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Estudar anatomia e histologia das mamas normais1. Estudar a relação do vírus HMTV e o câncer de mama 2. Estudar a fisiopatologia do câncer de mama (tipos, sintomas, alterações micro e macroscópicas do tecido) -> bases moleculares do câncer/ mutações nos receptores (fisiopato); aspectos de formação do câncer (fisiopato + imuno) 3. Estudar a epidemiologia (geral e relacionada com o HMTV), diagnóstico (precoce), fatores de risco e tratamento do câncer de mama -> tratamento tem a ver com a mutação em cada receptor 4. Estudar as respostas imunes envolvidas no câncer 5. As mamas = parede anterior do tórax, anteriormente à fáscia profunda e aos músculos peitorais; separadas deles pelo espaço retromamário. Cada mama = glândulas mamárias cercadas de tecido conectivo. As glândulas mamárias = glândulas sudoríparas apócrinas modificadas -> sua anatomia muda dependendo da idade, ciclo e status reprodutivo. As glândulas são ativas na mulher adulta após o parto (período puerperal). Neste período, o hormônio hipofisário prolactina estimula a produção de leite pela glândula, enquanto o hormônio hipotalâmico chamado ocitocina estimula a ejeção do leite. Fora do período puerperal - maior parte do tecido mamário preenchida por tecido adiposo. mamilos: cercados por uma região circular de pele pigmentada, chamada de aréola/ pequenas elevações pontuais produzidas pelas glândulas areolares (sudoríparas e sebáceas e mamárias modificadas - Montgomery). Elas produzem uma secreção antimicrobiana que protege a superfície da aréola. Drenagem linfática da mama Os linfonodos dos lóbulos mamários, mamilo e aréola drenam para o plexo linfático subareolar. Dali, cerca de 75% da linfa (principalmente dos quadrantes laterais da mama) drena para os linfonodos peitorais, e em seguida para os linfonodos axilares. O restante drena para os linfonodos paraesternais. Os linfonodos axilares drenam para os troncos linfáticos subclávios. Os linfonodos paraesternais drenam para os troncos broncomediastinais + através dos linfonodos intercostais, que estão localizados ao redor das cabeças e colos das costelas - drenam para o ducto torácico ou para os troncos linfáticos broncomediastinais. Vascularização da mama - três fontes: Ramos da artéria axilar suprem a parte lateral da mama. Estas são as artérias torácica superior, toracoacromial, torácica lateral e subescapular. Ramos da artéria torácica interna, suprem a parte medial da mama, junto com as artérias mamárias mediais. Ramos perfurantes da segunda, terceira e quarta artérias intercostais contribuem com a vascularização de todo o seio.As veias da mama seguem as artérias mencionadas anteriormente. Elas drenam para as veias axilar, torácica interna e segunda a quarta veias intercostais. INERVAÇÃO: Os ramos cutâneos anterior e lateral do segundo ao sexto nervos intercostais são responsáveis pela inervação da mama. Note que o mamilo é inervado pelo quarto nervo intercostal. Glândula mamária feminina adulta jovem normal, fora da gravidez:sistema secretor, composto por lóbulos e ductos e situado no estroma interlobular (composto por tecido fibroso denso, com alguns adipócitos) Após a menopausa predomina o tecido adiposo. LÓBULOS MAMÁRIOS: unidade secretora da mama- contorno circular, circundados por estroma interlobular (tecido fibroso denso). constituído por ácinos situados no estroma intralobular. Neste, o tecido conjuntivo é mais frouxo e contém uma população fisiológica de células inflamatórias crônicas, principalmente linfócitos. Este estroma responde às variações hormonais do ciclo menstrual normal, sendo mais edemaciado e com mais linfócitos na segunda metade do ciclo (influência combinada de estrógenos e progesterona). Fora da gravidez, como neste caso, os ácinos estão quiescentes. DUPLA POPULAÇÃO CELULAR DOS ÁCINOS MAMÁRIOS. camada interna de células epiteliais e uma camada externa de células mioepiteliais, que se destacam pelo citoplasma mais claro. A função das células mioepiteliais é contrair-se, promovendo a extrusão do leite secretado. Em lesões proliferativas da mama, a perda da dupla população é um importante elemento a favor de neoplasia. OS DUCTOS MAMÁRIOS drenam os lóbulos. Têm contorno irregular ou estrelado e também são constituídos por dupla população, de células epiteliais de revestimento (internas) e mioepiteliais (externas). Estas não formam uma camada contínua e se destacam pelo citoplasma claro, freqüentemente vacuolado. FATORES DE RISCO: O avançar da idade(acima dos 50) = acúmulo de exposições ao longo da vida e às próprias alterações biológicas com o envelhecimento (who) - Continuing reductions in the prevalence of infectious diseases and associated increases in life expectancy, along with changes in population reproductive patterns (e.g. later age at first birth) and lifestyle factors (e.g. increasing obesity) portend an ever-increasing burden of breast cancer in low- and middle-income countries [3]. Os fatores endócrinos/história reprodutivaestímulo estrogênico (endógeno ou exógeno). São eles: história de menarca precoce (idade da primeira menstruação menor que 12 anos), menopausa tardia (após os 55 anos), primeira gravidez após os 30 anos, nuliparidade, uso de contraceptivos orais (estrogênio-progesterona) e terapia de reposição hormonal pós-menopausa (estrogênio-progesterona), pessoas que não amamentam, poucos filhos.(who) Os fatores comportamentais/ambientaisingesta de bebida alcoólica, sobrepeso e obesidade, inatividade física e exposição à radiação ionizante . O tabagismo, International Agency for Research on Cancer (IARC) como agente carcinogênico com limitada evidência para câncer de mama em humanos (Iarc, 2021) radiação ionizante é proporcional à dose e à frequência . Doses altas ou moderadas de radiação ionizante (como as que ocorrem nas mulheres expostas a tratamento de radioterapia no tórax em idade jovem) ou mesmo doses baixas e frequentes (como as que ocorrem em mulheres expostas a dezenas de exames de mamografia) aumentam o risco de câncer de mama. Os fatores genéticos/hereditáriosreferem-se a mutações em certos genes, como BRCA1 e BRCA2, os mais frequentes, e também nos genes PALB2, CHEK2, BARD1, ATM, RAD51C, RAD51D e TP53 (Breast Cancer Association Consortium, 2021; Garber et al, 1991). As situações que podem indicar predisposição hereditária ao câncer de mama, e que conferem risco elevado de desenvolvimento da doença, são: possuir vários casos de câncer de mama e/ou pelo menos um caso de câncer de ovário em parentes consanguíneos, sobretudo em idade jovem, ou câncer de mama em homem também em parente consanguíneo. O câncer de mama de caráter hereditário corresponde de 5% a 10% do total de casos (Adami et al., 2008). EPIDEMIOLOGIA: Nas mulheres, exceto o câncer de pele não melanoma, os cânceres de mama (29,7%) Para o Brasil, estimam-se que 66.280 casos novos de câncer de mama, para cada ano do triênio 2020-2022= 61,61 casos novos a cada 100 mil mulheres Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama feminina ocupa a primeira posição mais frequente em todas as Regiões brasileiras, Os carcinomas mais frequentes são os ductais ou lobulares (AMERICAN CANCER SOCIETY, 2019a; BRAY et al. 2018; FERLAY et al., 2018; STEWART, WILD, 2014). No mundo, o câncer de mama é o mais incidente entre as mulheres. Em 2018, ocorreram 2,1 milhões de casos novos, o equivalente a 11,6% de todos os cânceres estimados. Esse valor corresponde a um risco estimado de 55,2/100 mil. 627 000 deaths from breast cancer worldwide No Brasil, ocorreram, em 2017, 16.724 óbitos por câncer de mama feminina, o equivalente a um risco de 16,16 por 100 mil (INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA, c2014). Female breast cancer has surpassed lung cancer as the most commonly diagnosed cancer, with an estimated 2.3 million new cases (11.7%) Leading cause of cancer death in women worldwide. Among women, breast canceraccounts for 1 in 4 cancer cases and for 1 in 6 cancer deaths, ranking first for incidence in the vast majority of countries (159 of 185 countries) (Fig. 5B) and for mortality in 110 countries (Fig. 6B). Incidence rates are 88% higher in transitioned countries than in transitioning countries (55.9 and 29.7 per 100,000, respectively) Women living in transitioning countries have 17% higher mortality rates compared with women in transitioned countries (15.0 and 12.8 per 100,000, respectively) (Fig. 7B). estrogen receptor- positive cancer, and the rates are falling for estrogen receptor-negative cancers. Explanations include the obesity epidemic, given the stronger and more consistent association of excess body weight with estrogen receptor-positive cancer,36-39 and the impact of mammographic screening, which preferentially detects slow-growing estrogen receptorpositive cancers. Breast cancer is a heterogeneous disease and hormone receptor status can separate breast cancer into distinct