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QUESTIONÁRIO DE DIREITO FALIMENTAR 2

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QUESTIONÁRIO DE DIREITO FALIMENTAR 
 
Acadêmica: Wynara Carvalho 
 
1. Qual o objetivo da recuperação judicial de empresas? 
A Recuperação Judicial é um mecanismo que visa auxiliar as empresas e 
empreendimentos que se encontra em dificuldades financeiras a superarem a 
crise, com especial preocupação para a manutenção da fonte produtora, a 
preservação da empresa e de sua função social, bem como a garantia dos 
interesses dos credores. Como dispõe o art. 47 da Lei n 11.101/2005, “a 
recuperação judicial tem como objetivo de viabilizar a superação da situação de 
crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte 
produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores 
promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estimulo 
a atividade econômica”. 
 
2. Quando poderá ser requerido o pedido de recuperação judicial? 
De acordo com o artigo 53, da Lei nº 11.101/2005, o plano de recuperação será 
apresentado pelo devedor em juízo no prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias 
da publicação da decisão que deferir o processamento da recuperação judicial, 
sob pena de convolação em falência. 
 
3. Quem são os legitimados para requerer a recuperação judicial? 
Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, 
exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos, além de atender 
aos requisitos do artigo 48, da Lei 11.101/2005, bem como também poderá ser 
requerida pelo cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor, inventariante ou 
sócio remanescente 
 
4. Quais as empresas que não podem requerer recuperação judicial? 
Empresas públicas; sociedades de economia mista; instituições financeiras 
públicas ou privadas; cooperativas de crédito; consórcios; entidades de 
previdência complementar; planos de assistência à saúde; sociedades 
seguradoras e sociedades de capitalização e equiparadas. 
 
5. Quais créditos estão inseridos no pedido de recuperação judicial? 
Existe exceções? Se positiva a resposta, quais? 
Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do 
pedido, ainda que não vencidos, ou seja, os créditos constituídos após o pedido 
de recuperação judicial não se submetem à esse procedimento, e devem ser 
exigidos da forma ordinária, por meio da ação respectivamente adequada ao caso. 
Isso vai depender do tipo de título que está a cobrar. Muito importante também 
de se observar que os credores do devedor em recuperação judicial conservam 
seus direitos e privilégios contra os coobrigados, fiadores e obrigados de 
regresso. Isso quer dizer que aqueles que figuram como garantidores dos 
contratos ou títulos de crédito não se beneficiam das vantagens que a 
Recuperação Judicial pode oferecer ao devedor. Desse modo, o avalista, em 
uma nota promissória ou duplicata, por exemplo, continua obrigado a quitar a 
dívida, independentemente de o devedor principal estar em Recuperação 
Judicial. É claro que, se quitada a dívida pelo avalista, este crédito deve ser 
excluído do quadro geral de credores da Recuperação, e a depender do caso, 
pode o avalista, sub-rogando-se no direito do credor, exigir, a posteriori, o crédito 
em face do devedor principal. 
 
6. Qual o foro competente para interposição do pedido de recuperação 
judicial? 
Segundo o art. 3º da Lei 11.101/2005, é competente para homologar o plano 
de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência 
o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa 
que tenha sede fora do Brasil. 
 
7. Quais os requisitos básicos da petição inicial de recuperação judicial 
de acordo com a LRE? 
(i) a exposição das causas concretas da situação econômica do devedor; (ii) 
razões da crise econômico-financeira; (iii) demonstrações contábeis; (iv) relação 
nominal dos credores; (v) relação integral dos empregados; (vi) certidão de 
regularidade expedida pela Junta Comercial; (vii) relação dos bens particulares 
dos sócios; (viii) extratos atualizados das contas bancárias do devedor; (ix) 
certidões dos cartórios de protesto; e, finalmente, 
(x) a relação de todas as ações judiciais em que for parte. 
 
8. O que deverá conter a decisão que defere o processamento da 
recuperação judicial? 
Determinará também a expedição de edital, que conterá o pedido e a decisão 
que defere o processamento da recuperação judicial, a relação nominal de 
credores e os prazos para habilitação dos créditos e objeção ao plano. 
 
9. Explique sobre o plano de recuperação judicial? Esse plano possui 
limitações? Se positiva a resposta, quais? 
O plano de recuperação judicial é o instrumento básico da recuperação judicial, 
corporificando as medidas que serão adotadas pelo empresário ou sociedade 
empresária devedora, para o soerguimento da empresa (atividade econômica 
organizada, destinada à produção ou circulação de bens ou serviços) que passa 
por dificuldades. A viabilidade econômica da empresa será demonstrada com 
fundamento no plano de recuperação judicial apresentado no processo, de acordo 
com os ditames do art. 53 da Lei 11.101/2005, para deliberação dos credores em 
assembleia geral de credores. 
 
