Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Módulo 1 MANUALMANUAL DE FARMACOLOG IADE FARMACOLOG IA VETER INÁR IAVETER INÁR IA Por : Jhade Mendes - Estudante de Medicina Veterinária @studyvetjhade Bons estudos ! Este material não substitui o livro, pois os conteúdos aqui estão resumidos, não limite seus estudos apenas por ele. Este material não é de minha autoria, ele foi escrito com base em referências de livros utilizados ao longo do curso de Medicina Veterinária. Este material deve ser compartilhado apenas com estudantes da área. Olá ! Primeiro obrigada por adquirir este material, espero que possa te auxiliar nos estudos, antes de prosseguir, aqui temos algumas informações: Bem - vindo ! 1 Conceitos ...................................................................................................................................... 3 Cálculo de doses e abreviaturas farmacológicas ........................................................ 4 Agonistas Colinérgicos ............................................................................................................ 5 Anticolinesterásicos .................................................................................................................. 7 Antagonistas Colinérgicos ..................................................................................................... 9 Agonistas Adrenérgicos .......................................................................................................... 11 Antagonistas Adrenérgicos ................................................................................................... 15 Bloqueadores Neuromusculares ......................................................................................... 17 Bloqueadores do ácido clorídrico .......................................................................................19 Antieméticos ........................................................................................................................ 22 Medicamentos do sistema respiratório ....................................................................... 26 Exercícios ................................................................................................................................ 31 Gabarito ................................................................................................................................... 33 Referências ............................................................................................................................. 34 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. SumárioSumário 2 Fármaco: Qualquer substância química que possui estrutura física definida dotada de propriedades farmacológicas. Droga: Qualquer substância química que quando em quantidade suficiente (e não atue como alimento), possa agir em um organismo vivo, produzindo alterações sejam elas maléficas ou benéficas. Medicamento: Qualquer substância química empregada em um organismo vivo, visando obter efeitos benéficos. Remédio: Tudo aquilo que cura, alivia ou evita uma enfermidade. Não abrange só os agentes químicos (medicamentos), mas também os agentes físicos (duchas, massagens etc). Farmacodinâmica: Estuda e analisa os efeitos fisiológicos dos fármacos no organismo do animal, seu mecanismo de ação e a relação entre a concentração do fármaco, seus efeitos desejáveis ou colaterais. Farmacocinética: Estuda movimento de uma substância química, em particular de um medicamento no interior de um organismo vivo, ou seja, é o estudo dos processos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção. Todo medicamento é uma droga, mas nem toda droga é um medicamento ! ConceitosConceitos 3 Peso X Dose Concentração Peso: Peso do animal em quilograma (kg). Dose: Dose do medicamento indicada para a espécie em miligrama (mg). Concentração: Quantidade de fármaco ou substância ativa por quantidade (massa ou volume) de preparação, expressa em miligrama/mL (mg/mL). Cálculo de dosesCálculo de doses S.i.d. - Uma vez ao dia B.i.d.