Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Todos vocês devem fazer uma análise crítica a respeito dos 6 grupos de medicação pré-anestésica, dos 5 fármacos de indução e dos 3 anestésicos inalatórios. Ao fim estabeleça um protocolo anestésico baseado na sua análise: MPA 1. ANTICOLINÉRGICOS Ação: os anticolinérgicos fazem competição com acetilcolina pelo receptor colinérgico muscarínico não deixando a acetilcolina se conectar ao receptor. A acetilcolina não funcionando, não permite que o sistema nervoso parassimpático funcione. Porém, ele prevalecerá o sistema simpático do paciente. Indicações: tratar ou inibir bradiarritimia e reduzir motilidade visceral Contraindicações: taquirritmias, hipomotilidade gastrointestinal, secreções viscosa Exemplos de anticolinérgicos: Atropina, Escopolamina, Glicopirrolato. 2. TRANQUILIZANTES Ação: inibidor inespecífico – eles inibem diversos neurotransmissores. Como dopamina, serotonina, adrenalina, histamina, acetilcolina, etc. Características: Também são conhecidos como neurolépticos Alta biodisponibilidade – é bem absorvido por diversas vias Rápida absorção por via oral Metabolização hepática Excreção urinária e biliar Efeitos desejáveis: Tranquilização, Antiemético, anti-histaminico Efeitos indesejáveis: hipotensão arterial, hipotermia, redução de hematócrito, esplenomegalia, Priapismo APS ANESTESIOLOGIA Exemplo de tranquilizante: acepromazina 3. BENZODIAZEPÍNICOS Ação: antagonista de receptores gabaérgicos – faz com que os canais de sódio voltagem dependente abram com mais frequência. - O mecanismo de ação se dá pelo aumento da transmissão de GABA (ácido gama-aminobutírico) que é o principal neurotransmissor inibitório do Sistema Nervoso Central (SNC), interagindo com receptores BZDs exclusivos no cérebro, através da facilitação da abertura de canais de cloreto, o que provoca a hiperpolarização da membrana neuronal, reduzindo sua excitabilidade. Esta atuação no SNC é capaz de alterar as habilidades cognitivas no indivíduo. Características: Rápida absorção Alta biodisponibilidade por diversas vias de administração – não absorve tão bem via oral de cães e gatos por conta do estomago mais ácido Pode ter efeito paradoxal – ao invés de acalmar, excita – NUNCA é usado sozinho por esse motivo, os fármacos usados juntos evitam que os benzodiazepínicos excitem. Metabolização hepática: Presença de metabólitos ativos - Diazepam – hepatotóxico - Zolazepam – hepatotóxico Ausência de metabólitos ativos - Midazolam – não hepatotóxico Eliminação pela urina - Metabólitos inativos – não lesa o rim (não nefrotóxico) Efeitos desejáveis: ansiolítico/sedativo, Miorrelaxante, anticonvulsivante, Antiemético, mínimas alterações hemodinâmicas Efeitos Indesejáveis: efeito paradoxal, depressão respiratória e muito potente em animais filhotes Exemplos: diazepam, midazolam, zolazepam Possuem antagonistas: Flumazil – usado em casos de superdosagem 4. A2 – agonistas Ação: atuam diretamente nos receptores alpha do sistema simpático promovendo sedação, miorrelaxamento e leve analgesia. Sua atuação é tanto central quanto periférica. Características Rápida absorção Metabolização hepática Excreção renal Mecanismo de ação: O mecanismo de ação em destaque dos fármacos agonistas alfa-2 adrenérgicos é a diminuição da concentração de catecolaminas circulantes, como a noradrenalina, em até 90%, assim como a redução da excitação do sistema nervoso central Efeitos desejáveis: sedativo, relaxante muscular, analgesia visceral discreta. Efeitos indesejáveis: diminuição de ADH, hiperglicemia, aumento ou redução de motilidade intestinal, ação simpatolítica. Exemplos: Xilazina, Detomidina, Dexmedetomidina. Possui antagonistas: ioimbina e atipamazole 5. Opióides Ação: Cada opióide produz efeitos diversos conforme o grau de afinidade pelos diferentes subtipos de receptores