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Balanço Patrimonial Núcleo de Educação a Distância www.unigranrio.com.br Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ Reitor Arody Cordeiro Herdy Pró-Reitoria de Programas de Pós-Graduação Nara Pires Pró-Reitoria de Programas de Graduação Lívia Maria Figueiredo Lacerda Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD Desenvolvimento do material: Claudia Freire 1ª Edição Copyright © 2020, Unigranrio Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio. Pró-Reitoria Administrativa e Comunitária Carlos de Oliveira Varella Núcleo de Educação a Distância (NEAD) Márcia Loch Sumário Balanço Patrimonial Para início de conversa... .................................................................... 04 Objetivo ........................................................................................... 05 1. Conceitos, Legislações e Normas Aplicáveis ao Balanço Patrimonial ......................................................... 06 2. Prática Contábil: Estrutura, Composição e Conteúdo .................. 09 3. Evidenciação: Notas Explicativas; Ética Contábil Aplicável ......... 15 Referências ....................................................................................... 21 Para início de conversa... Você sabe o que são contas patrimoniais? Contas patrimoniais são as contas de bens, direitos e obrigações e que formam o patrimônio e são evidenciadas no Balanço Patrimonial. Veja alguns exemplos: Bens e direitos: Caixa: No Balanço Patrimonial, conterá registros relacionados à entrada e à saída de dinheiro. Banco com movimento: Conterá todos os depósitos que a pessoa jurídica efetuar em bancos, deduzidos de todos os pagamentos por este efetuados. Obrigações: Fornecedores: Conta que registra o quanto a empresa deve aos fornecedores pelas compras referentes a aquisições de bens, serviços, materiais, matéria-prima etc. Empréstimos: Conta que registra o quanto a empresa deve a uma ou mais instituições financeiras. Essas contas ilustram a posição patrimonial da entidade de forma a apresentar ao seu representante e demais interessados qual a situação patrimonial da entidade em um dado momento. 4 Contabilidade Societária Objetivo Elaborar um Balanço Patrimonial. 5Contabilidade Societária 1. Conceitos, Legislações e Normas Aplicáveis ao Balanço Patrimonial O Balanço Patrimonial segue as normas do CPC 26(R1) - Apresentação das Demonstrações Contábeis. Vejamos o que diz o item 9 do CPC 26 (R1) sobre a finalidade das demonstrações contábeis: As demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial e financeira e do desempenho da entidade. O objetivo das demonstrações contábeis é o de proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a um grande número de usuários em suas avaliações e tomada de decisões econômicas. As demonstrações contábeis também objetivam apresentar os resultados da atuação da administração, em face de seus deveres e responsabilidades na gestão diligente dos recursos que lhe foram confiados. Para satisfazer a esse objetivo, as demonstrações contábeis proporcionam informação da entidade acerca do seguinte: (a) ativos; (b) passivos; (c) patrimônio líquido; (d) receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas; (e) alterações no capital próprio mediante integralizações dos proprietários e distribuições a eles; (f) fluxos de caixa. Veja que o Balanço Patrimonial, portanto, é uma das demonstrações contábeis. Para que estas sejam apresentadas de maneira adequada, faz-se necessário representar e, de maneira fidedigna, todos os efeitos das transações ocorridas na entidade, conforme as definições e critérios estabelecidos para o reconhecimento dos ativos, passivos, receitas e despesas previstos pela Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil - Financeiro, o CPC 00 (R1). 