Buscar

Apostila de Farmacologia Veterinária

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Módulo 1 
MANUALMANUAL 
DE FARMACOLOG IADE FARMACOLOG IA
VETER INÁR IAVETER INÁR IA 
Por : Jhade Mendes - Estudante de Medicina Veterinária 
 @studyvetjhade
Bons estudos !
Este material não substitui o livro, pois os conteúdos
aqui estão resumidos, não limite seus estudos
apenas por ele.
Este material não é de minha autoria, ele foi escrito
com base em referências de livros utilizados ao
longo do curso de Medicina Veterinária.
Este material deve ser compartilhado apenas com
estudantes da área.
Olá ! Primeiro obrigada por adquirir este material,
espero que possa te auxiliar nos estudos, antes de
prosseguir, aqui temos algumas informações:
Bem - vindo !
1
 Conceitos ...................................................................................................................................... 3
 Cálculo de doses e abreviaturas farmacológicas ........................................................ 4
 Agonistas Colinérgicos ............................................................................................................ 5
 Anticolinesterásicos .................................................................................................................. 7
 Antagonistas Colinérgicos ..................................................................................................... 9
 Agonistas Adrenérgicos .......................................................................................................... 11
 Antagonistas Adrenérgicos ................................................................................................... 15
 Bloqueadores Neuromusculares ......................................................................................... 17
 Bloqueadores do ácido clorídrico .......................................................................................19
 Antieméticos ........................................................................................................................ 22
 Medicamentos do sistema respiratório ....................................................................... 26 
 Exercícios ................................................................................................................................ 31
 Gabarito ................................................................................................................................... 33 
 Referências ............................................................................................................................. 34
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
SumárioSumário
2
Fármaco: Qualquer substância química que possui
estrutura física definida dotada de propriedades
farmacológicas. 
Droga: Qualquer substância química que quando em
quantidade suficiente (e não atue como alimento),
possa agir em um organismo vivo, produzindo
alterações sejam elas maléficas ou benéficas.
 
Medicamento: Qualquer substância química empregada em um
organismo vivo, visando obter efeitos benéficos. 
Remédio: Tudo aquilo que cura, alivia ou evita uma enfermidade. Não
abrange só os agentes químicos (medicamentos), mas também os
agentes físicos (duchas, massagens etc).
Farmacodinâmica: Estuda e analisa os efeitos fisiológicos dos fármacos
no organismo do animal, seu mecanismo de ação e a relação entre a
concentração do fármaco, seus efeitos desejáveis ou colaterais.
Farmacocinética: Estuda movimento de uma substância química, em
particular de um medicamento no interior de um organismo vivo, ou seja,
é o estudo dos processos de absorção, distribuição, biotransformação e
excreção.
 
 
 
 
 
Todo medicamento é
uma droga, mas nem
toda droga é um
medicamento !
ConceitosConceitos
3
 
Peso X Dose
 Concentração
Peso: Peso do animal em quilograma (kg).
Dose: Dose do medicamento indicada para a espécie em miligrama
(mg).
Concentração: Quantidade de fármaco ou substância ativa por
quantidade (massa ou volume) de preparação, expressa em
miligrama/mL (mg/mL). 
Cálculo de dosesCálculo de doses
S.i.d. - Uma vez ao dia
B.i.d.- Duas vezes ao dia
T.i.d. - Três vezes ao dia
Q.i.d. - Quatro vezes ao dia
Q.d. - Todos os dias
P.r.n. - Se necessário
Abreviaturas relacionadas aAbreviaturas relacionadas a
posologia de medicamentosposologia de medicamentos
4
 
Muscarina
Pilocarpina
Arecolina
Oxotremorina
 
Agem nos receptores colinérgicos muscarínicos e nicotínicos, ativando
esses receptores e desencadeando respostas semelhantes às
provocadas pela estimulação do sistema nervoso parassimpático.
Agonistas ColinérgicosAgonistas Colinérgicos
Ação direta
Acetilcolina
Metacolina
Carbacol
Betanecol
 