- Duas vezes ao dia T.i.d. - Três vezes ao dia Q.i.d. - Quatro vezes ao dia Q.d. - Todos os dias P.r.n. - Se necessário Abreviaturas relacionadas aAbreviaturas relacionadas a posologia de medicamentosposologia de medicamentos 4 Muscarina Pilocarpina Arecolina Oxotremorina Agem nos receptores colinérgicos muscarínicos e nicotínicos, ativando esses receptores e desencadeando respostas semelhantes às provocadas pela estimulação do sistema nervoso parassimpático. Agonistas ColinérgicosAgonistas Colinérgicos Ação direta Acetilcolina Metacolina Carbacol Betanecol Efeitos farmacológicos Músculo liso Promovem aumento da musculatura lisa e relaxamento de esfíncteres de todo organismo animal. Glândulas Produzem estímulo da secreção de glândulas sudoríparas, lacrimais, brônquicas, salivares e de todo sistema digestório. Sistema cardiovascular - Vasodilatação - Redução da frequência cardíaca - Redução da força de contração. - Diminuição de condução dos nodos SA e AV (acetilcolina). Não atravessa a barreira hematencefálica, mas sua administração intracerebroven- tricular produz aumento da excitabilidade e podem ocorrer convulsões. Sistema nevoso central 5 Usos terapêuticos PILOCARPINA - Tratamento do glaucoma, usa - se solução aquosa 0,5 a 4,0%, no tratamento do glaucoma de ângulo aberto. CARBACOL - Tem sido empregado a 0,01% para produzir miose durante cirurgia ocular. BETANECOL - Usado para estimular a contração da bexiga e do sistema geniturinário, sendo indicado no tratamento da retenção urinária e esvaziamento incompleto da bexiga, quando não houver obstrução mecânica. METACOLINA - Empregada no diagnóstico da hiper -reatividade brônquica e como modelo de estudos de asma. Também é utilizada para aumentar a motilidade gastrintestinal e atenuar a retenção urinária após anestesia ou vagotomia. ARECOLINA - Foi utilizada como anti- helmíntico em cães e gatos, sendo substituída por outros agentes mais eficientes. Efeitos colaterais e contraindicações Observam-se mais frequentemente sudorese, cólicas abdominais, eructações, dificuldade de acomodação visual, aumento da secreção salivar e lacrimal. São contraindicadas em pacientes com obstrução intestinal ou urinária. Em caso de efeitos colaterais graves, deve- se administrar sulfato de atropina (0,5 a 1,0 mg/kg) por via subcutânea ou intravenosa. 6 Atuam por meio da inibição da enzima Acetilcolinesterase, resultando em acúmulo de acetilcolina na fenda sináptica, potencializando os efeitos do sistema nervoso parassimpático. Fisiostigmina Neostigmina Piridostigmina Edrofônio Reversíveis - curta duração (Carbamatos) Irreversíveis - longa duração (Organofosforados) Parationa Paraoxon Malation Ecotiofato Agem inibindo a Acetilcolinesterase através de ligação covalente (fosforilação) com o grupo hidroxila da serina presente no local esterásico da enzima. Tabum Sarim Somam Estas drogas não atuam em receptores colinérgicos, como as drogas de ação direta, mas inibem a enzima que degrada a Acetilcolina, permitindo que esse neurotransmissor permaneça ativo para atuar em receptores colinérgicos. AnticolinesterásicosAnticolinesterásicos 7 Efeitos farmacológicos Junção neuromuscular Aumento da contração da musculatura esquelética, dependente de receptores nicotínicos. Músculo liso e glândulas Produzem aumento das secreções do sistema gastrintestinal, contração da musculatura lisa e relaxamento dos esfíncteres. Sistema respiratório e cardiovascular Observam -se broncoconstrição e aumento das secreções. Promovem tanto efeitos ganglionares quanto os pós ganglionares do acúmulo de acetilcolina sobre o coração e vasos sanguíneos. Atravessam a barreira hematencefálica e produzem excitação, que pode resultar em convulsões, seguidas de depressão intensa com perda de consciênciae insuficiência respiratória. Sistema nevoso central Efeitos colaterais e contraindicações Usos terapêuticos Glaucoma Miastenia gravis Reversão do bloqueio neuromuscular Íleo paralítico e atonia de bexiga Estes efeitos são consequência do acúmulo de acetilcolina em todas as terminações nervosas colinérgicas. Observam- se tanto efeitos característicos da excessiva estimulação de receptores muscarínicos como nicotínicos. 