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RESUMO IESC III

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RESUMO IESC III
· Ciclos de vida humano e da família:
-Família trata-se de um sistema aberto, dinâmico e complexo, cujos membros pertencem a um mesmo contexto social compartilhado, sede das primeiras trocas afetivo-emocionais e da construção da identidade.
-As diversas conjunturas podem gerar variadas formas de conflito, tendo em mente que as pré concepções dos profissionais de saúde não devem influenciar no tratamento do usuário. As diretrizes do SUS concebem a família de "forma integral e sistêmica, como espaço de desenvolvimento individual e de grupo, dinâmico e passível de crises".
-Estrutura e configuração familiar:
· Biológica;
· Sociológica: instituições sociais;
· Antropológica: processos de socialização do indivíduo;
· Psicológica: unidade emocional.
-Arranjos familiares:
· Famílias monoparental: pai e mãe solo;
· Famílias nuclear: família tradicional;
· Famílias extensas: famílias grandes;
· Famílias abrangentes: inclui os não parentes que habitam na casa;
· Famílias homoafetivas: famílias com pais/ mães homoafetivos;
· Família anaparental: sem pais, apenas irmãos;
· Família informal: formada pela união estável;
· Família reconstituída: filhos de um relacionamento anterior no novo lar;
· Família unipessoal: apenas uma pessoa;
· Família paralela: indivíduo mantém duas relações ao mesmo tempo;
· Família composta: conjunto de cônjuges e de seus filhos na poligamia.
-A família é entendida a partir de suas relações. Todo o seu contexto social, econômico, e político influenciam no bem-estar do indivíduo e da sua família, de modo que é importante ter claro entendimento do contexto interpessoal do problema. 
-É importante saber: 
· Quem faz parte do sistema familiar. 
· Se há pessoas importantes para a pessoa ou família que não estão presentes. 
· O pensamento sistêmico foca-se nas relações, não só nos tratos entre os elementos da família, mas também nas relações entre a família e os profissionais que a ajudam.
-A abordagem à família é o elemento de gestão do cuidado em atenção domiciliar, e também em um elemento de prática diagnóstica e terapêutica. Ela permite o conhecimento da família e das possíveis disfuncionalidades que prejudicam o bem-estar biopsicossocial de seus membros.
-No domicilio, algumas questões sobre a estrutura e hábitos familiares estão explícitos, por exemplo, para uma pessoa com diabetes descompensado os profissionais da atenção domiciliar podem estabelecer contato com todos os membros da família e visualizar in loco os seus hábitos alimentares.
-O ciclo vital são etapas pelas quais as famílias passam e os desafios/tarefas a cumprir. Permite uma visão panorâmica e focal simultaneamente e permite que o profissional da atenção domiciliar perceba os entraves que a família está atravessando - crise previsível ou não.
-Fases: 
· Adulto jovem independente;
· Casamento;
· Nascimento do primeiro filho;
· Família com filhos pequenos;
· Família com filhos adolescentes;
· Lançando os filhos e seguindo em frente;
· Aposentadoria;
· Famílias no estágio tardio: a velhice.
-A estrutura familiar é a quantidade de pessoas que moram na casa e suas respectivas funções, o fato de os progenitores estarem vivos ou não, divorciados, separados ou dividindo moradia com outros parceiros, dentre outras características.
-Pontos "fortes" e "fracos" da família é importante para o cuidado domiciliar. Observa-se a dinâmica familiar e como se dá a comunicação, se é verbal e/ou não-verbal.
· Ferramentas de abordagem familiar: 
-É necessário conhecer as configurações dessa família, seus arranjos, seus contextos, seu processo social de trabalho e vivência.
-Métodos utilizados: Genograma, Ecomapa, FIRO, PRACTICE e APGAR familiar.
1.Genograma: 
-O genograma é uma ferramenta de representação gráfica da família. São representados os diferentes membros da família, o padrão de relacionamento entre eles e as suas principais morbidades. Pode ser utilizada por todos os membros da equipe, mas não deve ser feita como uma tarefa sem objetivo.
-Além da representação de elementos estruturais - informações relativas à composição familiar, data de nascimento, grau de escolaridade, ocupação, hábitos, doenças, mortes, separações, etc) e elementos funcionais - dinâmica funcional da família.
