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Manual Basico de Gestalt Terapia

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Gestalt-terapia
Apostila inicial
Patrícia Albuquerque Lima – Ticha CRP 10.906 
 A Gestalt Terapia é uma abordagem psicológica que teve seu início oficial na década de 50 do 
século passado, nos Estados Unidos. Foi criada por Frederick Salomon Perls - mais conhecido como 
Fritz Perls - sua esposa Laura Perls e alguns colaboradores (vale destacar o nome do intelectual 
americano Paul Goodman). Perls era judeu alemão, tendo partido da Europa Ocidental por ocasião da 
invasão nazista, indo viver na África do Sul onde residiu por mais de dez anos. Enquanto viveu na 
Europa freqüentou instituições de psicanálise e ligou-se a profissionais vinculados à Escola do 
Gestaltismo. Perls e Laura partiram para a África do Sul com a incumbência de criar uma Sociedade 
de Psicanálise naquele país, convite este feito por Ernest Jones. 
 Durante o período no qual exerceram a prática do ensino e da clínica psicanalítica em 
Johannesburgo, Fritz e Laura começaram a repensar alguns aspectos da teoria da psicanálise, o que 
gerou um artigo sobre as resistências orais, artigo este que Perls levou para ser apresentado em um 
Congresso Internacional de Psicanálise em 1936 em Praga. Este artigo foi duramente criticado pela 
comunidade psicanalítica da época, o que deixou Perls bastante desiludido pessoalmente com nomes 
importantes desta escola, principalmente com o próprio Freud. Voltando à África do Sul ele e Laura 
desenvolveram este artigo o que implicou no lançamento do livro “Ego, Hunger and Aggression” 
(1942) que propunha novos arcabouços teóricos para a prática psicoterápica que seriam adotados 
posteriormente para a criação da Gestalt Terapia. O paralelismo psicofísico vigente na teoria 
psicanalítica da época era criticado nesta obra, sendo o holismo apresentado como uma nova 
perspectiva teórica para o estudo do ser humano. Os conhecimentos advindos do Gestaltismo são 
resgatados para apoiar uma visão de todo, integrado (whole), na qual o homem deve ser compreendido 
como uma estrutura contextualizada, opondo-se ao reducionismo presente no pensamento médico da 
época. O conceito de organismo proposto pelo neurologista Kurt Goldstein é adotado, conceito este 
que trata do homem como um ser integrado entre mente e corpo e o contato com o seu meio externo. A 
teoria de campo de Kurt Lewin é valorizada pois, traz em si, também uma visão estruturante e 
contextualizadora do fenômeno humano. 
 Durante o período em que Perls fez sua formação didática em psicanálise na Europa foi cliente do 
psicanalita Wilhelm Reich, que vinha pensando as bases de uma nova perspectiva de análise do caráter. 
Perls impregna-se desta noção de caráter na qual há uma coerência entre os encouraçamentos que se 
1
expressam no corpo físico e as coerções que foram vividas na vida social deste indivíduo. Traz do seu 
passado uma influência marcante de sua passagem pela escola teatral do expressionismo alemão que 
valorizava a leitura corporal como um veículo de acesso da expressão total do ser. Seus conhecimentos 
sobre a Filosofia Oriental, principalmente de Zen Budismo, também contribuíram para esta visão 
integrativa do mundo que é apresentado neste livro de 1942. 
 Do desenvolvimento destas idéias iniciais, já nos Estados Unidos, surge a proposta da criação de 
uma nova escola psicológica, a Gestalt Terapia. O primeiro livro de Gestalt Terapia é lançado em 1952. 
Esta abordagem se propunha a abandonar o enfoque histórico-arqueológico da Psicanálise para centrar-
se no método fenomenológico, que valorizava o fenômeno como aquilo que acontece no momento 
presente. A Gestalt Terapia deixa de lado a visão médica causalista de doença, a qual a psicanálise se 
subordinava em busca de previsibilidade diagnóstica e possibilidade de determinação de 
comportamentos. A Gestalt Terapia encarava o “adoecimento” como uma tentativa saudável do ser em 
busca de um equilíbrio, sempre dinâmico, necessário para que haja um contato adequado com o meio. 
A doença é então um caminho para a saúde, ela tem uma função e uma sabedoria em si mesma. A 
Gestalt Terapia surgiu como uma busca de estudar o fenômeno humano dentro de uma ótica não linear, 
não determinista, não causalista, não mecanicista e, principalmente não paralelista e sim unicista. 
Abaixo passaremos a apresentar as principais influências filosóficas e teóricas que se fizeram presentes 
na criação desta abordagem. 
2
Bases Filosóficas 
Humanismo
 Movimento filosófico que tem suas sementes nos séculos XIII/XIV, tendo historicamente tido seu 
esplendor no pensamento dos séculos XV/XVI. Na realidade, já no pensamento grego e romano 
exaltava-se os valores humanos da beleza, virtude, força, etc. O que consideramos modernamente como 
filosofia humanista moderna diz respeito a uma corrente de pensamento que privilegia a subjetividade 
do homem como ponto de partida para a construção de toda a realidade (Descartes, Kant e Hegel). Uma 
doutrina só pode ser qualificada como humanista se reconhece o homem como um ser superior a todos 
os outros, sendo o objetivo e a meta de todas as atividades e de todas as instituições. 
Fenomenologia
Franz Brentano (1838-1917)
 Filósofo, profundo conhecedor do pensamento aristotélico, propunha-se a reintegrar as tradições 
metafísicas ao pensamento filosófico Moderno. Opunha-se ao pensamento dialético de Hegel, por seu 
caráter mecanicista. Defendia como significativo o modo essencial das ações humanas. Redefiniu o 
conceito de intencionalidade do fato psicológico, mostrando que todo fenômeno psíquico é referente a 
algo. Acreditava ser possível chegar à essência das coisas através da intuição. 
Edmund Husserl (1859-1938)
 Matemático de formação, aluno de Brentano, pretendia fundamentar cientificamente a filosofia. 
Acreditava que a filosofia poderia se tornar uma ciência universal. Parte de uma oposição às teorias 
3
científicas vigentes (racionalismo) colocando a subjetividade em primeiro plano como veículo para o 
estudo dos fenômenos. Sistematiza a noção de intencionalidade como o principal postulado da 
Fenomenologia. A sua busca era chegar a um modo puro e não-empírico de examinar a realidade tal 
como ela se dá na experiência. É pela intuição das essências que emerge a verdade. É através desta 
possibilidade, de se apreender as significações universais pela experiência contingente, que pode se 
desenvolver a Psicologia. Ou seja, considerando que as experiências individuais não são nem física 
(psicologismo), nem socialmente determinadas (sociologismo). Pela redução fenomenológica tenta-se 
explicitar a fonte pura de todas as significações que constituem o mundo e que constituem o eu 
particular. O mundo nada mais é do que um objeto intencional para o sujeito transcendental. Para 
Husserl a Psicologia não é filosofia, nem pode ocupar o seu lugar. A consciência, enquanto objeto de 
estudo para o psicólogo é uma coisa entre todas as coisas do mundo. O psicólogo é sempre levado a 
fazer da consciência um objeto de constatação. A fenomenologia é que permite, através da redução 
fenomenológica, chegar-se à intuição eidéitica. A autonomia da psicologia se manifesta na sua tarefa 
de investigar os fatos e as relações de fato; mas a significação última destes fatos e destas relações só 
pode ser fornecida por eidética fenomenológica, na qual distingui-se o sentido ou a essência da 
perceção, da imagem e da consciência.
