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TUTORIA 5 – GENÉTICA PERGUNTAS: 1. O que é uma doença multifatorial? Herança multifatorial ou herança complexa: Herança em que estão envolvidos vários genes e diversos fatores ambientais. A expressão herança multifatorial designa um tipo de herança no qual estão envolvidos vários genes e diversos fatores ambientais, não se referindo especificamente aos poligenes clássicos. É também designada de herança complexa, devido às complexas interações entre diversos fatores genéticos e ambientais. Esse tipo de herança explica uma significativa fração das anomalias congênitas em que há claro envolvimento de fatores genéticos. Abrange a maioria das malformações congênitas isoladas. (Mª Regina) 2. Quais as diferenças entre uma doença multifatorial e uma doença monogênica? Uma doença monogênica é resultado de alteração em um gene, é caracterizada como qualitativa ou descontínua (o indivíduo ou tem ou não tem o gene para a doença e os fenótipos são marcadamente diferentes) e seguem padrões de herança mendelianos (autossômico recessivo ou dominante, ligado ao X recessivo ou dominante, holândrica e mitocondrial). Já uma doença multifatorial depende de uma ação conjunta de variantes genéticos, exposições ambientais e eventos casuais para se desenvolver, é caracterizada como quantitativa/contínua (depende da quantidade de genes para aquela doença, assim, a variação de fenótipo muda de acordo com a quantidade) ou como qualitativa discreta, por exemplo, no caso de câncer, e segue uma herança complexa, devido à complexidade de interações entre fatores genético e ambientais. (THOMPSON, cap. 8, p.217) (BORGES, Osorio, cap. 6, p. 205) 3. O que é a Doença de Alzheimer? É uma patologia neurodegenerativa mais frequente associada à idade, cujas manifestações cognitivas e neuropsiquiátricas resultam em deficiência progressiva e incapacitação. https://www.scielo.br/pdf/rprs/v30n1s0/v30n1a02s0.pdf 4. Qual a etiologia da Doença de Alzheimer (genética e ambiental)? A doença de Alzheimer possui uma forma monogênica autossômica dominante, que acomete cerca de 7 a 10% dos pacientes, que está associado a mutações no gene da APOE que codifica apolipoproteína E (apoE). Outra forma da doença é multifatorial, na qual envolve a presença de vários genes em conjunto que forma uma rede complexa de fenótipos junto ao ambiente. (THOMPSON, pág. 373, 8ª edição). A Doença de Alzheimer autossômica dominante de início precoce está relacionada às mutações no gene da proteína precursora β-amiloide (APP), no gene da presenilina 1 (PSEN1) e no da presenilina 2 (PSEN2), que refletem em defeitos no metabolismo da proteína precursora β-amiloide e, consequentemente, causam a disfunção e morte neuronal. Já a DA familiar e a esporádica de início tardio estão associadas ao alelo ε4 do gene da apolipoproteína E (APOE). (THOMPSON, cap. 20, p.602) Existem várias formas da doença de Alzheimer, supostamente relacionadas com genes localizados em 14 cromossomos diferentes, inclusive no cromossomo X. As alterações genéticas localizadas nos cromossomos 1, 14 e 21 se relacionam à DA com início precoce. Os exames de neuroimagem permitem a detecção de parâmetros compatíveis com os diferentes estágios clínicos da DA, como atrofia cortical, alterações do hipocampo e mesiotemporais. (Fonte: BORGES OSÓRIO, p. 538-539) 5. Quais os critérios para o aconselhamento pré-natal? As ações de saúde devem estar voltadas para a cobertura de toda a população-alvo da área de abrangência da unidade de saúde, assegurando continuidade no atendimento, acompanhamento e avaliação destas ações sobre a saúde materna e perinatal. Como condições para uma assistência pré-natal efetiva, os seguintes elementos devem ser garantidos: • captação precoce da gestante na comunidade; • controle periódico,contínuo e extensivo à população-alvo; • recursos humanos treinados; • área física adequada; • equipamento e instrumental mínimos; • instrumentos de registro e estatística; • medicamentos básicos; • apoio laboratorial mínimo; • sistema eficiente de referência e contra-referência; • avaliação das ações da assistência pré-natal. 