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PDF Contabilidade de custos EAD UVA - Unidade 1 e 2

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CONTABILIDADE DE CUSTOS 1
CONTABILIDADE DE CUSTOS
AVA2
AV1
PERIODO 4
STATUS EM ANDAMENTO
Unid1
Unid2
Unid3
Unid4
ÁVA1
Introdução
Caro(a) Aluno(a),
Bem-vindo(a) à disciplina Contabilidade de Custos,
A disciplina Contabilidade de Custos é um sistema de informações, que 
desempenha um importante papel no gerenciamento de uma organização. Seja nas 
organizações públicas, empresárias ou do terceiro setor, é de suma relevância a 
consonância entre a Contabilidade de Custos e a Contabilidade Financeira, já que 
esta última fornece dados para que a Contabilidade de Custos possa mensurá-los e 
transformá-los em informações relevantes para fins de tomadas de decisões.
Em 28 de dezembro de 2007, foi promulgada a Lei nº 11.638, que entrou em vigor 
em 1º de janeiro de 2008 e trouxe alterações à Lei nº 6.404/76 de forma a atualizar 
as normas contábeis brasileiras, aprimorar as práticas de governança corporativa, 
Introdução
Unidade 1: Introdução à contabilidade de custos
Unidade 2: Aplicação da contabilidade de custos
AVA 1: Formação do Preço de Venda
AVA 2: Decisões gerenciais com base nos custos
CONTABILIDADE DE CUSTOS 2
avançar na convergência dos pronunciamentos contábeis internacionais e dar maior 
transparência às informações contábeis, dentre outras. Essas alterações são de 
extrema importância para a convergência da Contabilidade brasileira às Normas 
Internacionais de Contabilidade. As novas regras são aplicáveis a qualquer tipo de 
sociedade, independentemente da sua constituição jurídica.
No que se refere à avaliação dos estoques, sistema de custos e apuração Custo 
dos Produtos Vendidos ou o Custo das Mercadorias Vendidas ou o Custo dos 
Serviços Prestados, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) publicou os 
pronunciamentos a seguir: CPC 16 – Estoques, aplicável as Empresas de Grande 
Porte (EGP). Também no ano de 2009, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis 
emitiu o CPC PME – Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas, aplicável 
as – Pequenas e Médias Empresas (PME). Dessa maneira, o sistema contábil de 
custo passa ser obrigatório para todas as empresas, independente do seu 
faturamento e regime tributário.
Desse modo, compreende-se o quanto é importante um sistema de custos que 
permita uma apuração dos custos com acurácia, sendo imprescindível que o 
profissional de contabilidade esteja sempre atento às normas de procedimentos que 
ditam as suas condutas técnicas.
Livro da disciplina
Os conteúdos apresentados nesta disciplina devem ser complementados e 
aprofundados por meio do estudo do livro: MEGLIORINI, Evandir. Custos. São 
Paulo: Pearson, 2012. Você poderá encontrá-lo na Biblioteca Virtual. Para saber 
como acessar a Biblioteca Virtual, leia este Guia.
Fórum
Como uma das primeiras ações nesta disciplina, você deverá participar do Fórum 
Inicial, clicando nesse item, no menu do ambiente virtual de aprendizagem.
Atividades
Além do estudo dos roteiros, do livro da disciplina, dos itens indicados como 
Ampliando o Foco e dos vídeos das aulas, você deverá realizar as atividades 
pontuadas que se encontram no ambiente virtual de aprendizagem. Acompanhe os 
http://ead.uva.br/filemanager/file/3/BIBLIOTECA_VIRTUAL_GUIA.pdf
CONTABILIDADE DE CUSTOS 3
prazos de envio das avaliações no documento “Calendário e Critérios de Avaliação”, 
na introdução da disciplina.
Lembre-se: procure o professor-tutor no fórum "Fale com o tutor".
Autor
Professora Maria Alice Porto
Mestre em Desenvolvimento Humano e Responsabilidade Social pelo Centro de 
Pesquisa e Pós Graduação da Fundação Visconde de Cairu. Especialista em 
Docência do Ensino Superior pela Associação Baiana de Educação e Cultura 
(ABEC). Especialista em Contabilidade Gerencial pela Universidade Federal da 
Bahia. Bacharel em Ciências Contábeis em Economia pela Universidade Federal da 
Bahia. Professora de graduação e Pós-Graduação em Contabilidade, Economia, 
Gestora Educacional e Consultora Contábil.
Importância da disciplina
O cenário econômico mundial tem passado por profundas transformações. As 
últimas décadas foram marcadas por uma nova ordem mundial que impôs 
inovações no gerenciamento de custos das organizações onde impera, 
necessariamente, o planejamento e o controle como forma de auferir lucros e 
vantagem competitiva. Diante de um cenário globalizado e de competitividade 
acirrada, todos estes fatores geraram um impacto na contabilidade de custos das 
empresas, que passaram a necessitar, cada vez mais, de sistemas de custos mais 
acurados e flexíveis, adequados à nova realidade mundial e voltados para subsidiar 
as tomadas de decisões.
Objetivos
Ao final desta disciplina, você deverá ser capaz de:
Entender a origem dos custos, sua terminologia e classificação.
Distinguir os Elementos de Custos.
Aplicar o controle de estoques e fixação do preço de venda.
Desenvolver projeto de implantação de Sistemas de Custos.
CONTABILIDADE DE CUSTOS 4
Ementa
Introdução a Contabilidade de Custos. Terminologia contábil. Classificação dos 
Custos. Esquema básico da Contabilidade de Custos: Departamentalização. 
Elementos de Custos. Cálculo do CPV. Sistema de custeamento. Metodologias de 
custeio. Controle de estoques. Fixação do Preço de Venda. Análise de 
Custo/Volume/Lucro.
Referências
Básica
MEGLIORINI, Evandir. Custos. São Paulo: Pearson Education, 2012.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Curso básico de contabilidade de custos.5. ed. São 
Paulo: Atlas, 2010.
GUERRA LEONE, George. S.; LEONE, Rodrigo José. Curso de Contabilidade de 
custos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos: livro texto. 10. ed. São Paulo: Atlas, 
2010.
Complementar
FERREIRA, José Antonio Stark. Contabilidade de custos. São Paulo: Pearson 
Prentice Hall, 2007.
FIPECAFI.  Manual de contabilidade societária: aplicável a todas as sociedades 
de acordo com as normas internacionais e do CPC.  2. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
HORNGREN, Charles T.; DATAR, Srikant M.; FOSTER, George. Contabilidade de 
custos. 11. ed. v. 1. São Paulo: Pearson, 2008.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos: livro de exercícios. 10. ed. São Paulo: 
Atlas, 2010.
MEGLIORINI, Evandir. Custos: análise e gestão. 2. ed. São Paulo: Pearson, 2009.
CONTABILIDADE DE CUSTOS 5
Unidade 1: Introdução à contabilidade de 
custos
Nesta unidade, iremos estudar a introdução à Contabilidade de Custos. Nesta 
introdução, será vista a origem dos custos nas empresas, ou seja, como iniciou esta 
etapa da evolução da contabilidade. Abordaremos também a terminologia de 
custos, importante na evidenciação e compreensão das informações de modo a 
oferecer segurança ao processo decisório. Trataremos sobre a classificação dos 
custos, que traz a importância desse reconhecimento e do controle para uma 
melhor geração de resultados. Será abordado o esquema básico da contabilidade 
de custos com departamentalização, demonstrando assim, que a sua utilização traz 
a diminuição da arbitrariedade dos rateios dos custos indiretos de produção e 
consequentemente a melhoria no controle dos custos empresariais.
Objetivos
Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de:
Entender a origem dos custos, sua terminologia e classificação.
Conteúdo Programático
Esta unidade está dividida em:
Aula 1 - Terminologia contábil
Aula 2 - Classificação dos Custos
Aula 3 - Esquema básico da Contabilidade de Custos: Departamentalização
Rota de Aprendizagem
A Rota de Aprendizagem apresenta as ações que devem ser realizadas nesta 
unidade. Utilize a Rota de Aprendizagem para planejar e gerir, com eficiência, as 
suas ações e o seu tempo de estudo. Isso facilitará a construção do seu 
conhecimento e aumentará a possibilidade de que você tenha um bom desempenho 
nas avaliações. Clique aqui para acessar a Rota de Aprendizagem.
https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/abc/coc/re/u1/RA/G_COC_RA_U1.htm
CONTABILIDADE DE CUSTOS 6
Reunião IASB (Fonte: CFC)
Esta é uma foto da reunião sobre a Internacionalização da Contabilidade realizada 
no International Accounting StandardsBoard (IASB) – Conselho de Normas 
Internacionais de Contabilidade, situado na Inglaterra.
Você sabia que a contabilidade brasileira está em processo de convergência aos 
padrões internacionais de contabilidade e que os sistemas de custos passarão a ser 
obrigatório para todas as organizações, independente do seu faturamento ou 
regime tributário? Pois é! É a Contabilidade de Custos se firmando como um 
poderoso instrumento de controle organizacional. Por esse motivo, o profissional de 
contabilidade terá que compreender conceitos totalmente novos na avaliação dos 
estoques, ao mesmo tempo em que terá que mudar a cultura contábil do enfoque 
do fisco. A internacionalização da contabilidade brasileira afetando sistemas de 
custos.
Veja como a internacionalização da contabilidade valoriza a profissão contábil. 
Então, vamos com entusiasmo estudar a Contabilidade de Custos!
Resumo da Unidade
Vimos nesta unidade que a Contabilidade de Custos é importante tanto para o 
controle de custos quanto para o processo decisório. Ela é utilizada em todos os 
seguimentos, não se limitando apenas ao segmento industrial, mas servindo de 
igual forma ais segmentos de comércio e de prestação de serviços.
Aula 1: Terminologia contábil
CONTABILIDADE DE CUSTOS 7
Conceito de Contabilidade de Custos
O estudo da Contabilidade é de longa data, pois há muito o ser humano já 
registrava e controlava os fatos contábeis. Conforme Lopes de Sá (2006), os 
antigos egípcios já registravam fatos contábeis nos papiros, originando-se, pois, 
os livros contábeis. Assim, a Contabilidade capta, registra, acumula e interpreta 
os fenômenos que afetam o patrimônio das entidades.