Intencionalidade – é o que liga a consciência (do sujeito) ao mundo. É através da intencionalidade que 
o sujeito se relaciona com o objeto, tornando-os inseparáveis. A intencionalidade é a característica 
fundamental da consciência, pois toda a consciência é consciência de alguma coisa (implicação).
Consciência– É o que confere significado para o mundo. Ela não cria os fatos, nem é criada por 
eles, mas é através da consciência que os fatos ganham significado. O fenômeno se objetiva, ganha um 
sentido, a partir da subjetividade da consciência. A consciência, para a Fenomenologia, é sempre 
consciência de algo – sendo seu traço essencial a intencionalidade. 
Noema – É o conjunto de características de que são investidos os objetos, a partir da experiência, pela 
consciência (aspecto objetivo). 
Noesis – É o aspecto subjetivo da experiência vivida advindo pela busca de compreensão do objeto.
Essência – É o que torna possível os fenômenos, pois é o que os constitui. As essências podem ser 
captadas pela intuição. 
4
Martin Heidegger (1889-1976) 
 Filósofo alemão, aluno e assistente de Husserl. Propôs-se a elaborar uma teoria do Ser, acreditando 
que a tarefa principal do filósofo deveria ser buscar o sentido do ser ( não considerando-o como um ser 
em particular). Refere-se ao Dasein (da – aí; sein – presença) como o ser singular, concreto – é o ser aí. 
O Dasein é o homem, o indivíduo, em sua existência cotidiana. Heidegger defendia que o ser que 
existe é o homem, os objetos apenas estão. Só para o homem tem sentido algo como o existir. O 
homem autêntico é aquele que reconhece a radical dualidade entre o humano e o não-humano. A 
inautenticidade se dá neste não reconhecimento. Para Heidegger a experiência mais inquietante é a 
consciência da morte, característica do humano. O Dasein refugia-se em uma existência inautêntica 
quando evita defrontar-se com esta experiência fundamental. Assumindo sua morte o Dasein alcança 
sua autenticidade. A angústia ante o nada conduz o homem à existência autêntica. Heidegger aplicou 
o método fenomenológico partindo do homem de fato, centrando suas preocupações com as condições 
emocionais da angústia como um sinal da verdadeira situação do homem-no-mundo. Por sua 
preocupação com a questão da existência humana Heidegger partiu da concepção fenomenológica para 
abrir portas para uma visão existencialista do Dasein (o pensamento existencial-fenomenológico). 
Εξιστενχιαλισµο 
 Movimento filosófico bastante discutido nas décadas de quarenta e cinqüenta do século passado. 
Podemos considerar como existencialista toda doutrina filosófica que centra sua reflexão sobre a 
existência humana considerada em seu aspecto particular, individual e concreto, mas o existencialismo, 
enquanto movimento filosófico em si, é bastante recente. Podemos indicar seu nascimento como sendo 
na França e seu “pai” o pensador dinamarquês Sören Kierkegaard.
Sören Kierkegaard (1813-1855) 
 
 Profundo estudioso da religião luterana, tendo sido criado de modo rigoroso dentro de seus 
preceitos. Foi um veemente opositor das idéias de Hegel, criticando a visão deste autor de que a 
realidade pudesse ser explicada tal qual o funcionamento de um sistema. Defendia que a realidade só 
poderia ser entendida através da subjetividade. Todo conhecimento deve ligar-se à existência, à 
5
subjetividade. O homem é a categoria central da existência. Para Kierdegaard, ao homem apenas resta 
a liberdade de escolher e decidir pelo que deverá fazer e ser. O sentimento religioso é o que dota a 
ética humana de sentido. 
Jean- Paul Sartre (1905-1980) 
 
 Foi um dos principais filósofos do existencialismo, tendo sido duramente criticado e atacado por 
diversos autores que tanto o contestavam filosoficamente, quanto o criticavam pessoalmente. A sua 
principal obra, que o projetou internacionalmente, foi “O Ser e o Nada” (1943), lançada no auge da 
Segunda Guerra Mundial. Sartre foi quem sistematizou o princípio de que a existência precede a 
essência como sendo o princípio básico unificador de todas as correntes existencialistas. Para ele, 
portanto, o homem primeiramente existe, vive no mundo, e só posteriormente defini-se. O homem é o 
único ser livre, sendo responsável por tudo aquilo que escolhe e faz. Para o existencialismo a liberdade 
é a capacidade do indivíduo de decidir sobre sua vida, sendo que por mais livre que o homem seja, vive 
limitado pela sociedade através de suas regras. Para Sartre a subjetividade é o ponto de partida de toda 
doutrina filosófica. É a subjetividade que impede o homem de se tornar objeto, fazendo prevalecer sua 
condição de sujeito. Pelo existencialismo a angústia é condição da existência em liberdade do homem. 
O indivíduo se angustia por que tem que escolher sua vida, seu destino, por si próprio. 
6
Influências Teóricas
Teoria de Campo
 As propostas de Kurt Lewin surgiram com o intuito de prover à Psicologia de um campo conceitual 
adequado a ser aplicado em todas as áreas de investigação que não só aos fatos explicados em campos 
específicos como a psicologia da infância, a psicopatologia e a psicologia animal (etologia). Lewin 
acreditava que apenas as pesquisas experimentais nas áreas das percepções e sensações, estivessem se 
desenvolvendo da forma ideal. O campo de estudos experimentais, relativo aos desejos e necessidades 
estava, naquela época (década de 30 do Séc. XX) ainda bastante estagnado. 
 Diante desta realidade, Lewin se propõe a criar uma teoria empírica dos problemas humanos que 
utilizava a topologia (ramo da ciência matemática) para adequar à psicologia ao campo científico 
experimental. Pela topologia não se considerava apenas o problema do tempo, já presente no 
pensamento científico daquela época, mas também inseria a questão do espaço na pauta das discussões. 
