, por meio da industrialização, tinha condições 
de acesso aos mais variados tipos de artigos. O foco inicial era o produto, sua 
funcionalidade e durabilidade, mesmo existindo a estética, esta estava relegada 
à segundo plano.
Dentro deste contexto Lipovetsky (1989) descreve que o design estrito 
se opõe ao espírito da moda e aos seus jogos gratuitos da estética e se instala 
essencialmente na melhoria funcional dos produtos. Todavia, a partir da segunda 
metade do Século XX, surge um novo cenário social, mudando esta realidade e 
conferindo ao Design uma nova fase industrial, agora sim, ligada ao ritmo da 
Moda focada no consumidor e no sistema de consumo deixando de se constituir 
em apenas mais um produto para ter um conjunto de sentidos imateriais. 
A década de 1950 é marcada como o período Pós-industrial e também 
como o período em que o design se desenvolve como estética industrial, voltado 
à criação de produtos para uma aparência sedutora, tendo o valor estético como 
parte inerente de sua função. “O design se torna para o objeto aquilo que a alta 
costura foi para a moda: ponto de referência para o luxo e para a gratuidade das 
formas” (LIPOVETSKY, 1989, p. 169).
TÓPICO 4 — O DESIGN NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX
171
Assim o Design surge no contexto industrial como um fator diferencial, 
considerando seu caráter estratégico de desenvolvimento como forma competitiva 
e visando o atendimento de todas as necessidades de mercado, porém continua 
a ter sua base na gestão dos processos e métodos industriais, contemplando a 
funcionalidade, mas apto conjuntamente a atender plenamente aos requisitos e 
necessidades subjetivas (tanto quanto ou mais) do consumidor.
Portanto, o Design além da forma e da função, incorporou mais um 
terceiro elemento: o significado, onde a forma é a aparência geométrica do 
artefato, sob o ponto de vista estrutural, o qual deve ser reconhecido dentro de um 
arquétipo específico, considerando ainda, que em alguns detalhes, deve sugerir 
interpretações carregadas de significados; a função é o objetivo do artefato e devem 
ser consideradas as questões de usabilidade; e o significado é a interpretação 
comunicada, frequentemente inconsciente e completamente não relacionada às 
funções, capaz de levar consigo emoções (MAIOCCHI; PILLAR, 2013, p. 27). 
Em consequência, tem o poder de encantar por meio de estratégias estéticas e 
estruturais, as quais permitem interpretar e entender os significados subjetivos 
propostos sobre si mesmo. Estas interpretações estimulam no consumidor, o 
desejo de possuir novos produtos caracterizados como necessidades, não porque 
os antigos estariam obsoletos e impróprios para o uso, mas sim porque objetos 
com um novo visual tornam os anteriores indesejáveis. Este mesmo sistema 
também acontece dentro da Moda, com a efemeridade das tendências propostas 
a cada troca de estação, tornando o seu produto obsoleto antes mesmo de ser 
explorado seu uso ao máximo.
Neste sentido, o design envolve o objeto em uma aura de mistério e sedução 
que compraz o consumidor por meio de atributos muitas vezes intangíveis, mas que 
atuam como símbolos da personalidade do indivíduo. Portanto, considera-se que 
os métodos de desenvolvimento de produto fundamentados nas metodologias do 
Design, têm tanto a capacidade de atender às demandas tecnológicas e produtivas 
quanto às demandas psicológicas, fundamentadas no desejo de possuir e pertencer 
do consumidor. Nesta lógica, faz-se necessário considerar as percepções cuidadosas 
das nuances que implicam nas interpretações de significados gerados por meio do 
desenvolvimento de produto, para ter assertividade na concepção, de acordo com 
o anseio do usuário ao qual será destinado.
A moda e a formação do parecer
A conceituação do termo moda é complexa, pois está ligada aos 
multicenários que constituem a sociedade humana, desde o econômico, social, 
cultural, artístico, histórico, literário, visual, ambiental, tecnológico etc. 
De acordo com Rigueiral e Rigueiral (2002) a moda é definida por um 
fenômeno social de caráter temporário e que registra a aceitação e a comunicação 
de um padrão de estilos a partir de um mercado consumidor. Ela chega a 
massificação e logo após, ao desuso, considerando assim um ciclo de vida que 
passa a se repetir e se renovar a cada estação. Já na definição de Dorfles (1988) ela 
172
UNIDADE 2 — HISTÓRIA DO DESIGN
não é tão somente um movimento efêmero e inconstante, superficial, mas também 
um espelho de hábitos que apresenta o comportamento psicológico do indivíduo, 
da profissão, da orientação política, do gosto. A moda para ele, é compreendida 
como uma extensão íntima do ser, representada materialmente através do corpo 
e que revela o estado de espírito, estilos de vida e ambições de seus usuários. 
Sendo assim, a moda pode ser compreendida como modo, maneira 
ou comportamento. Braga e Nunes (2005) descrevem que ela mesma tem por 
natureza ser autodestrutiva, pois uma proposta vigente é sempre anulada em 
privilégio de uma nova e que sem esteciclo não poderia existir. Lipovetsky (1989) 
complementa que não pode haver Sistema de Moda sem o gosto constante pela 
novidade, sendo sua concepção mais básica: criação-divulgação-massificação-
desuso, um ciclo vicioso e sem fim. 
Entretanto, por trás destes conceitos, existem os motivos reais ou subjetivos 
que permitem que essa organização mantenha uma rotatividade estabilizada 
e programada por agentes criativos e produtivos. Lipovetsky (1989) já havia 
reconhecido a moda dentro deste padrão, antes mesmo dela ser instaurada, 
afirmando que o Sistema da Moda como conhecemos hoje, passou a existir a 
partir da Idade Média e exclusivamente no Ocidente Moderno.
Só a partir da Idade Média é possível reconhecer a ordem própria da 
moda, a moda como sistema, com suas metamorfoses incessantes, 
seus movimentos bruscos, suas extravagâncias. A renovação das 
formas se torna um valor mundano, a fantasia exibe seus artifícios e 
seus exageros na alta sociedade, a inconstância em matéria de formas e 
ornamentações já não é uma exceção, mas a regra permanente: a moda 
nasceu (LIPOVETSKY, 1989, p. 23).
Observando outras civilizações (países do Oriente) desta mesma época 
percebe-se que os trajes são imutáveis em suas composições. De geração em geração, 
suas estruturas e adornos não mudam. A percepção da moda como um fenômeno 
temporal das civilizações do Ocidente Moderno se deu através das constantes 
mudanças das classes sociais superiores, que como condição de distinção mudavam 
seus estilos de vestimenta e de ornamentação tão logo eram copiados pelas classes 
menos favorecidas. Sempre que a primeira representação era estabelecida, uma 
nova surgia e assim repetidamente para que sempre houvesse o real afastamento 
da aparência, o qual gerava um novo ciclo de mudanças.
Lipovetsky (1989) aponta que foi na esfera do parecer que a moda teve 
sua maior contribuição, manifestando-se durante séculos por meio de formas 
estranhas e extravagantes, sendo comparada a lógica da teatralidade, inseparável 
do excesso, da desmedida, do exagero. O autor complementa que “não há teoria 
da moda que não tome o parecer como ponto de partida e como ponto central de 
investigação” (LIPOVETSKY, 1898, p. 24).
Neste contexto, Rainho (2011) traz a análise de Simmel, que define a moda 
através do binômio imitação-distinção, ou seja, enquanto alguns buscam imitar aque-
les a quem admiram, outros buscam satisfazer a necessidade de se distinguir e de se 
individualizar. Portanto, neste paradigma sempre existirão pessoas mais criativas, 
capazes de lançar tendências, e outras que por característica natural serão seguidoras.
TÓPICO 4 — O DESIGN NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX
173
Lipovetsky (1989) também concorda com Simmel ratificando que as 
classes menos abastadas tendem a imitar as classes superiores como forma de 
conquistarem respeitabilidade e posicionamento social. Portanto, o Sistema da 
Moda acontece sob o juízo do outro, sob um sistema de regulamentação social 
e pressão social. Existe uma lógica de ligação entre o prazer de ver e também o 
prazer de ser visto, de exibir-se ao olhar do outro. A moda cria sob as pessoas 
uma aura de individualização, de prazer narcisista que encoraja a busca pela sua 
representação social, sua apresentação pessoal, sua originalidade.
Parece contraditório quando analisado sob o ponto de vista do produto 
moda vestuário especificamente, já que ele tende a formatar os estilos, impor 
composições que muitas vezes criam uma configuração uniformizada entre 
seus usuários, no entanto, conforme Mendes e De La Haye (2003) o que torna a 
moda algo tão desejável é justamente o acesso democrático possibilitado pelas 
escolhas do vestir e do adornar, onde mesmo com propostas muito semelhantes, 
cada um pode fazer suas próprias experimentações, e dentro destas criar novas 
composições, individualizando por meio de pormenores, chamados aqui de 
acessórios, modificar todo o contexto de sua apresentação figurativa.
Neste contexto, Braga e Nunes (2005) delatam a moda como dissimuladora, 
um meio pelo qual se pode revelar ou esconder o que se quer ou não mostrar, 
revelando apenas o desejado, seja real (físico) ou imaginário (personalidade, 
subjetivo). Sendo assim, ela passa a ser um meio de comunicação e de expressão 
da liberdade dos sujeitos, desenvolvendo-se como um ato de escolhas. Lipovetsky 
(1989) identifica esta liberdade como relativa, pois considerando a prática da 
moda referindo-se ao prazer de ser visto, tem por si só o desejo de agradar, de 
surpreender, de ofuscar, onde o fundamento principal não é o ‘eu’ e sim o ‘outro’. 
Uma prática hedonista, mas que tem o outro como objeto central, pois parte do 
desejo de ser observado, apreciado e aceito. Isto se confere no argumento descrito 
por Jauss (1979 apud SANT’ANNA, 2007, p. 76) “o prazer estético realiza-se 
sempre na relação dialética do prazer de si no prazer do outro”.
Neste sentido, a moda nasce com o intuito de proporcionar uma distinção 
de identidade, de caracterizar uma classe social, um grupo, um gênero sexual, de 
posicionar o indivíduo como pertencente de um lugar e espaço, e suas constantes 
mudanças revelam a evolução do pensamento humano, de suas tecnologias, de 
seu comportamento diante da sociedade. A representação de si mesmo sempre 
será pelo outro. Neste sistema as distinções de pessoas e de classes sociais criam 
ciclos de efemeridade, obsolescência e de curta duração, que são explicados 
pela necessidade de diferenciação dos líderes de opinião que determinam seus 
próprios estilos e passam a ser seguidos pelas massas, renovando os ciclos 
constantemente.
