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Livro-Texto CUSTOS E PREÇOS UNIP 2021 Unidade I

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Autores: Prof. Edson Conceição Júnior
 Prof. Manuel Meirelles
Colaboradores: Prof. Flávio Martin
 Profa. Divane Alves da Silva
 Profa. Viviane Paes
Custos e Preços
Professores conteudistas: Edson Conceição Júnior / Manuel Meirelles
Edson Conceição Júnior
Possui especialização Lato Sensu em Administração Financeira (1995), graduação em Ciências Contábeis (1994) e 
em Administração (1988), todos pela Universidade de Sorocaba – Uniso.
Tem experiência na área de Administração e Consultoria, com ênfase em Avaliações Periciais Judiciais e 
Extrajudiciais, atua como perito judicial em diversas Comarcas das Justiças Estadual, Federal e do Trabalho, e perito 
assistente de inúmeros escritórios de advogados e empresas diversas.
Exerce a função de professor universitário e gerente contábil administrativo da Cooperativa de Eletrificação e 
Desenvolvimento da Região de Itu e Mairinque – Cerim, empresa permissionária do setor de energia elétrica.
Manuel Meirelles
É doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade de São Paulo (2006) e pós-doutorado pelo Centro 
de Estudos Avançados (CEA) da Universidade de Córdoba (Argentina), doutorado em Ciências, na área de Gestão em 
Saúde pela Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina (2005), tem mestrado em Administração de 
Empresas pela Universidade Paulista (2000) e graduação em Administração.
Atua como administrador e consultor de empresas nos campos: competitividade, estratégia competitiva, 
instrumentos de gestão e indicadores. É coordenador, pesquisador e professor de programa de doutorado e de mestrado 
profissional em Administração.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
C744c Conceição Júnior, Edson.
Custos e Preços / Edson Conceição Júnior, Manuel Meirelles. - 
São Paulo: Editora Sol, 2020.
176 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Custeio. 2. Precificação. 3. Preço de venda. I. Meirelles, 
Manuel. II. Título.
CDU 657.47
U505.30 – 20
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Kleber Nascimento de Souza
 Vitor Andrade
Sumário
Custos e Preços
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 TERMINOLOGIA, CLASSIFICAÇÃO E ELEMENTOS FORMADORES DE CUSTOS .......................... 11
1.1 Contabilidade de custos .................................................................................................................... 15
1.2 Contabilidade gerencial ..................................................................................................................... 15
1.3 Bases para o conhecimento de custos ........................................................................................ 16
1.4 Termos utilizados na contabilidade de custos – distinção entre gasto, 
investimento, custo, despesa, perda e desembolso ....................................................................... 16
1.5 Considerações sobre os gastos........................................................................................................ 18
1.6 Classificação dos custos em relação ao volume de produção ........................................... 19
1.6.1 Custos fixos ............................................................................................................................................... 19
1.6.2 Custos variáveis ....................................................................................................................................... 19
1.7 Classificação dos custos em relação aos produtos fabricados .......................................... 21
1.7.1 Custos diretos ........................................................................................................................................... 21
1.7.2 Custos indiretos ....................................................................................................................................... 21
2 ELEMENTOS FORMADORES DE CUSTOS ................................................................................................. 23
2.1 Materiais .................................................................................................................................................. 23
2.2 Mão de obra ........................................................................................................................................... 24
2.2.1 Gastos gerais de fabricação ou CIF (Custos Indiretos de Fabricação) ............................... 24
2.3 Impostos recuperáveis ........................................................................................................................ 24
2.4 Sistema de inventário periódico ou sistema de inventário permanente? .................... 26
2.5 Métodos de avaliação de estoques ............................................................................................... 26
2.5.1 Peps/Fifo – Primeiro a entrar, primeiro a sair (first in, first out) .......................................... 26
2.5.2 Ueps/Lifo (last in, first out) ................................................................................................................. 28
2.6 Média ponderada móvel ou custo médio................................................................................... 29
2.7 Métodos de custeio ............................................................................................................................. 31
2.8 Custeio por absorção e custeio variável ..................................................................................... 32
2.9 Análise dos critérios de rateio ......................................................................................................... 33
2.10 Aplicação do custeio por absorção ............................................................................................. 36
2.11 Custeio por absorção com departamentalização .................................................................. 39
2.12 Aplicação dos custos indiretos de fabricação (CIF) .............................................................. 39
2.13 Conceitos de departamento e sua classificação ................................................................... 40
2.14 Centros de custos .............................................................................................................................. 41
2.15 Custeio por absorção com departamentalização ................................................................. 42
2.16 Outros aspectos da contabilidade de custos – custos de materiais diretos .............. 48
2.17 Apuração de custos em produção por ordem ........................................................................49
2.18 Apuração de custos em produção contínua ........................................................................... 51
2.19 Apuração de custos em produção conjunta ........................................................................... 51
3 CUSTEIO VARIÁVEL ......................................................................................................................................... 52
3.1 Objetivos de sua aprendizagem ...................................................................................................... 52
3.1.1 Introdução ................................................................................................................................................. 52
3.2 Conceito de margem de contribuição ......................................................................................... 53
3.3 Custeio variável ..................................................................................................................................... 55
3.4 Distinção entre custeio por absorção e custeio variável...................................................... 58
4 CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES (ABC) E CUSTO PADRÃO ...................................................... 66
4.1 Introdução ............................................................................................................................................... 67
4.1.1 Apuração dos custos das atividades ............................................................................................... 67
4.1.2 Alocação dos custos das atividades aos produtos .................................................................... 70
4.2 Utilização do ABC para avaliação de desempenho ................................................................ 75
4.3 ABC e o custeio variável .................................................................................................................... 76
4.4 Vantagens e desvantagens do custeio baseado em atividades ......................................... 77
4.5 Custos para controle ........................................................................................................................... 81
4.5.1 Introdução ................................................................................................................................................. 81
4.6 Custo padrão .......................................................................................................................................... 83
4.6.1 Custo padrão estimado ........................................................................................................................ 83
4.6.2 Custo padrão ideal ................................................................................................................................. 84
4.6.3 Custo padrão básico ou corrente ..................................................................................................... 84
4.7 Análise das variações de materiais diretos e mão de obra .................................................. 85
4.7.1 Variações de materiais diretos ........................................................................................................... 85
4.7.2 Variações de mão de obra direta ...................................................................................................... 86
4.8 Análise das variações dos custos indiretos ................................................................................ 87
4.9 Aplicação dos custos para controle .............................................................................................. 88
Unidade II
5 ANÁLISE CUSTO-VOLUME-LUCRO ............................................................................................................ 92
5.1 Introdução ............................................................................................................................................... 93
5.2 Comportamento dos custos fixos, variáveis e receita de venda ....................................... 93
5.3 Conceito de ponto de equilíbrio .................................................................................................... 95
5.3.1 Ponto de equilíbrio contábil, econômico e financeiro ............................................................. 98
5.3.2 Margem de contribuição e aplicação do ponto de equilíbrio contábil para 
N produtos ..........................................................................................................................................................103
5.3.3 Ponto de equilíbrio: síntese ..............................................................................................................108
6 PREÇOS E CUSTOS – FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDAS COM BASE NO 
CUSTO DO PRODUTO .......................................................................................................................................112
6.1 Premissas da análise e maximização dos lucros ....................................................................113
6.2 A precificação e as receitas da empresa ...................................................................................119
6.3 Break-even point, ou ponto de equilíbrio ou, ainda, ponto de nivelamento ............121
6.4 Calculando a quantidade de equilíbrio Q* ...............................................................................123
6.5 A maximização do lucro ..................................................................................................................124
6.6 O mark-up .............................................................................................................................................126
6.7 O mark-up divisor ..............................................................................................................................129
Unidade III
7 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA .........................................................................................................134
7.1 Modelo de precificação ou de formação do preço de venda ...........................................137
7.1.1 Custos, preços e lucros na fase de nascimento ....................................................................... 138
7.1.2 Custos, preços e lucros na fase de crescimento ...................................................................... 139
7.1.3 Custos, preços e lucros na fase de maturidade ....................................................................... 139
7.1.4 Custos, preços e lucros na fase de estabilidade ...................................................................... 140
7.1.5 Custos, preços e lucros na fase de envelhecimento ...............................................................141
8 PRECIFICAÇÃO PELO MARK-UP E PRECIFICAÇÃO MAXIMIZANTE.............................................142
8.1 Precificação pelo mark-up ..............................................................................................................142
8.2 Função demanda ................................................................................................................................143
8.2.1 Função de demanda por meio de softwares estatísticos .................................................... 144
8.2.2 Função demanda calculada manualmente pelo método dos mínimos quadrados .. 146
8.2.3 Função demanda usando a calculadora financeira HP-12C .............................................. 150
8.3 Noções de função derivada ............................................................................................................152
8.4 Equação da demanda por meio da reta de regressão usando o Excel .........................153
8.5 Algumas regras fundamentais de derivação ...........................................................................154
8.6 Cálculo de preços maximizantes da receita ............................................................................155
8.7 Preço de venda que maximiza o lucro .......................................................................................1569
APRESENTAÇÃO
Esta disciplina trata da determinação dos custos de produtos ou serviços e dos correspondentes 
preços. Ela está dividida em três unidades que se complementam: a primeira e a segunda referem-se à 
análise de custos, em que você aprenderá os conceitos associados a diversos tipos de custos, a analisar 
custos e lucros por meio do custeio por absorção e custeio variável; será capaz de calcular e interpretar 
os efeitos das variações provocadas pelo uso de cada um destes tipos de custeio. Compreenderá, ainda, 
as finalidades e utilidades do custo padrão e da utilização do custeio baseado em atividades (ABC) para 
determinar os custos dos produtos.
