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PACIENTE SOROPOSITIVO VERSAO FINAL

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9
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE RIO BRANCO - ESTÁCIO UNIMETA 
ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO EM PACIENTE SOROPOSITIVO
Rio Branco/AC
2021
FERNANDO WIRLY LIMA BORGES
LUANNA COSTA ARAGÃO
RAYANE DA SILVA RODRIGUES
SADI CAMPOS SANTOS JÚNIOR
RUCELANE CHISTINA PRESTES DE MELO
ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO EM PACIENTE SOROPOSITIVO
Monografia apresentada como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Odontologia, pelo Centro Universitário Estácio - UNIMETA, sob orientação do Prof.ª. Esp. Letícia Menezes Pereira.
Rio Branco/AC
	
2021
FERNANDO WIRLY LIMA BORGES
LUANNA COSTA ARAGÃO
RAYANE DA SILVA RODRIGUES
SADI CAMPOS SANTOS JÚNIOR
RUCELANE CHISTINA PRESTES DE MELO
ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO EM PACIENTE SOROPOSITIVO
Monografia de Graduação em Odontologia para a obtenção do título de Bacharel em Odontologia pelo Centro Universitário Estácio de Rio Branco / Estácio Unimeta.
BANCA EXAMINADORA:
Prof.ª. Esp. Letícia Menezes Pereira
ORIENTADOR (A)
Prof.ª. Esp. Rebeca Ayres Queiroz 
MEMBRO DA BANCA EXAMINADORA
Prof.ª. Me. anira D’Avilla do Nascimento Fontes 
MEMBRO DA BANCA EXAMINADORA
Rio Branco - AC, 23 de fevereiro de 2021.
Dedicamos este trabalho a Deus e aos nossos pais.
AGRADECIMENTOS
A finalização de um curso de graduação é resultado de esforço, dedicação e perseverança e não poderíamos finalizar essa jornada acadêmica de nossas vidas sem nos direcionar aos que conosco contribuíram nesse processo.
Agradecemos as nossas famílias, pelo incentivo necessário para sermos perseverantes em nosso objetivo.
Ao corpo docente do Curso de Odontologia que através de seus ensinamentos puderam nos proporcionar o constante aprendizado.
A nossa orientadora por todo empenho, paciência e dedicação.
Aos nossos amigos, pelo afastamento por vezes necessário, mas justificado pela finalidade de se realizar um sonho.
Ao nosso grupo composto por Fernando Wirly, Luana Costa, Rayane da Silva, Sadi Campos e Rucelane Chistina, foram períodos de parceria e estudo a serem encaminhados a outros momentos de nossas vidas.
BORGES, F.W.; ARAGÃO, L.C.; RODRIGUES, R.S.; SANTOS JÚNIOR, S.C.; MELO, R.C.P. Atendimento odontológico em paciente soropositivo. 2020. 29f. Monografia (Graduação em Odontologia) – Centro Universitário de Estácio de Rio Branco/Estácio Unimeta, Rio Branco/AC, 2021.
RESUMO
O advento do HIV na década de 1980 promoveu transformações nos comportamentos e nas estratégias de atendimento existentes na área da saúde. Sendo o HIV uma patologia que traz prejuízos a saúde sistêmica do infectado também é causador de medo, receio e discriminação. Compreender a importância do acompanhamento odontológico em pacientes soropositivos. Esta monografia trata-se de uma revisão de literatura com base em publicações científicas obtidas em plataformas de relevância, tais como: Medline, Lilacs, Scielo e Google Acadêmico. O paciente soropositivo quando oportuno necessita de atendimento odontológico a exemplo de outros pacientes, por esta razão o cirurgião dentista deve está apto quanto ao atendimento peculiar que deve ser prestado a pacientes com este perfil, garantindo o atendimento odontológico necessário e o respeito à dignidade do paciente, este último, fundamental para que não ocorra por parte do paciente o abandono do acompanhamento odontológico. Dessa forma, o cirurgião dentista deve ter habilidade e a conduta ética necessária no atendimento ao paciente soropositivo, assim como, é imprescindível que adote as medidas de biossegurança garantindo um ambiente seguro a si próprio e aos outros pacientes.
Palavras-chave: HIV. AIDS. Saúde bucal. Odontologia. 
 
BORGES, F.W.; ARAGÃO, L.C.; RODRIGUES, R.S.; SANTOS JÚNIOR, S.C.; MELO, R.C.P. Dental care for seropositive patients. 2020. 29f. Monograph (Graduation in Dentistry) - University Center of Estácio de Rio Branco / Estácio Unimeta, Rio Branco/AC, 2021.