FONTE: <http://revistas.utfpr.edu.br/ap/index.php/iconica/article/view/88/61>. Acesso em: 27 de 
set. 2020. 
174
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
• O pós-guerra foi caracterizado por uma sociedade consumista, força motriz 
para a geração de uma nova economia, baseada na produção, na abundância 
e no desperdício, indispensáveis para a manutenção da prosperidade.
• A Escola de Ulm (HfG) ensinava o design industrial com a teoria e prática 
da configuração da forma, dos preceitos funcionalistas e foi referência para 
a criação das escolas de design no Brasil e muitas outras ao redor do mundo.
• Foram implantados na HfG os cursos de Design de Produto, Design de 
Comunicação Visual, Design de Construção, Design de Informação.
• Dieter Rams propôs os dez princípios para o bom design.
• O design conceitual muitas vezes é anticomercial, pois os designers exploram 
nestes projetos as potencialidades reflexivas e dialéticas do processo de 
criação. Os grupos Archigram, Archizoom e Superstudio traziam ideias 
conceituais de vanguarda para o design e arquitetura.
• O movimento High-tech se desenvolveu com base no uso da tecnologia para 
a construção de grandes obras e produtos de design.
• O Memphis foi um movimento de design com características influenciadas 
pela geometria da Art Déco, pelas cores da Pop Art e a estética incomum do 
Kitsch.
• O Kitsch é um termo de origem alemã (Kitschen), usado para categorizar 
objetos de valor estético distorcido e/ou exagerados, que são considerados 
inferiores a sua cópia.
• A Escola Superior de Design (ESDI) foi a primeira escola de design no Brasil, 
hoje filiada à Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
• Aloisio Magalhães, é um nome de grande importância para o design brasileiro.
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pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao 
AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
CHAMADA
175
1 (ENADE, 2006) O ensino formal de nível superior em Design iniciou-se no 
Brasil na década de 60 do século passado, sob forte influência da Escola 
Superior de Forma (Hochschule für Gestaltung) de Ulm (1953-1968). Sobre a 
caracterização da atuação dessa escola alemã, analise as afirmativas a seguir:
 
I - Iniciar o movimento funcionalista em design, tendo criado o lema “a 
forma segue a função”. 
II - Realizarestudos na área de estética, tendo influenciado o aparecimento 
do estilo aerodinâmico (streamline) nos Estados Unidos da América.
III - Desenvolver um pensamento sistemático acerca de design, tendo 
fundamentado uma metodologia de projeto. 
FONTE: Adaptada de <http://download.inep.gov.br/download/enade/2006/Provas/PROVA_DE_
DESIGN.pdf>. Acesso em: 13 out. 2020. 
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Somente a afirmativa III está correta. 
b) ( ) As afirmativas I e II estão corretas. 
c) ( ) As afirmativas I e III estão corretas. 
d) ( ) As afirmativas II e III estão corretas. 
e) ( ) Todos as afirmativas estão corretas.
2 (ENADE, 2006) O Art Nouveau, movimento estético que surgiu por volta 
de 1900, teve grande desenvolvimento em vários países, particularmente 
na Bélgica. Nasceu da corrente “Artes e Ofícios”, no entanto, seus expoentes 
estavam muito mais dispostos a aceitar a produção em massa. Embora se 
inspirassem no passado, compartilhavam um entusiasmo pelo futuro, fazendo 
com que se diferenciassem dos movimentos precedentes. Sobre quais são 
características dos produtos do Art Nouveau, assinale a alternativa CORRETA: 
FONTE: Adaptada de <http://download.inep.gov.br/download/enade/2006/Provas/PROVA_DE_
DESIGN.pdf>. Acesso em: 13 out. 2020. 
a) ( ) Geométricas, bem definidas, com uso de cores básicas. 
b) ( ) Curvas, com a presença de cornucópias e motivos marinhos. 
c) ( ) Funcionais, com base no Historicismo. 
d) ( ) Orgânicas, fluidas, associadas ao uso de novos materiais. 
e) ( ) Derivadas de culturas orientais, com a presença de ziguezagues.
3 (ENADE, 2006) Comprometida com a inovação, Design é uma profissão que 
pode ser compreendida como introdução, no mercado, de novidades em 
produtos, processos ou sistemas. A inovação refere-se à aplicação comercial 
pioneira de invenções, conhecimentos, técnicas e processos de produção. 
Acerca do que os atributos e atitudes considerados imprescindíveis a um 
designer em busca da inovação incluem, analise as afirmativas a seguir:
AUTOATIVIDADE
176
I - A inventividade, para procurar apresentar sempre soluções inéditas de 
novos mecanismos e sistemas em seus projetos. 
II - O conhecimento e a análise das soluções já existentes em produtos 
semelhantes. 
III - A procura por oportunidades de mercado, a fim de introduzir 
características inovadoras em seus projetos. 
FONTE: Adaptada de <http://download.inep.gov.br/download/enade/2006/Provas/PROVA_DE_
DESIGN.pdf>. Acesso em: 13 out. 2020. 
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Somente a afirmativa I está correta. 
b) ( ) As afirmativas I e II estão corretas. 
c) ( ) As afirmativas I e III estão corretas.
d) ( ) As afirmativas II e III estão corretas. 
e) ( ) Todas afirmativas estão corretas.
4 No Brasil, o design formal começa a ser instituído na década de 1960, com 
a fundação da Escola Superior de Design (ESDI) primeira escola de design 
no Brasil, hoje filiada à Universidade do Estado do Rio de Janeiro seguindo 
o mesmo currículo da Escola de Ulm. Apesar disso, os designers brasileiros 
procuravam criar uma identidade Brasil em seus produtos. Descreva de que 
forma essa identidade pode ser percebida nos produtos aqui desenvolvidos.
5 O produto kitsch surge para suprir a demanda de uma classe média em 
ascensão que não compreendia a arte de vanguarda, mas desejava produtos 
de “arte” como meio de configuração de status. Quais são as características 
que podem ser destacadas para este design?
177
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em: 24 set. 2020.
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-of-incredibly-intricate-fragrances/. Acesso em: 23 set. 2020.
181
UNIDADE 3 — 
HISTÓRIA DA INDUMENTÁRIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender a indumentária na Idade Antiga, a partir o homem 
primitivo, os processos iniciais de tecelagem, curtimento de peles e 
adornos;
• assimilar os diferentes trajes existentes nas primeiras civilizações: Egito, 
Mesopotâmia, Grécia e Roma;
• aprender a indumentária na Idade Média, sua utilização como meio de 
distinção de classes sociais, poder político, econômico e religioso;
• analisar a indumentária da Idade Moderna, e a evolução que ocorreu na 
moda a partir dos períodos da Renascença, Barroco e Rococó;
• acompanhar a indumentária na Idade Contemporânea, no século XIX, 
percebendo a influência dos eventos políticos, econômicos, sociais e 
tecnológicos para a mudança nos códigos do vestir, destacando os 
períodos do Império, Romantismo, Era Vitoriana e Belle Époque;
• reconhecer e interpretar a indumentária do século XX e XXI, através do 
estilo visual e do comportamento social de cada década. 
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – INDUMENTÁRIA NA IDADE ANTIGA
TÓPICO 2 – INDUMENTÁRIA NA IDADE MÉDIA
TÓPICO 3 – INDUMENTÁRIA NA IDADE MODERNA
TÓPICO 4 – INDUMENTÁRIA NA IDADE CONTEMPORÂNEA –
 SÉCULO XIX
TÓPICO 5 – INDUMENTÁRIA NO SÉCULO XX E XXI
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
182
183
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, estudaremos a trajetória humana dentro da história da 
indumentária. Todavia, antes de mais nada, convém atentarmos ao sentido da 
palavra indumentária, que é o mesmo que roupa ou vestuário. Refere-se a qualquer 
objeto usado para cobrir todo o corpo ou partes dele. A indumentária é usada por 
diversas razões, como questões sociais, culturais ou por necessidade. Integram, 
ainda, o grupo de objetos que compõe a indumentária e os acessórios que são 
carregados, como bolsas, leques, sombrinhas, chapéus, mochilas entre outros. 
As roupas evoluíram para atender a requisitos práticos e de proteção. 
Segundo Jones (2005, p. 24), “o meio ambiente é cheio de perigos, e o corpo precisa 
ser mantido numa temperatura média para garantir o conforto e a circulação 
sanguínea. O homem do campo precisa se refrescar, e o pescador ficar seco, o 
bombeiro precisa de proteção contra as chamas, e o mineiro contra gases tóxicos”.
TÓPICO 1 — 
A INDUMENTÁRIA NA IDADE ANTIGA
2 PRÉ-HISTÓRIA – ASPECTOS GERAIS E INDUMENTÁRIA
Ao pensar os primórdios da humanidade e como os humanos nascem 
desprovidos de abrigos que os defendam do clima e das circunstâncias do meio, 
a nudez é a certeza inicial. Na teoria evolucionista o ser humano nasce coberto de 
pelos e desta forma segue nu tal como acontece com Adão e Eva em relato bíblico 
do livro de Gênesis. Quando o casal tem consciência de estar nu confecciona 
vestimenta que lhe esconda a nudez. Na medida que os tempos avançam e de 
acordo com os muitos climas os humanos passaram a produzir roupas com fibras 
vegetais ou então com peles de animais. Processos foram implementados para 
manter as peles maleáveis através de raspagem e mastigação bem como o uso de 
ervas e cascas de árvores como o tanino para curtir o couro. Adornar os corpos 
passou a exigir cada vez mais diferenciais na produção da indumentária. 
A Guerra do Fogo (La Guerre du Feu). Produção: França; Canadá; Estados 
Unidos, 1981, 100 min. Direção: Jean-Jacques Annaud. Para saber mais sobre o filme: 
https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Guerra_do_Fogo.