Na terceira unidade, referente à formação do preço de venda, saberá como pode estabelecer os 
preços de venda de um produto ou serviço produzido, considerando quatro aspectos fundamentais: 
custo do produto ou do serviço, composto de marketing, concorrentes e clientes. Para isso, aprenderá 
a estabelecer o preço tendo em conta a estrutura de mercado, as implicações quanto à natureza do 
produto ou serviço, os diferentes tratamentos da concorrência e a vantagem competitiva da empresa, 
além do tipo de cliente e sua percepção de valor.
Observe que para estabelecer o preço de venda, além de levar em conta o custo do produto, deve 
considerar, entre outras coisas, a estrutura de mercado e o composto de marketing. A estrutura de 
mercado refere-se principalmente à quantidade de concorrentes; o composto de marketing é, em geral, 
conhecido pelos “quatro pês” (4 Ps) do marketing, também chamados de mix de marketing e representam 
os pontos fundamentais de uma estratégia de marketing: produto, preço, praça e promoção.
INTRODUÇÃO
A disciplina Custos e Preços pretende provocar uma reflexão sobre o registro e a gestão de custos e 
preços, sempre enfatizando os aspectos relativos à tomada de decisão nas empresas.
Com tal reflexão, espera-se que observem quão vasto é o campo e quão ampla é a importância da 
contabilidade para os ramos financeiro, custos e gerencial. Acredita-se que, com isso, sejam capazes 
de reconhecer as informações originadas pela Contabilidade Financeira e aplicá-las na formação da 
estrutura de custos dos produtos e serviços prestados.
Veremos que conhecer os custos dos produtos e dos serviços é condição essencial para bem gerir 
uma empresa, independentemente do tipo e porte, seja comercial, seja industrial.
Nesta disciplina será estudada também a formação do preço de venda e quais elementos devem ser 
considerados para especificar o preço de um produto, pois saberemos que o preço de venda assume um 
papel significativo no processo de geração de caixa e rentabilidade do empreendimento.
Vamos estudar na parte da formação do preço de venda (ou precificação ou, ainda, apreçamento), 
outros aspectos essenciais. São eles:
• Preços e custos.
10
• Preços e composto de marketing.
• Preços e concorrência.
• Preços e clientes.
Com esse conteúdo, será possível gerir um negócio, precificar um serviço, analisar os custos 
envolvidos em cada produto ou serviço, além de identificar outros aspectos que certamente 
influenciam no preço.
11
CUSTOS E PREÇOS
Unidade I
1 TERMINOLOGIA, CLASSIFICAÇÃO E ELEMENTOS FORMADORES DE CUSTOS
Nesta primeira unidade vamos conhecer os principais conceitos relacionados a custos e, desta 
forma, seremos capazes de identificar os métodos de custeio empregados na apuração dos custos, bem 
como compreender melhor os objetivos da contabilidade de custos e o significado de custos e despesas. 
Tomaremos contato com a terminologia aplicada e a classificação dos custos, os elementos formadores 
do custo, assim como sua classificação em relação ao produto, e ao momento de ocorrência. Serão 
apresentados tipos de custeios, suas variações e características, vantagens e desvantagens da utilização 
de cada método:
• Custeio por absorção com rateio simples e por meio de departamentalização.
• Custeio baseado em atividades, conhecido também como ABC.
• Custeio variável, conhecido também como custeio direto.
• Custos para controle, conceito e diferenças de custo padrão.
No fim desta unidade, teremos o entendimento do que trata a contabilidade de custos, sua utilização 
e aplicação nos diferentes ramos de atividades, sejam eles industriais, comerciais e de serviços, bem 
como a nomenclatura usada para a definição dos termos que compõem o custo de produção de um 
produto industrial.
Conheceremos os principais aspectos de apuração de custos, distinguindo custos diretos e custos 
indiretos, custos variáveis e custos fixos, além de compreender os passos para aplicação dos custos e as 
implicações do uso de critérios de rateio distintos e utilização de centro de custos.
Entendendo a sistemática do método de custeio baseado em atividades (ABC), aprenderemos como 
podem ser apropriados os custos das atividades aos produtos, e como o ABC pode ser utilizado para 
avaliar desempenho.
Reconheceremos a problemática da alocação arbitrária dos custos indiretos fixos, e o conceito de 
margem de contribuição e sua utilidade como ferramenta gerencial.
Com o conceito de custos para controle, seremos capazes de calcular e analisar as variações de 
quantidade, variações de preço e variações mistas, que é um tópico bastante importante para análise, 
controle e acompanhamento da empresa, possibilitando-nos distinguir o que é custo padrão, corrente 
e estimado. Para isso, é preciso conhecer a origem da contabilidade de custos.
12
Unidade I
Objetivos da aprendizagem
• Conhecer como surgiu a contabilidade de custos.
• Assimilar o que são custos empresariais.
• Entender a contabilidade de custos como ferramenta de gestão.
• Identificar a classificação dos custos e despesas.
• Conhecer os critérios de rateio e mecanismos de custeio.
Qual a origem e os conceitos da contabilidade de custos?
A contabilidade de custos teve seu princípio na Revolução Industrial a partir do momento em 
que as organizações, até aí mercantilistas, passaram a comprar matéria-prima para transformar 
em novos produtos.
Segundo Martins (2009), a contabilidade de custos nasceu da Contabilidade Financeira quando 
havia a necessidade de avaliar os estoques na indústria especificamente. Anteriormente os produtos 
eram fabricados por artesãos, sendo que estes eram constituídos por pessoas físicas, que pouco se 
preocupavam com os custos de seus produtos.
Todavia, naquela época, o processo de produção era muito semelhante ao processo artesanal, 
que entendia por custo basicamente a matéria-prima e a mão de obra, que eram sem dúvida os mais 
relevantes. Com o desenvolvimento e o emprego cada vez mais intensivo das máquinas no processo 
de produção, os novos custos apareceram, tornando bem mais complexos os métodos para medi-
los. A complexidade destes métodos contábeis conseguiram solucionar progressivamente com mais 
rapidez os custos de fabricação, dando origem à contabilidade de custos, concebida como um 
instrumento para resolução dos problemas da mensuração monetária dos estoques e do resultado 
das organizações, não sendo, num primeiro momento, utilizada como ferramenta gerencial de 
administração (SCHIER, 2006).
A forte expansão da globalização dos mercados nos últimos tempos aumenta os desafios dos 
gestores na incessante caminhada rumo à rentabilidade dos negócios e na busca do aperfeiçoamento 
dos processos administrativos. Para atingir este objetivo, a presença de profissionais capacitados se faz 
cada vez mais necessária em todos os empreendimentos e atividades nos mais diversos níveis. Há algum 
tempo se administrava intuitivamente e se atingia o sucesso, porém na atualidade, dada a acirrada 
competitividade e as imposições do mercado, a qualidade e a necessidade da informação gerencial se 
estendem pelos ramos da administração empresarial.
Neste cenário, surgem os conceitos de contabilidade de custos. Conforme Leone (2000, p. 16),
a contabilidade de custos é o ramo da Contabilidade que se destina a 
produzir informações para os diversosníveis gerenciais de uma entidade, 
13
CUSTOS E PREÇOS
como auxílio às funções de determinação de desempenho, de planejamento 
e controle das operações e de tomada de decisão.
Com a concorrência cada vez mais acirrada entre as empresas, fruto da globalização e das recentes 
crises mundiais, torna-se imprescindível que as companhias se voltem mais ainda para a gestão de 
custos como ferramenta fundamental de gestão estratégica de custos e, em alguns casos, até mesmo 
para tentar garantir a continuidade da instituição.
Apesar de parecer óbvio, muitas empresas não se dão conta de que em um mercado competitivo, 
de concorrência livre, aumentar o preço repercute normalmente de forma negativa no volume de 
vendas. Assim, para tentar aumentar os lucros, elas precisam buscar de forma continuada a redução 
dos custos, logo, não podem se descuidar de outras informações relativas aos produtos e serviços, 
tais como, avaliação mais precisa e permanente dos estoques, controle e mensuração de desempenhos 
individualizados por linha de produtos e serviços, entre outros.
Nesse sentido, a utilização de um adequado sistema de custos é vital em quaisquer tipos de atividades, 
notadamente naquelas com fins lucrativos que demandam o estabelecimento de preços de produtos ou 
serviços. É importante ressaltar ainda que os preços dos produtos e serviços não são determinados de 
forma integral pelos custos, mas principalmente pelo mercado.
Entretanto, um correto sistema de apuração de custos é fundamental tanto no processo de apuração 
de custos para fins de publicação das demonstrações contábeis (contabilidade financeira), quanto no 
processo de tomada de decisão pela empresa (contabilidade gerencial). Embora a contabilidade de 
custos atenda tanto à contabilidade financeira quanto à contabilidade gerencial, é possível depreender 
que esteja mais ligada à gerencial pelo suporte que fornece ao progresso decisório (SILVA; LINS, 2017).