A seguir, veremos alguns conceitos da Contabilidade de Custos, que consolidam 
este ramo da Contabilidade como forte ferramenta no processo decisório das 
organizações.
Para Leone (2010, p. 17), “Contabilidade de Custos é uma atividade que se 
assemelha a um centro processador de informações, recebe (ou obtém) dados, 
acumulando-os de forma organizada, analisá-los e interpreta-os, produzindo 
informações de custo para os diversos níveis gerenciais”.
Segundo Horngreen et al. (2004, p. 2), “A Contabilidade de Custo mensura e 
relata informações financeiras e não financeiras relacionadas à aquisição e ao 
consumo de recursos pela organização. Ela fornece informação tanto para a 
contabilidade gerencial quanto para a contabilidade financeira”.
Entendemos, portanto, que a Contabilidade de Custos é um meio de informação 
gerencial, de controle e de avaliação para que a organização possa gerenciar 
seu desempenho de modo eficiente, eficaz e efetivo.
Finalidade dos Custos
Até a época do feudalismo, as cidades não tinham a importância que lhes foi 
atribuída com a organização da burguesia que surgia originada com o 
desenvolvimento de técnicas até então não utilizadas de plantio e de artesanato. 
As pessoas passaram a migrar do campo para as cidades em razão de mão de 
obra excedente, vindo a estabelecer uma nova classe social: a burguesia que se 
constituía deste excedente.
Assim, encerrava-se uma época em que os senhores feudais ditavam as ordens 
de comércio e se iniciava uma nova forma de comercializar as mercadorias, com 
a compra e venda entre os comerciantes das cidades, que gerava uma maior 
circulação de moedas e permitia o comércio entre regiões mais distantes entre 
si.
CONTABILIDADE DE CUSTOS 8
Fonte: http://goo.gl/xHFY6
Ao mesmo tempo, a indústria, principalmente a têxtil, começava a florescer com 
a mecanização dos sistemas de produção, em que a burguesia industrial, cada 
vez mais, buscava aumentar seus lucros absorvendo grande contingente de 
mão de obra ociosa que vinha do campo para as cidades.
Com o avanço da tecnologia, as fábricas produziam cada vez mais, e a divisão 
do trabalho veio a gerar aumento da produtividade, dando início à Revolução 
Industrial. Deste modo, consolidava-se de vez o capitalismo, sedimentando o 
poder da burguesia.
A contabilidade, que antes, apenas contabilizava o resultado, com a adição ao 
estoque inicial das compras efetuadas, subtraindo das mercadorias vendidas, 
iniciava um novo modo de contabilizar os estoques, para apuração correta dos 
custos dos produtos que eram produzidos nas indústrias.
Atualmente, a crescente escassez de recursos versus as necessidades 
ilimitadas, bem como a busca por uma melhor gestão destes recursos, levam os 
gestores a uma nova forma de condução de gerenciamento, como a adoção de 
medidas de avaliação desempenho, a partir das metas traçadas no 
planejamento estratégico, no qual é possível medir o que é relevante para a 
avaliação de desempenho atual e identificar as tendências para o futuro, cujos 
sistemas de contabilidade de custos são fundamentais para uma gestão 
eficiente, eficaz e efetiva.
Portanto, os gestores necessitam de informações sobre os custos para auxílio 
ao processo decisório. Informações acerca dos custos dos seus próprios 
produtos e serviços servem para avaliar posições no mercado, fixar preços, bem 
como estabelecer a necessidade de novas estratégias de vendas ou 
de marketing. Os diferentes tipos de custos servirão de base para as diversas 
estratégias de mercados e melhor alocação de recursos.
CONTABILIDADE DE CUSTOS 9
Deste modo, a Contabilidade de Custos, nos dias atuais, é imprescindível na 
manutenção do equilíbrio tanto econômico quanto financeiro das organizações, 
pois as informações sobre o custo de cada produto e/ ou serviço fornecerá aos 
tomadores de decisão informações sobre desperdícios, de mão de obra, 
materiais, máquinas de cada departamento de modo a fazer a contabilidade 
incidir em correta interpretação nos relatórios enviados à administração.
Com o advento das indústrias, tornou-se mais complexa a função do Contador 
que, para levantamento do balanço e apuração do resultado, não dispunha 
agora tão facilmente dos dados para poder atribuir valor aos estoques; seu valor 
de “Compras” na empresa comercial estava agora substituído por uma série de 
valores pagos pelos fatores de produção utilizados (MARTINS, 2010).
Assim sendo, a contabilidade de custos é fundamental para a as tomadas de 
decisão, ao fornecer informações relevantes não apenas para as organizações 
industriais, mas para vários outros tipos de organizações, tais como empresas 
prestadoras de serviços e instituições financeiras, que utilizam a contabilidade 
de custos para um melhor gerenciamento de suas atividades.
Como você pode perceber, a contabilidade de custos representa um importante 
segmento contábil para as organizações, visto que se converte em uma 
poderosa ferramenta gerencial para o processo decisório.
A tarefa principal dos gestores é o gerenciamento de custos. Nós usamos o 
gerenciamento de custos para descrever as ações que os gerentes tomam com 
o intuito de satisfazer os clientes enquanto continuamente reduzem e controlam 
custos (HORNGREEN, et al., 2004).
Exemplo:Qual a finalidade do controle de custos para as organizações?
Os cálculos de custo do produto influenciam a maioria das decisões dos preços 
e do mix dos produtos. Gerentes monitoram o custo dos processos operacionais 
para assegurar que eles sejam mantidos sob controle e que a empresa use os 
recursos eficientemente.
Além disso, os gerentes analisam os custos cuidadosamente, em decisões não 
rotineiras, tais como o fechamento de fábricas ou o acréscimo de novas rotas 
aéreas. Portanto, eles devem entender uma quantidade de conceitos diferentes 
de custos para poderem usar as informações geradas por um sistema de 
CONTABILIDADE DE CUSTOS 10
contabilidade de custo apropriado a uma ampla variedade de propósitos de 
decisões e de controle (ATKINSON et al., 2011).
TERMINOLOGIAS UTILIZADAS
Como já vimos, a contabilidade de custos é voltada para tomada de decisões e 
para isso é de fundamental importância conhecer e compreender a terminologia 
aplicada aos custos.
Vídeo da Unidade
Para saber mais sobre a divisão das empresas em departamentos assista ao 
vídeo: Departamentalização.Aula 2: Classificação dos custos
A contabilidade de custos é um sistema de informações, que desempenha um 
importante papel no gerenciamento de uma organização. Conhecer, saber 
classificar e controlar os custos da organização irá ajudar na tomada de decisão 
correta que afetará tanto o presente quanto o futuro da empresa. De início 
vamos conhecer a classificação dos custos:
Na identificação dos custos, nem sempre é fácil perceber a relação destes com 
o objeto de custeio. Horngren et. al, (2004, p.19), afirma isto quando diz: “a 
maior questão com relação a custos é saber quando eles têm um 
relacionamento direto ou indireto com determinado objeto de custo”.
https://player.vimeo.com/video/348870578
CONTABILIDADE DE CUSTOS 11
Em relação ao produto, os custos são classificados em custos diretos e 
indiretos. No que se refere à produção, os custos são classificados em custos 
fixos e variáveis.
Primeiramente iremos estudar os custos em relação ao produto:
O método de custeio direto é um dos principais instrumentos de informações em 
nível permitindo tomadas de decisões mais assertivas, pois enfatiza a 
rentabilidade de cada produto sem as distorções ocasionadas pelos rateios de 
custos fixos aos produtos, como também reflete as flutuações de lucro 
diretamente relacionadas com as vendas de produtos e mercadorias e prestação 
de serviços e o nível de produção, de modo a permitir, mais facilmente a análise 
e a situação atual do estágio de vendas (de produtos e mercadorias ou estágio 
da prestação de serviços), se está obtendo sucesso ou fracasso. Tal análise 
possibilita tomada de decisões em medidas corretivas, caso haja necessidade 
(MARTINS, 2010).
Na figura a seguir, podemos ver que os custos diretos são facilmente 
identificáveis e podem ser apropriados diretamente aos objetos de custeio, 
enquanto que os custos indiretos, por não serem facilmente identificáveis 
necessitam de rateio.
CONTABILIDADE DE CUSTOS 12
Agora veremos os custos no que se refere à produção, em que são classificados 
em custos fixos e variáveis. Para isso temos que compreender que o 
comportamento dos custos tem relação direta com o volume da produção, 
dentro de um determinado período.
É importante, por parte dos gestores, a percepção das mudanças ocorridas nos 
níveis de atividades de produção nas organizações, levando-se em conta a 
relação entre os custos, período e volume de uma atividade, para fins de tomada 
de decisões.
Para que se torne mais clara a compreensão em relação ao seu comportamento, 
veremos a distinção entre Custos Fixos e Custos Variáveis de Produção.
Custos Fixos de Produção: são aqueles cujo total não varia proporcionalmente 
ao volume produzido, ou seja, se a capacidade total de produção for de 1.000 
unidades, se a empresa produz apenas uma unidade ou todas as 1.000, seu 
custo fixo total será o mesmo. Como exemplo, temos o aluguel da fábrica, que 
deve ser pago todos os meses, independente do volume de produção.
Veja que os custos fixos podem ser vistos como encargos necessários para que 
a entidade tenha condições de produzir, e não apenas como encargos de um 
produto específico. Por não estarem associados a nenhum produto específico ou 
a uma unidade de produção, eles sempre são distribuídos aos produtos por meio 
de critérios de rateio.
Vamos ao nosso exemplo:
Exemplo 1:
Exemplo 2:
CONTABILIDADE DE CUSTOS 13
Percebemos então que o custo fixo diminui na medida em que a produção se 
eleva e vice-versa.
Vejamos o gráfico a seguir que o custo se mantém fixo mesmo que com a 
elevação da quantidade produzida.
Representação do Custo FixoFonte: A Autora.
Custos Variáveis de Produção: mantêm uma relação direta ao volume de 
produção. Em outras palavras, cada unidade a mais ou a menos produzida 
repercute diretamente no custo do produto. São exemplos de custos variáveis: 
matéria-prima e mão de obra diretamente utilizada no processo produtivo.
Vamos ao nosso exemplo?
Exemplo 1: custo total de matéria-prima adquirida no período:
Exemplo 2: Mão de obra utilizada diretamente na produção:
CONTABILIDADE DE CUSTOS 14
Vejamos no gráfico a seguir que o custo se eleva quando há 
aumento da quantidade produzida.