6 Contabilidade Societária Sempre que o assunto forem os critérios para registro de eventos contábeis e apresentação do Balanço Patrimonial, o contador deve seguir, no mínimo, duas normas técnicas: ▪ CPC 00 (R1) Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro. ▪ CPC 26 (R1) Apresentação das Demonstrações Contábeis. Para melhor entendimento, devemos saber que o Balanço Patrimonial é uma demonstração contábil que evidencia o equilíbrio patrimonial (equilíbrio entre origens e aplicações de recursos). É como se o contador “batesse uma foto” da situação patrimonial da entidade em um dado momento (exercício) e entregasse ao seu representante legal. A forma de apresentação do Balanço Patrimonial assemelha-se a uma balança. A P+PL Figura 1: Equilíbrio patrimonial. Fonte: Elaborado pelo autor. Em que: A - Ativo P- Passivo PL - Patrimônio Líquido 7Contabilidade Societária O Ativo (A) corresponde à aplicação dos recursos. O Passivo (P) e o Patrimônio Líquido (PL), juntos, representam a origem dos recursos da empresa. Aplicação de Recursos Origem de Recursos Contas que representam a destinação dos recursos. Contas que representam de onde se originaram os recursos. Quadro 1: Aplicação e origem de recursos. Fonte: Elaborado pelo autor. O Balanço Patrimonial deve compreender todos os bens e direitos, tanto tangíveis (materiais) – bens e direitos palpáveis, como aqueles incorporados ao patrimônio – quanto intangíveis (imateriais) – bens e direitos não palpáveis, como aqueles incorporados ao ativo intangível, às obrigações e ao Patrimônio Líquido, levantados a partir dos resultados contábeis lançados no livro-razão. No Balanço Patrimonial, as contas de origens (passivo e Patrimônio Líquido) possuem saldo credor (elementos negativos) e são compostas pelas contas de obrigações e do Patrimônio Líquido. As contas de aplicação (ativo) têm saldo devedor (elementos positivos) e são compostas pelas contas de bens e direitos. Então, podemos resumir a estrutura gráfica do Balanço da seguinte forma: Balanço Patrimonial Aplicações de Recursos Origem de Recursos Elementos positivos Elementos negativos Ativo Passivo Bens Obrigações Direitos Patrimônio Líquido Quadro 2: Estrutura gráfica do balanço patrimonial. Fonte: Elaborado pelo autor. 8 Contabilidade Societária As contas são classificadas de acordo com o prazo de vencimento (para as obrigações que a empresa tem a pagar ou a recolher) ou de recebimento (para os direitos que a empresa tem a receber). Esse prazo é dividido em curto prazo ou longo prazo. De forma geral, são classificados no grupo Realizável a Longo Prazo, contas da mesma natureza das do curto prazo. A diferença é que no longo prazo a sua realização, certa ou provável, ocorrerá após o término do exercício subsequente, o que normalmente ocorrerá no prazo superior a um ano, a partir do próprio balanço. Já o curto prazo registra contas até o final do exercício social subsequente. Para ratificar o nosso entendimento, vejamos o que diz o artigo 179, inciso II, da Lei das Sociedades por Ações no tocante ao Ativo Realizável a Longo Prazo. II - No Ativo Realizável a prazo: Os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas. Assim sendo, classificaremos os direitos e obrigações, recebíveis ou vencíveis num prazo superior a um ano a partir do próprio balanço no curto prazo e todos os direitos e obrigações, recebíveis ou vencíveis após o final do exercício social subsequente (mesmo que seja um dia) no longo prazo. Este critério é de grande importância, pois baseia-se nele, também, a classificação das contas patrimoniais nos grupos circulante e não circulante do Balanço Patrimonial. 2. PráticaContábil: Estrutura, Composição e Conteúdo As contas também são organizadas pela sua Exigibilidade (para as obrigações) ou pela sua Conversibilidade em numerário (para os bens e direitos). Também é considerada a classificação em circulante e não circulante: 9Contabilidade Societária Circulantes: São os bens, direitos e obrigações que possuem giro rápido na empresa, ou seja, são contas que sofrem modificações constantes nos saldos pelas entradas e saídas de recursos. Não circulantes: São contas cujos saldos têm uma movimentação superior a 12 meses ou a um ciclo operacional. São grupos circulantes as contas de bens e direitos de curto prazo (ativo circulante) e as contas de obrigações de curto prazo (passivo circulante). São grupos não circulantes as contas de direitos de longo prazo (realizável a longo prazo), as contas de bens e direitos para investimentos e operações da empresa tanto materiais como imateriais (Investimentos, Imobilizado e Intangível), as