Atualmente um número significativo de empresas de serviços se utiliza dos conceitos de custos no 
custeamento de seus serviços, em especial nas entidades em que se trabalha por projeto (instituições de 
engenharia, escritórios de auditoria, planejamento etc.), e mesmo sociedades comerciais e financeiras 
utilizam-se da expressão contabilidade de custos quando, à primeira vista, só existem despesas.
A generalização dessa terminologia se deve não só ao uso das técnicas daquela disciplina, mas à ideia 
de que tais entidades são produtoras de utilidades e, por isso, possuem custos. Estes se transformam 
imediatamente em despesas, sem que haja uma fase de estocagem, como no caso da indústria de bens, 
entretanto a aplicação da terminologia não deixa de ser apropriada (SILVA; LINS, 2017).
Ainda que a contabilidade de custos seja uma técnica utilizada para identificar, mensurar e 
informar os custos dos produtos e serviços, portanto, mais próxima das atividades de fabricação, seus 
fundamentos podem ser aplicados com razoável facilidade aos diversos ramos de atividade, bastando 
para isso determinar os objetivos e as finalidades do custeio.
Nesta linha, Bomfim e Passarelli (2008) definem a contabilidade de custos como sendo aquela 
que se destina à geração de informações contábeis de interesse dos usuários internos à empresa, 
servindo de apoio indispensável a decisões gerenciais das mais diversas naturezas, coletando, 
14
Unidade I
classificando e registrando os dados operacionais das diversas atividades da entidade, denominados 
dados internos, bem como, algumas vezes, coleta e organiza dados externos. As informações 
captadas podem ser tanto monetárias como físicas. É neste ponto que reside uma das grandes 
potencialidades da contabilidade de custos: a combinação de dados monetários e físicos resulta em 
indicadores gerenciais de grande poder informativo.
Podemos afirmar então que a contabilidade de custos atende aos gestores das mais diversas 
empresas dos mais variados ramos de atividade, vez que acumula, organiza, analisa e interpreta os 
dados operacionais, monetários e físicos, e tais indicadores são combinados no sentido de produzir, para 
os muitos níveis de administração e de operação, relatórios com as informações de custos solicitados.
A contabilidade de custos, através da coleta detalhada dos dados operacionais de vários tipos, que 
podem ser históricos, estimados (futuros), padronizados e produzidos, gera informações de custos 
diferentes, atendendo assim as diferentes necessidades gerenciais. Dentre os seus principais objetivos 
estão: avaliação dos estoques, atendimento às exigências fiscais, determinação dos resultados, 
planejamento, formação do preço de venda, controle gerencial, avaliação de desempenho, controle 
operacional, análise de alternativas, estabelecimento de parâmetros, obtenção de dados orçamentários 
e tomada de decisão. Torna-se evidente portanto a importância da contabilidade de custos para o bom 
desempenho dos administradores e gestores de negócios.
Se analisarmos bem, o conhecimento da estrutura de custos de uma empresa está ligado a fatores 
determinantes:
• Determinação do lucro: em que são empregados os dados extraídos da contabilidade e processados 
de maneira que gerem informações mais úteis à gestão.
• Tomada de decisão: que está muito ligada à produção e a responder a questões como: o que 
produzir? Quanto produzir? Como e quando fabricar? Além de influenciar na formação de preços 
e na escolha de produção própria ou terceirizada.
• Controle das operações: controle de todos os recursos produtivos como os estoques, manutenção 
de padrões de operação e orçamento, e a comparação entre o previsto e o realizado.
Através da contabilidade de custos é possível atender as necessidades gerenciais de três tipos:
• Informações sobre a rentabilidade e o desempenho de diversas atividades da entidade.
• Auxílio no planejamento, controle e desenvolvimento das operações.
• Informações para a tomada de decisão.
Assim, vamos precisar entender alguns conceitos envolvidos na contabilidade de custos, pensamentos 
esses que comumente causam alguma “confusão” entre os leigos, mas que são de extrema importância 
para os gestores desempenharem suas funções plenamente.
15
CUSTOS E PREÇOS
1.1 Contabilidade de custos
Na indústria, custos aplica-se ao departamento de produção das empresas, tendo como objetivo 
controlar os diversos gastos envolvidos na fabricação dos produtos, tais como, mão de obra direta e 
indireta, materiais diretos (matérias-primas, embalagens e insumos) e gastos gerais de fabricação, 
também chamados de custos indiretos de fabricação (energia elétrica, depreciação e aluguéis da 
fábrica etc.).
A contabilidade de custos surgiu da necessidade de adaptação às empresas industriais dos 
critérios da contabilidade geral ou financeira utilizados com sucesso no controle do patrimônio 
das sociedades comerciais. Enquanto na contabilidade geral ou financeira busca-se o controle do 
patrimônio da sociedade como um todo, na contabilidade de custos o fim imediato é a avaliação 
de estoques e do resultado.
Com o crescimento das empresas e o consequente distanciamento dos administradores, a 
contabilidade de custos passou a ser vista como um importante instrumento de auxílio da função 
gerencial. Surgiu, assim, a denominada Contabilidade gerencial.
1.2 Contabilidade gerencial
Esse novo ramo da contabilidade, que tem como finalidade o fornecimento de informações necessárias 
ao controle e tomada de decisão pelos administradores, por ser relativamente novo, ainda carece de 
aperfeiçoamentos, cabendo reforçar a importância de adaptações dos critérios da contabilidade de 
custos para o bom desempenho dessa nova função gerencial.
Os custos de uma empresa resultam da combinação de diversos fatores, como a capacitação 
tecnológica, produtiva e de processos, gestão, estrutura organizacional, qualificação da mão de 
obra, entre outros. Nos custos está refletida uma série de variáveis, tanto internas como externas, 
que justificam a utilizaçãoda contabilidade de custos para: o auxílio ao controle e a ajuda na 
tomada de decisões.
Partindo dessa premissa, as organizações se utilizam da contabilidade de custos para tornarem-se 
cada vez mais atraentes, respondendo de forma positiva às várias mudanças ocorridas tanto no âmbito 
interno quanto externo de sua organização. Concorrentes, clientes, governo, avanços tecnológicos 
etc. são fatores que de modo direto influenciam no crescimento e, consequentemente, na existência 
de uma organização.
Assim sendo, elas devem exercer um constante controle de seus gastos a fim de continuarem 
consolidadas ou se consolidarem no mercado. Como no mundo globalizado a facilidade de encontrar 
o produto desejado é cada vez maior, a empresa necessita de fatores que a tornem mais atraente 
em detrimento às demais. E respondendo à essa necessidade de sobrevivência, o conhecimento dos 
elementos de formação do preço de venda dos produtos e serviços constitui-se em uma vantagem 
competitiva relevante para as organizações.
16
Unidade I
1.3 Bases para o conhecimento de custos
Quanto mais estruturada for a empresa, melhores serão os resultados obtidos por meio de um 
sistema de custos. Essa estrutura mistura metas simples e um tratamento complexo de dados, o que nos 
obriga a definir seus objetivos. Uma instituição apura seus custos com vistas:
• Ao entendimento de exigências legais quanto à apuração de resultados de suas atividades e 
avaliação de estoques.
• Ao conhecimento dos custos para a tomada de decisões corretas e o exercício de controles 
(MEGLIORINI, 2007).
Custos atendem tanto à contabilidade financeira quanto à contabilidade gerencial; na primeira, no 
que se refere às exigências legais, que dependem da adequação dos seus métodos de apuração de custos 
aos princípios contábeis e conformidade com as normas e a legislação vigente. Já na contabilidade 
gerencial, quando utilizada para a tomada de decisão, podem-se empregar quaisquer métodos de 
custeio capazes de fornecer as informações necessárias à gestão da empresa.
1.4 Termos utilizados na contabilidade de custos – distinção entre gasto, 
investimento, custo, despesa, perda e desembolso
• Gastos: sacrifícios necessários à obtenção de um bem ou serviço. Representam desembolsos 
imediatos ou a promessa de desembolsos futuros. Eles têm um sentido amplo, abrangendo 
investimentos, custos ou despesas.
• Investimentos: gastos que têm como contrapartida um ativo.
• Custos: gastos relativos a bens ou serviços utilizados na produção de outros bens ou serviços.
• Despesas: representam os bens ou serviços consumidos direta ou indiretamente para a obtenção 
de receitas. Gastos relativos aos demais departamentos, como venda e administrativo.
• Desembolso: representa o pagamento resultante da aquisição de um bem ou serviço. Não se 
confunde com o gasto, uma vez que pode acontecer em momentos distintos. Exemplo: em uma 
compra a prazo, o gasto se dá quando da transferência da propriedade do bem, ocorrendo o 
desembolso no momento do pagamento.
• Perda: representa um bem ou serviço consumido de forma anormal e involuntária. Exemplo: 
obsoletismo de estoque, perdas com incêndio. Assim como as despesas, as perdas vão diretamente 
à conta de resultado. Adiante estabeleceremos a diferença entre perdas normais e anormais.
Em uma empresa comercial, que compra mercadoria para revender, os custos estão alocados 
basicamente no estoque. Já em uma companhia que produz e vende qualquer que seja o tipo de produto, 
apresenta um desenho geral, e os gastos podem ocorrer nas diversas maneiras, conforme os conceitos 
17
CUSTOS E PREÇOS
apresentados. À esquerda dos esquemas estão os principais departamentos da empresa e, à direita, os 
tipos de gastos direcionados para cada departamento conforme sua ocorrência.