Representação do Custo VariávelFonte: A Autora.
Na Contabilidade de Custos outros Custos entram na composição dos produtos, 
das mercadorias ou dos serviços prestados. Veremos a seguir quais são estes 
custos.
Custos das Matérias-Primas Disponíveis: valor do estoque inicial de 
matérias-primas mais o valor das compras de matérias-primas efetuadas no 
período, considerando todos os fatores que alteram positivamente ou 
negativamente o valor das compras do período, tais como: seguros, 
abatimentos de compras, devoluções de compras, fretes, impostos;
Custos das Matérias-Primas Aplicadas: equivale ao custo das matérias-
primas disponíveis menos o estoque final de matérias-primas;
Custos de Produção do Período: correspondem à soma dos custos 
incorridos na produção do período. Seu cálculo é feito pela soma dos 
valores gastos com materiais diretos e indiretos, com mão de obra direta e 
indireta e com gastos de fabricação diretos e indiretos aplicados na 
produção do período, sem considerar o valor do estoque inicial dos produtos 
em elaboração;
Custos de Produção: equivalem ao custo de produção do período mais o 
estoque inicial de produtos em elaboração;
Custos das Mercadorias Vendidas ou dos Produtos Vendidos: se 
constituem na soma dos itens vendidos pela empresa em determinado 
período, extraídos da conta de Estoque de Mercadorias ou Produtos 
Acabados. Nas indústrias, o estoque de produtos acabados representa o 
custo de produção dos produtos prontos. Nas organizações comerciais, o 
CONTABILIDADE DE CUSTOS 15
custo das mercadorias vendidas pode ser mensurado pela soma do estoque 
inicial, de compras de mercadorias, ou custo dos produtos fabricados e do 
estoque final;
Custos Totais: são todos os custos diretos e indiretos;
Custo Unitário: é o indicador representado por uma fração, em que o 
denominador será a quantidade dos produtos fabricados em determinado 
período ou em um processo produtivo. O numerador será o custo. O custo 
unitário de um processo servirá para a determinação do lucro ou para a 
avaliação de estoques;
Custos Comuns: em alguma fase do processo produtivo, pode acontecer 
que uma fase da produção seja comum a dois ou mais produtos, bem como 
aos custos desta fase, que deverão ser rateados entre eles;
Custos Funcionais: são custos identificados com diversas funções da 
organização. São divididos em custos operacionais e não operacionais e 
correspondem aos custos de diversas funções, tais como: custos 
administrativos, custos financeiros, custos tributários e custos comerciais;
Custo de Primários: equivalem aos gastos com matéria-prima mais os 
gastos com mão de obra direta;
Custo de Transformação: correspondem aos custos incorridos para 
transformar a matéria-prima em produto. São custos com a mão de obra 
direta e os custos diretos de fabricação;
Custos Estimados: são custos predeterminados destinados a resolver 
problemas de controle e planejamento em situações especiais. Os custos de 
projetos de viabilidade econômica, custos decorrentes de produção por 
encomenda se constituem em custos estimados;
Custo Padrão: apesar de serem custos predeterminados, estes são 
calculados com base nos padrões operacionais. Servem para controle, 
planejamento e tomadas de decisão. Estes custos são aplicados 
normalmente em operações repetitivas (operações por série), quando os 
parâmetros ou indicadores físicos estão perfeitamente definidos e quando os 
custos matêm uma relação íntima com a variabilidade daqueles dados 
CONTABILIDADE DE CUSTOS 16
quantitativos. São custos mais aplicados em fabricas, que produzem por 
padronização;
Custos Periódicos: são custos relacionados a um período de tempo; são 
repetitivos a cada período e não guardam relação de variabilidade com o 
parâmetro operacional de referência;
Custo por Natureza: classificaçãoinicial dos custos;
Custo Fabril: corresponde à soma dos custos de material direto, de mão de 
obra direta e das despesas indiretas de fabricação debitadas à produção 
durante determinado período;
Custos Semifixos: custos classificados como fixos, mas que se modificam 
em razão de mudanças da capacidade de produção instalada. Exemplo: se 
a produção se eleva e a fábrica necessita alugar mais um galpão, que é 
classificado como custo fixo, este deverá elevar-se, bem como a 
depreciação das máquinas, em patamares, e assim permanecerão 
constantes em um novo patamar. O mesmo raciocínio é válido quando a 
produção necessita ser reduzida;
Custos Semivariáveis: equivalem aos custos que possuem uma parte fixa 
e outra variável, como custos de manutenção; custos que possuem, em seu 
valor, uma parcela fixa outra variável. Comportam-se como custo fixo até 
dado momento e depois passa a se comportar como custos variáveis. 
Exemplo: energia elétrica e água; quando não há utilização desses recursos, 
ou quando o consumo fica abaixo de um valor mínimo estipulado, paga-se 
uma taxa fixa (parte fixa do custo). À medida que se eleva o uso a partir do 
aumento da produção, o valor da conta (água/luz) se eleva (parte variável do 
custo);
Custo de Oportunidade: corresponde ao valor do benefício que se deixa de 
ganhar quando, no processo decisório, se toma um caminho e não 
outro;Custos Relevantes: custos comparados entre alternativas para que 
se escolha uma delas.
Outros conceitos importantes ligados à contabilidade de 
custos
CONTABILIDADE DE CUSTOS 17
Você sabia que o custo unitário cai à medida que se aumenta a produção?Este 
raciocínio é fruto da observação de que a ociosidade de mão de obra nas 
fábricas reduz à medida que aumenta a produção. Portanto, o custo unitário é 
uma medida de eficiência, ou seja, quanto mais se produz, menor o custo 
unitário de produção, considerando a existência de ociosidade na fábrica.
Aula 3: Esquema básico da Contabilidade de Custos: 
Departamentalização
Podemos definir Departamentalização como a unidade mínima administrativa 
para a Contabilidade de Custos. Martins (2010, p. 65) avalia como uma estrutura 
“[...] representada por pessoas e máquinas que desenvolvem atividades 
homogêneas. Diz-se unidade mínima administrativa porque sempre há um 
responsável para cada Departamento [...]”. Entendemos, portanto, que a 
Departamentalização incorre como forma de controle, já que cada departamento 
está sob a responsabilidade de alguém. 
Para que aprendamos a departamentalização, iremos ver, a seguir, como ocorre 
o ciclo básico da contabilidade de custos: 
Ciclo Básico da Contabilidade de Custos 
O processo de apuração dos custos do produto incide na busca da identificação 
de todos os custos que serviram para a produção deste produto. Por exemplo, 
para produzir 100 unidades de sandálias de couro, necessitamos no mínimo de: 
couro, linha, mão de obra e estrutura física (máquinas, aluguel etc.), conforme 
demonstrado a seguir: 
Para sabermos o preço de cada sandália, dividiremos o valor total dos custos 
(R$ 3.000,00) pela quantidade produzida, que foram 100 unidades, conforme 
evidenciado anteriormente. Ficando dessa forma: 
R$ 3.000,00 / 100 unidades = R$ 30/unidadePara produzir cada sandália, tem-se 
um custo de R$ 30,00 
No exemplo, a indústria produzia apenas um único tipo de produto, que eram 
CONTABILIDADE DE CUSTOS 18
sandálias. Assim, a alocação dos custos (diretos e indiretos) fica mais fácil. 
Contudo sabemos que hoje as organizações não produzem um só produto, elas 
precisam diversificar a sua produção para poder ganhar competitividade no 
mercado, por isso é necessário que tenham critérios mais precisos para a 
alocação dos custos aos produtos. 
Deste modo, para a alocação dos itens de custos com mais de um produto, 
torna-se necessário seguir uma sequência de atividades, isto é, um esquema 
básico. 
O ciclo básico para alocação de custos consiste em três passos, que são: 
1° Passo: separação entre custos e despesas 
Vimos anteriormente que os gastos relativos ao processo de produção são 
custos, e os relativos à administração, às vendas e aos financiamentos são 
despesas. 
De posse de todos os gastos da organização, efetua-se a separação entre custo 
e despesa. 
Enquanto as despesas deverão ser classificadas diretamente no resultado do 
período, os custos primeiramente são identificados com os produtos, para cuja 
elaboração foram incorridos, constituindo os custos dos produtos fabricados (ou 
das matérias-primas e mercadorias adquiridas), sendo depois ativados, na forma 
de estoques de matérias-primas, produtos em elaboração, produtos acabados 
e/ou mercadorias para revenda para, finalmente, e apenas por ocasião da venda 
(ou consumo ou ainda, doação) serem computados como despesas, ou melhor, 
no Custo do Produto Vendido. 
Deve-se ficar atento na separação entre custos e despesas: 
• • Valores irrelevantes devem ser considerados como despesas (princípios do 
conservadorismo e materialidade); 
• • Valores com rateio extremamente arbitrário também devem ser considerados 
como despesa do período; 
• • Gastos com pesquisa e desenvolvimento de novos produtos podem ter dois 
tratamentos: como despesas do período em que incorrem, ou como investimento 
para amortização na forma de custo dos produtos a serem elaborados 
futuramente. 
2° Passo: apropriação dos custos diretos aos produtos 
Como já sabemos, os custos diretos (os mais comuns são a mão de obra direta 
e os materiais diretos) são mais fáceis de alocar aos produtos e serviços, por 
isso é coerente que após a identificação dos custos, os apropriemos, para em 
CONTABILIDADE DE CUSTOS 19
seguida, fazer o mesmo com os custos indiretos. 
3° Passo: rateio dos custos indiretos 
Com os custos indiretos, como o próprio nome já diz, não são relacionados 
diretamente ao produto ou serviço, faz com que se adotem critérios de rateio 
diversos para a sua apropriação. 
Os custos indiretos podem ser rateados proporcionalmente à soma dos 
materiais diretos, à mão de obra, aos materiais diretos, ao tempo de fabricação 
(quando conhecido), entre outros. 
Podemos observar que o critério escolhido é arbitrário, e depende da escolha do 
gestor de custos. 
DepartamentalizaçãoDepartamentos e centro de custos 
Na contabilidade de custos para avaliação de Estoques, interessa mais a 
visualização do Departamento como um conjunto que, apesar de na maioria das 
vezes ser constituído de homens e máquinas, pode também ocorrer sob a forma 
de apenas homens, pelo menos teoricamente, também só máquinas, realizando 
tarefas homogêneas. 