-A demonstração gráfica da situação permite que o profissional que atua na atenção à família pare e reflita sobre a dinâmica familiar, os problemas mais comuns que a afligem e o enfrentamento dos mesmos pelos membros da família. 
-O genograma permite conhecer o indivíduo em seu contexto familiar e a influência da família em sua vida; conhecer as doenças mais frequentes na família e o padrão de repetição das mesmas, possibilitando ações efetivas de promoção de saúde nos seus descendentes; além de permitir ao profissional conhecer e explorar junto aos familiares suas crenças e padrões de comportamento. Tem valor não só diagnóstico, como também terapêutico. E, finalmente, avalia até que ponto o padrão de relacionamento é saudável ou funcional ou se contribui para o adoecimento dos seus membros.
2.ECOMAPA:
-Elaboração da rede social da família - desenho complementar ao genograma na compreensão da composição e estrutura relacional intrafamiliar e a relação com o meio que a cerca. Ao construir o ecomapa é necessário colocar todos os suportes da família: trabalho, igreja, grupos comunitários, clubes, vizinhança e outros que a família cite como estrutura de apoio.
-As linhas indicam o tipo de conexão: linhas contínuas representam ligações fortes; linhas pontilhadas ligações frágeis; linhas com barras aspectos estressantes. As setas significam energia e fluxo de recursos. Ausência de linhas significa ausência de conexão.
-O conhecimento da dinâmica familiar, como componentes, papéis, funções, interações entre si e o ambiente é fundamental para o entendimento da relação entre seus membros. 
-Genograma e ecomapa frequentemente são usados em conjunto, possibilitando aos familiares a reflexão de suas relações e buscando suporte para a família dentro e fora da mesma. A análise dos instrumentos ocorre juntamente com a coleta de dados, colaborando para sua característica terapêutica e propicia a avaliação da intervenção. São facilitadores da relação entrevistador e entrevistado; permitem maior percepção das relações inter e intrafamiliares; favorecem discussão sobre mudanças na família e a identificação de características comuns e únicas de cada membro da família; e possibilitam ao entrevistado se manifestar pela linguagem não verbal.
3. FIRO: 
-Significa Fundamental Interpersonal Relations Orientations - Orientações Fundamentais Nas Relações Interpessoais.
- Avaliar os sentimentos de membros da família, na vivência das relações do cotidiano. Objetiva compreender melhor o funcionamento da família estudando as suas relações de poder, comunicação e afeto. 
-Significado de cada termo-chave: 
· Inclusão: permite conhecer a dinâmica de relacionamento na família, como ela se organiza para enfrentar as situações de estresse, o papel de cada membro e como são a interação e participação de cada um dos membros da família. Como é a organização ao enfrentar um problema, quem apoia, quem se afasta, como nos comunicamos? 
· Controle: mostra como é exercido o poder na família. Ele pode ser: dominante − um exerce o poder sobre toda a família; reativo − ocorre reação contrária a alguém que deseja exercer o papel de dominância; colaborativo − compartilhamento de poder entre os membros da família. 
· Intimidade: como os membros da família se unem para compartilhar entre si os sentimentos.
4.PRACTICE:
-Instrumento que permite a avaliação do funcionamento das famílias. Esse instrumento facilita a coleta de informações e entendimento do problema, seja ele de ordem clínica, comportamental ou relacional, assim como a elaboração de avaliação e construção de intervenção, com dados colhidos com a família, facilitando o desenvolvimento da avaliação familiar. O PRACTICE é ferramenta que pode auxiliar na atenção ao indivíduo e sua família e deve ser utilizado em situações maiscomplexas para resolver algum problema que a família apresenta.
-Estrutura do P.R.A.C.T.I.C.E.: 
· P- Problema (Presenting problem): permite que a equipe conheça o problema da família e o que os diferentes membros da família pensam e sentem a respeito do fato. 
· R- Papéis e estrutura (Roles and structure): permite conhecer quais os papéis de cada membro da família e como eles o desempenham.
· A - Afeto (Affect): como se dá a troca de afeto na família e como isto afeta, positiva ou negativamente, a resolução do problema. 