subgroups, ER+ PR+ , ER+ PR- , ERPR+ and ERPR- O tipo histopatológico invasivo mais comum (observado em mais de 90% dos casos) é o carcinoma ductal infiltrante (CDI) e o segundo mais comum (em 5% a 10% dos casos), o carcinoma lobular infiltrante (CLI). Os CLI: ambas as mamas e com maior frequência de doença multicêntrica, mulheres mais idosas, a sua variante clássica comumente apresenta positividade para receptores hormonais (RH) e o seu prognóstico parece ser mais favorável, podem apresentar doença metastática tardiamente para sítios característicos como meninge, peritônio e trato gastrointestinal. subtipos moleculares são: luminal A, luminal B, luminal híbrido, receptor do fator de crescimento epidérmico humano 2 (HER-2) e basal-símile(18-20); contudo, na prática clínica, para a definição do tratamento do câncer de mama, utiliza-se principalmente, além dos critérios clinico-patológicos, o status dos receptores hormonais de estrógeno (RE) e progesterona (RP) e a avaliação do status do HER-2. SINTOMAS: Inicial: geralmente assintomático, dificulta detecção precoce. nódulo endurecido na mama; espessamento, leve endurecimento ou discreto incômodo, pode ocorrer também saída espontânea de secreção pelo mamilo, e secreção hemorrágica que está mais associada á presença de lesão maligna. A dor : avançadas - alterações benignas. A retração do mamilo e da aréola - tumores maiores. mais avançadas: edema cutâneo, com dilatação dos poros: "casca de laranja"; ulcerações com infecção secundária e hemorragia. A hiperemia cutânea ocorre nos casos mais avançados ou no carcinoma inflamatório; em menor freqüência, podem ocorrer, como primeira queixa, sinais ou sintomas associados á presença de metástases linfáticas ou hematogênicas, sem tumor mamário palpável (MOHALLEM; RODRIGUES, 2007). abertura do quadro são: massa dura, irregular, indolor ou espessamento na mama ou axila; secreção espontânea, persistente, unilateral mamilar serossanguinolenta, sanguinolenta ou aquosa; ocorre também alteração no tamanho, no formato ou na textura da mama; retração ou inversão do mamilo; descamação cutânea em torno do mamilo. disseminação regional: vermelhidão, ulceração, edema ou dilatação de veias; e aumento dos linfonodos na axila. evidências de doenças metastáticas : aumento dos linfonodos na região supra clavicular ou cervical; anormalidades na radiografia de tórax, com ou sem derrame pleural; elevação da fosfotase alcalina, elevação de cálcio, cintilografia óssea positiva e/ou dor óssea relacionada com comprometimento ósseo; podem ocorrer provas de função hepática alterada (OTTO, 2002). O avanço da doença e as metástases do câncer de mama causam complicações específicas da localização do tumor, como infecções; redução da mobilidade se ocorrer metástase ósseas; alterações respiratórias, se a doença disseminar para os pulmões; e distúrbios do sistema nervoso central se o tumor produzir metástases cerebrais (BOUNDY, 2004). O Inca (2004) descreve os sintomas de maior freqüência em relação aos pacientes com câncer de mama avançado, ressaltando que os demais não devem ser esquecidos, sendo eles: a) astenia: seu manejo se dá através do tratamento das causas reversíveis (anemia, infecção, distúrbio hidroeletrolítico, entre outros) e auxílio no estabelecimento de prioridades; b) síndrome de anorexia / caquexia: é o segundo sintoma mais comum em cuidados paliativos,ocorrendo em 65-85% dos casos. Seu manejo tem como objetivo a manutenção da integridade física e não a melhora do estado nutricional do paciente; c) lesões tumorais de pele, infiltração da pele pelo tumor primário ou metastático com conseqüente desenvolvimento de ulcerações ou lesões “fungóides”, causando muitas vezes isolamento social e prejuízo emocional; d) dor: constitui o quinto sinal vital, ocorrendo em 60% 90% dos pacientes com câncer avançado. Sendo assim, torna-se mandatário o uso da “Escala Visual Analógica - EVA” (em anexo) durante a avaliação da dor em paciente com câncer de mama avançado; e) dispnéia: ocorre em 70% dos pacientes em cuidados paliativos, sendo que em 24% dos casos não há causas identificáveis. As causas identificáveis estão relacionadas a uma restrição por invasão da parede torácica e metástases pulmonares; f) alterações neurológicas/ psiquiátricas: a avaliação inicial das pacientes com câncer de mama avançado e alteração cognitiva inclui exame físico completo e exames laboratoriais; a desidratação é a causa mais comum de confusão mental e alteração de comportamento; g) depressão maior: esses quadros estão presente em 20% dos pacientes em cuidados paliativos e de ansiedade generalizada, devendo ser tratados com terapia medicamentosa, psicoterapia, estímulo à atividade física e terapia comportamental; h) delírio: manifestação neuropsiquiátrica encontrada com freqüência em pacientes com câncer avançado sendo inclusive descrito na literatura médica mundial como uma das principais indicações de sedação. Entre as possíveis causas destacamos a progressão da doença, incluindo metástases, associação medicamentosa, alterações metabólicas. São considerados sinais e sintomas suspeitos de câncer de mama e de referência urgente para a confirmação diagnóstica: Qualquer nódulo mamário em mulheres com mais de 50 anos.• Nódulo mamário em mulheres com mais de 30 anos, que persistem por mais de um ciclo menstrual. • Nódulo mamário de consistência endurecida e fixo ou que vem aumentando de tamanho, em mulheres adultas de qualquer idade. • Descarga papilar sanguinolenta unilateral.• Lesão eczematosa da pele que não responde a tratamentos tópicos.• Homens com mais de 50 anos com tumoração palpável unilateral.• Presença de linfadenopatia axilar.• Aumento progressivo do tamanho da mama com a presença de sinais de edema, como pele com aspecto de casca de laranja. • Retração na pele da mama.• Mudança no formato do mamilo.• Existem inúmeros sistemas para classificar a extensão anatômica da doença. O sistema TNM, da União Internacional Contra o Câncer (UICC) e do Comitê da Associação Americana em Câncer (AJCC) é frequentemente utilizado. Nesse sistema, T refere-se à extensão do tumor primário, N ao envolvimento de linfonodos e M à extensão da metástase. Conforme Inca (2004), a classificação TNM se dá: a)Tx - tumor não pode ser avaliado; b)Tis - carcinoma in situ; c)T1 - tumor com até 2 cm. em sua maior dimensão; d)T1 mic - carcinoma microinvasor (até 1 mm); e)T1a - tumor com até 0,5 cm em sua maior dimensão; f) T1b - tumor com mais de 0,5 e até 1 cm em sua maior dimensão; g)T1c - tumor com mais de 1 cm. e até 2 cm em sua maior dimensão; h)T2 - tumor com mais de 2 e até 5 cm em sua maior dimensão; i) T3 - tumor com mais de 5 cm. em sua maior dimensão; j) T4 - qualquer T com extensão para pele ou parede torácica; k)T4a extensão para a parede torácica; l) T4b edema (incluindo peau d'orange), ulceração da pele da mama, nódulos cutâneos satélites na mesma mama; m) T4c associação do T4a e T4b; n)T4d carcinoma inflamatório; o)Nx- Os linfonodos regionais não podem ser avaliados; p)N0 - Ausência de metástase; q)N1 – Linfonodo(s) homolateral(is) móvel(is) comprometido(s); r) N2 - Metástase para linfonodo(s) axilar(es) homolateral(is), fixos uns aos outros ou fixos a estruturas vizinhas ou metástase clinicamente aparente somente para linfonodo(s) da cadeia mamária interna homolateral;s)N2a - Metástase para linfonodo(s) axilar(es) homolateral(is) fixo(s) uns aos outros ou fixos a estruturas vizinhas; t) N2b - Metástase clinicamente aparente somente para linfonodo(s) da cadeia mamária interna homolateral, sem evidência clínica de metástase axilar; u)N3 - Metástase para linfonodo(s) infraclavicular(es) homolateral(is) com ou sem comprometimento do(s) linfonodo(s) axilar(es), ou para linfonodo(s) da mamária interna homolateral clinicamente aparente na presença de evidência clínica de metástase para linfonodo(s) axilar(es) homolateral(is), ou metástase para linfonodo(s) supraclavicular(es); v)Homolateral (is) com ou sem comprometimento do (s) linfonodo (s) axilar 28 (es) ou da mamária interna; w) N3a - Metástase para linfonodo(s) infraclavicular(es) homolateral(is); x)N3b - Metástase para linfonodo(s) da mamária interna homolateral e para linfonodo(s) axilar(es); y) N3c - Metástase para linfonodo(s) supraclavicular(es) homolateral(is); z) Mx metástase à distância não pode ser avaliada; aa) M0 ausência de metástase à distância; bb)M1 presença de metástase à distância (incluindo LFN supra- claviculares). Uma mulher de 31 anos apresentou-se para avaliação dermatológica devido a uma história de sete meses de alterações cutâneas em sua mama esquerda. Ela havia dado à luz 8 meses antes e notou um endurecimento e assimetria nas mamas um mês após o parto. Ela reclamou com o ginecologista, mas as alterações foram mal interpretadas devido à amamentação. Ela não tinha histórico pessoal ou familiar de câncer de mama ou de ovário. Ao exame físico, a mama esquerda estava menor