Ainda conforme Martins (2010), os departamentos podem ser divididos em dois 
grandes grupos: 
• os que promovem qualquer tipo de modificação sobre o produto diretamente, 
denominados de Departamentos de Produção; 
• os que nem recebem o produto, denominados de Departamentos de Serviços. 
Os Departamentos de Produção têm os seus custos apropriados aos produtos, 
quando passam por eles e os Departamentos de Serviços, como os produtos 
não passam por ele, os custos são rateados aos produtos que deles se 
beneficiam. Na maioria das vezes um Departamento é também denominado 
Centro de Custos, ou seja, uma unidade mínima de acumulação de custo 
indireto de fabricação, que serão rateados aos produtos através de um critério 
de rateio. 
Muitas vezes, podemos dizer que um Departamento é ao mesmo tempo um 
Centro de Custos. Isto porque nele são acumulados os custos indiretos para 
posterior alocação aos produtos, chamados de Departamentos de Produção ou 
a Departamentos de Serviços. Em determinados casos há existência de vários 
centros de Custos dentro de um Departamento. Martins (2010) exemplifica um 
Departamento de Perfuração, em que são realizados vários serviços da mesma 
natureza, com a utilização de três máquinas em hipóteses: 
 
CONTABILIDADE DE CUSTOS 20
• Primeira Hipótese: cada uma das três máquinas realiza todos os tipos de 
serviços. Apesar dos três operadores destas máquinas receberem saláriosdiferentes, não haverá diferenciação na definição do conceito de departamento 
único de perfuração; assim, será um único Centro de Custos. Na apuração dos 
custos, estes serão distribuídos aos produtos em função do número de 
perfurações ou volume perfurado. A base será o custo médio por máquina, pois 
estas são iguais e realizam o mesmo tipo de serviço; 
• Segunda Hipótese: existem três máquinas com capacidades diferentes e 
operadas por operários especializados no Departamento de Perfuração. Existem 
produtos específicos para cada uma das máquinas. Assim, neste departamento 
o custo de funcionamento das máquinas é alto, havendo a necessidade de 
criação de três Centros de Custos, na apuração de cada máquina, 
separadamente. Então os valores para cada produto serão atribuídos em 
relação ao trabalho de cada máquina; 
• Terceira Hipótese: existem três máquinas diferentes, operadas por três 
operários distintos; seus salários são diferentes também. Os produtos passam 
individualmente e sequenciados da mesma forma e compreendendo o mesmo 
nível de utilização das máquinas. Neste caso, se fossem atribuídos custos por 
máquina ou se fosse aplicada uma média geral por departamento. 
 
Os departamentos são tidos como unidade administrativa, pois se pressupõe 
que os mesmos têm uma pessoa responsável. Normalmente, os departamentos 
são formados por pessoas e máquinas, mas pelo menos teoricamente, podem 
ser formados apenas por máquinas. 
Podemos citar como exemplos de departamentos: montagem, administração 
geral, almoxarifado, pintura, acabamento etc. Percebemos nesses exemplos que 
alguns departamentos são relacionados ao produto diretamente, e outros, 
indiretamente, daí a classificação dos departamentos em: departamentos de 
produção; e departamentos de serviços ou auxiliares. 
Os departamentos de produção são aqueles que atuam diretamente sobre o 
produto, promovendo qualquer tipo de modificação sobre o mesmo, isto é, esses 
departamentos são responsáveis diretamente pelo processo do produto.Vamos 
ver alguns exemplos de departamento de produção: 
Já os departamentos de serviços ou auxiliares não atuam diretamente sobre os 
produtos, e sim, dá suporte para que os departamentos de produção funcionem 
a contento. Isto é, têm como característica auxiliar os departamentos produtivos. 
CONTABILIDADE DE CUSTOS 21
Existem para prestar serviços aos demais departamentos. Neles não ocorre 
nenhuma ação direta sobre o produto.Vamos ver alguns exemplos de 
departamentos de serviços ou auxiliares: 
Cada departamento depende do outro para que tenham um funcionamento 
harmônico. 
Vamos ver um exemplo, que vai ajudar a diferenciar os tipos de 
departamentos. 
Para fabricar camisas, a Indústria Alpha tem, entre os seus departamentos, o 
departamento de ‘corte e costura’ e o departamento de ‘almoxarifado’. O 
departamento de ‘corte e costura’ é um departamento de produção, pois ele vai 
atuar diretamente na fabricação da camisa; já o departamento de ‘almoxarifado’ 
é um departamento de serviço ou auxiliar, pois ele não vai promover nenhuma 
modificação na camisa, mas vai auxiliar o departamento de corte e costura 
fornecendo os materiais necessários para a sua confecção. 
Normalmente, os departamentos são centros de custos, nos quais são 
acumulados os custos indiretos para posterior alocação aos produtos, mas 
podem haver casos em que os departamentos são divididos em vários centros 
de custos. 
Os departamentos possibilitam um melhor controle, apropriação e distribuição 
dos custos aos produtos, principalmente os indiretos que têm uma alocação 
mais difícil, pelo fato de os departamentos tornarem-se pequenas unidades, o 
que facilita a administração dos custos.Vamos alocar os custos aos produtos 
utilizando a departamentalização 
Vimos anteriormente, como distribuir os custos aos produtos, utilizando o 
esquema básico de custos, no qual é feita a separação entre custos e despesas, 
depois a apropriação dos custos diretos, e, por fim, a apropriação dos custos 
indiretos aos produtos, via bases de rateio para toda a empresa, sem considerar 
os seus departamentos. 
Já na departamentalização, as empresas são divididas em unidades menores, 
que são os departamentos, o que possibilita um melhor acompanhamento dos 
custos. 
Vamos ver agora um exemplo para ajudar a compreender porque a distribuição 
dos custos aos departamentos pode ser mais precisa que pelo esquema básico. 
Exemplo: 
A Indústria Beta S.A. tem um custo indireto de R$ 200,00 para ser dividido aos 
produtos A, B e C, em função do volume produzido. E a produção foi a seguinte: 
CONTABILIDADE DE CUSTOS 22
O rateio dos R$ 200,00 ficaria assim distribuído (Sem departamentalização): 
A = 16,67% = R$ 33,33 
B = 33,33% = R$ 66,67 
C = 50,00% = R$ 100,00 
Agora imagine que a empresa tenha quatro (04) departamentos, e que esses R$ 
200,00 estejam assim distribuídos pelos departamentos: 
E que o produto “A” e “B” passam em todos os departamentos e o produto “C” 
passa apenas no departamento D4. Dessa forma, o produto “C” que passa 
apenas em D4, não receberia nem R$30,00, pois esse valor seria rateado entre 
os três produtos, e como o produto C, só passa pelo D4, a ele não seria 
atribuído os custos dos demais departamentos. 
Agora veja a diferença, fazendo o rateio dos custos indiretos com base no 
volume produzido: sem departamentalização, atribuiríamos R$ 100,00 de custos 
ao produto “C”. Com Departamentalização, este produto não receberia nem R$ 
30,00. 
Sem a departamentalização, o produto “C” estaria absorvendo custos que não 
foram gastos para a sua fabricação, pois os gastos do único departamento pelo 
qual ele percorreu não passam de R$30,00. Isso só vem confirmar que a 
departamentalização auxilia numa melhor distribuição dos custos. 
Em uma indústria, por exemplo, existe uma gama muito grande de 
departamentos, sendo que para a contabilidade de custos interessa apenas 
aqueles relacionados aos produtos fabricados e aos que prestam serviço para 
aqueles. 
Esquema da Contabilidade de Custos com Departamentalização 
Quando da opção pelo cálculo com base na departamentalização deve-se seguir 
alguns passos básicos.Fonte: www.goo.gl/dhsXaEO exemplo abaixo descreve 
todos os passos partindo do levantamento dos dados até a contabilização. 
1° passo: Separação entre custos e despesas. 
2° passo: Apropriação dos custos diretos aos produtos. 
3° passo: Apropriação dos custos indiretos que pertencem, visivelmente, aos 
departamentos, agrupando, à parte, os comuns. 
4° passo: Rateio dos custos indiretos comuns aos diversos departamentos, quer 
de produção, quer de serviços. 
5° passo: Escolha da sequência de rateio dos custos acumulados nos 
departamentos de serviços e sua distribuição aos demais departamentos. 
6° passo: Atribuição dos custos indiretos que agora só estão nos departamentos 
CONTABILIDADE DE CUSTOS 23
de produção aos produtos, segundo critérios fixados. 
Perceba que os dois primeiros passos são exatamente iguais ao do esquema 
básico sem departamentalização que vimos anteriormente. O que muda nesse 
modelo é que a distribuição dos custos indiretos aos produtos segue um maior 
nível de detalhamento. 
Ao invés de ratear diretamente todos os custos indiretos aos produtos, o 
esquema com departamentalização vai atribuí-los primeiramente aos 
departamentos, e só depois que os custos indiretos estiverem somente nos 
departamentos de produção, é que eles serão atribuídos aos produtos, mediante 
critério de rateio estabelecido.Fonte: www.goo.gl/h5lvLPVamos comentar, 
exemplificando cada um dos passos da departamentalização para que 
você compreenda melhor. Vamos lá!!!
1° passo: separação entre custos e despesas. 
Este passo é simples e você já sabe, é exatamente igual ao ciclo básico da 
contabilidade de custos sem departamentalização. 
Você vai separar as despesas de custos. Reservar as despesas, pois só os 
custos vão compor o valor do produto. 
2° passo: apropriação dos custos diretos aos produtos. 
Esse passo é exatamente igual ao ciclo básicoda contabilidade de custos sem 
departamentalização. Os custos diretos são de fácil alocação, pois você 
consegue identificá-los a cada produto, com facilidade. 
Por exemplo, você é capaz de identificar, a quantidade e o valor da matéria-
prima utilizada na produção de qualquer produto. 
3° passo: apropriação dos custos indiretos que pertencem, visivelmente, 
aos departamentos, agrupando, à parte, os comuns. 
A partir desse ponto, começaremos a alocação dos custos indiretos. E o que 
você tem de fazer nessa etapa? 