contas de obrigações de longo prazo (exigível a longo prazo) e as de origens de recursos das operações da empresa e dos sócios e acionistas (Patrimônio Líquido). Assim, podemos classificar os grupos de contas do Balanço Patrimonial da seguinte forma: BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO ATIVO CIRCULANTE ATIVO NÃO CIRCULANTE REALIZÁVEL A LONGO PRAZO INVESTIMENTOS IMOBILIZADO INTANGÍVEL PASSIVO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE PATRIMÔNIO L QUIDO CAPITAL SOCIAL RESERVAS DE CAPITAL AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL RESERVAS DE LUCROS AÇÕES EM TESOURARIA PREJU ZOS ACUMULADOS Quadro 3: Balanço Patrimonial. Fonte: Adaptado de Manual de Contabilidade Societária (2018). 10 Contabilidade Societária Conforme você pôde observar no quadro, o Balanço Patrimonial é classificado em Ativo e Passivo. Veremos, a seguir, cada uma dessas classificações detalhadamente, assim como seus exemplos de uso. Ativos Ativo Circulante (AC): Grupo Patrimonial composto pelas contas de bens e direitos de curto prazo, de rápida movimentação e que são facilmente convertidas em numerário. Classificam-se, nesse grupo, as contas de disponibilidades (caixa, bancos e aplicações financeiras de curto prazo); direitos (duplicatas a receber), estoques e despesas pagas antecipadamente (aluguéis, seguros etc.). Ativo não circulante: Grupo patrimonial composto pelas contas de bens e direitos com movimentação superior a 12 meses. Subdivide-se em: ▪ Realizável a longo prazo – Direitos de longo prazo da empresa. De forma geral, podemos classificar, nesse grupo, contas da mesma natureza das classificadas no grupo anterior (ativo circulante). A diferença está apenas no período de realização, que será certo ou provável após o término do próximo exercício. Exemplos: duplicatas a receber,adiantamentos a sócios, impostos a recuperar. Ressalta-se que a conta de adiantamentos a sócios será classificada no ativo não circulante. Essa classificação independerá do prazo ao qual o valor será cobrado do sócio. ▪ Investimentos – São os bens e direitos não utilizados na atividade operacional da empresa. Suponhamos que uma empresa atuante no ramo de prestação de serviços adquira um imóvel em uma região urbana de crescente valorização, considerando que se tratava de uma grande oportunidade. Como sua atividade-fim não se relaciona ao imóvel adquirido, a correta classificação deste é no ativo não circulante, subgrupo investimento. É importante ressaltar que, no caso em questão, o bem é um imóvel que perderá valor Importante 11Contabilidade Societária com o passar do tempo, portanto, também sofrerá depreciação, assim como se estivesse classificado como imobilizado. Outros exemplos de classificações similares: Obras de arte, participações em outras empresas, ações e imóveis para renda, entre outras que se enquadram na mesma natureza. ▪ Imobilizado – São os bens utilizados na atividade operacional da empresa e que sofrem depreciação. No subgrupo do imobilizado, são classificados os bens considerados corpóreos (tangíveis) que claramente se destinam a manter a atividade-fim da empresa. Seu uso deverá ser comprovado na produção de bens, serviços e/ ou fornecimento de mercadorias. Um exemplo é a aquisição de uma empilhadeira de grande porte por uma empresa que explore atividades na área de logística e armazenagem em geral. Torna-se claramente perceptível a necessidade desse bem na sua atividade operacional. Outros exemplos de classificação nesse grupo são móveis e utensílios, máquinas e equipamentos, veículos, equipamentos de informática, imóveis, instalações etc. ▪ Intangível – Composto, exclusivamente, por bens tidos como incorpóreos (imateriais) e destinados à manutenção da companhia. Entende-se que, embora não possuam existência física, esses bens se constituem em direitos legalmente adquiridos pelas instituições, cujos controle e exclusividade na sua exploração são detidos pela entidade e sofrem amortização. Um exemplo clássico para esse grupo é a aquisição de marcas e/ou patentes. As marcas são bens incorpóreos, mas que possuem, inegavelmente, valor de mercado. Quanto não vale, por exemplo, uma marca como a da Coca-Cola? Outros exemplos de classificação para