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METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA Mário Adelmo Varejão-Silva Versão digital 2 – Recife, 2006 48 diferenças de altitude (espessuras de camadas atmosféricas), desde que seja adotada uma unidade conveniente para Φ. A unidade escolhida foi o metro geopotencial (mgp): 1 mgp = 980 cm s-2 x 100 cm = 9,8x104 cm2 s-2 = 9,8 m2 s-2 O metro geopotencial exprime o trabalho (ou a variação da energia potencial) da unida- de de massa, devido à ação da aceleração da gravidade, decorrente de uma variação de 1m em sua altitude. Da equivalência anterior se depreende que a função geopotencial, expressa em metros geopotenciais, será: Φ = 1 9 8 0, g dz z∫ (I.10.18) ou, para uma camada em que a aceleração da gravidade possa ser considerada constante, ∆Φ = ( g/9,8 ) ∆z (I.10.19) quando g for dado em m s-2 e z em metros. Observe-se que os valores do geopotencial, expressos em metros geopotenciais, são numericamente semelhantes aos da altitude expressa em metros (pois a aceleração da gravi- dade varia pouco em torno de 980 cm s-2 ). O erro cometido nesta aproximação é inferior a 1%, sendo comum, em Meteorologia, usar-se o geopotencial (em mgp) para traduzir a altitude (em metros). 11. Aceleração de Coriolis. 11.1 - Conceito. No tópico anterior analisou-se a existência de uma força centrífuga, atuando sobre os corpos em repouso em um referencial local, que possui um movimento de rotação em torno do eixo da Terra. É relativamente simples estudar o efeito de uma força inercial (decorrente do fato de se estar usando um referencial não absoluto), em situações localmente observadas como estáticas. Quando o corpo em estudo não se encontra em repouso em relação ao referencial local, porém, essa análise já não é tão simples. Considerando que as leis da mecânica clássica pressupõem a existência de referenciais absolutos (com base nos quais é feito o estudo do movimento dos corpos), surge uma questão de fundamental importância: que conseqüências advêm do fato de se analisar o movimento de corpos a partir de referenciais não inerciais ? Em outras palavras, deseja-se saber quais modi- ficações devem ser introduzidas nas equações da mecânica clássica para compensar o fato das observações estarem sendo processadas a partir de referenciais dotados de movimento.
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