Lewin fez uso de conceitos matemáticos e físicos, tais como os conceitos de vetores, campos de força 
etc., para explicar os fenômenos humanos. O sistema conceitual capaz de dar conta dos diferentes 
campos da psicologia de modo empírico deveria, de acordo com Lewin, ser rico e flexível o suficiente 
para ser justo com as enormes diferenças existentes entre os diversos eventos e realidades consideradas 
no campo de aplicações da psicologia.
 Partindo das propostas da Psicologia da Gestalt de se considerar os fenômenos como TODOS 
(wholes), Lewin defendia que as investigações experimentais sobre os desejos, as necessidades, ações e 
emoções não poderiam ser conduzidas sem se levar em consideração às características individuais da 
pessoa e o meio ambiente que a circundava. A psicologia só se desenvolveria cientificamente quando 
fosse capaz de tratar das emoções, dos pensamentos, dos valores e dos relacionamentos sociais de 
forma não isolacionista e compreendendo-os como interligados e como expressões de uma situação 
concreta que dizia respeito a uma determinada pessoa em uma determinada condição.
7
O novo sistema conceitual proposto por Lewin propunha-se a:
1) Criar uma representação apropriada para os processos psicológicos que fosse logicamente 
consistente e, ao mesmo tempo, adaptável às propriedades especiais da “vida psicológica 
espacial”.
2) Incluir tanto as características do meio ambiente quanto as características particulares da pessoa 
para um estudo empírico.
3) Surgir a partir de um método advindo de sucessivas tentativas de aproximação com os fatos. 
Ser, portanto, operacional para contribuir no campo de estudos que relacionam os conceitos 
com os fatos observados.
 Lewin destacava que, a partir da transição paradigmática que ocorrera no pensamento de 
Aristóteles para o pensamento de Galileu, não seria mais possível buscar a causa para um evento na 
natureza de um objeto isolado, mas sim no relacionamento entre o objeto e suas cercanias. Um 
evento é, portanto, o resultado da interação entre vários fatores. Isto significava para a Psicologia 
que, era necessário encontrar um novo método para se representar a pessoa e o meio ambiente em 
termos comuns, vistos como as partes de uma mesmasituação. Neste sentido, Lewin propõe a 
expressão “Vida espacial” para indicar a totalidade dos fatos que determinam o comportamento do 
indivíduo em um determinado momento, entendendo que neste campo uma força é considerada como 
o resultado da interação de vários fatores. 
 Lewin criou o princípio da contemporaneidade para explicar a relação entre o evento e as 
condições dinâmicas que o produziram. Wundt tratava das causas finais (teleológicas) para 
considerar que um fato passado pudesse ser a causa única de um evento no presente. Pelo princípio 
da contemporaneidade nem os fatos passados e nem os fatos futuros poderiam ser considerados 
causadores do evento presente, mas apenas a situação presente pode influenciar os eventos no agora.
 Sem dúvida, não podemos desconsiderar que a estrutura emocional de uma pessoa e suas 
características psicológicas são, em determinados aspectos, dependentes de sua história pregressa. 
Do ponto de vista da causalidade sistemática, fatos passados não podem influenciar os eventos no 
presente. Os fatos passados possuem apenas um papel enquanto um elo histórico causal cujas 
influências se fazem presente no AGORA.
Todas as representações da vida espacial psicológica se baseiam na concepção fundamental de que 
só se pode estudar uma pessoa em particular em seu meio ambiente particular. As fronteiras entre a 
8
pessoa e o meio só podem ser visualizadas em uma posição relativa, de interdependência, implicando 
no uso de categorias espaciais. 
Holismo
 Conceito filosófico criado por Jan Smuts, eminente estadista inglês que exerceu o cargo de 
Primeiro Ministro na África do Sul. A palavra holismo é uma derivação da palavra grega Holos 
(completo, inteiro, todo), e este conceito é apresentado inicialmente no livro de Smuts “Holism and 
Evolution”, editado em 1926.
 Pelo conceito de holismo o homem é visto como um ser integrado contrapondo-se a cisão entre 
mente e corpo, evidente nas escolas tradicionais de psicologia e psiquiatria. A medicina 
psicossomática surgiu como uma tentativa de apontar para a estreita relação entre a atividade mental e a 
atividade física (paralelismo psicofísico). No entanto, ainda adotava uma visão causal na qual a doença 
é vista como um distúrbio físico causado pelo fato psíquico. 
 Nas ciências biológicas o holismo surge como uma possibilidade conceitual de se reunir corpo e 
mente, tratando do indivíduo como um ser unificado. Desde o século XVII o indivíduo vinha sendo 
encarado como um sujeito esfacelado, partindo da visão cartesiana de corpo e mente. O conceito de 
holismo foi assimilado por Fritz Perls para a elaboração do campo conceitual da Gestalt Terapia a partir 
do contato direto que este teve com Jan Smuts na África do Sul.
Teoria Organísmica
 Um dos principais autores da teoria organísmica, Kurt Goldstein, foi professor de Fritz Perls em 
1926, tendo criado as bases para o pensamento organísmico a partir de seu conhecimento dos estudos 
de percepção realizados pelos pesquisadores da Psicologia da Gestalt. Goldstein foi um eminente 
neuropsiquiatra alemão, tendo exercido posições de destaque como médico, cientista e professor. Foi 
diretor do Instituto de Neurologia da Universidade de Frankfurt e foi diretor do Hospital Militar para 
Soldados com Lesões Cerebrais. Em 1930 transferiu-se para a Universidade de Berlim onde atuou 
como professor de Neurologia e Psiquiatra. Em 1933 foi para Amsterdã onde lançou seu mais 
9
importante livro onde expunha a teoria organísmica. Mudou-se para os Estados Unidos em 1935, 
indo trabalhar no Instituto Psiquiátrico de Nova York. 
 Goldstein foi extremamente influenciado pela sua prática em neurologia desenvolvendo a teoria 
organísmica a partir do contato com pacientes lesionados cerebralmente, em grande maioria vítimas 
de acidentes ocorridos durante a I Guerra Mundial. Goldstein começou a perceber que as lesões 
cerebrais geravam mudanças comportamentais mais vastas do que as que poderiam ser explicadas 
como decorrentes das funções da área afetada. Parecia que o indivíduo como um todo tivesse que se 
reorganizar em função das limitações impostas pelas lesões sofridas. Perls trabalhou como assistente 
de Kurt Goldstein no Instituto para vítimas de lesão cerebral que o neurologista dirigia, influência 
fundamental no seu desenvolvimento profissional.
