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alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 1 SUMÁRIO A COLONIZAÇÃO DO NORTE DO PARANÁ ......................................................................................................... 2 1. O NORTE DO PARANÁ ................................................................................................................................ 2 1.1 O NORTE PIONEIRO ............................................................................................................................. 2 1.2 O NORTE NOVO ................................................................................................................................... 4 1.3 O NORTE NOVÍSSIMO .......................................................................................................................... 6 alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 2 A COLONIZAÇÃO DO NORTE DO PARANÁ 1. O NORTE DO PARANÁ A ocupação da região norte do Paraná está ligada à diferentes contextos. Ao contrário do que comumente se aceita, o início da colonização do norte não foi obra exclusiva da expansão da economia do café. O chamado norte pioneiro é mais antigo do que se possa conceber de primeira, porém, seu início se deu após o processo de colonização do Paraná Tradicional. O início da sua colonização data da década de 1840. 1.1 O NORTE PIONEIRO As denominações dadas à região situada entre os rios Paranapanema, Itararé e Tibagi, compreendendo as cidades de Curiúva e Venceslau Braz, foram várias. Ela já foi chamada de região do Valuto pelos sertanejos paulistas, que também usaram o termo Panema derivado do nome do Rio Paranapanema. O usual, foi por algum tempo a expressão Norte Velho, mas mostrou-se pouco ética. Assim, estabeleceu-se Norte Pioneiro, o que não desmente o fato da ocupação do Norte como um todo ter se iniciado a partir dessa região. O interesse pela região foi despertado desde o século XVIII, quando a preocupação em consolidar as fronteiras brasileiras com o Uruguai, Argentina e Paraguai estavam na ordem das prioridades do Império brasileiro. Em seguida várias expedições fizeram incursões ao Brasil Meridional, e havendo diamantes no rio Tibagi, devido aos seus panelões de cascalho, era comum as expedições seguirem seu curso, ainda que fosse mais lógico, optarem pelos rios Negro e Iguaçu para ir do Paraná a Santa Catarina, ou rios Tietê e Paranapanema para chegar a São Paulo. A partir de 1840, a necessidade de aproximar a Província do Mato Grosso com o Litoral, mostrava-se crescente, principalmente diante da possibilidade de um conflito armado com o Paraguai. Neste momento, surgiu um personagem muito ligado ao Governo Imperial, e cujos interesses latifundiários no Paraná sempre ficaram muito evidentes chegando a ser apelidado de “papa terras”. Tratou-se do Barão de Antonina. O senhor João da Silva Machado, Barão de Antonina, na busca dos Campos do Paiquerê, contratou os serviços do sertanista Joaquim Francisco Lopes e do agrimensor e ex-marinheiro inglês João Henrique Elliot. Em 1846, estes haviam apontado um caminho terrestre-fluvial para o Mato Grosso. Essa empreitada necessitava de apoio governamental em decorrência da grande distância da civilização, da falta de picadas na região e do seu despovoamento. Por isso a necessidade da fundação de uma colônia agro-militar na região. Outro problema era a mão de obra. Para resolvê-lo, foi usado o sistema de aldeamento de índios às margens dos rios Tibagi e Paranapanema, possibilitando não só a mão de obra necessária, bem como guias seguros para navegação de tais águas e proteção contra possíveis ataques de tribos hostis. Dessa forma, em 1850, o Barão de Antonina deu início aos trabalhos preliminares de instalação da colônia. Em 2 de janeiro de 1851, pelo Decreto Imperial n° 751, foi autorizada a criação da Colônia Nossa Senhora da Conceição do Jataí, sendo fundada em 8 de dezembro de 1854 pelo sertanista Lopes. O nome Jataí, foi retirado de uma árvore frutífera com mesmo nome, muito comum no vale dos Rios Ivaí e Tibagi, era também o nome dado a um pequeno afluente do Rio Tibagi. Esta colônia tinha por diretor