esse grupo são: aquisição ou desenvolvimento de software e fundos de comércio. São considerados como fundos de comércio, os conjuntos de bens (predominantemente incorpóreos) que facilitam a atividade de comércio. Exemplos: ponto comercial, nome, tecnologia e segredos do negócio. Importante 12 Contabilidade Societária Passivos Passivo Circulante (PC): São as obrigações de curto prazo da empresa. É composto pelas contas de fornecedores, salários a pagar, impostos a recolher, empréstimos, financiamentos de curto prazo, dentre outras contas de natureza similar e cuja exigibilidade ocorra em prazo igual ou inferior a 12 meses. Passivo Não Circulante (PNC): Grupo patrimonial composto pelas obrigações de longo prazo da empresa. Poderemos classificar, nesse grupo, contas de natureza similar às classificadas no passivo circulante, a diferença estará no período para sua exigibilidade que, por sua vez, será certo ou provável após o término do próximo exercício. Apresenta como subgrupo o exigível a longo prazo, que é composto pelas contas de empréstimos e financiamentos de longo prazo etc. O passivo circulante e o passivo não circulante representam o capital de terceiros da empresa. Patrimônio Líquido são as contas que representam o capital próprio da empresa. O valor investido pelos sócios, as parcelas do lucro destinadas para investimentos ou aumento de capital e o resultado das atividades da organização. No Balanço Patrimonial, a subtração entre valores classificados no ativo e valores classificados no passivo representam o Patrimônio Líquido da entidade. Com a nova redação dada à Lei 6.404/76 pela Lei 11.941/09, o Patrimônio Líquido, segundo definições trazidas pelo Fipecafi (IUDÍCIBUS, 2018), está dividido em: Capital Social – Bens e direitos fornecidos à empresa diretamente pelos sócios ou gerados pela própria instituição e legalmente remetidos ao capital por ato legal. Reservas de Capital – Valores recebidos pela instituição, porém, não se originaram do resultado da empresa. Ajustes de Avaliação Patrimonial – Contrapartidas de lançamentos destinados a aproximar ativos e passivos a seu valor justo. Reserva de Lucros – Lucros obtidos pela empresa e retidos por uma finalidade específica. 13Contabilidade Societária Ações em Tesouraria – Ações (quotas, para as empresas Limitadas) da companhia compradas pela própria empresa. Prejuízos Acumulados – Resultados negativos apresentados pela empresa e que aguardam compensações em exercícios futuros. O capital próprio engloba valores pertencentes à empresa. Corresponde ao Patrimônio Líquido. Já o Capital de Terceiros são valores que deverão ser devolvidos ou pagos a terceiros. Esses conceitos são fundamentais na classificação das contas já que possibilita o cálculo da Razãoentre Capital de Terceiros (CT) e Capital Próprio (CP), o que permite determinar, por exemplo, qual o grau de endividamento da empresa. Nesse caso, se o resultado dessa operação (CT/CP) for maior que 1,0, a empresa possui um alto grau de endividamento. Se for menor que 1,0, a empresa possui maior liberdade para tomada de decisão, uma vez que o capital próprio é maior que o capital de terceiros. Agora, vejamos o que nos diz o CPC 26 sobre a apresentação das contas do Balanço Patrimonial: O balanço patrimonial deve apresentar, respeitada a legislação, as seguintes contas: (a) caixa e equivalentes de caixa; (b) clientes e outros recebíveis; (c) estoques; (d) ativos financeiros (exceto os mencionados nas alíneas “a”, “b” e “g”); (e) total de ativos classificados como disponíveis para venda e ativos à disposição para venda de acordo com o CPC 31 – Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada; (f) ativos biológicos dentro do alcance do CPC 29; (g) investimentos avaliados pelo método da equivalência patrimonial; (h) propriedades para investimento; (i) imobilizado; (j) intangível; Importante 14 Contabilidade Societária (k) contas a pagar comerciais e outras; (l) provisões; m) obrigações financeiras (exceto as referidas nas alíneas “k” e “l”); (n) obrigações e ativos relativos à tributação corrente, conforme definido no Pronunciamento Técnico CPC 32 – Tributos sobre o Lucro; (o) impostos diferidos ativos e passivos, como definido no Pronunciamento