 A teoria organísmica era um sistema teórico integrativo que creditava a relação entre figura e 
fundo percebida no gestaltismo, como um princípio primário organizativo do organismo de modo 
geral. A teoria organísmica de Goldstein ampliou as bases do gestaltismo, tomando por objeto não 
mais apenas a percepção mas o organismo como um todo, considerando todas as suas funções e 
ações no mundo. O conceito de organismo de Goldstein integrava os aspectos físicos, emocionais e 
sociais de um indivíduo, defendendo a premissa de que o corpo e a mente não podem ser 
diferenciados e que na verdade somos um todo, que inclui, inclusive, as relações que estabelecemos 
com o meio que nos rodeia. Goldstein acreditava que o organismo regulava-se por um processo 
semelhante à homeostase, em busca de auto-realiza-se e atualizar-se. Pela formação médica de 
Goldstein entende-se o modo como conceitos biológicos são transpostos para o estudo dos processos 
psicológicos. No entanto, sua tentativa de trazer uma visão sistêmica para o estudo do ser humano 
foi fundamental para o intuito de romper com o modelo paralelista da psicanálise, que dominava o 
universo da Psicologia em sua época.
 Os principais postulados da teoria organísmica, conforme enunciados de Goldstein, são:
- O estado natural do organismo é de organização, estando a pessoa normalmente integrada. A 
desorganização é patológica e se dá, em grande parte, por dificuldades impostas pelo meio ambiente. 
Este princípio organizativo é inerente ao funcionamento sistêmico, onde a compreensão de um 
distúrbio só é possível quando se estuda o mesmo como um todo integrado, e nunca pela análise das 
partes separadas do organismo.
- Existe um impulso de auto-realização no homem que o motiva a lutar através dos recursos que lhe 
estão disponíveis pela mobilização de suas potencialidades. Goldstein não via o homem como um 
sistema fechado, estudando-o sempre em relação com o meio externo. O meio desequilibra o 
10
funcionamento do organismo quando não lhe permite satisfazer-se, sendo a patologia um estado de 
cristalização deste desequilíbrio. Uma forte ansiedade pode gerar desintegração neste sistema.
- O fluxo contínuo de tarefas que o organismo precisa executar para se manter atualizado é que gera a 
formação de figuras e a inversão entre figura/fundo. Goldstein fazia uma distinção entre figuras 
naturais e não naturais. As figuras não naturais são as que surgem a partir de experiências 
traumáticas vividas pelo organismo resultando em um comportamento mecânico e rígido. 
- Existe uma reserva de energia circulante no organismo e em estado de equilíbrio esta se distribui de 
forma uniforme. A pessoa normal busca equilibrar este fluxo energético sempre que ele é alterado, 
havendo um nível ótimo de tensão o qual o organismo procura sempre voltar. Este nível ótimo, 
homeostático, é um estado holístico ideal que raramente é conseguido, mas sempre procurado como 
um parâmetro. Toda necessidade surge como um estado deficitário ao qual o organismo deve buscar 
o seu equilíbrio. A busca de satisfação destas necessidades é o que podemos chamar de princípio de 
auto-realização. Este princípio é orgânico e universal. As potencialidades individuais são inatas mas 
variam de indivíduo para indivíduo. Além disto, os ambientes se apresentam como meios culturais 
diversos, trazendo aspectos peculiares para o desenvolvimento decada indivíduo em particular. 
Existe uma interação constante entre o organismo e o meio ambiente. Goldstein defendia que o 
organismo possui uma essência que se modela pelas influências ambientais.
- Goldstein entendia os sintomas como tentativas de adaptação que o organismo estabelece diante das 
exigências do meio e que são coerentes com seu funcionamento global. Pacientes com lesões 
cerebrais tendem a desenvolver comportamentos compensatórios que, de forma repetitiva, buscam 
sanar as deficiências ocasionadas pela lesão. Estes comportamentos, apesar de esteriotipados, são 
adaptativos. Para compreendermos o significado de um sintoma temos sempre que estudá-lo levando 
em consideração a maneira como o indivíduo funciona de forma mais ampla. Goldstein se utilizava 
de testes quantitativos e do método qualitativo para o estudo exaustivo de cada paciente 
individualmente. 
11
Conceitos centrais na abordagem gestáltica
Aqui-agora – é um conceito advindo de duas fontes diversas de pensamento – a fenomenologia e uma 
visão de mundo baseada na filosofia oriental. Fenomenologicamente, falar de aqui-agora é se referir ao 
fenômeno que emerge no momento presente de uma determinada situação. Este fenômeno pode estar 
referido a acontecimentos passados, expectativas futuras mas, ele ocorre no momento atual do aqui-
agora. A Gestalt terapia adota este conceito do aqui-agora fenomenológico e com isso, liberta-se dos 
modelos de psicodiagnósticos nosográficos através dos quais a sintomatologia apresentada pelo cliente 
possibilitaria enquadrá-lo dentro de um rótulo pré-determinado, um determinado quadro 
psicopatológico. O modelo diagnóstico adotado seria, conforme vários autores atuais, o de diagnóstico 
dialógico processual. Isto significa que as avaliações vão sendo feitas e refeitas pelo profissional e seu 
assistido (cliente, empresa, grupo) a cada momento. Não existe um diagnóstico fixo nem a 
possibilidade de se utilizar técnicas previamente definidas para cada caso estudado. É na relação 
dialógica que se estabelece que vão emergindo as peculiaridades de cada momento e a relação 
profissional vai sendo pautada pelo que vai ocorrendo. Esta visão é, em muitos aspectos, bastante 
próxima de determinadas particularidades da filosofia oriental. Considerando o zen budismo e sua 
afinidade com os conceitos de fluxo, de transformação e de não determinação dos acontecimentos seria, 
a busca da iluminação se dá no exercício das ações do cotidiano através de um processo de auto-
conscientização que ocorre no aqui-agora da situação vivida. A experiência de cada momento é o que 
leva o homem ao aperfeiçoamento e ao equilíbrio físico e mental.
Awareness – este termo é usado na teoria da gestalt-terapia normalmente sem que seja traduzido pela 
dificuldade de encontrar uma palavra adequada para expressá-lo. Talvez a melhor tradução seja o dar-
se conta, o estar consciente da situação. A awareness é um estado de total conscientização do ser onde 
as emoções, os pensamentos e as sensações que ocorrem no contato com o meio são plenamente 
identificados de forma uníssona possibilitando uma vivência de integração. A saúde mental equivaleria 
12
a um estado de awareness fluida pela qual as transformações vão sendo acompanhadas e atualizadas 
pela pessoa.
Auto-regulação – é através deste mecanismo que a awareness pode ir sendo alcançada pelo processo 
de surgimento das necessidades e resolução dos conflitos que ocorrem entre o homem e o meio. É um 
processo bastante semelhante a homeostase estudada pela Biologia que fala de um mecanismo de 
equilibração espontâneo que visa uma busca de bem estar e de bom funcionamento do sistema sempre 
que ocorre um desequilíbrio inerente ao contato sistema interno/sistema externo. 