Veremos exemplos: 
O custo de depreciação das máquinas de costura de uma fábrica de roupas 
pertence ao ‘Departamento de Costura’. Portanto, ele deve ser alocado somente 
ao departamento de costura. 
Perceba que o custo é indireto em relação ao produto, mas conseguiu ser 
identificado ao departamento. Então ele é direto em relação ao departamento. 
Já o custo do salário do supervisor geral da produção (mão de obra indireta) é 
um custo indireto associado a todos os departamentos, visto que o supervisor 
gerencia todos os departamentos. Portanto, tem de ser rateado, de acordo com 
CONTABILIDADE DE CUSTOS 24
algum critério, a todos os departamentos. 
Ficou claro? Então, vamos ao próximo passo. 
4° passo: rateio dos custos indiretos comuns aos diversos departamentos, 
tanto de produção, como de serviços. 
Continuando a alocação dos custos indiretos. 
Lembra-se dos custos indiretos comuns a todos os departamentos que 
você deixou agrupado à parte no passo anterior? Então chegou a hora de 
utilizá-los. 
A alocação dos custos comuns a cada departamento será feito mediante um 
critério de rateio estabelecido. Veja que ainda recorremos a rateio nesse modelo, 
porém menos que nos outros modelos. 
Vamos ver um exemplo de rateio de custos comuns. 
Exemplo: 
O aluguel do galpão da fábrica é um custo indireto comum a todos os 
departamentos, visto que toda a fábrica está ali instalada. Portanto, precisamos 
de um critério para ratear o aluguel para os diversos departamentos, que pode 
ser a área em metros quadrados que cada departamento ocupa. 
Vamos supor que o galpão da fábrica tenha 1.000 m² e esteja alugado por R$ 
2.000,00. O ‘Departamento de Costura’ ocupa uma área de 150 m², qual é o 
valor do custo indireto do aluguel que será atribuído a este departamento? 
Fácil. Será um valor proporcional. 
Então, (150 m²/ 1.000 m²) x 100 = 15%, então a área que o ‘Departamento de 
Costura’ ocupa, corresponde a 15% da área total alugada. Se o valor do aluguel 
é R$ 2.000,00, o valor que deverá ser atribuído a este departamento é 15% de 
R$2.000,00, que é igual a R$300,00. 
Então, se o ‘Departamento de Costura’ teve custos visivelmente identificados a 
ele no valor de R$5.000,00, e no rateio dos custos comuns, foi destinado a esse 
departamento R$300,00. Portanto, os custos indiretos totais desse 
departamento ficaram R$5.300,00 (R$5.000,00 + R$300,00). Partindo do 
pressuposto que não houve outros custos comuns, porque se houvesse, 
somava-se todos que fossem destinados a esse departamento. 
Vamos ao próximo passo? 
5° passo: escolha da sequência de rateio dos custos acumulados nos 
departamentos de serviços e sua distribuição aos demais departamentos. 
Já estamos com os custos indiretos distribuídos a todos os departamentos, tanto 
aos de produção quanto aos de serviços. Entretanto, ainda não podemos fazer a 
CONTABILIDADE DE CUSTOS 25
distribuição aos produtos, visto que só podemos distribuí-los aos produtos 
quando os custos estiverem apenas nos departamentos de produção. 
E é o que vamos fazer agora a seguir: primeiro iremos escolher a sequência de 
rateio. Como assim? Iremos escolher a ordem em que os custos dos 
departamentos de serviços deverão ser rateados aos diversos departamentos, 
até chegar um momento que só tenham departamentos de produção. 
Vamos ver um exemplo: a Indústria Gama possui os seguintes departamentos: 
administração geral da produção; almoxarifado; corte; costura; e acabamento. 
Os dois primeiros são de serviços e os três últimos de produção. Como os 
custos da administração geral prestam serviços a todos os departamentos, 
inclusive ao almoxarifado, os custos indiretos dele devem ser os primeiros a 
serem rateados; logo após os custos do almoxarifado deverão ser rateados para 
os departamentos de produção. 
Agora só restam os departamentos de produção. Então vamos ao próximo 
passo. 
6° passo: atribuição dos custos indiretos que agora só estão nos 
departamentos de produção aos produtos, segundo critérios fixados. 
Agora ficou fácil, não é? Estamos com os custos indiretos todos nos 
departamentos de produção, então só é estabelecer o critério de rateio e atribuí-
los aos produtos. 
Por exemplo, depois de fazer toda a distribuição dos custos diretos do terceiro 
ao quinto passo, chegamos ao sexto passo com os seguintes custos indiretos 
nos departamentos de produção: 
Estes custos deverão ser distribuídos aos produtos A e B, utilizando como 
critério de rateio o valor total de mão de obra direta, que foi R$2.000,00 para o 
produto A; e R$3.000,00 para o produto B. Portanto, 40% dos custos para o 
Produto A e 60% para o Produto B. 
Então ficam assim distribuídos os custos para os produtos:
CONTABILIDADE DE CUSTOS 26
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CONTABILIDADE DE CUSTOS 31
Unidade 2: Aplicação da contabilidade de 
custos
Nesta unidade, você irá estudar os Elementos de Custos, que compõem o custo 
dos produtos. Estes elementos são compostos por Materiais Diretos, Mão de Obra 
Direta e Custos Indiretos de Fabricação. Estudará também como calcular e 
mensurar o custo dos produtos vendidos (CPV). O Custo dos Produtos Vendidos 
(CPV) corresponde à soma dos custos incorridos na fabricação dos produtos que 
foram vendidos em determinado período e calculados considerando-se as diversas 
fases pelas quais passa a matéria-prima até ser vendida como produto pronto, em 
determinado período. De igual forma serão vistos os métodos utilizados para 
Custeio. Todos esses assuntos são fundamentais para a compreensão dos custos e 
assim a sua gestão de forma eficaz.
Objetivos
Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de:
Distinguir os Elementos de Custos para uma gestão eficaz.
Conteúdo Programático
Esta unidade está dividida em:
Aula 1 - Elementos de Custos
Aula 2 - Cálculo dos Custos e Produtos Vendidos (CPV)
Aula 3 - Metodologias de custeio
CONTABILIDADE DE CUSTOS 32
Rota de Aprendizagem
A Rota de Aprendizagem apresenta as ações que devem ser realizadas nesta 
unidade. Utilize a Rota de Aprendizagem para planejar e gerir, com eficiência, as 
suas ações e o seu tempo de estudo. Isso facilitará a construção do seu 
conhecimento e aumentará a possibilidade de que você tenha um bom desempenho 
nas avaliações. Clique aqui para acessar a Rota de Aprendizagem.
Você sabia que a Contabilidade de Custos possui caráter gerencial e pode ser 
comparada a um sistema de informações, onde há as entradas de dados, o 
processamento desses dados e a saída das informações para fins decisórios? Esta 
é a aplicação da Contabilidade.
Analise o esquema a seguir, proposto pelo professor Guerra Leone, em seu livro 
Custos: planejamento, implantação e controle (2009).
Leone (2009) chama a Contabilidade de Custos de “Centro Processador de 
Informações”, como se pode observar na figura a seguir:
Fonte: LEONE, S. L., Custos: Planejamento, Implantação e Controle. 3. ed. São 
Paulo: Atlas, 2009, Cap. 1, p.17 (Adaptado).
Pelo esquema acima podemos perceber que a Contabilidade de Custos, ao receber 
os dados, interpreta-os e produz informações gerenciais. Deste modo, faz-se um 
poderoso instrumento de controle gerencial tanto na esfera privada, quanto pública. 
Vamos fazer de nossas mentes um poderoso centro processador de informações e 
ir mais além: transformar as informações em conhecimento sobre a Contabilidade 
de Custos!
Então, convido-lhe a navegar por este importante campo das Ciências Contábeis!https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/abc/coc/re/u2/RA/G_COC_RA_U2.htm
CONTABILIDADE DE CUSTOS 33
Aula 1: Elementos de custos
Olá querido (a) aluno (a)!
A Contabilidade de Custos é imprescindível para que as organizações possam 
fixar o preço de venda de cada produto. Para tanto, é necessário conhecer o 
custo de cada produto a ser produzido.
Como a Contabilidade brasileira é regulamentada pelas leis e pelos órgãos de 
classe, inicialmente iremos tratar sobre os Princípios Contábeis relativos a 
custos.
Princípios contábeis são regras seguidas e aceitas que constituem a teoria que 
fundamenta a Ciência Contábil. No Brasil, os princípios contábeis são os 
estabelecidos pela Resolução CFC 750/93, alterada pela Resolução CFC nº 
1.282/10, em conformidade com o processo de convergência às normas 
internacionais de Contabilidade. Com a divulgação da nova resolução, a 
denominação “Princípios Fundamentais de Contabilidade” foi alterada para 
“Princípios de Contabilidade”.
Os princípios originaram-se da necessidade do estabelecer um conjunto de 
conceitos, fundamentos e procedimentos que além de disciplinar o 
comportamento do profissional no exercício da Contabilidade, permite fixar 
padrões de comparabilidade e credibilidade das demonstrações financeiras.
Os Princípios Contábeis relativos a custos são:
CONTABILIDADE DE CUSTOS 34
Agora que você já conheceu os Princípios Contábeis relativos a custos, iremos 
estudar os Elementos de Custos.
Vamos então?
Elementos de Custos
Sabemos que o custo total de produção é o valor que se obtém pela soma de 
todos os gastos coletados e identificados como pertencentes a um objeto de 
custo em um intervalo de tempo, sendo composto por:
CONTABILIDADE DE CUSTOS 35
Que são os Elementos básicos dos custos
Assim, veremos que os elementos de custos se constituem nos custos 
associados ao processo de fabricação. Eles relacionam-se diretamente às 
atividades organizacionais.
A seguir, estudaremos os elementos de custos mais detalhadamente:
Elementos do Custo Industrial
Você sabe o que são empresas industriais? São aquelas que adquirem matéria-
prima e a partir da utilização de máquinas, equipamentos e mão de obra 
especializada, transformam a matéria-prima em produto acabado (OLIVEIRA; 
PEREZ JR., 2012).
Vejamos a seguir alguns exemplos:
CONTABILIDADE DE CUSTOS 36
Materiais Diretos (MD): componentes que são transformados e se tornam 
parte do objeto de custo. Como exemplo, podemos citar: alumínio para as 
latas de refrigerante, papel para compor um livro. É o material que pode ser 
identificado à unidade do produto fabricado e que sai da fábrica incorporado 
ao produto ou utilizado como embalagem. Assim, podemos afirmar que são 
custos facilmente identificáveis e coletados.