Efeitos farmacológicos
Músculo liso
Promovem
aumento da
musculatura lisa e
relaxamento de
esfíncteres de
todo organismo
animal.
Glândulas
Produzem estímulo
da secreção de
glândulas
sudoríparas,
lacrimais,
brônquicas,
salivares e de todo
sistema digestório.
Sistema
cardiovascular
- Vasodilatação
- Redução da
frequência cardíaca
- Redução da força de
contração.
- Diminuição de
condução dos nodos
SA e AV
(acetilcolina).
Não atravessa a
barreira
hematencefálica,
mas sua
administração
intracerebroven-
tricular produz
aumento da
excitabilidade e
podem ocorrer
convulsões.
Sistema nevoso
central
5
 
Usos terapêuticos
PILOCARPINA - Tratamento do glaucoma, usa - se solução aquosa 0,5
a 4,0%, no tratamento do glaucoma de ângulo aberto. 
CARBACOL - Tem sido empregado a 0,01% para produzir miose
durante cirurgia ocular.
BETANECOL - Usado para estimular a contração da bexiga e do
sistema geniturinário, sendo indicado no tratamento da retenção
urinária e esvaziamento incompleto da bexiga, quando não houver
obstrução mecânica. 
METACOLINA - Empregada no diagnóstico da hiper -reatividade
brônquica e como modelo de estudos de asma. Também é utilizada
para aumentar a motilidade gastrintestinal e atenuar a retenção
urinária após anestesia ou vagotomia. 
ARECOLINA - Foi utilizada como anti- helmíntico em cães e gatos,
sendo substituída por outros agentes mais eficientes.
Efeitos colaterais e contraindicações
Observam-se mais frequentemente sudorese, cólicas abdominais,
eructações, dificuldade de acomodação visual, aumento da secreção
salivar e lacrimal. São contraindicadas em pacientes com obstrução
intestinal ou urinária.
Em caso de efeitos
colaterais graves, deve- se
administrar sulfato de
atropina (0,5 a 1,0 mg/kg)
por via subcutânea ou
intravenosa. 
6
 
Atuam por meio da inibição da enzima Acetilcolinesterase, resultando
em acúmulo de acetilcolina na fenda sináptica, potencializando os
efeitos do sistema nervoso parassimpático.
Fisiostigmina
Neostigmina
Piridostigmina
Edrofônio
Reversíveis - curta duração (Carbamatos)
Irreversíveis - longa duração (Organofosforados)
Parationa
Paraoxon
Malation
Ecotiofato
 
 
Agem inibindo a Acetilcolinesterase através de ligação covalente
(fosforilação) com o grupo hidroxila da serina presente no local
esterásico da enzima.
Tabum
Sarim
Somam
Estas drogas não atuam em receptores colinérgicos, como as drogas de ação
direta, mas inibem a enzima que degrada a Acetilcolina, permitindo que esse
neurotransmissor permaneça ativo para atuar em receptores colinérgicos. 
AnticolinesterásicosAnticolinesterásicos
7
 
Efeitos farmacológicos
Junção
neuromuscular
Aumento da
contração da
musculatura
esquelética,
dependente de
receptores
nicotínicos. 
Músculo liso
e glândulas
Produzem aumento
das secreções do
sistema
gastrintestinal,
contração da
musculatura lisa e
relaxamento dos
esfíncteres.
Sistema
respiratório e
cardiovascular
Observam -se
broncoconstrição e
aumento das
secreções. Promovem
tanto efeitos
ganglionares quanto
os pós ganglionares
do acúmulo de
acetilcolina sobre o
coração e vasos
sanguíneos.
Atravessam a
barreira
hematencefálica e
produzem excitação,
que pode resultar
em convulsões,
seguidas de
depressão intensa
com perda de
consciênciae
insuficiência
respiratória.
Sistema nevoso
central
Efeitos colaterais e contraindicações
Usos terapêuticos
Glaucoma
Miastenia gravis 
Reversão do bloqueio neuromuscular
Íleo paralítico e atonia de bexiga 
Estes efeitos são consequência do acúmulo de acetilcolina em todas
as terminações nervosas colinérgicas. Observam- se tanto efeitos
característicos da excessiva estimulação de receptores muscarínicos
como nicotínicos.
8
 