Contato – é o processo pelo qual o ser se apercebe dos acontecimentos que ocorrem no meio e das 
mudanças que se dão no seu próprio “organismo” ( conceito emprestado da teoria organísmica de Kurt 
Goldstein). Só através de um permanente contato consigo mesmo e com o contexto é que o homem 
pode estabelecer quais sãos suas prioridades, planejar ações e mobilizar o meio a fim de satisfazê-las. 
No entanto, nem todo contato é, em si, saudável. Muitas vezes pela auto-regulação organísmica a 
evitação do contato surge como o mecanismo adequado para interromper um processo que pudesse ser 
danoso e prejudicial ao pleno funcionamento do organismo. Busca de contato e retraimento impõe-se 
como possibilidades de ajuste entre o homem e o seu meio que emergem na fronteira de intercâmbio 
que transforma a realidade do homem em um estar permanentemente no e com o contexto.
13
A Abordagem Gestáltica (texto baseado no livro A Abordagem Gestáltica – A testemunha ocular 
da terapia. Perls, F. Rio de Janeiro: Zahar, 1977)
Premissas Básicas da Abordagem Gestáltica:
1 – “ A organização de fatos, percepções, comportamentos ou fenômenos, e não os aspectos individuais 
de que são compostos, é que os define e lhes dá um significado específico e singular.” (p.18)
 - O interesse é que organiza a situação de modo significativo. A medida em que os interesses 
variam, muda a percepção do espaço físico, das pessoas e objetos e, até a percepção de si próprio. 
Primeiro e segundo planos são intercambiáveis e não permanecem estáticos.
2 – Todos os comportamentos são governados por um princípio homeostático (adaptativo). O processo 
homeostático é aquele pelo qual o organismo mantém seu equilíbrio através de satisfação de 
necessidades, que são também intercambiáveis. O equilíbrio homeostático é uma forma de equilíbrio 
dinâmico e, quando o processo não funciona, o organismo adoece. Este processo é auto-regulativo 
através do qual o organismo interage com o meio. As necessidades fisiológicas surgem quando o 
equilíbrio é alterado. O correlato psicológico do processo homeostático surge como uma necessidade 
de contato. No entanto, no processo de auto-regulação organísmica, os processos psíquicos não podem 
ser divorciados dos processos fisiológicos.
 O conceito psicanalítico da neurose como resultado da repressão de instintos é falho. Na realidade, 
não podemos reprimir os instintos, mas só seus sintomas e sinais. No organismo existem múltiplas 
necessidades que podem se originar simultaneamente. Uma escala de valores é que permitirá que o 
organismo aja de um modo saudável, dando prioridades ao que é fundamental em cada momento. “A 
necessidade dominante do organismo, em qualquer momento, se torna a figura de primeiro plano e as 
outras necessidades recuam, pelo menos temporariamente, para o segundo plano... Para que o indivíduo 
satisfaça suas necessidades, feche a gestalt, passe para outro assunto, deve ser capaz de manipular a si 
14
próprio e ao seu meio, pois mesmo as necessidades puramente fisiológicas só podem ser satisfeitas 
mediante a interação do organismo com o meio.” (p.23,24)
3 – O homem é capaz de funcionar em dois níveis qualitativamente diferentes, o nível do pensar e o 
nível do agir. O maior desenvolvimento da complexidade do cérebro humano lhe dotou da habilidade 
de aprender e manipular símbolos e abstrações. Esta habilidade lhe possibilita planeja simbolicamente 
o que poderá fazer fisicamente (função mental). A mente humana possui outras funções, além da do 
pensamento. A atenção, a capacidade de conscientização e a vontade são atividades mentais humanas 
que dizem respeito à íntima relação entre pensamento e ação. Pela atividade da fantasia reproduz-se a 
realidade em uma escala reduzida, através da utilização de símbolos. A atividade da simbolização 
reproduz, inicialmente, a realidade, podendo se distanciar desta posteriormente. Pela atividade 
simbólica (fantasia, imaginação) podemos antecipar acontecimentos, funcionando como uma economia 
de tempo, energiae trabalho para o indivíduo. As atividades mentais exigem menos dispêndio de 
energia corporal do que as atividades físicas. “A energia que o homem economiza pensando nos 
problemas em lugar de atuar em toda a situação pode agora ser investida em enriquecimento da sua 
vida.”(p.29) Os aspectos físicos e os aspectos mentais do comportamento não são entidades 
independentes que possuem existências separadas. O ser humano é um todo e o seu comportamento se 
manifesta, tanto a nível explícito da atividade física, quanto ao nível implícito da atividade mental. 
Ambas as atividades física e mental são manifestações do ser do homem. A neurose é que leva o 
homem a não se perceber enquanto um ser total. Só a experiência integrada da sua atividade física e 
mental que poderá levar o homem ao sentido de totalidade natural.
 Opondo-se a concepção do paralelismo psicofísico, nos utilizamos do conceito de campo unificado 
como um conceito holístico para o estudo do ser humano. O homem não é apenas o que diz e pensa, 
mas também o que faz. 
4 – O homem não é um ser auto-suficiente, só pode existir inserido em um campo. A relação que se 
estabelece entre o homem e o meio é mutuamente determinante. “O estudo do modo que o ser humano 
funciona no seu meio é o estudo do que ocorre na fronteira de contato entre o indivíduo e o seu meio.... 
Se, por alguma alteração no processo homeostático, o indivíduo for incapaz de manipular seu meio a 
fim de atingi-las, comportar-se-á de modo desorganizado e ineficaz.” (p. 31,33) O conflito neurótico 
surge quando o indivíduo perde a habilidade de organizar seu comportamento de acordo com uma 
hierarquia indispensável de necessidades e, com isso, perde a capacidade de se concentrar em qualquer 
15
atividade. Para a Gestalt Terapia, um ponto cego surge quando um indivíduo perde totalmente o 
contato com alguns assuntos que dizem respeito ao seu relacionamento com o meio, aniquilando-os 
diante da sua incapacidade de lidar com estes. Nem todo contato é saudável, nem toda fuga é doentia, 
como apontava Perls. O contato e a fuga são as possibilidades que temos para lidar como as situações 
que se apresentam pela relação com o meio. Quando há uma solução para esta necessidade que surgiu 
a partir do contato entre o homem o meio externo, dizemos que houve um “fechamento de gestalt”. 
Quando está solução não foi viável falamos que surgiu uma “gestalt inacabada”. “Este contato com o 
meio e a fuga dele, esta aceitação e rejeição do meio, são as funções mais importantes da personalidade 
global, são os aspectos positivos e negativos dos processos psicológicos pelos quais vivemos. São 
opostos dialéticos, parte da mesma coisa, a personalidade total.” (p.36) 
16
. 