ABSTRACT
The advent of HIV in the 1980s promoted changes in behaviors and strategies for care in the health area. Since HIV is a pathology that damages the systemic health of the infected person, it also causes fear, fear and discrimination. Understand the importance of dental care in HIV-positive patients. This monograph is a literature review based on scientific publications obtained from relevant platforms, such as: Medline, Lilacs, Scielo and Google Scholar. The seropositive patient, when appropriate, needs dental care like other patients, for this reason the dental surgeon must be able to deal with the peculiar care that must be provided to patients with this profile, guaranteeing the necessary dental care and respect for the patient's dignity. , the latter, fundamental so that the patient does not abandon dental care. Thus, the dental surgeon must have the necessary skills and ethical conduct in the care of HIV-positive patients, as well as, it is essential that they adopt biosafety measures ensuring a safe environment for themselves and other patients.
Keywords: HIV. AIDS. Oral health. Dentistry.
LISTA DE FIGURAS
	FIGURA 1................................................................................................................13
	FIGURA 2................................................................................................................19
	FIGURA 3................................................................................................................20
	FIGURA 4................................................................................................................21
	FIGURA 5................................................................................................................21
	FIGURA 6................................................................................................................22
	FIGURA 7................................................................................................................23
	FIGURA 8................................................................................................................24
LISTA DE SIGLAS
	AIDS
	Síndrome da imunodeficiência adquirida
	EPI
	Equipamento de proteção individual
	HIV
	Vírus da imunodeficiência humana
	OMS
	Organização Mundial de Saúde
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	10
1 OBJETIVOS	11
1.1	GERAL	11
1.2	ESPECÍFICOS	11
2 REVISÃO DA LITERATURA	12
2.1 HISTÓRICO E ETIOLOGIA DO HIV/AIDS	12
2.2 FORMAS DE TRANSMISSÃO	14
2.3 RISCO BIOLÓGICO NO ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO	14
2.4 A CONDUTA DO CIRURGIÃO DENTISTA FRENTE AO PACIENTE SOROPOSITIVO	16
2.4 MANIFESTAÇÕES ORAIS RECORRENTES EM PACIENTES SOROPOSITIVOS	18
2.4.1 Candidíase	19
2.4.2 Queilite angular	20
2.4.3 Doença periodontal	20
2.4.4 Gengivite ulcerativa necrosante	21
2.4.5 Herpes simples	22
2.4.6 Leucoplasia pilosa oral	23
2.4.7 Sarcoma de Kaposi	23
3	METODOLOGIA	25
4	RESULTADOS E DISCUSSÕES	26
5	CONSIDERAÇÕES	28
6 REFERÊNCIAS	29
INTRODUÇÃO
O HIV (vírus da imunodeficiência humana), também conhecido como AIDS (síndrome da imunodeficiência adquirida) é uma patologia transmissível que ocasiona prejuízos ao sistema imunológico da pessoa infectada (ALVES, 2014).
É relevante salientar que o HIV /AIDS é identificado em fluidos presentes no corpo humano, tais como: sangue, secreções, sêmen e leite materno. A contaminação se efetiva quando a pessoa não contaminada se expõe a pessoa contaminada, dentre as razões para esta exposição está o sexo sem proteção, divisão de agulhas, uso de materiais não estéreis e transfusão de sangue (CAMARGO, 2015).
O paciente contaminado pelo HIV/AIDS durante a sua vivência além de cuidar desta patologia também corriqueiramente possui cuidados vinculados a sua saúde bucal. Neste sentido, é necessário destacar que os primeiros sinais clínicos da imunodeficiência associados ao HIV/AIDS aparecem com frequência, na cavidade oral, possibilitando ao cirurgião dentista um papelimportante no diagnóstico precoce da infecção e tratamento desse grupo de pacientes (SENA, 2011).
Assim, é fundamental que haja o atendimento odontológico adequado a todo paciente contaminado pelo HIV/AIDS. Quanto ao cirurgião-dentista é importante que integre a equipe multiprofissional, deve conhecer e durante o seu atendimento considerar alguns fatores, tais como: a contagem de linfócitos CD4+, grau de imunossupressão, medicamentos utilizados e a carga viral, a qual pode estar relacionada com a suscetibilidade a infecções oportunistas e o ritmo de progressão para a HIV/AIDS (SENA, 2011; MAIA, 2015). Além disso, o cirurgião dentista deve pautar a sua atuação no atendimento a pacientes soropositivos em princípios éticos e na adoção das medidas de biossegurança.
1 OBJETIVOS
1.1 GERAL
Compreender a importância do acompanhamento odontológico em pacientes soropositivos.
1.2 ESPECÍFICOS
a) Descrever a etiologia do vírus HIV/AIDS;
b) Discutir a conduta do cirurgião dentista frente ao paciente soropositivo;
c) Identificar as manifestações orais recorrentes em pacientes soropositivos;
d) Apresentar os cuidados de biossegurança necessários ao atendimento odontológico destinado a pacientes soropositivos.
