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IMUNOLOGIA Faveni

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2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 
2 IMUNOLOGIA CLÍNICA .............................................................................. 5 
3 SISTEMA IMUNE (SI) ................................................................................. 6 
3.1 Células e tecidos e órgãos do sistema imunológico ............................. 8 
3.2 Funções da resposta imune ............................................................... 12 
4 COMPLEXO PRINCIPAL DE HISTOCOMPATIBILIDADE ....................... 13 
4.1 Imunidade inata .................................................................................. 15 
4.2 Imunidade adaptativa ou adquirida .................................................... 16 
4.3 Ativação dos linfócitos B e mecanismos efetores da imunidade humoral
 17 
5 SISTEMA COMPLEMENTO ..................................................................... 19 
5.1 Via lectinas ......................................................................................... 20 
5.2 Via clássica ........................................................................................ 20 
5.3 Via alternativa ..................................................................................... 20 
6 CÉLULAS T .............................................................................................. 21 
6.1 Diferenciação celular .......................................................................... 22 
6.2 Homeostase imunológica ................................................................... 24 
7 PROCESSO ALÉRGICO – MEDICAMENTOS ......................................... 24 
7.1 Testes ................................................................................................. 25 
8 TOLERÂNCIA ........................................................................................... 26 
8.1 Tolerância central ............................................................................... 26 
8.2 Tolerância periférica ........................................................................... 27 
8.3 Tolerância a antígenos estranhos ...................................................... 27 
9 HIPERSENSIBILIDADE TIPO I, II, III E IV ................................................ 28 
9.1 Hipersensibilidade tipo I ..................................................................... 28 
 
3 
 
9.2 Hipersensibilidade tipo II .................................................................... 28 
9.3 Hipersensibilidade tipo III ................................................................... 29 
9.4 Hipersensibilidade tipo IV ................................................................... 29 
9.5 Testes intradérmicos .......................................................................... 30 
10 IMUNOBIOLÓGICO ............................................................................... 31 
10.1 Vacinação ....................................................................................... 31 
10.2 Número de doses de uma vacina .................................................... 31 
10.3 Intervalo entre doses de uma mesma vacina .................................. 32 
11 AUTOIMUNIDADE ................................................................................. 32 
11.1 Mecanismos de autoimunidade ....................................................... 32 
12 DOENÇAS AUTOIMUNES .................................................................... 33 
12.1 Principais doenças autoimunes ....................................................... 34 
13 IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA ............................................................ 34 
13.1 Resposta imune ao HIV .................................................................. 36 
14 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ........................................................... 37 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que 
esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. 
No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão 
ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2 IMUNOLOGIA CLÍNICA 
 
Fonte: atheneu.com.br 
A Imunologia é a ciência que estuda o conjunto complexo de mecanismos 
integrados (Sistema Imunológico) que tem como uma das suas funções a 
discriminação entre o “próprio” e o “alheio” (“self” versus “Non-self”) (VICTOR, 2018). 
O Sistema Imunológico garante a manutenção da integridade física e a 
homeostasia do organismo. Esta noção de função protetora (Imunidade) do Sistema 
Imunológico foi ganhando consistência desde os primórdios da história da Imunologia, 
nascida da Microbiologia. 
À medida que a nova ciência dava os primeiros passos, descobrindo os 
mecanismos da imunidade, foi-se afirmando no longo percurso que culminou com a 
descoberta das primeiras vacinas e, mais tarde, a imunização passiva (AROSA, 
2012). 
O termo “imunidade” foi criado pelo biólogo Elie Metchnikoff em 1883, após ter 
observado a fagocitose de esporos de fungos por leucócitos, afirmando assim que a 
imunidade se baseava na ação das células brancas do sangue (leucócitos). Em 1885, 
Pasteur administrou a primeira vacina a um ser humano, um menino que havia sido 
mordido repetidamente por um cão infetado pelo vírus da raiva (VICTOR, 2018). 
Em 1890, Emil Von Behring e Kitasato inocularam toxinas de difteria e tétano a 
coelhos, para produzir soro antitoxina neutralizante, mostrando que a transferência de 
soro de animais imunes para animais não imunizados poderia conferir proteção a 
estes. Assim, introduziram a noção de “imunização passiva” na medicina moderna 
para o qual von Behring recebeu o prémio Nobel em 1901. Entre 1900 e 1921, os 
 
6 
 
cientistas franceses Albert Calmette e Camille Guérin efetuaram vários estudos que 
culminaram na descoberta de uma vacina eficaz – vacina Bacille Calmette Guérin 
(BCG) contra a tuberculose. Estes estudos envolveram uma vacina preparada a partir 
da estirpe de Mycobacterium bovis atenuada e que inicialmente testaram em bois e, 
posteriormente, em humanos, com a colaboração de Benjamin Weill-Halle e Raymond 
Turpin, em 1921(C VICTOR, 2018). 
 Já a partir do século XX, começou a ser mais comum a noção científica de 
haver um número alargado de doenças que poderiam ser atribuídas a causas 
imunológicas (distúrbios imunopatológicos). Assim, ao longo do tempo, a Imunologia 
clínica foi-se constituindo como uma disciplina científica de maior relevância. 
3 SISTEMA IMUNE (SI) 
 
Fonte: exame.com 
A Imunologia é apresentada, como uma ciência que se preocupa em investigar 
o conjunto de interações, processos fisiológicos e de estruturas que constituem o 
sistema imune no organismo dos vertebrados mandibulados (FORTE, 2011). 
De maneira geral, a Imunologia é entendida fisiologicamente, na literatura 
especializada, como apenas mais um aspecto da homeostasia global do organismo 
(ABBAS et al., 2011).A ação do SI é vista com o intuito de manter o organismo isento, protegido e/ou 
defendido de substâncias estranhas e/ou de invasão causada por outros organismos, 
potenciais causadores de doenças, provenientes do ambiente (ABBAS et al., 2011). 
 
7 
 
Segundo VAZ (2011), “A “defesa” imunológica é um comentário legítimo que 
podemos fazer sobre o resultado de interações do organismo com agentes 
infecciosos, mas como tal, ela pertence a nossa descrição, e não ao mecanismo 
operante no organismo observado” (p.153). 
VAZ (2011) ainda relata que o sistema imune atua de forma sistêmica, vive à 
deriva em um presente continuamente variável e atua como referência em seu dever 
histórico e não como meta a um ponto determinado (defesa) no futuro. Essa 
proposição se opõe ao acaso e à aleatoriedade neodarwinista em prol de deriva 
natural do sistema em função de sua estrutura e pelos encontros estabelecidos pelo 
SI com o meio (organismo). 
A característica ímpar do tecido imunológico, que o diferencia dos demais 
sistemas que constituem o organismo, é a movimentação constante de seus principais 
componentes celulares. Estes transitam pelo sangue, pelos tecidos e, com frequência, 
retornam ao sangue (ABBAS et al., 2011). 
As células do SI normalmente estão presentes no organismo como células 
circulantes do sangue e na linfa, como aglomerados anatomicamente definidos como 
órgãos linfoides e espalhadas praticamente em todos os tecidos que compõem o 
corpo humano. As capacidades de circular, de migrar para os e dos tecidos, além de 
realizar trocas entre sangue e linfa são fundamentais para a atividade imunológica 
(ABBAS et al., 2011). 
A capacidade migratória de suas células e de seus tecidos somada às 
capacidades destes elementos de identificação e de manutenção do padrão de 
organização do organismo são as características que, em conjunto, conferem ao SI a 
capacidade imunológica conservadora (mantenedora do equilíbrio dos processos 
autopoiéticos de geração, manutenção e reconstrução – regeneração – da forma do 
organismo). Por isso, o resultado das ações do SI é a promoção da homeostase por 
meio da manutenção (conservação) da organização da estrutura do corpo (da forma 
biológica), esta última essencial para a manutenção da vida do organismo (CURTIS 
& BARNES, 2015). 
 