 Mecanismos neuróticos 
 Para a Gestalt Terapia, os mecanismos neuróticos surgem como tentativas de evitação de contato, 
tentativa esta que buscava ser adaptativa à situação apresentada no passado mas, que pela repetição e 
cristalização, vai se tornando disfuncional no presente. A meta da psicoterapia seria fornecer a este 
indivíduo a possibilidade de poder se apoiar em seus próprios suportes para buscar alternativas criativas 
de lidar com as situações ansiogênicas. Este é um trabalho inicialmente de revitalização da auto-estima 
da pessoa e, principalmente, de descoberta e valorização dos seus próprios potenciais. Os mecanismos 
neuróticos não são, em si, nem bons nem maus. O mau uso dos mesmos é que os torna nocivos como 
repetições rígidas dos mesmos padrões de funcionamento diante das circunstâncias do meio. Vale 
destacar que aqui fica evidente a importante contribuição da noção de caráter conforme desenvolvida 
pelo psicanalista Wilhelm Reich, que foi pessoalmente analista de Perls no momento em que repensava 
este conceito. Este conceito de caráter valoriza não só os aspectos psicológicos, mas também os 
aspectos físicos (tensões, formas de adoecimento, posturas corporais) e o modo básico de 
relacionamento que o indivíduo desenvolve no contato com os outros e com o meio externo. 
 Perls enumerou inicialmente cinco mecanismos neuróticos básicos. Outros autores posteriormente 
reformulam estas noções iniciais e citam outros mecanismos neuróticos. É importante ter em mente 
que estes mecanismos surgem como interrupções de um ciclo básico que surge a partir da percepção de 
uma sensação que deflagrará um processo de reconhecimento de uma necessidade pelo funcionamento 
da awareness do indivíduo que, busca através de uma ação no meio, satisfazer esta necessidade pelo 
contato que se estabelece entre o ser e o contexto. Como nem sempre esta satisfação é possível a 
frustração é um dado inevitável, sendo importante para o pleno funcionamento deste ciclo de contato a 
possibilidade de lidar com a frustração de modo a buscar outras soluções para a satisfação desta 
necessidade que surgiu como figura pregnante. O excesso de processos frustrantes no ciclo de contato 
do indivíduo com o meio é que leva ao aparecimento de uma forma de sofrimento físico e/ou mental. A 
17
frustração em si é inevitável, sendo saudável para o indivíduo ter “jogo de cintura” o suficiente para 
transcender esta situação frustrante. O excesso de frustrações ou a rigidez do indivíduo na busca de 
novas possibilidades de ação no meio é que levam ao mau funcionamento deste ciclo e, portanto, ao 
surgimento de processos de adoecimento. 
 Perls e Laura, observando o desenvolvimento de seus filhos nos primeiros anos de vida, refletiram 
sobre a importância da alimentação como, talvez o primeiro mecanismo pelo qual o ser entra em 
contato com o mundo - assimilando objetos externos, transformando o alimento em parte de si mesmo 
e rejeitando aquilo que não lhe interessa. Esta reflexão sobre a importância do modelo da alimentação 
como padrão básico para as posteriores formas de contato com o meio, fica evidente também na forma 
como Perls descreveu sua teoria sobre a neurose e a formação dos mecanismos neuróticos. A seguir 
citaremos os principais mecanismos neuróticos destacando algumas de suas características:
Introjeção - Pensando na alimentação enquanto uma metáfora para o processo de contato do ser 
humano com o meio ambiente faz parte deste processo a discriminação daquilo que deve ser assimilado 
para o bem estar do indivíduo e aquilo que deve ser eliminado por ser desnecessário ou pernicioso para 
este mesmo indivíduo. O alimento é processado pela mastigação e partes dele são então assimiladas, 
digeridas e passam a fazer parte do organismo do próprio indivíduo. A introjeção ocorre como algo 
que é engolido, sem ser devidamente destruído e descriminado, ficando como um objeto estranho 
dentro do organismo deste indivíduo. Fazendo paralelos para tudo àquilo que assimilamos do meio; 
incluindo aqui regras, leis, dogmas e o que é aprendido de modo mais amplo, um introjeto é algo que é 
assumido como parte deste indivíduo antes mesmo de ser discriminado se seria necessário para o bom 
funcionamento do mesmo. A introjeção se transforma em um mecanismo neurótico pernicioso a partir 
do momento que este indivíduo passa a assumir como verdade coisas “engolidas e mal digeridas” e 
passa a funcionar como um mero repetidor de regras e padrões sociais impostos. Este sujeito assume 
uma postura diante da vida de “engolidor de sapos” e já não consegue distingüir entre aquilo que 
acredita e aquilo que lhe impôs como verdade. 
 No entanto, nem toda a introjeção é prejudicial em si. Faz parte do processo educacional o 
aprendizado de convenções sociais e de regras básicas que devem ser rapidamente aprendidas quando 
se entra em contato com os dados de um novo meio social. Alguns aprendizados não precisam de uma 
elaboração mais profunda e são simplesmente engolidos da forma mais rápida, não tendo que 
necessariamente fazerparte do código mais amplo de valores e crenças deste sujeito. Por exemplo, 
18
podemos pensar em alguns assuntos que precisamos “decorar” por situações da vida – uma prova, um 
concurso – mas que são informações passageiras das quais não pretendemos nos apoderar de modo 
mais amplo. A introjeção é indício de funcionamento neurótico quando o indivíduo não mais se dá 
conta de que apenas repete o que engole, não tendo idéias próprias e assumindo como verdades regras 
que não lhe servem de fato. É interessante observar que estas pessoas usam, com freqüência 
expressões do tipo: “Devemos, é necessário, é verdade que..., As coisas são assim...., etc. Estas pessoas 
podem desenvolver um processo digestivo ruim, tendo tendência a reter alimentos (prisão de ventre, 
indigestões) e tendo dificuldade de vomitar e colocar para fora o que lhe faz mal. 