Almoxarifado
Escritório central
Fábrica
Filiais e lojas de fábrica
Custos
Despesas
Figura 1 – Ocorrência dos custos e despesas
A figura anterior nos mostra que os custos ocorrem na área produtiva da empresa, ou seja, na fábrica 
ou fora dela quando a produção é terceirizada. Já as despesas só acontecem na área que compreende 
a administração e o comercial, uma vez que estes setores contribuem para a obtenção das receitas e 
apresentam gastos para sua própria manutenção.
Almoxarifado
Escritório central
Fábrica
Filiais e lojas de fábrica
Investimentos 
e perdas
Figura 2 – Ocorrência dos investimentos e das perdas
Na figura anterior é possível observar que tanto os investimentos quanto as perdas podem ocorrer 
em qualquer área da empresa. Quanto aos desperdícios, advêm toda vez que não se atinge o que poderia 
ser obtido normalmente. Assim, gasta-se mais do que o necessário e ocorre de maneira oculta, insidiosa, 
sem que se perceba imediatamente a sua ocorrência (DUBOIS; KULPA; SOUZA, 2006).
18
Unidade I
1.5 Considerações sobre os gastos
Alguns cuidados devem ser tomados quando da separação entre os gastos que representam custos 
e as despesas, respeitando-se certos princípios contábeis:
• valores irrelevantes devem ser considerados como despesas (princípios do conservadorismo 
e materialidade);
• valores relevantes, que têm sua maior parte considerada como despesa, com a característica de se 
repetirem a cada período, devem ser considerados na sua íntegra (princípio do conservadorismo);
• valores com rateio extremamente arbitrário também devem ser considerados como despesa 
do período;
• gastos com pesquisa e desenvolvimento de novos produtos podem ter dois tratamentos: como 
despesas do período em que incorrem, ou como investimento para amortização na forma de 
custo dos produtos a serem elaborados futuramente.
 Lembrete
Os conceitos básicos da contabilidade de custos são: gasto (que é o 
sacrifício financeiro); desembolso (pagamento); investimento (que são 
gastos ativados em virtude da sua vida útil); perda (consumo de modo 
involuntário); custo (que são gastos para uso na produção); e despesa (que 
é um gasto para obtenção de receita).
De posse do conhecimento e da habilidade de diferenciar e classificar cada item de gastos em uma 
empresa, com base na compreensão das terminologias e classificações, haverá suporte suficiente para o bom 
entendimento do que é o custeio por absorção, sua finalidade e sua metodologia.
 Saiba mais
Para ter uma ideia clara do que é a Demonstração de Resultados, acesse 
o link da companhia Vale.
VALE. Demonstrações financeiras. [on-line]. Disponível em: <http://www.
vale.com/brasil/PT/investors/information-market/financial-statements/
Paginas/default.aspx>. Acesso em: 14 jun. 2018.
A fim de encontrar o referido valor, utilize o sistema de custeio por 
absorção. Em todas as empresas de capital aberto, há exigência legal de que 
estas quantias sejam calculadas.
19
CUSTOS E PREÇOS
1.6 Classificação dos custos em relação ao volume de produção
A classificação dos custos em relação ao volume de produção dará ênfase às quantidades 
produzidas, sendo subdivididos os custos em fixos e variáveis. Nosso objetivo é apresentar os 
principais aspectos da forma de apuração de custos, pois se entende como função de acumulação 
de custos qualquer segmento da entidade em que se deseje apurá-los. Para isso, vamos conhecer 
outras classificações de custos.
1.6.1 Custos fixos
Os custos fixos independem do volume de produção, dentro de um período relevante, ou seja, não 
apresentam qualquer variação em razão do nível de produção. Eles, em termos gráficos, se comportarão 
paralelamente ao eixo das quantidades, tendo em conta não sofrerem variação, independentemente 
da quantia produzida. Ou seja, se uma indústria cerâmica que produz aparelhos de jantar fizer um 
milhão de peças ou uma única peça, seus custos fixos permanecerão iguais. Graficamente tem-se o 
comportamento dos custos fixos conforme a figura a seguir.
Custo $
Custo fixo
Volume de atividade
Figura 3 – Comportamento dos custos fixos no curto ou médio prazo
Então, se o aluguel da área de produção for, por exemplo, de R$ 500, esse valor nãovaria com a 
unidade produzida, nem tende a mudar no curto prazo, como dois, três ou mais meses. Se a empresa 
produzir 100 unidades, terá que pagar o valor integral do aluguel, em caso de 1 unidade também.
 Observação
Perceba outra coisa, o custo fixo não se inicia no zero. Isso porque, 
independentemente de qualquer volume produzido, ele vai existir (como 
falamos, fabricando ou não terá que pagar o aluguel; vendendo ou não o 
produto, teremos que pagar o aluguel no fim do mês).
1.6.2 Custos variáveis
Os custos variáveis se alteram por conta do volume da produção, ou seja, sempre apresentarão 
algum grau de variação em razão das quantidades produzidas. Graficamente os custos variáveis se 
apresentam conforme mostra a figura a seguir.
20
Unidade I
Custo $ Custo variável
Volume de atividade
Figura 4 – Comportamento dos custos variáveis
Perceba que com o aumento da atividade ou do volume produzido, maiores serão os custos. Caso o 
volume de uma atividade fosse, por exemplo, de 50 unidades, o custo variável total seria de $ 100; se a 
produção aumentasse para 70 unidades, o custo variável total seria de $ 140; caso a produção fosse de 
25 unidades, ele seria de $ 50, e assim sucessivamente. Portanto, ele muda com a variação do volume de 
produção. Diferentemente do custo variável, que pode começar do zero, por exemplo, se não produzir, 
não tem consumo de matéria-prima.
Todavia em médio ou longo prazo, o dono do imóvel pode resolver aumentar o valor do aluguel; 
ou então, vamos supor que para supervisionar uma produção de 200 itens a empresa precise de um 
supervisor (que será sua mão de obra direta); contudo, se a produção se elevar para 500 unidades, 
ela vai precisar de dois supervisores, então seu custo fixo com mão de obra se eleva, mas ele se 
mantém para mais um intervalo de produção. Nesse caso, o comportamento do custo fixo seria 
como exibido na sequência.
Custo $
Custo fixo
Volume de atividade
Figura 5 – Comportamento dos custos no médio e longo prazo
 Lembrete
Custos variáveis são aqueles que, quanto maior a quantidade fabricada, 
maior seu consumo. Portanto, variam de acordo com o volume de 
produção; logo, materiais diretos são custos diretos. Exemplo: matéria-
prima. Já os custos fixos, são aqueles que independentemente de aumentos 
ou diminuições do volume produzido permanecerão constantes por um 
período de tempo. Exemplo: aluguel da fábrica.
21
CUSTOS E PREÇOS
1.7 Classificação dos custos em relação aos produtos fabricados
Quanto aos produtos fabricados, os custos podem ser classificados e alocados de acordo com certas 
medidas relativas ao consumo ou até mesmo ter seus valores arbitrados, seja através de critérios de 
rateio ou por meio de estimativas. Em relação aos produtos ou serviços prestados, o tipo de classificação 
mais utilizado é aquele que os divide em custos diretos e indiretos.
1.7.1 Custos diretos
Segundo Dutra (2003), os custos diretos e indiretos são classificados de acordo com a possibilidade 
de alocação de cada custo diretamente a qualquer tipo diferente de produto ou de função de custo e a 
impossibilidade de sua alocação no momento da ocorrência do custo.
Para Martins (2009), a aplicação dos custos aos produtos feitos ou serviços prestados, e não à produção 
em geral ou dos departamentos dentro da empresa, pode ser direta ou indireta. Constam a seguir as 
definições desses custos.
Os custos diretos são apropriados aos produtos ou serviços de forma objetiva, porque há uma 
forma de medição clara de seu consumo durante a produção. Um exemplo são as matérias-primas, 
pois normalmente a empresa conhece a quantidade exata consumida em cada produto, bem como 
sabe o preço de aquisição, e, assim, tem condições de apropriar diretamente o valor consumido de 
matéria-prima em qualquer produto fabricado. Exemplificando: uma determinada mercadoria utiliza 
em sua composição 1,5 kg de certa matéria-prima que custa $ 7,00/kg. Sendo assim, o consumo de 
matéria-prima desse produto indicado será $ 7,0 x 1,5= $ 10,50.
1.7.2 Custos indiretos
Diferentemente dos custos diretos, no caso dos custos indiretos não é possível alocar os produtos 
sem que sejam realizados alguns cálculos e distribuí-los aos diferentes produtos fabricados, uma 
vez que são de difícil mensuração e apropriação a cada produto elaborado ou serviço prestado. 
Tal impossibilidade ou dificuldade pode se dar em função de se virar antieconômico realizar tais 
procedimentos. Torna-se de extrema serventia a classificação dos custos em direto e indireto no 
caso da utilização do método de custeio por absorção, que será apresentado a seguir.
• Custos diretos: podem ser diretamente apropriados aos produtos, havendo uma medida de 
consumo. Exemplos: quilogramas, materiais consumidos, horas de mão de obra utilizada etc.
• Custos indiretos: não oferecem condições de medida objetiva e qualquer tentativa de alocação 
tem que ser feita de maneira estimada e muitas vezes arbitrária. Exemplos: aluguel, salário da 
supervisão e das chefias.