DICAS
UNIDADE 3 — HISTÓRIA DA INDUMENTÁRIA
184
Braga (2004) afirma que ao exibir dentes ou garras, além da pele, tirados 
de um animal feroz fica evidente sua bravura, e tal como protege o corpo, adorna 
e ainda o alimenta com a carne. Coleta de raízes, tubérculos, frutos, sementes 
somam-se à alimentação junto à caça de pequenos ou grandes animais para a 
subsistência. Abrigado em cavernas, com o tempo, deixa de ser nômade e torna-
se sedentário passando a desenvolver a cultura de alimentos e a domesticação 
de animais. Consequentemente investe também na produção de utilitários que o 
acompanham no traje diário. 
O olhar antropológico sobre tribos indígenas ou aborígenes reconhecidos 
na atualidade mostra que, além das roupase utilitários, há uma série de adornos 
que remetem esteticamente à cultura daquela tribo ou povo. Enfeites na cabeça, 
adornando orelhas, narizes, bocas, cabelos, com afixação de contas e objetos 
naturais ou objetos especialmente criados, além de tatuagens, pinturas ou marcas 
na pele se tornam fatores diferenciadores entre o menino e o homem apto a guerra 
e a caça, e também, entre a menina e a mulher apta ao casamento e a procriação. 
 
O espaço social se desenha considerando os rituais cotidianos, mágicos, 
levando em consideração a idade, sexo, clã, e status de poder hierarquizado, 
inclusive prevendo o espaço para o luxo através do supérfluo necessário.
Com o passar do tempo, passou-se a produzir indumentária a partir da 
tecelagem com teares de cintura ou de estacas para mantas executadas a partir de 
fibras vegetais e de lã animal. Em 1991, o corpo de Ötzi, morto há mais de cinco 
mil anos, foi encontrado nos Alpes no norte da Itália fronteira com a Áustria. Nele 
foram encontrados ferimentos, tatuagens e tratamentos de saúde. Viana (2017) 
relata que o casaco de pele fora curtido usando gordura animal e fumaça, contendo 
muitas marcas de raspagem no couro que ficava em contato com o corpo. Os pelos 
ficavam na parte exterior do casaco que fora costurado com pontos cruzados unindo 
partes de peles alternadas entre claras e escuras. Seu traje ainda era composto de 
cinto, tanga feita com tiras de couro de cabra, um boné costurado com pedaços de 
pele de urso e que era amarrado com tiras no queixo, perneiras cobrindo cochas e 
panturrilhas feitas com tiras de pele de cabra ligadas ao cinto por meio de laços, 
tudo costurado com tendões de animais e em ponto cruz. O sapato foi confeccionado 
com pele de veado e com solado em pele de urso forrado internamente com uma 
rede feita de grama. Carregava ainda um alforge. 
A invenção da agulha foi algo tão importante como a invenção da roda e a 
descoberta do fogo.
INTERESSA
NTE
TÓPICO 1 — A INDUMENTÁRIA NA IDADE ANTIGA
185
FIGURA 1 – ÖTZI, O HOMEM DO GELO
FONTE: <https://i.pinimg.com/564x/aa/71/64/aa7164552b7ca770ca51be7e4eac9540.jpg>. 
Acesso em: 27 out. 2020.
3 EGITO – ASPECTOS GERAIS E INDUMENTÁRIA
A civilização egípcia desenvolveu-se numa região predominantemente 
desértica no nordeste da África, no chamado vale fértil do rio Nilo, que se 
beneficiando do regime de cheias natural e periódico de transportar e depositar 
em suas margens uma série de nutrientes, conseguiu transformar a aridez do 
deserto em terras cultiváveis altamente produtivas. O historiador grego Heródoto 
afirmava: “O Egito é uma dádiva do Nilo”.
Nas suas atividades agrícolas, os egípcios cultivavam o plantio de trigo, 
cevada, linho, algodão, papiro etc., bem como dedicavam-se à criação de animais. 
Além de praticarem a pesca, desenvolviam artesanato, produziam tecidos, vidros 
e embarcações. Possuíam vastos conhecimentos sobre medicina, matemática, 
astronomia, arquitetura, escultura e pintura entre tantos outros. Os egípcios eram 
politeístas e seus deuses antropozoomorfos. Acreditavam na vida após a morte e 
promoviam o culto aos mortos. Quando morriam, sacerdotes aplicavam técnicas 
de mumificação naqueles que deveriam prosseguir na vida pós morte. 
Possuíam conhecimento apurado para a arquitetura, construindo grandes 
templos e monumentos ricamente decorados. Tinham a escrita hieroglífica e 
escreviam sobre papéis desenvolvidos com papiros. Construíam móveis como 
camas e baús-armário, e utensílios muito decorados com pedrarias, metais 
Para saber mais a respeito de ÖTZ, acesse o link: https://pt.wikipedia.org/
wiki/%C3%96tzi#:~:text=%C3%96tzi%20ou%20M%C3%BAmia%20do%20Similaun,da%20
%C3%81ustria%20com%20a%20It%C3%A1lia.
DICAS
UNIDADE 3 — HISTÓRIA DA INDUMENTÁRIA
186
preciosos e aplicação de pigmentos. Cerâmicas decoradas e pequenos objetos 
esculpidos em pedra como o alabastro, e em madeira eram algumas das 
manifestações artísticas que nos chegam através das exposições dos museus. 
Construíram uma biblioteca com milhares de itens que maravilhavam o mundo 
antigo. Dominaram os povos vizinhos, mas desde 1525 a. C. foram dominados 
por outros em muitos momentos, como foi com os persas, gregos, macedônios, 
romanos, árabes, turcos e ingleses. Somente no século XX conseguiram recuperar 
sua autonomia política.
Entre os egípcios, era generalizado o uso do linho branco, que era 
considerado mais puro empregando drapeados, transparências e plissados, mas 
nos primeiros tempos usavam algodão como matéria prima para as vestimentas. 
Aconteceram mudanças mínimas em um período de mais ou menos 3.000 anos 
mantendo as maneiras vestimentárias estáticas. 
O chanti é um traje característico masculino, formando uma espécie de 
tanga presa por um cinto. Para os faraós era pregueado e engomado e as vezes 
recebia bordados. A maioria das roupas era branca, mas também tingiam e 
bordavam os tecidos com cores vivas. Usavam túnicas com mangas que eram 
costuradas nas laterais. Kalasíris é uma túnica longa usada por homens e 
mulheres e eram semitransparentes deixando ver por baixo o chanti masculino. 
A túnica era confeccionada a partir de um pedaço de pano retangular, às vezes 
tecido numa só peça e que era presa aos ombros por alças. Quando usado por 
mulheres, produziam um efeito ajustado sob os seios. A haik real é uma túnica 
usada por cima e com efeito plissado, transparente. 
O peitoral é uma espécie de larga gola adornada de pedrarias e metais 
preciosos e integra o grupo da joalheria egípcia. Um pedaço de tecido amarrado 
sobre a cabeça com as laterais soltas é o claft. 
FIGURA 2 – TRAJE KALASIRIS (CERCA DE 2.000 A.C.) METROPOLITAN MUSEUM OF ART./ VESTI-
DO FEITO COM CONTAS DA V DINASTIA
FONTE: <https://cutt.ly/UgDOmWV>; <https://bit.ly/362oLF3>. Acesso em: 27 out. 2020.
TÓPICO 1 — A INDUMENTÁRIA NA IDADE ANTIGA
187
Vale ressaltar algumas características próprias da sociedade egípcia: a 
fibra animal era considerada impura; os padrões de higiene, incluíam banhos, 
raspagem do corpo e da cabeça; uso de perucas que eram higienizadas por 
especialistas, barba de cerâmica, cones aromáticos sobre as perucas produzidos 
com cera e que derretiam na medida em que o calor afetava sua consistência, e 
ainda usavam diversas coroas. Segundo Cox, Jones e Stafford (2013, p. 202), os 
egípcios “foram os responsáveis pelo mais longo período de uso de peruca. [...] 
O costume permaneceu durante o Império Antigo, Médio e Novo, de 3.000 a. C. 
até 300 d. C.”. O corte das perucas era no estilo Chanel Egípcio assim chamado 
contemporaneamente. A maquiagem também era rica com o uso do kajal preto 
para os olhos e diversas sombras coloridas de azuis, verdes e encarnados.
Os egípcios possuíam uma ampla joalheria: anéis, pulseiras, brincos, 
colares, entre outros, que incluíam representações de insetos. Homens e mulheres 
calçavam sandálias, mas também andavam descalços. A nudez em público 
demonstrava baixa condição social com exceção para as crianças.
4 MESOPOTÂMIA – ASPECTOS GERAIS E INDUMENTÁRIA
A Mesopotâmia localiza-se no Oriente Médio, entre os rios Tigre e 
Eufrates, sendo considerada uma das mais antigas civilizações da história. 
Vários povos viveram nessa região: sumérios, assírios, caldeus, babilônicos etc. 
e sofreram muitas invasões, aproveitando esse fato para incorporarem sempre 
novos elementos a sua cultura. Esses povos eram agricultores e criavam gado. 
Eles também desenvolveram a escrita cuneiforme. 
A sociedade mesopotâmica era dividida em partes que formavam uma 
estrutura de pirâmide, tendo no topo os membros da família real, seguidos pelos 
nobres, sacerdotes e militares. Na parte inferior ficavam as camadas menos 
favorecidas, como os artesões, camponeses e escravos.
As técnicas para se vestir foram sendo aprimoradas. Na Mesopotâmia, 
a base da vestimenta era a pele de animais, como o saiote de pele com pelo 
caracterizado pelos tufos e chamado de kaunakés, e o tecido artesanal feito de 
algodão, de lã ou de linho. Os tufos dos pelos foram agregadosnos tecidos na 
forma de franjas e funcionavam como enfeites e acabamento conforme podemos 
constatar em Braga (2004).
Para saber mais sobre a vestimenta egípcia assista ao filme: Ágora (ou 
Alexandria). 2009, 141min., Produção: Espanha. Direção de Alejandro Amenábar. Para saber 
mais sobre o filme: https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gora_(filme)
DICAS
UNIDADE 3 — HISTÓRIA DA INDUMENTÁRIA
188
A vestimenta mudava com base na classe social e o básico em seus trajes 
eram: túnicas, véus, cintos largos, gorros de ponta, xales etc. Tanto homens quanto 
mulheres usavam tais adornos. Quanto mais adornos nas roupas e acessórios, 
melhor a posição social de quem as usava. 