Técnico CPC 32; (p) obrigações associadas a ativos à disposição para venda de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 31; (q) participação de não controladores apresentada de forma destacada dentro do patrimônio líquido; (r) capital integralizado e reservas e outras contas atribuíveis aos proprietários da entidade. A entidade deve, ainda, apresentar contas adicionais com os seus respectivos cabeçalhos e subtotais no Balanço patrimonial, caso identifique a necessidade de desagregação das demais contas da lista apresentada e que as contas sejam relevantes para o melhor entendimento da situação patrimonial da empresa. 3. Evidenciação: Notas Explicativas; Ética Contábil Aplicável O Balanço Patrimonial deverá atender, basicamente, a dois pronunciamentos técnicos: o CPC 00(R1) e o CPC 26 (R1). Caso necessário, esses pronunciamentos indicarão os pronunciamentos cabíveis a pontos específicos, como é o caso do pronunciamento técnico CPC 27, que define os procedimentos para o ativo imobilizado. Vejamos o trecho dos itens 77 a 80 A do CPC 26 (R1) que trata das informações que devem ser apresentadas no Balanço Patrimonial. 77. A entidade deve divulgar, seja no balanço patrimonial seja nas notas explicativas, rubricas adicionais às contas apresentadas (subclassificações), classificadas de forma adequada às operações da entidade. 15Contabilidade Societária 78. O detalhamento proporcionado nas subclassificações depende dos requisitos dos Pronunciamentos Técnicos, Interpretações e Orientações do CPC e da dimensão, natureza e função dos montantes envolvidos. Os fatores estabelecidos no item 58 também são usados para decidir as bases a se utilizar para tal subclassificação. As divulgações variam para cada item, por exemplo: (a) os itens do ativo imobilizado são segregados em classes de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 27 – Ativo Imobilizado; (b) as contas a receber são segregadas em montantes a receber de clientes comerciais, contas a receber de partes relacionadas, pagamentos antecipados e outros montantes; (c) os estoques são segregados, de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 16 – Estoques, em classificações tais como mercadorias para revenda, insumos, materiais, produtos em processo e produtos acabados; (d) as provisões são segregadas em provisões para benefícios dos empregados e outros itens; e (e) o capital e as reservas são segregados em várias classes, tais como capital subscrito e integralizado, prêmios na emissão de ações e reservas. 79. A entidade deve divulgar o seguinte seja no balanço patrimonial, seja na demonstração das mutações do patrimônio líquido ou nas notas explicativas: (a) para cada classe de ações do capital: (i) a quantidade de ações autorizadas; (ii) a quantidade de ações subscritas e inteiramente integralizadas, e subscritas mas não integralizadas; (iii) o valor nominal por ação, ou informar que as ações não têm valor nominal; (iv) a conciliação entre as quantidades de ações em circulação no início e no fim do período; (v) os direitos, preferências e restrições associados a essa classe de ações, incluindo restrições na distribuição de dividendos e no reembolso de capital; (vi) ações ou quotas da entidade mantidas pela própria entidade (ações ou quotas em tesouraria) ou por controladas ou coligadas; e (vii) ações reservadas para emissão em função de opções e contratos 16 Contabilidade Societária para a venda de ações, incluindo os prazos e respectivos montantes; e uma descrição da natureza e da finalidade de cada reserva dentro do patrimônio líquido. 80. A entidade sem capital representado por ações, tal como uma sociedade de responsabilidade limitada ou um truste, deve divulgar informação equivalente à exigida no item 79, mostrando as alterações durante o período em cada categoria de participação no patrimônio líquido e os direitos, preferências e restrições associados a cada categoria de instrumento patrimonial. 