6. Quais as indicações para o teste preditivo de Alzheimer? A detecção de indivíduos saudáveis que poderão desenvolver uma doença hereditária no futuro é o objetivo dos Testes Preditivos (TPs)2,3(D). O TP é realizado em indivíduos assintomáticos, familiares de indivíduos sintomáticos que tiveram o diagnóstico molecular confirmando a presença de uma mutação específica. Para que seja realizado um exame preditivo é recomendado que: - Seja feito somente em adultos. - Por procura espontânea. - Com avaliação psicológica e acompanhamento pré e pós teste. - Com fornecimento de informações a respeito do exame e da doença. - Completo sigilo. (https://diretrizes.amb.org.br/_BibliotecaAntiga/testes-preditivos.pdf). 7. Defina a anomalia congênita. Anomalia congênita pode ser definida como toda alteração funcional ou estrutural do desenvolvimento fetal cuja origem ocorre antes do nascimento. Elas podem ser classificadas em maiores ou menores: as malformações maiores seriam graves alterações anatômicas, estéticas e funcionais podendo levar à morte (no caso seria algo que perturbe o indivíduo a realizar alguma função, como lábio leporino com ou sem palato fendido, síndrome de Down), enquanto as menores levam a fenótipos que se sobrepõem aos normais (que são relativamente frequentes na população e não acarretam maiores problemas aos portadores, como polidactilias do tipo de apêndices digitiformes) . Do ponto de vista biológico, as anomalias congênitas representam um grupo heterogêneo de distúrbios do desenvolvimento embrionário e fetal, com origens distintas, muitas vezes simultaneamente envolvidas. https://diretrizes.amb.org.br/_BibliotecaAntiga/testes-preditivos.pdf http://www.rmmg.org/artigo/detalhes/2329#:~:text=INTRODU%C3%87%C3%83O- ,As%20anomalias%20cong%C3%AAnitas%20(AC)%20podem%20ser%20definidas%2 0como%20todas%20as,manifeste%20anos%20ap%C3%B3s%20o%20nascimento. Anomalias congênitas podem ser divididas em 3 categorias: Malformações: resultam de anormalidades intrínsecas em genes que especificam uma série de etapas ou programas do desenvolvimento. Além disso, uma malformação em uma parte do corpo pode estar associada às malformações em outras partes, visto que, geralmente, esses programas são usados mais de uma vez em diferentes partes do embrião ou feto. Exemplo: cefalopolissindactilia de Greig (afeta gene, GLI3, envolvido na formação de mãos com 5 dedos). Deformações: são causadas por fatores extrínsecos que afetam o feto fisicamente durante o desenvolvimento, principalmente, durante o segundo trimestre, quando o feto está confinado no interior do saco amniótico e do útero. Exemplo: artrogriposes (contrações das articulações das extremidades). Disrupções: resultam da destruição de tecido fetal normal insubstituível. Podem ser causadas por insuficiência vascular, trauma ou teratógenos. Exemplo: disrupção amniótica (amputação parcial de um membro fetal associado a bandas do tecido amniótico). (THOMPSON, cap. 14, p. 433-434) 8. Quais as causas de anomalias congênitas? As principais causas das anomalias são os transtornos congênitos e perinatais, muitas vezes associados a agentes infecciosos deletérios à organogênese fetal, tais como os vírus da rubéola, da imunodeficiência humana (HIV), o vírus Zika, o citomegalovírus; o Treponema pallidum e o Toxoplasma gondii. O uso de drogas lícitas e ilícitas, de medicações teratogênicas e endocrinopatias maternas também são causas de anomalias.2 Estima-se que 15 a 25% ocorram devido às alterações genéticas, 8 a 12% são causadas por fatores ambientais e 20 a 