A roupa masculina kaunakés poderia ser curta e com o torso nu, e depois 
fora substituída por uma túnica longa com mangas justas presa por um cinto. As 
franjas das saias eram formadas por tufos de pelos e um xale denominado efoh, 
que era jogado por cima do ombro.
Cabelos eram compridos e cacheados para homens e mulheres. Os homens 
cacheavam suas barbas compridas também. Ambos usavam brincos, pulseiras e 
colares. As coroas eram usadas pelas cabeças da realeza. Para os demais, usava-
se um barrete denominado frígio, que era muito comum entre os homens. Uma 
espécie de bota de couro tinha seu bico ligeiramente levantado, como é comum 
entre orientais. As roupas eram extremamente enfeitadas e coloridas, chegando 
a usar belas sedas.
FIGURA 3 – INDUMENTÁRIA MASCULINA E FEMININA DA MESOPOTÂMIA
FONTE: Adaptada de <https://cutt.ly/WgDOMS6>. Acesso em: 27 out. 2020.
Alexandre, o grande. 2004, 175 min. Produção: Alemanha; Estados Unidos; 
Reino Unido. Direção: Oliver Stone.
Observação: por volta dos 65 minutos de exibição do filme, aparece a cidade da Babilônia, 
onde o acadêmico pode ter uma ideia da cultura e da indumentária mesopotâmica dessa 
fase da história, além da roupa grega ao longo do filme por se tratar da história do Imperador 
Alexandre, chamado de O Grande. 
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Alexander_(filme)>. Acesso em: 27 out. 2020.
DICAS
TÓPICO 1 — A INDUMENTÁRIA NA IDADE ANTIGA
189
5 GRÉCIA – ASPECTOS GERAIS E INDUMENTÁRIA
A região do mar Mediterrâneo é local de muitos povos com importância 
no processo civilizatório do Ocidente. Ali teremos a disseminação de cultura na 
forma das artes, das ciências, da filosofia, entre tantas, incluindo a indumentária. 
Usava-se tecidos em vez das peles de animais visto que o clima era temperado. 
A base eram grandes pedaços de tecidos “confeccionados em teares manuais 
e depois costurados, presos por alfinetes ou amarrados de forma a deixá-los 
drapeados” (LEVENTON, 2009, p. 13). Nos oito séculos que antecederam a era 
cristã, as vestimentas foram fortemente influenciadas pela interação com as 
populações vizinhas, principalmente as do Oriente Próximo.
 Creta é a segunda maior ilha no mar Mediterrâneo e teve o apogeu 
de sua cultura entre 1750 e 1400 a. C. A vestimenta das mulheres apresentava 
uma série de babados sobrepostos numa saia longa em formato de sino e cintura 
bem afunilada. Usavam um tipo de blusa costurada nos ombros, de magas curtas, 
deixando os seios à mostra, que eram associados à fartura e fertilidade. Na cabeça, 
usava um tipo de chapéu. A indumentária masculina era bem mais simples, uma 
tanga com um cinto marcando a cintura, o resto do corpo era desnudo. Usavam o 
cabelo e a barba compridos, fresados e cacheados.
FIGURA 4 – AFRESCO DAS "TRÊS RAINHAS", PALÁCIO DE CNOSSOS, CRETA, GRÉCIA ANTIGA 
SÉC. XIV A.C. / PRÍNCIPE DOS LÍRIOS
FONTE: <https://cutt.ly/FgDPuFK>; <https://cutt.ly/agDPovm>. Acesso em: 27 out. 2020.
 
Lã, linho, algodão e seda eram os tecidos usados na Grécia e, destes, o 
linho era o mais comum devido ao clima quente. A túnica era uma peça de roupa 
simples e mais leve, geralmente plissada, que foi usada por ambos os sexos e em 
todas as idades, constituída de um tubo de largura, retangular, sendo presa nos 
ombros e braços por elementos de fixação. O quiton (chiton) normalmente tinha 
caimento até a altura dos tornozelos, porém havia uma variante mais curta que 
era utilizada por atletas, guerreiros ou escravos e que facilitavam os movimentos 
mais vigorosos. Nos homens, podia cobrir a perna até metade da coxa, de uso 
diário, ou descer até os pés, para os momentos cerimoniosos. Adornadas com 
desenhos geométricos, elas eram usadas para os momentos de festa. Poderia ser 
usada com pálio. As mulheres costumavam usá-la bem frouxa e mais tarde na 
forma de um vestido tubular chamado peplo que substitui o quiton feminino.
UNIDADE 3 — HISTÓRIA DA INDUMENTÁRIA
190
O excesso de tecido é puxado por sobre um cinto, ou correia fixado em 
torno da cintura e chamado de kolpos. Himation era o nome de uma capa usada 
como sobretúnica. Dois tipos de quitons, dórico e jônico, assim denominados 
por suas semelhanças com as colunas de igual nome, foram muito comuns. O 
quiton dórico é em linho e com mangas, ligado com uma fíbula (um alfinete de 
segurança) aos ombros e um cinto na cintura. O quiton jônico era sem mangas e 
feito em lã, mas possuía um cinto também e era um retângulo imenso. 
Peplos são tecidos quadrados usados pelas mulheres sobre as túnicas que 
vestiam, antes de surgir o himation. Clâmide era para uso masculino na caça 
ou fins militares, composto de um retângulo transparente de material de lã. Era 
usado como capa presa ao ombro direito com broche ou botão, e era comum entre 
os séculos V a III a. C. como traje militar grego. Usava-se um cinto para amarrar a 
cintura. Seu uso seguiu até o período Bizantino, porém com um tamanho maior, 
quase tocando o chão na frente e atrás.
FIGURA 5 – QUÍTON MASCULINO E FEMININO; HIMATION; PEPLOS; CLÂMIDE
FONTE: <https://cutt.ly/CgDPS63>; <https://cutt.ly/JgDPGsf>; <https://cutt.ly/IgDPH3a>; 
<https://cutt.ly/TgDPK3q>; <https://cutt.ly/1gDPZKT>. Acesso em: 27 out. 2020.
Muitas vezes as mulheres vestiam o strophium, uma espécie de sutiã, 
usado na altura do peito e por debaixo das roupas, produzido em lã e linho e 
amarrado entre as omoplatas. Homens e mulheres usavam uma tanga triangular 
como roupa íntima chamado de perizoma, e as mulheres usavam um xale 
chamado de epiblema. Como não havia o hábito da costura das roupas, usavam 
pequenos botões, pinos (chamados de peronai) e broches ou fíbulas para segurar 
o chiton ou peplo no lugar. Ambos os sexos andavam geralmente descalços dentro 
de casa, e, normalmente, usavam chinelos, sandálias, sapatos macios ou botas.
TÓPICO 1 — A INDUMENTÁRIA NA IDADE ANTIGA
191
FIGURA 6 – DETALHE DE MOSAICO DA VILA ROMANA DEL CASALE NA SICÍLIA, MOSTRANDO 
USO DO STROPHIUM
FONTE: <https://cutt.ly/mgDP3I7>. Acesso em: 27 out. 2020.
Ornamentação com joias, penteados elaborados e maquiagem era comum 
para as mulheres. Pequenos ornamentos de ouro seriam costurados em suas 
roupas e dariam um efeito de glitter enquanto se moviam. Os gregos usavam 
coroas, diademas nas cabeças; anéis, pulseiras e braceletes para mãos e braços; 
brincos nas orelhas; pingentes e colares para os pescoços; e broches que eram 
presas às roupas. Ouro e prata eram comuns com o acréscimo de pérolas e pedras 
preciosas ou semipreciosas de maneira decorativa.
Quanto mais status, mais elaborados e melhores eram os tecidos femininos. 
Não se cortavam os tecidos, mas se aplicavam dobras, enrugados e plissados aos 
pedaços de tecido, e as costuras eram raras. Os tecidos eram tingidos com cores 
vibrantes, e entre os aristocratas vigorava o roxo por ser o mais difícil de obter, 
enquanto o amarelo era o mais popular para os cidadãos médios. Já os guerreiros 
usavam vermelhos para disfarçar a presença do sangue quando estavam feridos. 
Camponeses usavam cores naturais baratas como verdes, marrons e cinzas.
6 ROMA – ASPECTOS GERAIS E INDUMENTÁRIA
A sociedade romana era bastante estratificada e as hierarquias eram 
facilmente perceptíveis estabelecidas pela indumentária. Segundo Leventon (2009), o 
posicionamento dos indivíduos poderia ser identificado em funçãode uma variedade 
de fatores, como: qualidade dos materiais, tipo, tamanho, cores das roupas e a 
forma como eram vestidas. “Era comum, por exemplo, os soldados usarem túnicas 
mais compridas que as dos homens civis. Os escravos, por outro lado, podiam ser 
identificados pelos calçados, ou pela ausência deles, já que eram proibidos de vestir 
os calcci, sapatos romanos de cano alto” (LEVENTON, 2009, p. 31).
UNIDADE 3 — HISTÓRIA DA INDUMENTÁRIA
192
Valores cívicos e morais, tais como dignidade para os homens e castidade 
para as mulheres transpareciam no estilo e forma como as peças do vestuário 
poderiam ser usadas. A vestimenta romana era uma apropriação dos povos 
vizinhos do Mar Mediterrâneo, e os seus usos foram disseminados ao longo do 
grande Império que se estendia da Grã-Bretanha e da Espanha até a Armênia, e 
do Danúbio até o Egito, porém sem nunca impor ou substituir as vestimentas dos 
povos subjugados.
A vestimenta romana foi influenciada pela etrusca e adaptada a partir 
da grega, como muito desta cultura assim os influenciou. As roupas mais usuais 
entre os romanos eram as togas oriundas dos etruscos e que se assemelhavam ao 
himation, usado na Grécia Antiga, caracterizadas como uma evolução da tebena 
etrusca. Usava-se a túnica e por sobre ela a pesada e volumosa toga. O volume 
e a sua cor anunciavam o status social de quem a vestia. Costumava ser de lã e 
tinha o formato de um semicírculo auxiliando a formar um drapeado de maneira 
densa. Em Roma, vestia-se uma túnica por baixo e a toga por cima. Essa toga era 
muito volumosa e suas características possibilitavam a identificação do grupo 
social do portador através do tamanho, forma ou cor da roupa. 