Em caráter especial, o material de consumo com valor irrelevante, a depreciação que tem o seu valor 
estimado e arbitrado, e a energia elétrica pela não existência de um sistema de mensuração do quanto é 
consumido por cada produto são exemplos de custos diretos, porém são considerados como custos indiretos.
22
Unidade I
Sendo assim, podemos concluir que, dentro dos custos indiretos estão os custos indiretos propriamente 
ditos e também os custos diretos tratados como indiretos em razão de sua irrelevância ou da dificuldade 
de mensuração.
A mão de obra é outro custo que pode ser direto e indireto. Mão de obra direta (MOD) engloba os 
gastos com o pessoal que trabalha e atua diretamente sobre o produto que está sendo elaborado ou 
o serviço que está sendo prestado (pessoal do chão de fábrica) e mão de obra indireta (MOI) ocorre 
quando não há aplicação direta sobre a fabricação do produto ou o serviço que está sendo prestado 
(pessoal da chefia, supervisão, manutenção, controle, contabilidade), porém, não é possível determinar 
com precisão quanto cabe a cada produto ou serviço. A classificação de direto e indireto é usada apenas 
para custo.
E quanto às despesas? A mesma classificação pode ser aplicada, assim teremos os custos e despesas 
diretos e indiretos, e também custos e despesas fixos ou variáveis. Por exemplo:
• Custos e despesas fixos: são aqueles que permanecem constantes, independentemente das 
quantidades produzidas ou vendidas. Exemplos: salário do gestor; aluguéis; seguros etc.
• Custos e despesas variáveis: comissão dos vendedores com base nas vendas; impostos sobre 
faturamento, fretes etc.
 Observação
Todos os custos podem ser classificados em fixos ou variáveis e diretos 
e indiretos ao mesmo tempo. Os custos variáveis são sempre diretos por 
natureza, embora possam às vezes ser tratados como indiretos por razões 
de irrelevância e economia.
Afinal, qual a característica que diferencia o custo direto do indireto e o variável do fixo?
O que distingue os custos diretos e indiretos é a capacidade de alocação aos produtos. Os custos 
diretos nos permitem uma alocação direta, clara e objetiva; com os custos indiretos não é tão fácil 
assim, pois não temos essa medida direta, mas devemos utilizar formas subjetivas de critérios de 
rateios. Quanto aos custos variáveis e fixos, essas duas classificações estão relacionadas com o volume 
produzido. Os custos variáveis mudam conforme a produção, enquanto os custos fixos independem 
do volume produzido.
Agora sabemos como classificar os gastos, que o gasto incorrido na produção da mercadoria ou 
execução de um serviço (área produtiva) é classificado como custo, e, ainda, que o gasto incorrido 
na gestão e comercialização do produto ou serviço (área administrativa, financeira e comercial) é 
categorizado como despesa. Aprendemos ainda que, podem ser identificados em direto e indireto, 
isso por conta do produto ou serviço, e fixo e variável devido ao volume de produção. Esses gastossão os que compõem o custo empresarial.
23
CUSTOS E PREÇOS
2 ELEMENTOS FORMADORES DE CUSTOS
Relembrando alguns conceitos já estudados, vimos que toda vez que uma empresa pretende 
obter bens, seja para uso, troca, transformação ou consumo, ou mesmo utilizar algum tipo de serviço 
será necessário que ela efetue um gasto, que, conforme sua aplicação, será classificado como custo, 
investimento, despesas e até mesmo perdas.
Custo empresarial compreende a soma dos gastos com bens e serviços aplicados ou consumidos na 
produção de outros bens.
Os gastos que se destinam à obtenção de bens de uso da instituição (computadores, móveis, 
máquinas, ferramentas, veículos etc.) ou aplicações de caráter permanente (compra de ações de 
outras empresas, de imóveis, de ouro etc.) são considerados investimentos, bem como os gastos 
com a obtenção dos bens destinados à troca (mercadorias), transformação (matéria-prima, material 
secundário e material de embalagem) ou consumo (material de expediente e limpeza) enquanto eles 
ainda não foram trocados, transformados ou consumidos.
Quando os gastos são efetuados para obtenção de bens e serviços que são aplicados na produção 
de outros bens, eles correspondem a custos. Quando a matéria-prima, o material secundário e o 
material de embalagem deixam de ser estoques, passando para o processo de fabricação, os valores 
gastos em sua obtenção passam da fase de investimentos para a fase de custos.
Quando os gastos são efetuados para obtenção de bens ou serviços aplicados na área 
administrativa, comercial ou financeira, visando direta ou indiretamente a obtenção de receitas, 
eles correspondem a despesas.
Vamos nos concentrar nos custos e despesas e entender quais são os elementos que formam 
os custos.
2.1 Materiais
Os materiais utilizados na fabricação ou prestação de um serviço podem ser classificados em:
• Matérias-primas: são os materiais principais que entram em maior quantidade na fabricação do 
produto. Para uma indústria de móveis de madeira, é a madeira; para uma indústria de confecções, 
é o tecido; para uma indústria de massas alimentícias, é a farinha.
• Materiais secundários: aqueles que entram em menor quantidade na fabricação do produto. Eles 
são aplicados com a matéria-prima, complementando-a ou até mesmo dando o acabamento 
necessário ao produto. Para uma indústria de móveis de madeira: pregos, cola, verniz, dobradiças, 
fechos etc.; para uma indústria de confecções: botões, zíperes, linha etc.; para uma indústria de 
massas alimentícias: ovos, manteiga, fermento, açúcar etc.
• Materiais de embalagem: destinados a acondicionar ou embalar os produtos, antes que 
eles saiam da área de produção. Eles, em uma indústria de móveis de madeira, podem 
24
Unidade I
ser as caixas de papelão, que embalam os móveis desmontados; em uma indústria de 
confecções, caixas ou sacos plásticos; em uma indústria de massas alimentícias, caixas ou 
sacos plásticos etc.
2.2 Mão de obra
Compreende os gastos com pessoal envolvido na produção da empresa industrial, englobando 
salários, encargos sociais, refeições e estadias, seguros etc. Estão subdivididos em:
• Mão de obra direta: gasto com pessoal diretamente envolvido na produção ou prestação do 
serviço e que é alocado de forma objetiva ao produto ou serviço, sem necessidade de rateio.
• Mão de obra indireta: gasto com pessoal envolvido na produção ou prestação do serviço, 
porém, de forma indireta, ou seja, atuam parcialmente, desenvolvendo suas atividades em 
vários produtos e serviços, e, para serem alocados aos produtos ou serviços, é necessário adotar 
um critério de rateio.
2.2.1 Gastos gerais de fabricação ou CIF (Custos Indiretos de Fabricação)
Compreendem os demais gastos necessários para a fabricação dos produtos, como: aluguéis, 
energia elétrica, serviços de terceiros, manutenção da fábrica, depreciação, seguros diversos, 
material de limpeza, óleos e lubrificantes para as máquinas, pequenas peças para reposição, 
telefones e comunicações etc.
2.3 Impostos recuperáveis
Na compra de qualquer material/matéria-prima, identificamos nas notas fiscais impostos, sendo 
alguns recuperáveis e outros não.
Os impostos recuperáveis são aqueles que não geram custos para a empresa, uma vez que são 
compensáveis com os impostos incidentes sobre a venda, e mesmo que não haja venda suficiente para 
compensar, o montante gerado na compra permanece no ativo da empresa. Para efeito desse estudo, os 
impostos recuperáveis abordados serão o ICMS e o IPI, sendo os demais aplicados de forma semelhante 
a este processo.
Exemplo:
A empresa ABC S/A adquiriu 500 peças de matéria-prima, ao preço de $ 2 cada. Sobre o valor incidiu 
ICMS, com uma alíquota de 18% e IPI com alíquota de 12%. A base de cálculo para o ICMS e o IPI será 
$ 1.000, resultado de 500 x $ 2, sendo o valor do ICM embutido no preço e o IPI acrescido ao total dos 
produtos. Qual é o custo efetivo do produto adquirido?
25
CUSTOS E PREÇOS
Resolução:
Tabela 1 
Quantidade Valor unitário Total
500 $ 2 $ 1.000
IPI 12% $ 120
Total da nota $ 1.120
ICMS destacado 18% $ 180
Valor bruto na compra de material $ 1.120,00:
(-) ICMS 18% $ 180,00
(-) IPI 12% $ 120,00
Custo líquido $ 820,00
 
Sendo a contabilização da seguinte forma.
D – Estoque de material $ 820,00
D – ICMS a recuperar $ 180,00
D – IPI a recuperar $ 120,00
C – Fornecedores $ 1.120,00
Na ficha de controle de estoque:
Tabela 2 
Estoque inicial Compras Estoque final
Quant. Valor unitário
Valor 
total Quant.
Valor 
unitário
Valor 
total Quant.
Valor 
unitário Valor total
- - - 500 pç $ 1,64 $ 820,00 500 pç $ 1,64 $ 820,00
Será que o estoque interfere no custo de um produto ou serviço?
A gestão dos estoques é fundamental para o gerenciamento das sociedades, uma vez que o 
resultado obtido (lucro ou prejuízo) está diretamente relacionado a ele. Para controlar os estoques, 
para a área de custos, são dois os sistemas utilizados, o sistema de inventário periódico e o sistema 
de inventário permanente.
26
Unidade I
2.4 Sistema de inventário periódico ou sistema de inventário permanente?
No sistema de inventário periódico, todas as compras e vendas do período são registradas 
para, no fim do exercício, realizar-se a contagem física dos estoques, o chamado inventário físico. 