25% envolvem genes e fatores ambientais (herança multifatorial). Porém, a grande maioria (40 a 60%) das anomalias ainda é de origem desconhecida. Disponível em< http://www.rmmg.org/artigo/detalhes/2329#:~:text=INTRODU%C3%87%C3%83O-,As%20anomalias%20cong%C3%AAnitas%20(AC)%20podem%20ser%20definidas%2 0como%20todas%20as,manifeste%20anos%20ap%C3%B3s%20o%20nascimento> 9. Defina as causas de anomalias congênitas e dê exemplos. Alterações cromossômicas: qualquer desequilíbrio autossômico, como deleções, duplicações trissomias ou monossomias, resultará em graves anomalias estruturais e de desenvolvimento, e caso seja um grau muito grande de desequilíbrio pode causar aborto espontâneo precoce. Exemplo: síndrome de Turner. Herança monogênica: podem resultar em anomalias isoladas, no qual apenas um órgão ou sistema é afetado, como, por exemplo, microcefalia (sistema nervoso central), ou causar anomalias sindrômicas, que envolvem muitos órgãos ou sistemas. Herança multifatorial: está relacionado com a suscetibilidade do gene para outras anomalias que afetem o mesmo órgão. Abrange a maioria das malformações congênitas isoladas. Exemplo: lábio fendido com ou sem palato fendido e defeitos cardíacos congênitos. http://www.rmmg.org/artigo/detalhes/2329#:~:text=INTRODU%C3%87%C3%83O-,As%20anomalias%20cong%C3%AAnitas%20(AC)%20podem%20ser%20definidas%20como%20todas%20as,manifeste%20anos%20ap%C3%B3s%20o%20nascimento http://www.rmmg.org/artigo/detalhes/2329#:~:text=INTRODU%C3%87%C3%83O-,As%20anomalias%20cong%C3%AAnitas%20(AC)%20podem%20ser%20definidas%20como%20todas%20as,manifeste%20anos%20ap%C3%B3s%20o%20nascimento http://www.rmmg.org/artigo/detalhes/2329#:~:text=INTRODU%C3%87%C3%83O-,As%20anomalias%20cong%C3%AAnitas%20(AC)%20podem%20ser%20definidas%20como%20todas%20as,manifeste%20anos%20ap%C3%B3s%20o%20nascimento http://www.rmmg.org/artigo/detalhes/2329#:~:text=INTRODU%C3%87%C3%83O-,As%20anomalias%20cong%C3%AAnitas%20(AC)%20podem%20ser%20definidas%20como%20todas%20as,manifeste%20anos%20ap%C3%B3s%20o%20nascimento Agentes teratogênicos: são fatores que agem sobre o organismo em formação, produzindo anomalias características ou gerais, como, por exemplo, exposição a agentes ambientais (drogas, infecções, álcool, compostos químicos, radiações) e distúrbios metabólicos maternos (diabetes mellitus mal controlado). (BORGES, Osorio, cap. 6, p.215) 10. Classifique as causas de anomalias congênitas. Defeitos monogênicos, anormalidades cromossômicas, variantes do número de cópias, traços multifatoriais e teratógenos contribuem para os defeitos congênitos (THOMPSON, J.S. & THOMPSON, M.W. Genética médica. 8 ed – capítulo 14 – página 436) 11. Qual o impacto de receber um diagnóstico de anomalia congênita? O nascimento de uma criança com uma doença hereditária ou malformação acarreta, na família e, principalmente, nos genitores da criança, conflitos de ordem emocional, que se iniciam geralmente com uma atitude de negação do problema, seguida de depressão. Nesse período, é essencial a contribuição do aconselhador na elaboração dos conflitos, principalmente porque vêm acompanhados de muita culpa pelos genitores da criança afetada. A elaboração da situação leva à fase seguinte, que é a da adaptação, na qual os membros da família aceitam a realidade e procuram tomar as decisões necessárias para conviver com o problema da maneira mais adequada. É possível modificar o impacto e/ou risco de recorrência de algumas doenças genéticas, por meio de tratamento específico. Se a doença for tratável, o impacto da doença, embora significante, é completamente diferente daquele que haveria, se o tratamento e a prevenção não fossem disponíveis. Quando uma doença ou uma anomalia pode ser diagnosticada pré-natalmente, como a anemia falciforme ou a síndrome de Down, por exemplo, o geneticista pode mudar a probabilidade estabelecida sobre o