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* Revisão anatomia e embriologia Problemas embrionários Tireoidites Tumores * Invaginação tubular da base da língua (forame cecum) 4ª ou 5ª semana: descida e proliferação da porção distal * glândula endócrina em forma de borboleta localizada abaixo e anterior à laringe, logo abaixo da cartilagem tireóide. 2 lobos conectados por um istmo. Pode existir o lobo piramidal, acima do istmo. Cada lobo mede cerca de 4,0 cm. Peso aproximado 20 gramas. relação íntima com nervo laringeo recorrente e paratireóides * Macroscopia Superfície lobulada, brilhante, pardo acastanhada Aos cortes, tecido com aspecto esponjoso, macio, pardo acinzentado * Microscopia Divisão em lóbulos Cada lóbulo: 20 a 40 folículos ou ácinos (esferas) separados por septos fibrosos finos Revestimento por células cuboidais achatadas Folículos repletos de colóide (tireoglobulina) PAS + Células C (calcitonina) no estroma * Descida incompleta ou excessiva Glândula sublingual Glândula sub-hióide Glândula retroesternal Nódulos acessórios Triângulo cervical anterior Cisto tireoglosso Massa cística mediana cervical * Não há descida da tireóide durante a embriogênese. Continua como nódulo na base da língua. Sua remoção provoca hipotireoidismo total. * Remanescente cístico repleto de líquido ao longo do trajeto do ducto devido a involução incompleta. Mais comum em crianças. Revestimento: epitélio escamoso ou respiratório. * Ocorrência de ninhos de tecido tireoidiano no trajeto da descida da glândula até o pescoço Pode existir tecido tireoidiano no pericárdio ou mediastino * Desordens caracterizadas por alguma forma de inflamação na tireóide doença aguda – dor localizada doença crônica: pouca inflamação, manifestada por disfunções glandulares Tireoidite infecciosa aguda disseminação hematogênica colonização direta - fístulas crônica Imunodeprimidos – micobactérias, fungos, Pneumocystis * Tireoidite de Hashimoto Tireoidite granulomatosa subaguda Tireoidite linfocítica subaguda * Tireoidite linfocítica crônica Causa mais comum de hipotireoidismo em áreas com níveis adequados de iodo Insuficiência tireoidiana gradual por destruição auto-imune da glândula 1912 – Hashimoto – bócio + struma lymphomatosa * 45 – 65 anos Mulheres 10 : 1 a 20 : 1 homens Causa de bócio não endêmico em crianças Componente genético Taxa concordância gêmeos homozigóticos de 30% a 60% Anticorpos antitireoidianos circulantes em 50% dos parentes assintomáticos primeiro grau Anormalidades cromossômicas associadas: Turner; Down * Doença auto-imune contra vários antígenos tireoidianos Sensibilização das células T auxiliares CD4+ aos antígenos tireoidianos Redução gradual de tirócitos Substituição por infiltrado de células inflamatórias mononucleares e fibrose * Macroscopia: Aumento difuso, podendo ocorrer aumento localizado em alguns casos – 60 a 200 gramas * Cápsula intacta Glândula bem demarcada em relação às adjacências Superfície de corte firme, pálida, pardo-amarelada, vagamente nodular * Infiltrado inflamatório mononuclear extenso Linfócitos pequenos, plasmócitos, centros germinativos bem desenvolvidos Folículos atróficos com células de Hürthle Células metaplásicas que podem exibir atipias Na variante fibrosa, a fibrose se assemelha a quelóide, mas não ultrapassa a cápsula * * Mulher meia idade Aumento indolor da glândula Hipotireoidismo em grau variável, gradual Pode haver “ hashitoxicose” Níveis de T3 e T4 livres diminuem progressivamente TSH aumenta compensatoriamente Risco de outras doenças auto-imunes e linfoma não Hodgkin de células B Diagnóstico pela clínica e laboratório PAAF para excluir tumores Tratamento hormonal / prognóstico excelente * Chamada de tireoidite de Quervain 30 – 50 anos de idade Mulheres 3 a 5:1 Resposta imunológica iniciada após infecção viral ( processo inflamatório pós-viral, limitado ) Sazonal Vírus relacionados: Coxsackie, caxumba, sarampo, adenovírus e outros. * Glândula aumentada de