e havia edema, eritema, endurecimento e peau d'orange (Figura 1). Adenopatias axilares esquerdas eram palpáveis. Como havia suspeita de câncer de mama, foi realizada uma biópsia de pele profunda. A coloração por hematoxilina- eosina mostrou um carcinoma ductal de alto grau com invasão dérmica. A análise molecular mostrou que o tumor era ER- negativo (receptores de estrogênio), PR-negativo (receptores de progesterona) e HER-2 (receptor do fator de crescimento epidérmico humano tipo 2) -positivo (3+). Como se tratava de paciente jovem, a oncologista solicitou uma avaliação laboratorial de possível infecção pelo vírus HMTV, a qual retornou com resultado positivo. Amostra de mastectomia contendo um carcinoma ductal invasivo muito grande da mama. À direita, o mamilo pode ser visto na pele rosada, enquanto no centro da imagem pode ser visto um grande inchaço ou tumor azul e rosa. Tecido adiposo manchado de sangue é visto nas margens do corte. Aparência macroscópica ( grosseira ) típica da superfície de corte de uma amostra de mastectomia contendo um carcinoma ductal invasivo da mama (área pálida no centro). Resposta imune celular A resposta efetora celular envolve a atividade de 5 constituintes celulares principais: 1. As células T CD8+ citotóxicas reconhecem antígenos tumor-associados que são apresentados no contexto das moléculas de classe I do complexo principal de histocompatibilidade (MHC, major histocompatibility complex) [Figura 2]. 2. As células T CD4+ auxiliares reconhecem antígenos associados a tumores que são apresentados no contexto de moléculas de classe II do MHC, com consequente liberação de citocinas (sinais auxiliares) para geração e ativação das células T citotóxicas. 3. As células NK podem destruir células tumorais de modo independente do MHC. Em vez de se ligarem diretamente aos antígenos tumor-associados, as células NK podem ter como alvo células tumorais recobertas de anticorpo, por meio de reconhecimento e ligação à porção Fc do anticorpo. As células NK também são capazes de reconhecer, ligar-se e ser ativadas pela molécula A da cadeia relacionada ao MHC de classe I (MICA, MHC class I-related chain molecule A), bem como pela molécula B (MICB), que são expressas por cânceres de origem epitelial. Função ampliada por citocinas como: interferona, IL-2 e fator de necrose tumoral (TNF) 4. Os fagócitos mononucleares (macrófagos), assim como as células NK, podem ter como alvo células tumorais recobertas com anticorpo, sendo que sua atividade citotóxica pode ser dependente da liberação de proteases destrutivas, citocinas (p. ex., fator de necrose tumoral [TNF]) e intermediários oxidativos reativos (O2-). Enzimas lisossomicas e NO 5. As CD são APC importantes que podem apresentar antígenos para ambas as células T, CD4+ e CD8+, sendo capazes de estimular uma resposta de células T naive (isto é, estimulação de uma resposta de célula T contra um antígeno ao qual esta célula não foi previamente exposta).5 As CD, como APC, podem induzir ativação ou tolerância nas células T dependendo de seu status de maturação. O status de maturação das CD é definido por seu nível de expressão de moléculas coestimulatórias (ver adiante) e pelo nível de produção de citocinas. A CD imatura pode levar à tolerância da célula T. O reconhecimento de células-alvo tumorais ou de células APC tumorais depende da ligação direta mediada por vários tipos de receptores [Figura 2].6 A especificidade da ligação é conferida pelo receptor da célula T (TCR), associado às glicoproteínas de superfície CD8 ou CD4, que reconhece o antígeno apresentado no contexto dos antígenos do MHC de classe I (reconhecido pelas células T CD8 +) ou de classe II (reconhecido por células T CD4+). O reconhecimento do antígeno e a ativação concomitante da célula T também dependem da ligação de pares receptor/molécula coestimulatória, tais como antígeno associado à função leucocitária-1/ molécula de adesão intercelular -1; CD28/B7; e CD2/antígeno associado à função leucocitária-3. A ativação da célula T auxiliar resulta em secreção de interleucina 2 (IL-2), que fornece o sinal auxiliar necessário às células T citotóxicas. A ligação da célula T ao antígeno presente em uma célula-alvo que não expressa as moléculas acessórias necessárias pode causar apoptose ou anergia na célula T e, assim, prevenir uma resposta imune. O tipo de APC, as moléculas estimulatórias presentes na APC e o milieu de citocinas no qual se dá a interação APC/célula T CD4+ resultam na indução de diferentes subgrupos de células T auxiliares. Estes subgrupos – Th1, Th2 e Th17 – são classificados conforme os tipos de citocinas que produzem. O subgrupo Th1 produz interferon-gama, o subgrupo Th2 produz IL-4 e IL-5, e o subgrupo Th17 produz IL-17. Depois da indução de ativação pela ligação efetiva entre as células T citotóxicas e as células tumorais- alvo ao nível da membrana, a verdadeira citólise da célula tumoral ocorre por meio de um dentre 2 mecanismos gerais possíveis8: (1) um mecanismo dependente de perforina (no qual enzimas da célula killer [granzimas] são liberadas por células T citotóxicas e atingem as células-alvo via poros criados pela perforina, endocitose ou captação de granzima mediada por receptor, com consequente dano à membrana da célula-alvo e subsequente necrose e apoptose) ou (2) um mecanismo que envolve a citólise da célula-alvo de forma dependente do reconhecimento da proteína de membrana Fas (expressa em algumas células tumorais) pelo Fas-ligante (expresso pelas células T killer). A ligação do Fas a seu ligante leva à geração de sinais de morte pró-apoptóticos no interior do núcleo celular, resultando na fragmentação do DNA e apoptose. Resposta imune humoral O reconhecimento de antígenos tumor-associados pelas células T auxiliares CD4+ também pode desencadear uma resposta humoral mediada por células B, com consequente produção de anticorpos que reconhecem antígenos associados ao tumor. Entretanto, a administração de anticorpos manufaturados dirigidoscontra antígenos tumor-associados pode ser útil para deflagrar uma resposta antitumoral efetiva. Especificamente, estes anticorpos podem facilitar a citotoxicidade celular dependente de anticorpos (CCDA) mediada por células NK e macrófagos. Estes anticorpos podem ser utilizados para destruir células tumorais por mecanismos diretos (p. ex., indução de apoptose ou fixação de complemento) ou indiretos. Neste último caso, os anticorpos podem ser conjugados (quimicamente associados) a toxinas celulares (p. ex., ricina ou toxina diftérica) ou radionuclídeos emissores de radiação. A ligação dos anticorpos às células tumorais resulta na morte destas a partir da internalização da toxina ou em consequência da exposição à radiação ionizante. quarta-feira, 10 de novembro de 2021 17:10 Página 1 de RI III https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/torax https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/visao-geral-e-tipos-de-tecido-conjuntivo https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/linfonodos-axilares https://stringfixer.com/pt/Mastectomy https://stringfixer.com/pt/Nipple https://stringfixer.com/pt/Gross_examination https://stringfixer.com/pt/Mastectomy DIAGNÓSTICO PRECOCE: Guideline Implemen... Basic level—Basic-level resources are the core resources or fundamental services absolutely necessary for any breast healthcare system to function. Basic-level services typically are applied in a single clinical interaction. For example, at the basic level, imaging services likely would not be available, and there would be primary emphasis on obtaining a history of symptoms of breast cancer and physical examination. This emphasis would be in the context of clinic visits for either breast problems or for other reasons. Limited level—At the limited-resource level are second-tier resources or services that are intended to produce major improvements in outcome, such as increased survival, and are attainable with limited financial means and modest infrastructure. Limited-level services may involve single or multiple clinical interactions. Examples may include targeted educational outreach to encourage women to seek medical evaluation of breast problems and diagnostic imaging, such as ultrasound and mammography, for suspicious breast lesions. Enhanced level— Third-tier resources or services that are optional but important are considered enhanced-level resources. At this level, enhanced resources should produce further improvements in outcome and should increase the number and quality of therapeutic options and patient choices. Examples include introduction of mammographic screening and image-guided biopsy. Maximal level—At the maximal level are high- level resources or services that may be used in some high-resource countries and/or recommended by breast care guidelines. An example is the use of breast magnetic resonance imaging for screening among high-risk populations on the