risco de recorrência, para a certeza de que o feto será afetado ou não. Finalmente, a acessibilidade de grupos de apoio e comunitários, recursos educacionais, opções reprodutivas e tecnologias reprodutivas orientadas afetarão o modo com que a família recebe o impacto ou avalia os riscos de recorrência da doença e terão implicações para suas decisões reprodutivas. Encontram-se disponíveis importantes informações em genética clínica on-line na internet, incluindo auxílio no diagnóstico, testes de laboratório, serviços de genética clínica, serviços e grupos de apoio para pacientes e suas famílias. (Maria R. Borges Osório, Cap. 19, Pág. 643) 12. O que é agente teratogênico? Um agente teratogênico pode ser definido como qualquer substância, organismo, agente físico ou estado de deficiência que, estando presente durante a vida embrionária ou fetal, pode produzir uma alteração na estrutura ou função da descendência. Disponível em< http://www.rmmg.org/artigo/detalhes/2329#:~:text=INTRODU%C3%87%C3%83O- ,As%20anomalias%20cong%C3%AAnitas%20(AC)%20podem%20ser%20definidas%2 0como%20todas%20as,manifeste%20anos%20ap%C3%B3s%20o%20nascimento> Teratógenos são agentes (como algumas drogas e vírus) que produzem ou aumentam a incidência de anomalias congênitas. (Capítulo 5, página 105 – Moore Embriologia Clínica) 13. Qual a janela temporal em que age o teratógeno? Há agentes cujo efeito é de curta duração (talidomida), que agem apenas nos primeiros 50 dias de gestação. Outros possuem uma longa duração (álcool). A infecção por rubéola no primeiro mês de gestação acarreta 50% dos casos com malformações. Se ela ocorrer, porém, no terceiro mês, causa malformações em apenas 17% dos casos. Se a infecção ocorrer após o terceiro mês, seu efeito teratogênico vai decrescendo. Fase de pré-diferenciação: o teratógeno mata o embrião ou afeta poucas células. Fase embrionária: é a mais prejudicada. Se o teratógeno agir durante determina dos períodos dessa fase, seu efeito abrangerá diferentes estruturas. No período de 15 a 25 dias de vida embrionária, afeta o cérebro; 24 a 40 dias, os olhos; 20 a 40 dias, o coração; 24 a 36 dias, os membros; 45 dias em diante, a genitália. Fase fetal: é a menos atingida, mas há estruturas que continuam se diferenciando, como os sistemas nervoso central, endócrino e o urinário e genital, prolongando sua suscetibilidade aos teratógenos. 14. Como age um teratógeno? Os produtos químicos ou medicamentos atravessam a membrana placentária e penetram na circulação fetal, via cordão umbilical, contraindo os vasos e reduzindo a troca de oxigênio e nutrientes entre o feto e a mãe, ou reduzindo o suprimento sangüíneo do feto. Isso causa lesões, desenvolvimento anormal, morte ou problemas posteriores ao nascimento. (RODRIGUES APFEL et al., 2004). http://www.rmmg.org/artigo/detalhes/2329#:~:text=INTRODU%C3%87%C3%83O-,As%20anomalias%20cong%C3%AAnitas%20(AC)%20podem%20ser%20definidas%20como%20todas%20as,manifeste%20anos%20ap%C3%B3s%20o%20nascimento http://www.rmmg.org/artigo/detalhes/2329#:~:text=INTRODU%C3%87%C3%83O-,As%20anomalias%20cong%C3%AAnitas%20(AC)%20podem%20ser%20definidas%20como%20todas%20as,manifeste%20anos%20ap%C3%B3s%20o%20nascimento http://www.rmmg.org/artigo/detalhes/2329#:~:text=INTRODU%C3%87%C3%83O-,As%20anomalias%20cong%C3%AAnitas%20(AC)%20podem%20ser%20definidas%20como%20todas%20as,manifeste%20anos%20ap%C3%B3s%20o%20nascimento http://www.rmmg.org/artigo/detalhes/2329#:~:text=INTRODU%C3%87%C3%83O-,As%20anomalias%20cong%C3%AAnitas%20(AC)%20podem%20ser%20definidas%20como%20todas%20as,manifeste%20anos%20ap%C3%B3s%20o%20nascimento 15. Um teratógeno pode causar aborto? Existem teratógenos capazes de interromper, prematuramente, o desenvolvimento do concepto, principalmente, se agirem durante a fase de pré-diferenciação, pois nas 2 primeiras semanas após a concepção pode haver