10. Explique o processo de aprovação do plano de recuperação judicial? 
Uma vez apresentado o plano de recuperação, o juiz ordenará a publicação de 
edital contendo aviso aos credores sobre o recebimento do plano de recuperação 
e fixando o prazo de trinta dias para a manifestação de eventuais objeções (art. 
53, § único, Lei 11.101/2005). Não havendo manifestação contrária ao plano 
apresentado e preenchidas as exigências legais, o plano de recuperação será 
aprovado tacitamente (art. 58 da Lei 11.101/2005). Em havendo objeção por 
algum credor, será convocada assembleia geral de credores para deliberação 
sobre o plano de recuperação apresentado (art. 56 da Lei 11.101/2005), podendo 
este ser modificado antes, ou mesmo durante, o conclave. Os credores também 
podem apresentar plano de recuperação alternativo, desde que haja expressa 
concordância do devedor e em termos que não impliquem diminuição dos 
direitos exclusivamente dos credores ausentes (art. 56, § 3º da Lei 11.101/2005). 
A aprovação do plano de recuperação implica na novação dos créditos anteriores 
ao pedido, e obriga o devedor e todos os credores a ele sujeitos (art. 59 da Lei 
11.101/2005), nos termos das cláusulas dispostas em seu conteúdo. Os 
credores posteriores ao pedido de recuperação judicial não estão submetidos ao 
plano e podem se valer de todos os meios de direito para a satisfação de seus 
créditos, inclusive o requerimento de falência. 
 
11. Explique os efeitos da concessão da recuperação judicial? 
Na ação de recuperação judicial existe o que chamamos de efeitos da recuperação 
judicial, oriundos em um primeiro momento da decisão que deferiu o 
processamento da recuperação e posteriormente decorrente da decisão que 
concede a recuperação judicial. A LRE já descrimina alguns destes efeitos em 
seus artigos, já outros efeitos são provenientes da aplicação da lei ao caso 
concreto, entre eles estão a suspensão das ações e execuções em desfavor da 
empresa devedora, a dispensa de certidões negativas, as execuções fiscais e 
apresentação de certidão negativa tributária, a novação e a extensão dos efeitos 
da recuperação aos sócios entre outros efeitos, no qual serão abordados mais 
detalhadamente logo abaixo. 
 
12. Quais as hipóteses que o devedor poderá ser afastado da 
administração da atividade empresarial? 
Durante o procedimento de recuperação judicial, o devedor ou seus 
administradores serão mantidos na condução da atividade empresarial, sob 
fiscalização do Comitê de Credores, se houver, e do administrador judicial, salvo 
se qualquer deles: 
houver sido condenado em sentença penal transitada em julgado por crime 
cometido em recuperação judicial ou falência anterior ou por crime contra opatrimônio, a economia popular ou a ordem econômica previstos na legislação 
vigente; 
houver indícios veementes de ter cometido crime previsto nesta Lei; 
houver agido com dolo, simulação ou fraude contra os interesses de seus 
credores; 
houver praticado qualquer das seguintes condutas: 
efetuar gastos pessoais manifestamente excessivos em relação a sua situação 
patrionial; 
efetuar despesas injustificáveis por sua natureza ou vulto, em relação ao 
capital ou gênero do negócio, ao movimento das operações e a outras 
circunstâncias análogas; 
descapitalizar injustificadamente a empresa ou realizar operações prejudiciais 
ao seu funcionamento regular; 
simular ou omitir créditos ao apresentar a relação nominal de credores, sem 
relevante razão de direito ou amparo de decisão judicial; 
negar-se a prestar informações solicitadas pelo administrador judicial ou pelos 
demais membros do Comitê; 
 
13. Explique sobre o encerramento da recuperação judicial? 
Conforme dispõe o artigo 61 da Lei de Recuperação e Falências (LRF), a 
empresa devedora permanecerá em recuperação judicial até que se cumpram 
as obrigações previstas no plano que se vencerem até dois anos depois da 
concessão do pedido. Durante esse período, a recuperanda deve ser fiscalizada 
pelo juízo, vez que o descumprimento de qualquer obrigação acarretará a 
convolação da recuperação em falência. Passados os dois anos de fiscalização 
judicial, conforme artigo 62 da lei, o descumprimento de qualquer obrigação 
prevista no plano não mais acarretará convolação em falência, podendo qualquer 
credor requerer a execução específica da obrigação pelas vias individuais. Nesse 
sentido, nos termos do artigo 63 da lei, cumpridas as obrigações vencidas no 
prazo de dois anos (período de fiscalização judicial), o juiz deve decretar por 
sentença o encerramento da recuperação judicial. 
 
14. Quando poderá ser convertida a recuperação judicial em falência? 
Conforme está previsto na Lei de Recuperação Empresarial - Lei 11.101/2005, 
no artigo 
73 e incisos, o juiz decretará a falência: a) por deliberação da assembleia geral 
de credores; b) pela não apresentação pelo devedor do plano de recuperação; 
c) quando houver sido rejeitado o plano de recuperação; e d) por 
descumprimento de qualquer obrigação assumida no plano de recuperação.

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