8 
 
3.1 Células e tecidos e órgãos do sistema imunológico 
O sistema imunológico compreende as vias principais através das quais o ser 
humano responde se adaptando aos desafios exógenos e endógenos. Está formado 
por uma série de células e moléculas, distribuídas pelo organismo, imprescindíveis 
para a sua defesa frente a infecções e/ou situações que comprometam a sua 
integridade. As proteínas do sistema imunológico representam 20 a 25% da 
concentração de total de proteínas plasmáticas e o seu componente celular 
representa aproximadamente 15% das células corporais (MARTÍNEZ, 1999). 
 Componente celular 
O componente celular do sistema imunológico é formado por diferentes 
populações linfocitárias e por células acessórias que possuem características 
morfológicas e funcionais muito heterogêneas. A característica biológica essencial e 
que distingue este sistema é a capacidade que alguns dos seus componentes 
possuem de reconhecer de forma específica determinados fragmentos celulares ou 
antígenos (MARTÍNEZ, 1999). 
A natureza química desses antígenos é muito variável e a sua origem pode ser 
tanto exógena quanto endógena. Em maior ou menor intensidade, são produzidas, de 
forma simultânea, interações com outros sistemas, nos quais podem ser observadas 
alterações morfológicas e funcionais (MARTÍNEZ, 1999). 
 Componente solúvel 
Imunoglobulinas: O componente molecular próprio do sistema imunológico é 
formado pelas imunoglobulinas (sistema de imunidade humoral). Estas moléculas são 
um produto da diferenciação dos linfócitos B em células plasmáticas. 
 
Fonte: bbc.com 
A sua produção é induzida pela exposição das células B a um antígeno, que é 
reconhecido de forma específica. Todas as células B derivadas da que foi estimulada 
 
9 
 
pelo antígeno secretam imunoglobulinas, cuja região de interação com o antígeno é 
semelhante. As regiões constantes das imunoglobulinas são limitadas e pode-se 
identificar cinco tipos: IgG, IgA, IgM, IgD e IgE (MARTÍNEZ, 1999). 
Citocinas: O estado funcional dos linfócitos e das células acessórias é 
regulado preferencialmente por uma série de moléculas não antígeno-específicas ou 
citocinas, que incluem principalmente as linfocinas e as monocinas. As linfocinas e as 
monocinas são moléculas produzidas respectivamente por linfócitos ou monócitos e 
que regulam a proliferação e a diferenciação das células do sistema imunológico. 
Estas moléculas são liberadas pela ativação dos linfócitos e dos monócitos, atuando 
sobre receptores de membrana e dando lugar à blastogênese e/ou à produção de 
células efetoras (MARTÍNEZ, 1999). 
A composição bioquímica destas moléculas é independente do antígeno que 
induz a ativação celular, de tal modo que para cada uma delas a sua estrutura é a 
mesma nos diferentes linfócitos ou células acessórias que as sintetizam. Comprovou-
se recentemente que nem a síntese e nem os efeitos das linfocinas e monocinas são 
limitadas ao sistema imunológico. Dessa forma, estas moléculas podem regular a 
função das células de outros órgãos e tecidos, englobando-se no conceito geral de 
citocinas. Por outro lado, também é evidente na atualidade que o estado funcional das 
células do sistema imunológico está modulado por células pertencentes 
aparentemente a outros sistemas, como o nervoso e o endócrino. Foi incorporado às 
citocinas outro grande grupo de mediadores representados pelas quimiocinas, 
moléculas que regulam o tráfego leucocitário e a distribuição tissular destas células 
(MARTÍNEZ, 1999). 
Macrófagos: Resulta da diferenciação dos Monócitos. Possuem grande 
capacidade fagocítica. Estão ausentes no sangue. Intervêm na defesa do organismo 
contra infecções. Também são ativos no processo de involução fisiológica de alguns 
órgãos. 
 
Fonte: bbc.com 
 
10 
 
Os macrófagos residem na maioria dos tecidos corporais e são a forma madura 
dos monócitos, que circulam no sangue e migram continuamente nos tecidos, onde 
se diferenciam. Juntos, os monócitos e macrófagos compõem um dos três tipos de 
fagócitos no sistema imune: os outros são os granulócitos (termo coletivo para células 
sanguíneas brancas chamadas neutrófilos, eosinófilos e basófilos) e as células 
dendríticas. Uma das funções dos macrófagos é a de engolfar e matar microrganismos 
invasores (CURTIS & BARNES, 2015). 
Os granulócitos são assim chamados porque possuem grânulos densamente 
corados em seu citoplasma; são também chamados de leucócitos polimorfonucleares 
devido ao seu núcleo de forma estranha. 
Existem três tipos de granulócitos: neutrófilos, eosinófilos e basófilos, os quais 
podem ser identificados pelas diferentes propriedades de coloração dos grânulos. Em 
comparação aos macrófagos, eles têm uma vida relativamente curta, sobrevivendo 
por apenas alguns dias, e são produzidos em maiores quantidades durante as 
respostas imunes, quando eles deixam o sangue e migram para os locais de infecção 
ou inflamação. 
Os neutrófilos fagocíticos são as células mais numerosas e importantes nas 
respostas imunes inatas. Eles capturam uma variedade de microrganismos por 
fagocitose e os destroem eficientemente em vesículas intracelulares usando enzimas 
de degradação e outras substâncias antimicrobianas armazenadas em seus grânulos 
citoplasmáticos. 
Neutrófilos: estão envolvidos na defesa contra infecção bacteriana e outros 
pequenos processos inflamatórios. Também são chamados Micrófagos e são o tipo 
mais abundante no sangue humano. São leucócitos polimorfonucleados, têm um 
tempo de vida médio de 6h no sangue e 1-3 dias nos tecidos e são os primeiros a 
chegar às áreas de inflamação,tendo uma grande capacidade de fagocitose (CURTIS 
& BARNES, 2015). 
Eosinófilos: são responsáveis pelo combate às infecções no corpo por parte 
de parasitas. É classificado como granulócito por ter grânulos citoplasmáticos que 
podem ser visualizados através de microscopia de luz, seus grânulos são acidófilos 
(têm afinidade por corantes ácidos) e são corados pelo corante eosina. As funções de 
proteção dos eosinófilos e basófilos são menos entendidas. Seus grânulos contêm 
uma variedade de enzimas e proteínas tóxicas, que são liberadas quando a célula é 
 
11 
 
ativada. Acredita-se que os eosinófilos e basófilos são importantes principalmente na 
defesa contra parasitas, os quais são muito grandes para serem ingeridos pelos 
macrófagos ou neutrófilos, mas sua principal importância clínica é seu envolvimento 
nas reações inflamatórias alérgicas, em que seus efeitos são mais prejudiciais do que 
protetores (CURTIS & BARNES, 2015). 
Os mastócitos, cujo precursor sanguíneo ainda não está bem definido, 
diferenciam-se nos tecidos. Embora mais conhecido por seu papel em coordenar as 
respostas alérgicas, acredita-se que eles atuem na proteção das superfícies internas 
do organismo contra os patógenos e estão envolvidos na resposta contra vermes 
parasíticos. Eles possuem grandes grânulos em seu citoplasma, os quais são 
liberados quando os mastócitos são ativados; isso ajuda a induzir a inflamação 
(CURTIS & BARNES, 2015). 
As células dendríticas são a terceira classe das células fagocíticas do sistema 
imune. As células dendríticas imaturas migram da medula óssea para a corrente 
sanguínea para entrar nos tecidos. Elas capturam substâncias particuladas por 
fagocitose e ingerem continuamente grandes quantidades de fluído extracelular e seu 
conteúdo, por um processo conhecido como macropinocitose. Estas células maturam-
se em células capazes de ativar uma determinada classe de linfócito, os linfócitos T. 
Células que podem apresentar antígenos para inativar e ativar os linfócitos T pela 
primeira vez são conhecidas como células apresentadoras de antígenos (APCs) e 
estas células formam uma ligação crucial entre a resposta imune inata e a resposta 
imune adaptativa (CURTIS & BARNES, 2015). 
Os macrófagos também podem atuar como células apresentadoras de 
antígeno, e são importantes em determinadas situações. As células dendríticas, 
contudo, são as células especializadas em apresentar o antígeno aos linfócitos e 
iniciar a resposta imune adaptativa. O progenitor linfoide comum na medula óssea dá 
origem aos linfócitos antígeno específicos do sistema imune adaptativo e, também, a 
um tipo de linfócito que responde à presença de infecção, mas não é específico para 
antígeno, e, portanto, é considerado como parte do sistema imune inato. Este último 
é uma grande célula com um citoplasma granular distinto e é chamado de célula 
matadora natural (célula NK) (CURTIS & BARNES, 2015). 
Estas células são capazes de reconhecer e matar algumas células anormais, 
como, por exemplo, algumas células tumorais e células infectadas com o vírus herpes. 
 