letalidade do embrião ou nenhuma anomalia. Exemplos de agentes teratogênicos, que podem promover esse efeito, são álcool, se consumido 30ml/ dia, anestésicos voláteis, fumo, mercúrio orgânico, narcóticos e hepatite. (BORGES, Osorio, cap. 6, p.216-218) 16. Um teratógeno pode provocar anomalias genéticas? O aparecimento de anomaliasgenéticas devido a exposição à agentes potencialmente teratogênicos pode sofrer interferências de acordo com o período de exposição da gestante, do tipo do agente em que foi exposto, da duração da exposição e da dose exposta. Podendo levar a conseqüências tais como: aborto, prematuridade, malformações, distúrbios do comportamento e/ou aprendizado e até alteração no crescimento do bebê. https://siat.ufba.br/agentes-teratog%C3%AAnicos 17. Um teratógeno pode provocar um nascimento prematuro? Sim. Para exemplificar, o diabetes gestacional tem sido um problema de saúde pública nas últimas décadas. A incidência e as complicações na gestação, relacionadas ao diabetes gestacional, vêm aumentando consideravelmente nos últimos anos. A prevalência do diabetes gestacional nos Estados Unidos é de cerca de 4%. Essas gestações estão sujeitas a complicações, como risco maior de aborto espontâneo, malformações congênitas, pré-eclâmpsia, parto prematuro e macrossomia. Os riscos associados ao diabetes gestacional e ao diabetes tipo 2 na gestação ocorrem principalmente por hiperglicemia materna e hiperinsulinemia fetal. (Fonte: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, Manual de Teratogênese em Humanos, 2011) 18. Quais são tipos de teratógenos? (exemplo de cada um) Medicamentos (talidomida, misoprostol, ácido retinóico, entre outros) Doenças Maternas (diabetes, epilepsia, hipotireoidismo, entre outras) Infecções Congênitas (sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovirus, entre outras) Radiações (radioterapia) Substâncias Químicas (mercúrio, chumbo, por exemplo) Outras Drogas (álcool, fumo, cocaína e outras) 19. O que é a síndrome alcoólica fetal? É uma doença causada pela ingestão de álcool na gestação que acomete o embrião causando defeitos congênitos principalmente no sistema nervoso. (THOMPSON, pág. 442, 8ª edição). 20. Qual a etiologia da síndrome alcoólica fetal? A causa da síndrome alcoólica fetal é o consumo de álcool durante o período da gravidez. A quantidade de álcool consumida capaz de causar a síndrome alcoólica fetal não foi estabelecida, por isso o consumo de álcool não é indicado nem mesmo em pequenas quantidades. O álcool entra na corrente sanguínea e interfere na oxigenação e na nutrição do feto, que é primordial principalmente no o primeiro trimestre da gestação que é quando o feto está desenvolvendo a sua face, coração, ossos, sistema nervoso central e outros órgãos importantes para o funcionamento do corpo e que podem ser prejudicados pelo álcool. 21. Qual a epidemiologia da síndrome alcoólica fetal? A incidência da SAF corresponde a cerca de 2 a 3 casos por 1000 nascimentos vivos, em geral. Em determinadas comunidades, a incidência chega a 10/1000 nascimentos vivos (1%). No Brasil, a falta de conhecimento, a subestimação e a subnotificação dessa condição clínica torna o cálculo da incidência bastante difícil. É importante ressaltar, entretanto, que o elevado padrão de consumo de bebidas alcoólicas em nosso país, entre jovens, principalmente mulheres, pode fazer com que a prevalência de SAF seja alta. 22. Qual a patogênese da síndrome alcoólica fetal? A síndrome do alcoolismo fetal, também conhecida como síndrome alcoólica fetal, acontece quando a mulher consome bebidas alcoólicas em excesso durante a gravidez, resultando em atraso no desenvolvimento físico e mental no bebê. O álcool passa pela placenta e chega até o feto causando alterações no sistema nervoso central do bebê, que não podem ser revertidos, além de afetar gravemente os seus órgãos, gerando consequências como os problemas físicos e emocionais, problemas cognitivos e comportamentais. Geralmente, os recém-nascidos com síndrome do alcoolismo fetal são pequenos para a idade gestacional e apresentam algumas características como microcefalia, lábio superior fino e nariz curto, além de alterações de comportamento cognitivo e psicossocial e retardo mental. 