Atropina
Escopolamina
Glicopirrolato
Ipatrópio
Homatropina
 
Agem de forma competitiva bloqueando as ações da Acetilcolina em
receptores muscarínicos centrais e muscarínicos periféricos. 
AntagonistasAntagonistas
Colinérgicos/AntimuscarínicosColinérgicos/Antimuscarínicos
Metantelina
Ipatrópio, Tiotrópio
Benzatropina
Telenzepina
Galamina
 
Efeitos farmacológicos
Músculo liso
Promovem
relaxamento. 
Sistema
gastrointestinal
Diminuem a
atividade motora do
estômago,
duodeno, jejuno,
íleo e cólon,
caracterizada por
redução no tônus,
na amplitude e na
frequência das
contrações
peristálticas. 
Sistema
cardiovascular
(atropina). 
Alteração da
frequência cardíaca.
Apesar de a resposta
predominante ser
taquicardia, a
frequência cardíaca
pode diminuir com
doses intermediárias
Escopolamina: 
 Normalmente causa
depressão, que se
manifesta por
sonolência, amnésia e
fadiga. 
Atropina: Em doses
terapêuticas causa
discreta excitação,
devido à estimulação
bulbar, do hipotálamo
e do córtex cerebral. 
Sistema nevoso
central
9
 
Medicação pré-anestésica.
Antiarrítmico para combater a bradicardia sinusal no choque
cardiogênico.
Cicloplegia e midríase de longa duração em cirurgias
intraoculares.
Antídoto na intoxicação por agentes anticolinesterásicos
(organofosforados e carbamatos).
Na intoxicação por cogumelo, se a muscarina for o agente tóxico.
Tratamento de cólica renal e biliar, quando associada a opioides. 
As drogas antimuscarínicas têm sido empregadas em diversas
situações clínicas, com o objetivo de inibir os efeitos da atividade do
SNA parassimpático (efeitos colinérgicos). 
Atropina: 
Usos terapêuticos
Efeitos colaterais e contraindicações
Em doses altas, promovem ressecamento da boca, o que pode
dificultar tanto a deglutição quanto a conversação. No sistema
cardiovascular, o principal efeito indesejável é o aumento da
frequência cardíaca. 
A atropina, em função de seu efeito midriático, é contraindicada
em casos de glaucoma. Além disto, o uso prolongado dos
antimuscarínicos pode provocar retenção urinária.
10
 
Epinefrina - α1, α2, β1 , β2 e β3
Dopamina - D1, B1, α1
Isoproterenol
Dobutamina
Atuam sobre receptores que são estimulados pela adrenalina e
noradrenalina (catecolaminas). Quando ativados, causam as mesmas
alterações que a ativação do sistema nervoso simpático. 
Agonistas AdrenérgicosAgonistas Adrenérgicos
α1
α2
B2
Fenilefrina, Metoxamina
Xilazina, Dexmedetomidina, Clonidina
Salbutamol, Terbutalina, Clembuterol
Mistos de
ação direta
 Ação indireta
Anfetamina e Efedrina
11
 
Efeitos farmacológicos
Músculo liso
vascular
Vasoconstrição
generalizada de
vasos sanguíneos,
conduzindo a
aumento da
resistência
vascular periférica
e da pressão
arterial. 
Sistema
respiratório
Broncodilatação.
Sistema
cardiovascular
Aumento da força de
contração ventricular, 
frequência cardíaca e
vasoconstrição em
muitos leitos
vasculares,
principalmente nos
vasos de resistência
pré -capilar da pele,
mucosa e rins,
juntamente com
acentuada constrição
venosa.
Aumento das
concentrações
circulantes de
glicose, ácido
láctico e ácidos
graxos livres. 
Efeitos
metabólicos
EPINEFRINA - Produz aumento da força de contração (efeito inotrópico
positivo) e aumento da frequência de contração (efeito cronotrópico
positivo) pela ativação das células marca-passo do nó sinoatrial. 
DOPAMINA - Ação inotrópica positiva no coração, relaxamento da
musculatura lisa vascular, especificamente nas artérias renais e
mesentéricas. Devido a vasodilatação do leito vascular renal aumenta a
taxa de filtração glomerular, a excreção de sódio e a excreção urinária.
12
 
