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1 Rafaela Pamplona Saúde da Família Registro Médico ▪ É registrado no prontuário: local onde se coloca informações que podem ser consultadas a qualquer momento ▪ É feito durante ou depois da consulta ▪ Tem caráter legal, sigiloso e científico ▪ Reflete todos os atributos da APS, principalmente a longitudinalidade ▪ Contribui com a continuidade do cuidado, permitindo a comunicação entre os profissionais Prontuário ▪ Local onde as informações médicas sobre o paciente estão à disposição, para serem observadas e utilizadas a qualquer momento ▪ Documento único constituído de um conjunto de informações, sinais e imagens registradas, geradas a partir de fatos, acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e assistência a ele prestada, de caráter legal, sigiloso e científico, que possibilita a comunicação entre membros da equipe multiprofissional e a continuidade da assistência prestada ao indivíduo ▪ Universalmente aceito ▪ Classificação do registro médico - Papel X Informatizado Vantagem do informatizado que é oferece ferramentas clínicas que funcionam como lembretes - Hospitalar X ambulatorial Prescrição/checagem Cuidado continuado - Atenção primária X atenção secundária Longitudinalidade médico especialista - Individual X familiar Aspectos Legais ▪ Manuseio: profissionais de saúde - Só manuseia quem tem obrigação de sigilo profissional ▪ Ordem cronológica - Em cada avaliação: data, hora, assinatura e número de registro médico ▪ O prontuário não pode sair da unidade, caso o paciente necessite é fornecida uma cópia ▪ Acesso paciente X família - Paciente pode ter acesso - Os familiares só podem ter acesso se o paciente autorizar Registro de Informações ▪ Deve ser elaborado para prestar serviços - As pessoas - As equipes multiprofissionais - Ao sistema de saúde - A sociedade Qualidade do Registro ▪ Importância médico-científica - Auxilia em pesquisas ▪ Esfera administrativa - Saber o percentual de pessoas que frequentam a unidade, qual a frequência da busca pelo serviço ▪ Esfera jurídica Principais Erros ▪ Preenchimento ilegível ▪ Forma taquigráfica ▪ Desorganização ▪ Omissão de dados importantes ▪ Não se deve - Escrever de lápis - Colocar hífen (pode confundir com sinal negativo) - Usar liquido corretor - Rasuras ou dados apagados - Deixar folhas em branco - Fazer anotações que não se referem ao paciente - Tirar o prontuário da unidade de saúde 2 Rafaela Pamplona Forma de Registro ▪ Tradicional: abordagem aos problemas de saúde na atenção secundária/hospitalar - Anamnese - Exame físico - Exames complementares - Hipóteses diagnosticas - Conduta ▪ ReSOAP: abordagem aos problemas de saúde na atenção primária ReSOAP ▪ Registro na atenção primária ▪ 1968: RMOP – registro médico orientado por problemas - Favorecer o raciocínio clínico - Compreensão longitudinal do cuidado Do Registro Médico ao Registro de Saúde ▪ Orientados por problemas ▪ Transforma sinais e sintomas em termos técnicos ▪ Elaboração de hipóteses e estabelece diagnostico para o cuidado da saúde das pessoas ▪ Registro de saúde orientado por problemas - Utilizado por todas as categorias profissionais - Ferramenta que permite Raciocínio clínico apurado Cuidado qualificado e continuado ▪ O registro em prontuário é critério de avaliação da qualidade de um serviço de saúde ▪ ReSOAP é uma ferramenta de raciocínio clínico ▪ Os registros ajudam a garantir a continuidade e longitudinalidade do cuidado ▪ Auxiliam na comunicação e tomada de decisão em equipe ▪ Permitem um arquivo de dados-base das pessoas e famílias em seguimento ▪ Fornece dados para investigação cientifica ou prova para diligências legais ▪ Registro ≠ narrativa - O registro deve ser mais objetivo, evitando utilizar verbos como “relata, refere...” Aplicação Envolve ▪ Detalhamento das queixas ▪ Exercício da curiosidade dirigida ▪ Organização dos dados coletados ▪ Uso do tempo de forma adequada ▪ Reflexão sobre as informações coletadas ▪ Decisão conjunta com a pessoa atendida Registro de Saúde Orientado por Problemas ▪ Claro ▪ Breve ▪ Organizado → ideal para atuação em APS - Ambiente ambulatorial - Longitudinalidade ▪ Deve ser instrumento prático de consulta permitindo que se obtenha rapidamente uma compreensão dos problemas de saúde mais relevantes Facilidades para APS ▪ Facilidade para encontrar uma informação específica – não é necessário ler todo o registro 3 Rafaela Pamplona ▪ Evita a possibilidade de induzir a repetição de condutas ou estudos diagnósticos ▪ Estruturação dos dados ▪ Facilidade para prestar o cuidado preventivo ▪ Envolvimento de todos os profissionais da equipe Objetivos ▪ Rápido acesso aos dados pessoais ▪ Anotação continuada de todos os problemas ▪ Contabilização e a avaliação da frequência de consultas ▪ Obtenção de dados para planejar ações preventivas e de diagnóstico precoce ▪ Educação continuada do médico ▪ Uso como fonte de dados para pesquisa Dados ▪ Relacionados ao episódio do cuidado - Problema de saúde apresentado no primeiro encontro com o profissional de saúde e que termina ao