basis of known mutation carrier status or family history highly suggestive of an inherited risk of breast cancer. A imuno-histoquímica (IHQ) descreve a positividade de receptores de estrogênio (RE) e de progesterona (RP) com percentual de acometimento. No laudo anátomo- patológico, os patologistas informam esta concentração por meio de vários índices, como a porcentagem de células positivas, ou a associação entre esta porcentagem e a intensidade de coloração (sistema de Allred), ou, ainda, associando a avaliação de possível heterogeneidade tumoral, incluindo o exame das diferentes áreas do tumor com diferentes padrões de expressão (escore H). A IHQ também quantifica a positividade de receptores HER-2 (0/3 cruzes, 1/3 cruzes, 2/3 cruzes ou 3/3 cruzes). A superexpressão do HER-2 deve ser demonstrada por exame por técnica molecular (FISH, CISH, SISHI, DISH) com resultado (razão de amplificação) maior que 2 (dois). O exame molecular está indicado para casos em que foi detectada por técnica imuno-histoquímica a expressão tumoral HER-2 em intensidade de duas ou de três cruzes, ou seja, não se indica para o resultado de 0/3 ou 1/3 cruzes. Diagnóstico Precoce: redução do estágio de apresentação do câncer (WHO, 2007) - educação da mulher e dos profissionais de saúde para o reconhecimento dos sinais e sintomas + acesso rápido e facilitado aos serviços de saúde tanto na atenção primária quanto nos serviços de referência para investigação diagnóstica. o autoexame não reduz a mortalidade pelo câncer de mama -> breast awareness, que significa estar consciente para a saúde das mamas (Thornton e Pillarisetti, 2008). mudanças habituais das mamas em diferentes momentos do ciclo de vida e os principais sinais suspeitos A orientação é que a mulher observe e palpe suas mamas sempre que se sentir confortável para tal (seja no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano), sem necessidade de aprender um técnica de autoexame ou de seguir uma periodicidade regular e fixa, valorizando a descoberta casual de pequenas alterações mamárias suspeitas. É necessário que a mulher seja estimulada a procurar esclarecimento médico, em qualquer idade, sempre que perceber alguma alteração suspeita em suas mamas. O sistema de saúde precisa adequar-se para acolher, informar e realizar os exames diagnósticos em tempo oportuno. Rastreamento: mulheres na faixa etária e periodicidade em que há evidência conclusiva sobre redução da mortalidade por câncer de mama e na qual o balanço entre benefícios e danos à saúde dessa prática é mais favorável. Os potenciais benefícios do rastreamento bienal com mamografia em mulheres de 50 a 69 anos são o melhor prognóstico da doença, com tratamento mais efetivo e menor morbidade associada. Os riscos ou malefícios incluem os resultados falso-positivos, que geram ansiedade e excesso de exames; os resultados falso-negativos, que resultam em falsa tranquilidade para a mulher; o sobrediagnóstico e o sobretratamento, relacionados à identificação de tumores de comportamento indolente (diagnosticados e tratados sem que representem uma ameaça à vida); e, em menor grau, o risco da exposição à radiação ionizante em baixas doses, especialmente se for realizado com frequência acima da recomendada ou sem controle de qualidade (INCA, 2015). O rastreamento pode ser oportunístico ou organizado. No primeiro, o exame de rastreio é ofertado às mulheres que oportunamente chegam às unidades de saúde, enquanto o modelo organizado convida formalmente as mulheres na faixa etária alvo para os exames periódicos, além de garantir controle de qualidade, seguimento oportuno e monitoramento em todas as etapas do processo. Deve ser política de saúde pública, tal como recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) (Iarc, 2016). No Brasil, conforme as Diretrizes para a Detecção Precoce do Câncer de Mama, a mamografia é o único exame cuja aplicação em programas de rastreamento apresenta eficácia comprovada na redução da mortalidade por câncer de mama -> mulheres de 50 a 69 anos uma vez a cada dois anos. A mamografia nessa faixa etária na periodicidade bienal são rotinas adotadas na maioria dos países que implantaram o rastreamento organizado do câncer de mama e baseiam-se na evidência científica do benefício dessa estratégia na redução da mortalidade nesse grupo e no balanço favorável entre riscos e benefícios. Em outras faixas etárias e periodicidades, o balanço entre riscos e benefícios do rastreamento com mamografia é desfavorável (INCA, 2015; Migowski et al. 2018). Aproximadamente 5% dos casos de câncer de mama ocorrem em mulheres com alto risco para desenvolvimento dessa neoplasia. Ainda não existem ensaios clínicos que tenham identificado estratégias de rastreamento diferenciadas e eficazes para redução de mortalidade nesse subgrupo. Portanto, recomenda-se acompanhamento clínico individualizado para essas mulheres. Alto risco de câncer de mama relaciona-se à forte predisposição hereditária decorrente de mutações genéticas. As mais comumenteassociadas são as dos genes BRCA 1 e 2 (síndrome de câncer de mama e ovário hereditários), que representam de 30 a 50% dos casos. Mas mutações genéticas também foram encontradas em outros genes como: PALB2, CHEK2, BARD1, ATM, RAD51C e RAD51D (Breast Cancer Association Consortium, 2021), TP53 (síndrome de Li- Fraumeni) e PTEN (síndrome de Cowden) (Mitchell et al, 2017; Migowski et al. 2018a). Também constitui alto risco o histórico de radioterapia supra diafragmática antes dos 36 anos de idade para tratamento de linfoma de Hodgkin (Swerdlow, 2012; Migowski et al. 2018a). De <https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-mama/profissional-de-saude> Tratamento local: cirurgia (radical/conservadora) e radioterapia (além de reconstrução mamária)• Tratamento sistêmico: quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica (terapia -alvo molecular e local); • Estádios I e II A conduta habitual consiste de cirurgia, que pode ser conservadora, com retirada apenas do tumor ou mastectomia, com retirada da mama e reconstrução mamária.A avaliação dos linfonodos axilares tem função predominantemente prognóstica. Em algumas situações, como relação tumor/mama desfavorável para cirurgia conservadora, mesmo que tumores em estágios iniciais, o tratamento neoadjuvante pode ser indicado na tentativa de se fazer um downstaging da doença e permitir uma cirurgia conservadora. Essa indicação deve levar em consideração o subtipo tumoral. Nos últimos anos, a oncoplastia mamária (cirurgias oncológicas associadas a técnicas de cirurgia plástica) vêm ganhando terreno. As mastectomias com preservação de pele e mamilotambém vem ganhando espaço como tratamento, principalmente nas doenças iniciais, quando não é possível um tratamento conservador, caso de microcalcificações extensas, por exemplo. Após a cirurgia, o tratamento complementar com radioterapiapode ser indicado em algumas situações. Já a reconstrução mamária deve ser sempre considerada nos casos de mastectomia. O tratamento sistêmico será determinado de acordo com o risco de recorrência (idade da paciente, comprometimento linfonodal, tamanho tumoral, grau de diferenciação), assim como das características tumorais que ditarão a terapia mais apropriada. Esta última baseia-se principalmente na mensuração dos receptores hormonais (receptor de estrogênio e progesterona) - quando a hormonioterapia pode ser indicada; e também de HER-2 (fator de crescimento epidérmico 2) - com possível indicação de terapia biológica anti-HER-2. Estádio III Pacientes com tumores maiores, porém ainda localizados, enquadram-se no estádio III. Nessa situação, o tratamento sistêmico (na maioria das vezes, com quimioterapia) é a modalidade terapêutica inicial. Após resposta adequada, segue-se com o tratamento local (cirurgia e radioterapia). A neoadjuvância permite não só tornar um tumor inoperável em operável, como também aumentar o número de cirurgias menos agressivas, diminuindo o número de mastectomias e linfadenectomias. Além disso, possibilita avaliar a resposta do tumor à quimioterapia ou hormonioterapia in vivo, o que fornece informações sobre o prognóstico do paciente. Estádio IV Nesse estádio, é fundamental que a decisão terapêutica busque o equilíbrio entre a resposta tumoral e o possível prolongamento da sobrevida, levando-se em consideração os potenciais efeitos colaterais decorrentes do tratamento. A modalidade principal nesse estádio é sistêmica De <https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-mama/profissional-de-saude> Quando realizado antes da cirurgia curativa, o tratamento sistêmico é chamado de neoadjuvante e tem por objetivo eliminar possíveis micrometástases, que são células que escapam da mama para outros lugares do corpo, reduzir o tamanho do tumor para facilitar a realização da cirurgia da mama, aumentar as possibilidades de tratamento cirúrgico conservador da mama e avaliar in vivo a sensibilidade