É o famoso “fechado para balanço”, no qual o valor do custo das mercadorias vendidas pode ser 
definido pela equação:
Custo das mercadoria vendidas = estoque inicial + compras - estoque final
ou
CMV = EI + C - EF
No sistema de inventário permanente, o custo da mercadoria ou produto vendido é determinado 
no momento em que é efetuada a venda, e para isso a empresa deve manter um controle contínuo 
sobre as entradas e saídas dos materiais e mercadorias (compras e vendas em quantidades e valores), 
de forma a dispor a qualquer instante da situação atualizada dos estoques e do custo dos produtos e 
das mercadorias vendidas. Assim, nesse sistema de administração de estoques, será possível possuir 
informações básicas para o planejamento das compras, evitando-se a falta de mercadorias e insumos 
ou compras em excesso, além de proporcionar o acompanhamento da evolução do resultado contábil 
no decorrer do exercício.
2.5 Métodos de avaliação de estoques
Existem diversos métodos para determinar o valor dos estoques. Os principais e mais frequentemente 
utilizados são: Peps (primeiro a entrar, primeiro a sair) ou Fifo (first in, first out); Ueps (último a entrar, primeiro 
a sair) ou Lifo (last in, first out); média ponderada móvel ou custo médio. Veja em detalhes cada método:
2.5.1 Peps/Fifo – Primeiro a entrar, primeiro a sair (first in, first out)
No Peps, o custo das compras efetuadas primeiro é utilizado para valorizar as quantidades vendidas, 
e, dessa forma, obter o valor do CMV (custos das mercadorias vendidas). Assim, à medida que ocorrem 
as vendas, dá-se a baixa das primeiras compras. Veja o exemplo a seguir.
Partindo de um saldo inicial deestoques igual a zero, determinada empresa comercial efetuou as 
seguintes operações:
Tabela 3 
Operação/Data Quantidades (unidades)
Preço 
unitário Preço total
Compra – 8/2 5 20,00 100,00
Compra – 9/2 6 21,00 126,00
Venda – 10/2 4 38,00 152,00
Compra – 11/2 7 21,50 150,50
Venda – 12/2 8 40,00 320,00
27
CUSTOS E PREÇOS
Tabela 4 
Empresa: _________________________________________________________________________________
Produto:_______________________________Modelo: ______________________________________________
Fornecedor: ________________________________________________________________________________
Quantidade mínima de estoque: ___________________________________________________________________
Datas
Entradas Saídas Saldos
Quant.
Valores
Quant.
Valores
Quant.
Valores
Unit. Total Unit. Total Unit. Total
8/2 5 20,00 100,00 5 20,00 100,00
9/2 6 21,00 126,00 56
20,00
21,00
100,00
126,00
10/2 4 20,00 80,00 16
20,00
21,00
20,00
126,00
11/2 7 21,50 150,50
1
6
7
20,00
21,00
21,50
20,00
126,00
150,50
12/2
1
6
1
20,00
21,00
21,50
20,00
126,00
21,50
6 21,50 129,00
O valor final dos estoques corresponde a R$ 129,00 (R$ 21,50 x 6 unidades). Os custos das 
mercadorias vendidas equivalem à soma da coluna dos valores totais das saídas, ou seja:
R$ 80,00 + R$ 20,00 + R$ 126,00 + R$ 21,50 = R$ 247,50.
Ou: CMV = EI + C - EF
CMV= 0,00 + 376,50 - 129,00= R$ 247,50.
O total das vendas foi de:
4 unidades x 38,00 = R$ 152,00
8 unidades x 40,00 = R$ 320,00
 R$ 472,00
Sendo assim, o lucro bruto foi de:
Vendas R$ 472,00 
(-) CMV R$ 247,50
 R$ 224,50
28
Unidade I
2.5.2 Ueps/Lifo (last in, first out)
O método Ueps tem funcionamento inverso ao Peps, visto que nele avalia-se o estoque através do 
processo no qual o último produto que entra é o primeiro a sair. Assim, ele consiste em utilizar o custo 
das compras efetuadas por último para valorizar as quantidades vendidas, e, dessa forma, obter o valor 
do CMV, ou seja, à medida em que ocorrem as vendas, dá-se a baixa das últimas mercadorias compradas. 
Se considerarmos o exemplo anterior, teremos:
Tabela 5 
Operação/Data Quantidades (unidades)
Preço 
unitário Preço total
Compra – 8/2 5 20,00 100,00
Compra – 9/2 6 21,00 126,00
Venda – 10/2 4 38,00 152,00
Compra – 11/2 7 21,50 150,50
Venda – 12/2 8 40,00 320,00
E a ficha controle de estoques seria:
Tabela 6 
Empresa: _________________________________________________________________________________
Produto:_______________________________Modelo: ______________________________________________
Fornecedor: ________________________________________________________________________________
Quantidade mínima de estoque: ___________________________________________________________________
Datas
Entradas Saídas Saldos
Quant.
Valores
Quant.
Valores
Quant.
Valores
Unit. Total Unit. Total Unit. Total
8/2 5 20,00 100,00 5 20,00 100,00
9/2 6 21,00 126,00 56
20,00
21,00
100,00
126,00
10/2 4 21,00 84,00 52
20,00
21,00
100,00
42,00
11/2 7 21,50 150,50
5
2
7
20,00
21,00
21,50
100,00
42,00
150,50
12/2 17
21,00
21,50
21,00
150,50
5
1
20,00
21,50
100,00
21,00
Veja que o valor final dos estoques, no Ueps, ficou em R$ 121,00, correspondente às 5 unidades 
adquiridas ao preço unitário de R$ 20, totalizando R$ 100 e 1 unidade adquirida ao valor de 
R$ 21,50. Observe que no método Peps a mesma quantidade de peças equivale a um estoque 
no valor de R$ 129,00. Já o CMV, que é a soma da coluna saídas de mercadorias, tem como 
valor no Ueps o total de R$ 255,50, ou seja:
29
CUSTOS E PREÇOS
R$ 84,00 + R$ 21,00 + R$ 150,50= R$ 255,50.
Ou:
CMV= EI + C - EF
CMV= 0,00 + 376,50 - 121,00= R$ 255,50.
Veja que o valor do CMV no Peps totalizou R$ 247,50, uma diferença de R$ 8,00. Sendo assim, o 
lucro bruto foi de:
Vendas R$ 472,00
(-) CMV R$ 255,50
 R$ 216,50
Fica claro que a diferença apresentada entre os valores de estoque e CMV, no valor de R$ 8,00, entre 
o Peps e o Ueps, reflete no lucro informado nos dois sistemas.
 Observação
Para efeitos fiscais, este método não é aceito no Brasil devido à 
diminuição provisória do lucro da empresa, entretanto podemos utilizá-lo 
para efeito gerencial.
2.6 Média ponderada móvel ou custo médio
Este é o método mais usado pelas empresas no Brasil, não só por ser aceito pela legislação brasileira, 
mas por minimizar as possíveis distorções na utilização das outras formas. Consiste em avaliar os 
estoques pelo custo médio de aquisição apurado a cada entrada de produtos ou mercadorias, ponderado 
pelas quantidades adicionadas e aquelas já existentes. Portanto, neste método, o estoque é avaliado 
através da divisão entre o custo final e a quantidade final do estoque. Vamos analisar a aplicação desse 
método com os dados já apresentados nos exemplos anteriores.
Tabela 7 
Operação/Data
Quantidades 
(unidades)
Preço 
unitário Preço total
Compra – 8/2 5 20,00 100,00
Compra – 9/2 6 21,00 126,00
Venda – 10/2 4 38,00 152,00
Compra – 11/2 7 21,50 150,50
Venda – 12/2 8 40,00 320,00
30
Unidade I
Tabela 8 
Datas
Entradas Saídas Saldos
Quant.
Valores
Quant.
Valores
Quant.
Valores
Unit. Total Unit. Total Unit. Total
8/2 5 20,00 100,00 5 20,00 100,00
9/2 6 21,00 126,00 11 20,55 226,00
10/2 4 20,55 82,20 7 20,55 143,80
11/2 7 21,50 150,50 14 21,02 294,30
12/2 8 21,02 168,16 6 21,02 126,14
Veja que o valor final dos estoques, no Ueps, ficou em R$ 121,00, correspondente às 5 
unidades adquiridas ao preço unitário de R$ 20, totalizando R$ 100 e 1 unidade adquirida 
ao preço de R$ 21,50. Observe que no Peps a mesma quantidade de peças equivale a um 
estoque no valor de R$ 129,00. Já no custo médio, o valor final do estoque é de R$ 126,14, 
ajustado para efeitos contábeis, referente às 6 unidades cujo valor unitário é de R$ 21,02. 
O CMV, que é a soma da coluna saídas de mercadorias, tem como valor no custo médio o 
total de R$ 250,36, ou seja:
R$ 82,20 + R$ 168,16= R$ 250,36.
Ou
CMV= EI + C - EF
CMV= 0,00 + 376,50 - 126,14= R$ 250,36.
Desta forma, o lucro apurado com esse valor de CMV foi de:
Vendas R$ 472,00
(-) CMV R$ 250,36
 R$ 221,64
Logo fica evidente que no método do custo médio temos estoques com valores mais próximos 
daqueles de mercado, sem desconsiderar eventuais compras com quantias menores que porventura 
estejam no estoque. Também o CMV está mais próximo da realidade, pois os valores alocados como 
custos são mais parecidos com a prática do mercado.