opiáceos. Neste momento, é importante ressaltar que os receptores para opióides localizam-se em regiões específicas do organismo (Sistema Nervoso Central e articulações, principalmente) sendo a maior parte destes encontrados na medula espinhal. - Há quatro tipos básicos de receptores opióides: µ (mi), K (kappa), δ (delta). Os opióides podem ter diversas ações em casa receptor como: Agonista: Estimula esses receptores opioides. Os dois, ou um só. Coloca o receptor pra funcionar, ele fecha o canal de cálcio ou abre o canal de potássio, depende de qual canal ele estiver. Agonista parcial: Estimula o receptor, mas de forma mais fraca. Existe, mas não é usado (Professor considera desnecessário). Agonista-Antagonista: Estimula um receptor e bloqueia o outro. Antagonista: Bloqueia a ação dos opioides, impedindo-os de funcionar. Ou seja, eles não são usados como analgésicos. Eles são usados quando você intoxica o animal (Ex: Dar a dose errada e dar uma antagonista para cortar o efeito e salvar o paciente). TIPO DE RECEPTOR PRINCIPAIS EFEITOS AGONISTAS ANTAGONISTAS µ (mu ou mi) -Analgesia supraespinhal -Depressão respiratória -Euforia -Dependência física Codeina Petidina Tramadol Morfina Buprenorfina Metadona Fentanil Butorfanol Nalbufina Naloxona Κ (kappa) -Analgesia espinhal -Miose -Sedação -Disforia Butorfanol Codeina Petidina Morfina Fentanila Nalbufina Buprenorfina Naloxona δ (delta) -Analgesia espinhal -Depressão respiratória -Redução da motilidade gástrica Petidina Morfina Metadona Fentanila Naloxona Efeitos desejáveis: analgesia, sedação, potencialização de anestésicos Efeitos indesejáveis: depressão respiratória, exitação, bradicardia, hipotensão, náuseas e êmese, constipação e pode deixar o animal ofegante Exemplos: butorfanol, petidina, tramadol, morfina, metadona, fentanil MIORRELAXANTES DE AÇÃO CENTRAL Ação: Esses fármacos reduzem a atividade neural no cérebro (núcleos da base), tronco encefálico e tálamo, provocando relaxamento dos músculos esqueléticos. Usado apenas em grandes animais. Características: Pacientes com fígado ruim, não conseguem fazer a metabolização hepática desse fármaco Excreção renal Efeitos sistêmicos: Relaxamento muscular, Analgesia discreta, Sedação discreta e Discreta depressão respiratória Efeitos desejáveis: relaxamento muscular, sedação e analgesia Efeitos indesejáveis: depressão respiratória, flebite e hemólise Exemplo: Éter gliceril Guaiacol (EGG) INDUÇÃO 1) TIOPENTAL Ação: Estimulação de Receptores GABA: age no mesmo lugar que o Diazepam, nos receptores Gaba, só que de maneira muito mais potente. Porém no Sistema Nervoso Central ele vai ser extremamente depressor, o paciente vai dormir muito. (O Tiopental é extremamente potente) Alterações dos canais de K + , Ca 2+ , Na + : redução generalizada da atividade cerebral Redução da ligação da acetilcolina nos receptores colinérgicos nicotínicos da musculatura: Relaxamento muscular Efeitos sistêmicos: Muitos efeitos colaterais, por isso está caindo em desuso! Sistema cardiovascular - Pacientes debilitados ou hipovolêmicos: Alta mortalidade por: Arritmias ventriculares, Redução do retorno venoso ou Redução do débito cardíaco Sistema respiratório Depressão dose-dependente Reduz a taquipneia compensatória SNC - Neuroproteção Reduz ou não afeta a PIC Reduz metabolismo cerebral Uso terapêutico nos dias de hoje: Indução anestésica em animais saudáveis, porém o propofol é melhor nessa tarefa. Anestesia de curta duração em animais saudáveis Anticonvulsivante (Crises convulsivas refratárias ao Diazepam e Propofol) Caracteristicas: Não se faz infusão continua Hepatotoxico Excreção renal Vias de adm: intravenosa Velocidade de adm: bifásica – 1/3 da dose se faz de forma rapida e 2/3 de forma lenta. 