· C- Comunicação (Comunication): como é feita a comunicação verbal e não verbal no contexto da família.
· T- Tempo (Time of life cycle): procura correlacionar o problema apresentado com os papéis esperados no ciclo de vida da família, procurando verificar onde está situada a dificuldade.
· I - Doenças na família, passadas ou presentes (Illness in family): nesta parte resgatam-se as doenças vividas anteriormente pela família, como foi feito o cuidado, buscando valorizar as atitudes de cada membro da família, demonstrando a importância do suporte familiar no cuidado de um membro da família.
· C - Lidando com o estresse (Coping with stress): procura identificar os recursos utilizados pela família para lidar com situações anteriores de estresse e como utilizar esses recursos para enfrentar a crise presente.
· E - Ecologia (Ecology): procura conhecer os suportes externos que possam apoiar a família nessa situação atual − igreja, vizinhos, enfim, a rede social de apoio –, além dos aspectos estruturais, como saneamento, renda, grau de escolaridade, moradia, transporte.
5.APGAR familiar:
-Reflete a satisfação de cada membro da família. A avaliação será feita para cada membro da família, por questionário de cinco perguntas referentes aos aspectos abordados, que serão pontuadas e analisadas depois. Os diferentes índices de cada membro devem ser comparados para se avaliar o estado funcional da família. A partir da aplicação do questionário e da avaliação do quadro familiar pode-se desenhar um plano terapêutico que poderá ser desenvolvido pelo próprio médico de família ou pode exigir a participação de outros profissionais, como enfermeiros, psicólogos, psiquiatras, terapeutas ocupacionais ou de família.
-1. Estou satisfeito com a atenção que recebo da minha família quando algo está me incomodando? 
-2. Estou satisfeito com a maneira com que minha família discute as questões de interesse comum e compartilha comigo a resolução dos problemas? 
-3. Sinto que minha família aceita meus desejos de iniciar novas atividades ou de realizar mudanças no meu estilo de vida? 
-4. Estou satisfeito com a maneira com que minha família expressa afeição e reage em relação aos meus sentimentos de raiva, tristeza e amor? 
-5. Estou satisfeito com a maneira com que eu e minha família passamos o tempo juntos?
-Quase sempre: 2 pontos; Às vezes: 1 ponto; Raramente: zero.
-Avaliação da pontuação para a ferramenta APGAR: 7 a 10 pontos (É o valor referência).
· Método clínico centrado na pessoa:
-O MCCP é a tentativa do médico de realizar uma tarefa dupla; entender a pessoa e entender a doença da pessoa. É desse entendimento que se deriva o processo de tratamento tanto para a pessoa quanto para a doença. 
-COMPONENTES DO MCCP:
1. Explorando a saúde, a doença e a experiência da doença: Avaliar a história do paciente, exames, sentimentos e expectativas. 
2. Entendo a pessoa como um todo: A história de vida, os aspectos sociais, família, ocupação e suporte social. 
3. Elaborando um plano conjunto de manejo dos problemas: Problemas, prioridades, objetivos de tratamento, manejo- TPS. 
4. Incorporando a prevenção e a promoção da saúde: Melhoria na saúde, estratificação de risco, detecção precoce de doenças e complicações. 
5. Fortalecendo a relação médico pessoa: Exercer a compaixão, o autoconhecimento, a cura (efeito terapêutico). 6. Sendo realista: Construir o trabalho em equipe, uso dos recursos disponíveis, planejar o tempo.
· Projeto Terapêutico Singular:
-O Projeto Terapêutico Singular (PTS) é um conjunto de propostas de condutas terapêuticas articuladas para um indivíduo, uma família ou um grupo que resulta da discussão coletiva de uma equipe interdisciplinar com Apoio Matricial, se esse for necessário.
-PTS é construído a partir da relação entre o usuário e o profissional de Saúde, com base nas necessidades individuais, levando em consideração sua historicidade e suas singularidades, buscando maior empoderamento em relação a sua saúde e autonomia.
-Geralmente, o PTS é dedicado a situações mais complexas, buscando a singularidade como elemento central de articulação na tentativa de mudar a tendência de igualar as situações ou os sujeitos a partir dos diagnósticos firmados. Ele pode ser uma ferramenta de cogestão e compartilhamento do cuidado, na medida em que possibilita a definição de objetivos comuns e o estabelecimento de tarefas correlacionadas e pactuadas em equipe.