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 HISTÓRICO E ETIOLOGIA DO HIV/AIDS
Pesquisadores constataram na África ocidental uma espécie de chimpanzé como procedente à transmissão do HIV em seres humanos. A perspectiva foi que o vírus da imunodeficiência denominado de Vírus da Imunodeficiência Símia presente nos chimpanzés foi a causa de contágio em seres humanos transformando-se no HIV. Acredita-se que essa transmissão ocorreu devido a caça que alguns homens faziam a chimpanzés, assim ocorreu o contato com o sangue infectado, tendo em vista que, esses homens consumiam a carne desses chimpanzés (CAMARGO, 2015).
Ao final da década de 1970 foram identificadas as primeiras notificações da síndrome nos Estados Unidos, Haiti e África Central, chamando a atenção ao surgimento de uma nova patologia a ser investigada e quando compreendida estabelecer protocolos quanto ao seu tratamento. Por isso, há o entendimento que a síndrome iniciou sua propagação ainda no século XIX de forma lenta e gradual (CAMARGO, 2015).
Assim, o agente etiológico causador da AIDS foi isolado em 1983 pelo pesquisador francês Luc Montaigner, na França e o americano Robert Gallo. Inicialmente o vírus recebeu as seguintes denominações LAV (Lymphadenophaty Associated Vírns ou Vírus Associado a Linfadenopatia) e HTL V -llI (Fluman T-Lymphotrophic Virns ou Vírus T-Linfotrópico Humano Tipo IlI), nessa ordem na França e Estados Unidos. (BORBA, 2017; BASTOS, 2014).
O comitê internacional no ano de 1986 indicou o uso do termo HIV (Human Immunodejiciency Virns ou Vírus da Imunodeficiência Humana), como forma de se reportar ao vírus que foi descoberto e com capacidade de infectar humanos (LUCENA, 2016).
No ano de 1986 observou-se outro agente etiológico, tendo propriedades parecidas, sendo também um retrovírus, viabilizando a classificação do vírus nos subtipos HIV – 1, detalhado em 1983 e o HIV-2, descrito em 1986. É relevante destacar que o HIV – 1 é o mais patogênico e tem maior prevalência mundial, enquanto, o HIV – 2 é endêmico, isto é peculiar no ocidente dos continentes africano e asiático (ALVES; BASTOS, 2014).
Segundo Abatte (2018), o HIV é um retrovírus da família Retrovindae e subfamília Lentivirinae com genoma RNA, causadora da AIDS, que significa Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.
Figura 1 – Estrutura do vírus HIV
Fonte: https://cienciainformativa.com.br/pt_BR/aids-da-descoberta-da-doenca-a-descoberta-da-origem/>;
O dano do vírus HIV/AIDS à saúde humana corresponde a destruição das células que possuem glicoproteína de membrana codificada como CD4, no caso, corresponderiam a macrófagos, células dendríticas e os linfócitos T, o resultado desta ação invasiva deste retrovírus no corpo humano é o quadro de imunodepressão que acomete o indivíduo, além disso, ocorre a reprodução do HIV no próprio organismo humano (ABATTE, 2018). 
Dito antes, a descoberta do HIV/AIDS deu-se na década de 1980, mas antes de todas as características e impactos da síndrome na saúde humana a patologia era tida como uma doença de causa desconhecida, que acometia homossexuais masculinos e usuários de drogas injetáveis, temporariamente utilizou-se o termo “Doença dos 5H”, para se reportar aos homossexuais, hemofílicos, haitianos, heroinômanos e hookers, como o grupo mais vulnerável ao contágio da doença (SENA, 2011).
No Brasil o primeiro caso de infecção por HIV/AIDS se deu no ano de 1982, aa exemplo de outros países o número de pessoas infectadas só cresceu, fazendo da patologia uma pauta para ações, intervenções e investimentos na área da saúde pública (SENA, 2011).
É necessário destacar que há pessoas infectadas pelo vírus, mas que, não apresentam nenhum tipo de manifestação da doença, sendo estes os assintomáticos (BORBA, 2017).
2.2 FORMAS DE TRANSMISSÃO
Lucena (et al., 2016), destacou as vias de contágio do vírus HIV/AIDS, que são: 
a) Transmissão sexual: caracterizada pela prática sexual desprotegida é interessante frisar que dentre as formas de transmissão essa é a mais comum;
b) Transmissão sanguínea: se dá pelo compartilhamento de agulhas e seringas utilizadas no uso de drogas injetáveis;
c) Transmissão verticalizada: ocorre pela exposição da criança no período de gestação, parto ou aleitamento materno; 
d) Transmissão ocupacional: ocasionada pelo manuseio de instrumentos perfuro cortantes de paciente infectado pela patologia.