fim da última consulta que lidou com o mesmo tipo de problema ▪ Não relacionados ao episódio do cuidado - São dados que não precisam estar sempre sendo colhidos. Ex.: identificação Problema para ReSOAP ▪ Cuidado ambulatorial - Problema de saúde ou condições X diagnóstico Nem sempre é um problema de saúde, mas sim uma condição de saúde. Ex.: pré-natal ▪ Problema é tudo aquilo que requer ou pode requerer uma ação do médico ou da equipe de saúde e, em consequência, motivará um plano de intervenção Lista de Problemas (LPs) – CIAP ▪ CIAP – Classificação Internacional de Atenção Primária ▪ Desenvolvida para a utilização do SOAP ▪ Lista de problemas: é qualquer problema fisiológico, psicológico ou social que seja de interesse do profissional e/ou da pessoa que está sendo cuidada ▪ Componentes 1 e 7 do CIAP 1. Componente de queixas e sintomas 7. Componente de diagnósticos e doenças Doenças infecciosas Neoplasias Lesões Anomalias congênitas Outras doenças específicas LPs – Principal ▪ Faz parte da evolução A → ReSOAP ▪ Tem que estar na capa do prontuário individual ▪ Problema de grande relevância ▪ Peça chave do ReSOAP – visível ▪ Resumo da situação de saúde: somente aspectos que constam no registro dos encontros ▪ Regras para construção - Problemas identificados somente substituídos por diagnóstico específico quando existirem evidências - Classificados ou nomeados - Registrar apenas o problema ou condição no mais alto grau de especificidade possível ▪ Aspectos mais importantes - Doenças relevantes - Doenças ligadas a remissões e recorrências - Doenças ligadas a complicações - Intervenções cirúrgicas maiores - Doenças que necessitam de tratamento contínuo - Condições que condicional escolhas terapêuticas - Problemas sociais ▪ Lista de problemas é extremamente dinâmica problema principais ↔ secundários ↔ resolvidos 4 Rafaela Pamplona Lista de Problemas da Família ▪ Prontuário familiar - Problemas que atuam como geradores de doenças ou de disfunção - Dizem respeito a família como um todo ou afetam todos os componentes da família Ex.: desemprego, alcoolismo, demência etc O que NÃO é Problema para o ReSOAP ▪ Processo de cuidado ▪ Termos vagos ou não concretos ▪ Diagnósticos interrogados ▪ Diagnósticos a descartar ▪ Suspeitas ou diagnósticos prováveis SOAP ▪ São os dados coletados na ficha de acompanhamento ▪ Corresponde as informações e aos dados colocados na ficha de acompanhamentoe registro dos atendimentos do ReSOAP, caracterizando a continuidade do cuidado ▪ Visualização do cuidado longitudinal ▪ Forma estruturada de se registrar a complexidade do cuidado na APS ▪ Permite otimizar tempo e o acesso rápido as informações ▪ Evolução – SOAP - Seguimento da pessoa - Registro estruturado baseado no acrônimo SOAP - Ordenada cronologicamente - Data e horário - Identificação de quem atendeu ▪ SOAP – acrônimo - S = sujeito - O = objetivo - A = avaliação – lista de problemas - P = plano SOAP ▪ S – sujeito - Motivo da consulta - História relatada ou referida - Queixas - Evitar verbos - Revisão de sistemas - Contexto - Informações positivas e negativas - Antecedentes pessoas e familiares - Anotam-se as informações recolhidas na entrevista clínica sobre o motivo da consulta ou o problema de saúde em questão - Inclui as impressões subjetivas do profissional de saúde e as expressadas pela pessoa que está sendo cuidada - Explora-se a “experiencia da doença” ou a “experiencia do problema” vivida pela própria pessoa, componente fundamental do método clínico centrado na pessoa ▪ O – objetivo - Constatação - Informações objetivas observadas pelo profissional Descrição da pessoa Emoções percebidas - Anotam-se os sinais vitais, os dados do exame físico (de acordo com as queixas) e dos exames complementares apresentados - Componentes gerais e ordem de registro Impressões do médico sobre a aparência ou estado geral da pessoa Sinais vitais Exame físico Resultados dos laboratório e testes diagnósticos complementares apresentados ▪ A – avaliação - Lista de problemas do DIA: só relatar o que tiver sido trabalhado no S ou no O - A síntese estruturada é o problema ou condição da consulta - Problema ou condição - Avaliação mais precisa em relação ao problema, queixa ou necessidade de saúde, definindo e denominando - Pode ser utilizada o CIAP – componentes 1 e 7 5 Rafaela Pamplona ▪ P – plano - Decisões tomadas Alterações de manejo terapêutico Exames solicitados Referenciamentos realizados Orientações e recomendações Aspectos a serem vistos ou revistos na próxima consulta - Planos de manejo elaborados em conjunto com a pessoa - Intervenção - Anotam-se os planos de cuidados ou condutas que serão tomados em relação ao problema ou necessidade avaliada - Planejamento sistematizado na abordagem para cada problema - Componentes 1. Planos diagnósticos: nos quais se planejam as provas diagnosticas necessárias para elucidação do problema (exames complementares e referenciamento) 2. Planos terapêuticos: nos quais se registram as indicações terapêuticas planejadas para a resolução ou manejo do problema da pessoa. Ex.: medicamentos, dieta, mudança