80A. Se a entidade tiver reclassificado um instrumento financeiro com opção de venda classificado como instrumento patrimonial, ou um instrumento que impõe à entidade a obrigação de entregar à contraparte um valor pro-rata dos seus ativos líquidos (patrimônio líquido) somente na liquidação da entidade e é classificado como instrumento patrimonial entre os passivos financeiros e o patrimônio líquido, ela deve divulgar o montante reclassificado para dentro e para fora de cada categoria (passivos financeiros ou patrimônio líquido), e o momento e o motivo dessa reclassificação. O papel das notas explicativas As notas explicativas exercem um papel de suma importância. Nelas, o contador deverá complementar as informações apresentadas no Balanço patrimonial. Cabe aqui, a complementação não somente com informações adicionais mais também com quadros analíticos que contribuam para a plena avaliação da situação e da evolução patrimonial das organizações. Após abordar os itens do CPC 26, que trata das informações a serem evidenciadas no Balanço Patrimonial e respectivas notas explicativas, falaremos sobre os conceitos de ética aplicável ao Balanço Patrimonial. Ética aplicável O código de ética contábil foi modificado e faz parte da Norma Brasileira de Contabilidade Profissional Geral (NBC PG) 01, que foi aprovada em 7 de fevereiro de 2019, mas somente entrou em prática em junho do 17Contabilidade Societária mesmo ano. O código deve orientar o profissional contábil, com base nos conceitos edificados pela profissão, além de conduzir a ação dos contadores na realidade do século XXI. Veja, abaixo, as modificações do novo código: Item 4 – Deveres do contador, foram inseridas as letras: d. informar a quem de direito, obrigatoriamente, fatos que conheça e que considere em condições de exercer efeito sobre o objeto do trabalho, respeitado o disposto na alínea (c) deste item; e. aplicar as salvaguardas previstas pela profissão, pela legislação, por regulamento ou por organização empregadora toda vez que identificar ou for alertado da existência de ameaças mencionadas nas normas de exercício da profissão contábil, observando o seguinte: i. tomar medidas razoáveis para evitar ou minimizar conflito de interesses; e ii. quando não puder eliminar ou minimizar a nível aceitável o conflito de interesses, adotar medidas de modo a não perder a independência profissional; r. informar o número de registro, o nome e a categoria profissional após a assinatura em trabalho de contabilidade,propostas comerciais, contratos de prestação de serviços e em todo e qualquer anúncio, placas, cartões comerciais e outros. O maior volume de novas disposições foi inserido no capítulo Valor e publicidade dos serviços profissionais. Nesta parte do Código, foram inseridos os itens: Item 8. Nas propostas para a prestação de serviços profissionais, devem constar, explicitamente, todos os serviços cobrados individualmente, o valor de cada serviço, a periodicidade e a forma de reajuste. Item 9. Aceita a proposta apresentada, deve ser celebrado, por escrito, contrato de prestação de serviços, respeitando o disposto em legislação específica do CFC. Item 10. Caso parte dos serviços tenha que ser executada pelo próprio tomador dos serviços, isso deve estar explicitado na proposta e no contrato. Item 11. A publicidade, em qualquer modalidade ou veículo de 18 Contabilidade Societária comunicação, dos serviços contábeis, deve primar pela sua natureza técnica e científica, sendo vedada a prática da mercantilização. Item 12. A publicidade dos serviços contábeis deve ter caráter meramente informativo, ser moderada e discreta. Item 13. Cabe ao profissional da contabilidade manter em seu poder os dados fáticos, técnicos e científicos que dão sustentação à mensagem da publicidade realizada dos seus serviços. Item 14. O profissional deve observar, no que couber, o Código de Defesa do Consumidor, especialmente no que concerne à informação adequada e clara sobre os serviços a serem prestados, e a Lei de Propriedade Industrial que dispõe sobre crimes de concorrência desleal. Item 15. É vedado efetuar ações publicitárias ou manifestações que denigram a reputação da ciência contábil, da profissão ou dos colegas, entre as quais: a. fazer afirmações desproporcionais sobre os serviços que oferece, sua capacitação ou sobre a experiência que possui; b. fazer comparações depreciativas entre o seu trabalho e o de outros; c. desenvolver ações comerciais que iludam a boa-fé de terceiros. No capítulo que