8 Atropina Escopolamina Glicopirrolato Ipatrópio Homatropina Agem de forma competitiva bloqueando as ações da Acetilcolina em receptores muscarínicos centrais e muscarínicos periféricos. AntagonistasAntagonistas Colinérgicos/AntimuscarínicosColinérgicos/Antimuscarínicos Metantelina Ipatrópio, Tiotrópio Benzatropina Telenzepina Galamina Efeitos farmacológicos Músculo liso Promovem relaxamento. Sistema gastrointestinal Diminuem a atividade motora do estômago, duodeno, jejuno, íleo e cólon, caracterizada por redução no tônus, na amplitude e na frequência das contrações peristálticas. Sistema cardiovascular (atropina). Alteração da frequência cardíaca. Apesar de a resposta predominante ser taquicardia, a frequência cardíaca pode diminuir com doses intermediárias Escopolamina: Normalmente causa depressão, que se manifesta por sonolência, amnésia e fadiga. Atropina: Em doses terapêuticas causa discreta excitação, devido à estimulação bulbar, do hipotálamo e do córtex cerebral. Sistema nevoso central 9 Medicação pré-anestésica. Antiarrítmico para combater a bradicardia sinusal no choque cardiogênico. Cicloplegia e midríase de longa duração em cirurgias intraoculares. Antídoto na intoxicação por agentes anticolinesterásicos (organofosforados e carbamatos). Na intoxicação por cogumelo, se a muscarina for o agente tóxico. Tratamento de cólica renal e biliar, quando associada a opioides. As drogas antimuscarínicas têm sido empregadas em diversas situações clínicas, com o objetivo de inibir os efeitos da atividade do SNA parassimpático (efeitos colinérgicos). Atropina: Usos terapêuticos Efeitos colaterais e contraindicações Em doses altas, promovem ressecamento da boca, o que pode dificultar tanto a deglutição quanto a conversação. No sistema cardiovascular, o principal efeito indesejável é o aumento da frequência cardíaca. A atropina, em função de seu efeito midriático, é contraindicada em casos de glaucoma. Além disto, o uso prolongado dos antimuscarínicos pode provocar retenção urinária. 10 Epinefrina - α1, α2, β1 , β2 e β3 Dopamina - D1, B1, α1 Isoproterenol Dobutamina Atuam sobre receptores que são estimulados pela adrenalina e noradrenalina (catecolaminas). Quando ativados, causam as mesmas alterações que a ativação do sistema nervoso simpático. Agonistas AdrenérgicosAgonistas Adrenérgicos α1 α2 B2 Fenilefrina, Metoxamina Xilazina, Dexmedetomidina, Clonidina Salbutamol, Terbutalina, Clembuterol Mistos de ação direta Ação indireta Anfetamina e Efedrina 11 Efeitos farmacológicos Músculo liso vascular Vasoconstrição generalizada de vasos sanguíneos, conduzindo a aumento da resistência vascular periférica e da pressão arterial. Sistema respiratório Broncodilatação. Sistema cardiovascular Aumento da força de contração ventricular, frequência cardíaca e vasoconstrição em muitos leitos vasculares, principalmente nos vasos de resistência pré -capilar da pele, mucosa e rins, juntamente com acentuada constrição venosa. Aumento das concentrações circulantes de glicose, ácido láctico e ácidos graxos livres. Efeitos metabólicos EPINEFRINA - Produz aumento da força de contração (efeito inotrópico positivo) e aumento da frequência de contração (efeito cronotrópico positivo) pela ativação das células marca-passo do nó sinoatrial. DOPAMINA - Ação inotrópica positiva no coração, relaxamento da musculatura lisa vascular, especificamente nas artérias renais e mesentéricas. Devido a vasodilatação do leito vascular renal aumenta a taxa de filtração glomerular, a excreção de sódio e a excreção urinária. 12 ISOPROTERENOL - Promove redução da resistência periférica total, resultando em redução da pressão diastólica e relaxamento da musculatura lisa bronquiolar. DOBUTAMINA - Quando comparada com o isoproterenol, possui efeitos inotrópicos relativamente mais proeminentes do que os efeitos cronotrópicos sobre o coração. FENILEFRINA, METOXAMINA - Causam aumento da resistência periférica total por causar vasoconstrição na maioria dos leitos vasculares, produzindo diminuição reflexa vagal dos batimentos cardíacos. XILAZINA / DETOMIDINA / MEDETOMIDINA - Apresentam propriedades analgésica, sedativa e relaxante muscular de ação central. CLONIDINA - Hipotensão e bradicardia, resultantes da ação em autorreceptores α2 em centros cardiovasculares no sistema nervoso central. SALBUTAMOL/ TERBUTALINA, ETC - Produzem broncodilatação, além do relaxamento da musculatura lisa uterina de útero gravídico. ANFETAMINA - Apresenta efeitos predominantes no sistema nervoso central, que parecem resultar da liberação de dopamina associada ao bloqueio da recaptura da amina em regiões límbicas. EFEDRINA - Eleva a pressão sistólica e diastólica e, em geral, a frequência cardíaca não é aumentada. Produz aumento na força de contração e no débito cardíaco. No músculo liso brônquico, produz relaxamento. 