de hábitos etc 3. Plano de acompanhamento: nos quais se expõem as estratégias de seguimento longitudinal e continuado da pessoa e do problema em questão 4. Planos de educação em saúde: nos quais se registram brevemente as informações e orientações apresentadas e negociadas com a pessoa, em relação ao problema em questão Diagnóstico para o ReSOAP ▪ Significa que se deve usá-lo para orientar a atuar de forma aberta, não se fechando para diagnósticos (embora sempre pensando) até que se tenham elementos suficientes para fazê-lo ▪ Cuidado com as hipóteses de diagnostico ▪ Não se fechar para diagnósticos, o mais importante é o cuidar da pessoa ▪ O diagnostico tende a se fechar ao longo do tempo, e não ao longo de uma única consulta ou encontro ▪ Sintoma como diagnóstico Exemplos ▪ Caso 1 11/10/2021 – 8h – João da Silva, 80 anos Motivo da consulta: dor no pescoço S – iniciou com “dor no pescoço”, mais à direita, há quatro dias, de forte intensidade. Não conseguir virar o pescoço para os lados, está “duro”. A dor começou após arrumar as prateleiras do quarto. Aliviou com paracetamol 500mg Em uso de HTZ 25mg/dia e enalapril 20mg/dia para HAS, porém hoje não usou. Nega febre, dor torácica, sintomas respiratórios, gastrointestinais e urinários O – P = 73Kg T = 36,8ºC FR = 20rpm PA = 160x100mmHg Face de dor Dor à movimentação e a palpação da musculatura cervical a direta; presença de contratura muscular paravertebral. Pele sem particularidades AC: RCR; FC = 80bpm AP: ndn A – dor cervical osteomuscular P – Analgesia mais eficiente e encaminhar para a fisioterapia ▪ Caso 2 11/10/2021 – 14h – Maria Albertina, 50 anos Problema 4 – enxaqueca – consulta do dia S – iniciou “dor de cabeça” ontem à noite, “latejante”, em região frontal, a esquerda. Nega foto e fonofobia, náuseas e sintomas premonitórios. Não tomou medicação, pois não tinha nada em casa. Geralmente a dor melhora com uso de 1g de paracetamol. Tem tido dor, em média, 1 vez a cada 3 meses. Solicita atestado médico para o trabalho, pois diz não ter conseguido ir trabalhar hoje. Traz também resultado de radiografia de coluna cervical realizada por conta própria. O – P = 64Kg PA = 130x80mmHg 6 Rafaela Pamplona Face de dor Exame neurológico: teste de sensibilidade, força e pares cranianos sem particularidades. AC: ndn Radiografia de coluna cervical (21/09/21) normal A – crise de enxaqueca, falta de medicamento em casa P – empregar a medicação de alívio; atestado para justificativa no trabalho; orientar sobre a importância de não deixar faltar a medicação abortiva da crise. Família na Saúde e na Doença Família ▪ Sistema aberto, dinâmico e complexo, cujos membros pertencem a um mesmo contexto social e dele compartilham ▪ É o lugar do reconhecimento da diferença e do aprendizado quanto ao unir-se e separar-se ▪ É a sede das primeiras trocas afetivo-emocionais e da construção da identidade Definição: é um grupo de pessoas que convivem, tem laços intensos de proximidade e compartilham o sentimento de identidade e pertencimento, que influenciarão, de alguma forma, suas vidas ▪ A família representa a proteção, o apoio e também a fonte de modelos que direciona a forma como cada um aprende a ser e a enfrentar as dificuldades Abordagem Familiar ▪ A compreensão da abordagem familiar sistêmica contribuirá no plano da prevenção, da investigação clínica e do tratamento de casos simples e complexos ▪ Buscar as relações dentro do contexto e saber que todo sistema se caracteriza por um determinado padrão de organização e repetição (humor, costumes) ▪ Competência cultural: o processo pelo qual o profissional de saúde se empenha para se tornar capaz de trabalhar adequadamente/efetivamente dentro do contexto cultural da pessoa, família ou comunidade que necessita de seus cuidados. Entender as diferentes relações, entender que para alguns a comunidade é considerada como família. Ex.: comunidade indígena Estrutura Familiar ▪ Modificações da unidade familiar devido a fatores/processo socioculturais, tem adicionado tensões as famílias, o que torna difícil a convivência - Transformações relativas ao trabalho Mulheres no mercado de trabalho ↳ Tripla jornada de trabalho, pois além do trabalho externo ainda precisa cuidar da casa/família Número de horas que os responsáveis pelo custeio permanecem fora de casa 7 Rafaela Pamplona - Transformações sociais Diminuição dos casamentos legais Diminuição da taxa de natalidade (planejamento familiar) Aumento dos divórcios e separações Aceitação da união homoafetiva Aumento da expectativa de vida Tipologia Familiar ▪ A estrutura familiar pode se organizar sob as mais diversas formas, o importante é que essa família se organize como sistema e busque seu padrão de funcionamento, que encontreestabilidade e tenha flexibilidade para mudar quando necessário ▪ Tipo especial de sistema com estrutura e padrões de funcionamento que organizam sua estabilidade e capacidade de mudança ▪ Formas de apresentação - Família nuclear/matrimonial (modelo-padrão): pai, mãe e filhos - Família informal: formada pela união estável - Família