Tendo a constatação de infecção pelo HIV/AIDS é relevante que se faça o tratamento, através do uso de duas classes de drogas liberadas para tal. Tem-se os inibidores da transcriptase reversa, que são medicamentos que atuam sobre a enzima transcriptase reversa, tornando defeituosa a cadeia de DNA que o vírus HIV cria dentro das células de defesa do organismo, essa ação impede que o vírus se reproduza. Já os inibidores protease são uma classe de fármacos antirretrovirais, usados na terapia combinada para o tratamento da infecção pelo vírus HIV (LUCENA, et al, 2016).
Além do tratamento que ocorre quando a pessoa está infectada pelo vírus, há as medidas preventivas que podem vir a ser adotadas com o objetivo de evitar o contágio e propagação da doença, dentre as medidas destaca-se: uso de preservativo, o uso de seringas e agulhas esterilizadas e descartáveis, controle do sangue e derivados, cuidados quanto a exposição ocupacional à material biológico (MAIA, et al, 2015).
2.3 RISCO BIOLÓGICO NO ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO 
A Odontologia integra a área da saúde e sua prática pressupõe contato próximo com o paciente. Dentre os riscos que podem acometer o cirurgião dentista destaca-se o risco biológico, devido aos tratamentos por vezes invasivo que são realizados (GUIMARÃES, 2001).
Compreende-se como risco biológico a possibilidade de contaminação por agentes biológicos como microrganismos geneticamente modificados ou não, por conta da rotina laboral desenvolvida pelo profissional (GUIMARÃES, 2001).
Neste sentido, o cirurgião dentista é um desses profissionais sujeito ao risco de contaminação por algum tipo de vírus ou bactéria. Infecções cruzadas são um risco ocupacional constante para todos os profissionais da área da saúde, porém em especial para os dentistas. Infecções causadas por contato com o sangue de pacientes contaminados são as recorrentes e conhecidas. O cirurgião-dentista está sempre ligado ao risco de infecção cruzada devido ao constante contato com secreções biológicas. Este contato leva a riscos diários em seu cotidiano, os quais podem ser evitados com a tomada de cuidados específicos e básicos no controle de infecções (ALBUQUERQUE, 2001). 
Entretanto, deve ser levado em consideração a percepção dos cirurgiões dentistas quanto a este risco associado à sua profissão. O risco de contaminações muitas vezes é relegado a segundo plano devido à subestimação dos perigos decorrentes da manipulação deinstrumentos mal lavados ou descuido no uso de equipamentos de proteção individual (OLIVEIRA, 2017). 
Em acordo com a Resolução n° 01 de 1988 do Conselho Nacional de Saúde, Cap. X, Art. 64, os agentes biológicos Hepatitis B Vírus, Hepatitis C Vírus, Human Immnodeficiency Vírus e o Mycobacterium tuberculosis apresentam risco individual elevado e um grande potencial como causas de patologias consideradas graves nos profissionais expostos (HINRICHSEN, 2004; MASTROENNI, 2006).
A contaminação por vírus, bactérias ou fungos podem causar a saúde do trabalhador cirurgião dentista, enfermidades como a hepatite, tuberculose, herpes e HIV/AIDS. Ainda há a possibilidade de contágio em relação a infecções virais e bacterianas (HINRICHSEN, 2004; MASTROENNI, 2006).
O surgimento do HIV/AIDS proporcionou a exigência que na área da saúde fossem adotadas as medidas de biossegurança necessárias para minimizar o risco de contaminação entre os profissionais, dentre eles os cirurgiões dentistas (CHAGAS; SANTOS; ONO, 2009).
Assim, o manuseio cuidadoso de materiais perfurocortantes, o descarte em local apropriado, o não reencape de agulhas, o uso de luvas e de óculos de proteção em toda ocasião ou onde houver risco de contato com sangue e outros materiais biológicos se destacam entre as medidas de precaução padrão.
2.4 A CONDUTA DO CIRURGIÃO DENTISTA FRENTE AO PACIENTE SOROPOSITIVO
A saúde bucal possui íntima conexão com a saúde geral e a promoção desta saúde está relacionada a situação socioeconômica, ao acesso aos serviços de saúde, saneamento básico, bem como, o acesso à informação (MAIA et al., 2015).
Diante do paciente soropositivo o cirurgião dentista precisa deter os conhecimentos necessários para tratar as manifestações orais recorrentes nesse tipo de paciente. Assim, quando se promove a saúde bucal do paciente contribui-se com a saúde geral dele (MAIA et al., 2015).