12 
 
Os linfócitos são as células que reconhecem, especificamente, os antígenos. A 
distinção mais fundamental consiste na classificação destas células em duas 
linhagens principais, conhecidas como linfócitos B e linfócitos T (CURTIS & BARNES, 
2015). 
Os linfócitos B, também chamados de células B (de bursa ou bolsa de Fabricius, 
nas aves, e derivadas da medula óssea, nos mamíferos), quando ativados, proliferam 
e se diferenciam em células plasmáticas ou plasmócitos, que são as células efetoras 
da linhagem B, cuja função principal é a secreção de anticorpos (CURTIS & BARNES, 
2015). 
Os linfócitos T, ou células T (derivados do timo), se apresentam em duas 
classes principais. Uma se diferencia, quando ativada, em células T CD8+ ou 
citotóxicas, que matam as células infectadas, ao passo que a outra classe de células 
T, chamadas de células T CD4+ ou auxiliares, atuam na ativação de outras células, 
como os linfócitos B e os macrófagos, além de coordenar a resposta imunitária 
(CURTIS & BARNES, 2015). 
3.2 Funções da resposta imune 
Para proteger o indivíduo de maneira eficaz contra uma doença, o sistema 
imune deve satisfazer quatro principais características. A primeira é o reconhecimento 
imunológico: a presença de uma infecção deve ser detectada. Esta tarefa é realizada 
pelas células sanguíneas brancas do sistema imune inato, as quais proporcionam uma 
resposta imediata, e pelos linfócitos do sistema imune adaptativo (SOUSA, 2014). 
A segunda tarefa é conter a infecção e, se possível, eliminá-la por completo, o 
que traz a ativa as funções imunes efetoras, assim como o sistema do complemento 
de proteínas sanguíneas, anticorpos, e a capacidade destrutiva dos linfócitos e outras 
células sanguíneas brancas. Ao mesmo tempo, a resposta imune deve ser mantida 
sob controle para que não cause nenhum prejuízo ao próprio organismo (SOUSA, 
2014). 
 
13 
 
 
Fonte: imunologiasousa.com.br 
A regulação imune, ou a capacidade do sistema imune de se autorregular é, 
portanto, um aspecto importante nas respostas imunes, e a falha de tal regulação 
contribui para o desenvolvimento de determinadas condições como as alergias e as 
doenças autoimunes. A quarta tarefa é proteger o indivíduo contra a recorrência de 
uma doença devida a um mesmo patógeno (SOUSA, 2014). 
Uma característica particular do sistema imune adaptativo é capaz de produzir 
memória imunológica, de modo que, tendo sido exposta uma vez a um agente 
infeccioso, uma pessoa produzirá uma resposta forte e imediata contra qualquer 
exposição subsequente ao mesmo patógeno, isto é, ela terá uma imunidade protetora 
contra ele. Buscar maneiras de produzir imunidade de longa duração contra 
patógenos que não provocam essa imunidade naturalmente é um dos maiores 
desafios dos imunologistas hoje (SOUSA, 2014). 
4 COMPLEXO PRINCIPAL DE HISTOCOMPATIBILIDADE 
O complexo de histocompatibilidade principal humano, MHC, é composto por 
um conjunto de genes altamente polimórficos, denominados complexo HLA (human 
leukocyte antigen), e compreende mais de 120 genes funcionais, dos quais cerca de 
20% estão associados à imunidade. A associação entre doenças autoimunes e genes 
do MHC reflete o importante papel dessas moléculas no direcionamento da resposta 
 
14 
 
imune. Por seu papel na apresentação de antígenos, o MHC estabelece um elo entre 
a resposta inata e a resposta adaptativa (CRUVINEL, 2010). 
Conforme GOLDBERG (2015), 
No homem, esses genes situam-se no cromossomo 6 e, tradicionalmente, 
são divididos em classes I, II e III. Apenas os genes de classes I e II estão 
envolvidos na apresentação de antígenos proteicos para LT. As moléculas de 
classe I estão presentes na superfície de todas as células nucleadas, 
enquanto as de classe II são encontradas basicamente nas APCs 
(macrófagos, DCs e LB). Todas as moléculas de MHC presentes na 
superfície de uma célula têm um peptídeo associado. Embora as moléculas 
de classe I e II apresentem características estruturais diversas, ambas são 
expressas como heterotrímeros em que duas cadeias são da molécula de 
MHC e a terceira é o peptídeo apresentado aos LT. 
 
Fonte: neuroimunologia.com.br 
Na região HLA de classe I, existem cerca de 20 genes, e três deles, HLA-A, B 
e C, são ditos clássicos. Os genes que codificam as moléculas clássicas do MHC são 
altamente polimórficos. As moléculas de classe I são constituídas por uma cadeia α, 
codificada pelos genes HLA-A, B ou C e uma cadeia pequena, invariável, a β2 -
microglobulina. Uma vez que esses genes apresentam codominância, cada indivíduo 
pode apresentar de três a seis diferentes tipos de moléculas de HLA de classe I na 
superfície de suas células, codificadas pelos alelos maternos e paternos dos genes 
HLA-A, B e C. As moléculas de classe I apresentam para os LTs CD8 peptídeos 
endógenos, isto é, peptídeosderivados de proteínas autólogas no citoplasma. 
(GERMAIN, 1994, apud CRUVINEL, 2010). 
 
15 
 
As moléculas HLA de classe II são constituídas por duas cadeias, α e β, ambas 
codificadas por genes polimórficos existentes nas regiões do complexo MHC de 
classe II. As cadeias α e β das moléculas de classe II são codificadas pelos genes das 
famílias HLA-DR, DP e DQ (FUJIWARA, 2005, apud CRUVINEL, 2010). 
GERMAIN (1994), cita que: 
Em geral, uma cadeia α de um tipo, por exemplo, DR, associa-se com a 
cadeia β do mesmo tipo, mas pode haver pareamento heterólogo, de modo 
que, dependendo do grau de homozigose ou heterozigose, um indivíduo pode 
apresentar na superfície de suas APCs entre 10 e 20 diferentes moléculas de 
classe II. 
Conforme CRUVINEL (2010), 
Na nomenclatura dos genes de classe II, a primeira letra indica a classe (D); 
a segunda, a família (M, O, P, Q, R); e a terceira, a cadeia A (α) ou B (β). Os 
genes individuais de cada uma dessas famílias são diferenciados por 
números, e a nomenclatura completa de uma variante alélica é precedida por 
um asterisco. Por exemplo, HLA-DRB1*0101 significa o alelo 0101 do gene 
1, que codifica a cadeia β da molécula de classe II da família DR. As 
moléculas HLA de classe II apresentam para os LT peptídeos exógenos, isto 
é, derivados da proteólise de proteínas não autólogas nos fagolisossomos. 
4.1 Imunidade inata 
MEDZHITOV (2000), citado por CRUVINEL, (2010), a imunidade inata 
representa uma resposta rápida e estereotipada a um número grande, mas limitado, 
de estímulos. É representada por barreiras físicas, químicas e biológicas, células 
especializadas e moléculas solúveis, presentes em todos os indivíduos, 
independentemente de contato prévio com imunógenos ou agentes agressores, e não 
se altera qualitativa ou quantitativamente após o contato. 
As principais células efetoras da imunidade inata são: macrófagos, 
neutrófilos, células dendríticas e células Natural Killer – NK. Fagocitose, 
liberação de mediadores inflamatórios, ativação de proteínas do sistema 
complemento, bem como síntese de proteínas de fase aguda, citocinas e 
quimiocinas são os principais mecanismos na imunidade inata (CRUVINEL, 
2010). 
CRUVINEL (2010), em seu trabalho relata que esses mecanismos são ativados 
por estímulos específicos, representados por estruturas moleculares de ocorrência 
ubíqua em microrganismos, mas que não ocorrem na espécie humana. Moléculas tais 
como lipopolissacarídeos, resíduos de manose e ácidos teicoicos, comumente 
 