estendida ou ampliada: família com mais de 3 gerações (avós, filhos e netos) - Família abrangente: inclui os não parentes que coabitam a casa - Família monoparental: qualquer um dos pais com seu filho (separação, morte do companheiro). Ex.: mãe solteira com e seu filho - Família homoafetiva com ou sem filhos: casais homossexuais, ou seja, constituída do mesmo sexo, que adotam ou não filhos - Família do recasamento/reconstituída: pai, mãe, filhos de outros casamentos - Família em processo de separação: interferência direta na vida dos filhos Influência da Família no Processo Saúde - Doença ▪ A doença é um processo que envolve todo o grupo familiar Ex.: doenças como diabetes, obesidade mudam o padrão alimentar da família ou pode dificultar o tratamento caso não tenha mudança de alimentação ▪ Família - A própria família pode ser o contexto – problema Pode manter ou agravar os sintomas - A própria família atua como recurso terapêutico, ajudando no processo terapêutico Quando há envolvimento familiar a chance de aliviar sintomas aumenta ▪ O sucesso do tratamento depende - Entendimento da dinâmica familiar - Função que a doença cumpre na família e para o próprio paciente As vezes a comorbidade pode ser fonte de renda para a família, ao receber auxílio, o que pode levar a família ou ao próprio doente negligenciar o tratamento ↳ Evitar a comunicação violenta do julgamento ▪ O envolvimento da família torna o tratamento mais afetivo e multiplica os recursos de auxílio ao paciente ▪ Compreensão do contexto familiar no processo saúde – doença - Família é uma “unidade de cuidado” - Ponto de vista próprio - Fragilidades individuais e grupais - Doença interfere nas relações familiares Laços afetivos Afastamento / União Novas prioridades ▪ Cuidado sistêmico às famílias exige - Aquisição de ferramentas de abordagem e conhecimentos específicos - Desenvolvimento de habilidades de observação, comunicação, intuição, intervenção e a capacidade de trabalhar em equipe Níveis de Envolvimento do Médico com a Família ▪ Importante para ter noção em que momento está na abordagem que está sendo feita 1º. Envolvimento mínimo - Algo mais burocrático: patologista assinando DO, laudo médico legal 2º. Informação e aconselhamento - Dá o diagnóstico e aconselha, mas não há envolvimento 8 Rafaela Pamplona 3º. Compreensão dos aspectos afetivos das relações familiares - Médico que não tem formação em Medicina da família, mas se preocupa e busca fazer abordagem cuidado - Busca entender como a família reage frente a determina situação, como se organiza para superar determinada dificuldade, quais aspecto da família estão interferindo 4º. Abordagem sistêmica da família com avaliação sistemática e planejamento de intervenção - Médico de família e comunidade - Conduzir uma conferência familiar, não intervêm, não diz o que deve ser feito 5º. Terapia familiar - Realizada pelo terapeuta familiar, não necessariamente um médico de família e comunidade Ferramentas de Abordagem Familiar ▪ São tecnologias relacionais que visam estreitar as relações entre profissionais e famílias, promovendo a compreensão em profundidade do funcionamento do indivíduo e de suas relações com a família e a comunidade ▪ Promovem a aproximação entre os profissionais de saúde e as famílias, além de possibilitar a compreensão do funcionamento dos membros familiares e suas relações ▪ Anatomia familiar - Genograma - Ecomapa ▪ Desenvolvimento familiar - Ciclo de vida familiar ▪ Funcionalidade da família - Regras de funcionamento - FIRO - P-R-A-C-T-I-C-E - APGAR Parâmetros de Funcionalidade da Família ▪ Mais próximo da funcionalidade ou da disfuncionalidade - Referência: casais - Outros adultos com funções parentais ▪ Parâmetros de avaliação - Natureza da relação do casal: divisão do poder entre o casal Duas funções básicas do casal ▫ Conjugal: o casal tem um desenvolvimento contínuo, trabalhando para que os dois estejam em crescimento, desenvolvimento pessoal ▫ Parental: casal cuidando da prole, buscando filhos saudáveis e autônomos Três formas de relacionamento do casal ▫ Vital: casal independente de tempo de união são próximos, tem respeito ▫ Desvitalizada: distantes, relacionamento esfriou ▫ Conflituada: conflito constante, muito sofrimento, com filhos é quando mais causa sofrimento familiar - Divisão do poder entre o casal O ideal é que seja de acordo com aptidões ▫ Saudável: igualitária ▫ Patológica Dominação – submissão Conflito continuado: cada um quer puxar para si o poder Fusão: quando se tornam um só e perdem a individualidade - Padrão de comunicação familiar Forma > conteúdo: forma é mais importante que conteúdo 9 Rafaela Pamplona Aspectos da comunicação ▫ Verbal X não verbal ▫ Direta X deslocada ▫ Clara X mascarada: mãe que manda recado para o pai pelos filhos ▫ Falar uns pelos outros ▫ Porta-voz: fala por todos na conferência ▫ Utilização do plural indiferenciado Ex.: “os filhos são muito difíceis hoje em dia” - Expressão e manejo dos sentimentos Afeto real ≠ socialmente aceitável: demonstra uma coisa, mas a realidade é outra, afeto exagerado, na