-Etapas do PTS:
1. Diagnóstico - Avaliação e problematização dos aspectos orgânicos, psicológicos e sociais para identificação de riscos e vulnerabilidade e potencialidades para o planejamento do cuidado. 
2. Definição De Metas: Propostas construídas para curto, médio e longo prazo que serão negociadas com o sujeito doente pelo membro da equipe com quem tiver um vínculo melhor. Devem ser negociadas com o sujeito singular em questão, preferencialmente pelo profissional com quem possuir melhor vinculo. 
3. Divisão De Responsabilidades: Técnico de referência / família / usuário em questão. As tarefas de cada envolvido. inclusive do sujeito singular em questão, devem ser bem definidas. Além disso deve-se identificar um profissional de referência na Equipe de Saúde da Família ou na Equipe de Atenção Básica, independentemente da formação, para exercer esse papel, favorecendo a continuidade do andamento das ações acordadas no PTS. 
4. Reavaliação: Discussão e redefinição de propostas.
-Para iniciar o PTS, a equipe da ESF deve se reunir com os profissionais do NASF que mais podem contribuir com o caso. Nessa reunião, dados sobre os aspectos e informações conhecidas sobre o usuário, sua vida e sua família devem ser levados em pauta, além da queixa principal, outras necessidades e o que já foi realizado pela equipe ou por outros serviços. 
-Em seguida, discutem-se com a equipe os determinantes para o agravo em saúde, em uma perspectiva integral e pautada na historicidade e vivência social do usuário. Definem-se, então, quais profissionais e áreas do serviço de saúde podem atuar no caso.
-Matriciamento ou apoio matricial é um novo modo de produzir saúde em que duas ou mais equipes, num processo de construção compartilhada, criam uma proposta de intervenção pedagógico-terapêutica. O Apoio Matricial objetiva garantir retaguarda especializada assistencial e suporte técnico-pedagógico às equipes de referência a fim de ampliar o seu campo de atuação e qualificar as suas ações, contribuindo para o aumento da sua capacidade resolutiva.
-Na horizontalização decorrente do processo de matriciamento, o sistema de saúde se reestrutura em dois tipos de equipes: 
1. Equipe de referência: Profissionais da APS. 
2. Equipe de apoio matricial: Profissionais de especialidade médica. 
Observação: Na Atenção Básica de Saúde, a Equipe de Saúde da Família deve responsabilizar-se, de modo longitudinal, pelo cuidado integral de dada população, mantendo a gestão e a coordenação do cuidado, mesmo quando a atenção em outros serviços do sistema de saúde seja requerida.
· Educação na saúde:
-Consiste na produção e sistematização de conhecimentos relativos à formação e ao desenvolvimento para a atuação em saúde, envolvendo práticas de ensino, diretrizes didáticas e orientação curricular. 
- A educação continuada é um processo dinâmico de ensino-aprendizagem destinado a atualizar e melhorar a capacitação de pessoas, ou grupos, face à evolução científico-tecnológica, às necessidades sociais e aos objetivos e metas institucionais. Envolveas atividades de ensino após a graduação, possui duração definida e utiliza metodologia tradicional, tais como as pós-graduações.
-Já a educação permanente é uma estratégia político-pedagógica que toma como objeto os problemas e necessidades que surgem do processo de trabalho em saúde - Portaria nº 198/2003 - instituiu a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS), reformulada posteriormente, em 2007.
-A educação do dia a dia no âmbito do trabalho é potencialmente vantajosa, pois as situações vivenciadas são analisadas de forma crítica e reflexiva pelos próprios profissionais em um processo de educação permanente. O conceito de educação permanente em saúde revela-se estratégico para a consolidação do SUS ao trazer uma questão fundamental: a articulação entre trabalho e educação. 
-Consiste em ações educativas embasadas na problematização do processo de trabalho em saúde. A Educação Permanente em Saúde (EPS) é considerada como uma relevante estratégia para promover mudanças de procedimentos nas unidades de saúde, pois se baseia em pressupostos de ensino problematizador e aprendizagem significativa (PEREIRA et al., 2018).