16 
 
encontradas na superfície de microrganismos, constituem Padrões Moleculares 
Associados a Patógenos (PAMPs) e ativam a resposta imune inata, por interação com 
diferentes receptores conhecidos como Receptores de Reconhecimento de Padrões 
(RRP), dentre os quais a família dos receptores Toll-like (TLRs). 
O mesmo autor relata que essa interação é semelhante à complementaridade 
entre antígeno e anticorpo ou entre antígeno e receptor de linfócitos T (TCR), mas, 
nesse caso, não há diversidade nem capacidade adaptativa para a geração de novos 
receptores ou reconhecimento de novos padrões moleculares que não aqueles já 
programados no código genético. Entre os vários RRPs envolvidos em opsonização, 
ativação de complemento e fagocitose, os TLRs se destacam por seu papel central 
na ligação a patógenos e iniciação da resposta inflamatória. Esses receptores estão 
presentes principalmente em macrófagos, neutrófilos e células dendríticas (DCs). 
Atualmente, 11 (onze) diferentes TLRs já foram identificados, alguns localizados na 
membrana celular, outros no interior das células (CRUVINEL, 2010). 
Outros receptores presentes em fagócitos, com importante papel na resposta 
imune, são aqueles para frações do complemento, citocinas, interleucinas e 
imunoglobulinas (tipo FcγR). A fagocitose tem início pela ligação dos 
receptores de superfície do fagócito ao patógeno, o qual, então, é 
internalizado em vesículas denominadas fagossomos. No interior do fagócito, 
o fagossomo funde-se a lisossomos, cujo conteúdo é liberado com a digestão 
e a eliminação do patógeno (ABBAS, 2003, apud CRUVINEL, 2010). 
Alterações em genes dos componentes do sistema de oxidases presentes na 
membrana do fagolisossomo levam à incapacidade na explosão respiratória e à 
geração de espécies reativas de oxigênio (EROs). A ausência das EROs determina 
deficiência grave na capacidade destrutiva dos fagócitos, sendo responsável por uma 
importante imunodeficiência primária, denominada doença granulomatosa crônica. 
4.2 Imunidade adaptativa ou adquirida 
CRUVINEL (2010), em contraposição à resposta inata, cita que a resposta 
imune adaptativa depende da ativação de células especializadas, os linfócitos, e das 
moléculas solúveis por eles produzidas. 
Segundo o mesmo autor as principais características da resposta adquirida 
são: 
 
17 
 
...especificidade e diversidade de reconhecimento, memória, especialização 
de resposta, autolimitação e tolerância a componentes do próprio organismo. 
Embora as principais células envolvidas na resposta imune adquirida sejam 
os linfócitos, as células apresentadoras de antígenos (APCs) desempenham 
papel fundamental em sua ativação, apresentando antígenos associados a 
moléculas do complexo de histocompatibilidade principal (MHC, major 
histocompatibility complex) para os linfócitos T (LT) (CRUVINEL, 2010). 
Existem dois tipos de imunidade adquirida, a imunidade humoral (anticorpos) e 
a imunidade celular. 
 Imunidade Ativa X Imunidade Passiva 
 Na imunidade ativa, o próprio organismo, após exposição a determinado 
microrganismo, encontra meios de eliminá-lo. 
Já a passiva, o organismo infectado recebe anticorpos ou linfócitos específicos 
para realizar o combate a infecção. A passiva é mais rápida; a ativa apresenta 
memória (SOUSA, 2014). 
4.3 Ativação dos linfócitos B e mecanismos efetores da imunidade humoral 
Segundo SOUSA (2014), a proteção da imunidade humoral é intercedida por 
um conjunto muito importante de glicoproteínas: os anticorpos (Ac). Essas 
substâncias conseguem se ligar de forma peculiar aos antígenos (Ag) na tentativa de 
inativá-los, diretamente ou por intermédio de outros componentes do sistema imune. 
Os anticorpos possuem maior variabilidade de reconhecimento antigênico, 
conseguem fazer maior distinção de antígenos, e conferem maior força de ligação 
com a molécula do antígeno. 
As proteínas com atividade de anticorpo recebem o nome de imunoglobulina 
(Ig). Estas são cadeias de polipeptídeos com resíduos de carboidratos 
(glicoproteínas). Existem cinco classes de imunoglobulina com função de anticorpo: 
IgA, IgD, IgE, IgG e IgM. 
Os diferentes tipos se diferenciam pelas suas propriedades biológicas, 
localizações funcionais e habilidade para lidar com diferentes antígenos. As principais 
ações dos anticorpos são a neutralização de toxinas, opsonização (recobrimento) de 
antígenos, destruição celular e fagocitose auxiliada pelo sistema complemento. 
- IgM é a primeira imunoglobulina a ser expressa na membrana do linfócito B 
durante seu desenvolvimento. Na membrana das células B, a IgM está na forma 
monomérica. É a principal imunoglobulina da resposta primária aos antígenos. É a 
 
18 
 
primeira classe a elevar-se na fase aguda dos processos imunológicos. Trata-se de 
uma classe bastante ativa contra as bactérias. 
- IgD perfaz menos de 1% do total de imunoglobulinas plasmáticas e a função 
biológica precisa dessa classe de imunoglobulina é ainda incerta. A IgD é co-expressa 
com a IgM na superfície de quase todas as células B maduras. 
- IgG é a imunoglobulina mais abundante no soro e está distribuída 
uniformemente entre os espaços intra e extravasculares. É o anticorpo mais 
importante da resposta imune secundária. Em humanos, as moléculas de IgG de 
todas as subclasses atravessam a barreira placentária e conferem um alto grau de 
imunidade passiva ao feto e ao recém-nascido. É a responsávelpela “cicatriz 
sorológica”, isto é, permanece sempre em certo nível na circulação após um processo 
imunológico. 
- IgA é a imunoglobulina mais concentrada nas secreções exócrinas (saliva, 
lágrima, colostro, leite, esperma, secreção vaginal) protegendo pele, mucosa 
gastrintestinal, mucosa respiratória, mucosa urinária, mucosa ocular, entre outros. É 
o que confere a chamada imunidade local. Barreira contra vírus, micróbios e 
alérgenos. É a que confere a imunidade gastrintestinal passiva da mãe para o lactente, 
através da amamentação. 
- IgE é encontrada nas membranas superficiais dos mastócitos e basófilos em 
todos os indivíduos. Essa classe de imunoglobulina sensibiliza as células nas 
superfícies das mucosas conjuntiva, nasal e brônquica. Participa de fenômenos 
alérgicos e reações anafiláticas. Encontrada também no cordão umbilical, mucosas e 
colostro. Encontrada em níveis elevados na presença de infecções parasitárias 
(SOUSA, 2014). 
Imunidade Humoral contra Imunidade Celular: Imunidade humoral é 
mediada por anticorpos, produzidos por Linfócitos B, e é o principal 
mecanismo de defesa contra microrganismos extracelulares e suas toxinas. 
Já a imunidade celular é mediada por Linfócitos T, que promovem a 
destruição dos microrganismos presentes em fagócitos ou a destruição de 
células afetadas para eliminar os reservatórios da infecção (SOUSA, 2014). 
 
19 
 
5 SISTEMA COMPLEMENTO 
 
Fonte: cenapro.com.br 
O Sistema Complemento (SC) é constituído por uma família de mais de 20 
glicoproteínas plasmáticas, sintetizadas principalmente no fígado, mas também por 
macrófagos e fibroblastos. Cada componente ativado no SC adquire atividade 
proteolítica, ativando os elementos seguintes em cascata (CRUVINEL, 2010). 
Ao longo do processo, ocorre a produção de diversos mediadores que alteram 
a permeabilidade vascular e contribuem para o desenvolvimento da resposta 
inflamatória. Finalmente, ocorre formação do complexo de ataque à membrana 
(MAC), que promove a lise osmótica da célula-alvo, favorecendo a eliminação do 
agente infeccioso (CRUVINEL, 2010). 
 