ISOPROTERENOL - Promove redução da resistência periférica total,
resultando em redução da pressão diastólica e relaxamento da
musculatura lisa bronquiolar.
DOBUTAMINA - Quando comparada com o isoproterenol, possui
efeitos inotrópicos relativamente mais proeminentes do que os efeitos
cronotrópicos sobre o coração.
FENILEFRINA, METOXAMINA - Causam aumento da resistência
periférica total por causar vasoconstrição na maioria dos leitos
vasculares, produzindo diminuição reflexa vagal dos batimentos
cardíacos.
XILAZINA / DETOMIDINA / MEDETOMIDINA - Apresentam
propriedades analgésica, sedativa e relaxante muscular de ação
central.
CLONIDINA - Hipotensão e bradicardia, resultantes da ação em
autorreceptores α2 em centros cardiovasculares no sistema nervoso
central.
SALBUTAMOL/ TERBUTALINA, ETC - Produzem broncodilatação,
além do relaxamento da musculatura lisa uterina de útero gravídico.
ANFETAMINA - Apresenta efeitos predominantes no sistema nervoso
central, que parecem resultar da liberação de dopamina associada ao
bloqueio da recaptura da amina em regiões límbicas.
EFEDRINA - Eleva a pressão sistólica e diastólica e, em geral, a
frequência cardíaca não é aumentada. Produz aumento na força de
contração e no débito cardíaco. No músculo liso brônquico, produz
relaxamento.
13
 
Arritmias
Hipotensão
Choque
Insuficiência cardíaca congestiva
Hipertensão
Asma e broncoespasmo
Redução do tônus do útero gravídico
 Reações alérgicas
Usos oftalmológicos
Contenção animal
Descongestionantes nasais
Usos terapêuticos
Efeitos colaterais e contraindicações
Em altas doses podem promover estimulação excessiva da
musculatura cardíaca, produzindo taquicardia e fibrilação ventricular,
podendo levar o animal a óbito. 
A administração local destes medicamentos pode produzir
necrose, devido à prolongada vasoconstrição local. 
14
 
Fenoxibenzamina, Fentolamina, Tolazolina
e Derivados do ergot
Produzem seus efeitos antagonizando as ações do SNA simpático. Estes
medicamentos podem ser classificados de acordo com o tipo de receptor
em que exercem suas ações, ou seja, antagonistas alfa e antagonistas beta- 
adrenérgicos. 
Antagonistas AdrenérgicosAntagonistas Adrenérgicos
α1
α2
B
Prazosina, Tansolusina
Ioimbina, Atipamezol, Idazoxam
Propranolol, Metoprolol, Atenolol, Nadolol,
Timolol, etc
α
15
 
Alfa bloqueadores - Usados na redução da vasoconstrição, no
tratamento do vasospasmo, na hipertensão, no feocromocitoma e
na isquemia visceral, devido ao choque circulatório.
Antagonistas α1 adrenérgicos - Inibem a vasoconstrição induzida
pelas catecolaminas endógenas ou quando da administração de
medicamentos simpatomiméticos.
Antagonistas α2 adrenérgicos - Atuam na regulação da atividade do
sistema nervoso simpático, tanto em nível autonômico como central.
Quando ativados, inibem a liberação de NE das terminações
simpáticas periféricas. 
Antagonistas B - Em pacientes hipertensos, esses medicamentos
diminuem significativamente a pressão arterial. As ações destes
medicamentos na pressão arterial são complexas.
Efeitos farmacológicos
Usos terapêuticos
Hiperplasia prostática benigna
Bloqueio de vasoconstrição
Hipertensão pulmonar
Reversão de sedação e anestesia
16
 