- A educação interprofissional ocorre quando duas ou mais profissões aprendem entre si, com e sobre as outras, para melhorar a colaboração e a qualidade dos cuidados.
· Muldisciplinaridade: É um grupo de profissionais clínicos que trabalham unidos em prol do diagnóstico, tratamento e recuperação do paciente. Assim, é priorizado um consenso nas decisões de cada intervenção.
· Interdisciplinaridade: A interdisciplinaridade é o processo de comunicação entre duas ou mais disciplinas. Com a interdisciplinaridade em cursos da área de saúde, podemos olhar para um mesmo tema e discuti-lo sob diferentes pontos de vista profissionais. Isso adiciona uma visão do todo, facilitando a análise do problema e a oferta do tratamento, podendo propiciar resultados mais efetivos e duradouros ao paciente. 
· Multiprofissionalidade: A equipe multi-profissional de saúde é formada por um grupo de profissionais de saúde que trabalham em conjunto com o objetivo de promover a recuperação mais rápida e efetiva do paciente. A equipe multiprofissional pode ser constituída por diferentes profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos e fisioterapeutas, por exemplo, podendo a formação da equipe variar de acordo com o objetivo a ser alcançado. 
· Interprofissionalidade: Interprofissionalidade pode ser entendida como uma relação interdependente dentro de um ambiente de trabalho, a qual exige colaboração entre os agentes que compõem esse serviço, em busca de um objetivo em comum.
· Atenção domiciliar:
-É a modalidade de atenção à saúde integrada às Rede de Atenção à Saúde (RAS), caracterizada por um conjunto de ações de prevenção e tratamento de doenças, reabilitação, paliação e promoção à saúde, prestadas em domicílio, garantindo continuidade de cuidados.
-Serviço de Atenção Domiciliar (SAD): Serviço substitutivo ou complementar à internação hospitalar ou ao atendimento ambulatorial, responsável pelo gerenciamento e operacionalização das Equipes Multiprofissionais de Atenção Domiciliar (EMAD) e Equipes Multiprofissionais de Apoio (EMAP).
-Cuidador: Pessoa com ou sem vínculo familiar com o usuário, capacitada para auxiliá-lo em suas necessidades e atividades da vida cotidiana.
-Assistência domiciliar: Está ligada a todo e qualquer atendimento a domicílio realizado por profissionais que integram a equipe de saúde. Não leva em conta a complexidade ou o objetivo do atendimento, que pode ser uma orientação simples até um suporte ventilatório invasivo domiciliar.
-Atendimento domiciliar: É a categoria diretamente relacionada à atuação profissional no domicílio, que pode ser operacionalizada por meio da visita e da internação domiciliar. Envolve atividades que vão da educação e prevenção à recuperação e manutenção da saúde das pessoas e seus familiares no contexto de suas residências. Abrange ou não cuidados multiprofissionais e pode ser semelhante a um consultório em casa. Alguns autores o relacionam a uma atenção mais pontual e temporária, ligada a situações agudas.
-Visita domicilia: Prioriza o diagnóstico da realidade do indivíduo e as ações educativas. É geralmente programada e utilizada com o intuito de subsidiar intervenções ou o planejamento de ações. 
-Internação domiciliar: É uma categoria mais específica, que envolve a utilização de aparato tecnológico em domicílio, de acordo com as necessidades de cada situação. Não substitui a internação hospitalar, mas pode se constituir como uma continuidade desta, de forma temporária.
-Acompanhamento domiciliar: O primeiro diz respeito ao cuidado no domicílio para pessoas que necessitem de contatos frequentes e programáveis com a equipe. Exemplos são pessoas portadoras de doenças crônicas que apresentem dependência física; doentes em fase terminal; idosos com dificuldade de locomoção ou morando sozinhos; egressos do hospital que necessitem de acompanhamento por alguma condição que os incapacite a comparecer na Unidade Básica de Saúde (UBS); pessoas com outros problemas de saúde, incluindo doença mental, os quais determinem dificuldades de locomoção ou adequação ao ambiente da UBS.