13 Arritmias Hipotensão Choque Insuficiência cardíaca congestiva Hipertensão Asma e broncoespasmo Redução do tônus do útero gravídico Reações alérgicas Usos oftalmológicos Contenção animal Descongestionantes nasais Usos terapêuticos Efeitos colaterais e contraindicações Em altas doses podem promover estimulação excessiva da musculatura cardíaca, produzindo taquicardia e fibrilação ventricular, podendo levar o animal a óbito. A administração local destes medicamentos pode produzir necrose, devido à prolongada vasoconstrição local. 14 Fenoxibenzamina, Fentolamina, Tolazolina e Derivados do ergot Produzem seus efeitos antagonizando as ações do SNA simpático. Estes medicamentos podem ser classificados de acordo com o tipo de receptor em que exercem suas ações, ou seja, antagonistas alfa e antagonistas beta- adrenérgicos. Antagonistas AdrenérgicosAntagonistas Adrenérgicos α1 α2 B Prazosina, Tansolusina Ioimbina, Atipamezol, Idazoxam Propranolol, Metoprolol, Atenolol, Nadolol, Timolol, etc α 15 Alfa bloqueadores - Usados na redução da vasoconstrição, no tratamento do vasospasmo, na hipertensão, no feocromocitoma e na isquemia visceral, devido ao choque circulatório. Antagonistas α1 adrenérgicos - Inibem a vasoconstrição induzida pelas catecolaminas endógenas ou quando da administração de medicamentos simpatomiméticos. Antagonistas α2 adrenérgicos - Atuam na regulação da atividade do sistema nervoso simpático, tanto em nível autonômico como central. Quando ativados, inibem a liberação de NE das terminações simpáticas periféricas. Antagonistas B - Em pacientes hipertensos, esses medicamentos diminuem significativamente a pressão arterial. As ações destes medicamentos na pressão arterial são complexas. Efeitos farmacológicos Usos terapêuticos Hiperplasia prostática benigna Bloqueio de vasoconstrição Hipertensão pulmonar Reversão de sedação e anestesia 16 São uma classe de fármacos que atuam em receptores nicotínicos da junção neuromuscular, prejudicando a transmissão do impulso nervoso e resultando no relaxamento da musculatura. Eles não promovem o alívio da dor, assim como não possuem função amnésica. Os bloqueadores neuromusculares são classificados, conforme seu mecanismo de ação, em duas categorias: despolarizantes e não despolarizantes Bloqueadores neuromuscularesBloqueadores neuromusculares Succinilcolina Despolarizantes De forma estrutural, são duas moléculas de Acetilcolina ligadas entre si, que agem como um agonista do receptor nicotínico. A succinilcolinase liga às duas subunidades alfa do receptor, mimetizando a Acetilcolina resultando em despolarização da membrana que resulta rapidamente em contração muscular, observada clinicamente na forma de fasciculações. Após a despolarização, o potencial de membrana deve ser restabelecido antes que uma próxima despolarização possa ocorrer e, até que isso ocorra, o músculo permanece em um estado de relaxamento flácido. 17 Pancurônio Vecurônio Atracúrio Galamina Não - despolarizantes Eles se ligam a uma ou ambas as subunidades alfa do receptor, impedindo a ligação da Acetilcolina que ocasionaria a despolarização. Acredita-se que eles atuem também nos receptores pré juncionais da junção neuromuscular. Usos terapêuticos Facilitar a intubação endotraqueal Relaxamento da musculatura abdominal Manipulações ortopédicas Efeitos colaterais e contraindicações Arritimias cardíacas, hipercaliemia e liberação de histamina. Nunca devem ser usados na ausência de condições adequadas de fornecimento de respiração artificial com pressão positiva e quando se