2) PROPOFOL Ação: agonista gabaérgico – promove efeitos sedativos e hipnóticos por meio da interação com o sistema neurotransmissor do GABA Características: Propriedades hipníoticas e sedativas Farmaco de escolha para hepatopatas Metabolização hepática, renal, pulmonar, intestinal Excreção: renal e pequena excreção biliar Vias de adm: intravenosa Uso terapêutico: indução anestésica, retorno anestésico tranquilo, anestesia de curta duração, anestesia intravenosa total – pode fazer infusão continua pois não tem efeito cumulativo. Efeito sistêmicos: Cardiovascular: não altera FC, hipotensão arterial e depressão miocárdica Sistema respiratório: depressão generalizada 3) ETOMIDATO Ação: ainda não está completamente esclarecido, mas aumenta número de receptores GABA e intensifica a ação do mesmo, causando hiperpolarização do neurônio pós sináptico e consequentemente em depressão o SNC e hipnose Características: Metabolização hepática e proteínas plasmáticas Excreção renal Usado como agente de indução e manutenção por efeitos cardiovasculares mínimos Vias de adm: intravenosa Efeito sistêmico: Cardiovascular: não altera FC, PA, DC, não sensibiliza miocárdio e catecolaminas Respiratório: em dose terapêutica causa taquipnéiab e em doses elevadas depressão Endócrino: reduz corticolemia e inibe sinetese de coritsoç SNC: reduz metabolismo em 50% e fluxo sanguíneo cerebral 4) TILETAMINA Ação: induz hipnose e relaxamento muscular por aumento da atividade inibitpria do ácido-gama-aminobutirico (GABA) espinhal e supraespinhal. Via de adm: IV, IM, SC, VO, retal, nasal Características: Excreção: renal – alta nefrotoxicidade Metabolização hepática - hepatotoxicidade Produz metabolitos ativos Mais potente que quetamina e tem maior analgesia Usado em associação com sedativos para reduzir a excitação na recuperação anestésica 5) QUETAMINA Ação: bloqueia receptores muscarinicos no SNC, potencializa receptores GABA, inibe recapitação de serotonina, dopamina e noradrenalina, inibe os receptores NMDA e são agonistas de receptores opióides Via de adm: IV, IM, SC, VO, retal, nasal Características: NÃO usar em hepatopatas pois não vão metabolizar direito Excreção: renal Metabolização hepática Produz metabolitos ativos Uso: contenção química em animais bravos e selvagens, indução anestésica (sempre que possível associado com tranquilizantes e nunca deve ser feito sem sedativo, Miorrelaxante e opióide). NUNCA FAZER SOZINHA Indução anestésica para anestesia inalatória - Quetamina 5 mg/kg IV - Diazepam 0,5 mg/kg IV Anestesia dissociativa - Quetamina 10 - 15 mg/kg IM - Diazepam 0,5 mg/kg IM - Xilazina 0,5 – 2 mg/kg IM - Tramadol 2 mg/kg IM Efeitos sistêmicos Cardiovascular: taquicardia intensa, aumento de contratilidade, aumento de PA, aumento de arritimia Respiratório: depressão dose-dependente, inspiração apnêstica Outros: Analgesia somática Hipertonicidade muscular Preservação dos reflexos protetores Salivação Excitação Redução do limiar convulsivo Aumenta a PIC e a PIO Atravessa a barreira hemato-encefálica e placentária INALATÓRIA 1. HALOTANO AÇÃO: O Halotano sensibiliza o sistema de condução miocárdico sob a ação da epinefrina e norepinefrina, e a combinação pode causar sérias arritmias cardíacas. Também aumenta a pressão do fluido cerebroespinhal e produz moderado relaxamento muscular. Características Mais solúvel e portanto mais lento Metabolização hepática de 20-46% Nefrotóxico Fígado – maior toxicidade Efeitos colaterais: produz ácido trifuoracético – causa depressão, é carcinogênico, aumenta índices de deformação espermática, causa problemas em órgãos vitais e abortos espontâneos Efeitos sistêmicos SNC: aumenta PIC Cardiovascular: hipotensão, bradicardia e diminuição de DC, arritmogênico, depressão de miocárdio Respiratório: hipoventilação, FR aumentada, tem odor razoável TGI: diminui motilidade Reprodutor: induz aborto, diminui fertilidade Contraindicação: Não usar em animais com histórico de hipertermia maligna ou hepatotoxidade após uso prévio do fármaco. Usar com cautela em portadores de insuficiência hepática, arritmias cardíacas, aumento de pressão intracraniana, traumatismo craniano e miastenia grave. 