Segundo Laver (1999, p. 38), “era um traje para as classes superiores, 
principalmente para os senadores, os quais sempre a usavam branca”. Os 
meninos a usavam com a borda roxa e era chamada de toga praetexta, que seria 
substituída em cerimônia ao atingirem a puberdade, pela toga virilis branca. Em 
momentos de luto, a toga era de cor escura. As meninas usavam a stola a partir 
do momento em que se casavam.
Os homens usavam um saiote simples de linho na fase da Roma Imperial, 
sendo substituído depois pela túnica costurada, que equivalia ao quíton grego: 
duas partes de tecido costuradas e vestidas pela cabeça; presas por um cinto 
na cintura; atingia a altura dos joelhos. Era mais comprida em momentos 
cerimoniosos. Se nela houvesse mangas, era chamada de dalmática. Se fosse toda 
bordada seu nome, era túnica palmata. A lacerna era um manto fino, com capuz; 
ele era aberto na frente, sendo fechado com broche. Na época Império, a lacerna 
e o pallium, manto grego, foram substituídos quase completamente pela toga. O 
romano usava a synthesis nas refeições; era uma vestimenta leve que lembrava a 
túnica simples.
 
Homens usavam barbas e cabelos curtos, alterando o hábito para o 
barbear-se a partir do século II a. C. No período do imperador Adriano, retorna 
o costume das barbas. Não havia o hábito de cobrir a cabeça, porém o faziam 
quando estavam em viagem com um chapéu de abas largas chamado pétaso 
ou então com o cuculo, que era um capuz. As mulheres cobriam-se com a pala 
ao saírem de casa, e no caso das viúvas, usavam o ricínio, uma espécie de xale. 
Mulheres usavam cabelos compridos, cacheados e muitas vezes enfeitados. Elas 
usavam túnica longa com a stola por cima (com mangas); e no lugar da toga 
masculina usavam a pella, que era um manto retangular. 
TÓPICO 1 — A INDUMENTÁRIA NA IDADE ANTIGA
193
FIGURA 7 – ROUPAS ROMANAS
1- Toga. 2- Túnica. 3- Lacerna. 4- Pella. 5- Stola. 6- Pétaso ou cuculo.
FONTE: <https://i.pinimg.com/564x/86/3f/5f/863f5f287f44bb23506e40be8cb59f4a.jpg>. 
Acesso em: 27 out. 2020.
Quanto à roupa íntima, as mulheres usavam uma faixa de tecido no 
peito, sobre os seios, chamada de fáscia peitoral, também conhecida como 
mamilia, estrófico (strophium), e usavam uma faixa enrolada na altura dos rins, 
denominada subligáculo, usada igualmente de início pelos homens que depois a 
abandonam. 
Joias de tipos variados como pulseiras, anéis, colares, brincos, eram comuns 
para as mulheres. Todos usavam sandálias. À medida que o Império crescia a 
influência de outras culturas acontecia com mais intensidade, principalmente 
a Oriental, que trazia consigo excessos marcantes (BRAGA, 2004). Escravos, 
plebeus e soldados costumavam usar apenas a túnica sobre o corpo.
• Assista ao filme: O Gladiador (2000, 155 minutos). Direção: Ridley Scott Produção: 
Estados Unidos/Reino Unido. Para saber mais sobre o filme: https://pt.wikipedia.org/
wiki/Gladiador_(filme).
• Assista a série: Roma (Série/2 temporadas / 22 episódios). Produção HBO, RAI 2 e BBC 
Two. Diversos diretores. Para saber mais sobre a série: https://pt.wikipedia.org/wiki/
Roma_(s%C3%A9rie).
DICAS
194
Neste tópico, você aprendeu que:
• As roupas evoluíram para atender a questões práticas no uso e de proteção.
• As primeiras roupas foram confeccionadas com peles de animais que se 
tornavam maleáveis por raspagem e mastigação e foram utilizadas fibras 
vegetais ou lã para tecer as primeiras roupas em teares de cintura ou de estaca.
• Enfeites na cabeça, adornos de orelhas, nariz, boca, cabelos feitos com contas 
e objetos naturais, tatuagens, pinturas ou marcas fazem parte da estética do 
corpo e caracterizam distinção entre sexos, faixas etárias e até mesmo classes 
hierarquizando o espaço social desde a pré-história.
• Ötzi foi encontrado em 1991 nos Alpes e serve de estudo para saber como o 
homem se vestia a cinco mil anos atrás.
• Os egípcios cultivavam e faziam tecidos retangulares de algodão e de linho 
branco, drapeado, transparente e plissado aplicado sobre os corpos femininos 
e masculinos. Usavam sandálias, perucas, joias feitas com minerais e pedras 
preciosas coloridas e maquiagens com diversas tonalidades. 
• Na Mesopotâmia, as vestimentas eram: de pele de animais, saiote de pele com 
pelo em tufos (também agregados em tecidos como franjas) e tecido artesanal 
feito de algodão, de lã ou de linho. Homens e mulheres usavam brincos, 
pulseiras e colares além de barrete frígio na cabeça, botas de bico levantado e 
roupas enfeitadas e coloridas, incluindo belas sedas.
• Entre os gregos pedaços de tecidos de lã, linho, algodão, eram confeccionados 
em teares manuais e depois costurados, presos por alfinetes ou amarrados 
de forma a deixá-los drapeados puxados por sobre um cinto, no formato de 
túnicas (preferencialmente de linho) retangulares, para ambos os sexos.
• Ornamentavam-se com joias, penteados elaborados e maquiagem para as 
mulheres e tingiam os tecidos com cores vibrantes.
• A sociedade romana era bastante estratificada e as hierarquias eram perceptíveis 
pela indumentária influenciada pelos etruscos, e depois adaptada dos gregos, 
considerando a qualidade dos materiais, tipo, tamanho, cores das roupas e a 
forma como eram vestidas. Mulheres usavam cabelos compridos, cacheados e 
muitas vezes enfeitados, joias de tipos variados como pulseiras, anéis, colares, 
brincos. Sandálias, túnicas e togas eram usadas por ambos os sexos.
RESUMO DO TÓPICO 1
195
1 Segundo Jones (2005, p. 24), “o meio ambiente é cheio de perigos, e o corpo 
precisa ser mantido numa temperatura média para garantir o conforto e a 
circulação sanguínea. O homem do campo precisa se refrescar, e o pescador 
ficar seco, o bombeiro precisa de proteção contra as chamas, e o mineiro 
contra gases tóxicos”.
Considerando esse contexto, avalie as seguintes asserções e a relação proposta 
entre elas.
I - As roupas evoluíram para atender a requisitos práticos e de proteção. 
PORQUE
II - Toda vez que uma roupa perde um de seus requisitos, novos produtos 
costumam ser projetados para substituí-la e ela é descartada.
A respeito dessas asserções, assinale a opção CORRETA.
a) ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa 
da I.
b) ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é umajustificativa da I.
c) ( ) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
d) ( ) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
e) ( ) As asserções I e II são proposições falsas.
2 Braga (2004) afirma que um sujeito ao exibir dentes ou garras, além da pele, 
tirados de um animal feroz fica evidente sua bravura. Sobre a proposição 
que corresponde ao sentido correto da caça de um animal, associe os itens, 
utilizando o código a seguir:
I - Protege o corpo das intempéries e também como amuleto de proteção.
II - Adorna o corpo com a beleza da pele e desenvolvendo distinção.
III - Alimenta o corpo com a carne do animal.
( ) Relação existente entre a caça e a comunhão social para manutenção do 
corpo.
( ) Aspecto psicológico distintivo no grupo e da percepção estética.
( ) Relaciona-se com a necessidade do sujeito em relação ao clima e também 
dentro da crença/mito.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) III – II – I.
b) ( ) II – III – I.
c) ( ) I – II – III.
AUTOATIVIDADE
196
d) ( ) I – III – II.
e) ( ) II – I – III.
3 Entre os egípcios da Antiguidade Clássica, era generalizado o uso do linho 
branco, considerado mais puro, empregado com drapeados, transparências 
e plissados. Aconteceram mudanças mínimas em um período de mais 
ou menos 3.000 anos, mantendo as maneiras vestimentárias estáticas. A 
respeito da moda deste período, classifique V para as sentenças verdadeiras 
e F para as falsas:
( ) Kalasíris é uma túnica longa usada por homens e mulheres e era 
semitransparente deixando ver por baixo o chanti masculino. 
( ) Chantili é um traje característico masculino, formando uma espécie de 
tanga, presa por um cinto, sendo pregueado e engomado para os faraós e 
as vezes recebia bordados.
( ) A túnica usada por cima da túnica kalasíris, que tinha um efeito plissado, 
era transparente e denominada haik real. 
( ) Um pedaço de tecido amarrado sobre a cabeça com as laterais soltas é 
denominado claft. 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F – V.
b) ( ) V – V - F – F.
c) ( ) F – V – F – F.
d) ( ) F – F – V – V.
e) ( ) V – F – V – V.
4 Lã, linho, algodão e seda eram os tecidos usados na Grécia e, destes, o linho 
era o mais comum devido ao clima quente. A túnica era uma peça de roupa 
simples e mais leve, geralmente plissada, que foi usada por ambos os sexos 
e em todas as idades. Assinale a alternativa INCORRETA:
a) ( ) Quiton era uma peça de roupa usada por atletas, guerreiros ou escravos 
sendo uma variante mais curta, na altura das coxas, que facilitava os 
movimentos mais vigorosos, diferente da dos demais homens gregos.
b) ( ) Himation era o nome de uma capa usada como sobretúnica.
c) ( ) Quiton dórico era feito em linho e com mangas, ligado com uma fíbula 
aos ombros e um cinto na cintura. 
d) ( ) Quiton jônico era feito sem mangas e em lã, na forma de um retângulo 
imenso, com um cinto na cintura.
e) ( ) Ciclâmide era para uso masculino na caça ou fins militares, composto 
de um retângulo transparente de material de lã.
5 Segundo Leventon (2009), na sociedade romana o posicionamento dos 
indivíduos poderia ser identificado em função de uma variedade de fatores 
evidentes nas roupas, como: qualidade dos materiais, tipo, tamanho, cores 
e a forma como eram vestidas. Com base no exposto, disserte acerca deste 
posicionamento.
197
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
A Idade Média inicia-se com a queda do Império Romano do Ocidente 
e termina durante a transição para a Idade Moderna (entre os séculos V e XV) e 
situa-se entre o período da Antiguidade e da Idade Moderna, sendo dividia em 
Alta e Baixa Idade Média.