Para Guimarães (2001), o cirurgião dentista e a sua equipe devem desempenhar um papel importante não só no tratamento global dessas pessoas, mas também como agentes de informação e orientação para a comunidade. Daí é fundamental que o cirurgião-dentista (e sua equipe) atendam os quesitos a seguir.
a. Garantir o atendimento dentro das normas de biossegurança preconizadas.
b. Estar atento às possíveis manifestações bucais relacionadas à infecção pelo HIV/AIDS.
c. Orientar e encaminhar o paciente ao serviço de saúde, em caso de suspeita diagnóstica de infecção pelo HIV/AIDS.
d. Garantir a continuidade dos procedimentos de rotina odontológica.
e. Interagir com a equipe multiprofissional.
f. Garantir um tratamento digno e humano, mantendo sigilo e respeitando diferenças comportamentais.
g. Manter-se atualizado sobre a epidemia no que diz respeito aos seus aspectos técnicos, clínicos, éticos e psicossociais.
h. Identificar as suas próprias limitações e trabalhá-las de maneira a não prejudicar a relação profissional/paciente.
i. Incorporar ao seu cotidiano as ações de prevenção e solidariedade entre os seus principais procedimentos terapêuticos.
Pacientes soropositivos encontram resistência em conseguir tratamento odontológico quando revelam seu quadro de soropositividade, pois, além de conviverem com a patologia devem lidar com o preconceito, que os motiva a abandonar o acompanhamento odontológico. Esta realidade evidencia a introversão do paciente, bem como, ao despreparo do dos profissionais da área da saúde quanto a conduta frente a esses pacientes (CARNEIRO; LIMA, 2019).
Argumentos para recusa do atendimento odontológico a pacientes infectados pelo HIV/AIDS, geralmente apresentam justificativas técnicas impossibilitando o início e/ou continuidade do tratamento, outro fator é a cobrança de valores excessivos pelos serviços odontológicos tornando o serviço inviável a este tipo de paciente, acrescente-se ainda, o medo de ser infectado e a falta de preparo psicológico (CORRÊA; ANDRADE, 2005).
Sena; Roque (2017), chamam atenção que as dificuldades quanto ao atendimento odontológico não são impostas somente pelos profissionais, mas também, pelos próprios pacientes. Há pacientes que não julgam relevante informar sua condição de soropositivo, já que, percebem as medidas de biossegurança adotadas no consultório odontológico, outro argumento é o receio de serem rejeitados pelos profissionais, assim, muitos deles possuem uma conduta de não fidelização com o cirurgião dentista.
Sena; Roque (2017) ainda frisaram que o cirurgião dentista não pode negar atendimento odontológico a um paciente pelo fato do mesmo ser soropositivo, não há normativa especifica que mencione isso no tocante a pacientes soropositivos. 
O Código de Ética Odontológica em seu Art. 2º, afirma: “a Odontologia é uma profissão que se exerce em benefício da saúde do ser humano e da coletividade, sem discriminação de qualquer forma ou pretexto.” (MIRANZI, 2003)
Conforme destacado anteriormente, as manifestações bucais são comuns entre os pacientes com HIV/AIDS, podendo ser essas manifestações os primeiros sinais clínicos da patologia, devido a sua formação específica o cirurgião dentista pode reconhecer esses sinais, cumprir com o seu papel com o paciente e posteriormente, encaminhá-lo ao infectologista para exames e tratamento adequado (SENA, 2011).
Ao prestar atendimento ao paciente soropositivo é vital que as medidas de biossegurança sejam adotadas, tendo como fundamento que todo indivíduo pode ser potencialmente portador de doenças infectocontagiosas (OLIVEIRA, 2017). 
Assim, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária determina ao cirurgião dentista o uso dos seguintes EPIs: a) gorro, preferencialmente descartável; b) óculos de proteção; c) máscaras descartáveis; d) avental; e) luvas; f) calçados. Além da utilização dos EPIs, outras precauções também necessitam ser seguidas, que são (MAIA, 2015; GUIMARÃES, 2001):
I. Lavar as mãos, antes e após o contato com o paciente;
II. Manipulação atenciosa do material perfurocortante;
III. Ter atenção na transferência de materiais e artigos no trabalho a quatro mãos. Sempre que possível, utilizar uma bandeja;
IV. Manter as caixas de descarte em local de fácil acesso e não as preencher acima de 2/3 da sua capacidade total;
V. Descontaminar superfícies, caso haja presença de sangue ou secreções potencialmente infectantes;
VI. Submeter os artigos utilizados a limpeza, desinfecção ou esterilização antes de serem utilizados em outros pacientes;
VII. Não tocar os olhos, o nariz, a máscara ou o cabelo enquanto realiza procedimentos ou manipula materiais orgânicos; 
VIII. Não se alimentar, beber ou fumar no consultório;
IX. Manter os cuidados específicos na coleta e na manipulação de amostras de sangue.
Dessa forma, entende-se que o cirurgião dentista possui uma série de orientações a cumprir, visando garantir toda integridade do paciente, o que lhe exige a tomada de conhecimento a respeito dessas orientações, assim como, das manifestações clínicas que acabam envolvendo o paciente soropositivo (ABATTE, 2018).