tentativa de demostrar um afeto socialmente aceitável. Comum com idosos e crianças ▫ Raiva ou conflito – não expressa ▫ Amor = fraqueza Clima emocional de uma família ▫ Afetuoso ▫ Polido: muito formal ▫ Hostil ▫ Deprimido - Capacidade de lidar com perdas e mudanças Saudável: flexibilidade, sem negar as dificuldades, novas formas de organização (juntos) Patológico: estrutura rígida, negação das dificuldades - Capacidade de autonomia e intimidade Padrão de comunicação – clara Ligação forte e próxima Confiança Individualidade com proximidade Calor e empatia - Aparecimento e manutenção de sintomas Transtorno psicossomático, emocional ou relacional – expressão de conflito ou disfunção familiar Papel/significado para a família Recurso para manter estabilidade Avaliação da Funcionalidade ▪ Os parâmetros ajudam a entender o grau de funcionalidade da família, se houver muitas alterações nesses parâmetros não adianta tentar ajudá-la, é preciso fazer terapia familiar - Parâmetros - Ferramentas ▪ Classificação / orientação diagnóstica - Cuidado com rótulos: não estigmatizar, pois pode ser passageiro - Desajuste = crise passageira ▪ Utilidade da classificação - Orientar a intervenção - Avaliar a evolução da terapêutica ▪ Finalidade da abordagem sistêmica - Ampliar o olhar sobre o processo saúde-doença - Capacidade de resolução dos profissionais na busca da promoção à saúde Abordagem Familiar ▪ Cuidado sistêmico às famílias - Anatomia da família Genograma: representa graficamente a estrutura e o padrão de repetição das relações familiares. Identifica as relações e ligações dentro do sistema multigeracional da família Ecomapa: identifica as relações e ligações da família e de seus membros com o meio e a comunidade onde habitam - Desenvolvimento familiar Ciclo de vida familiar: divide a história da família em estágios, onde se caracterizam papeis e tarefas especificas a cada um desses estágios - Funcionalidade da família Regras de funcionamento da família FIRO P-R-A-C-T-I-C-E APGAR Genograma ▪ Representaçãográfica da família ▪ Método de coleta, armazenamento e processamento de informações sobre uma família 10 Rafaela Pamplona ▪ Útil para estabelecer vínculo e organizar informações ▪ Fornece informações estruturais, funcionais e relacionais da família ao longo do tempo ▪ Pode explorar problemas biomédicos, genéticos, comportamentais e sociais ▪ É reconhecido como um instrumento para mapear, ampliar o conhecimento sobre a família e realizar intervenções pelos profissionais nos cuidados de saúde ▪ Forma prática de envolver toda a família em uma abordagem sistêmica ao tratamento, permitindo o acesso rápido ao complexo familiar emocionalmente carregado Regras para Construção ▪ Instrumento de informação sobre a família e a sua dinâmica de relacionamento ▪ Deve ser iniciado a partir da geração da pessoa que é considerada como o “problema” da família ▪ Mínimo três gerações de componentes familiares da pessoa-índice ↳ Grifada com dupla linha ao redor de sua representação gráfica ▪ Simbologia padrão (internacional/reconhecida) Expressar a composição estrutural Expressar o componente funcional ▪ Legenda ▪ Data da realização/atualizações ▪ Nome de quem colheu as informações ▪ Pode utilizar cores ▪ Cronologia das idades Componentes ▪ Nomes ▪ Data de nascimento/idade ▪ Estado marital ▪ Casamentos prévios ▪ Filhos ▪ Doenças importantes ▪ Datas de eventos traumáticos ▪ Proximidade, distância ou conflito ▪ Outras informações relevantes Indicações ▪ Abertura do prontuário ▪ Sintomas inespecíficos ▪ Utilização excessiva dos serviços de saúde ▪ Doença crônica ▪ Problemas genéticos ▪ Isolamento ▪ Problemas emocionais graves ▪ Situação de risco familiar ▪ Mudanças no ciclo de vida ▪ Resistência ao tratamento ou dificuldade para aceitar o diagnóstico ▪ Alterações nos papéis familiares ▪ Pacientes acamados Contribuições ▪ Conhecimento do indivíduo em seu contexto familiar e a influência da família em sua vida ▪ Conhecimento das doenças mais frequentes na família e o padrão de repetição das mesmas ▪ Possibilidade de ações efetivas de promoção da saúde nos descendentes ▪ Conhecimento e exploração das crenças e padrões de comportamento ▪ Valor diagnóstico e terapêutico ▪ Avaliação do padrão de relacionamento: funcional ou contribui para o adoecimento Leitura em Eixos ▪ Eixo horizontal: descreve a família, como ela se move no tempo e como lida com as mudanças e transições do ciclo de vida familiar ▪ Eixo vertical: sinaliza as conexões que afetam a família e o indivíduo naquele momento, retratando as consequências que o padrão familiar das outras gerações causou sobre as pessoas (repetição de padrões) 11 Rafaela Pamplona Símbolos Ecomapa ▪ Diagrama das relações entre a família e o meio que a cerca ▪ Ajuda a avaliar os apoios e suportes disponíveis e sua utilização pela família ▪ Complementar ao genograma ▪ Uma família que tem poucas conexões com a comunidade e entre seus membros necessita maior investimento da equipe para melhorar seu bem-estar Genograma X Ecomapa Identifica as relações e ligações dentro do sistema multigeracional