O Império Romano do Ocidente dá claros sinais de sua queda no 
século IV, perceptível em função das invasões bárbaras, principalmente 
pelos povos germânicos, que vinham invadindo as fronteiras para dentro do 
Império. Constantino transfere a capital para Bizâncio, que passa a se chamar 
Constantinopla. O cristianismo está em alta com a construção de belos templos 
executados com decorações internas esplendorosas em mosaico, apesar da 
simplicidade externa. Sofreram forte influência das culturas egípcias, persas, 
gregas e romanas.
No período medieval europeu, denominado Românico, a roupa vem mais 
ajustada aos corpos. Os Cruzados permitiram um intercâmbio de tecidos com 
o Oriente dando espaço para a seda, o veludo, e o cetim, bem como trouxeram 
tecnologia mais avançada de teares. Mulheres das classes altas passaram a usar 
corpetes, modelados e justos até os quadris. Eles possuíam amarrações para 
fechamento nas costas. As saias eram amplas chegando até aos pés, com cintura 
ornada em ouro e joias. Sobreposições de vestidos possibilitavam usar um por 
baixo mais justo e comprido e com barra decorada ao contrário do de cima que 
era largo e curto. Homens passaram a usar meias feitas em lã ou linho, coloridas, 
e calções chamados de braies, que eram amarrados na cintura por cadarços. As 
túnicas eram curtas e se transformaram no gibão, e os calções diminuíram seu 
tamanho para mostrar as pernas cobertas por meias justas. A moda europeia 
sofre influência direta dos modos bizantinos. 
TÓPICO 2 — 
INDUMENTÁRIA NA IDADE MÉDIA
• Assista ao filme: O Físico. (2013, 150 minutos). Direção: Philipp Stölzl. Produção: 
Alemanha. Para saber mais sobre o filme: https://pt.wikipedia.org/wiki/
O_F%C3%ADsico_(filme).
• Assista ao filme: Irmão Sol, irmã Lua. (1972, 135 minutos). Direção: Franco Zeffirelli. 
Produção: Reino Unido/Itália. Para saber mais sobre o filme: https://pt.wikipedia.org/
wiki/Brother_Sun,_Sister_Moon.
DICAS
198
UNIDADE 3 — HISTÓRIA DA INDUMENTÁRIA
2 BIZÂNCIO – ASPECTOS GERAIS E INDUMENTÁRIA
Em 330 d.C. Bizâncio se torna a capital do Império Romano, estrategicamente 
localizada entre a Europa e a Ásia, na rota comercial de então. A indústria da 
seda produzia tecidos de alta qualidade e cobiçados apesar dos elevados preços. 
Intensamente estampados, com fios de ouro, eram exportados até a Itália. A 
influência romana sobre a indumentária bizantina permaneceu por séculos.
Após a invasão dos bárbaros e a consequente queda do Império Romano 
do Ocidente, o Império Romano do Oriente ou o Império Bizantino desenvolve-
se de maneira independente e passam a ditar as regras da moda vestimentária. 
Lã, algodão e linho, além das sedas eram os tecidos mais usados. 
A classe alta se vestia com túnicas bastante decoradas, feitas de seda e 
bordadas com fios de ouro e prata, que acompanhavam perolas e pedras preciosas 
que decoravam o visual. As cores mais empregadas eram o azul, vermelho e o 
dourado. Os bordados representavam cenas religiosas, motivos florais e animais. 
As mais belas sedas eram reservadas à família imperial. As túnicas simples estavam 
destinadas às pessoas das classes mais baixas junto a mantos retangulares. Tanto 
a corte quanto os imperadores usavam uma manta sobre as túnicas. O imperador 
e a imperatriz ainda usavam um longo tecido em volta do pescoço como um 
cachecol e os nobres passaram a usar meias calças.
A moda Bizantina se espalha pela Europa e o hábito de fazer as roupas de 
maneira doméstica passa a ser delegado a pequenos artesãos que se especializam 
na fabricação das roupas e tornam-se cada vez mais hábeis na qualidade delas, 
aprimorando o cortar, ajustar e decorar. A vestimenta é executada sob medida. 
Logo, passam a importar a seda do Extremo Oriente e a produzir as roupas com 
esses tecidos finos, que só poderiam ser usados pelos altos funcionários da corte. 
As túnicas femininas foram adaptando-se a um vestido firmemente 
atado ao corpo na parte superior. As túnicas masculinas e femininas passaram 
a ter mangas até os punhos e os homens passaram a usar meias. Os sapatos 
eram confeccionados em seda e recebiam inúmeros bordados com aplicação de 
pérolas e pedrarias. Mantinham o corte de cabelo curto e franjado, barba e bigode 
eram bem aparados. Usavam apenas o barretefrígio sobre a cabeça, enquanto as 
mulheres usavam elaborados penteados ou então turbantes ao estilo Oriental.
• Assista ao filme: O Moinho e a Cruz. (2011, 92 minutos). Direção: Lech Majewski. 
Produção: Polônia/Suécia. Para saber mais sobre o filme: https://pt.wikipedia.org/wiki/
The_Mill_and_the_Cross.
TÓPICO 2 — INDUMENTÁRIA NA IDADE MÉDIA
199
FIGURA 8 – VESTIDOS FEMININOS; TRAJE DE CASAMENTO; PENTEADOS FEMININOS BIZANTINOS
FONTE: <https://cutt.ly/vgDDUKU>; <https://cutt.ly/GgDDObU>; <https://cutt.ly/0gDDAQ4>. 
Acesso em: 27 out. 2020.
• Assista ao filme: A Conquista de Constantinopla (Fetih 1453). (2012, 160 minutos) 
Direção: Faruk Aksoy. Produção: Turquia. 
• Para saber mais sobre o filme: https://es.wikipedia.org/wiki/Fetih_1453.
DICAS
3 PERÍODO GÓTICO – ASPECTOS GERAIS E INDUMENTÁRIA 
Cada vez mais a moda é um diferenciador, tanto no posicionamento 
social quanto na sazonalidade, valorizando a individualidade dos sujeitos e 
distinguindo sexos. A permanência do uso de determinada roupa variava em 
função do tempo em que as classes mais abaixo levavam para copiar ou adaptar 
essas roupas das classes mais altas. O estilo anterior, denominado Românico, com 
aspecto pesado, campesino e horizontalizado, cede lugar ao imponente, urbano e 
verticalizado estilo gótico.
O período denominado de Gótico traz volumes muito grandes de tecidos, 
marcando uma opulência têxtil. Essa opulência é fruto do desenvolvimento 
urbano, com a criação das grandes praças centrais com comércio variado sendo 
implantado, igualmente às técnicas agrícolas, que permitem o intercâmbio 
comercial e o crescimento das cidades, onde novos poderes monárquicos são 
constituídos e as corporações de ofício (guildas), tomam forma e propiciam o 
progresso urbano. É o início da fase das construções de grandes catedrais, 
rivalizando com cidades e regiões vizinhas ambientado no crescimento do 
poder da Igreja e da autoridade Papal. No final do século XI o Papa Urbano II 
promove as Cruzadas em direção ao Oriente com a finalidade de salvar os lugares 
considerados sagrados para os Cristãos.
200
UNIDADE 3 — HISTÓRIA DA INDUMENTÁRIA
FIGURA 9 – BRASÕES
1- São Sepulcro. 2- Malta. 3- Templo. 4- Santiago da Espada. 5- Teutônico; indumentária dos cruzados. 
FONTE: <https://mundoemanalise.files.wordpress.com/2016/07/cruzados.jpg>;
<http://grupoevolucao.com.br/livro/Historia1/cruzadas1.png>. Acesso em: 27 out. 2020.
O gótico é considerado o primeiro grande estilo ligado aos primórdios da 
moda. Refere-se à cultura medieval, que passa a receber uma atenção diferenciada, 
buscando uma estética elevada, de grandiosidade, teocentrista na arquitetura 
das catedrais, e orientalista no uso dos tecidos e influências orientais. As cortes 
europeias mesmo distintas buscaram aproximações vestimentárias. 
 
A silhueta feminina passa a ser valorizada com roupas mais marcantes, 
vestidos com abotoamento lateral e que acentuavam a verticalidade, que é tão 
evidente nas altas torres das catedrais. As mangas eram justas com pontas longas 
que poderiam chegar até ao chão, sendo impedidas com um nó. Vestidos com 
caudas que se arrastavam, saias amplas e sobreposição de saia larga e volumosa 
sobre outra justa e mais curta, chapéus altos com véus transparentes saindo de 
suas pontas. A silhueta era delicada com pele bem clara para as classes altas. 
Usavam a barbette, que era um tecido enrolado em volta da cabeça e arcos com 
cones para fazerem elaborados penteados córnicos ou corniformes.
Para os homens houve mudanças bastante visíveis também, como o 
encurtamento das roupas, o uso de meias confeccionadas de lã ou de linho, com 
a possibilidade de serem coloridas com cores diferentes para cada perna, bem 
como o uso de calções longos chamados de braies, que eram presos na cintura 
por um cadarço, assim como as túnicas encurtaram e se transformaram no gibão. 
Assista ao filme: Cruzada. Direção: Ridley Scott. Lançamento: 2005. 3h 14m. 
Para saber mais sobre o enredo: https://pt.wikipedia.org/wiki/Kingdom_of_Heaven.
DICAS
TÓPICO 2 — INDUMENTÁRIA NA IDADE MÉDIA
201
Os sapatos eram confeccionados com bicos pontudos tanto para homens 
quanto para mulheres. Entre os nobres eram comuns nos séculos XIV e XV. Foi 
necessário criar leis suntuárias para regular o comprimento dos bicos nos sapatos 
masculinos. A figura do mestre alfaiate passa a ser cada vez mais popular e a 
aristocracia já não produz mais as vestimentas em casa. Busca-se cada vez mais 
os profissionais especializados nas guildas.
FIGURA 10 – ORIENTALIZAÇÃO E VERTICALIZAÇÃO DAS ROUPAS; TRAJES MASCULINO E FEMI-
NINO; BARBETTE
FONTE: <https://cutt.ly/5gDFlHF>; <https://cutt.ly/XgDFxfw>; <https://cutt.ly/VgDFcTz>.