31
CUSTOS E PREÇOS
 Saiba mais
Para informações adicionais, leia o capítulo V, lucro operacional, 
subsessão III, Custo dos bens e serviços, que trata sobre os custos e a 
avaliação dos estoques.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos 
Jurídicos. Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999. Regulamenta a 
tributação, fiscalização, arrecadação e administração do Imposto sobre a 
Renda e Proventos de Qualquer Natureza. Brasília: DF, 1999. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3000.htm>. Acesso em: 22 
maio 2018.
2.7 Métodos de custeio
A contabilidade de custos gera informações para auxiliar a empresa nas tomadas de decisão. 
Um dos dados é encontrar quanto custou para a companhia a fabricação do produto ou a prestação 
de um serviço.
Com essa informação a empresa pode calcular seu resultado ou mesmo o preço mínimo que deverá 
cobrar pelo seu produto.
Para encontrar o valor de uma produção, devemos identificar quanto custou o produto, ou seja, 
mensurar o que ele consumiu de recursos. Uma ferramenta para isso é o uso dos métodos de custeios: 
custeio direto, custeio padrão, custeio por absorção, ABC, RKW etc., que permitem a apuração de custos 
aos bens ou serviços.
 Saiba mais
Para se aprofundar nas características do custeio por absorção e no 
RKW, leia:
BEUREN, I. M.; SCHLINDWEIN, N. F. Uso do Custeio por Absorção e do 
Sistema RKW para gerar informações gerenciais: um estudo de caso em 
hospital. ABCustos (Associação Brasileira de Custos), São Leopoldo, v. 3, 
n. 2, p. 27-53,2008. Disponível em: <https://abcustos.emnuvens.com.br/
abcustos/article/view/41/336>. Acesso em: 22 maio 2018.
32
Unidade I
2.8 Custeio por absorção e custeio variável
Os métodos de custeio consistem em metodologias para alocar custos aos produtos. Cada um deles 
possui algo que os caracteriza.
De acordo com Martins (2009), o custeio por absorção é o método derivado da aplicação dos 
princípios da contabilidade geralmente aceitos. Consiste na apropriação de todos os custos de produção 
aos bens elaborados, e não só nos de produção; todos os gastos relativos ao esforço de produção são 
distribuídos para todos os produtos ou serviços realizados. A regra no custeio por absorção é:
 Observação
Apropriar todos os custos de produção (sejam fixos, variáveis, diretos ou 
indiretos), e somente eles aos produtos. Ou seja, tudo que for classificado 
como custo fará parte do custo da produção, portanto não inclui as 
despesas (ou os gastos relativos para obtenção de receitas).
Apresentamos a seguir o custeio de absorção para empresas de manufatura e empresas prestadoras 
de serviços.
Despesas Custos
Demonstração de resultados
Receita
 (-) CPV
(=) Lucro bruto
 (-) Despesas
(=) Lucro operacional
Estoque de 
produtos
Figura 6 – Custeio por absorção – empresa industrial
Despesas Custos
Demonstração de resultados
Receita
 (-) Custo dos serviços prestados
(=) Lucro bruto
 (-) Despesas
(=) Lucro operacional
Prestação de 
serviços
Figura 7 – Custeio por absorção – empresas prestadoras de serviços
O registro dos encargos financeiros é tratado na Contabilidade como despesas, e não como custo. Eles 
não são custos de produção, mesmo que facilmente identificados com financiamentos para aquisição 
33
CUSTOS E PREÇOS
de matérias-primas ou outros fatores de produção. Assim, são gastos de falta de capital próprio, e não 
de produção (custos).
Segundo Martins (2009), a separação dos custos e despesas é fácil, pois os gastos relativos ao 
processo produtivo são custos, e os referentes à administração, às vendas e aos financiamentos são 
despesas. Contudo, na prática surgem problemas pelo fato de não ser possível a separação de forma 
clara e objetiva. Assim, será necessário ratear parte do gasto para a despesa e parte para o custo, rateio 
esse arbitrário pela dificuldade prática de uma divisão.
Custos
Resultado
Diretos
Produto A Produto B Produto C Estoque
CPV
Indiretos
Vendas
Despesas
Nasce o 
problema do 
custeio
Figura 8 – Sistema de custeio por absorção – rateio
2.9 Análise dos critérios de rateio
A apropriação dos custos indiretos é feita de maneira indireta aos produtos, isto é, mediante 
estimativas, critérios de rateio, previsão de comportamento dos custos etc. Essas formas têm maior ou 
menor grau de subjetividade devido à arbitrariedade que existe nessas alocações.
Os custos comuns a vários departamentos são rateados conforme sua natureza. Quanto aos custos 
indiretos, devem ser divididos segundo os critérios julgados mais adequados para relacioná-los aos 
produtos consoante os fatores mais relevantes que se conseguir, por exemplo, o aluguel, a depreciação 
dos edifícios, a energia consumida etc.
Para uma devida alocação dos custos indiretos de produção, é necessário proceder a uma análise de 
seus componentes e verificação de quais critérios melhor relacionarem esses custos com os produtos. 
Parâmetros bons em uma empresa podem não ser em outras em virtude das características especiais do 
próprio processo de produção. É absolutamente necessário que as pessoas responsáveis pela escolha dos 
critérios de rateio conheçam bem a forma produtiva da companhia.
Quando alteramos o critério de rateio adotado, podemos provocar mudanças no valor apontado 
como custo de um produto, sem que de fato nenhuma outra modificação tenha ocorrido no processo 
de produção.
34
Unidade I
Seguindo o raciocínio de Ribeiro (2005), a empresa deve levar em consideração a relação custo-
benefício no momento de decidir sobre a escolha da base de rateio a ser utilizada para evitar cálculos e 
detalhes desnecessários, uma vez que são inúmeras as formas de rateio que podem ser adotadas.
Os critérios adotados têm de estar nas notas explicativas e, quando houver mudanças 
neles, deverão constatar também nas notas explicativas com a justificativa da alteração. A 
modificação é permitida, porém deve-se manter um padrão para não ferir o princípio contábil 
da consistência. A consistência é de extrema importância para avaliação homogênea dos 
estoques em períodos subsequentes, de forma a não artificializar resultados. Vamos utilizar um 
exemplo de rateio dos custos indiretos. A padaria Paladar produz dois tipos de produtos, pão 
francês e bolo de fubá, cujo volume de produção e de vendas e custos indiretos de fabricação 
(CIF) totalizam:
Tabela 9 
Pão francês Bolo de fubá
Produção (un.) 4.000 1.000
Venda (un.) 4.000 1.000
CIF ($) 2.000
Em determinado período foram registrados os seguintes custos diretos por unidade (em $/un.):
Tabela 10 
Pão francês Bolo de fubá
Mão de obra direta $ 0,75/un. $ 1,75/un.
Matéria-prima $ 0,05/un. $ 1,50/un.
Com base nos dados anteriores, pede-se calcular o valor dos CIF de cada produto, utilizando:
• o custo da MOD como base de rateio;
• o custo da matéria-prima como base de rateio.
Resolução:
O custo da MOD como base de rateio:
35
CUSTOS E PREÇOS
Tabela 11 
Produtos MOD Volume deprodução MOD total % CIF
Pão francês 0,75 4.000 3.000 63% 1.263
Bolo de fubá 1,75 1.000 1.750 37% 737
4.750 100% 2.000
O custo da matéria-prima como base de rateio:
Tabela 12 
Produtos MP Volume deprodução MP Total % CIF
Pão francês 0,05 4.000 200 12% 235
Bolo de fubá 1,5 1.000 1.500 88% 1.765
1.700 100% 2.000
Percebam que o uso da MOD como critério de rateio mostra que o pão francês é o produto de 
maior custo; mas quando utilizamos a matéria-prima como critério de rateio, o bolo de fubá torna-
se o item de maior custo. Estes resultados evidenciam que o uso subjetivo do critério de rateio 
pode levar a empresa a gerar informações diferentes, as quais podem influenciar certas tomadas 
de decisão.
 Saiba mais
Para entender um pouco mais a questão dos métodos de custeio e o 
rateio, leia:
SLOMSKI, V.; BATISTA, I. V. C.; CARVALHO, E. M. Os métodos de custeio 
variável e por absorção e o inconsciente coletivo na contabilidade de 
custos. Revista de Contabilidade do Mestrado de Ciências Contábeis da 
UERJ, Rio de Janeiro, v. 8, n. 1, 2003. Disponível em: <http://www.e-
publicacoes.uerj.br/index.php/rcmccuerj/article/view/5606/4090>. 
Acesso em: 22 maio 2018.
36
Unidade I
2.10 Aplicação do custeio por absorção
Para facilitar a aplicação do custeio por absorção, podemos seguir alguns passos, conforme sugestão 
de Martins (2009):
• 1º passo: separar custos/despesas;
• 2º passo: lançar despesas diretamente para o resultado;
• 3º passo: separar custos diretos/indiretos;
• 4º passo: alocar os custos diretos aos produtos; e
• 5º passo: atribuir os custos indiretos aos produtos via rateio.