-A vigilância domiciliar: É decorrente do comparecimento de integrante da equipe de saúde até o domicílio para realizar ações de promoção, prevenção, educação e busca ativa da população de sua área de responsabilidade, geralmente vinculadas à vigilância da saúde que a UBS desenvolve. Exemplos são visitas a puérperas, busca de recém-nascidos, busca ativa dos programas de prioridades, abordagem familiar para diagnóstico e tratamento.
-ART. 39 - A ATENÇÃO DOMICILIAR TEM COMO OBJETIVO: 
1. Redução da demanda por atendimento hospitalar; 
2. Redução do período de permanência de usuários internados; 
3. Humanização da atenção com ampliação da autonomia dos usuários; 
4. Desinstitucionalização e otimização dos recursos financeiros e estruturais da RAS.
- Art. 6° A AD será organizada em três modalidades: 
I. Atenção Domiciliar 1 (AD 1) - Usuário que, tendo indicação de AD, requeira cuidados com menor frequência e com menor necessidade de intervenções multiprofissionais, uma vez que se pressupõe estabilidade e cuidados satisfatórios pelos cuidadores. Realizada pela equipe de APS.
II. Atenção Domiciliar 2 (AD 2) - Usuário que, tendo indicação de AD, e com o fim de abreviar ou evitar hospitalização, apresente uma das causas abaixo, realizada pelo EMAD E EMAP. 
· Afecções agudas ou crônicas agudizadas, com necessidade de cuidados intensificados e sequenciais, como tratamentos parenterais ou reabilitação;
· Afecções crônico-degenerativas, considerando o grau de comprometimento causado pela doença, que demande atendimento no mínimo semanal;
· Necessidade de cuidados paliativos com acompanhamento clínico no mínimo semanal, com o fim de controlar a dor e o sofrimento do usuário; 
· Prematuridade e baixo peso em bebês com necessidade de ganho ponderal.
III. Atenção Domiciliar 3 (AD 3) - Usuário com qualquer das situações listadas na modalidade AD2, quando necessitar de cuidado multiprofissional mais frequente, uso de equipamento(s) ou agregação de procedimento(s) de maior complexidade (por exemplo, ventilação mecânica, paracentese de repetição, nutrição parenteral e transfusão sanguínea), usualmente demandando períodos maiores de acompanhamento domiciliar. Realizada por EMAD e EMAP.
-Composição mínima da EMAD: 
1-EMAD Tipo 1: 
· 1. Profissionais médicos - Carga horária de no mínimo 40 h; 
· 2. Profissionais enfermeiros - Carga horária de no mínimo 40h/sem; 
· 3. Profissional fisioterapeuta e/ou assistente social - Carga horária de no mínimo 30 horas; 
· 4. Auxiliares/técnicos de enfermagem - Carga horária de no mínimo 120 horas. 
2-EMAD Tipo 2: 
· 1. Profissional médico - Carga horária de no mínimo de 20 h; 
· 2. Profissional enfermeiro - Carga horária de no mínimo 30h/sem; 
· 3. Profissional fisioterapeuta ou assistente social - Carga horária de no mínimo30 horas; 
· 4. Auxiliares/técnicos de enfermagem - Carga horária de no mínimo 120 horas de trabalho. 
Observação: Estima-se, em média, o atendimento de 60 usuários para cada EMAD Tipo 1 e 30 usuários para cada EMAD Tipo 2, mensalmente. 
-Requisitos para que os municípios tenham sistema de atenção domiciliar:
 1. Pactuação CIB/CIR: População igual ou superior a 20.000 habitantes. 
2. SAMU: Serviço de atendimento móvel de urgência. 
3. Município ou região: Hospital de referência. 
-Gestão do cuidado na AD: 
1. Acolhimento 
2. Clínica Ampliada 
3. Intersetorialidade 
4. Apoio Matricial: O apoio matricial visa garantir a retaguarda especializada as equipes que realizam atenção a saúde. Propõe ofertar, além de retaguarda assistencial, suporte técnico pedagógico as equipes de Saúde. 