23. Qual o quadro clínico da síndrome alcoólica fetal? Deficiência de crescimento e mental, microcefalia, hipoplasia da porção média da face, fissuras palpebrais estreitas, lábio superior fino, cardiopatia congênita. (Borges-Osório, M. R. Genética Humana, 3. ed. – capítulo 6 – página 216) 24. Qual o prognóstico da síndrome alcoólica fetal? O prognóstico da criança com diagnóstico de SAF é muito variado, e engloba problemas de saúde mental, comportamento sexual inadequado, dependência psicológica e química. Além disso, essas crianças apresentam maior número e tempo de internações hospitalares por pneumonia, otite média, abuso sexual, problemas com alimentação, bronquite, desidratação, anemia, deficiência de crescimento. O pior fator prognóstico é o fato de que essas crianças serem frequentemente negligenciadas, uma condição relacionada ao próprio uso do álcool materno. https://www.sanarmed.com/casos-clinicos-sindrome-alcoolica-fetal Dificuldades de leitura e linguagem, desempenho escolar ruim, raciocínio abstrato pobre, problemas relacionados à percepção social, dificuldade para controlar os impulsos, dificuldade de memória e julgamento, habilidades prejudicadas. https://www.sanarmed.com/casos-clinicos-sindrome-alcoolica-fetal 25. Como é feito o diagnóstico da síndrome alcoólica fetal? Para a identificação e diagnóstico da SAF é necessário a presença de achados em 3 categorias primárias: (1) Alterações Faciais; (2) Restrição de Crescimento Intrauterino ou pós-natal e (3) alterações do Sistema Nervoso Central. Disponível em <https://www.gestacaobebe.com.br/sindrome-alcoolica-fetal/> https://www.gestacaobebe.com.br/sindrome-alcoolica-fetal/ Disponível em < https://www.fetalmed.net/sindrome-alcoolismo-fetal- saf/#:~:text=Para%20a%20identifica%C3%A7%C3%A3o%20e%20diagn%C3%B3stico ,altera%C3%A7%C3%B5es%20do%20Sistema%20Nervoso%20Central.> 26. Qual é o tratamento da síndrome alcoólica fetal? Não há tratamento para síndrome alcoólica fetal. O tratamento de suporte deve incluir um estimulante apropriado e ambiente protetor. Boa nutrição e crescimento são especialmente importantes. Muitas crianças com síndrome alcoólica fetal precisarão de suporte à aprendizagem na escola. Como não se sabe qual o período da gestação em que o álcool é mais prejudicial ao feto e se há um limite mínimo de uso do álcool que é completamente seguro, a gestante deve ser advertida para evitar toda e qualquer ingestão de álcool. Irmãos de um recém- nascido com diagnóstico de síndrome alcoólica fetal devem ser examinados em busca de manifestações tênues da disfunção. 27. Qual a epidemiologia da Doença de Alzheimer? O risco de DA na população geral é de 12,1% nos homens e de 20,3% das mulheres aos 85 anos A Doença de Alzheimer é pan-étnica, geneticamente heterogênea, onde menos de 5% têm doença familiar de início precoce, 15% a 25% tem doença familiar de início tardio e 75% têm a doença esporádica. Além disso, vale ressaltar que a idade, gênero e história familiar são os fatores de risco mais significativos para DA e que ela afeta aproximadamente 1,4% das pessoas nos países desenvolvidos. O percentual de pessoas com a doença de Alzheimer aumenta com a idade: • 65 a 74 anos: 3% • 75 a 84 anos: 17% • ≥ 85 anos: 32% 28. Qual a patogênese da Doença de Alzheimer? A APPβ é uma proteína transmembrana intracelular encontrada em endossomas, lisossomos, RE e aparelho de Golgi, ela é sujeita a clivagem por três proteases diferentes: α-secretase e