Uma nova classe social financeiramente bem-sucedida surge com 
condições de copiar as roupas da aristocracia, na medida em que tinham acesso 
aos produtos que transitavam na linha Oriente/Ocidente. Os nobres, por não 
gostarem de ser copiados, começaram a diferenciar suas roupas, sempre com 
novas ideias, proporcionando um ciclo de criação e cópia, que passa a ser 
renovado e alterado e, com isso, novamente copiado. O ciclo doravante não mais 
se interromperá. O alicerce da ideia da moda está lançado.
FIGURA 11 – DIFERENTES TRAJES DO PERÍODO GÓTICO
FONTE: <https://cutt.ly/wgDFY4D>. Acesso em: 27 out. 2020.
Desta forma, acadêmico, considera-se que a moda como conhecemos hoje 
em dia, surge a partir deste período.
202
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• O Império Romano do Ocidente tem sua queda no século IV, em função das 
invasões bárbaras e a capital é transferida para Bizâncio que tem influência 
das culturas egípcia, persa, grega e romana.
• No período medieval, denominado de Românico, os Cruzados propiciaram 
o intercâmbio de tecidos com o Oriente: seda, veludo, cetim, e também 
trouxeram tecnologia avançada de teares. Mulheres usavam corpetes, 
modelados e justos até os quadris, com amarrações de fechamento nas costas, 
saias amplas até os pés e sobrepondo vestidos, amplo por cima de um justo. 
Homens passaram a vestir meias de lã ou linho, coloridas, calções amarrados 
na cintura por cadarços, túnicas curtas. 
• A classe alta de Bizâncio se vestia com túnicas (azuis, vermelhas ou douradas) 
bastante decoradas, de seda e bordadas com fios de ouro e prata representando 
cenas religiosas, motivos florais e animais, acompanhadas de pérolas e 
pedras preciosas, que também eram aplicados aos sapatos de seda. As túnicas 
femininas foram presas firmemente ao corpo na parte de cima, com mangas 
até os punhos e os cabelos enfeitados por turbantes ou penteados elaborados. 
• A permanência do uso de determinada roupa variava em função do tempo em 
que as classes mais abaixo levavam para copiar ou adaptar essas roupas das 
classes mais altas. Os nobres, por não gostarem de ser copiados, começaram a 
diferenciar suas roupas, sempre com novas ideias, proporcionando um ciclo 
de criação e cópia que passa a ser renovado e alterado e com isso novamente 
copiado, dando início ao que se chama moda.
• O estilo anterior denominado de românico com aspecto pesado, campesino 
e horizontalizado cede lugar ao imponente, urbano e verticalizado estilo 
gótico que traz volumes muito grandes de tecidos, marcando uma opulência 
têxtil, fruto do desenvolvimento urbano e o estabelecimento do comércio 
variado através das guildas e corporações de ofício percebido na silhueta 
feminina com roupas acentuando e marcando na verticalidade os vestidos 
com abotoamento lateral, com mangas justas e pontas longas até ao chão, 
com caudas que se arrastam e chapéus altos com véus transparentes saindo 
de suas pontas. 
• O mestre alfaiate passa a ser procurado pela aristocracia, que já não produz 
mais as vestimentas em casa, assim como foram criadas leis suntuárias para 
regular as vestimentas, como no caso o comprimento dos bicos nos sapatos 
masculinos.
203
1 O Império Romano do Ocidente dá claros sinais de sua queda no século IV, 
em função das invasõesbárbaras, principalmente pelos povos germânicos, 
que vinham avançando nas fronteiras para dentro do Império. A Idade 
Média inicia-se com a queda do Império Romano do Ocidente e termina 
na transição para a Idade Moderna (entre os séculos V e XV), e situa-se 
entre o período da Antiguidade e da Idade Moderna, sendo dividida em 
Alta e Baixa Idade Média. De acordo com a afirmação, disserte sobre este 
momento de realocação do império e o advento do estilo bizantino.
2 A respeito da moda do período bizantino, classifique V para as sentenças 
verdadeiras e F para as falsas:
( ) As túnicas femininas bizantinas foram se adaptando para um vestido 
firmemente atado ao corpo na parte superior, deixando seios à mostra, 
mas com mangas até os punhos. 
( ) Os sapatos bizantinos eram confeccionados em seda e recebiam inúmeros 
bordados com aplicação de pérolas e pedrarias. 
( ) Os homens de Bizâncio passaram a usar meias, mantinham o corte de 
cabelo curto e franjado, barba e bigode eram bem aparados. 
( ) Homens bizantinos usavam o barrete frígio sobre a cabeça, enquanto as 
mulheres usavam elaborados penteados ou então turbantes ao estilo Oriental. 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F – V.
b) ( ) V – V - F – F.
c) ( ) F – V – F – F.
d) ( ) F – V – V – V.
e) ( ) V – F – V – V.
3 O período denominado de Gótico traz volumes muito grandes de tecidos, 
marcando uma opulência têxtil. Essa opulência é fruto do desenvolvimento 
urbano, com a criação das grandes praças centrais com comércio variado. 
Igualmente às técnicas agrícolas, permitem o intercâmbio comercial, o 
crescimento e o progresso das cidades. Com base no exposto, assinale a 
alternativa INCORRETA:
a) ( ) O gótico é considerado o primeiro grande estilo ligado aos primórdios 
da moda.
b) ( ) Os homens usavam barbette, um tipo de barba longa e fresada. 
c) ( ) A silhueta feminina segue a verticalidade das catedrais.
d) ( ) Os homens usavam calções longos chamados de braies que eram 
presos na cintura por cadarço.
e) ( ) Os sapatos eram confeccionados com bicos pontudos para homens e 
mulheres. 
AUTOATIVIDADE
204
4 As cortes europeias mesmo distintas entre si buscaram aproximações 
vestimentárias durante o período Gótico. Descreva a moda indumentária 
feminina do período. 
5 A figura do mestre alfaiate passa a ser cada vez mais popular e a aristocracia 
já não produz mais as vestimentas em casa. Analise as afirmativas a seguir, 
tendo por base a moda do período gótico.
I - A transferência da produção das roupas para o alfaiate se estabiliza como 
prática em função do crescimento das corporações de ofício e as guildas 
ligadas a elas e a validação da qualidade do trabalho destas.
II - Os nobres por não gostarem de ser copiados, começaram a diferenciar 
suas roupas, sempre com novas ideias, proporcionando um ciclo de 
criação e cópia.
III - Foi necessário criar leis suntuárias para regular a altura dos saltos nos 
sapatos masculinos. 
IV - Os sapateiros produziam os calçados masculinos com um bico pontudo 
muito comuns entre os nobres dos séculos XVI e XVII.
V - Meias confeccionadas de lã ou de linho, com a possibilidade de serem 
coloridas faziam parte da indumentária gótica feminina.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As afirmativas I e II estão corretas.
b) ( ) As afirmativas I e IV estão corretas.
c) ( ) As afirmativas III e IV estão corretas.
d) ( ) As afirmativas IV e V estão corretas.
e) ( ) As afirmativas II e IV estão corretas.
205
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Com o crescimento da produção, o consumo também crescia, fazendo 
surgir novas indústrias de roupas e os produtos relacionados a elas. A moda 
pronta para tamanhos padronizados veio crescendo desde o século XVI para 
acessórios e também trajes completos. Os itens populares também tiveram um 
aumento de produção acelerando os ciclos da moda, principalmente com relação 
à moda feminina. 
A França dominava o mercado dos tecidos e materiais de luxo e ditava as 
regras no século XVII, exceto para a moda masculina que passa a ser regrada pela 
Inglaterra a partir do final do século XVIII. 
A Revolução Indústrial começa também neste século na Inglaterra 
impulsionado pela invenção da lançadeira volante, que era adaptada aos teares 
manuais e o surgimento da primeira máquina de fiar totalmente automática 
(LEVENTON, 2009).
2 RENASCIMENTO – ASPECTOS GERAIS E INDUMENTÁRIA
Renascimento foi o nome dado ao movimento cultural que se inicia na 
Itália, em Florença, e vai lentamente se espalhando pela Europa, reorganizando a 
estética vigente e introduzindo um novo estilo. Outras cidades logo se tornaram forte 
influência como Veneza, Milão, Genova e Luca que eram responsáveis por fabricação 
de tecidos de primeira qualidade como brocados, veludos, cetins e sedas. Diferente 
do olhar voltado para Deus e para as coisas relacionadas à Igreja tão enaltecidas 
durante a Idade Média, vemos uma nova postura com relação ao homem, um olhar 
para si mesmo, onde a beleza do corpo passa a ser explorada e a nudez ser um tema 
importante também. O espírito do período Clássico Antigo é retomado.
 
A economia seguia se fortalecendo com uma sociedade que tinha acesso 
às coisas boas da vida. A classe comerciante e dos profissionais liberais enriquecia 
e assumia uma nova posição social. As novidades chegavam de lugares cada 
vez mais distantes através dos navios que cruzavam os oceanos promovendo 
o comércio mundial e as descobertas dos povos e suas culturas em novos 
continentes. Tudo isso ajudou a promover mais ainda a diferenciação social. As 
universidades promoviam e disseminavam o conhecimento. Literatura, pintura, 
escultura, mobiliário, arquitetura promoviam a nova configuração estilística que 
influenciaria a indumentária.
TÓPICO 3 — 
INDUMENTÁRIA NA IDADE MODERNA
206
UNIDADE 3 — HISTÓRIA DA INDUMENTÁRIA
Na indumentária masculina, o gibão, na maioria das vezes, era acolchoado 
e usado com ou sem mangas, abotoado na frente e com uma basque sobre o calção. 
A jacket ou uma túnica aberta na frente com grande panejamento era usada sobre 
o gibão. O codpiece era um suporte para o pênis e servia para adornar e exibir a 
virilidade masculina. Usavam meias coloridas com características diferentes para 
as pernas. Uma poderia ser lisa e a outra listrada. Uma de uma cor na frente 
e outra atrás. Os cortes e recortes nas meias e calções eram feitos para exibir 
os tecidos (forros) que havia por baixo, que eram puxados pelas aberturas que 
simbolizavam os cortes feitos pelas espadas nas batalhas. Esse tipo de vestimenta 
era chamada de landsknecht, vigorava principalmente entre a indumentária 
masculina, vindo da Alemanha e Suíça para a Inglaterra e de lá se espalhou para 
o resto da Europa. 