tamanho uni ou bilateralmente Consistência firme e cápsula intacta, discretamente aderida às estruturas vizinhas Superfície de corte branco-amarelada em contraste com o tecido normal * Fase inicial Folículos esparsos destruídos e substituídos por infiltrado inflamatório neutrofílico Microabscessos Fase intermediária ( granulomatosa ) Agregados de linfócitos, histiócitos e plasmócitos em torno dos folículos destruídos Células gigantes multinucleadas cercando fragmentos de colóide Fase avançada Infiltrado inflamatório crônico e fibrose substituindo os focos de lesão Estágios histológicos diferentes são encontrados na mesma glândula * Início súbito ou gradual Dor na região do pescoço Irradiação para mandíbula e região cervical, especialmente na deglutição Febre, fraqueza, mialgia, anorexia Aumento glandular Inflamação e hipertireoidismo transitórios Recuperação completa em 2 a 6 semanas, podendo haver hipotireoidismo transitório assintomático T3 e T4 elevados e TSH reduzido Captação de I radioativo reduzida por supressão TSH * Causa rara de hipotireoidismo Tireoidite silenciosa, indolor Hipotireoidismo leve, bócio ou ambos Adultos de meia idade, mulheres > homens Ocorrência no pós-parto Pode se transformar em crônica auto-imune Causa provável: auto-imune * Aumento simétrico moderado Macroscopia sem alterações significativas Infiltração linfocítica com centros germinativos hiperplásicos Destruição e colapso de folículos esparsos Ausência de fibrose e metaplasia Hürthle * Hipertireoidismo como principal manifestação, se desenvolvendo de 1 a 2 semanas e durando 2 a 8 semanas Palpitação, fraqueza, taquicardia, tremores Aumento de volume discreto e difuso, indolor Na tireoidite pós-parto, há risco de recorrência nas próximas gestações Pode ser achado incidental, sem nenhum sintoma Alguns desenvolvem hipotireoidismo T3 e T4 elevados no período de tireotoxicose * Manifestação mais comum de doença tireoidiana Alteração na síntese hormonal por deficiência de iodo Aumento na glândula provocado por hipertrofia e hiperplasia folicular Hipotireoidismo bociogênico: quando as respostas compensatórias não superam a deficiência da síntese hormonal * Envolvimento difuso da glândula Não forma nódulos Pode ter colóide abundante (bócio colóide) * Endêmico: mais de 10% da população acometida Comum em áreas montanhosas (Alpes, Andes, Himalaia) Falta de iodo Excesso de alimentos bociogênicos como vegetais das famílias Brassica e Cruciferae (tiocianato na mandioca) Excesso de cálcio * Esporádico Menos freqüente que o endêmico Maior incidência em mulheres Puberdade e adultos jovens Causado por interferência na síntese hormonal Defeitos enzimáticos ou ingesta de substâncias Na maioria dos casos, a causa não é aparente Maioria eutireoideo, TSH no limite superior Efeitos de massa nos maiores * * Fase hiperplásica Aumento difuso e simétrico ( entre 100 e 150 gramas) Folículos revestidos por excesso de células colunares, não uniforme Fase de involução Demanda de hormônio reduzida Epitélio estimulado involui Glândula aumentada rica em colóide (bócio colóide) Epitélio cuboidal * Evolução do difuso Aumento irregular Hiperplasia e involuções Pode ter crescimento intratorácico Nódulos dominantes podem simular neoplasia Podem mascarar neoplasia * Glândula de aspecto multinodular, assimétrica * Vários nódulos irregulares, contendo colóide gelatinoso marrom Áreas hemorrágicas, císticas e necróticas Focos calcificados (textura arenosa) Pode ter crescimento extremo( 2000g) * Folículos com tamanho e formas variadas cheios de colóide Revestimento células achatadas Áreas de hiperplasia e hipertrofia epiteliais Áreas de degeneração * Geralmente assintomático Pode cursar com hipotireoidismo Pode ser funcionante (bócio tóxico) Efeitos provocados pelo volume da glândula Efeito cosmético óbvio Obstrução de vias aéreas Disfagia Dor local quando hemorragia em nódulo Compressão dos grandes vasos cervicais e região superior do tórax * Indicação