β-secretase e γ-secretase. https://www.fetalmed.net/sindrome-alcoolismo-fetal-saf/#:~:text=Para%20a%20identifica%C3%A7%C3%A3o%20e%20diagn%C3%B3stico,altera%C3%A7%C3%B5es%20do%20Sistema%20Nervoso%20Central https://www.fetalmed.net/sindrome-alcoolismo-fetal-saf/#:~:text=Para%20a%20identifica%C3%A7%C3%A3o%20e%20diagn%C3%B3stico,altera%C3%A7%C3%B5es%20do%20Sistema%20Nervoso%20Central https://www.fetalmed.net/sindrome-alcoolismo-fetal-saf/#:~:text=Para%20a%20identifica%C3%A7%C3%A3o%20e%20diagn%C3%B3stico,altera%C3%A7%C3%B5es%20do%20Sistema%20Nervoso%20CentralAproximadamente 90% das APPβ é clivada pela α-secretase, promovendo a formação do peptídeo Aβ40, os outros aproximadamente 10% da APPβ são clivados pela β- e γ- secretases para formar o peptídeo Aβ40 não tóxico ou o peptídeo Aβ42, que é considerado neurotóxico porque é mais propenso à agregação do que a sua contraparte Aβ40. Portanto, normalmente, forma-se pouco peptídeo Aβ42. Assim, mutações no gene que codifica a APPβ e nos genes da presenilina 1 e presenilina 2, que estão relacionadas com a clivagem da APPβ pela γ-secretase, promovem o aumento da produção de Aβ42 neurotóxico. Ademais, vale ressaltar que o alelo ε4 do gene APOE é significativamente mais presente nos pacientes com DA (≈ 40% vs. ≈ 15% na população em geral) e está associado a um início precoce da DA (aproximadamente 10 a 15 anos mais cedo do que na população em geral).Isso porque, a relação entre o alelo ε4 e a doença é dose-dependente; duas cópias de 4 estão associadas a uma idade mais precoce de início (média de início antes dos 70 anos) do que com uma cópia (início após os 70 anos). Como consequência, tem-se a formação de alterações neuropatológicas, como atrofia cortical (redução do volume cerebral), placas neuríticas (acumulo de diferentes proteínas como Aβ42 e apopoliproteína E), emaranhados neurofibrilares intraneuronais (compostos pela proteína tau hiperfosforilada, que nesse estado perde a função de estabilizar os microtúbulos neuronais), depósito da proteína amiloide nas paredes das artérias cerebrais (aumenta o risco de AVC e demência) (THOMPSON, cap. 12, p. 373 e cap. 20, p.602) 29. Qual o quadro clínico da Doença de Alzheimer? O primeiro aspecto clínico é a deficiência da memória recente, além das dificuldades de atenção e fluência verbal, e a deterioração da capacidade de fazer cálculos, habilidades visuoespaciais e a capacidade de usar objetos comuns e ferramentas. Esses sintomas podem ser acompanhados por distúrbios comportamentais, como agressividade, alucinações, hiperatividade, irritabilidade, depressão e transtornos do humor que afetam uma porcentagem considerável de indivíduos que desenvolvem doença de Alzheimer, em algum ponto da evolução da síndrome. Sintomas depressivos são observados em até 40-50% dos pacientes, enquanto transtornos depressivos acometem em torno de 10- 20% dos casos. Outros sintomas, como a apatia, a lentificação (da marcha ou do discurso), a dificuldade de concentração, a perda de peso, a insônia e a agitação podem ocorrer como parte da síndrome. 30. Qual o prognóstico da Doença de Alzheimer? Alguns pacientes reconhecem seu declínio cognitivo e se tornam ansiosos e frustrados, enquanto outros não o percebem. Por fim, os pacientes tornam-se incapazes para trabalhar e necessitam de supervisão. Etiqueta social e conversações superficiais quase sempre são mantidas surpreendentemente bem. Por último, a maioria dos pacientes desenvolve rigidez, mutismo e incontinência, e acabam acamados. Outros sintomas associados à DA incluem agitação, reclusão da convivência social, alucinações, convulsões, mioclonia e traços parkinsonianos. A morte geralmente resulta de subnutrição, infecção ou doença cardíaca. Com exceção da idade de início, a DA de início precoce e a DA de início tardio são clinicamente indistinguíveis. Mutações no gene