do tumor ao tratamento sistêmico. Após a cirurgia curativa, o tratamento adjuvante sistêmico e/ou local também tem por objetivo eliminar possíveis micrometástases. A radioterapia, quando indicada, é realizada após o procedimento cirúrgico. Por último, o tratamento paliativo é realizado em pacientes com metástases, visando à melhoria da qualidade vida. A positividade ou não dos receptores da superfície das células do tumor é capaz de predizer a sobrevida e a resposta às opções terapêuticas dirigidas a alvos específicos. Os tumores que têm RE e/ou RP positivos e HER2 negativos são considerados de melhor prognóstico e também os mais frequentemente encontrados. Os subtipos que têm HER2 positivo, não importando se os RE e/ou RP são positivos ou negativos, têm um prognóstico intermediário. Finalmente, os subtipos que têm RE, RP e HER2 negativos, também chamados de triplo negativos (TN), são considerados, até o momento, de pior prognóstico, quando comparados ao prognóstico dos outros dois grupos (FISHER et al., 1988). Na década de 1970, foi descoberta a primeira droga-alvo em câncer de mama, um inibidor seletivo do RE, conhecido como tamoxifeno, utilizado exclusivamente para pacientes com carcinoma de mama RE e/ou RP positivos(KIANG; KENNEDY, 1977).O HER2 é um receptor transmembrana necessário à proliferação e à sobrevida das células normais. Em torno de 20% das células do carcinoma de mama têm esse receptor aumentado, o que confere maior agressividade e resistência aos tratamentos quimioterápicos. Contudo, com o desenvolvimento do anticorpo monoclonal que bloqueia a ativação do HER2 Breast cancer cells may have one, both, or none of these receptors. ER-positive: Breast cancers that have estrogen receptors are called ER- positive (or ER+) cancers. • PR-positive: Breast cancers with progesterone receptors are called PR- positive (or PR+) cancers. • Hormone receptor-positive: If the cancer cell has one or both of the receptors above, the term hormone-receptive positive (also called hormone- positive or HR+) breast cancer may be used. • Hormone receptor-negative: If the cancer cell has neither the estrogen nor the progesterone receptor, it's called hormone -receptor negative (also called hormone-negative or HR-). • Keeping the hormones estrogen and progesterone from attaching to the receptors can help keep the cancer from growing and spreading. There aredrugs that can be used to do this. A test called an immunohistochemistry (IHC) is used most often to find out if cancer cells have estrogen and progesterone receptors. The test results will help guide you and your cancer care team in making the best treatment decisions. Test results will give you your hormone receptor status. It will say a tumor ishormone receptor-positive if at least 1% of the cells tested have estrogen and/or progesterone receptors. Otherwise the test will say the tumor ishormone receptor-negative. Hormone receptor-positive (or hormone-positive) breast cancer cells have either estrogen (ER) or progesterone (PR) receptors or both. These breast cancers can be treated with hormone therapy drugs that lower estrogen levels or block estrogen receptors. Hormone receptor-positive cancers tend to grow more slowly than those that are hormone receptor-negative. Women with hormone receptor- positive cancers tend to have a better outlook in the short-term, but these cancers can sometimes come back many years after treatment. Hormone receptor-negative (or hormone-negative) breast cancers have neither estrogen nor progesterone receptors. Treatment with hormone therapy drugs is not helpful for these cancers. These cancers tend to grow faster than hormone receptor- positive cancers. If they come back after treatment, it’s often in the first few years. Hormone receptor-negative cancers are more common in women who have not yet gone through menopause. Triple-negative breast cancer cells don’t have estrogen or progesterone receptors and also don’t make too much of the protein called HER2. These cancers tend to be more common in womenyounger than 40 years of age, who are African American, or who have a mutation in the BRCA 1 gene. Triple-negative breast cancers grow and spread faster than most other types of breast cancer. Because the cancer cells don’t have hormone receptors, hormone therapy is not helpful in treating these cancers. And because they don’t have too much HER2, drugs that target HER2 aren’t helpful, either. Chemotherapy can still be useful. See Triple-negative Breast Cancer to learn more. Triple-positive cancers are ER-positive, PR-positive, and HER2-positive. These cancers can be treated with hormone drugs as well as drugs that target HER2. <https://www.cancer.org/cancer/breast-cancer/understanding-a-breast-cancer- diagnosis/breast-cancer-hormone-receptor-status.html> Molecular biology of the estrogen & progesterone receptor: The molecular mechanisms by which estrogen binds to its receptor are now well established. Estradiol diffuses across the breast epithelial membrane and binds to its receptor in the nucleus. This brings about a conformational change and estradiol bound to its receptor dimerizes with other receptors resulting in activation of estrogen- responsive genes. There are two different forms of the estrogen receptor (ER), α and β, coded for by two different genes, ESR1 and ESR2, respectively. The ER-α form is of clinical relevance, whilst the clinical significance of ER-β remains obscure. Progesterone binds in a similar fashion to estrogen to nuclear receptors. Like the ER, it is expressed in two different isoforms, PRA and PRB.However, unlike the ER these isoforms are produced by the same PR gene, the only difference being that PRA is a truncated form of PRB [7]. Breast cancer is a heterogeneous disease and hormone receptor status can separate breast cancer into distinct subgroups, ER+ PR+ , ER+ PR- , ERPR+ and ERPR- O tipo histopatológico invasivo mais comum (observado em mais de 90% dos casos) é o carcinoma ductal infiltrante (CDI) e o segundo mais comum (em 5% a 10% dos casos), o carcinoma lobular infiltrante (CLI). Os CLI: ambas as mamas e com maior frequência de doença multicêntrica, mulheres mais idosas, a sua variante clássica comumente apresenta positividade para receptores hormonais (RH) e o seu prognóstico parece ser mais favorável, podem apresentar doença metastática tardiamente para sítios característicos como meninge, peritônio e trato gastrointestinal. subtipos moleculares são: luminal A, luminal B, luminal híbrido, receptor do fator de crescimento epidérmico humano 2 (HER-2) e basal-símile(18-20); contudo, na prática clínica, para a definição do tratamento do câncer de mama, utiliza-se principalmente, além dos critérios clinico-patológicos, o status dos receptores hormonais de estrógeno (RE) e progesterona (RP) e a avaliação do status do HER-2. Pacientes com qualquer grau de positividade no resultado do exame de IHQ para receptores hormonais devem, a não ser que haja contraindicação absoluta, receber hormonioterapia adjuvante ou paliativa. Quando maior o escore de positividade na IHQ maior é o beneficio da hormonioterapia . Quando o status do HER-2 tumoral é categorizado como positivo em duas ou três cruzes ao exame de IHQ, está indicada a terapia direcionada ao receptor HER-2(26), desde que esta categorização seja confirmada pelo exame por técnica molecular com resultado (razão de amplificação) maior que 2 (dois). Quantificação/amplificação do HER-2 não se aplica para a confirmação do exame por imuno-histoquímica com resultado de uma cruz, este considerado resultado negativo Diretrizes Diagnósti... cânceres de mama são receptores hormonais positivos. Suas células têm receptores que se ligam aos hormônios estrogênio e/ou progesterona. Para esses cânceres, altos níveis de estrogênio ajudam as células cancerosas a crescerem e se disseminarem. A maioria dos tipos de terapia hormonal para câncer de mama diminuem os níveis de estrogênio ou impedem o estrogênio de atuar sobre as células cancerígenas da mama. O Tamoxifeno, por exemplo, bloqueia os receptores de estrogênio nas células do câncer de mama. Já os Inibidores da Aromatase atuam reduzindo os níveis de estrogênio no organismo, uma vez que para mulheres na menopausa o estrogênio ainda é produzido pela enzima aromatase no tecido adiposo. A terapia hormonal pode ser realizada antes da cirurgia (terapia neoadjuvante), após a mesma (terapia adjuvante) ou até mesmo para tratar recidiva da doença ou quadros avançados. Como pode-se perceber, em se tratando de tumores in situ (estádio 0) prevaleceu o tratamento local (cirurgia e radioterapia), seguido da associação com o tratamento sistêmico (quimioterapia e hormonioterapia). Existem inúmeros sistemas para classificar a extensão anatômica da doença. O sistema TNM, da União Internacional Contra o Câncer (UICC) e do Comitê da Associação Americana em Câncer (AJCC) é frequentemente utilizado. Nesse