São uma classe de fármacos que atuam em receptores nicotínicos da
junção neuromuscular, prejudicando a transmissão do impulso
nervoso e resultando no relaxamento da musculatura. Eles não
promovem o alívio da dor, assim como não possuem função
amnésica.
Os bloqueadores neuromusculares são classificados, conforme seu
mecanismo de ação, em duas categorias: despolarizantes e não
despolarizantes
Bloqueadores neuromuscularesBloqueadores neuromusculares
Succinilcolina
 
Despolarizantes
De forma estrutural, são duas moléculas de Acetilcolina ligadas entre
si, que agem como um agonista do receptor nicotínico. A
succinilcolinase liga às duas subunidades alfa do receptor,
mimetizando a Acetilcolina resultando em despolarização da
membrana que resulta rapidamente em contração muscular,
observada clinicamente na forma de fasciculações. Após a
despolarização, o potencial de membrana deve ser restabelecido
antes que uma próxima despolarização possa ocorrer e, até que isso
ocorra, o músculo permanece em um estado de relaxamento flácido.
17
 
Pancurônio
Vecurônio
Atracúrio
Galamina
 
Não - despolarizantes
Eles se ligam a uma ou ambas as subunidades alfa do receptor,
impedindo a ligação da Acetilcolina que ocasionaria a
despolarização. Acredita-se que eles atuem também nos receptores
pré juncionais da junção neuromuscular. 
Usos terapêuticos
Facilitar a intubação endotraqueal
Relaxamento da musculatura abdominal
Manipulações ortopédicas
Efeitos colaterais e contraindicações
Arritimias cardíacas, hipercaliemia e liberação de histamina.
Nunca devem ser usados na ausência de condições adequadas de
fornecimento de respiração artificial com pressão positiva e quando
se usados com finalidades cirúrgicas, é preciso sempre associá- los a
agentes anestésicos, os quais deverão produzir perda da consciência
e da dor. 
18
 
Bloqueadores da secreçãoBloqueadores da secreção 
 de ácido clorídricode ácido clorídrico
Atuam bloqueando a secreção do ácido clorídrico, que é feito pela
acetilcolina (via nervo vago), que atua em receptores
muscarínicos, e pela gastrina, ambas promovendo a liberação de
histamina (que atua em receptores do tipo H2) e esta, de ácido
clorídricol, que exerce controle parcial de sua própria liberação,
por meio de um mecanismo de retroalimentação negativo sobre a
gastrina. 
Antagonistas histaminérgicos ( H2 )
 Bloqueiam o receptor H2 , inibindo seletivamente a secreção ácida
estomacal e reduzindo a produção de pepsina. 
Cimetidina
Ranitidina
Famotidina
Nizatidina
 
Usos clínicos: Gastrite, úlcera gástrica, úllcera duodenal, esofagite
péptica e outros distúrbios gástricos.
Precauções e efeitos adversos: Redução na contagem leucocitária,
inclusive agranulocitose, elevações nas transaminases séricas e raros
casos de hepatite, febre, nefrite intersticial, pancreatite, bradicardia
sinusal, taquicardia, bloqueio cardíaco e vasculite de
hipersensibilidade (cimetidina).
19
 
Inibidores da bomba de prótons
 
 Estes fármacos bloqueiam reversivelmente uma bomba localizadana membrana das células parietais responsáveis pela secreção de
HCl, chamada H + , K + ATPase; esta bomba troca íons hidrogênio 
(H +) por potássio (K+).
Omeprazol
Lanzoprazol
 
Usos clínicos: Tratamento e prevenção de gastrites e úlceras
gástrica. É recomendado antes da administração de enzimas
pancreáticas para evitar a degradação rápida pelo ácido clorídrico.
Precauções e efeitos adversos: Vômito, diarreia, flatulência,
constipação intestinal e raros relatos, em cães, de alterações
neurológicas (convulsões) e reações cutâneas.
20
 Sais de bismuto
 Se dissocia, produzindo carbonato de bismuto e ácido salicílico.
Este último tem ação irritante sobre a mucosa gástrica e pode
exercer algum efeito local por meio da inibição da prostaglandina- 
sintetase. 
Prostaglandinas
 Inibem a secreção de HCl e estimulam a secreção de muco
protetor (efeito citoprotetor).
Misoprostol
 