cirúrgica: PAAF suspeita ou categórica de câncer Bócio multinodular não responsivo ao tratamento, aumentando de tamanho durante o mesmo. * * Nódulos solitários palpáveis em adultos 1 a 10% da população americana Mulheres 4 : 1 homem Incidência aumenta com a idade Índices maiores nas áreas endêmicas para bócio A maioria é lesão benigna Adenoma (90%) , hiperplasia nodular, cisto simples, focos de tireoidite Tumores benignos 10 : 1 maligno * Principal preocupação é a possibilidade de carcinoma Menos de 1% dos nódulos solitários é carcinoma (15.000 casos/ano) A maioria dos carcinomas tem comportamento indolente e a taxa média de sobrevivência é cerca de 90% em 20 anos * Nódulo solitário / nódulos múltiplos Nódulo solitário em jovem / em idosos Homem / mulher Radiação cabeça e pescoço no passado Nódulo quente à cintilografia é mais provavelmente benigno PAAF : boa triagem - incomum resultado falso-positivo * Massas discretas, solitárias Derivados do epitélio folicular: adenomas foliculares Classificados conforme o tamanho dos folículos; tipo e grau de celularidade Macrofoliculares, microfoliculares Padrões mistos são comuns Maioria não funcionante * Lesão solitária, bem delimitada, ovoide Tamanho variável (3,0 a 10,0 cm) Branco-acinzentado a castanho-avermelhado Áreas de degeneração nos maiores Cápsula intacta, bem definida Compressão do tecido normal * * Folículos de aparência uniforme, diferente do tecido normal adjacente Pouca variação na morfologia celular e nuclear Raras figuras de mitoses, papilas pouco alteradas Pode exibir alteração oxifílica (Hürthle) Existem variações que confundem com carcinoma O exame meticuloso da cápsula é de extrema importância na diferenciação adenoma x carcinoma * * Folículos bem formados, homogêneos Ausência de atipias, mitoses e necrose * Massa unilateral indolor Exame clínico de rotina Massas maiores provocam sintomas locais Cintilografia: nódulos “frios”em relação ao tecido adjacente 10% dos nódulos frios podem ser malignos Pode haver adenoma hiperfuncionante * Cintilografia Ultra-sonografia PAAF Análise patológica para confirmação Bom prognóstico, sem metástases ou recorrências 20% têm mutação na família RAS, como em 30 – 40% dos carcinomas * Cistos : geralmente degeneração de adenoma Cistos dermóides Lipomas Hemangiomas Teratomas ( mais na infância ) * Tumores relativamente raros 1,5% de todos os carcinomas Principal fator de risco: radiação ionizante 80% crianças com carcinoma foram expostas previamente (tratamento de acne, tínea, amigdalite) 6,7% japoneses expostos à bomba Ilhas Marshall, Chernobyl (Ucrânia 1986) Bócio de longa duração * Carcinoma papilífero ( 75 a 85% dos casos) Carcinoma folicular ( 10 a 20% dos casos) Carcinoma medular ( 5% dos casos) Carcinoma anaplásico ( < 5% dos casos) A maioria deriva do epitélio folicular O medular deriva das células C * Relacionado à radiação prévia Qualquer idade Mais freqüente dos 20 – 40 anos Mulheres 3 : 1 homem Assintomático, crescimento lento Bom prognóstico (98% em 10 anos) Baixa mortalidade * Solitários ou multifocais Bem circunscritos, encapsulados Variante mal delimitada, infiltrativo Tamanho variável: microcarcinoma = < 1,0 cm Com potencial metastático 10 a 20%: manifestação inicial = nódulo cervical * * Arquitetura Papilas com eixo fibrovascular e células cuboidais * * * As características nucleares conferem o diagnóstico, sendo mais importantes que a arquitetura Núcleos opticamente vazios Grooves nucleares Pseudoinclusões nucleares Nucléolos evidentes e excêntricos Sobreposição nuclear Corpos psamomatosos * Núcleos opticamente vazios ou núcleos claros ou em vidro despolido “Orphan Annie eye nuclei” * * Pseudo-inclusões nucleares eosinofílicas Corpos psamomatosos Fibrose densa com calcoesferitas Em 50% dos casos * Nódulo assintomático Livre, se move durante a deglutição Não se diferencia de um nódulo benigno Metástases via linfática Linfonodo cervical como primeira manifestação Casos avançados : disfagia, tosse e dispnéia Metástases hematogênicas mais para pulmão * Cintilografia : nódulo frio PAAF: alterações nucleares * Ótimo Taxa sobrevida em 10 anos de 95% 5 a 20% recorrências locais ou regionais 10 a 15% metástases à distância Fatores de mau prognóstico Masculino / >45 anos / tumor > 5,0 cm / extensão extratireoidiana / histologia desfavorável / metástases à distância * Segundo mais comum 10 a 20% dos tumores tireoidianos malignos Mulheres de 40-50 anos Áreas de deficiência de Iodo Mais agressivo que o papilífero * Nódulos isolados Bem circunscritos ou extensamente infiltrativos Os bem demarcados assemelham-se a adenomas Pode haver invasão capsular e infiltração dos tecidos vizinhos * Coloração acinzentada, bege, rosada Quando há muito colóide, são translúcidos Alterações degenerativas presentes Fibrose central, focos de calcificação * Minimamente invasivo Semelhante a adenoma Bem delimitado Deve ser examinada toda a cápsula para procurar invasão * Francamente invasivo Não encapsulado ou com marcada invasão capsular Massa infiltrativa Deformação glandular Invasão tecidos moles * Padrão arquitetural Folicular Trabecular Sólido Células oxifílicas Células claras Pode produzir mucina * O padrão arquitetural semelhante a um adenoma folicular. O grau de diferenciação não corresponde ao comportamento do tumor. * * * Nódulos de crescimento lento, indolor Frios na cintiografia Os bem diferenciados podem ser funcionantes Disseminação vascular Ossos (cintura escapular e pélvica, esterno e crânio); pulmões; fígado A primeira manifestação pode ser fratura patológica ou lesão pulmonar Invasão linfática não comum * * Invasão franca da cápsula ou vasos, 50% chance de metástases à distância Carcinoma minimamente invasivo: 5% chance de metástases à distância * Depende da invasão capsular e da época do diagnóstico (estágio de apresentação) Minimamente invasivo Taxa de sobrevida em 10 anos maior que 90% Invasão franca 50% morrem em 10 anos * Esporádico (adultos : 40-50 anos) Síndromes endócrinas MEN 2A ou 2B (jovens, infância) Carcinoma medular familiar (adultos) * Solitário: esporádico Múltiplo (bilateral): casos familiares Tecido tumoral cinza-claro, bege Infiltrativo Necrose e hemorragia nos maiores * Células poligonais em arranjos variados: Ninhos Trabéculas Folículos Células pequenas, anaplásicas Depósitos amilóides acelulares derivados de calcitonina alterada * Casos esporádicos: Massa cervical associada a rouquidão e disfagia Manifestações paraneoplásicas Diarréia Níveis de cálcio normais Casos familiares Assintomáticos, Cushing, hiperparatireoidismo, hipertensão Os familiares dos pacientes com calcitonina elevada ou mutações RET devem realizar tireoidectomia profilática * Porção superior da tireóide células C Multicêntricos nos casos familiares Não capsulado, mas circunscritos Aos cortes, firme e branco-acinzentado * Sólido, células granulares cubóides Presença de amilóide (pró-calcitonina) Estrutura colagenosa hialinizada Calcificações focais * Menos de 5% dos tumores de tireóide Áreas endêmicas para bócio 60 - 80 anos Altamente agressivo / rapidamente fatal Carcinoma indiferenciado Grandes massas cervicais aderidas, infiltrativas * História de bócio multinodular em 50% dos pacientes História de carcinoma diferenciado em 20% Carcinoma concomitante em 30% (papilífero) Sugere desdiferenciação de tumores, com mutações genéticas envolvidas * * Massas muito agressivas No diagnóstico, já há infiltração ou metástases para o pulmão Invasão dos tecidos adjacentes Morte em 100% casos em cerca de um ano Metástases freqüentes Morte por compressão e invasão * Padrões: Células gigantes Células fusiformes Misto gigante e fusiforme Pequenas células * Embriologia Desenvolve-se de 2 primórdios separados: Porção Medial: origina-se de uma invaginação da língua, o foramen cego. Lobos Laterais: originam-se de uma porção da quinta bolsa branquial.
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