usados com finalidades cirúrgicas, é preciso sempre associá- los a agentes anestésicos, os quais deverão produzir perda da consciência e da dor. 18 Bloqueadores da secreçãoBloqueadores da secreção de ácido clorídricode ácido clorídrico Atuam bloqueando a secreção do ácido clorídrico, que é feito pela acetilcolina (via nervo vago), que atua em receptores muscarínicos, e pela gastrina, ambas promovendo a liberação de histamina (que atua em receptores do tipo H2) e esta, de ácido clorídricol, que exerce controle parcial de sua própria liberação, por meio de um mecanismo de retroalimentação negativo sobre a gastrina. Antagonistas histaminérgicos ( H2 ) Bloqueiam o receptor H2 , inibindo seletivamente a secreção ácida estomacal e reduzindo a produção de pepsina. Cimetidina Ranitidina Famotidina Nizatidina Usos clínicos: Gastrite, úlcera gástrica, úllcera duodenal, esofagite péptica e outros distúrbios gástricos. Precauções e efeitos adversos: Redução na contagem leucocitária, inclusive agranulocitose, elevações nas transaminases séricas e raros casos de hepatite, febre, nefrite intersticial, pancreatite, bradicardia sinusal, taquicardia, bloqueio cardíaco e vasculite de hipersensibilidade (cimetidina). 19 Inibidores da bomba de prótons Estes fármacos bloqueiam reversivelmente uma bomba localizadana membrana das células parietais responsáveis pela secreção de HCl, chamada H + , K + ATPase; esta bomba troca íons hidrogênio (H +) por potássio (K+). Omeprazol Lanzoprazol Usos clínicos: Tratamento e prevenção de gastrites e úlceras gástrica. É recomendado antes da administração de enzimas pancreáticas para evitar a degradação rápida pelo ácido clorídrico. Precauções e efeitos adversos: Vômito, diarreia, flatulência, constipação intestinal e raros relatos, em cães, de alterações neurológicas (convulsões) e reações cutâneas. 20 Sais de bismuto Se dissocia, produzindo carbonato de bismuto e ácido salicílico. Este último tem ação irritante sobre a mucosa gástrica e pode exercer algum efeito local por meio da inibição da prostaglandina- sintetase. Prostaglandinas Inibem a secreção de HCl e estimulam a secreção de muco protetor (efeito citoprotetor). Misoprostol Sucralfato Admite- se que seu mecanismo de ação esteja relacionado à sua capacidade de formar um complexo com o exsudato do tecido lesado, produzindo uma barreira protetora sobre a mucosa. Uso clínico: Tratamento da gastrite em animais. Precauções e efeitos adversos: Contraindicado em gestantes e lactantes. Vômito, dores abdominais, febre e risco de aborto. Uso clínico: Tratamento de gastrite e úlceras gástricas. Precauções e efeitos adversos: Usar com cautela em pacientes com trânsito intestinal diminuído. 21 Atuam por antagonismo dos receptores dos neurotransmissores envolvidos na fisiologia do vômito. Os cinco locais de receptores de neurotransmissores que são de importância primária no reflexo do vômito são: M1 – muscarínico; D2 – dopamina; H1 – histamina; 5- HT3 – serotonina; receptor de neurocinina 1 (NK1) – substância P. Agentes anticolinérgicos Usados por reduzirem as secreções e a motilidade do sistema digestório, podem também apresentar efeito antiemético. Escopolamina Uso clínico: Como agente antiespasmódico, principalmente de cólicas intestinais, renais e biliares. Precauções e efeitos adversos: Taquicardia, excitação, redução do peristaltismo e constipação intestinal, aumento da pressão intraocular em glaucoma de ângulo fechado, fotofobia, xerostomia, aumento da temperatura corporal por causa da diminuição da transpiração, desorientação e ataxia. AntieméticosAntieméticos 22 Antihistamínicos Esses medicamentos reduzem os impulsos provenientes do aparelho vestibular (onde há receptores H1 ), que atingem o centro do vômito e também bloqueiam receptores H1 da zona deflagradora dos quimiorreceptores. Dimenidrinato Difenidramina Bloqueadores dos receptores dopaminérgicos Promovem bloqueio dos receptores dopaminérgicos da zona deflagradora dos quimiorreceptores, cuja estimulação induz a êmese. Metoclopramida Bromoprida Domperidona Cães tem maior número de receptores H1 na zona deflagradora do que gatos. Efeito sedativo. Pouco eficiente para bloquear vômito por estímulo vagal ou associados a gastroenterites. Metoclopramida: Sedação, efeitos extrapiramidais, estimulação da secreção de prolactina, pode causar alterações comportamentais em cães e gatos. Deve-se ter cautela no uso em animais com distúrbios convulsivos. 