da família Identifica as relações e ligações da família com o meio onde habita Componentes (estruturas de apoio) ▪ Vizinhos ▪ Escola ▪ Trabalho ▪ Religião ▪ Participação comunitária ▪ Unidade de saúde Simbologia Própria ▪ Centro do círculo: membros da família ▪ Círculos externos: contatos da família com a comunidade ▪ A força da relação entre um indivíduo/família e algum elemento externo é representada pela linha que os une 12 Rafaela Pamplona Ciclo de Vida Familiar ▪ Ferramenta de cuidado sistêmico - Processo evolutivo pelo qual a família passa ao longo da vida - São etapas com problemas previsíveis e tarefas específicas a serem cumpridas - Etapas = crises evolutivas: exigem mudança na organização da família e requerem múltiplos ajustes de seus membros ▪ É uma sequência de transformações na história do desenvolvimento da família ▪ Conhecer o ciclo vital de uma família com suas crises previsíveis e imprevisíveis permite avaliar sua adaptabilidade, funcionalidade, resiliência e seus fatores de risco e proteção - O momento de maior vulnerabilidade para o aparecimento de sintomas, em geral, coincide com os períodos de transição de uma fase para outra do ciclo de vida ▪ Permite a prevenção ou o processo curativo ao mostrar o momento do ciclo em que está ▪ Permite preparar para mudanças previstas, relembrar expectativas, as modificações de papeis e funções, as novas modalidades de relações, os vínculos de união e lealdade para a conquista das próximas etapas ▪ O foco da intervenção é poder ajudar as famílias a conquistarem um funcionamento sadio, com menor sofrimento dentro daquele contexto Utilidade ▪ Aconselhamento antecipatório ▪ Rastrear causas de estresse indefinido ▪ Crises vitais/previsíveis - Situações esperadas no desenvolvimento da vida familiar ▪ Crises acidentais/imprevisíveis - Fatos inesperados que alteram o tempo e as funções da família Estágios – Crises Vitais/Previsíveis 1. Saindo da casa dos pais: jovens e solteiros ▪ Processo emocional: aceitar a responsabilidade emocional e financeira (eu) ▪ Mudanças necessárias - Diferenciar-se da família - Desenvolver relacionamentos íntimos com adultos iguais - Estabelecer-se financeiramente 2. O novo casal: vivendo junto/ casamento ▪ Processo emocional: comprometer-se com o novo sistema ▪ Mudanças necessárias - Estabelecer uma relação íntima um com o outro (subsistema conjugal) - Desenvolvimento da separação emocional de seus pais - Dividir os vários papéis do casal de modo equilibrado – regras próprias - Estabelecer uma nova relação com a família e os amigos 13 Rafaela Pamplona 3. Chegada do 1º filho ▪ Mudanças necessárias - Compreensão das transformações da mulher na gravidez - Abrindo a família para inclusão de um novo membro - Dividir o papel dos pais 4. Famílias com filhos pequenos ▪ Processo emocional: aceitar novos membros no sistema ▪ Mudanças necessárias - Compreensão das possíveis dificuldades entre os irmãos - Lidar com o desgaste de energia e a falta de privacidade dos pais - Encorajar a ida das crianças à escola - Ajustar o sistema conjugal para criar espaço para filhos - Unir-se nas tarefas de educação dos filhos, tanto financeiras quanto domésticas - Incluir papeis de pais e avós 5. Famílias com filhos adolescentes ▪ Processo emocional: aumentar a flexibilidade das fronteiras familiares para incluir a independência dos filhos e a fragilidade dos avós ▪ Mudanças necessárias - Modificar o relacionamento com os filhos Aumentar a flexibilidade das fronteiras para permitir que o adolescente se mova para dentro e para fora do sistema familiar ↳ Liberdade X limites - Procurar novo foco nas questões conjugais e profissionais - Começar a mudança no sentido de cuidar da geração mais velha 6. Encaminhando os filhos e seguindo em frente: a saída dos filhos – ninho vazio ▪ Processo emocional: aceitar várias saídas e entradas no sistema familiar ▪ Mudanças necessárias - Aceitando a multiplicidade de saídas e entradas na família Realinhar os relacionamentos, para incluir parentes por afinidade e netos - Ajuste ao fim do papel de pais - Renegociar o sistema familiar como díade - Lidar com incapacidade e morte dos pais (avós) 7. Famílias no estágio de vida tardio ▪ Processo emocional: aceitar a mudança dos papéis em cada geração ▪ Aposentadoria - Mudanças necessárias Ajuste ao fim do salárioregular Desenvolvimento de novas relações com filhos, netos e com o cônjuge Realinhamento do convívio conjugal ▪ Velhice - Mudanças necessárias Lidando com a perda de habilidades e maior dependência aos outros Lidando com a perda de amigos, familiares e eventualmente do cônjuge Manter o funcionamento e interesses próprios e/ou do casal em face do declínio biológico Apoiar um papel mais central da geração do meio Abrir espaço para sabedoria dos idosos, apoiando-a sem superfuncionar por ela Classe Popular ▪ Infância curta ▪ Crianças assumem papeis de adultos - Cuidar de irmãos menores, cuidar de idosos, medicações etc ▪ Primeiro relacionamento amoroso precoce - Formação de casal - Busca da independência da família de origem ▪ Muitos