Projeção – é o mecanismo oposto à introjeção. Enquanto na introjeção conteúdos são engolidos sem 
serem devidamente processados, na projeção conteúdos são projetados no meio externo, como uma tela 
de cinema, assumindo que faz parte do outro algo que na realidade é nosso. Assim como a introjeção, a 
projeção tem seu aspecto útil e válido. Relações onde a empatia prevalece são relações que partiram de 
uma projeção. Muitas vezes precisamos nos colocar no lugar do outro para termos acesso a algo que 
não conhecemos, funcionando como um ensaio, um faz de conta. O aspecto negativo aparece quando 
perdemos a noção de que estamos ensaiando algo e passamos a acreditar que os outros são do jeito que 
pensamos que são, ou que são atitudes do outro, características que na realidade, estamos lhes 
imputando. O exagero da projeção é a própria paranóia, onde tudo o que é ruim é visto como sendo 
algo vindo de fora. A projeção aparece freqüentemente em relações filiais, nas quais pais e mães 
assumem verdades para seus filhos que são suas, assim como: “Acho que estamos cansados, ou 
estamos nervosos, precisamos nos acalmar, etc.” É compreensível que é muito mais cômodo jogar a 
responsabilidade no outro por aquilo que não sabemos ou fazemos errado. O projetor acusa sempre o 
meio externo por tudo o que de errado ocorre. Usa com freqüência frases do tipo: “ As pessoas fazem, 
Eles pensam que.....,etc”. Estas pessoas tem uma dificuldade enorme de assimilar o meio e podem 
assumir atitudes inconseqüentes como o famoso - “Eu não tenho nada com isso...” Podem ser pessoas 
muito reativas, daquelas que se vangloriam por não levar desaforo para casa e por responder a qualquer 
estímulo como uma acusação. Assumem uma postura de donos da verdade e pensam que sabem tudo o 
que é bom ou correto para os outros. A prepotência é uma característica do projetor. Podem ter 
dificuldades na alimentação, não assimilando o alimento devidamente também. É um processo inverso 
ao da introjeção pois nesta o sujeito retêm, enquanto na projeção o sujeito repele, vomita, elimina sem 
aproveitar o que lhe seria importante. O projetor é um sujeito que não aprende com a vida e com a 
experiência dos outros, pois não enxerga o outro como ele é de fato. Joga seus defeitos para os outros 
19
responsabilizando-os por tudo o que está errado. Podem assumir uma posição de vítima da sociedade. 
Estas pessoas precisam, antes de mais nada, se enxergar. Se identificar com seus aspectos bons e 
também maus. Saber quem são e se aceitar, pois deixarão de jogar para os outros a responsabilidade 
por suas atitudes sem um propósito. Talvez precisassem se livrar de um excesso de culpa que tentaram 
lhe impor. Ficaram ensaiando como ser alguém e aprisionaram o mundo como uma mera projeção das 
suas suposições e verdades. Enquanto na introjeção o sujeito se deixa invadir pelas demandas do 
mundo, na projeção ele é que invade aos outros e ao meio. Podem ser pessoas do tipo meio “entrão” ou 
folgadas. Daquelas que saem resolvendo pelos outros pois pensam que sabem tudo o que os outros 
precisam. Na realidade, estas pessoas nunca sabem o que elas mesmas sentem ou precisam. Jogam 
para fora a si mesmas esvaziando-se e tornando-se desidentificadas.
Confluência - Nos mecanismos neuróticos vistos acima as fronteiras de contato entre o eu e o mundo 
são estendidas, ora retraindo o limite do eu (introjeção), ora invadindo o limite para com o meio 
externo (projeção). Neste outro mecanismo, os limites entre o mundo externo e o eu tendem a 
desaparecer, são anulados. É um mecanismo de fusão pelo qual duas pessoas “embolam-se” tornando-
se uma massa disforme onde fica difícil distinguir quem é um e quem é o outro. A confluência é 
freqüente entre familiares, principalmente casais. Pessoas confluentes sempre falam na primeira pessoa 
do plural (nós) e usam frases começadas com a gente. Enquanto o introjetor tem dificuldade de se 
perceber e o projetor não percebe os outros, os confluentes nem se percebem, nem percebem o outro 
separadamente. É um mecanismo natural em momentos de intensa entrega afetiva, onde as barreiras 
podem ser momentaneamente rompidas. No orgasmo a confluência é natural. Em momentos 
transcendentais alcançados pela meditação ou por rituais religiosos de iluminação há uma fusão 
esperada entre a realidade do sujeito e o contexto. No entanto, a confluência é perniciosa pela 
prolongação que leva a perda de identidades separadas. Isto pode ocorrer em outros tipos de relações 
doentias tais como os fanatismos religiosos ou políticos, onde não existe separação entre o que o 
indivíduo sente ou pensa e os padrões impostos. Vai além da introjeção pois o sujeito passa a viver a 
vida do outro como sendo a sua própria ( vide os atentados terroristas recentes onde os sujeitos 
aniquilam suas próprias vidas por uma causa). Todos nós passamos por uma etapa do 
desenvolvimento psicológico de confluência, como recém-nascidos, onde ainda não discriminamos 
entre o que é o eu e o que é o fora. Talvez o processo de separação entre o bebê e a mãe tenha sido 
vivido de um modo por demais doloroso para o confluente que ele busque construir outras relações na 
vida onde possa experimentar este sentido de fusão novamente. No trabalho terapêutico as etapas são 
20
semelhantes as etapas naturais do processo de separação do bebê. Este indivíduo precisa construir uma 
confiança total no outro para acreditar que não será abandonado ou largado sem defesas no mundo. 
Em paralelo precisa solidificar seus próprios suportes para acreditar que é viável manter-se sozinho 
sem maiores riscos de comprometimento. A partir daí construirá um senso de identidade, onde alterna 
a sua percepção entre o que é seu e o que é o outro (ou o meio). Como todos os outros mecanismos 
neuróticos a confluência implica sempre em uma perda de discriminação. O confluente precisa tornar-
se uma pessoa autônoma e permitir que as pessoas que o rodeiam também o sejam, sem que para isto 
precise se desintegrar. As fantasias do confluente são desta ordem – fantasias de que será aniquilado 
com a separação do outro. 
Retroflexão - na retroflexão o sujeito volta a ação, que seria para ser exercida no meio, para si 
mesmo. Ele faz consigo mesmo aquilo que, na realidade, gostaria de estar fazendo com alguém. É um 
mecanismo neurótico socialmente esperado pois, infelizmente, nem sempre podemos agir do modo 
como gostaríamos. Muitas vezes precisamos conter impulsos que surgem por não serem adequados. 
Faz parte do processo educacional saudável aprender a refrear ações, vide o exemplo da criança que 
precisa receber limites ao invés de bater, xingar, agredir aos outros sempre que tem vontade. No 
entanto, quando o sujeito perde o controle deste mecanismo, ele passa a se auto-agredir 
constantemente, sem que tenha consciência do que está fazendo consigo mesmo. Este mecanismoé 
típico de pessoas com tendência a apresentarem quadros psicogênicos, as chamadas “somatizações” 
de que nos referimos popularmente. Estas pessoas estão de fato adoecendo, causando violências aos 
seus próprios organismos por uma impossibilidade de expressão do que sentiram em determinadas 
situações onde o contato com o meio causou-lhes ansiedade. É como se o corpo deste sujeito 
“explodisse” a partir de tantas contenções que lhe foram impostas (esta explosão é, com freqüência, 
literal, ocasionando erupções cutâneas, fortes enxaquecas, diarréias e outros quadros que sugerem um 
extravazamento da energia física contida). Estas pessoas, durante o trabalho terapêutico, começam a 
perceber o grande medo que tem de explodirem psicologicamente caso comecem a deixar sair o que 
contiveram durante toda a vida. As fantasias são as de que seriam capazes de matar alguém, espancar, 
etc. Isto pode até acontecer de fato, caso os impulsos agressivos fiquem permanentemente contidos sem 
que a pessoa tome consciência de que tipo de violência causou a si mesma (veja os exemplos, também 
bastante atuais, de matadores em série e de pessoas, aparentemente normais que um belo dia cometem 
atrocidades inimagináveis). Com certeza, esta repressão exagerada foi gerada a partir de uma demanda 
inicial excessivamente rígida por parte dos outros. Pode ser conseqüência de um processo educacional 
21
severo demais, onde a criança desde cedo aprendeu que não deve manifestar o que sente e se conter. 