23 Antagonistas dos receptores da serotonina Bloqueiam os receptores 5 HT3 da zona deflagradora dos quimiorreceptores e daqueles localizados perifericamente nos terminais nervosos vagais. Ondasetrona Granisetrona Tropisetrona Corticosteróides Seus efeitos são mediados pela inibição da síntese das prostaglandinas e/ou inibição da liberação de opioides endógenos, da inibição serotoninérgica no sistema digestório e na diminuição da inflamação do local cirúrgico, diminuindo impulsos parassimpáticos para o sistema nervoso central. Dexametasona Metilprednisolona Precauções e efeitos adversos: Usar com cautela em lactantes, animais da raça Collie e portadores de insuficiência hepática. Constipações, reações extrapiramidais, arritmias e hipotensão. 24 Antagonistas dos receptores da neurocinina-1 O receptor NK1 (também conhecido como receptor de taquicinina 1 ou receptor da substância P) faz parte da classe de receptores de superfície celular para as taquicininas com afinidade maior para a substância P, que é um neuropeptídio que facilita processos inflamatórios, vômito, ansiedade e nocicepção, quando bloqueado, evita a êmese. Maropitant Ainda não se sabe por qual mecanismo, mas acredita-se que possa ser por participação do fosfato de piridoxal ativando a enzima descarboxilase do ácido glutâmico, que é responsável pela conversão do ácido glutâmico em ácido γ aminobutírico (GABA), principal neurotransmissor inibitório do sistema nervoso central, exercendo, assim, efeito inibitório no centro do vômito. Piridoxima (vitamina B6) Uso clínico: Prevenção e tratamento do vômito agudo em cães, inclusive aqueles refratários a outros antieméticos, ou de difícil controle. Precauções e efeitos adversos: Usar com cautela em animais com menos de 3 meses de idade e com insuficiência hepática. A segurança para gestantes e lactantes ainda não foi estabelecida. 25 Medicamentos de ação noMedicamentos de ação no sistema respiratóriosistema respiratório Expectorantes Quando há produção excessiva de muco a redução naviscosidade das secreções é de extremo interesse para o paciente, pois só assim haverá eliminação eficiente, e é com esta finalidade que se utilizam os expectorantes. Portanto, os expectorantes são empregados com o objetivo de aumentar a quantidade de catarro e diminuir a viscosidade dassecreções, promovendo, consequentemente, a remoção destas da árvore respiratória. Estes medicamentos podem ser classificados em três categorias: expectorantes reflexos, expectorantes mucolíticos e expectorantes inalantes. Reflexos Iodeto de potássio Guaifenesina IPECA Atuam por meio de estimulação de terminações nervosas vagais, na faringe, no esôfago e até mesmo na mucosa gástrica, levando ao aumento da produção de muco pelas células, em particular da mucosa respiratória. 26 Expectorantes em processos respiratórios com muco; Usos terapêuticos Efeitos colaterais e contraindicações Náuseas, vômitos, diarreia, erupção cutânea e sonolência. Não utilizar em lactantes e prenhes (Iodeto de K+). Não utilizar em gatos (Guaifenesina). Não recomendada em animais cardíacos/idosos (IPECA). A Bromexina aumenta a função lisossômica e as enzimas lisossômicas, hidrolisando as fibras de mucopolissacaríde do muco, reduzindo sua viscosidade. Bromexina N-acetilcisteína Produzem diminuição da viscosidade das secreções pulmonares, facilitando, consequentemente, a sua eliminação. Mucolíticos 27 A N-acetilcisteína age através do grupamento tiólico livre, que interage com as pontes dissulfídricas das mucoproteínas integrantes do muco, causando alterações da composição do muco, tornando- menos viscoso. Efeitos colaterais e contraindicações Evitar o uso em gestantes e lactentes. Reções de hipersensibilidade. Inalantes NaCl 0,9% Dióxido de carbono Óleo de eucalipto Benzoína Estes medicamentos têm emprego limitado em Medicina Veterinária, uma vez que a administração de expectorantes por inalação requer o uso de aparelhos para a produção de vapores. Além disso, há necessidade do uso de máscaras e/ou um local apropriado para o confinamento do animal, o que produz, muitas vezes, inquietação deste. Deve -se ainda considerar que, em geral, os animais se ressentem, no início da administração, do forte odor do expectorante vaporizado. 