o major Thomas José Muniz. Como não havia índios na região, foram trazidos índios Caiuás do Mato Grosso para o Tibagi. Assim, à margem esquerda do Tibagi, em frente à Colônia Militar do Jataí, foi erguido o aldeamento de São Pedro de Alcântara. O diretor do aldeamento era o italiano Domingos Antônio Luciani, nascido em Castelnovo por isso chamado de Frei Timoteo de Castelnovo. Apesar de despovoada a região pertencia aos índios Kaingang, estes índios também eram chamados de Coroados por cortarem seus cabelos à moda dos frades franciscanos. Eram alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 3 famosos por sua hostilidade e por sua inimizade com os Caiuás, e não tardaram a aparecer, o que deixou em pânico as populações que habitavam a Colônia. Entretanto, cansados de lutar com outras tribos e de passar fome, o que eles queriam era também aldearem-se, o que acabou sendo feito na Fazenda São Jerônimo, de propriedade do Barão de Antonina que ficava à 60 km de Jataí. Além da impossibilidade de retirar a força, os índios da fazenda, o Barão teria sido aconselhado a aceitar o aldeamento pelo fato de que a localização da mesma, em plena Serra dos Agudos, dava-lhe uma topografia acidentada, o que só fazia desvalorizá-la. Com a presença dos índios do aldeamento, haveria disponibilidade de mão de obra, o que poderia valorizar muito mais rapidamente outras propriedades do Barão, próximas à região. Ressaltando-se que na época, terras de maior valor, eram os campos limpos e planos, prontos para uso agrícola ou pastoreio, justifica-se o ato de doação do Barão não ter nada de filantrópico. Entre os primeiros colonizadores dessa região havia muitos mineiros. Os fazendeiros de Minas Gerais, donos de terras decadentes (cansadas), lançaram-se também ao tropeirismo. Buscavam gado no Rio Grande do Sul para revendê-lo no sudeste. De retorno, ao passarem pelo registro do Itararé, ampliavam sua presença mais para o norte, a fim de conhecer as terras vizinhas. Foram os primeiros a entrar no que se chamou de norte velho. Muitos gostaram e venderam suas terras para povoar a região entre o Itararé e o rio das Cinzas. Outro fator que os levaram a migrar foram as perseguições políticas após a Revolução Liberal de 1842, pois, tanto o levante paulista iniciado em Sorocaba e liderado por Feijó como o mineiro iniciado em Barbacena e liderado por Teófilo Otoni, foram sufocados pelo Barão de Caxias. Os líderes presos foram anistiados em 1844, ano em que os liberais voltaram ao poder. Essas pessoas dirigiam-se para o Valuto, nome que os sertanejos paulistanos davam a terras despovoadas da margem esquerda do Paranapanema. Quando chegavam à região ocupavam uma “água”. Este era o nome dado à terra posseada onde buscavam a cabeceira de um riacho, pois , se instalando na cabeceira eram donos da água, isto é, do terreno que margeava o riacho. A cidade de Jacarezinho está relacionada a esse contexto de ocupação de “águas”. No passo dos Barbosa, onde hoje está a localidade de Santa Ana do Itararé, o governo criou uma estação arrecadadora para evitar o contrabando de mercadorias do Paraná para São Paulo. Próximo à confluência do Rio Itararé e Paranapanema, fixou-se uma mulher com sua família. Era Maria Ferreira, descendente de índios mineiros. Sua moradia na margem paranaense, ficou conhecida como Porto Maria Ferreira. Não havia nenhuma organização quanto a forma de colonização até 1866. Depois de 20 anos de existência da Colônia do Jataí, apenas 36 lotes haviam sido demarcados. A emancipação da Colônia do Jataí, deixou-a abandonada à própria sorte. Contrabando de produtos via Mato Grosso, corrupção e marasmo econômico, passaram a caracterizara Freguesia, mesmo porque, isolada como estava da civilização, era difícil progredir. Em 1904, teve início a primeira penetração vinda de Ourinhos quando os fazendeiros de café fundaram Cambará, continuando a avançar em direção ao vale do Tibagi. A produção de café era escoada pela Sorocabana. Observa-se neste momento, a presença dos japoneses na região, que antecedeu o início da colonização e que se intensificou a partir de 1912. A primeira cidade que os recebeu foi Ribeirão Claro. Durante a