relacionamentos – filhos ▪ Ninho não fica vazio Estágios – Crises Acidentais/Imprevisíveis ▪ Ocorrem ao longo do ciclo vital ▪ Testam a funcionalidade da família - Mudança de domicílio 14 Rafaela Pamplona - Desemprego - Doença - Morte - Incapacidade física e psicológica - Rupturas conjugais prematuras - Miséria - Violência Visita Domiciliar (VD) ▪ Assistência domiciliar tem o objetivo de promover, restaurar e manter o conforto, a função e a saúde das pessoas em um nível máximo, incluindo cuidados para uma morte digna ▪ Os serviços de assistência domiciliar (SADs) podem ser classificados como preventivos, terapêuticos, reabilitadores, de acompanhamento por longo tempo e de cuidados paliativos ▪ Responsável pelo primeiro nível de cuidados ▪ Constitui um instrumento de atenção à saúde que possibilita, a partir do conhecimento da realidade do indivíduo e sua família in loco, fortalecer os vínculos do paciente, da terapêutica e do profissional, assim como atuar na promoção de saúde, prevenção, tratamento e reabilitação de doenças e agravos ▪ Representação esquemática da atenção à saúde domiciliar e suas respectivas modalidades - Atenção domiciliar: tem caráter ambulatorial e envolve ações preventivas e curativas assistenciais É indicada para pessoas que, estando em estabilidade clínica, necessitam de atenção à saúde em situação de restrição ao leito ou ao lar de maneira temporária, definitiva ou em grau de vulnerabilidade na qual a atenção domiciliar é considerada tendo em vista a ampliação de autonomia do usuário, família e cuidador Organizada em três modalidades: AD1, AD2 e AD3 15 Rafaela Pamplona - Visita domiciliar: programada e utilizada com o intuído de subsidiar intervenções ou planejamento de ações - Internação domiciliar: utiliza aparato tecnológico, não substitui o hospitalar, mas constitui uma continuidade ▪ É uma modalidade de atenção à saúde integrada a rede de atenção à saúde prestada em domicílio possui um conjunto de ações que garantem a continuidade do cuidado ▪ Acompanhamento domiciliar: relacionado ao cuidado no domicílio para pessoas que por alguma razão não conseguem ir até a UBS ▪ Vigilância domiciliar: ações de promoção, prevenção, educação e busca ativa da população Objetivos ▪ Oferece condutas de promoção, proteção e recuperação da saúde do indivíduo, da família e da coletividade, em seu espaço domiciliar ▪ Possibilita atenção interdisciplinar e multiprofissional no âmbito do domicílio ▪ Instrumento que promove um grande vínculo entre o profissional de saúde e as famílias de seu território de atuação, fazendo conhecer a realidade do indivíduo e de sua família in loco ▪ Conhecer o domicílio e suas características ambientais, socioeconômicas e culturais ▪ Verificar a estrutura e a dinâmica familiares com elaboração do genograma ▪ Identificar fatores de risco individuais e familiares. ▪ Prestar assistência ao paciente no seu próprio domicílio, especialmente em caso de acamados ▪ Propiciar ao indivíduo e à família, a participação ativa no processo saúde-doença ▪ Adequar o atendimento às necessidades e expectativas do indivíduo e de seus familiares ▪ Intervir precocemente na evolução para complicações e internações hospitalares ▪ Estimular a independência e a autonomia do indivíduo e de sua família, incentivando práticas para o autocuidado Princípios da APS e do SUS ▪ A visita domiciliar enquanto ferramenta da equipe cumpre o seu papel na saúde - Princípios básicos da Atenção Primária Acessibilidade Longitudinalidade Integralidade Coordenação - Princípios doutrinários do SUS Universalidade Equidade na assistência ↳ Priorização (Escala de Coelho e Savassi) Integralidade da assistência Planejamento ▪ Deve-se considerar como critérios gerais - Situações ou problemas novos na família relacionados à saúde ou que constituem risco à saúde (morte súbita do provedor, abandono de um dos genitores, situação financeira crítica, etc) - Situação ou problema crônico agravado - Situação de urgência - Problemas de imobilidade e/ou incapacidade que impedem o deslocamento até a unidade de saúde. - Problemas de acesso à unidade (condições da estrada, ausência de meios de transporte, etc) Priorização ▪ Do problema de saúde que necessite de internação domiciliar. ▪ Das ausências no atendimento programado. ▪ Dos portadores de doenças transmissíveis de notificação obrigatória. 