2.4 MANIFESTAÇÕES ORAIS RECORRENTES EM PACIENTES SOROPOSITIVOS
O aparecimento das lesões bucais está intimamente associada à infecção pelo HIV. A principal característica patológica do vírus da imunodeficiência humana é a diminuição progressiva da imunidade celular e o consequente aparecimento de infecções oportunistas e neoplasias malignas (GASPARIN, 2009).
 A AIDS é a mais grave manifestação clínica da doença, causada pela infecção do HIV. Os portadores apresentam geralmente, os primeiros sinais clínicos da doença na cavidade bucal, assim a realização do diagnóstico precoce pelo cirurgião dentista, é muito importante para tomada de decisão breve, o que beneficiará o portador em relação aos resultados do tratamento (MATOS; SANTOS; FERREIRA, 2004).
Essas lesões podem ser fúngicas, bacterianas e virais, além de processos neoplásicos e lesões de natureza desconhecida (MIRANZI, 2003).
2.4.1 Candidíase
Figura 2 – Candidíase
Fonte: https://candidiasetratamento.com.br/o-que-e-candidiase-oral-sapinho-na-boca/
Trata-se de uma infecção fúngica oportunista causadapela Candida albicans. Há 4 tipos de infecção por cândida: a pseudomembranosa, a eritematosa, a hiperplásica e a queilite angular. A candidíase é a manifestação oral mais comum nos pacientes soropositivos, associando-se a quadro imunossupressor por eles apresentado. A Candidíase Pseudomembranosa, forma mais comum nestes pacientes, caracteriza-se pela presença de pseudomembranas esbranquiçadas ou amareladas, facilmente removíveis por raspagem (CARNEIRO; LIMA, 2019). 
Diante da situação imunológica paciente soropositivo, a candidíase pode ocorrer o acometimento a outras partes do corpo, que são: a faringe, traqueia e o esôfago. O diagnóstico é feito clinicamente pelos sinais clínicos e exame de citologia esfoliativa, com identificação definitiva por meio de cultura (BORBA, 2017). 
2.4.2 Queilite angular
Ocorre quando os cantos da boca ficam úmidos por um longo período. Quando a saliva seca, surgem o ressecamento e a irritação. Quando uma pessoa lambe repetidamente os lábios para aliviar o ressecamento, eles podem secar ainda mais e rachar, permitindo a entrada de bactérias e causando uma infecção. O ambiente úmido também pode propiciar o crescimento de fungos, resultando em candidíase, que causa coceira e ardência (CORRÊA; ANDRADE, 2005).
As lesões na boca também podem parecer descamadas, esbranquiçadas, inchadas ou com bolhas. Em decorrência disso, tem-se a formação de uma dobra na comissura labial, deixando-a constantemente úmida e tornando o local propício para o desenvolvimento da candidíase. Observa-se a presença de fissuras partindo da comissura labial, com presença de eritema e placas esbranquiçadas e acompanhadas por candidíase intra-oral (CORRÊA; ANDRADE, 2005).
Figura 3 – Queilite angular
Fonte: https://www.tuasaude.com/boqueira/
2.4.3 Doença periodontal
Dentre as manifestações na cavidade bucal de origem bacteriana em paciente soropositivo é comum a gengivite e periodontite de evolução rápida. A imunossupressão causada pelo vírus HIV promove mudanças na microbiota oral, viabilizando lesões na gengiva e periodonto (MOTA, 2014).
Figura 4 – Doença periodontal
Fonte: https://drsergiocaetano.com.br/doenca-periodontal-necrosante/
Fatores de ordem social e comportamental vinculam-se a doença periodontal, dos quais se destaca o fumo, o consumo de álcool e o uso abusivo de drogas, além dos fatores sistêmicos inerentes ao quadro de saúde do paciente soropositivo.
É relevante destacar que a relação entre os fatores de risco e a imunologia do paciente associam-se a saúde do periodonto. Por esta razão que os pacientes soropositivos apresentam lesões bucais associadas a imunossupressão (MOTA, 2014).
2.4.4 Gengivite ulcerativa necrosante
A gengivite ulcerativa necrosante é caracterizada por uma inflamação da gengiva com lesões necróticas na margem papilar, epitélio necrosante pseudomembranoso, gosto metálico, odor fétido, sangramento espontâneo e extrema sensibilidade dolorosa (CHAGAS; SANTOS; ONO, 2009). 