Primeira Guerra Mundial as antigas zonas cafeeiras do Estado de São Paulo, enfrentavam uma séria crise econômica, ocasionada pela queda dos preços do produto e o consequente prejuízo nas colheitas, possibilitando que com o empobrecimento dos grandes fazendeiros, os colonos se transformassem em pequenos e médios proprietários, enriquecendo-se, porque o período favorecia ao aumento dos preços dos cereais. Isto também pode ser notado com relação aos colonos japoneses que se beneficiaram da crise do café, pois, ao ficarem vários anos sem receber salários, ao acertarem suas contas, adquiriram recursos suficientes para adquirir suas próprias fazendas no Norte Pioneiro. Além disso, seu desenvolvimento inicial também está ligado à produção de algodão, fumo, arroz, feijão e milho, que mesmo com dificuldade, ainda no século XIX, foi importante para o alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 4 desenvolvimento econômico da região, a qual enfrentou várias dificuldades. A partir do século XX a suinocultura também foi desenvolvida. O destino do porco era Jaguariaíva, Itararé e até Itapeva. O negócio era tão atraente que a firma paulista de Francisco Matarazo, instalou-se na região com um grande frigorífico em Jaguariaíva, em 1924, e não foi o único. 1.2 O NORTE NOVO A região denominada “Norte Novo” limita-se ao Norte com o Rio Paranapanema, ao Sul com a cidade de Manoel Ribas, a Leste com o Rio Tibagi e a Oeste com o Rio Ivaí, compreendendo as cidades-polo de Londrina, Maringá, Apucarana e Ivaiporã. A denominação de “Novo” para essa parte da região vincula-se de certo modo à forma de sua colonização que foi diferente do chamado “Norte Pioneiro”. Boa parte desta região (compreendendo as cidades de Londrina, Maringá e Apucarana) foram colonizadas por uma companhia inglesa, portanto, iniciativa privada. A região, que era povoada por índios coroados e caboclos, despertou interesse de empresas de colonização com a Companhia Marcondes de Colonização, Indústria e Comércio. Esta Companhia pertencia ao sertanista José Soares Marcondes. Como Marcondes não entendia do gerenciamento da Companhia, a presidência da empresa foi confiada a Custódio Coelho. Entretanto, este administrador não foi fiel à empresa, tirando proveito pessoal e desviando valores para viagens ao exterior à procura de crédito aos colonos. Suas despesas pessoais eram grandes e os empréstimos no exterior (Inglaterra) enormes, e com isso, descapitalizou a empresa de tal forma que, quando o dono e seus herdeiros perceberam quão grave era a situação, não havia mais como evitar a falência da Companhia, e nem tão pouco evitar a perda da concessão de 500 mil alqueires concedidos pelo governo estadual para projeto de colonização. O Governador, Afonso Camargo, ao considerar que o prazo para a colonização havia expirado, retirou-as da Companhia Marcondes e transferiu-as para uma companhia inglesa. Os ingleses em sua expansão imperialista, sempre buscaram a aplicação de seus capitais com retorno garantido. A primeira tentativa de colonização inglesa foi feita pela empresa Paraná and Mato Grosso Railway Survey (1873-1874). Esta companhia teria sido dirigida por um engenheiro chamado Mr. Lloyd, e teria fracassado por falta de organização, infraestrutura e uso de propaganda enganosa. Esse imperialismo traduzia-se no Brasil principalmente por dívida externa, que em 1924, era de 102.623.294 libras, sendo que havia também débitos internos a serem saldados. Os pagamentos de juros e amortizações estavam em atraso ainda. A crise financeira que acometeu os países europeus após a Primeira Guerra, atingiu também a Inglaterra, impedindo-a de realizar altos investimentos no exterior. Porém, no Brasil era diferente, pois, devedor aos bancos ingleses, dava margem a parcerias em projetos de colonização. Portanto, o principal objetivo da “visita” dos ingleses ao Brasil em 1923, num evento conhecido como “Missão Montagu”, foi solucionar a questão da dívida externa brasileira. A Missão Montagu foi organizada por bancos credores ingleses, o que vem confirmar seu objetivo. Não houve nenhum “convite” por parte do então Presidente da República, Arthur Bernardes. Nenhum dos