Fonte: scielo.br 
 
20 
 
Há três vias de ativação do SC: clássica, alternativa e via das lectinas ligadoras 
de manose (MBL). A ativação dessas vias contribui para a integração dos mecanismos 
efetores da imunidade inata e adaptativa. Na resposta imune inata, patógenos que 
invadem o organismo deparam com substâncias solúveis da resposta imune inata, 
como as proteínas do SC, proteína C reativa e outras. Na imunidade adaptativa, o SC 
é ativado pela ligação de anticorpos pré-formados ao patógeno ou antígeno 
(imunocomplexo) (CRUVINEL, 2010). 
5.1 Via lectinas 
A via das lectinas tem início pelo reconhecimento de manose na superfície de 
microrganismos pela MBL ligada às serinaproteases MASP1 e MASP2. A ativação 
dessas proteases resulta na quebra dos componentes C2 e C4 do SC em fragmentos 
menores (C2b e C4a) e fragmentos maiores (C2a e C4b). 
O complexo C4bC2a, 
...constitui a C3 convertase da via clássica, que cliva C3 em C3a solúvel e 
C3b, que, por sua vez, se liga à C4bC2a na superfície do microrganismo. O 
complexo C4bC2aC3b, denominado C5 convertase, cliva o componente C5, 
dando sequência a essa via, que culmina com a formação do MAC 
(BARRINGTON, 2001, apud CRUVINEL, 2010). 
5.2 Via clássica 
BARRINGTON, (2001), citado por CRUVINEL, (2010), relata que a via clássica 
se assemelha à via das lectinas e se inicia pela ligação do componente C1q a duas 
moléculas de IgG ou a uma de IgM, complexadas ao antígeno-alvo (imunocomplexos). 
Essa ligação ativa as proteases R (C1r) e S (C1s) associadas a C1q, que clivam os 
componentes C2 e C4, dando sequência à via como descrito. A via clássica está 
associada à resposta imune específica humoral, pois depende da produção prévia de 
anticorpos específicos aderidos à superfície dos patógenos. 
5.3 Via alternativa 
Já a via alternativa se inicia com a quebra espontânea do componente C3 nos 
fragmentos C3a e C3b. A clivagem expõe uma ligação tioéster no fragmento C3b, que 
 
21 
 
permite sua ligação covalente à superfície dos microrganismos invasores. Não 
havendo ligação do componente C3b, a ligação tioéster é rapidamente hidrolisada e 
o fragmento, inativado. A ligação de C3b permite a ligação ao Fator B, que, em 
seguida, é clivado nos fragmentos Ba e Bb pelo Fator D. O complexo C3bBb (C3 
convertase da via alternativa) cliva mais moléculas C3 e permanece ligado na 
superfície. Esse complexo é estabilizado pela properdina (fator P), amplificando a 
quebra de C3. C3bBb cliva o componente C3, gerando C3bBbC3b, uma protease 
capaz de clivar C5, última etapa da via alternativa (BARRINGTON, (2001), citado por 
CRUVINEL, 2010). 
CRUVINEL, (2010), relata, 
...as vias das lectinas, clássica e alternativa, têm em comum a formação de 
C5 convertase, que promove a clivagem do componente C5 e gera os 
fragmentos C5a e C5b. A ligação do C5b à superfície do patógeno dá início 
à formação do complexo de ataque à membrana pela ligação sucessiva dos 
componentes C6 e C7 na bicamada lipídica da membrana celular. 
6 CÉLULAS T 
As células T CD3+ são os principais agentes da resposta imunológica quando 
se trata das doenças autoimunes e transplante de órgãos. Elas representam uma 
população heterogênea, entretanto, a expressão de moléculas específicas de 
superfície caracteriza subconjuntos distintos que definem as principais etapas do 
processo de diferenciação (SOUSA, 2016). 
Estes subconjuntos têm sido geralmente descritos por fatores de transcrição 
que ditam a expressão de citocinas, receptores, e uma distinta gama de proteínas 
intracelulares indicando necessidades bastante diferentes para a estimulação de 
sobrevivência, e em última análise o potencial que definem as funções efetoras e 
reguladoras das células T (SOUSA, 2016). 
As células T são caracterizadas por expressarem em sua superfície o complexo 
TCR/CD3 (TCR do inglês, T cell receptor). Sabe-se que esse complexo está envolvido 
na transdução de sinal e na ativação das células T. Após a sua ativação por antígenos 
e sinais co-estimuladores, as células T CD3+ orquestram respostas imune através da 
diferenciação em vários subconjuntos de células T (PAGANI et al., 2013). 
Os linfócitos T são classificados em duas classes principais: os linfócitos T 
auxiliares, também conhecidos como T helper (Th) e os linfócitos T citotóxicos (Tc). 
 
22 
 
Essas células saem do timo para a periferia diferenciadas como Th ou Tc após o 
processo de seleção positiva. Esse processo envolve o reconhecimento da molécula 
MHC (Complexo Principal de Histocompatibilidade), de classe I ou II. 
Se os linfócitos T imaturos possuírem TCR com afinidade a MHC de classe I 
elas se diferenciam em Tc possuindo a molécula CD8 na sua superfície, se essa 
afinidade for pela MHC de classe II elas se tornam Th CD4+. 
A função fisiológica das moléculas do MHC consiste em apresentar peptídeos 
antigênicos para células T, uma vez que os linfócitos T reconhecem apenas antígenos 
apresentados em um complexo MHC. As moléculas de MHC envolvidas com a 
apresentação de antígenos próprios ou não, são divididas em duas classes: 
 As moléculas de classe I, que são normalmente expressas em todas as 
células nucleadas e; 
 As moléculas de classe II, que são expressas apenas em células 
apresentadoras de antígenos (APCs), tais como células dendríticas, 
macrófagos ativados e células B (SOUSA, 2016). 
As células T CD4+ encontram-se numa posição central no sistema imune 
adaptativo, e proporcionam ajuda às células B e células T CD8+ para a diferenciação 
e a função efetora. Além disso, as células T reguladoras desempenham um papel 
importante na manutenção da homeostase e tolerância imunológica por supressão da 
resposta de células T CD4+ patogênicas. As citocinas e quimiocinas presentes no 
microambiente inflamado controla a diferenciação e função de vários subconjuntos decélulas T CD4+ (BAUMJOHANN, 2013). 
Vários subconjuntos de células T CD4+ já foram identificados, e todos eles são 
desenvolvidos no timo a partir de uma célula T precursora comum. Com base na 
função e secreção de citocinas, estas células são classificadas como Th1, Th2, Th9, 
Th17 e células T CD4+ reguladoras (Treg) (SOUSA, 2016). 
6.1 Diferenciação celular 
O processo de diferenciação das células T é controlado por diversos fatores de 
transcrição que são importantes para a formação das células T CD4+ e produção de 
citocinas que direcionam os grupos de células efetoras (PAGANI et al., 2013). 
 
23 
 
O fator de transcrição T-bet (TBX21) é o principal fator de transcrição que dirige 
a diferenciação de Linfócitos T em Th1. Esse subtipo de linfócito T produz altos níveis 
de Interferon gama (IFN-y) e IL-12. Para a diferenciação em Th2 o fator de transcrição 
envolvido é o fator GATA3. Essas células são responsáveis pela indução da 
imunidade humoral com a ativação de Linfócitos B. 
As citocinas produzidas por essas células têm grande efeito na troca de 
isótopos de anticorpos. As principais citocinas secretadas pelas células Th2 são IL-4, 
IL-5 e IL-13 (SOUSA, 2016). 
O TCR também pode influenciar na diferenciação das células em Th1 e Th2 
devido a diferentes sinais que podem ser recebidos por ele (TUBO; JENKINS, 2014). 
A diferenciação de linfócitos T em Tregs e Th17 é controlada pelos fatores de 
transcrição FOXP3 e RORγt respectivamente. As principais citocinas produzidas são 
TGF-β e IL-10 pelas células Tregs e IL-17 e IL-22 pelas células Th17 (SOUSA, 2016). 
Esses fenótipos de T CD4+ são modulados de acordo com a necessidade de 
adaptação do sistema imune, permitindo um controle no fenótipo dessas células 
(TUBO, 2014). 
Tem sido demonstrado até agora que o fator de transcrição Foxp3 é um bom 
marcador para as células T CD4+, que regulam as respostas imunológicas para auto-
antígenos, bem como a uma variedade de antígenos estranhos incluindo antígenos 
infecciosos ou tumorais, alo-antígenos, alérgenos e antígenos comensais. É bem 
estabelecido que as células T reguladoras CD4+CD25+Foxp3+ englobam duas 
categorias de linfócitos que são distintos em sua origem, estimuladas por antígenos 
específicos, bem como os estímulos que conduzem à diferenciação e homeostase. 
As células T reguladoras naturais (nTreg) são uma linhagem geradas no timo 
através de interação do receptor das células T (TCR) com moléculas MHC de classe 
II, elas são específicas para auto-antígenos. As células T reguladoras induzidas 
(iTreg) derivam de células CD4+CD25-Foxp3- maduras precursoras na periferia após 
estimulação adequada. Já foi mostrado que elas se desenvolvem in vivo após 
estimulação por antígenos em situações caracterizadas por inflamação crônica 
(autoimunidade, alergia, respostas imunológicas a tumores e transplantes) e também 
como agentes fisiológicos do sistema imune das mucosas (CHATENOUD, 2011). 
 