-Projeto Terapêutico Singular: O projeto terapêutico singular (PTS) e um conjunto de condutas/ações/medidas, de caráter clinico ou não, propostas para dialogar com as necessidades de saúde de um sujeito individual ou coletivo, geralmente em situações mais complexas, construídas a partir da discussão de uma equipe multidisciplinar
· Políticas de abordagem às Doenças Crônicas não transmissíveis:
-As doenças que apresentam início gradual, com duração longa ou incerta, que, em geral, apresentam múltiplas causas e cujo tratamento envolva mudanças de estilo de vida, em um processo de cuidado contínuo que, usualmente, não leva à cura são classificadas como doenças crônicas.
-Objetivos das RAS na atenção às pessoas com Doenças Crônicas:
*segundo o artigo 4°* 
1. Realizar a atenção integral à saúde das pessoas com doenças crônicas, em todos os pontos de atenção, através da realização de ações e serviços de promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos e manutenção da saúde. 
2. Fomentar a mudança no modelo de atenção à saúde, por meio da qualificação da atenção integral às pessoas com doenças crônicas e da ampliação das estratégias para promoção da saúde da população e para prevenção do desenvolvimento das doenças crônicas e suas complicações.
*Segundo artigo 5°* 
3. Ampliar o acesso. 
4. Promover o aprimoramento da qualidade da atenção à saúde. 
5. Acesso aos recursos diagnósticos e terapêuticos.
 6. Promover hábitos de vida saudáveis. 
7. Ampliar as ações para enfrentamento dos fatores de risco. 
8. Ampliação da sua capacidade de autocuidado e autonomia. 
9. Impactar positivamente nos indicadores. 
-Estruturação da RAS das pessoas com doenças crônicas segundo o artigo 11°: como nos outros países, no Brasil, as doenças crônicas não transmissíveis também se constituem como o problema de saúde de maior magnitude. São responsáveis, em 2016, por 74% das causas de mortes, com destaque para: 
1. Doenças cardiovasculares (28%), 
2. Neoplasias (18%), 
3. Doenças respiratórias (6%) 
4. Diabetes (5%)
-Atingem indivíduos de todas as camadas socioeconômicas e, de forma mais intensa, aqueles pertencentes a grupos vulneráveis, como os idosos e os de baixa escolaridade e renda. 
-De acordo com a OMS, um pequeno conjunto de fatores de risco responde pela grande maioria das mortes por DCNT: 
1. Tabagismo, 
2. Consumo alimentar inadequado 
3. Inatividade física 
4. Consumo excessivo de bebidas alcoólicas 
-Níveis de prevenção:
1. Prevenção primária: Não apresenta doenças ou sofrimento - Intervenções de promoção da saúde ou de proteção (Ex. Imunizações) 
2. Prevenção secundária: Não apresenta sintomas (doenças) - Intervenção à procura de doença (rastreamentos). 
3. Prevenção terciária: Pessoa doente e a intervenção é para prevenir complicações (exemplo: o exame sistemático dos pés em pessoas com diabetes). 
4. Prevenção quaternária: Sujeito se sente doente e o médico não encontra doença - risco de dano por intervenções desnecessárias.
· Estratégias comportamentais de motivação e de autocuidado para mudança de hábitos de vida:
-A mudança comportamental e de hábitos é um grande desafio para a promoção da saúde. Nem sempre apenas a educação em saúde é suficiente para a mudança de hábitos de vida e para a adesão ao tratamento. Depende, também, da vontade individual, das estratégias motivacionais e do apoio profissional. É muito importante a coordenação e a integração do cuidado e a corresponsabilização da pessoa.
-Modelo transteórico: desenvolvido na década de 1980 pelos pesquisadores norte-americanos Prochaska e DiClemente.
· Pré-contemplação (“I won’t”) - Não considera a possibilidade de mudar, nem se preocupa com a questão;
· Contemplação (“I might”) - Admite o problema, é ambivalente e considera adotar mudanças eventualmente;
· Preparação (“I will”) - Inicia algumas mudanças, planeja, cria condições para mudar, revisa tentativas passadas;
· Ação (“I am”) - Implementa mudanças ambientais e comportamentais, investe tempo e energia na execução da mudança;
· Manutenção (“I have”) - Processo de continuidade do trabalho iniciado com ação, para manter os ganhos e prevenir a recaída;
· Recaída - Falha na manutenção e retomada do hábito ou comportamento anterior – retorno a qualquer dos estágios anteriores. 