representantes da missão possuía ligações diretas com a coroa inglesa. É bem verdade que pertenciam à aristocracia e eram pessoas renomadas e condecoradas por serviços prestados ao seu governo, e de certa forma isso dava à Missão um certo “ar de oficialidade” que ajudava a esconder sua verdadeira identidade: eram todos emissários dos banqueiros que sentiam seus créditos ameaçados. Os resultados da missão Montagu foram animadores para os visitantes ,pois, voltando a Inglaterra, os visitantes resolveram fundar a Brazil Plantations Syndicate Ltd.. Em 1924 o advogado João Sampaio instalou e colocou em funcionamento esta firma inglesa em São Paulo. No ano seguinte a companhia comprou três fazendas em São Paulo com o objetivo de produzir algodão, e também uma indústria. Este projeto, no entanto, não teve sucesso, o que fez com que houvessem mudanças nos planos. Foi então que o advogado João Sampaio persuadiu Arthur alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 5 Thomas, representante da companhia inglesa no Brasil, a tentar comprar, terrenos de títulos duvidosos no Norte do Paraná, pertencentes à Companhia Marcondes de Colonização, Indústria e Comércio. Como essa companhia estava em dificuldades financeiras, colocou sua concessão de terras como garantia de empréstimos. As perspectivas de negócios foram então ampliadas, e o contato com o governo do Estado deu aos ingleses a possibilidade de adquirirem terras devolutas para serem colonizadas. Outro fator que atraiu a atenção dos ingleses foi a existência nessas terras de um ramal ferroviário. Visualizando a possibilidade de muitos outros empreendimentos, do que apenas o plantio do algodão, a Brazil Plantation Syndicate Ltd. Foi desativada, fundando-se a Paraná Plantation Ltd. No Brasil criou-se a sua subsidiária, a Companhia de Terras Norte do Paraná – CTNP, que foi organizada por Arthur Thomas, auxiliado por João Sampaio e seu sócio Antônio de Moraes Barros. A quem defenda que o uso do termo Paraná se associa a ideia de uma preocupação com um projeto futuro de colonização e povoamento. Em 1925 a CTNP adquiriu 350 mil alqueires de terras do Estado do Paraná e continuou comprando mais terras, até completar 544.017 alqueires. A forma como a CTNP organizou a colonização de suas terras são denominadas Colonização-Dirigida, ou seja, realizada por empresas ou pelo poder público, cujo planejamento atende a vinda de colonos e onde as terras são divididas e organizados eficientes meios de comunicação e transporte, pois, seu objetivo é a venda das terras e o povoamento. As glebas compradas pela CTNP, foram pagas até três vezes: primeiro ao Estado, depois aos que possuíam títulos de posse verdadeiros ou duvidosos, e por fim aos posseiros. Isso deu credibilidade aos títulos de propriedade ofertados pela companhia. As glebas compradas foram divididas em pequenas propriedades com cerca de 30 hectares mas, existiam propriedades menores com até5 a 10 hectares. Foram separados também lotes urbanos (para dinamizar a atividade comercial) e lotes rurais. O objetivo do grupo estrangeiro no norte do Paraná foi obter o máximo de lucro. O norte quase foi usado pelos ingleses para se livrarem de uma população curda do norte do Iraque, os quais atrapalhavam seus planos de explorar o petróleo. Encontraram resistência intelectual paranaense e brasileira e desistiram. Com isso, paulistas, mineiros, nordestinos e estrangeiros foram beneficiados com a aquisição de mais de 12 mil km² das melhores terras do Brasil (terra roxa). A expansão do norte foi fruto da produção do café que, após ocupar o norte propriamente dito – Jacarezinho, Cornélio Procópio, Londrina, Apucarana, Maringá, Cianorte, Umuarama, Paranavaí, etc. – atravessou o rio Piquiri e adentrou na região oeste. Desse modo, pode-se dizer que a colonização do Norte Novo envolveu a CTNP, o Governo do Estado, os pioneiros e os migrantes/imigrantes. Em um quarto de século, surgiram na região 110 núcleos urbanos. Desse, 62 criados pela Companhia e os outros 48, por grupos organizados ou não. Como exemplo, pode-se mencionar a cidade de Londrina, sede do escritório da CTNP desde a chegada da primeira caravana da Companhia. No local