Conforme a IAS 2 / CPC 16, para compor o custo dos Materiais Diretos é 
necessário contabilizar todos os gatos incorridos para a colocação do ativo em 
pleno funcionamento.
“O custo dos estoques devem incluir todos os custos de aquisição, custos de 
transformação, e outros custos incorridos para trazer à sua condição e 
localização atuais”. Sendo que no  devem incluir o preço de compra, 
impostos (que não sejam os recuperáveis), custo de transporte, de 
manuseio e outros custos diretos. Na aquisição dos estoques a prazo, existe 
um custo financeiro embutido no preço. Este custo deverá ser mantido como 
custos de aquisição.
Custo de aquisição:
A Norma Internacional estabelece que os elementos financeiros de uma compra 
a prazo estendido fora das condições normais de negociação entre as empresas 
sejam reconhecidos como despesa. A norma brasileira não contém referência a 
esse respeito; menciona que os juros não são geralmente considerados 
necessários para se colocar os estoques em condição e localização atuais. Em 
CONTABILIDADE DE CUSTOS 37
casos de juros relativos a empréstimos e financiamento e não os relativos a 
prazo dado pelo fornecedor que seja considerado normal.
Quando os itens do estoque são vendidos, o custo correspondente baixado da 
conta de estoques deverá ser registrado como despesa do período em que a 
venda tenha sido reconhecida.
A Norma Internacional prevê outros custos que não são incorporados aos custos 
dos estoques – contabilizados como despesa:
Perdas anormais de materiais desperdiçados, mão de obra e outros custos 
de produção;
Custos com armazenamento, a menos que o custo seja estritamente 
necessário no processo produtivo até que o bem seja transferido para a 
próxima etapa de produção;
Despesas administrativas não relacionadas com o processo produtivo;
Despesas de vendas.
Veremos um exemplo prático a seguir:
Matéria-prima (I)
A Indústria de Embalagens “Embale Bem”, localizada em Maceió/AL adquiriu, no 
mês de fevereiro, 10.000 quilos de matéria-prima plástica junto ao fornecedor 
“Fornece Tudo”, localizado em Salvador/BA. O preço de venda deste fornecedor 
é de R$ 60,00 por quilo de matéria-prima. A Indústria de Embalagens “Embale 
Bem” pagou R$ 8.000,00 de frete para o transporte da matéria-prima da Bahia 
até Alagoas. Pagou também, R$ 4.000,00 de seguros.
Com base nestas informações, o custo de aquisição total e unitário desta 
matéria-prima foi de:
CONTABILIDADE DE CUSTOS 38
Podemos afirmar que cada quilo custou R$ 61,20, após a inclusão do frete e do 
seguro pagos pela empresa compradora. Caso a produção utilize em março, 
7.400 quilos desta matéria-prima serão imputados ao custo de produção o total 
de R$ 452.880,00 (resultado da multiplicação entre 7.400 kg por R$ 61,20), 
restando como estoque da matéria-prima o valor de R$ 159.120,00 (2.600 kg x 
61,20).
Matéria-prima (II)
Impostos Recuperáveis – Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e 
Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Nas empresas industriais, os tributos diretos, IPI e ICMS pagos pela empresa 
adquirente em decorrência de compra de matéria-prima, materiais de 
embalagem e demais materiais utilizados na produção, representam, conforme 
estabelecido na legislação, crédito da empresa compradora com o Governo.
Estes créditos tributários são compensados com os impostos da mesma 
natureza que são devidos pela mesma empresa por ocasião das vendas dos 
produtos acabados.
CONTABILIDADE DE CUSTOS 39
Assim sendo, os valores dos impostos recuperáveis pagos na compra as 
matérias-primas e dos demais materiais utilizados na fabricação dos produtos 
não devem compor o custo de aquisição que será incorporado aos estoques.
Estes impostos devem ser registrados em conta específica de ativo, a qual 
representará o direito da empresa com o Governo.
Como assim? Vamos esclarecer com um exemplo?
A Indústria de Vestuário “Bem Vestida S.A.” adquiriu em setembro várias 
matérias-primas, totalizando R$ 250.000,00, incluindo R$ 45.000,00 de ICMS e 
R$ 25.000,00 de IPI, as quais são utilizadas na produção de 10 modelos de 
vestuários diferentes.
Durante o mês de setembro foram vendidos diversos produtos acabados, 
produzidos com as matérias-primas compradas em setembro ou nos meses 
anteriores. O valor das receitas com as vendas totalizou R$ 400.000,00, 
incluindo R$ 72.000,00 de ICMS e R$ 48.000,00 de IPI.
Com base nestas informações foram apurados os seguintes valores:
A)
B)
C)
CONTABILIDADE DE CUSTOS 40
Matéria-prima (III)
Agora iremos estudar, ainda no elemento de custo Matéria-Prima, a incidência 
do frete Preço CIF e Preço FOB. Mas, qual o significado de CIF? Qual o 
significado de FOB?
Iremos aprender agora!
CIF é uma sigla em inglês, que significa “Cost, insurance and freight”, que quer 
dizer: “Custo, seguro e frete”. Nesta modalidade de frete, o pago pelo comprador 
inclui o valor do material adquirido, mais o frete e o seguro. Desse modo, o gasto 
do frete e do seguro é de responsabilidade do vendedor, que deverá entregar a 
mercadoria no local indicado pelo comprador.
FOB é outra sigla em inglês, que significa “Free in board”, que quer dizer: “Posto 
a bordo”. Na modalidade FOB, o valor pago pelo comprador é relativo apenaso 
valor do material adquirido.
Desse modo, o valor do frete e do seguro é de responsabilidade do comprador. 
A responsabilidade do vendedor limita-se apenas em “por a mercadoria a bordo” 
do veículo com comprador ou de quem este indicar para fazer o transporte. Os 
gastos com incorridos no transporte da mercadoria do estabelecimento do 
vendedor até o estabelecimento do comprador devem ser acrescentados ao 
custo da aquisição do material para fins de determinação do valor que será 
incorporado ao estoque.
Vamos ao nosso exemplo para compreendermos melhor?
CONTABILIDADE DE CUSTOS 41
Mão de Obra Direta (MOD):
“Mão de obra direta é aquela relativa ao pessoal que trabalha diretamente sobre 
o produto em elaboração, desde que seja possível a mensuração do tempo 
despendido e a identificação de quem executou o trabalho, sem a necessidade 
de qualquer apropriação direta ou rateio” (MARTINS, 2010).
A mão de obra direta só se configura como tal, se esta for executada 
diretamente na elaboração de um determinado produto. O valor relativo ao 
salário e aos encargos, pago ao operário que atua diretamente na produção é 
considerado mão de obra direta este produto.
Você sabia que este valor deve ser passível de mensuração? 
Pois é! Vamos verificar no exemplo a seguir?
Um operário produz uma mesa em 2 horas.
O valor da hora da sua mão de obra é de R$ 10,00.
Assim, para produzir uma mesa, a empresa se gasta R$ 20,00 de mão de obra 
direta.
Valores que devem ser considerados no pagamento ao funcionário: 13° salário, 
férias, férias remuneradas, adicional de férias (1/3), aviso prévio indenizado, 
repouso semanal remunerado, horas-extras, vale-transporte, vale-refeição, 
participação nos lucros, se houver na empresa.
São contribuições sociais a serem consideradas
CONTABILIDADE DE CUSTOS 42
Veremos um exemplo prático adaptado de Martins (2010):
A Indústria de Móveis “Du Lar” contratou um operário para trabalhar 44 horas 
semanais, de segunda a sábado, pelo valor de R$ 20,00 a hora trabalhada. 
Assim a jornada será: 44 horas semanais divididas por 06 dias = 7,3333 horas 
que equivalem a 7 horas e 20 minutos.
Como o salário por hora é R$ 20,00, a remuneração anual do funcionário é 
assim calculada:
CONTABILIDADE DE CUSTOS 43
CONTABILIDADE DE CUSTOS 44
CONTABILIDADE DE CUSTOS 45
Dessa maneira, o custo total deste funcionário é de R$ 59.400,67 x 37% = R$ 
81.378,92.
Como o funcionário trabalha 2.016,7 horas, ele “custa”, por hora, para a Indústria 
de Móveis “Du Lar” o valor de R$ 40,35 (R$ 81.378,92 divididos por 2.016,7 
horas).
Designer inserir o texto acima destacado no formato acordion no trecho 
“Veremos um exemplo prático adaptado de Martins (2010):”
Custos Indiretos de Fabricação (CIF):
referem-se a todos os demais gastos do processo produtivo que não são 
facilmente identificáveis ao objeto de custo (unidades produzidas), e que 
necessitam de algum critério de apropriação indireta para serem agregados ao 
produto.
Como exemplos, temos:
Mão de obra Indireta: trabalho nos departamentos auxiliares nas indústrias ou 
prestadores de serviços e que não são mensuráveis em nenhum produto ou 
serviço executado. Mão de obra de supervisores, controle de qualidade etc.
Materiais Indiretos: empregados nas atividades auxiliares de produção, tais 
como: graxas e lubrificantes, lixas etc.
Outros Custos Indiretos: custos que dizem respeito à existência do setor fabril ou 
de prestação de serviços, como depreciação, seguros, energia elétrica, 
manutenção de equipamentos, aluguel do galpão da fábrica.
O que isto significa?
Significa, por exemplo, no caso do aluguel do galpão que, se a indústria produzir 
mais ou produzir menos, o aluguel permanecerá o mesmo, e não há um meio 
direto de vincular a produção ao valor do aluguel.
Critério de Rateio dos Custos Indiretos
Os custos indiretos sugerem que só podem ser apropriados de forma indireta 
aos produtos, por meio de estimativas e critérios de rateio, trazendo o 
subjetivismo. Por isso sempre haverá arbitrariedade no rateio desses custos.