Figura 5 - Gengivite ulcerativa necrosante
Fonte: https://simpatio.com.br/periodontia/
Este tipo de infecção é identificada em paciente soropositivo, por conta da presença de estresse psicológico e estados de imunossupressão. Devido a imunossupressão ocorrem alterações na microbiota normal da boca, com aumento das bactérias anaeróbias gram-negativas subgengivais propiciando lesões gengivais e periodontais (CHAGAS; SANTOS; ONO, 2009).
2.4.5 Herpes simples
Trata-se de uma doença viral recorrente na atualidade, quando diagnosticada em paciente imunocomprometido acarreta sérias complicações (CAMARGO, 2015). 
Figura 6 – Herpes simples
Fonte: https://www.cn1.com.br/noticias/11/41505,veja-como-acabar-com-o-herpes-labial-utilizando-apenas-1-dente-de-alho.html
Em pacientes soropositivos ou de pacientes de outra doença autoimune, a infecção por herpes ocorre com maior frequência, quando comparada aos pacientes imunocompetentes, devido à fragilidade do sistema imunológico. As lesões são vesiculares, que coalescem e ulceram sobre uma base eritematosa formando uma crosta serosa e cicatrizam nas semanas seguintes. Já na mucosa bucal de pacientes imunocompetentes é identificada no palato duro, gengiva, dorso lingual e vermelhão dos lábios (SOUZA, et al, 2000). 
O herpes pode causar fortes dores e desconforto exigindo tratamento adequando, pra isso, é imprescindível uma terapêutica antiviral eficiente que possibilite a chegada do medicamento até o interior das lesões (SOUZA, et al, 2000).
2.4.6 Leucoplasia pilosa oral
A leucoplasia pilosa oral é identificada através de uma placa branca, caracteristicamente não removível através de raspagem, com localização preferencial nas bordas laterais da língua, podendo ser uni ou bilateral. A superfície pode apresentar-se plana, corrugada ou pilosa, sendo seus aspectos clínicos característicos, porém não patognomônicos. Pacientes soropositivos constituem para essa manifestação um grupo altamente suscetível (BASTOS, 2014).
Geralmente a leucoplasia pilosa oral é assintomática, em algumas ocorrências pode haver dor e ardência, além disso, comprometimento estético. A importância da LPO no diagnóstico e prognóstico da AIDS justifica a necessidade da precocidade e precisão diagnóstica, sendo que alguns estudos já apontam a citopatologia como método diagnóstico de escolha (BASTOS, 2014).
Figura 7 – Leucoplasia pilosa oral
Fonte: https://portfoliodaodonto.blogspot.com/2019/04/leucoplasia-pilosa-oral.html
2.4.7 Sarcoma de Kaposi
A manifestação do angiossarcoma é agressiva e de difícil prognóstico, podendo conduzir o paciente a óbito. Com o advento de tratamentos com o emprego de antiretrovirais a ocorrência dessa manifestação oral teve redução significativa (CARNEIRO; LIMA, 2019). 
Figura 8 - Sarcoma de Kaposi
Fonte: https://eg.uc.pt/bitstream/10316/47638/2/Final.pdf
Quanto ao aspecto clínico, verifica-se o surgimento de manchas ou nódulos de coloração avermelhada, sendo a boca, o palato e a gengiva as áreas mais comuns de ocorrência. Quando ocorre traumas nessas lesões viabiliza a ocorrência de sangramento, devido a vascularização. Em parcela considerável dos casos o sarcoma é a primeira manifestação oral identificada em paciente soropositivo, sendo necessário a atuação do profissional estomatologista no diagnóstico (CARNEIRO; LIMA, 2019).
3 METODOLOGIA
Esta monografia é resultado de uma revisão da literatura com análise qualitativa das informações obtidas nas fontes consultadas.
O levantamento bibliográfico necessário a elaboração deste trabalho ocorreu em plataformas de relevância científica, tais como: Medline, Lilacs, Scielo, Bireme e Google Acadêmico. Para viabilizar a identificação das publicações foram utilizadas as seguintes palavras-chave: HIV, AIDS, saúde bucal e odontologia. 
É necessário ressaltar que as publicações obtidas durante a busca foram submetidas a apreciação, no intuito de ser verificado se elas possuíam compatibilidade com os objetivos propostos neste estudo. Assim, critérios de inclusão e exclusão foram adotados com o fim de selecionar as publicações identificadas.
As fontes bibliográficas que foram inclusas no trabalho atenderam as seguintes peculiaridades: 
· Abordagem de paciente soropositivo atendido pelo profissional cirurgião dentista; 
· Fontes bibliográficas publicadas em língua portuguesa e que estejam completas.