Sucralfato
Admite- se que seu mecanismo de ação esteja relacionado à sua
capacidade de formar um complexo com o exsudato do tecido
lesado, produzindo uma barreira protetora sobre a mucosa.
Uso clínico: Tratamento da gastrite em animais. 
Precauções e efeitos adversos: Contraindicado em gestantes e
lactantes. Vômito, dores abdominais, febre e risco de aborto.
Uso clínico: Tratamento de gastrite e úlceras gástricas. 
Precauções e efeitos adversos: Usar com cautela em pacientes
com trânsito intestinal diminuído.
21
 
Atuam por antagonismo dos receptores dos neurotransmissores
envolvidos na fisiologia do vômito. Os cinco locais de receptores de
neurotransmissores que são de importância primária no reflexo do
vômito são: M1 – muscarínico; D2 – dopamina; H1 – histamina; 5-
HT3 – serotonina; receptor de neurocinina 1 (NK1) – substância P. 
Agentes anticolinérgicos
 
 
Usados por reduzirem as secreções e a motilidade do sistema
digestório, podem também apresentar efeito antiemético. 
Escopolamina
Uso clínico: Como agente antiespasmódico, principalmente de
cólicas intestinais, renais e biliares.
Precauções e efeitos adversos: Taquicardia, excitação, redução
do peristaltismo e constipação intestinal, aumento da pressão
intraocular em glaucoma de ângulo fechado, fotofobia, xerostomia,
aumento da temperatura corporal por causa da diminuição da
transpiração, desorientação e ataxia.
AntieméticosAntieméticos
22
 
Antihistamínicos
 
 
Esses medicamentos reduzem os impulsos provenientes do
aparelho vestibular (onde há receptores H1 ), que atingem o
centro do vômito e também bloqueiam receptores H1 da zona
deflagradora dos quimiorreceptores.
Dimenidrinato
Difenidramina
Bloqueadores dos receptores dopaminérgicos
 Promovem bloqueio dos receptores dopaminérgicos da zona
deflagradora dos quimiorreceptores, cuja estimulação induz a
êmese.
Metoclopramida
Bromoprida
Domperidona
Cães tem maior número de receptores H1 na zona deflagradora do
que gatos.
Efeito sedativo.
Pouco eficiente para bloquear vômito por estímulo vagal ou
associados a gastroenterites.
Metoclopramida: Sedação, efeitos extrapiramidais, estimulação
da secreção de prolactina, pode causar alterações
comportamentais em cães e gatos. Deve-se ter cautela no uso em
animais com distúrbios convulsivos.
23
 
Antagonistas dos receptores da serotonina
 
 
Bloqueiam os receptores 5 HT3 da zona deflagradora dos
quimiorreceptores e daqueles localizados perifericamente nos
terminais nervosos vagais. 
Ondasetrona
Granisetrona
Tropisetrona
Corticosteróides
Seus efeitos são mediados pela inibição da síntese das
prostaglandinas e/ou inibição da liberação de opioides
endógenos, da inibição serotoninérgica no sistema digestório e
na diminuição da inflamação do local cirúrgico, diminuindo
impulsos parassimpáticos para o sistema nervoso central.
Dexametasona
Metilprednisolona
Precauções e efeitos adversos: Usar com cautela em lactantes,
animais da raça Collie e portadores de insuficiência hepática.
Constipações, reações extrapiramidais, arritmias e hipotensão. 
24
 
