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ANATOMIA: SISTEMA DIGESTÓRIO 1 Canal Anal CANAL ANAL O canal anal estende-se da face superior do diafragma da pelve até o ânus. Ele começa no nível da alça formada pelo músculo puborretal. O canal anal é circundado por dois esfíncteres, o externo e o interno, que necessitam estar relaxados para que ocorre a defecação. Esfíncter interno do ânus O músculo esfíncter interno do ânus é involuntário e circunda o 2/3 superior do canal anal. Ele apresenta uma contração tônica estimulada por fibras simpática do plexo retal superior (periarterial) e hipogástrico; já o seu relaxamento é feito pela fibras parassimpáticas intrínseca do plexo mioentérico e pelos nervos esplâncnicos pélvicos. Esse esfíncter fica tonicamente contraído para evitar flatos ou saída de fezes, mas a chegada de fezes no reto faz a estimulação do relaxamento dessa estrutura e permite a defecação (se o esfíncter externo estiver relaxado também). Esfíncter externo do ânus Trata-se de um grande esfíncter voluntário localizado no 1/3 inferior do canal anal. A musculatura do esfíncter externo está dividida em 3 partes: subcutânea, superficial e profunda. O músculo esfíncter externo do ânus é suprido principalmente por S4 através do nervo anal inferior, embora sua parte profunda também receba fibras do nervo para o músculo levantador do ânus, em comum com o puborretal, com o qual se contrai em uníssono para manter a continência quando o esfíncter interno está relaxado. Estruturas anatômicas Internamente, o canal anal apresenta uma série de estrias longitudinais, chamadas de colunas anais (elas apresentam os ramos terminais da artéria e veia retais superiores). A junção anorretal (transição entre o reto e o canal anal) é indicada pelas extremidades superior das colunas anais; nesse local, a ampola do reto tem um estreitamento abrupto para atravessar o diafragma da pelve. Na extremidade inferior das colunas anais existem as válvulas anais, que, superiormente a elas e entre as colunas anais adjacentes, apresentam os seios anais. Esses seios, quando comprimidos pelas fezes, liberam muco que ajuda na evacuação. O local de encontro das colunas anais com as válvulas anais forma a linha pectinada, que indica a junção da parte superior do canal anal com a parte inferior, partes as quais apresentam vascularização, inervação e drenagem linfática distintintas. Irrigação arterial do canal anal É feita pelas seguintes artérias: • A. retal superior → irriga acima da linha pectinada • As. retais inferiores → irriga abaixo da linha pectinada, os músculos adjacentes e a pele perianal • Aa. retais médias: auxiliam na vascularização formando anastomoses entre as artérias anteriores. Drenagem venosa do canal anal A drenagem venosa é feita por meio dos plexos venosos retais internos. • Superiormente à linha pectinada: drenam para a veia retal superior, que é tributária da veia mesentérica inferior, que tributa ao sistema porta. • Inferiormente à linha pectinada: drenam para as veias retais inferiores, que são tributárias da VCI As veias retais médias (tributárias das veias ilíacas internas) drenam principalmente a túnica muscular externa da ampola do reto e formam anastomoses com as veias retais superiores e inferiores. Além das abundantes anastomoses venosas, os plexos retais recebem várias anastomoses arteriovenosas (AAV) das artérias retais superiores e médias. Internamente no canal anal, esses plexos submucosos fazem projeções no em direção ao lúmen anal, formando coxins anais nas posições lateral esquerda, anterolateral direita e posterolateral direita, no ponto de fechamento do canal anal. Como esses coxins contêm plexos de veias saculares ANATOMIA: SISTEMA DIGESTÓRIO 2 capazes de receber sangue arterial diretamente através de várias AAV, têm flexibilidade e turgor variáveis e formam um tipo de válvula unidirecional que contribui para o fechamento normalmente hermético para gases e líquido do canal anal. Drenagem linfática do canal anal Superiormente à linha pectinada, os vasos linfáticos drenam profundamente para os linfonodos ilíacos internos e por meio deles para os linfonodos ilíacos comuns e lombares. Inferiormente à linha pectinada, os vasos linfáticos drenam superficialmente para os linfonodos inguinais superficiais, assim como a maior parte do períneo. Inervação do canal anal A inervação do canal anal superior à linha pectinada é feita pelo plexo hipogástrico inferior, incluindo fibras aferentes simpáticas, parassimpáticas e viscerais. As fibras simpáticas mantêm o tônus do músculo esfíncter interno do ânus. As fibras parassimpáticas inibem o tônus do músculo esfíncter interno do ânus e provocam contração peristáltica para defecação. A parte superior do canal anal, assim como o reto superior a ela, situa-se abaixo da linha de dor pélvica; todas as fibras aferentes viscerais seguem com as fibras parassimpáticas até os gânglios sensitivos de nervos espinais S2–S4. A inervação do canal anal inferior à linha pectinada é a inervação somática derivada dos nervos anais (retais) inferiores, ramos do nervo pudendo. Portanto, essa parte do canal anal é sensível à dor, ao toque e à temperatura. As fibras eferentes somáticas estimulam a contração do músculo esfíncter externo do ânus, que é voluntário.
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