FIGURA 12 – LANDSKNECHT; OS CINCO LANSQUENETES. GRAVURA DE DANIEL HOPFER, C. 1530
FONTE: <https://cutt.ly/ogDHtXF>;<https://cutt.ly/AgDHuD5>. Acesso em: 27 out. 2020.
Usavam uma gola volumosa em torno do pescoço chamada de rufo e que 
tinha a forma de uma roda. Era elaborada em tecido fino, engomado, branco 
na maioria das vezes inclusive rendado e amarrado ao pescoço. Poderia ser 
extremamente exagerado e significar prestígio social maior em razão disso, sendo 
usado por homens e mulheres. Lentamente, as mulheres abriram o rufo na parte 
da frente revelando o colo de maneira sedutora transformando-o em uma grande 
gola rendada e armada. O chapéu mais comum da época era o barrete. 
Camponeses e pessoas de classes intermediárias não poderiam exibir a 
extravagância da indumentária da corte. Algumas cores eram proibidas para as 
camadas baixas, assim como era vedado para as intermediárias o uso de fios de 
ouro e prata. As chamadas leis suntuárias vieram estabelecer os limites entre as 
diversas classes estabelecendo diversas regras. 
TÓPICO 3 — INDUMENTÁRIA NA IDADE MODERNA
207
Os cidadãos que prosperavam possuíam uma schaube, um sobretudo 
com formato de batina normalmente sem mangas e frequentemente forradocom 
peles. O reformador alemão Martin Luther usava este traje que se estabeleceu 
como um traje luterano por conta disso. As cortes europeias estabelecidas tinham 
sua própria identidade indumentária, com hábitos de cobrir e adornar os corpos, 
porém as influências italianas dão lugar a outras vindas da Alemanha, França, 
Espanha e Inglaterra. Os casamentos promoviam essas influências.
FIGURA 13 – CASAL, MASCULINO GOLA CAÍDA E FEMININO COM GOLA DE RUFOS; TRAJE FEMINI-
NO COM RUFO ENGOMADO AO PESCOÇO; TRAJE MASCULINO (REI CARLOS V DA ESPANHA)
FONTE: <https://cutt.ly/wgDHdc5>; <https://cutt.ly/9gDHgAy>; <https://cutt.ly/VgDHjwb>. 
Acesso em: 28 out. 2020.
 
A vestimenta das mulheres era uma túnica considerada a roupa de baixo e 
chamada de chemise, possuía mangas amplas e punhos apertados. Usavam, ainda, 
corpete afunilado feito de uma estrutura rígida, mas que não era muito apertado, 
mas evidenciava a silhueta feminina de maneira sensual, visto que mulheres mais 
gordas estavam na moda, mostrando o colo com os decotes amplos, na maioria 
das vezes quadrados, deixando levemente à mostra os ombros. Além disso, 
usavam a saia de formato cônico encaixada por sobre uma armação privando-as 
da liberdade de movimentos. As mangas podiam ser anexadas ao corpete com 
laços ou botões e possuíam cortes para evidenciar tecidos coloridos usados por 
debaixo, além de ombros bufantes, que eram apertadas dos pulsos até o cotovelo.
Os adornos incluíam leques, luvas, joias como anéis, colares, brincos, 
tiaras, e enfeitavam os cabelos com flores, fitas e lenços, tranças e mesclavam 
os cabelos lisos com cacheados. Costumavam usar o preto no cotidiano. Os 
tecidos eram veludos, brocados e sedas que eram combinados com pérolas, rubis, 
diamantes e outras pedrarias de valor. Uma pequena bolsa retícule serve para 
carregar pequenos objetos considerados indispensáveis para as mulheres. Na 
França, são chamadas de ridicules.
208
UNIDADE 3 — HISTÓRIA DA INDUMENTÁRIA
Segundo Cox, Jones e Stafford (2013, p. 18), “as verdugadas, ficaram famosas 
como a moda mais desajeitada e incômoda da História”. Apareceram na Espanha 
no século XV com as damas da corte, que começaram a armar as volumosas 
saias com cordas e varas verdes de junco ou salgueiro (chamadas de verdugos). 
Em pouco tempo, esse formato passou por avanços tecnológicos na estruturação, 
envolvendo aros feitos de arame, madeira ou barbatana de baleia para levantar 
e abrir as saias mantendo rigidez na postura, e ao mesmo tempo afastando os 
indesejados. Na Inglaterra foi chamado de farthingale, e na França surge uma 
variante menos opulenta, o roll farthingale (ou bum rolls) que era uma espécie 
de anquinha acolchoada em forma de salsichão amarrado à cintura com fitas que 
ficava ao redor do quadril por baixo das saias (COX, JONES; STAFFORD, 2013).
FIGURA 14 – TRAJES FEMININO 
Retrato em óleo sobre tela, de 1557, de Bianca Ponzoni Anguissola por Sofonisba Anguissola, 
mostrando sua mãe, está na Gemäldegalerie, Berlim. Rainha Margarita da Áustria em óleo sobre 
tela de 1609 por Bartolomé Gonzáles, está no Museu do Prado, Madri. Mulher com véu.
FONTE: <https://cutt.ly/RgDHRlU>; <https://cutt.ly/RgDHYxf>; <https://cutt.ly/EgDHI6Q>; 
<https://cutt.ly/egDHPW5>. Acesso em: 27 out. 2020.
• Assista ao filme: Artemisia. (1997, 97 minutos) Produção: França, Alemanha e Itália. 
Observação: Biografia de Artemisia Gentileschi (1593-1653), uma das primeiras 
mulheres a serem reconhecidas no mundo das artes. Para saber mais sobre o filme: 
https://en.wikipedia.org/wiki/Artemisia_(film).
• Assista ao filme: Os Bórgias (2011-2013 – Série/3 temporadas). Direção: Neil Jordam. 
Produção: Canadá/Hungria/Irlanda. Para saber mais sobre a série: https://pt.wikipedia.
org/wiki/The_Borgias.
• Assista ao filme: Os Tudors (2007-2010 – Série/4 temporadas – 38 episódios). Direção: 
Michael Hirst. Produção: Reino-Unido/Irlanda. Para saber mais sobre a série: https://
pt.wikipedia.org/wiki/The_Tudors.
DICAS
TÓPICO 3 — INDUMENTÁRIA NA IDADE MODERNA
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3 BARROCO – ASPECTOS GERAIS E INDUMENTÁRIA
No século XVII assistimos a ascensão da França no cenário europeu, como 
uma potência e em contrapartida na Inglaterra acontece a luta pelo poder político 
entre monarquia e parlamento. Esse cenário influencia o espaço social e a maneira 
como as pessoas se vestem e vivem. A classe média ascende com vigor, assim 
como se tornam extremamente visíveis às diferenças entre o luxo católico e a 
simplicidade protestante. Segundo Mackenzie (2010, p. 12), a moda barroca “era 
rígida, ornada e formal. Tecidos pesados exibiam desenhos curvilíneos, típicos 
das artes decorativas do período”.
A maioria dos países adota cores escuras, que acentuam o contraste com 
o claro. Essa diferença na arte barroca enfatiza a dramaticidade, extravagância 
e considera, ainda, a Contra Reforma, que reforçava as diferenças religiosas. A 
arte das igrejas se torna extremamente luxuosa com muitos anjos e decoração, 
lembrando formas florais simétricas com muito dourado feito com ouro puro.
As monarquias absolutistas e a Reforma Protestante dão o tom deste período 
mantendo a maneira da indumentária renascentista, porém com mais detalhes e 
algumas mudanças, preservando as formas bem marcadas e algum desconforto. 
O corpo passa a ficar encoberto e as transparências desaparecem do vestuário 
feminino. O rufo cede lugar à gola caída, bordados com fios de ouro e prata, babados 
e mangas bufantes. Veludos, linho e rendas eram os tecidos mais usados. Segundo 
Mackenzie (2010, p. 12), Luís XIV (1667-1715) “dominou o período e suas escolhas 
indumentárias ditavam moda. Com gostos por interiores e vestuário suntuosos, o 
soberano encorajava a corte a seguir suas extravagâncias – o que levou muitos a 
falência. Luís XIV ganhou, assim, a alcunha de ‘rei consumista’”. 
A indumentária popular feminina ficou menos extravagante. A cintura 
deixou de ser tão marcada, prevendo mais liberdade aos movimentos tanto para 
as donas de casa quanto para as camponesas. Os vestidos ficaram mais curtos e 
com tonalidades mais vibrantes. A vestimenta popular masculina segue a linha 
das mulheres buscando por mais conforto para as atividades cotidianas. Toucas 
eram comuns entre ambos os sexos e mantinham os cabelos presos. 
A França, sob o reinado de Luís XIV (1643-1715), estabelece-se como o 
mais poderoso monarca e consequentemente a nação mais poderosa também. 
Transformou a França em potência econômica quando decide não mais importar 
produtos, passando a fabricá-los e a exportar para o resto da Europa. Ele criou 
artigos de luxo exportando rendas, sedas, fitas e perucas. Passaram a ser referência 
e vender tendência para as demais regiões europeias.
Saias moldadas por armações e mangas cheias e bufantes que cobriam 
os braços, deram lugar a mudanças por volta de 1620, encurtando mangas e 
deixando os braços visíveis depois de centenas de anos escondendo os mesmos. 
Usava-se uma camisa rendada de mangas longas por baixo. Sob as amplas saias 
usavam anáguas decoradas com rendas e babados que ficavam aparentes por 
conta da pouca altura da saia ou então de uma abertura frontal.
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UNIDADE 3 — HISTÓRIA DA INDUMENTÁRIA
Uma sobreveste simples em forma de T, chamada de mantua, era usada 
pelas mulheres no final do século XVII. Ela ia dos ombros ao chão, com a saia presa 
nas laterais dando o aspecto de uma cauda longa, de cor própria ou contrastante. 
Para completar, corpetes em silhueta V e decotes mais fechados, que cobriam os 
ombros, e o rufo, cobrindo o colo.
O vestuário masculino sofreu transformação maior, partindo da ostentação 
de laços, fitas e panos cascateados do período inicial e mediano do Barroco, para 
um estilo mais rígido e estofado. A principal inovação ficou por conta da adoção 
do traje formado pelo conjunto de três peças: casaco, colete e calções, que era 
baseado no vestuário tradicional persa e que seria o precursor do terno moderno. 
Cabelos arrumados era essencial para homens e mulheres. Homens

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