28 Antitussígenos Sua ação ocorre no sistema nervoso central, onde estes medicamentos inibem as respostas do centro da tosse aos estímulos que lá chegam. Os antitussígenos que atuam neste nível são os agentes narcóticos e os agentes não narcóticos. Narcóticos Codeína Hidrocodona Butorfanol Usos terapêuticos Analgésico, antitussígeno, antidiarréico (Codeína). Analgésico perioperatório utilizado geralmente em combinação com outros agentes sedativos ou analgésicos (Butorfanol). Nunca utilizar preparações associadas ao paracetamol em gatos. Tolerância e dependência. Sedação, anorexia, vômito, constipação intestinal, hiperexcitabilidade em felinos (Codeína). Sedação, ataxia, depressão respiratória em altas doses, bradicardia (Butorfanol). Efeitos colaterais e contraindicações 29 Os medicamentos antitussígenos de ação central não devem ser associados aos expectorantes, nem ser utilizados em pacientes com secreção abundante, pois esta secreção poderá acumular- se no sistema respiratório, promovendo asfixia. Não narcóticos Dextrometorfano Náuseas, vômito, diarreia, ataxia e sedação. Efeitos colaterais e contraindicações Fique atento !! 30 ExercíciosExercícios 1- Qualquer substância química que quando em quantidade suficiente (e não atue como alimento), possa agir em um organismo vivo, produzindo alterações sejam elas maléficas ou benéficas. Isto se refere a: a. ( ) Medicamento b. ( ) Droga c. ( ) Fármaco d. ( ) Remédio 2- Este fármaco produz aumento da força de contração (efeito inotrópico positivo) e aumento da frequência de contração (efeito cronotrópico positivo) pela ativação das células marca-passo do nó sinoatrial: a. ( ) Dopamina b. ( ) Isoproterenol c. ( ) Epinefrina d. ( ) Dobutamina 3- Expectorante reflexo que não deve ser utilizado em gatos: a. ( ) Codeína b. ( ) Guaifenesina c. ( ) Dextrometorfano d. ( ) Bromexina 4- Bloqueia reversivelmente uma bomba localizada na membrana das células parietais responsáveis pela secreção de HCl, chamada H + , K + ATPase. a. ( ) Prostaglandina b. ( ) Escopolamina c. ( ) Xilazina d. ( ) Omeprazol 31 5- Atuam por meio da inibição da enzima Acetilcolinesterase, resultando em acúmulo de acetilcolina na fenda sináptica, potencializando os efeitos do sistema nervoso parassimpático. Se refere a: a. ( ) Organofosforados b. ( ) Carbamatos c. ( ) Anticolinérgicos d. ( ) Adrenérgicos 6- Uma das vantagens do bloqueadores neuromusculares é o alívio da dor, além de promoverem função amnésica. a. ( ) Falso b. ( ) Verdadeiro 7- São exemplos de antagonistas beta-adrenérgicos: a. ( ) Salbutamol, Terbutalina, Clembuterol b. ( ) Ioimbina, Atipamezol, Idazoxam c. ( ) Propranolol, Metoprolol, Atenolol d. ( ) Fenilefrina, Metoxamina 8- Assinale a alternativa correta: a.( ) Antagonistas beta-adrenérgicos são usados em pacientes hipertensos, pois esses medicamentos diminuem significativamente a pressão arterial. b.( ) A N-acetilcisteína aumenta a função lisossômica e as enzimas lisossômicas, hidrolisando as fibras de mucopolissacaríde do muco, reduzindo sua viscosidade. c.( ) A pilocarpina pode ser usada no tratamento do glaucoma, usa -se solução aquosa 0,5 a 4,0%, no tratamento do glaucoma de ângulo fechado. d.( ) Antagonistas α1 adrenérgicos Inibem a vasodilatação induzida pelas catecolaminas endógenas ou quando da adminsitração de medicamentos simpatomiméticos. 32 GabaritoGabarito B C B D B A C A 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 33 ReferênciasReferências Spinosa, H.S.; Gorniak, S.L.; Bernardi, M.M. Farmacologia Aplicada à Medicina Veterinária. 6 ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017, 1420 p. ANDRADE, S. F. Manual de terapêutica veterinária: consulta rápida. 1ª Ed, Roca, 2017, 569p. @studyvetjhade jhademendesbrito@hotmail.com 34
Compartilhar