24 
 
6.2 Homeostase imunológica 
A homeostase imunológica é conseguida pelo balanço entre os linfócitos T que 
possuem perfil pró-inflamatório (Th1 e Th17) e os que possuem um perfil anti-
inflamatório (Th2 e Treg). Qualquer desequilíbrio pode levar a quebra da homeostase 
levando a patologias associadas com o excesso de resposta (exemplo: alergias), 
respostas ao próprio (exemplo: autoimunidades) ou patologias associadas com a 
supressão de respostas imunológicas que levaria a susceptibilidade a infecções. 
Quando se trata de supressão imunológica, em alguns contextos, ela pode ser 
benéfica. Atualmente, diversos esforços têm sido direcionados para uma melhor 
compreensão dos mecanismos de supressão para indução da tolerância imunológica 
(CHATENOUD, 2003). 
Nesse sentido, as células Tregs são hoje foco de intensa pesquisa científica 
pelo seu potencial imunorregulador, importante quando há um estado de agressão do 
tecido próprio ou alogênico (como em doenças autoimunes e processos de rejeição a 
transplantes, respectivamente). Interessante notar que anticorpos específicos para o 
antígeno CD3 de linfócitos T podem induzir a formação dessas células reguladoras 
induzindo um estado de tolerância (CHATENOUD, 2003). 
7 PROCESSO ALÉRGICO – MEDICAMENTOS 
 
Fonte: abc.med.br 
A Organização Mundial da Saúde definiu reação adversa a medicamentos 
(RAM) como qualquer efeito nocivo, não intencional e indesejado de um medicamento 
 
25 
 
que ocorre em doses usadas para prevenção, diagnóstico ou tratamento de doenças. 
Reações tipo A (80% dos casos) são previsíveis, comuns e relacionadas às ações 
farmacológicas do medicamento, como por exemplo, toxicidade induzida pelo 
fármaco, efeitos colaterais, efeitos secundários e interações medicamentosas. 
Reações tipo B (10% dos casos) são imprevisíveis, incomuns e geralmente não 
relacionadas às ações farmacológicas do medicamento, como por exemplo, 
intolerância, idiossincrasia e hipersensibilidade (DA SILVA, 2019). 
As reações de hipersensibilidade a fármacos (RHF) são definidas como 
qualquer reação iniciada por estímulo definido e que pode ser reproduzida, podendo 
ser alérgicas ou não alérgicas, conforme apresentem ou não mecanismo imunológico 
como desencadeante, e correspondem a 15% das reações adversas a medicamentos 
(DA SILVA, 2019). 
As RHF são classificadas em quatro categorias, denominadas reações de tipo 
I-IV. 
A prevalência de alergia a fármacos na população geral não é conhecida, no 
entanto estima-se que afete 7% da população geral, 20% dos doentes 
hospitalizados, e que represente 8% das admissões hospitalares. Podem ser 
potencialmente fatais em aproximadamente 0,15% dos casos (MENEZES, 
2014, apud DA SILVA, 2019). 
Na faixa etária pediátrica, estima-se uma incidência global de reações adversas 
a medicamentos em 9% das crianças hospitalizadas, 1% dos atendimentos 
ambulatoriais, assim como de 8% a frequência de crianças internadas por reações 
alérgicas aos fármacos. Os medicamentos mais comuns nas reações alérgicas aos 
fármacos são os antibióticos e anti-inflamatórios não esteroidais, provavelmente 
devido a sua alta utilização (DA SILVA, 2019). 
As ferramentas que permitem o diagnóstico definitivo de RHF incluem: história 
clínica, testes in vivo, como teste cutâneo alérgico, teste intradérmico, teste de 
contato, testes de provocação oral ou intravenoso, e testes in vitro (DA SILVA, 2019). 
7.1 Testes 
Os testes cutâneos alérgicos (TCA) são particularmente importantes para 
demonstrar reações mediadas por IgE. Os TCA por puntura são mais específicos e 
seguros, porém menos sensíveis que o teste intradérmico (TI). No entanto, os TI são 
 
26 
 
mais propensos a desencadear reações alérgicas sistêmicas e, portanto, só devem 
ser realizados após o TCA e por profissional experiente, em ambiente hospitalar com 
equipamento disponível para ressuscitação (DA SILVA, 2019). 
O teste de provocação (TP) com fármacos é considerado o padrão-ouro para 
estabelecer ou excluir o diagnóstico de RHF, porém não consegue diferenciar reações 
alérgicas de não alérgicas (DA SILVA, 2019). 
Deve ser realizado no mínimo 4 (quatro) semanas após a RAM, com o paciente 
estável, sempre que possível com o fármaco implicado e utilizando a mesma via de 
administração. A maioria dos testes é realizada por via oral pela segurança. Alguns 
grupos de fármacos são mais investigados através do TP quando os testes cutâneos 
são negativos, como anti-inflamatórios, anestésicos locais e antibióticos. Na vigência 
de uma história clínica com elevado valor preditivo positivo, é mais sensata a 
realização direta de TP com fármaco alternativo (DA SILVA, 2019). 
8 TOLERÂNCIA 
Tolerância é um estado imunológico de não responsividade que pode ser 
induzida tanto por antígenos próprios quanto não próprios. Doenças autoimunes 
refletem a perda da tolerância ao próprio (MATOS, 2002). 
8.1 Tolerância central 
É necessário que haja um equilíbrio no reconhecimentodos antígenos próprios 
para evitar autorreatividade ou anergia. 
 Linfócitos T - LT 
Ocorre no timo durante o desenvolvimento fetal e por pouco tempo após o 
nascimento. Baseia-se na deleção clonal de linfócitos T autorreativos. Antígenos 
próprios são apresentados aos LT, que já possuem receptores específicos. Esses 
linfócitos podem ter 3 tipos de comportamento quanto ao reconhecimento de 
antígenos junto ao MHC (Complexo Principal de Histocompatibilidade) dos timócitos: 
. Não reconhecem e sofrem apoptose por falta de estímulo. 
. Reconhecem avidamente e sofrem apoptose por serem autorreativos. 
 
27 
 
. Reconhecem pouco e são selecionados para maturação nos órgãos linfoides 
periféricos (MATOS, 2002). 
 Linfócitos B- LB 
Se o LB em algum momento da maturação encontrar o antígeno na ausência 
de estimulação pelo LTh o processo provavelmente será abortado. Ocorre na medula 
óssea quando antígenos multivalentes (proteínas de membrana) ou antígenos 
presentes em altas concentrações induzem a morte das células B (MATOS, 2002). 
8.2 Tolerância periférica 
Alguns linfócitos potencialmente autorreativos podem escapar da deleção 
clonal. Existem algumas maneiras de o sistema imune evitar autoimunidade: 
 Sequestração antigênica 
Existem antígenos que se encontram em sítios que o sistema imune não entra 
em contato (exemplo: cérebro, câmara anterior do olho, ovário, placenta, testículo e 
útero gravídico). Assim, nesses locais, não há resposta imune em condições normais 
(MATOS, 2002). 
 Anergia e deleção clonal 
Ocorre pela ausência de moléculas co-estimulatórias nas APCs, pois o 
reconhecimento TCR-MHC-II induz anergia ou apoptose na falta de tais moléculas. 
Processo semelhante ocorre com as células B: na falta de estímulo da Th, ocorre 
down regulation dos receptores de superfície (IgM) (MATOS, 2002). 
Regulação por T supressoras: Existem linfócitos T que secretam citocinas 
imunossupressoras tais como TGF$ e IL-10. 
Alteração da resposta Th1 para Th2 e vice-versa (MATOS, 2002). 
8.3 Tolerância a antígenos estranhos 
 Em geral, antígenos solúveis tendem a induzir tolerância, enquanto antígenos 
particulados ou agregados induzem imunidade. Células T podem desenvolver 
tolerância rápida e duradoura a pequenas doses de antígenos solúveis enquanto 
células B necessitam de repetidas doses em alta concentração e ainda assim a 
tolerância não dura muito tempo MATOS, 2002). 
 