PSEN1 são completamente penetrantes e geralmente causam uma doença de progressão rápida, com início em média aos 45 anos de idade. As mutações em APP são completamente penetrantes e causam uma taxa de progressão da DA semelhante à da forma de início tardio; a idade de início varia de 40 a 60 anos. As mutações no PSEN2 podem não ser completamente penetrantes e geralmente causam doença de progressão lenta, com início variando de 40 a 75 anos de idade. Ao contrário da DA de início precoce, a DA de início tardio desenvolve-se depois dos 60 a 65 anos de idade; a duração da doença é geralmente de 8 a 10 anos, embora a faixa possa variar de 2 a 25 anos. Tanto para a DA de início tardio quanto para a DA secundária a mutações em APP, o alelo 4 de APOE é um modificador de início dependente de dose, o que significa que a idade de início da doença varia inversamente ao número de cópias do alelo 4. Como não existem terapias curativas disponíveis para a DA, o tratamento é focado na melhora dos problemas comportamentais e neurológicos associados. Aproximadamente 10% a 20% dos pacientes têm uma diminuição modesta na taxa de declínio cognitivo se forem tratados no início do curso da doença com agentes que aumentam a atividade colinérgica. (Fonte: THOMPSON, p. 603) 31. Como é feito o diagnóstico da Doença de Alzheimer? Geralmente, o diagnóstico da doença de Alzheimer é semelhante ao diagnóstico de outras demências. A avaliação é feita pela anamnese completa com exame neurológico convencional. A partir disso, os critérios diagnósticos tradicionais para a doença de Alzheimer são os seguintes: • Demência estabelecida por exame físico e documentada por exame formal do estado mental. • Déficits em ≥ 2 áreas cognitivas • Início gradual (ao longo de meses a anos, em vez de dias a semanas) e piora progressiva da memória e de outras funções cognitivas. • Ausência de pertubações da consciência • Início após os 40 anos, com mais frequência após os 65 anos de idade. • Ausência de distúrbios sistêmicos ou cerebrais (p. ex., tumor, acidente vascular encefálico) que podem ser responsáveis por deficits progressivos da memória e da cognição. As diretrizes de diagnóstico (1, 2) mais recentes (2011) da National Institute on Aging– Alzheimer's Association também incluem biomarcadores para o processo fisiopatológico da doença de Alzheimer: No entanto, as diretrizes (1, 2) não defendem o uso de rotina desses biomarcadores para o diagnóstico porque a padronização e disponibilidade são atualmente limitadas • Baixo nível de beta-amiloide no líquor • Depósitos beta-amiloides no cérebro detectados por imagiologia PET usando o marcador radioativo que liga-se especificamente a placas beta-amiloides (p. ex., composto B de Pittsburgh [PiB], florbetapir) Outros biomarcadores indicam degeneração ou lesão neuronal a jusante: • Níveis elevados da proteína tau no líquor • Diminuição do metabolismo cerebral no córtex temporoparietal medida usando PET com deoxiglicose marcada com flúor-18 (18F) (fluorodeoxiglicose, ou FDG) • Atrofia local nos lobos temporais mediais, basais e laterais e córtex parietal medial, detectados por RM https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/delirium-e-dem%C3%AAncia/dem%C3%AAncia#v1036708_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/delirium-e-dem%C3%AAncia/dem%C3%AAncia#v1036708_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/delirium-e-dem%C3%AAncia/doen%C3%A7a-de-alzheimer#v37930195_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/delirium-e-dem%C3%AAncia/doen%C3%A7a-de-alzheimer#v37930195_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/delirium-e-dem%C3%AAncia/doen%C3%A7a-de-alzheimer#v37930195_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/delirium-e-dem%C3%AAncia/doen%C3%A7a-de-alzheimer#v37930195_pt
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