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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE VITÓRIA - CESV Aluno: Matrícula: Turma: Prof.: Juracy José da Silva. Disciplina: Direito Processual Penal II 1. Patrocínio de Oliveira, vulgo “Careca Peluda”, foi preso em flagrante delito pela suposta prática do crime de estelionato (art. 171, do CP), por ter falsificado folha de cheque e efetuado uma compra no mercado da Enseada do Suá, em Vitória. Segundo auto de prisão em flagrante, Careca utilizou um cheque falso para comprar uma peruca no comércio da vítima, quando essa ao conferir a procedência do pagamento, no valor de R$170,00, foi informado pela Serasa Experian, sobre a inexistência e falsidade do CPF constante no título, quando, então, chamou a polícia e informando as características do acusado, que saiu imediatamente ao seu encalço. Cerca de 6 (seis) horas de busca, a polícia encontrou Patrocínio que se utilizava de uma peruca, no momento da abordagem, o que fez concluir que se tratava do autor do estelionato. A vítima se recusou a efetuar o reconhecimento. Levada a presença da autoridade policial, foi devidamente autuado na modalidade de flagrante próprio, e feitas as comunicações de ofício. Realizada a audiência de custódia, o juiz converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva, restringindo a dizer como fundamento da decisão que o crime autoriza a medida cautelar, mesmo não havendo qualquer registro criminal em relação ao indiciado. O aluno-advogado foi contratado pela família para REQUERER A LIBERDADE DE PATROCINIO. Indagação: quais seriam os fundamentos jurídicos e fáticos a ser arguidos na peça. Fundamente. 2. Ronaldo Fenômeno, após sair de uma partida de futebol, se desentendeu no trânsito com uma desconhecida que, totalmente descontrolada, desembarcou de seu carro e foi em direção a David Luiz, agredindo-o com socos e pontapés. Transeuntes conseguiram conter a desconhecida e, diante de algumas manchas avermelhadas pelo corpo provocadas pela agressão, David Luiz entendeu por bem comparecer à Delegacia Policial para registrar a ocorrência. Supondo que David Luiz consulte um advogado para esclarecer algumas dúvidas sobre o exame de corpo de delito, ele deverá informar-lhe que: a) o exame de corpo de delito é ato processual essencial, não podendo supri-lo a confissão do acusado. b) o juiz ou a autoridade policial negará a realização de exame de corpo de delito requerida pela vítima, quando não for necessária ao esclarecimento da verdade. c) se a acusada confessar o crime, não há necessidade de exame de corpo de delito, já que, no processo penal, vigora o princípio da economia processual. d) não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal suprir-lhe-á a falta. e) os peritos elaborarão o laudo pericial no prazo máximo de 15 dias, em que descreverão minuciosamente o que examinarem, e responderão aos quesitos formulados. 3. Algumas hipóteses de flagrante delito estão previstas no Código de Processo Penal, outras são tratadas pela lei ou pela doutrina, tanto aquelas admissíveis como as espécies ilegais. Decline ao menos duas espécies de flagrante delito não previstos no CPP, podendo ser hipóteses admitas ou não pela lei, doutrina ou jurisprudência. 4. Quanto aos requisitos das medidas assecuratórias pessoais, de acordo com o Código de Processo Penal, esses requisitos se aplicam também as medidas cautelares diversas de prisão. Qual a posição da jurisprudência a respeito. 5. Junior foi investigado por suposta prática de lesão corporal de natureza grave e, ao final, denunciado pelo Ministério Público pelo cometimento do delito previsto no artigo 129, §1º, I, do CP. Ocorre que, durante a instrução criminal, a Defesa sustentou a hipótese de o crime ter sido praticado em legítima defesa. Ao final da instrução, após interrogatório de Junior, o Magistrado concedeu o prazo sucessivo de cinco dias para as partes apresentarem memoriais escritos, diante da complexidade do caso, conforme disposto no artigo 403, §3º, do Código de Processo Penal. Considerando a situação narrada, sobre o ônus da prova é correto afirmar que: a) incumbe à acusação, razão pela qual o Parquet poderá utilizar apenas os meios lícitos e legítimos para tentar alcançar a verdade dos fatos sobre a tese alegada. b) incumbe às partes, razão pela qual o Ministério Público, a Defesa e o Juiz deverão diligenciar para tentar provar a alegação de legitima defesa. c) incumbe à acusação, razão pela qual o Parquet poderá utilizar os meios lícitos e/ou ilícitos para tentar alcançar a verdade dos fatos sobre a tese alegada, em conformidade com o princípio da verdade real. d) cabe a quem alega, razão pela qual a defesa deverá provar que o réu agiu em legítima defesa. e) cabe à acusação, razão pela qual o Ministério Público deverá provar que o réu não agiu em legítima defesa. 6. Mévio foi denunciado por furto qualificado pelo rompimento de obstáculo. Durante a instrução processual, verificou-se que, sem nenhuma justificativa, embora fosse possível, o laudo pericial não havia sido realizado; entretanto, a vítima e uma testemunha local confirmaram que uma porta havia sido arrombada no local quando do momento do furto. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta. a) Se Mévio confessar o arrombamento, tal confissão já seria prova suficiente da ocorrência da qualificadora. b) A não realização de laudo pericial foi injustificada, vez que era viável, razão pela qual o juiz não deve reconhecer a qualificadora. c) A confirmação das vítimas com relação ao arrombamento supre a falta de exame pericial. d) O juiz deve reconhecer a qualificadora, pois, nesse caso, existe um exame de corpo de delito indireto. e) Caso o furto tivesse sido filmado por câmeras de segurança, tal prova não seria suficiente para caracterizar a qualificadora de arrombamento. 7. Sobre a confissão, responda: a) Incide na aplicação da pena se comprovado igualmente o arrependimento da prática do crime. b) Causa a diminuição de pena em caso de crimes ambientais. c) Retira a hediondez quando se tratar de crime punido com até 4 anos de detenção. d) Mesmo a confissão sendo parcial, atenua a pena, se utilizada para dar suporte à condenação. e) Atenua a pena no crime de tráfico de drogas com a mera admissão da posse para uso próprio. 8. Delegado de Polícia de comarca situada no Estado do Rio Grande do Sul instaurou inquérito policial ao tomar conhecimento de que um estabelecimento comercial da cidade estaria vendendo alimentos impróprios para o consumo humano. Chegando a polícia no local acompanhada de agentes da vigilância sanitária, foi constatada a presença de grande quantidade de carne bovina e laticínios fora do prazo de validade, mal-acondicionados e sem registro de procedência. A mercadoria foi apreendida, o gerente do estabelecimento foi preso em flagrante e conduzido à Delegacia. Ouvido o aludido gerente, na presença de advogado constituído para o ato, ele confessou que já havia avisado o proprietário sobre aquela situação irregular e que este nada havia feito a respeito. Manifestou interesse em contribuir com a investigação, comprometendo-se a revelar toda a trama criminosa, inclusive a autoria delitiva. Lavrado o auto de prisão em flagrante, os autos foram remetidos ao juízo. O Delegado representou pedindo a quebra do sigilo telefônico do proprietário, bem como sua prisão preventiva, tendo em vista que durante a oitiva policial do gerente o telefone tocou e o dono do estabelecimento disse que iria se evadir da cidade. Concedida pelo juiz a liberdade provisória mediante fiança, o gerente foi liberado após o respectivo pagamento. Os autos foram com vista ao órgão do Ministério Público para manifestação sobre os pedidos da autoridade policial. O inquérito foi instruído com a oitiva dos envolvidos e sem a produção de prova pericial em relação às mercadorias apreendidas. Considerando as informações supramencionadas, responda as seguintes perguntas: a) O delegado poderia, mesmo sem manifestação do MP, determinar a produção do exame de corpo de delito?Justifique sua resposta e apresente os fundamentos legais. b) É cabível a quebra de sigilo telefônico do proprietário do estabelecimento? Justifique sua resposta e apresente o fundamento legal. c) Poderia o acusado se livrar solto, nos termos do parágrafo 1º do art. 304 CPP? Justifique sua resposta e apresente o fundamento legal. d) A prova material deverá ser acautelada até o final do processo, nos termos do art. 118, do CPP. Justifique. 9. Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, determinará a intimação da parte contrária, para se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias, acompanhada de cópia do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos em juízo, e os casos de urgência ou de perigo deverão ser justificados e fundamentados em decisão que contenha elementos do caso concreto que justifiquem essa medida excepcional. A novel lei estabelece o contraditório antes da apreciação da media de urgência, explique sobre a ressalva que autoriza a inobservância desse princípio do contraditório. Justifique. 10. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência). A prisão preventiva somente será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar, observado o art. 319 deste Código, e o não cabimento da substituição por outra medida cautelar deverá ser justificado de forma fundamentada nos elementos presentes do caso concreto, de forma individualizada. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) Considerando as informações supramencionadas, responda as seguintes perguntas: A. O juiz pode decretar medidas cautelares pessoais de ofício? Justifique sua resposta e apresente os fundamentos legais. B. É cabível a revogação a medida cautelar ou decretá-la de ofício se sobrevierem razões que a justifiquem? Justifique sua resposta e apresente o fundamento legal. C. O não cabimento da substituição por outra medida cautelar deverá ser justificado de forma fundamentada nos elementos presentes do caso concreto, de forma individualizada? Explique o alcance dessa exigência legal.