A exclusão de algumas publicações se deu pela observância às seguintes razões: 
· Abordagem a respeito do tratamento odontológico direcionado a outros tipos de público e/ou paciente, que não seja o soropositivo; 
· Publicações a respeito da saúde bucal direcionada a discutir outras peculiaridades da odontologia decorrente de outras patologias; 
· Fontes bibliográficas que possuem objeto de estudo distinto da proposta temática deste trabalho; 
· Fontes bibliográficas publicadas de forma incompleta.
Diante das publicações obtidas ocorreu a comparação entre elas a fim de identificar as convergências existentes, de forma descritiva e qualitativa.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Desde sua identificação a AIDSfoi se constituindo de forma gradativa em um problema de saúde pública, tendo ao longo dos anos aumento em sua incidência em distintos locais do mundo. Dito antes, o paciente soropositivo por vezes necessita submeter-se a tratamento odontológico, seja pela manutenção corriqueira da sua saúde bucal e até mesmo pela ocorrência de manifestações na cavidade bucal em decorrência da doença. A OMS preconiza a obrigatoriedade do atendimento odontológico ao paciente soropositivo. (ALBUQUERQUE, 2001). 
Neste sentido, Albuquerque (2001) realizou estudo investigativo afim de verificar a conduta de profissionais cirurgiões dentistas frente a paciente soropositivo. Foi identificado que, a maior parte dos profissionais possuía conhecimento a respeito das manifestações bucais em pacientes soropositivos, 72% dos entrevistados realizariam atendimento ao paciente soropositivo se fossem informados com antecedência, em contrapartida, a maioria não se sente capaz de atender o paciente soropositivo.
Já a pesquisa realizada por Sena (2011), analisou a compreensão de 518 pacientes sobre riscos de contaminação pelo vírus da AIDS durante o atendimento odontológico. Foi diagnosticado que a máscara facial é o artefato mais utilizado pelos cirurgiões dentistas, seguido das luvas. Grande parte dos entrevistados acreditam na possibilidade de transmissão do vírus da AIDS no decorrer do atendimento odontológico. Os pacientes participantes da pesquisa ponderaram a respeito do uso de EPIs e sobre a necessidade de receberem orientações em relação às medidas biossegurança.
Em consonância com a literatura as manifestações orais são comuns em pacientes soropositivos, diante desta realidade Borba (2017), analisou 100 pacientes internados no setor de AIDS em Hospital em Natal/RN/Brasil, e foi verificada presença de manifestações orais em que a manifestação mais frequente foi a Candidíase, seguida da gengivite e periodontite, leucoplasia pilosa e sarcoma de Kaposi. Dentre as lesões de candidíase, as mais presentes foram a pseudomembranosa seguida da queilite angular.
Abatte (2018), também realizou um estudo com amostra de 100 pacientes soropositivos no estado do Amazonas, a fim de identificar as manifestações orais frequentes, sendo que, os resultados apontaram para: candidíase (54%), nas formas pseudomembranosa, eritematosa e queilite angular, a gengivite (25%), a periodontite (18%), a estomatite aftosa recorrente (7%), a leucoplasia pilosa (5%), o sarcoma de Kaposi (5%), a infecção pelo citomegalovírus (3%), o herpes simples (2%) e o herpes zoster (2%). Apenas 13% dos pacientes não apresentaram qualquer manifestação bucal 
5 CONSIDERAÇÕES 
A integridade quanto ao estado de saúde e a dignidade do paciente devem ser basilares durante o atendimento odontológico. O paciente soropositivo traz consigo não só um quadro de irreversibilidade de uma patologia, mas também, toda uma carga discriminatória que ele passa a sofrer a medida que seu quadro sorológico ganha visibilidade.
O atendimento do cirurgião dentista durante o tratamento de pacientes soropositivos deve ter como fundamento o respeito a total integridade do paciente, para isso é necessário, realizar os procedimentos odontológicos observando as medidas de biossegurança, ter conduta ética em consonância com as normativas existentes, orientar o paciente quanto a promoção de sua saúde bucal, prestar ao paciente as informações relativas ao tratamento odontológico, encaminhar o paciente ao profissional infectologista quando necessário.
Assim, na execução do tratamento o cirurgião dentista contribui com o paciente soropositivo no controle das patologias bucais, além de orientá-lo quanto aos cuidados necessários à sua higiene bucal estabelecendo uma cooperação com a saúde sistêmica do paciente.
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BORBA, N.E. AIDS e hepatite b: doenças infectocontagiosas relevantes na rotina do cirurgião-dentista. 2017. 33f. Monografia (Graduação em Odontologia) – Universidade de Santa Cruz do Sul, Santa Cruz do Sul, 2017. Disponível em:< https://repositorio.unisc.br/jspui/bitstream/11624/1876/1/Natali%20Escouto%20Borba.pdf>; Acesso em: 10 mai 2020.
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