28 
 
Antígenos administrados por via oral, intravenosa ou, às vezes, inalatória 
podem induzir tolerância. Administração oral de antígenos induz o desenvolvimento 
de linfócitos T secretores de TGF $ e IL-10 ou podem alterar o padrão da resposta 
imune (Th1-Th2) (MATOS, 2002). 
Repetidas doses de antígenos durante muito tempo podem diferenciar todo o 
clone de linfócitos esgotando o pool de células de memória. 
9 HIPERSENSIBILIDADE TIPO I, II, III E IV 
Hipersensibilidade se refere às reações excessivas, indesejáveis (danosas, 
desconfortáveis e às vezes fatais) produzidas pelo sistema imune normal. Reações 
de hipersensibilidade requerem um estado pré-sensibilizado (imune) do hospedeiro. 
Reações de hipersensibilidade podem ser divididas em quatro tipos: tipo I, tipo II, tipo 
III e tipo IV, baseados nos mecanismos envolvidos e tempo levado para a reação. 
Frequentemente, uma condição clínica particular (doença) pode envolver mais de um 
tipo de reação (SOUSA-PINTO, 2019). 
9.1 Hipersensibilidade tipo I 
Hipersensibilidade tipo I é também conhecida como imediata ou 
hipersensibilidade anafilática. A reação pode envolver pele (urticária e eczema), olhos 
(conjuntivite), nasofaringe (rinorréia, rinite), tecidos broncopulmonares (asma) e trato 
gastrointestinal (gastroenterite). A reação pode causar uma variedade de sintomas 
desde inconveniências mínimas até a morte. A reação normalmente leva 15 - 30 
minutos para o período de exposição ao antígeno, embora às vezes possa ter início 
mais demorado (10 - 12 horas). Hipersensibilidade imediata é mediada por IgE. O 
componente primário celular nessa hipersensibilidade é o mastócito ou basófilo 
(SOUSA-PINTO, 2019). 
9.2 Hipersensibilidade tipo II 
Hipersensibilidade tipo II também é conhecida como hipersensibilidade 
citotóxica e pode afetar uma variedade de órgãos e tecidos. Os antígenos são 
 
29 
 
normalmente endógenos, embora agentes químicos exógenos (haptenos) que podem 
se ligar a membranas celulares podem também levar a hipersensibilidade tipo II 
(SOUSA-PINTO, 2019). 
Anemia hemolítica induzida por drogas, granulocitopenia e trombocitopenia são 
exemplos. O tempo de reação é minutos a horas. A hipersensibilidade tipo II é 
primariamente mediada por anticorpos das classes IgM ou IgG e complemento. 
Fagócitos e células K também participam (ADCC). A lesão contém anticorpos, 
complemento e neutrófilos (SOUSA-PINTO, 2019). 
9.3 Hipersensibilidade tipo III 
Hipersensibilidade tipo III é também conhecida como hipersensibilidade imune 
complexa. A reação pode ser geral (exemplo: doença do soro) ou envolve órgãos 
individuais incluindo pele (exemplo: lupus eritematoso sistêmico, reação de Arthus), 
rins (exemplo: nefrite do lupus), pulmões (exemplo: aspergilose), vasos sanguíneos 
(exemplo: poliarterite), articulações (exemplo: artrite reumatoide) ou outros órgãos. 
Esta reação pode ser o mecanismo patogênico de doenças causadas por 
muitos microrganismos. A reação deve levar 3 - 10 horas após exposição ao antígeno 
(como na reação de Arthus). É mediada por complexos imunes solúveis. São na 
maioria de classe IgG, embora IgM possa estar também envolvida (SOUSA-PINTO, 
2019). 
9.4 Hipersensibilidade tipo IV 
Hipersensibilidade tipo IV é também conhecida como mediada por células ou 
hipersensibilidade tardia. O exemplo clássico dessa hipersensibilidade é a reação 
(Mantoux) tuberculínica que atinge um pico em 48 horas após a injeção do antígeno 
(PPD ou antiga tuberculina). A lesão é caracterizada por calosidade e eritema 
(SOUSA-PINTO, 2019). 
A hipersensibilidade tipo IV está envolvida na patogênese de muitas doenças 
autoimunes e infecciosas (tuberculose, lepra, blastomicose, histoplasmose, 
toxoplasmose, leishmaniose, entre outros) e granulomas devido a infecções e 
antígenos estranhos (SOUSA-PINTO, 2019). 
 
30 
 
9.5 Testes intradérmicos 
 
Fonte: saudebemestar.pt 
Tipo I: Testes diagnósticos para hipersensibilidade imediata incluem testes de 
pele (perfuração e intradérmico), medida de anticorpos IgE totais e anticorpos IgE 
específicos contra os suspeitos alérgenos. Anticorpos IgE totais e anticorpos IgE 
específicos são medidos por uma modificação do ensaio imunoenzimático (ELISA). 
Níveis aumentados de IgE são indicativos de uma condição atópica, embora IgE deva 
estar aumentado em algumas doenças não atópicas (exemplo: mielomas, infecções 
helmínticas, entre outros); 
Tipo II: Testes diagnósticos incluem detecção de anticorpos circulantes contra 
tecidos envolvidos e a presença de anticorpos e complemento na lesão (biópsia) por 
imunofluorescência. O padrão de coloração é normalmente suave e linear, tal como 
visto na nefrite de Goodpasture (membrana basal renal e pulmonar) e pênfigo 
(proteína intercelular da pele, desmossomo); 
Tipo III: O diagnóstico envolve exame de biópsias do tecido para depósitos de 
Ig e complemento por imunofluorescência. A coloração imunofluorescente na 
hipersensibilidade tipo III é granular (ao contrário da linear no tipo II como visto na 
síndrome de Goodpasture). A presença de complexos imunes no soro e diminuição 
do nível do complemento também são diagnosticadores. Turbidez mediada por 
polietilenoglicol (nefelometria), ligação de C1q e teste celular de Raji são utilizados 
para detectar complexos imunes. O tratamento inclui agentes anti-inflamatórios; 
Tipo VI: Testes diagnósticos in vivo incluem reação cutânea tardia (exemplo: 
teste Mantoux e teste local (para dermatite de contato). Testesin vitro para 
hipersensibilidade tardia incluem resposta mitogênica, linfo-citotoxicidade e produção 
 
31 
 
de IL-2. Corticosteroides e outros agentes imunossupressores são usados no 
tratamento (SOUSA-PINTO, 2019). 
10 IMUNOBIOLÓGICO 
Entende-se por imunobiológico, aquela substância preparada a partir de 
bioagentes ou de seus produtos para estimular o sistema imunológico a produzir e\ou 
ativar o sistema imune. Quando o produto tem como ação o estímulo ao sistema 
imunológico, define-se como vacina. Quando o produto já possui os anticorpos e atua 
como uma barreira, define-se como soro, que pode ser homólogo ou heterólogo. 
10.1 Vacinação 
A vacinação é um processo que provoca imunidade adquirida contra doenças 
específicas. A vacinação pode ser basicamente de três maneiras: utilizando 
microrganismos mortos, que não são mais capazes de causar doença, mas que ainda 
possuem seus antígenos químicos (utilizados basicamente em doenças bacterianas). 
O segundo tipo de vacinação utiliza-se de toxinas previamente tratadas com 
substâncias químicas, de modo que sua natureza tóxica tenha sido destruída, com 
preservação dos antígenos para causar imunidade (utilizados contra botulismo e 
demais doenças tóxicas). 
O terceiro tipo de vacinação utiliza-se de microrganismos vivos previamente 
“atenuados”. Esses microrganismos cresceram em meios de cultura especiais ou 
passaram por uma série de animais até sofrerem mutações suficientes para não 
causar mais a doença, mas ainda possuírem antígenos específicos (utilizados 
basicamente em doenças causadas por vírus). 
10.2 Número de doses de uma vacina 
As vacinas vivas atenuadas geralmente produzem imunidade prolongada com 
uma única dose (exceção à vacina oral da poliomielite). As vacinas inativadas 
requerem múltiplas doses para produzir imunidade e, eventualmente, necessitam de 
uma dose de reforço para a manutenção da imunidade. 
 
32 
 
10.3 Intervalo entre doses de uma mesma vacina 
 Não existe um intervalo máximo entre as doses de uma mesma vacina. Assim 
sendo, apesar de cada vacina possuir seu próprio intervalo de tempo recomendável 
entre as doses, no caso desse intervalo ter sido ultrapassado, não existe a indicação 
de se reiniciar nova vacinação e deve-se administrar as doses subsequentes da 
vacina. Por outro lado, a não obediência do intervalo mínimo permitido entre as doses 
pode implicar em redução da eficácia da vacina. 
11 AUTOIMUNIDADE 
Pode ser sistêmica ou órgão específica e resulta de uma falha nos mecanismos 
gerais que mantém tolerância ao próprio somados a fatores que contribuem para o 
desenvolvimento de autoimunidade (APCs e linfócitos anormais, fundo genético que 
predispõe, processos inflamatórios e infecções) (MATOS, 2002). 
11.1 Mecanismos de autoimunidade 
. Defeito no mecanismo de deleção clonal (exemplo: falha na apoptose por 
anormalidades no FAS ou FAS-L; 
. Perda da anergia da célula T: pode ocorrer nos processos inflamatórios, 
infecções e necrose tecidual, onde se tem APCs ativadas que poderão apresentar 
antígenos próprios aos linfócitos e expressar moléculas co-estimulatórias; 
. Ativação policlonal de linfócitos (exemplo: infecção com produção de 
superantígenos); 
. Reação cruzada entre antígenos próprios e microbianos; 
. Liberação de antígenos sequestrados (exemplo: processos inflamatórios); 
. Defeito na regulação de linfócitos Th1 e Th2; 
. Falha do linfócito T supressor (MATOS, 2002). 
 