2. ISOFLUORANO AÇÃO: O mecanismo de ação dos anestésicos inalatórios ainda não é bem esclarecido. O isoflurano apresenta rápida indução. Os reflexos laríngeos e faríngeos são prontamente deprimidos e a respiração espontânea também torna-se deprimida com o aprofundamento da ação anestésica. Ocorre aumento da frequência cardíaca, que compensa uma redução no volume sistólico. Com assistência respiratória o paciente tende a apresentar menor variação de frequência cardíaca. O fluxo sanguíneo cerebral permanece inalterado durante leve anestesia com isoflurano, mas tende a aumentar com o aprofundamento da ação anestésica. É rapidamente reversível. A indução e recuperação rápidas, facilitam alterações na profundidade da anestesia durante os procedimentos. Efeitos colaterais: causa menos doenças pois é um anestésico que quase não fica no corpo. Produz ácido trifuoracético em menor quantidade provoca depressão da função respiratória, alterações cardiovasculares e hipotensão de forma dose-dependente. Pode causar Hipertermia Maligna, assim como outros anestésicos inalatórios. Características Baixa toxicidade para o fígado e rim É considerado intermediário em relação a solubilidade e rapidez Efeitos sistêmicos SNC: PIC estável Cardiovascular: FC normal, redução de PA, mínima redução de DC, mínima depressão de miocárdio e não é arritmogênico Respiratório: mínima depressão, FR normal e odor pungente TGI: menor depressão Reprodutor: sem alterações Contraindicação: Não usar em pacientes com histórico de hipertermia maligna. Usar com cautela em portadores de traumatismo craniano e miastenia grave. 3. SEVOFLUORANO AÇÃO: Ele funciona por atividade deprimente no sistema nervoso central, o que provoca a perda de consciência. Características: É menos solúvel e sendo assim mais rápido Não produz ácido trifuoracético mas produz fluoretos inorgânicos Mais indicado para hepatopatas graves Minimamente toxico para fígado e rim Efeito colateral: Pode causar depressão respiratória, que pode ser agravada por pré-medicação narcótica ou outros agentes que causam depressão respiratória. A respiração deve ser supervisionada e, se necessário, assistida. Contraindicação: Não deve ser utilizado em pacientes com suscetibilidade genética conhecida ou suspeita de hipertermia maligna. Não deve ser utilizado em pacientes com sensibilidade conhecida ou suspeita ao sevoflurano ou a outro agente anestésico inalatório halogenado (por exemplo, histórico de hepatotoxicidade, incluindo geralmente aumento das enzimas hepáticas, febre, leucocitose e/ou eosinofilia temporária relacionada à anestesia com um desses agentes). Efeitos sistêmicos SNC: pouco aumento de PIC Cardiovascular: FC aumentada, redução de PA, mínima redução de DC, mínima depressão de miocárdio e não é arritmogênico Respiratório: mínima depressão, FR normal e odor agradeavel TGI: menor depressão Reprodutor: sem alterações PROTOCOLO - ANIMAL 4 Cachorro apresentando cirrose precisa de osteossíntese de rádio e ulna (dor intensa, 2h) Protocolo a ser usado: MPA: para medicação pré anestésicaé indicado o uso do benzodiazepínico midazolam, uma vez que essa medicação não é hepatotóxica, associado a morfina, para potencializar a sedação e diminuir a excitação que o midazolam pode causar, além do fato que o animal possui dor intensa. INDUÇÃO: para indução do animal é recomendado o uso de propofol pois é o mais indicado e seguro em animais hepatopatas INALATÓRIA: para anestesia inalatória em animais com cirrose ou hepatopatias graves se indica o uso de Sevofluorano, uma vez que ele não produz ácido trifuoracético e tem mínima toxicidade ao fígado
Compartilhar