Antagonistas dos receptores da neurocinina-1
 
 
O receptor NK1 (também conhecido como receptor de taquicinina
1 ou receptor da substância P) faz parte da classe de receptores de
superfície celular para as taquicininas com afinidade maior para a
substância P, que é um neuropeptídio que facilita processos
inflamatórios, vômito, ansiedade e nocicepção, quando
bloqueado, evita a êmese.
Maropitant
Ainda não se sabe por qual mecanismo, mas acredita-se que 
 possa ser por participação do fosfato de piridoxal ativando a
enzima descarboxilase do ácido glutâmico, que é responsável
pela conversão do ácido glutâmico em ácido γ aminobutírico
(GABA), principal neurotransmissor inibitório do sistema nervoso
central, exercendo, assim, efeito inibitório no centro do vômito. 
Piridoxima (vitamina B6)
 
Uso clínico: Prevenção e tratamento do vômito agudo em cães,
inclusive aqueles refratários a outros antieméticos, ou de difícil
controle.
Precauções e efeitos adversos: Usar com cautela em animais com
menos de 3 meses de idade e com insuficiência hepática. A
segurança para gestantes e lactantes ainda não foi estabelecida.
25
 
Medicamentos de ação noMedicamentos de ação no
sistema respiratóriosistema respiratório
Expectorantes
 
 Quando há produção excessiva de muco a redução naviscosidade das secreções é de extremo interesse para o
paciente, pois só assim haverá eliminação eficiente, e é com esta
finalidade que se utilizam os expectorantes. Portanto, os
expectorantes são empregados com o objetivo de aumentar a
quantidade de catarro e diminuir a viscosidade dassecreções,
promovendo, consequentemente, a remoção destas da árvore
respiratória. Estes medicamentos podem ser classificados em três
categorias: expectorantes reflexos, expectorantes mucolíticos
e expectorantes inalantes.
Reflexos
Iodeto de potássio
Guaifenesina
IPECA
Atuam por meio de estimulação de terminações nervosas vagais,
na faringe, no esôfago e até mesmo na mucosa gástrica, levando
ao aumento da produção de muco pelas células, em particular da
mucosa respiratória.
26
 
Expectorantes em processos respiratórios com muco;
Usos terapêuticos
Efeitos colaterais e contraindicações
Náuseas, vômitos, diarreia, erupção cutânea e sonolência.
Não utilizar em lactantes e prenhes (Iodeto de K+).
Não utilizar em gatos (Guaifenesina).
Não recomendada em animais cardíacos/idosos (IPECA).
A Bromexina aumenta a função lisossômica e as enzimas
lisossômicas, hidrolisando as fibras de mucopolissacaríde do
muco, reduzindo sua viscosidade.
Bromexina
N-acetilcisteína
Produzem diminuição da viscosidade das secreções pulmonares,
facilitando, consequentemente, a sua eliminação.
Mucolíticos
27
 
A N-acetilcisteína age através do grupamento tiólico livre,
que interage com as pontes dissulfídricas das mucoproteínas
integrantes do muco, causando alterações da composição do
muco, tornando- menos viscoso.
Efeitos colaterais e contraindicações
Evitar o uso em gestantes e lactentes.
Reções de hipersensibilidade.
Inalantes
NaCl 0,9%
Dióxido de carbono
Óleo de eucalipto
Benzoína
Estes medicamentos têm emprego limitado em Medicina
Veterinária, uma vez que a administração de expectorantes por
inalação requer o uso de aparelhos para a produção de vapores.
Além disso, há necessidade do uso de máscaras e/ou um local
apropriado para o confinamento do animal, o que produz, muitas
vezes, inquietação deste. 
Deve -se ainda considerar que, em geral, os animais se ressentem, no
início da administração, do forte odor do expectorante vaporizado. 
28
 
Antitussígenos
 
Sua ação ocorre no sistema nervoso central, onde estes
medicamentos inibem as respostas do centro da tosse aos
estímulos que lá chegam. Os antitussígenos que atuam neste
nível são os agentes narcóticos e os agentes não narcóticos.
Narcóticos
Codeína
Hidrocodona
Butorfanol
Usos terapêuticos
Analgésico, antitussígeno, antidiarréico (Codeína).
Analgésico perioperatório utilizado geralmente em combinação
com outros agentes sedativos ou analgésicos (Butorfanol).
Nunca utilizar preparações associadas ao paracetamol em
gatos. Tolerância e dependência. Sedação, anorexia, vômito,
constipação intestinal, hiperexcitabilidade em felinos (Codeína).
Sedação, ataxia, depressão respiratória em altas doses,
bradicardia (Butorfanol).
Efeitos colaterais e contraindicações
29
 