sistema, T refere-se à extensão do tumor primário, N ao envolvimento de linfonodos e M à extensão da metástase. Conforme Inca (2004), a classificação TNM se dá: a)Tx - tumor não pode ser avaliado; b)Tis - carcinoma in situ; c)T1 - tumor com até 2 cm. em sua maior dimensão; d)T1 mic - carcinoma microinvasor (até 1 mm); e)T1a - tumor com até 0,5 cm em sua maior dimensão; f) T1b - tumor com mais de 0,5 e até 1 cm em sua maior dimensão; g)T1c - tumor com mais de 1 cm. e até 2 cm em sua maior dimensão; h)T2 - tumor com mais de 2 e até 5 cm em sua maior dimensão; i) T3 - tumor com mais de 5 cm. em sua maior dimensão; j) T4 - qualquer T com extensão para pele ou parede torácica; k)T4a extensão para a parede torácica; l) T4b edema (incluindo peau d'orange), ulceração da pele da mama, nódulos cutâneos satélites na mesma mama; m) T4c associação do T4a e T4b; n)T4d carcinoma inflamatório; o)Nx - Os linfonodos regionais não podem ser avaliados; p)N0 - Ausência de metástase; q)N1 – Linfonodo(s) homolateral(is) móvel(is) comprometido(s); r) N2 - Metástase para linfonodo(s) axilar(es) homolateral(is), fixos uns aos outros ou fixos a estruturas vizinhas ou metástase clinicamente aparente somente para linfonodo(s) da cadeia mamária interna homolateral; s)N2a - Metástase para linfonodo(s) axilar(es) homolateral(is) fixo(s) uns aos outros ou fixos a estruturas vizinhas; t) N2b - Metástase clinicamente aparente somente para linfonodo(s) da cadeia mamária interna homolateral, sem evidência clínica de metástase axilar; u)N3 - Metástase para linfonodo(s) infraclavicular(es) homolateral(is) com ou sem comprometimento do(s) linfonodo(s) axilar(es), ou para linfonodo(s) da mamária interna homolateral clinicamente aparente na presença de evidência clínica de metástase para linfonodo(s) axilar(es) homolateral(is), ou metástase para linfonodo(s) supraclavicular(es); v)Homolateral (is) com ou sem comprometimento do (s) linfonodo (s) axilar 28 (es) ou da mamária interna; w) N3a - Metástase para linfonodo(s) infraclavicular(es) homolateral(is); x)N3b - Metástase para linfonodo(s) da mamária interna homolateral e para linfonodo(s) axilar(es); y) N3c - Metástase para linfonodo(s) supraclavicular(es) homolateral(is); z) Mx metástase à distância não pode ser avaliada; aa) M0 ausência de metástase à distância; bb)M1 presença de metástase à distância (incluindo LFN supra- claviculares). Human Mammary Tumor Virus (HMTV) and cancer Melana Stella .M, Marin .T, Nartey .T, Jaffer .S, Holland J.F and Pogo B.T.G Mount Sinai School of Medicine, USA Sequências retrovirais homólogas ao vírus do tumor mamário de camundongo β-retrovírus (MMTV), o agente etiológico do tumor mamário em camundongos, estão presentes em 40% dos cânceres de mama de mulheres americanas. Uma sequência de 660 pb, homóloga ao gene do MMTV sem homologia significativa com qualquer outra sequência viral ou humana relatada no GenBank, é encontrada no câncer de mama e no leite materno de 7,6% das mulheres americanas saudáveis. Uma estrutura de provírus completa com 95% de homologia com MMTVfoi isolada de dois tumores de mama humanos e denominada vírus de tumor mamário humano (HMTV). Partículas β-retrovirais de culturas primárias de células metastáticas de câncer de mama (MSSM) foram isoladas e caracterizadas como HMTV. O RNA do virion é mais de 90% homólogo ao RNA do MMTV e ao DNA proviral do HMTV. O HMTV é capaz de infectar uma variedade de células causando mudanças moleculares marcantes, como visto por experimentos de co- cultura entre células MSSM e células epiteliais da mama humanas normais, linfócitos humanos B e T e células dendríticas humanas. A expressão da proteína foi observada apenas em 10-20% das células infectadas por análise FACS sugerindo a presença de resistência inata em células humanas após a infecção por HMTV, bem como em células de câncer de mama. Os fatores de restrição retrovirais humanos APOBEC F e G, as proteínas TRIM como TRIM 1, TRIM 21 e TRIM 25 e Tetherin são todos altamente expressos em células HMTV quando medido por RT-PCR quantitativo. A ruptura do citoesqueleto e a evidência da transição mesenquimal epitelial (EMT) são alterações moleculares adicionais observadas nas células infectadas. Em conclusão, o HMTV é capaz de infectar uma variedade de células, causando mudanças moleculares marcantes. Low prevalence of human mammary tumor virus (HMTV) in breast cancer patients from Myanmar Thar Htet San1, Masayoshi Fujisawa1, Soichiro Fushimi1,2, Teizo Yoshimura1, Toshiaki Ohara1, Lamin Soe3, Ngu Wah Min4, Ohnmar Kyaw5, Xu Yang1 and Akihiro Matsukawa1* A etiologia do câncer de mama humano pode ser significativamente afetados por fatores ambientais, incluindo vírus [5, 6]. Entre eles, tumor mamário de camundongo vírus (MMTV) é um retrovírus do tipo B de transformação não aguda que causa a maioria dos tumores mamários em camundongos. MMTV induz lesões pré-malignas e malignas tumores da mama, agindo como um mutagênico ou ativando a transcrição de oncogenes [7, 8]. Em 1995, sequências retrovirais 90-95% homólogo ao MMTV foram detectados em 39% dos humanos câncer de mama nos Estados Unidos [9]. Posteriormente, um Estrutura proviral de 9,9 kb, que era 95% homóloga a MMTV, foi amplificado com sucesso a partir de dois cânceres de mama humanos. O retrovírus com o tipo MMTV sequência foi posteriormente designada mamária humana vírus tumoral (HMTV) [10]. Muito recentemente, como o MMTV sequências foram encontradas em tecidos mamários antes do desenvolvimento de câncer de mama com vírus positivo, indicando um possível papel causal no desenvolvimento do câncer de mama [11]. A prevalência de HMTV mostra heterogeneidade geográfica. Uma alta prevalência de HMTV foi detectada em América do Norte e do Sul, Austrália e Mediterrâneo países, onde a variação é de 12 a 78% (média 49,4%) [18-25]. Por outro lado, HMTV não foi detectado em Europa Central e do Norte [26–29]. BASES MOLECULARES DO CÂNCER DE MAMA FATOR DE CRESCIMENTO EPIDÉRMICO: O receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR) é um receptor de tirosina-quinase (RTK) que é frequentemente expresso em tumores epiteliais. Uma grande variedade de funções celulares é modulada pelos quatro membros da família do EGFR, e ela desempenha um papel importante na proliferação e crescimento maligno das células cancerígenasda mama1. Essa família de receptores é composta por quatro receptores homólogos: EGFR (ErbB1/EGFR/ HER-1); ErbB2 (HER-2/neu); ErbB3 (HER-3) e ErbB4 (HER-4) (Figura 142.1). Esses receptores ancorados na membrana citoplasmática são compostos por um domínio extracelular de ligação, um segmento transmembrana e um domínio intracelular de proteína TK com um segmento regulador COOH- terminal. HER-3, no entanto, é diferente dos outros membros na medida em que tem um domínio deficiente de TK. Há pelo menos seis ligantes diferentes, conhecidos como ligantes do tipo EGF, ligados ao EGFR2. Após a ligação ao ligante, o receptor ErbB torna-se ativado pela dimerização entre dois receptores idênticos (homodimerização) ou entre diferentes receptores da mesma família (heterodimerização) 3. Após a dimerização do receptor, ocorre uma cascata de ativação de atividade de múltiplas proteínas quinase e autofosforilação de tirosina, fosforilando diversos substratos intracelulares, incluindo o Ras-Raf- MAPK, PI3K-Akt e outra sinalização importante que regula a apoptose e as vias de proliferação celular4-6. A ativação de vias EGFR tem sido associada a muitos processos cruciais para a progressão do tumor, como metástases e sobrevivência, proliferação, aderência, diferenciação, migração, transformação e motilidade celular1. Vários tumores sólidos diferentes expressam EGFR excessivamente, incluindo os de mama, cabeça e pescoço, pulmão não pequenas células, ovário, cólon, glioblastoma, pâncreas e bexiga7. No câncer de mama, frequentemente há hiperexpressão de EGFR ou HER-2, conferindo comportamento clínico agressivo ao tumor e desfecho clínico reservado8,9. A hiperexpressão de EGFR é encontrada em 14 a 91% dos cânceres de mama e isso tem sido correlacionado com a progressão da doença10-12. TERAPIAS ALVO-DIRIGIDAS PARA A FAMÍLIA HER DE RECEPTORES Inúmeros agentes que têm como alvo membros isolados da família HER-2 foram desenvolvidos para uso no tratamento de câncer de mama. As abordagens terapêuticas existentes têm-se concentrado em duas classes de agentes. A primeira compreende os anticorpos monoclonais que se ligam às regiões extracelulares de HER para interferir na função do receptor (por exemplo, trastuzumabe, pertuzumabe e alguns inibidores pan-HER). A segunda classe de agentes que têm HER como alvo compreende pequenas moléculas inibidoras da tirosina-quinase (ITK) que inibem a função enzimática de membros da família HER intracelularmente. Os ITK orais incluem lapatinibe, neratinibe, canertinibe, gefitinibe e erlotinibe. Outras classes de novos agentes anti-HER-2 incluem a inibição de HSP90 que acelera