CONTABILIDADE DE CUSTOS 46
Os critérios de rateio serão definidos pela empresa, que escolherá o que 
considera mais justo na alocação dos custos indiretos aos seus produtos. A 
seguir, podemos verificar alguns dos possíveis critérios de rateio que podem ser 
utilizados nas empresas:
Vamos a um exemplo prático com o Cálculo da Parcela do 
Custo Indireto de Indústria de Solvente
CONTABILIDADE DE CUSTOS 47
Designer inserir trecho acima destacdo no formato acordion no 
trecho Vamos a um exemplo prático com o Cálculo da Parcela do Custo Indireto 
de Indústria de Solvente
A seguir, veremos mais um exemplo prático de rateio de Custos Indiretos de 
Produção:
O relatório da Contabilidade de Custos da Indústria de Vestuário “Roupa 
Bella” evidenciou que esta empresa obteve um custo de depreciação no valor de 
R$ 800,00. Este valor foi distribuído pelos produtos conforme o tempo de 
produção das máquinas (horas-máquinas) por produto.
Vejamos a seguir quanto do Custo de Depreciação pode ser atribuído a cada 
produto:
CONTABILIDADE DE CUSTOS 48
O objetivo do rateio foi ratear o custo da depreciação (800,00) 
proporcionalmente para verificar o valor que seria atribuído a cada produto.
Elementos do Custo Comercial:
Mercadorias: bens adquiridos com a finalidade de comercialização, que 
fazem parte dos objetivos da empresa comercial, do contexto operacional e 
do ramo de atividade da empresa. As mercadorias, por se constituírem no 
custo da venda, requerem estudos e cuidados em quatro aspectos 
fundamentais, tais como: controle, custeio, valorização contábil e 
programação.
Elementos dos Custos nos Serviços:
O custo de um serviço pode compor-se de até quatro elementos básicos a 
seguir:
Material Aplicado nos Serviços
Mão de obra Aplicada
Custos Indiretos dos Serviços Específicos
Materiais indiretos
Mão de obra indireta
Outros custos dos serviços
Custos indiretos dos serviços não específicos
Serviços Repetitivos: por similaridade de operações é feito de forma 
repetitiva, ou seja, uma vez definidos, serão sempre executados de forma 
similar. Exemplo: serviços contábeis, processamento de dados, turismo, 
entretenimento, administração de imóveis, fretes entre outros.
Serviços Específicos: em função de demanda específica, exigem estudos e 
projetos específicos, representando cada serviço, um projeto e um serviço 
diferenciado. Exemplo: serviços de instalação, transportes especiais, 
determinadas manutenções, reparos, sistemas e assessorias, entre outros.
Esquema de Custeio dos Serviços: custos ocorrem na execução dos 
serviços e não no Departamento de Custos. O processo de custeio é uma 
CONTABILIDADE DE CUSTOS 49
apuração analítica e valorização monetária do que ocorre na prestação de 
serviços, que utiliza informações operacionais e informações contábeis.
Percebemos, portanto, que é fundamental para assegurar a eficiência, eficácia e 
a efetividade da organização, que cada elemento que é alocado ao custo do 
produto, mercadoria ou serviço, seja efetivamente identificado.
A partir do que foi visto até aqui, sobre o custo total com mão de obra direta 
(salários mais encargos), em que os seus custos quase dobram em relação ao 
que é pago aos funcionários, quais as ações que o gestor de custos pode 
realizar para diminuir o impacto destes custos e para aumentar a lucratividade 
nas organizações, sem que haja demissões nem sonegação de tributos?
A análise da lucratividade de uma empresa não deve ser efetuada de forma 
isolada. Todos os custos e receitas devem ser analisados de forma integrada na 
demonstração de resultado global do negócio. A visão global do lucro da 
empresa contém importantes elementos para análise, tais como: a contribuição 
de cada produto para a lucratividade da empresa, montante dos custos fixos e 
variáveis, lucro líquido final da empresa. Na atualidade, o valor dos custos fixos 
pode ser modificado por meio de uma ação com reflexo sobre os próximos 
períodos, já que a empresadeve focar a sua estratégia na contribuição que cada 
produto deve gerar para que assim possa cobrir os custos e formar o lucro 
(GUERREIRO, 2011).
As transformações ocorridas no contexto macroeconômico mundial nas últimas 
décadas levaram os gestores a inovarem quanto à busca de uma eficiência na 
gestão de custos. Os meios de produção ficaram cada vez mais desenvolvidos, 
contribuindo para que ocorressem grandes avanços tecnológicos. Assim, as 
empresas voltaram seu foco para a antecipação às necessidades dos clientes, 
de modo a assegurar a vantagem competitiva, devido à crescente concorrência 
mundial.
Todos estes fatores geraram um impacto na contabilidade de custos das 
empresas, que passaram a necessitar, cada vez mais, de sistemas de custos 
mais acurados e flexíveis, adequados à nova realidade mundial e voltados para 
subsidiar as tomadas de decisões das organizações.
Assim, a contabilidade de custos, integrada às contabilidades financeira e 
gerencial, produz informações que, por sua vez, serão utilizadas pelo 
CONTABILIDADE DE CUSTOS 50
planejamento estratégico, apoiando a gerência nas tomadas de decisões, 
fazendo, deste modo, as organizações atingirem a excelência gerencial 
administrativa nos seus resultados.
Vídeo da Unidade
Para saber mais sobre as formas de custeio assista ao vídeo: Custeio por 
absorção e custeio variável.
Aula 2: Cálculo dos Custos e Produtos Vendidos (CPV)
Nesta aula, iremos calcular e mensurar o Custo dos Produtos Vendidos (CPV). 
Mas antes, para uma melhor compreensão, é importante relembramos alguns 
conceitos importantes, que servirão de base para o cálculo do CPV. Vamos 
então? 
Vimos que os custos podem ser classificados de diversas formas, tais como: 
Em relação à apropriação aos produtos fabricados, os custos são classificados 
em custos diretos e custos indiretos. 
Primeiramente iremos estudar os custos em relação ao produto: 
Em relação aos níveis de produção, os custos são classificados em custos fixos 
e custos variáveis. 
Custos fixos são aqueles cujos valores são os mesmos qualquer que seja o 
volume de produção da empresa. É o caso, por exemplo, do aluguel da fábrica. 
Este será cobrado pelo mesmo valor qualquer que seja o nível da produção, 
inclusive no caso de a fábrica nada produzir. 
Observe que os custos fixos são fixos em relação ao volume de produção, mas 
podem variar de valor no decorrer do tempo. O aluguel da fábrica, mesmo 
quando sofre reajuste em determinado mês, não deixa de ser considerado um 
custo fixo, uma vez que terá o mesmo valor qualquer que seja a produção do 
mês. 
Custos variáveis são aqueles cujos valores se alteram em função do volume de 
produção da empresa. Exemplo: matéria-prima consumida. Se não houver 
quantidade produzida, o custo variável será nulo. Os custos variáveis aumentam 
à medida que aumenta a produção. Outros exemplos: materiais indiretos 
consumidos, depreciação dos equipamentos quando esta for feita em função 
das horas/máquina trabalhadas, gastos com horas-extras na produção. 
Custos semivariáveis são custos que variam com o nível de produção que, 
https://player.vimeo.com/video/348870773
CONTABILIDADE DE CUSTOS 51
entretanto, têm uma parcela fixa mesmo que nada seja produzido. É o caso, por 
exemplo, da conta de energia elétrica da fábrica, na qual a concessionária cobra 
uma taxa mínima mesmo que nada seja gasto no período, embora o valor total 
da conta dependa do número de quilowatts consumidos e, portanto, do volume 
de produção da empresa. 
Outros exemplos: aluguel de uma copiadora na qual se cobra uma parcela fixa 
mesmo que nenhuma cópia seja tirada; gasto com combustível para 
aquecimento de uma caldeira, que varia de acordo com o nível de atividade, 
mas que existirá, mesmo que seja num valor mínimo, quando nada se produza, 
já que a caldeira não pode esfriar. 
Custos semifixos são custos que são fixos numa determinada faixa de 
produção, mas que variam se há uma mudança desta faixa. Considere, por 
exemplo, a necessidade de supervisores de produção da Indústria de 
Cosméticos “Bella Face” evidenciada no quadro a seguir: 
Como você pode observar, o custo dos supervisores será de R$ 360.000,00, fixo 
na faixa de produção de 20.001 a 40.000 unidades. Se, entretanto, a produção 
aumentar para 50.000 unidades, o custo passa para outro degrau (R$ 
480.000,00). 
Os custos variáveis são diretamente proporcionais à quantidade produzida. Por 
outro lado, o custo fixo pela sua própria definição é constante, qualquer que seja 
o volume de produção. 
No que se refere aos custos diretos, podemos afirmar que são aqueles que 
podem ser apropriados diretamente aos produtos fabricados, porque há uma 
medida objetiva de seu consumo nesta fabricação. 
São exemplos de custos diretos: 
Matéria-Prima: normalmente, a empresa sabe a quantidade exata de matéria-
prima que está sendo utilizada para a fabricação de uma unidade do produto. 
Sabendo-se o preço da matéria-prima, o custo daí resultante está associado 
diretamente ao produto. 
Mão de obra Direta: trata-se dos custos com os trabalhadores, utilizados 
diretamente na produção. Sabendo-se quanto tempo cada um trabalhou no 
produto e o preço da mão de obra, é possível apropriá-la diretamente ao 
produto. 
Os custos indiretos são aqueles que dependem de cálculos, rateios ou 
estimativas para serem apropriados aos diferentes produtos, portanto, são 
custos apropriados indiretamente aos produtos. 
CONTABILIDADE DE CUSTOS 52
Ainda no que se refere aos custos diretos, cujos elementos de custos são os 
materiais diretos e mão de obra direta, visto que todo processo de produção 
industrial precisa ter esses dois itens, cabe atentar para a classificação de seus 
elementos. 
Portanto, iremos agora tratar dos materiais diretos e da mão de obra direta. 
Como vimos anteriormente, os materiais diretos são: 
• Matérias-primas; 
• Embalagens; 
• Componentes adquiridos prontos; 
• Demais materiais utilizados na fabricação de um produto. 
As matérias-primas são os materiais principais que participam com maior 
incidência na fabricação do produto. 
As embalagens são os materiais destinados a acondicionar ou embalar os 
produtos, antes que eles saiam da área de produção. 
Conforme Martins (2010), podemos dividir todos os problemas existentes numa 
empresa com relação a materiais em três campos: 
Tanto o controle quanto o custo do produto elaborado a programação são itens 
importantes, mas aqui iremos dar uma atenção especial em como avaliar o 
material direto utilizado. 