trata das Penalidades, foram incluídas as letras aos itens: Item 21. Na aplicação das sanções éticas, podem ser consideradas como atenuantes: d. aplicação de salvaguardas. Item 22. Na aplicação das sanções éticas, podem ser consideradas como agravantes: c. gravidade da infração. Já no capítulo das Disposições Gerais, completam o conteúdo novo introduzido no Código: Item 24. As demais normas profissionais complementam esta Norma. Item 25. Na existência de conflito entre esta Norma e as demais normas profissionais, prevalecem as disposições desta Norma. O código de ética deve influenciar na confecção das demonstrações contábeis, principalmente, no comportamento do profissional de contabilidade em todas as atividades inerentes à sua profissão. 19Contabilidade Societária Neste capítulo, abordamos os conceitos, objetivos e a importância do Balanço Patrimonial. Vimos que se trata de uma das demonstrações contábeis de grande importância, pois, por meio dele, as organizações conseguem obter uma posição estática da situação patrimonial da entidade, empresa ou organização. A confecção do Balanço Patrimonial tem início no registro dos eventos contábeis em suas respectivas contas e por meio do método das partidas dobradas. Portanto, é de suma importância que o plano de contas apresente todas as contas contábeis necessárias à correta classificação dos eventos. Vimos, ainda, que todos os registros e consequente estrutura de apresentação do Balanço Patrimonial deve refletir, principalmente, dos Pronunciamentos técnicos que são: CPC 00 (R1) Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro e o CPC 26 (R1) Apresentação das Demonstrações Contábeis. Encerramos o nosso capítulo falando sobre a importância das notas explicativas e alterações do nosso código de ética. 20 Contabilidade Societária Referências BRASIL. Lei nº 6.404 de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as sociedades por ações. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ LEIS/L6404consol.htm. Acesso em: 28 ago. 2019. BRASIL. Lei nº 11.941 de 27 de maio de 2009. Altera a legislação tributária federal relativa ao parcelamento ordinário de débitos tributários; concede remissão nos casos em que especifica; institui regime tributário de transição, alterando o Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972, as Leis nos 8.212, de 24 de julho de 1991, 8.213, de 24 de julho de 1991, 8.218, de 29 de agosto de 1991, 9.249, de 26 de dezembro de 1995, 9.430, de 27 de dezembro de 1996, 9.469, de 10 de julho de 1997, 9.532, de 10 de dezembro de 1997, 10.426, de 24 de abril de 2002, 10.480, de 2 de julho de 2002, 10.522, de 19 de julho de 2002, 10.887, de 18 de junho de 2004, e 6.404, de 15 de dezembro de 1976, o Decreto-Lei no 1.598, de 26 de dezembro de 1977, e as Leis nos 8.981, de 20 de janeiro de 1995, 10.925, de 23 de julho de 2004, 10.637, de 30 de dezembro de 2002, 10.833, de 29 de dezembro de 2003, 11.116, de 18 de maio de 2005, 11.732, de 30 de junho de 2008, 10.260, de 12 de julho de 2001, 9.873, de 23 de novembro de 1999, 11.171, de 2 de setembro de 2005, 11.345, de 14 de setembro de 2006; prorroga a vigência da Lei no 8.989, de 24 de fevereiro de 1995; revoga dispositivos das Leis nos 8.383, de 30 de dezembro de 1991, e 8.620, de 5 de janeiro de 1993, do Decreto-Lei no 73, de 21 de novembro de 1966, das Leis nos 10.190, de 14 de fevereiro de 2001, 9.718, de 27 de novembro de 1998, e 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.964, de 10 de abril de 2000, e, a partir da instalação do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, os Decretos nos 83.304, de 28 de março de 1979, e 89.892, de 2 de julho de 1984, e o art. 112 da Lei no 11.196, de 21 de novembro de 2005; e dá 21Contabilidade Societária http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6404consol.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6404consol.htm outras providências. 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Objetivo 1. Conceitos, Legislações e Normas Aplicáveis ao Balanço Patrimonial 2. Prática Contábil: Estrutura, Composição e Conteúdo 3. Evidenciação: Notas Explicativas; Ética Contábil Aplicável Referências
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