33 
 
12 DOENÇAS AUTOIMUNES 
A autoimunidade é definida como um distúrbio funcional dos mecanismos 
responsáveis pela autotolerância, quando a resposta imunitária é efetuada contra 
alvos existentes no próprio indivíduo. Respostas autoimunes são frequentes, porém 
transitórias e reguladas. A autoimunidade como causadora de doenças não é 
frequente, uma vez que existem mecanismos que mantêm um estado de tolerância 
aos epítopos antigênicos do próprio organismo (PINTO, 2016). 
As doenças autoimunes têm etiologia complexa, multifatorial e ainda 
desconhecida. Algumas teorias citam possibilidades como antígenos sequestrados, 
onde células T não fizeram o reconhecimento de certos antígenos próprios por serem 
de desenvolvimento tardio ou estarem confinados em órgãos especializados, como 
testículos, cérebro, tireoide, entre outros; escape de clones autorreativos, quando a 
seleção negativa tímica não foi totalmente efetiva na eliminação de células 
autorreativas; ausência de células T regulatórias; antígenos de reação cruzada, por 
exemplo entre agentes exógenos e antígenos próprios alterados (PINTO, 2016). 
Em estudos preliminares de doenças autoimunes, tanto em humanos quanto 
em animais, confirmou-se um forte componente genético. A maioria delas apresenta 
traços poligênicos complexos, onde os afetados herdam polimorfismos genéticos 
múltiplos, que contribuem para uma maior susceptibilidade à doença. Estes genes 
sofrem influência de fatores ambientais e fatores intrínsecos do organismo, como 
predisposição genética e baixo controle imunorregulatório (PINTO, 2016). 
O diagnóstico de doenças autoimunes baseia-se na sintomatologia 
apresentada e na detecção de anticorpos reativos a antígenos, células e tecidos 
envolvidos. Outras doenças podem ser identificadas por testes bioquímicos (exemplo: 
doença de Graves, anemia perniciosa). O procedimento realizado com mais 
frequência no laboratório de imunologia clínica, além do ELISA e IFA, é o teste de 
anticorpo antinuclear (ANA) (PINTO, 2016). 
Os tratamentos se baseiam na redução dos sintomas e controle da resposta 
autoimune, preservando a capacidade de resposta do organismo às infecções e 
incluem drogas como anti-inflamatórios (corticosteroides) e imunossupressores 
(ciclofosfamida, azatioprina, ciclosporina) (PINTO, 2016). 
 
34 
 
Como se sabe estes tratamentos causam diversos efeitos colaterais nos 
pacientes, desta forma outros tratamentos têm sido alvos de pesquisas como é o caso 
da Tolerância Oral. Estudos em modelos animais tem demonstrado que a tolerância 
oral pode suprimir uma grande variedade de doenças autoimunes em humanos 
(PABST, 2011). 
12.1 Principais doenças autoimunes 
 Diabetes Mellitus 
 Lúpus 
 Artrite reumatoide 
 Doença de Crohn 
 Esclerose múltipla 
 Vitiligo 
 Tireoidite de Hashimoto 
 Doença de Graves 
 Psoríase 
 Púrpura trombocitopênica idiopática 
 Hepatite autoimune 
 Síndrome de Guillain-Barré 
 Vasculites 
 Miastenia gravis 
 Doença celíaca 
 Esclerodermia 
13 IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA 
O VIH é um vírus da família Retroviridae e do género lentivirus. É um vírus que 
transporta a sua informação genética em duas cadeias de RNA, de polaridade 
positiva, e protegido de dentro para fora por uma nucleocápside, a matriz viral, e uma 
cápsula maioritariamente lipídica. Tudo isto acaba por resultar no tamanho de 
 
35 
 
aproximadamente, 0,1 μM, o que a torna 20 vezes menor do que uma bactéria E. coli, 
por exemplo (SOARES, 2014). 
Os 9 (nove) genes do genoma do HIV-1 codificam três proteínas estruturais 
(gag, pol e Env), duas regulatórias (Tat e Rev) e quatro acessórias (Nef, Vif, Vpr e 
Vpu). 
Calcula-se que a origem do VIH tenha acontecido por recombinação de uma 
versão original que infectava símios e que terá entrado no organismo de humanos 
caçadores de chimpanzés. Apesar de já ter sido isolado a partir de quase todos os 
fluídos corporais, apenas sangue, secreções genitais e, mais raramente leite materno, 
estão implicados na sua transmissão (SOARES, 2014). 
 
 Estrutura do HIV, com destaque para 
algumas das suas mais importantes proteínas. 
Fonte: scielo.com 
Não há casos descritos de transmissão via vector artrópode ou por contato 
casual. Assim, podemos considerar, como portas de entrada do HIV, todos os locais 
que permitam o contato de um destes fluídos de um indivíduo infectado com a correntesanguínea de um saudável. O VIH passa de um humano para outro por transmissão 
sexual, através de agulhas/seringas infectadas, da mãe para o filho (in útero, durante 
o parto ou por aleitamento), ou através de uma transfusão sanguínea, por exemplo. 
Ainda que a pele seja normalmente uma boa barreira protetora do sangue, a sua lesão 
pode levar ao contágio. Ainda menos eficazes costumam ser as mucosas, como a 
genital, oral ou mesmo nasal e do olho, e que são também, por isso, importantes 
portas de entrada do vírus (SOARES, 2014). 
Acredita-se que, em contato com mucosas do organismo a infectar, o vírus se 
aproveita de algumas células apresentadoras de antígenos, muito abundantes e 
 
36 
 
distribuídas, para chegar àquelas que vai de facto infectar e usar para se reproduzir 
(SOARES, 2014). 
13.1 Resposta imune ao HIV 
O HIV tem como principal ação a degradação progressiva das células do 
sistema imune, levando a uma imunossupressão do organismo e, consequentemente, 
deixando o indivíduo portador susceptível a várias doenças oportunistas e neoplasias 
raras. Essa extrema imunossupressão caracteriza a AIDS (TASCA et al., 2012). 
O desenvolvimento de doenças oportunistas associadas à infecção pelo HIV 
parece ser também decorrente de alterações na função dos macrófagos. Estudos 
demonstram que a proteína regulatória produzida pelo HIV (NEF) é capaz de reduzir 
a expressão de receptores de reconhecimento padrão (CD36) na superfície das 
células, associado à diminuição do processo de fagocitose (OLIVETTO et al., 2014). 
As respostas imunes inatas à infecção pelo HIV são principalmente a intensa 
produção de citocinas, como interleucina (IL) -1 e interferon (IFN) - 1, e a ativação das 
células natural killers (NK), que podem controlar temporariamente a replicação do HIV 
através da apoptose de células infectadas (MICHAEL et al., 2010). 
As respostas imunes específicas mediadas pelas células T surgem quando a 
viremia se aproxima do seu pico, atingindo o máximo da resposta e consequente 
redução da carga viral plasmática (CVp) (MICHAEL et al., 2010). 
Os anticorpos que neutralizam os vírus desenvolvem-se lentamente, 
aproximadamente 12 (doze) semanas ou mais após a transmissão do vírus HIV, 
entretanto, de acordo com MICHAEL et al. (2010), esses anticorpos iniciais não 
reagem aos vírus mutantes, sendo ineficazes contra a infecção. 
As alterações imunológicas observadas após a infecção primária pelo HIV têm 
fundamental importância, pois a resposta gerada pode dar pistas sobre a progressão 
da doença, uma vez que nesta fase a ativação imune resulta na destruição rápida de 
células T CD4+ e na produção de citocinas pró inflamatórias, que favorecem a 
replicação do vírus e sua difusão para os tecidos linfoides (COSSARIZZA et al., 2012). 
 
 
 
 
37 
 
14 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
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