Os medicamentos antitussígenos de ação central não
devem ser associados aos expectorantes, nem ser
utilizados em pacientes com secreção abundante, pois
esta secreção poderá acumular- se no sistema
respiratório, promovendo asfixia.
Não narcóticos
Dextrometorfano
Náuseas, vômito, diarreia, ataxia e sedação.
Efeitos colaterais e contraindicações
Fique atento !!
30
 
ExercíciosExercícios
1- Qualquer substância química que quando em quantidade suficiente (e não
atue como alimento), possa agir em um organismo vivo, produzindo
alterações sejam elas maléficas ou benéficas. Isto se refere a:
a. ( ) Medicamento
b. ( ) Droga
c. ( ) Fármaco
d. ( ) Remédio
2- Este fármaco produz aumento da força de contração (efeito inotrópico
positivo) e aumento da frequência de contração (efeito cronotrópico positivo)
pela ativação das células marca-passo do nó sinoatrial:
a. ( ) Dopamina
b. ( ) Isoproterenol
c. ( ) Epinefrina
d. ( ) Dobutamina
3- Expectorante reflexo que não deve ser utilizado em gatos:
a. ( ) Codeína
b. ( ) Guaifenesina
c. ( ) Dextrometorfano
d. ( ) Bromexina
4- Bloqueia reversivelmente uma bomba localizada na membrana das células
parietais responsáveis pela secreção de HCl, chamada H + , K + ATPase.
a. ( ) Prostaglandina
b. ( ) Escopolamina
c. ( ) Xilazina
d. ( ) Omeprazol
31
 
5- Atuam por meio da inibição da enzima Acetilcolinesterase, resultando em
acúmulo de acetilcolina na fenda sináptica, potencializando os efeitos do
sistema nervoso parassimpático. Se refere a:
a. ( ) Organofosforados
b. ( ) Carbamatos
c. ( ) Anticolinérgicos
d. ( ) Adrenérgicos
6- Uma das vantagens do bloqueadores neuromusculares é o alívio da dor,
além de promoverem função amnésica.
a. ( ) Falso
b. ( ) Verdadeiro
7- São exemplos de antagonistas beta-adrenérgicos:
a. ( ) Salbutamol, Terbutalina, Clembuterol
b. ( ) Ioimbina, Atipamezol, Idazoxam
c. ( ) Propranolol, Metoprolol, Atenolol
d. ( ) Fenilefrina, Metoxamina
8- Assinale a alternativa correta:
a.( ) Antagonistas beta-adrenérgicos são usados em pacientes hipertensos,
pois esses medicamentos diminuem significativamente a pressão arterial.
b.( ) A N-acetilcisteína aumenta a função lisossômica e as enzimas
lisossômicas, hidrolisando as fibras de mucopolissacaríde do muco, reduzindo
sua viscosidade.
c.( ) A pilocarpina pode ser usada no tratamento do glaucoma, usa -se solução
aquosa 0,5 a 4,0%, no tratamento do glaucoma de ângulo fechado.
d.( ) Antagonistas α1 adrenérgicos Inibem a vasodilatação induzida pelas
catecolaminas endógenas ou quando da adminsitração de medicamentos
simpatomiméticos.
32
 
GabaritoGabarito
B
C
B
D
B
A
C
A
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
 
33
 
ReferênciasReferências
Spinosa, H.S.; Gorniak, S.L.; Bernardi, M.M. Farmacologia Aplicada à
Medicina Veterinária. 6 ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017,
1420 p. 
ANDRADE, S. F. Manual de terapêutica veterinária: consulta rápida. 1ª
Ed, Roca, 2017, 569p.
 
@studyvetjhade
jhademendesbrito@hotmail.com
34

Outros materiais