Agora que relembramos conceitos importantes, iremos aprender a calcular o 
Custo dos Produtos Vendidos (CPV). Observe que estamos tratando de 
indústrias. Os custos industriais referem-se às matérias-primas consumidas, 
mão de obra empregada e os custos indiretos de fabricação. 
Consoante Crepaldi (2010), o Custo dos Produtos Vendidos (CPV) corresponde 
à soma dos custos incorridos na fabricação dos produtos que foram vendidos 
em determinado período e é calculado considerando-se as diversas fases pelas 
quais passa a matéria-prima até ser vendida 
como produto pronto, em determinado período. Corresponde aos custos 
incorridos na fabricação dos produtos, conforme destacamos a seguir: 
O custo dos produtos vendidos é formado pela soma dos Materiais Direitos (MD) 
mais Mão de obra Direta (MOD) mais os Custos Indiretos de Fabricação (CIF). A 
apuração do custo dos produtos vendidos está diretamente relacionada aos 
estoques de produtos acabados da empresa, pois representa a baixa efetuada 
nas contas dos estoques por vendas realizadas no período. 
Podemos afirmar então, que a apuração do Custo dos Produtos Vendidos é o 
último estágio do controle de custos, que teve como precedentes as seguintes 
CONTABILIDADE DE CUSTOS 53
etapas: 
• Separação entre custos e despesas; 
• Separação entre Custos Diretos e Indiretos; 
• Apropriação dos Custos Diretos aos produtos; 
• Rateio dos custos indiretos aos produtos 
Para apuração do Custo dos Produtos Vendidos, é necessário conhecer os 
seguintes conceitos:A contabilidade de custos da Indústria de Calçados “Calce 
Bem” apresentou as seguintes informações no balancete em 31/12/XXX1: 
1ª ETAPA – Separar os custos das despesas 
CUSTOS: 
• MOD – 100.000 
• MOI – 74.000 
• Depreciação Equipamentos – 3.600 
• Seguros da Fábrica – 400 
• Energia Elétrica Fábrica – 1.600 
• Materiais consumidos pela fábrica – 4.000 
DESPESAS 
• Salários dos vendedores – 12.000 
• Salários administrativos – 8.000 
• Depreciação dos móveis do escritório - 800 
2ª ETAPA – Separar custos diretos dos custos indiretos 
CUSTOS DIRETOS 
• MOD – 100.000 
• MD – 88.000 (*) 
 ◦ MD = EI + C – EF 
 ◦ MD = 40.000 + 80.000 – 32.000 
 ◦ MD = 88.000 
CUSTOS INDIRETOS 
• MOI – 74.000 
• Materiais consumidos – 4.000 
• Depreciação Equipamentos – 3.600 
• Seguros – 400 
• Energia Elétrica Fábrica – 1.600 
• Total – 83.600,00 
3ª ETAPA – Calcular o Custo de Produção 
CONTABILIDADE DE CUSTOS 54
- CP = MD + MOD + CIF- CP = 88.000 + 100.000 + 83.600- CP = 271.600 
4ª ETAPA – Calcular o Custo da Produção Acabada 
- CPA = EIPP + CP – EFPP- CPA = 24.000 + 271.600– 32.000- CPA = 263.600 
5ª ETAPA – Calcular o Custo dos Produtos Vendidos 
- CPV = EIPA + CPA – EFPA- CPV = 24.000 + 263.600– 20.000- CPV = 267.600 
Agora iremos apurar o CPV: 
De que forma? Veremos: 
1º) Uma vez iniciada a produção, à medida que os elementos de custos vão 
sendo utilizados, eles são transferidos para uma conta chamada Estoque de 
Produtos em Processo (EPP):
D – ESTOQUE DE PRODUTOS EM PROCESSO
C – CUSTOS DE PRODUÇÃO (MD + MOD + CIF) 
2º) À medida que os produtos vão sendo concluídos, esses elementos de custos 
são transferidos para a conta Estoque de Produtos Acabados (EPA):
D – ESTOQUE DE PRODUTOS ACABADOS
C – ESTOQUE DE PRODUTOS EM PROCESSO 
3º) Quando os produtos são vendidos, os elementos de custos são transferidos 
para a conta Custo dos Produtos Vendidos (CPV):
D – CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS
C – ESTOQUE DE PRODUTOS ACABADOS 
Compreendendo o Registro Contábil da conta Custo dos Produtos 
Vendidos 
A conta Custo dos Produtos Vendidos recebe a seu débito o valor 
correspondente ao custo dos produtos comercializados pela empresa. Por se 
tratar de conta de resultado, será encerrada no final do período contra a conta 
de Apuração de Resultado. Seu valor, deduzido das Vendas Líquidas, 
corresponderá ao Lucro Bruto da empresa industrial e é também denominado de 
Resultado Industrial. 
“Custear é apurar os custos. Mas não significa apenas determiná-los ou calculá-
los. Apuração de custos representa todo o trabalho da Contabilidade de Custos, 
desde o planejamento da coleta dos dados até a prestação da informação 
gerencial dos custos” (LEONE, 2009, p. 49). 
Você sabia que o objetivo do custeio é o nome técnico que designa a finalidade 
para a qual os custos estão sendo apurados?
CONTABILIDADE DE CUSTOS 55
CONTABILIDADE DE CUSTOS 56
Aula 3: Metodologias de Custeio
Seja bem-vindo a mais uma aula de Contabilidade de Custos! Nesta aula, 
abordaremos os métodos utilizados para Custeio. Está curioso para conhecer 
estes métodos? Então vamos começar a estudar! 
Os métodos abordados serão aqueles utilizados para custeio da produção de 
CONTABILIDADE DE CUSTOS 57
bens e serviços. 
Portanto, coadunamos com Leone (2009), ao afirmar que quando se fala em 
produção, compreende-se fabricação e prestação de serviços. Assim, 
entendemos que existem dois tipos básicos de produção; os demais tipos são 
combinações entre eles ou mesmo variações em torno de cada um deles. 
• Custeio por Absorção 
O custeio por absorção (também denominado de custeio integral) debita ao 
custo dos produtos todos os custos da área de fabricação, sejam estes custos 
diretos ou indiretos, fixos ou variáveis, de estrutura ou operacionais. A própria 
denominação deste método de custeio traduz esta particularidade, ou seja, o 
procedimento é fazer com que cada produto (ou serviço) absorva parcela dos 
custos diretos e indiretos, relacionados à fabricação. Assim, os custos indiretos 
de fabricação são absorvidos totalmente pelos produtos por meio de rateio, não 
importando a natureza dos itens de custos que formam essa coletividade. 
Este método de custeio é derivado da aplicação dos princípios contábeis do 
Brasil e é adotado pela legislação comercial e pela legislação fiscal. O custeio 
por absorção está relacionado com a ótica da contabilidade societária, cuja 
ênfase é o atendimento a normas e princípios contábeis. 
Tal método teve a sua origem no sistema desenvolvido na Alemanha, no inicio 
do século XX, denominado Reichskuratorium für Wirtschaftlichkeit (RKW). Pelo 
método RKW, todos os gastos do período (custos e despesas) eram apropriados 
à produção por meio das fábricas de rateio, por nós, já estudadas. 
Naquela época, as despesas administrativas, comerciais e financeiras não eram 
relevantes, pois todos os esforços estavam concentrados na produção. Todavia, 
com o desenvolvimento e modernização das diversas economias mundiais, as 
despesas administrativas passaram a representar importante parcela dos gastos 
empresariais. Baseado neste novo ambiente empresarial julgou-se necessário 
segregar as despesas dos custos e apropriá-los diretamente do resultado do 
exercício. 
A primeira etapa da operacionalização do custeio por absorção é a separação 
entre custos e despesas do período (lembrando que custos são gastos que 
ocorrem no ambiente de produção e despesas são gastos que ocorrem fora do 
ambiente de produção). 
Os custos são atribuídos aos produtos e as despesas do período são 
consideradas gastos do período. O quadro a seguir, adaptado de Guerreiro ( 
2011), apresenta um exemplo de gastos típicos, que são classificados como 
CONTABILIDADE DE CUSTOS 58
custos e como despesas. 
Separação entre custos e despesas: 
Em seguida, os gastos classificados como custos de produção são separados 
em custos variáveis dos custos fixos. Os custos variáveis podem ser 
identificados aos produtos, pois possuem a mesma natureza de custos diretos a 
unidades de produtos. Os custos fixos, por sua vez, serão distribuídos aos 
diversos produtos por meio de algum critério de rateio. Desse modo, os custos 
fixos são, juntamente com os custos variáveis, estocados e levados a resultado 
apenas na ocasião da venda dos produtos, ao invés de no momento em que 
ocorrem. 
A seguir, como exemplo, vamos considerar uma Fábrica de Produtos de 
nome “Produza Bem”, que produz dois produtos, com os dados demonstrados 
no quadro a seguir: 
A Fábrica de Produtos “Produza Bem” distribui os custos fixos a cada um dos 
dois produtos utilizando como critério de rateio a proporção de custos variáveis 
dos produtos. Desse modo, os produtos ficarão com os valores de custos fixos, 
custos totais e custos a seguir: 
Podemos afirmar que, como consequência da utilização do custeio por 
absorção, em função da alocação dos custos fixos aos produtos, observamos 
que o custo unitário do produto fica impactado por dois fatores: 
1. pelo critério de rateio utilizado para alocação de custos fixos aos produtos e; 
2. pelo volume de produção do período. 
A alocação dos custos fixos aos produtos depende da utilização de critérios 
subjetivos de rateio. 
Uma alteração do critério de rateio provoca uma modificação no custo unitário 
do produto. 
Tendo em vista que o volume de custo fixo permanece de certa forma constante 
(numerador) e o volume de produção pode variar (denominador), o custo unitário 
varia de período para período em função do volume e mix de produção. Desse 
modo, a ociosidade, um problema decorrente da baixa utilização da baixa 
capacidade instalada, passa a ser interpretada equivocadamente como sendo 
um problema de custo unitário de produto. Nesse sentido, observamos que o 
CPC 16 (Estoques) trata este assunto de forma tecnicamente correta. 
A esquematização do custeio por absorção pode ver vista a seguir: 
Custeio Variável 
O método de apropriação de custos denominado de custeio variável ou custeio 
CONTABILIDADE DE CUSTOS 59
direto é aquele que distribui apenas os

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