chamado Patrimônio Três Bocas, que foi considerado o Marco Zero. Ela foi transformada em município só bem mais tarde, em 1934, sendo a primeira cidade fundada pela Companhia, e seu nome, uma homenagem ao capitalismo inglês. A propaganda de venda das terras foi feita tanto no Brasil quanto no exterior, a atraiu brasileiros de São Paulo, Minas Gerais e do Nordeste. Atraiu, também, imigrantes estrangeiros que já se encontravam no Brasil e fora dele. Era mais compensadora a venda para os europeus que fugiam das convulsões políticas e sociais originadas pela consolidação da URSS, pela ascensão do nazismo e fascismo e também camponeses expropriados pelo processo de desenvolvimento do capitalismo europeu. Exemplo disso foi a compra de terras paranaenses pertencentes à Companhia por judeus-alemães, que tentavam fugir às perseguições nazistas. A Segunda Guerra Mundial fez com que os ingleses revissem suas perspectivas econômicas , financeiras e, além disso, a baixa venda de terras no período entre 1930 e 1943 contribuiu para a colocação da empresa à venda. A nacionalização da CTNP fez com que ela alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 6 passasse a se chamar Companhia melhoramentos Norte do Paraná. Para a Companhia Melhoramentos, ainda havia muita terra para vender, pois, a CTNP, até 1943 teria vendido somente 30% dos lotes. Desse modo, a empresa, agora nacional, deu prosseguimento ao projeto de colonização iniciado anteriormente pela companhia inglesa. 1.3 O NORTE NOVÍSSIMO Trata-se da ocupação e colonização da região Noroeste do Paraná. Corresponde à Região do Vale do Rio Ivaí e compreende cidades como Paranavaí, Umuarama, Cianorte e Campo Mourão. De início essa parte do território, mais a Oeste, pertencia aos espanhóis (Tordesilhas), sendo que uma parte deste território fez parte da Província Real del Guairá. Durante o século XVII e XVIII, após os vários ataques dos bandeirantes, a região foi dominada para ser logo em seguida, abandonada. Ainda no século XVIII o governador de São Paulo, d. Luiz Antônio de Souza Botelho e Mourão, enviou o capitão-mor Afonso Botelho de Sampaio e Souza, para reconhecer a região. Como homenagem deste capitão, ao governador, a região ficou conhecida como Campos do Mourão. A partir de 1880, começou efetivamente o povoamento da região com expedições de Guarapuava, formada por criadores de gado. Foram eles os primeiros a se fixarem na região em 1903. A presença destas pessoas e o desenvolvimento econômico da região, criaram mecanismos de comunicação com o resto do Estado, questão precariamente resolvida com a abertura em 1906, de um picadão entre Campo Mourão e Pitanga, cidade da qual era distrito, e a construção da Estrada Boiadeira que ligava a região ao Mato Grosso. Essa deficiência de comunicação, deveu-se a falta de infraestrutura que ocorreu na região até a década de 1960. A região ao que parece, ficou oficialmente esquecida, ressurgindo o interesse somente com a Marcha para o Oeste. Era a ideia de desbravar e colonizar as terras devolutas do Estado. O governo brasileiro, para agilizar esse processo, contratava obras, pagando às empreiteiras com terras. Como o pagamento era adiantado, empresas estrangeiras beneficiaram-se disso, adquirindo terras no Estado do Paraná. O que foi o caso da Companhia Brasileira de Viação e Comércio S/A (BRAVIACO). A construção da Estrada de Ferro Central do Paraná, também foi iniciada mediante o pagamento com terras próximas à Umuarama, onde acabou originando as cidades de Pérola, Xambrê, Altônia e outras. A BRAVIACO também possuía uma gleba de 100 mil alqueires, chamada Pirapó. Situava-se entre os rios Paranapanema e Ivaí, vizinha das terras da Companhia de Terras Norte do Paraná. Apesar de oficialmente devolutas, as terras à Noroeste do Estado estavam ocupadas não só por indígenas, como por grileiros, que de acordo com o depoimento de Joaquim da Rocha Medeiros, tentaram, em grupo armado, tomar posse de diversos pontos da margem do Rio Paranapanema. Não somente desta forma, mas as próprias companhias colonizadoras acabaram se confrontando pela posse de terras nesta região.
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