a degradação de HER-2. Os inibidores de HSP90 são discutidos na seção seguinte. FATOR DE CRESCIMENTO ENDOTELIAL VASCULAR Evidências pré-clínicas e clínicas indiretas substanciais sugerem que a angiogênese desempenha um papel essencial no desenvolvimento, invasão e metástase do câncer de mama83,84. A angiogênese é um mecanismo fundamental na biologia e descreve o processo de várias etapas de formação de novos vasos sanguíneos a partir de vasos já existentes. É um processo complexo, que é rigidamente regulado por fatores pró-angiogênicos e envolve sinalização autócrina e parácrina7. Como o VEGF é essencial para o desenvolvimento de uma neovascularização em fases muito iniciais da tumorigênese, acredita -se que desempenha um papel-chave na formação de metástase tumoral. A transição de um tumor da fase “avascular” ou “pré-vascular” para a “fase vascular” (aumento do crescimento e do potencial metastático) é chamada de switch angiogênico85. Essa indução (switch) é considerada um marco do processo maligno e acredita-se que seja estimulada por um aumento da expressão de fatores pró-angiogênicos, como VEGF, bFGF e TGF -b e por uma diminuição dos fatores antiangiogênicos, como IFN-a ou trompospondina-186,87. A família do gene relacionado ao VEGF compreende seis glicoproteínas secretadas chamadas de VEGF -A, VEGF-B, VEGF-C, VEGF-D, VEGF-E e fator de crescimento placentário (PlGF)-1 e 288 (Figura 142.2). FIGURA 142.2 – Família do fator de crescimento endotelial vascular. NRP: neuropilina; PlGF: fator de crescimento placentário; VEGF-R: receptor do fator de crescimento endotelial vascular. A última década assistiu a grandes avanços no desenvolvimento de agentes terapêuticos que modulam a angiogênese do tumor. Demonstrou-se que os agentes que obstruem a via de VEGF são eficazes em inibir a angiogênese tumoral e o crescimento em modelos tumorais pré-clínicos. A melhor maneira de atacar o VEGF tem sido o tema de várias abordagens interessantes, muitas das quais já chegaram na clínica. Essas incluem: sequestro do ligante; inibição interna do receptor por ITK; inibição da mensagem de VEGF-R e inibição dos reguladores intermediáriosde regulação descendente de VEGF (Tabela 142.3). Alguns deles têm se mostrado eficazes na inibição da angiogênese do tumor e atualmente se tornaram parte importante do tratamento do câncer padrão, ou seja, bevacizumabe no cólon, pulmão, mama e carcinoma de células renais (RCC), sorafenibe no RCC e no carcinoma hepatocelular e sunitinibe no RCC e tumor do estroma gastrintestinal. ATIVAÇÃO DA APOPTOSE VIA RECEPTORES DE MORTE A apoptose é um dos mecanismos naturais responsáveis pelo controle do número de células por meio da eliminação celular programada. É necessária em processos como o desenvolvimento embrionário e tecidual e de turnover tecidual. Vários estímulos externos, como radiação ou lesão celular, são promotores de apoptose. Classicamente, duas vias estão envolvidas na apoptose: a via extrínseca, ativada por receptores de morte na superfície celular, e a via intrínseca ou via mitocondrial, que normalmente é ativada por lesão ao DNA e é controlada pelo gene de supressão tumoral p53148. Dois receptores celulares - DR4 e DR5 - estão envolvidos na ativação da apoptose, e Apo21/TRAIL é uma proteína que ativa ambos os receptores. Recentemente, o Apo21/TRAIL recombinante foi estudado em diferentes modelos pré-clínicos e demonstrou sua capacidade para induzir a apoptose em tumores, sem afetar as células normais149. Um ensaio clínico em pacientes com múltiplos tumores sólidos está em andamento150. Atualmente, dois anticorpos monoclonais dirigidos a DR4 (mapatumumabe) e DR5 (apomabe) estão atualmente em estudo de fase II em pacientes com câncer de mama. 1. As células T CD8+ citotóxicas reconhecem antígenos tumor-associados que são apresentados no contexto das moléculas de classe I do complexo principal de histocompatibilidade (MHC, major histocompatibility complex) [Figura 2]. 2. As células T CD4+ auxiliares reconhecem antígenos associados a tumores que são apresentados no contexto de moléculas de classe II do MHC, com consequente liberação de citocinas (sinais auxiliares) para geração e ativação das células T citotóxicas. 3. As células NK podem destruir células tumorais de modo independente do MHC. Em vez de se ligarem diretamente aos antígenos tumor-associados, as células NK podem ter como alvo células tumorais recobertas de anticorpo, por meio de reconhecimento e ligação à porção Fc do anticorpo . As células NK também são capazes de reconhecer, ligar-se e ser ativadas pela molécula A da cadeia relacionada ao MHC de classe I (MICA, MHC class I-related chain molecule A), bem como pela molécula B (MICB), que são expressas por cânceres de origem epitelial. Função ampliada por citocinas como: interferona, IL-2 e fator de necrose tumoral (TNF) 4. Os fagócitos mononucleares (macrófagos), assim como as células NK, podem ter como alvo células tumorais recobertas com anticorpo, sendo que sua atividade citotóxica pode ser dependente da liberação de proteases destrutivas, citocinas (p. ex., fator de necrose tumoral [TNF]) e intermediários oxidativos reativos (O2-). Enzimas lisossomicas e NO 5. As CD são APC importantes que podem apresentar antígenos para ambas as células T, CD4+ e CD8+ , sendo capazes de estimular uma resposta de células T naive (isto é, estimulação de uma resposta de célula T contra um antígeno ao qual esta célula não foi previamente exposta).5 As CD, como APC, podem induzir ativação ou tolerância nas células T dependendo de seu status de maturação . O status de maturação das CD é definido por seu nível de expressão de moléculas coestimulatórias (ver adiante) e pelo nível de produção de citocinas. A CD imatura pode levar à tolerância da célula T. O reconhecimento de células-alvo tumorais ou de células APC tumorais depende da ligação direta mediada por vários tipos de receptores [Figura 2].6 A especificidade da ligação é conferida pelo receptor da célula T (TCR), associado às glicoproteínas de superfície CD8 ou CD4, que reconhece o antígeno apresentado no contexto dos antígenos do MHC de classe I (reconhecido pelas células T CD8 +) ou de classe II (reconhecido por células T CD4+). O reconhecimento do antígeno e a ativação concomitante da célula T também dependem da ligação de pares receptor/molécula coestimulatória , tais como antígeno associado à função leucocitária-1/ molécula de adesão intercelular -1; CD28/B7; e CD2/antígeno associado à função leucocitária-3. A ativação da célula T auxiliar resulta em secreção de interleucina 2 (IL-2), que fornece o sinal auxiliar necessário às células T citotóxicas. A ligação da célula T ao antígeno presente em uma célula-alvo que não expressa as moléculas acessórias necessárias pode causar apoptose ou anergia na célula T e, assim, prevenir uma resposta imune. O tipo de APC, as moléculas estimulatórias presentes na APC e o milieu de citocinas no qual se dá a interação APC/célula T CD4+ resultam na indução de diferentes subgrupos de células T auxiliares . Estes subgrupos – Th1, Th2 e Th17 – são classificados conforme os tipos de citocinas que produzem. O subgrupo Th1 produz interferon-gama, o subgrupo Th2 produz IL-4 e IL-5, e o subgrupo Th17 produz IL-17. Depois da indução de ativação pela ligação efetiva entre as células T citotóxicas e as células tumorais - alvo ao nível da membrana, a verdadeira citólise da célula tumoral ocorre por meio de um dentre 2 mecanismos gerais possíveis8: (1) um mecanismo dependente de perforina (no qual enzimas da célula killer [granzimas] são liberadas por células T citotóxicas e atingem as células-alvo via poros criados pela perforina, endocitose ou captação de granzima mediada por receptor, com consequente dano à membrana da célula-alvo e subsequente necrose e apoptose) ou (2) um mecanismo que envolve a citólise da célula-alvo de forma dependente do reconhecimento da proteína de membrana Fas (expressa em algumas células tumorais) pelo Fas-ligante (expresso pelas células T killer). A ligação do Fas a seu ligante leva à geração de sinais de morte pró-apoptóticos no interior do núcleo celular, resultando na fragmentação do DNA e apoptose. O reconhecimento de antígenos tumor-associados pelas células T auxiliares CD4+ também pode desencadear uma resposta humoral mediada por células B, com consequente produção de anticorpos que reconhecem antígenos associados ao tumor. Entretanto, a administração de anticorpos manufaturados dirigidos contra antígenos tumor-associados pode ser útil para deflagrar uma resposta antitumoral efetiva. Especificamente, estes anticorpos podem facilitar a citotoxicidade celular dependente de anticorpos (CCDA) mediada por células NK e macrófagos . Estes anticorpos podem ser utilizados para destruir células tumorais por mecanismos diretos (p. ex., indução de apoptose ou fixação de complemento) ou indiretos. Neste último caso, os anticorpos podem ser conjugados (quimicamente associados) a toxinas celulares (p. ex., ricina ou toxina diftérica) ou radionuclídeos emissores de radiação. A ligação dos anticorpos às células tumorais resulta na morte destas a partir da internalização da toxina ou em consequência da exposição à radiação ionizante. VIA DA PROTEÍNA DE CHOQUE TÉRMICO 90 A proteína de choque térmico 90 (HSP -90) é uma proteína chaperone necessária para a estabilidade e funcionamento de várias proteínas sinalizadoras67. Muitas dessas proteínas clientes, como Akt, HER-2, Brc-Abl, c-Kit, EGFR e PDGF-α, são oncoproteínas e proteínas de sinalização celular importantes68. A inibição da função da HSP-90 induz degradação proteossômica de várias proteínas. Diversos estudos clínicos demonstraram que a HSP-90 é duas a dez vezes mais hiperexpressada em células tumorais humanas69. Embora a HSP-90 esteja associada a muitas vias celulares e efetores, tanto HER-1 como HER-2 requerem a ação da mesma para sua estabilidade, e seu mal funcionamento é capaz de perturbar a capacidade de HER-2 de formar heterodímeros após a ativação pelo ligante70. Fármacos diferentes foram desenvolvidos com o intuito de ter essas proteínas como alvo. A inibição de HSP-90 pormeio da ligação ao sítio de ligação de ADP/ATP é produzida por ansamicinas. Dados pré- -clínicos com análogos da geldanamicina (17-AAG e 17-DMAG) têm demonstrado inibição potente da função de HSP-90 nas linhas celulares de hiperexpressão de HER-2, mostrando atividade antitumoral significativa em ambas as linhas celulares e em estudos com animais71. Os dados clínicos de estudo fase II que utilizou o inibidor de HSP-90 tanespimicina72 (KOS-953, 17-AGG em Cremophor) em combinação com trastuzumabe como terapia de segunda linha em pacientes com amplificação por HER -2 mostraram evidências de atividade antitumoral boa (benefício clínico = resposta parcial + doença estável por mais de 4 meses) de 63% dos pacientes. A combinação foi bem tolerada. Diversos estudos clínicos com HSP -90 estão em andamento. FATOR DE CRESCIMENTO SEMELHANTE À INSULINA O receptor do fator de crescimento semelhante à insulina (IGF)-I (IGF-IR) é uma via evolutiva altamente conservada bem conhecida para o crescimento e desenvolvimento normais e é cada vez mais reconhecida por sua função na oncogênese. O sistema IGF é um receptor de tirosina-quinase transmembrana do tipo II que é ativado após a ligação de seus ligantes, IGF -I e IGF-II. Ambos, ligantes e receptor, desempenham um papel fundamental na regulação do metabolismo energético, tamanho do corpo, longevidade e várias funções específicas de cada órgão73,74. O sistema IGF envolve uma rede reguladora complexa e é composto por dois receptores (IGF- IR e IGF-IIR), dois ligantes (IGF-I e IGF-II) e proteínas de ligação IGF (IGFBP)74. Ambos os ligantes foram implicados em um papel fundamental no desenvolvimento, manutenção e progressão de vários cânceres. Estudos epidemiológicos e estudos clínicos fornecem indícios de concentração plasmática elevada de ligação e maior risco de câncer de mama75. A expressão do IGF-1R é ubíqua e sua ativação tem sido implicada na proliferação celular em vários parênquimas. No câncer de mama primário IGF-1R apresentou 43,8% de expressão; no entanto, a expressão nesse estudo não tem nenhuma correlação com a evolução clínica76. Em outro estudo, de 136 amostras de câncer de mama, 39% eram positivas para IGF-IR e a expressão de IGF-IR estava correlacionada com o estado do receptor de estrogênio e a sobrevida livre de doença77. Novas evidências mostram que a resistência ao trastuzumabe em alguns tumores de câncer de mama é causada pela ativação da sinalização de IGF-1R e o bloqueio da atividade da IGF-1R pode superar a resistência ao trastuzumabe. Nos modelos de células de câncer de mama que apresentam hiperexpressão de HER-2, um aumento do nível de sinalização de IGF-IR parece interferir na ação do trastuzumabe. Essa evidência sugere que o IGF-IR interage com HER-2 exclusivamente em células resistentes ao trastuzumabe e, quando IGF-IR é inibida, ocorre uma redução na fosforilação de HER-2 apenas nas células resistentes78. Atualmente, existem várias estratégias contra o sistema IGF, como: reduzir a concentração de IGF -I com anticorpos monoclonais e atacar o IGF-IR com anticorpos antirreceptores, causando a regulação para baixo do receptor, ou usando ITK de pequenas moléculas (Tabela 142.2). INIBIDORES DE FARNESIL TRANSFERASE As proteínas Ras desempenham um papel fundamental na transdução de sinais celulares estimuladores do crescimento e a mutação do gene ras leva à ativação constante da proteína, resultando em proliferação celular descontrolada. Portanto, mutações pontuais no proto-oncogene Ras resultam em Ras permanentemente ativo e são oncogênicas. Em geral, uma mutação de Ras foi encontrada em aproximadamente 30% de todos os cânceres127 e essa via torna-se um alvo atraente para o desenvolvimento de fármacos anticâncer. Embora a frequência de mutações Ras em câncer de mama seja inferior a 2%, foi descrita uma hiperativação da proteína Ras128. Há vários compostos em ensaios pré-clínicos e clínicos que almejam vários estágios da cascata de sinalização de Ras. Essas abordagens consistem em: inibição de expressão de Ras por meio de oligodeoxinucleotídeos antisense; interferência nos inibidores de farnesil transferase (IFT); inibidores efetores downstream de Ras via inibidores MEK, PI3K e outros. Atualmente, existem três IFT em desenvolvimento clínico. INIBIDORES DA VIA PI3K/AKT/PTEN A via de sinalização fosfatidilinositol-3-quinase (PI3K) é fundamental para muitos aspectos das principais funções celulares como crescimento, proliferação, sobrevida, angiogênese e motilidade137. Estudos recentes indicam que vários componentes da via PI3K/ AKT são direcionados pela amplificação, mutação e translocação mais frequentemente do que qualquer outra via em pacientes com câncer, com consequente ativação da via137. A ativação aberrante da via contribui para a tumorigênese, as metástases do tumor e resistência à terapia padrão do câncer. Em contraste com a p53 e outras vias de supressão tumoral, PI3K é ativado no câncer, tornando este um alvo ideal para terapia. PI3-quinases são classificados em três classes com base na sua estrutura primária e especificidade de substrato138. Rapamicina e seu análogo éster, CCI-779, interferem exclusivamente na progressão do ciclo celular da fase G1 para a fase S em resposta a estímulos proliferativos, bloqueando a translação de RNAm de proteínas essenciais do ciclo celular139 (Figura 142.3). O ER é essencial para a tomada de decisão do tratamento, o papel do PR é menos bem definido. Os pacientes ER + serão elegíveis para terapia hormonal independentemente do estado de PR, e a entidade ERPR + é muito rara. Para mulheres com câncer de mama ER +, 5 anos de tamoxifeno adjuvante, um modulador seletivo do receptor de estrogênio, reduz a taxa anual de mortalidade por câncer de mama em 31%, independentemente do uso de quimioterapia ou da idade. Também houve evidência clínica de que o câncer de mama ER + PR + responde ao tamoxifeno melhor do que os cânceres de mama ER + PR-, com uma sugestão de que a falta de expressão de PR em tumores ER + pode ser um marcador substituto de vias de sinalização de fator de crescimento aberrante que poderiam contribuir para a resistência ao tamoxifeno, e a retirada completa do estrogênio pelos inibidores da aromatase em mulheres na pós- menopausa pode ser melhor para pacientes com esses tumores. baixo ER ou PR ou alta expressão de HER2 foi associado a um alto risco de recorrência com anastrazol ou tamoxifeno [53]. Outro aspecto importante do papel de ER e PR na decisão do tratamento é quando ocorre a recidiva. Foi demonstrado que há instabilidade nos receptores hormonais ao longo da progressão do tumor. Um em cada três pacientes experimentará alteração no status de ER e PR, portanto, é importante fazer a biópsia do local metastático para obter o status do receptor de hormônio antes do tratamento Página 2 de RI III https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-mama/profissional-de-saude https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-mama/profissional-de-saude https://www.cancer.org/cancer/breast-cancer/treatment/hormone-therapy-for-breast-cancer.html https://www.cancer.org/cancer/breast-cancer/treatment/hormone-therapy-for-breast-cancer.html https://www.cancer.org/cancer/breast-cancer/understanding-a-breast-cancer-diagnosis/breast-cancer-her2-status.html https://www.cancer.org/cancer/breast-cancer/about/types-of-breast-cancer/triple-negative.html https://www.cancer.org/cancer/breast-cancer/understanding-a-breast-cancer-diagnosis/breast-cancer-hormone-receptor-status.html https://www.cancer.org/cancer/breast-cancer/understanding-a-breast-cancer-diagnosis/breast-cancer-hormone-receptor-status.html Página 3 de RI III Página 4 de RI III
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