16 Rafaela Pamplona ▪ Dos hipertensos, diabéticos, portadores de tuberculose e hanseníase que não estão aderindo ao tratamento ▪ Escala de Coelho e Savassi - Instrumento de estratificação de risco familiar - É aplicada às famílias adscritas a uma equipe de saúde da família, para determinar seu risco social e de saúde, refletindo o potencial de adoecimento de cada núcleo familiar - Riscos específicos de cada área de atuação - Sentinela de risco: são atribuídos escores de risco ou pontuações para cada uma delas, com base na ponderação da relevância que possuem no manejo das famílias consideradas de risco no território Agente Comunitário de Saúde (ACS) ▪ Cabe realizar no mínimo uma visita a cada família na sua área de abrangência, priorizando a execução das seguintes atividades em sua área - Busca ativa de gestantes - Busca ativa de crianças com menos de 1 ano de vida, em aleitamento materno. - Busca ativa de crianças com menos de 5 anos de idade para acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento e da imunização. - Busca ativa de crianças com menos de 5 anos de idade para orientação quanto à terapia de reidratação oral (TRO) - Busca ativa de crianças com menos de 5 anos de idade com insuficiência respiratória (IRA)> - Busca ativa de sintomáticos respiratórios ou pacientes em tratamento de tuberculose. - Busca ativa de sintomáticos dermatológicos ou pacientes em tratamento de hanseníase. - Busca ativa de mulheres para prevenção de câncer de colo de útero e de mama. - Busca ativa de hipertensos. - Orientações em relação a dengue. - Outros (saneamento básico, Bolsa-Família, etc.). No Processo de Planejamento ▪ Questões relativas à operacionalização devem ser consideradas previamente, conforme se sugere - Definição do itinerário, por meio do mapeamento da área e do transporte a ser utilizado. 17 Rafaela Pamplona - Definição do tempo para execução da visita em cada domicílio. - Priorização do horário preferencial das famílias para a realização das visitas. - Agendamento e confirmação do horário da visita ao domicílio. - Início da rota de visitas pelos domicílios que demandam menos tempo Formalização da Visita Domiciliar ▪ Como metodologia básica para a VD, é empregada a entrevista com os integrantes da família e a observação sistematizada do ambiente e sua dinâmica I - Abordagemclínica ao caso prioritário. II - Avaliação individual e abordagem familiar III - Cuidados, feitos os encaminhamentos e fornecidas as orientações pertinentes de acordo com a especificidade do caso e de sua família Serviço de Atenção Domiciliar ▪ Elementos importantes - Modalidade de atenção: substitutiva ou complementar e desinstitucionalização - Ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação em saúde - Continuidade do cuidado - Integrada às Redes de Atenção à Saúde Projeto Terapêutico Singular Clínica Ampliada ▪ A concepção de clínica ampliada e a proposta do PTS auxiliam no entendimento das situações percebidas pela equipe como de difícil resolução Tipos de Médicos ▪ Médico de sintomas: prático. Resolve o sintoma mas não a causa. Não há continuidade no atendimento Ex.: pronto socorro, plantonistas, emergencistas - Estudo dos 18 segundos: tempo médio em que o médico interrompe a fala do paciente 45% não recebem explicações 50% dos pacientes saem insatisfeitos ▪ Médico de doenças: pouco contato. Tem grande conhecimento e alta resolutividade, mas não resolve casos complexos pois não acolhe o paciente - Interações e comunicação entre médicos e pacientes na APS ▪ Médico de pessoas: não se dedica apenas ao sintoma ou a doença, mas ouve e trata o paciente como um todo - Assume casos complexos - Maior poder de ação - Maior área de atuação - Clínica ampliada Clínica Ampliada ▪ Criatividade ▪ Compromisso radical com o sujeito, deixa de lado a doença e foca no paciente ▪ Assumir responsabilidade sobre os usuários dos serviços de saúde ▪ Buscar ajuda na intersetoriedade ao reconhecer os limites dos conhecimentos ou das tecnologias 18 Rafaela Pamplona ▪ Sugestões - Escuta: importante acolher o paciente - Vinculo e afeto: transmitir confiança (ficar atento aos fluxos de afeto) - Solidário: priorizar o atendimento a pessoa, não a doença - Oferta > Restrições: a mudança de hábito pode ser vista como uma oferta de novas experiências e não apenas como uma restrição - Evitar “Culpabilizantes”: tentar entender o porquê da não adesão ao tratamento, sem culpabilizar - Verificar se o pct entendeu a doença e o tratamento - Vida + doença Projeto Terapêutico Singular (PTS) ▪ Útil para abordar pacientes complexos ▪ É uma ferramenta para realizar ações e cuidado em saúde com base na abordagem centrada na pessoa ▪ É um momento que envolve toda a equipe, onde todas as opiniões são importantes para ajudar a entender o indivíduo/família com alguma necessidade complexa de saúde ▪ Conjunto de propostas de condutas articuladas para uma pessoa ou para um coletivo ▪ “É um esforço temporário para criar uma abordagem de tratamento/cuidado único” ▪ O desenvolvimento do PTS se dá em 4 momentos 1. Diagnóstico - Avaliação orgânica, psicológica e social - Possibilita uma conclusão acerca dos riscos e vulnerabilidades do usuário - Deve captar como individuo se comporta diante da doença - Exercer a competência cultural, entendendo o sujeito e o meio em que vive, ajudando a entender a complexidade do sujeito e suas características 2. Metas: após a definição do diagnóstico serão negociadas as metas com o membro da equipe que tiver o melhor vínculo - Curto, médio e longo prazo 3. Divisão de responsabilidades - Trabalhar em equipe: definir as tarefas de cada um com clareza - Encaminhamentos devidos - Apoio matricial: apoio da equipe de especialistas 4. Reavaliações - Evoluções - Correções - Estratégias
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