Exemplo:
Vamos seguir os passos anteriores e resolver o exemplo da Padaria Paladar 2:
A Cia. Paladar abriu uma filial no início deste ano, com foco na venda de doce de abóbora e doce de 
leite. No fim do ano, apresentou as seguintes informações:
Tabela 13 
Gastos do período
Matéria-prima – açúcar $ 2.000
Comissão dos vendedores $ 500
Mão de obra direta $ 600
Energia da fábrica $ 80
Honorário da diretoria $ 3.000
Manutenção da fábrica $ 300
A porcentagem de matéria-prima e mão de obra consumida por produto e o preço de venda de 
cada lote de doces são:
Tabela 14 
Doce de abóbora Doce de leite
Matéria-prima 40% 60%
MOD 55% 45%
Preço de venda $ 1.500 $ 2.000
37
CUSTOS E PREÇOS
Com base nas informações prévias, vamos aplicar o sistema de custeio por absorção, encontrar 
o custo dos produtos vendidos e montar a demonstração de resultados da Padaria Paladar 2. Para 
isso, os custos indiretos de fabricação devem ser rateados aos produtos seguindo a proporção de 
mãode obra consumida.
1º passo: separar custos/despesas:
Tabela 15 
Custos
Matéria-prima – açúcar $ 2.000
Energia da fábrica $ 80
MOD $ 600
Manutenção da fábrica $ 300
Despesas
Comissão dos vendedores $ 500
Honorário da diretoria $ 3.000
2º passo: lançar despesas diretamente para o resultado:
Tabela 16 
Doce de 
abóbora
Doce de 
leite
Resultado 
total
Receita de venda
(-) CPV 
 Custos diretos 
 MP 
 MOD 
 Custos indiretos
 Energia da fábrica
 Manutenção da fábrica 
 Despesas
 Vendas -500
 Administrativas -3.000
(=) Resultado -3.500
3º passo: separar custos diretos/indiretos:
Tabela 17 
Custos
Matéria-prima – açúcar $ 2.000
Custo direto
Mão de obra direta $ 600
Energia da fábrica $ 80
Custo indireto
Manutenção da fábrica $ 300
38
Unidade I
4º passo: alocar os custos diretos aos produtos:
Tabela 18 
Doce de 
abóbora
Doce de 
leite
Resultado 
total
Receita de venda
(-) CPV
Custos diretos -1.130 -1.470 -2.600
MP -800 -1.200 -2.000
MOD -330 -270 -600
Custos indiretos
Energia da fábrica
Manutenção da fábrica
Despesas
Vendas -500
Administrativas -3.000
(=) Resultado -6.100
5º passo: atribuir os custos indiretos aos produtos via rateio:
Lembrando que os custos indiretos foram atribuídos aos produtos utilizando a porcentagem de 
consumo de mão de obra.
Tabela 19 
Doce de 
abóbora
Doce de 
leite Resultado
Receita de venda 1.500 2.000 3.500
(-) CPV -1.339 -1.641 -2.980
Custos diretos -1.130 -1.470 -2.600
MP -800 -1.200 -2.000
MOD -330 -270 -600
Custos indiretos -209 -171 -380
Energia da fábrica -44 -36 -80
Manutenção da fábrica -165 -135 -300
Despesas -3.500
Vendas -500
Administrativas -3.000
(=) Resultado -2.980
39
CUSTOS E PREÇOS
2.11 Custeio por absorção com departamentalização
Avançando no conhecimento sobre os sistemas de custeio, vamos entender uma das críticas quanto 
ao uso do custeio por absorção, que é a necessidade de rateio, critério subjetivo que pode influenciar na 
informação gerada pela contabilidade de custos.
Nesse sentido, com a finalidade de tornar a referida informação mais confiável para a tomada 
de decisão, os sistemas de custeio foram sendo adaptados, entre eles o custeio por absorção com 
departamentalização, sendo que os demais conheceremos ao longo do livro-texto.
2.12 Aplicação dos custos indiretos de fabricação (CIF)
De acordo com Martins (2009), o custeio por absorção é um sistema cuja metodologia foca na 
alocação de todos os custos aos produtos ou serviços produzidos, e apenas eles, não fazendo parte as 
despesas. Contudo, a regra do custeio por absorção, pelo fato de todos os custos serem alocados aos 
produtos, não pode ser interpretada como se todos os custos da empresa pudessem ser controlados ou 
eliminados com a mudança ou a exclusão de um produto ou uma linha de produto, pelo fato de estarem 
a ele alocados.
Vimos que a alocação dos CIF no custo total dos produtos acaba sendo feita com subjetividade, em 
razão do critério de rateio arbitrariamente estipulado, visto que temos aqui o ponto que merece cuidado 
nos sistemas de custeio.
Uma determinada empresa pode se deparar com alguns problemas quando da necessidade de apurar 
e contabilizar os custos dos produtos. Torna-se necessário conhecer os Custos Indiretos de Produção 
alocados às mercadorias por meio de:
• estimativa do volume de produção;
• estimativa do valor dos custos indiretos; e
• fixação do critério de apropriação dos custos indiretos aos departamentos e aos produtos.
Sobre a estimativa ou previsão do volume de produção, no geral, as empresas têm dificuldade de 
chegar a um consenso sobre qual é o volume de atividade da produção normal. Os critérios que podem 
ser adotados talvez consistam no volume máximo de produção, na média de produção dos três últimos 
anos ou até na expectativa dos empresários quando da dimensão da capacidade produtiva. Contudo, 
para efeitos contábeis, a melhor alternativa é a previsão do volume de produção que se espera realmente 
para o período.
A respeito da estimativa do valor dos custos indiretos, o problema é desenvolver um critério de 
alocação (ou rateio) dos custos indiretos, por exemplo, horas de mão de obra direta (HMOD) ou horas-
máquina (HM) – utilizadas para apropriar os custos indiretos aos produtos e serviços (ratear manutenção 
por horas trabalhadas ou energia elétrica por m²).
40
Unidade I
Em relação à fixação do critério ou base de rateio de apropriação dos custos indiretos aos 
departamentos e aos produtos, o grande problema é respeitar os fundamentos adotados e utilizá-los de 
maneira consistente.
2.13 Conceitos de departamento e sua classificação
De acordo com Martins (2009), departamento é a unidade mínima administrativa para a contabilidade 
de custos, representada por pessoas e máquinas, em que se desenvolvem atividades homogêneas. Deve 
sempre haver um responsável para cada departamento, os quais podem ser constituídos por pessoas 
e máquinas ou apenas por pessoas e, teoricamente, apenas por máquinas. Vejam alguns exemplos de 
departamentos a seguir, de acordo com Martins (2009, p. 66):
• Contabilidade.
• Manutenção.
• Almoxarifado.
• Forjaria.
• Montagem.
• Refinaria.
• Administração geral.
• Pintura.
Entretanto percebam que os departamentos podem ser divididos em dois grandes grupos, descritos 
a seguir:
• Departamentos de produção (produtivos): os quais promovem qualquer tipo de modificação sobre 
o produto, direta ou indiretamente, e têm seus custos apropriados aos produtos.
• Departamentos de serviços (não produtivos ou auxiliares): não recebem o produto, vivem 
basicamente para a execução de serviços auxiliares, e não para atuação direta sobre as mercadorias. 
Eles têm seus custos apropriados para os que deles se beneficiam.
Separando os departamentos por tipo, teríamos o seguinte, de acordo com Martins (2009, p. 66):
• Departamento de Produção:
— Refinaria.
— Montagem.
41
CUSTOS E PREÇOS
— Pintura.
— Forjaria.
• Departamento de Serviços:
— Manutenção.
— Administração geral.
— Contabilidade.
— Almoxarifado.
A departamentalização é obrigatória em custos para uma racional distribuição dos custos indiretos.
 Saiba mais
Para informações extras sobre o assunto tratado, indica-se a leitura dos 
capítulos 9 e 10 da obra a seguir, que discorrem sobre os CIF e o custeio 
departamental. 
RIBEIRO, O. M. Contabilidade de custos fácil. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
2.14 Centros de custos
Segundo Martins (2009), na maioria das vezes, um departamento é um centro de custos, ou seja, 
nele são acumulados os custos indiretos para posterior alocação aos produtos (departamentos de 
produção) ou a outros departamentos (departamentos de serviços). Centro de custos é a unidade mínima 
de acumulação de custos indiretos. Contudo não é necessariamente uma unidade administrativa, só 
ocorrendo quando coincide com o próprio departamento. Adotaremos como critério simplificador 
que cada setor corresponde a um único centro de custos, porém tendo a consciência de que esta 
simplificação pode não ocorrer para todas as empresas na prática. Para que se possa ser caracterizado 
como tal, ele deveria:
• ter uma estrutura de custos homogênea;
• estar concentrado em um único local; e
• oferecer condições de coleta de dados de custos.
42
Unidade I
Afinal, por que departamentalizar?
Conforme o autor, a alocação dos custos indiretos aos produtos por meio do uso do custeio por 
absorção com departamentalização é uma maneira de se cometer menos injustiças e diminuir as chances 
de erros no uso dos critérios de rateio.
2.15 Custeio por absorção com departamentalização
Todavia, por que estamos falando em departamentos ou departamentalização? Porque temos custos 
diretos e indiretos. Os custos que são diretos não têm problemas para serem alocados aos produtos, 
afinal são perfeitamente identificáveis. Contudo isso não ocorre com os indiretos. Assim, nesse caso, uma 
forma de reduzir o impacto do rateio é distribuir racionalmente os custos indiretos aos departamentos

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