Estas pessoas evidenciam fortes tensões musculares (ombros e pescoços rígidos principalmente) e tem 
uma profunda dificuldade de fazer contato com as sensações de prazer no seu corpo. Para se conter 
precisaram aprender a se segurar e a se des-sensibilizar. Muitas vezes percebe-se uma fúria contida no 
olhar destes sujeitos e uma mandíbula excessivamente presa, endurecida. O trabalho com estes 
indivíduos é um trabalho de afrouxamento, tanto do corpo físico, quanto dos rígidos padrões de 
censura. Esta pessoa precisa mostrar aos poucos sua insatisfação, sua discordância e ir liberando 
vagarosamente esta enorme agressividade aprisionada, até ganhar confiança de que não precisa ter uma 
atitude de radical violência; que possa ameaçar a integridade física de outras pessoas ou a sua própria, 
para poder então afrouxar um pouco suas amarras. O resgate do prazer como um processo natural e 
merecido do organismo é essencial para que o quantum de energia represada não se torne em uma 
bomba (auto ou hetero explosiva). 
Deflexão - apesar de não ter sido inicialmente comentado por Perls, este é um mecanismo neurótico 
que muitos autores da abordagem gestáltica dão destaque. Assim como todos os outros mecanismos 
neuróticos acima descritos, a deflexão tem a intenção de interromper o contato entre o ser e o seu meio. 
É um mecanismo que busca esvaziar este contato, escapar dele através de ações mecânicas e 
impensadas. Também não podemos descrever a deflexão como prejudicial em si, pois, como já 
afirmamos anteriormente, nem todo contato é saudável ou suportável em determinados momentos. 
Defletir um pouco faz parte de um mecanismo de auto-proteção. A deflexão permite que uma dose 
exagerada de ansiedade possa ser um pouco liberada. Uma boa caminhada ou um pouco de exercício 
físico em situações de extrema tensão não são por si ruins. Acender um cigarro, comer alguma coisa, 
falar qualquer besteira meio sem sentido, são todas experiências perfeitamente compreensíveis. No 
entanto, a pessoa que apela para a deflexão exageradamente pode se tornar uma pessoa superficial ou 
fútil, que nunca mergulha nas suas emoções mais profundas e fica sempre na superfície nos 
relacionamentos sociais. É típico daquela pessoa que fala demais sem nada a dizer, ou daquela que não 
para quieta e está sempre fazendo alguma coisa ou então daquela que mergulha em atitudes 
compulsivas como o alcoolismo, a droga -adicção, a glutonice ou até o sexo em exagero. Outra 
modalidade de deflexão, bastante presente no momento atual, é o consumo desenfreado de bens 
materiais. É a cultura do fetiche, já prevista e descrita por Marx, onde o mundo é transformado em 
enorme depósito de coisas que estão aí para nos satisfazer e nos recompensar pelas vicissitudes do 
exercício do cotidiano. Todos os nossos contatos com o mundo são efêmeros e provisórios pois uma 
22
insatisfação interna imensa nos faz, cada vez mais, buscar mais e mais coisas para nos entupir e nos 
livrar da angústia. Remetendo-nos ao pensamento existencialista, lidar com a própria angústia é o que 
dignifica o ser e o possibilita evoluir e ir além dos limites impostos. O deflexor não ousa correr o risco 
de tentar romper os limites, ele sempre esvazia o contato antes que a necessidade torne-se awareness . 
Pensando no ciclo do contato proposto (que vai da sensação a satisfação da necessidade) esta pessoa 
parte da sensação direto para a ação, ela não permite que a awareness aconteça e que o fluxo de 
equilibração se instaure no organismo. 
 A teoria do self em Gestalt
 Pensando nos mecanismos neuróticos apresentados acima, estar saudável é saber o que somos e o 
que não somos a cada momento, é distinguir o eu do resto do campo. Para isto é necessário estar 
holisticamente integrado e aware, tornando fluido e permanente o processo de auto-regulação 
organísmica pelo qual a formação e destruição de gestalten é uma constante. Neste processo, o self é 
nossa essência. O self é o processo em si, pelo qual avaliamos as possibilidades de contato no campo, 
conduzindo a ação para a busca do fechamento daquela necessidade do organismo que emergiu. Os 
níveis físico, emocional e cognitivo são manifestações diferentes da atividade do self. A fronteira de 
contato é o ponto onde a diferenciação ocorre. É na fronteira de contato que o outro e o self se 
encontram. O self é um sistema que acontece através dos contatos que ocorrem entre o eu e o meio. A 
principal atividade do self é, portanto, ajustar as demandas do eu as possibilidades existentes no meio 
para satisfazê-las. O self não é uma instância fixa, mas sim um sistema interacional eu/mundo. No self 
as funções perceptivas, motoras e cognitivas são integradas visando a harmonia do ser. Na neurose há 
uma inibição das funções do self exemplificada pelos mecanismos neuróticos relacionados acima. O 
self é espontâneo, podendo funcionar de modo mais passivo ou mais ativo de acordo com as 
características de cada situação específica. Perls inicialmente descreveu o ego, o id e a personalidade 
como funções do self. Hoje em dia é muito rara a descrição do funcionamento do ser usando estas 
categorias dentre os autores da Gestalt terapia. Privilegia-se a compreensão do self como um processo 
de estabelecimento de contato, identificação de necessidades e ação no meio de modo uníssono e 
harmônico.
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Referências Bibliográficas
BUROW, O.; SCHERPP, K. Gestaltpedagogia – um caminho para a escola e a educação. São Paulo:
 Summus, 1981.
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GINGER, S. & A. Gestalt – Uma Terapia do Contato. São Paulo: Summus, 1987.
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PERLS, F. A Abordagem Gestáltica e Testemunha Ocular da Terapia. Rio de Janeiro: Zahar, 1977.
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PONCIANO, J. Gestalt – Terapia: Refazendo um Caminho. São Paulo: Summus, 1985.
RODRIGUES, H. Introdução à Gestalt – Terapia. Petrópolis: Vozes, 2001.
TELLEGEN, T. Gestalt e Grupos. São Paulo: Summus, 1984.
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