-Observação: A pessoa não caminha nos estágios de forma linear-causal: uma vez atingida alguma mudança, não significa que se manterá nesse estágio [...] as pessoas podem progredir ou regredir por meio dos estágios de comportamento.
-Entrevista motivacional: criada por William Miller, é um estilo de conversa colaborativa voltada para o fortalecimento da própria motivação da pessoa e comprometimento com uma mudança. A meta específica é resolver a ambivalência. Envolve espírito de colaboração, de participação e de autonomia de ambas as partes; A mudança é construída de forma natural e espontânea; Técnica de abordagem centrada nas necessidades da pessoa e em suas experiências; Busca identificar e trabalhar a motivação da pessoa. Estimula a autoeficácia.
Princípios básicos: 
1. Expressar empatia - Aceitar a postura do indivíduo, tentando entendê-lo, sem julgamento. Implica um certo grau de solidariedade emocional tentando compreender os seus pensamentos e emoções, colocando-se no lugar do cliente. A resposta empática é uma competência adquirida na qual o profissional é treinado para compreender e aceitar o que o outro é. Permite expressar solidariedade com gestos (tocando levemente o cliente) e palavras ("Eu entendo que você se sentiu mal com aquilo que aconteceu"). Além de ouvir o que o cliente diz, o profissional responderá ao que ouve, decodificando aquilo que ouviu e repetindo para o cliente na forma de uma afirmação. (“Me deixa ver se entendi o que você está dizendo...”). Assim o profissional não assume o papel de 'expert', a relação terapeuta-cliente é mais de troca, visando à autonomia, liberdade de escolha do cliente e sua eficácia. 
2. Desenvolver discrepância - fazer um contraponto entre o atual comportamento e a meta a ser alcançada. É muito importante que o cliente tenha consciência das consequências de sua conduta, perceba a diferença entre o comportamento atual e os objetivos futuros. Interessa aumentar os seus níveis de conflito, especialmente entre o atual comportamento e os valores de sua vida. Trabalhar a emoção gerada pelo desconforto da dúvida e/ou de conflito é o maior motor para a mudança. 
3. Evitar discussões - confrontos diretos geram resistências. isto é, confrontações diretas. Evite discutir e debater com o cliente sobre a conveniência ou a utilidade de uma mudança, porque isso pode criar resistência. Os argumentos diretos e as tentativas para convencer tendem a produzir oposição ante as instruções, ordens ou sugestões para a mudança. Esta oposição surge quando a pessoa tem a percepção de que sua escolha é limitada e, em geral, quando a sensação de liberdade seja cerceada. Antes de informar é apropriado perguntar ao cliente se tem ou deseja obter informação, com frases como “Quer que eu te explique alguma coisa sobre este assunto?” Também é importante não se precipitar com um grande número de informações, sendo mais útilir informando aos poucos e conferindo se ele entendeu, sempre centrado no conflito do cliente. Geralmente as discussões surgem da tentativa de o profissional confrontar o cliente com seu problema e consequentemente querer rotulá-lo (por exemplo, o profissional esperar que o cliente se assuma como alcoólatra). Categorizar é desnecessário. 
4. Dissipar resistências - estar atento ao timing do paciente. Temos que reconhecer o momento do cliente e saber usá-lo ao invés de irmos contra ele. Suas percepções podem mudar, principalmente se forem de relutância ao tratamento, ao contato terapêutico ou mesmo à mudança propriamente dita. Novas perspectivas são bem recebidas, mas não devem ser impostas. 
5. Estimular a autoeficácia - reforçar a crença da pessoa na sua capacidade de conseguir alcançar seu objetivo. apoiar e reforçar o sentimento de autoeficácia. Acreditar na possibilidade de mudança é um importante fator motivacional porque tem uma grande influência sobre a capacidade de iniciar um novo comportamento e mantê-lo. Os resultados anteriores satisfatórios reforçam a crença do paciente na sua capacidade de conseguir e a nossa ajuda pode ser analisar os resultados, potenciando a sua positividade ("É muito difícil parar de fumar e você conseguiu!”). Não podemos esquecer que o cliente é responsável por escolher e fazer a mudança e nós por lhe dar assistência, se desejado.

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