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Fundamentos da Contabilidade

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Prévia do material em texto

Indaial – 2021
Fundamentos da 
Contabilidade
Prof. Andréia de Lima 
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof. Andréia de Lima
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
apresentação
A Contabilidade é uma ciência antiga que sempre buscou atender 
as necessidades dos seus usuários. Inicialmente utilizada para o controle 
patrimonial, nas últimas décadas passou a ser também um instrumento de 
controle gerencial para as empresas. 
Apesar da maioria das entidades ser obrigada por lei a manter a 
Contabilidade, seu maior benefício está no diferencial competitivo que a 
informação contábil pode gerar tanto para seus usuários internos (sócios 
e gerentes), quanto para os usuários externos (acionistas, sociedade, 
instituições financeiras, governos, etc.). Diante disso, o profissional contábil 
se tornou cada vez mais indispensável no mundo dos negócios.
Este caderno apresenta os aspectos iniciais da ciência contábil, 
contribuindo assim para a construção do seu conhecimento:
Na Unidade 1 você conhecerá aos aspectos introdutórios da 
contabilidade. Abordaremos desde a sua origem até sua utilização atualmente. 
Analisaremos os principais conceitos, a importância da informação contábil 
para seus usuários, as normas e princípios contábeis que devem ser seguidos 
pelo profissional desta área e também os principais elementos do patrimônio 
de cada entidade. 
Na Unidade 2 estudaremos principalmente as relações entre o Plano 
de Contas e a Escrituração Contábil, destacando os aspectos que devem ser 
considerados ao se realizar o registro dos atos e fatos contábeis, visando 
sempre a qualidade da informação contábil.
Por fim, na Unidade 3, operacionalizaremos os lançamentos contábeis 
básicos e mais comuns das entidades como: constituição da empresa, 
compras, vendas, provisão, etc. E, também a elaboração das demonstrações 
contábeis.
A Contabilidade é uma área vasta e neste caderno estão presentes 
os aspectos fundamentais. Assim, nossa pretensão consiste em apresentar o 
estudo dessa ciência e instigá-lo a pesquisar, e conhecer cada vez mais sobre 
o tema.
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
sumário
UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA CONTÁBIL ................................................................. 9
TÓPICO 1 Aspectos Gerais ................................................................................................................ 11
Autoatividade ...................................................................................................................................... 21
TÓPICO 2 A Importancia da Informação Contábil ........................................................................ 22
Autoatividade ...................................................................................................................................... 29
TÓPICO 3 Elementos do Patrimônio ............................................................................................... 30
Autoatividade ...................................................................................................................................... 33
Resumo ................................................................................................................................................. 34
UNIDADE 2 ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL .................................................................................. 35
TÓPICO 1 As Contas Contábeis ....................................................................................................... 37
Autoatividade ...................................................................................................................................... 44
TÓPICO 2 Plano De Contas ............................................................................................................... 45
Autoatividade ...................................................................................................................................... 63
TÓPICO 3 Ferramentas E Métodos Para Escrituração ................................................................. 64
Autoatividade ...................................................................................................................................... 75
Resumo ................................................................................................................................................. 76
UNIDADE 3 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS .......................................................................... 77
TÓPICO 1 Os Lançamentos Contábeis ............................................................................................ 79
Autoatividade ...................................................................................................................................... 89
TÓPICO 2 Registro das Principais Operações ................................................................................ 90
Autoatividade .................................................................................................................................... 101
TÓPICO 3 Demonstrações Contábeis ......................................................................................... 102
Autoatividade .................................................................................................................................... 122
Resumo ............................................................................................................................................... 123
Referências ......................................................................................................................................... 124
9
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverámelhor as informações.
CHAMADA
INTRODUÇÃO À CIÊNCIA CONTÁBIL
UNIDADE 1 
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um 
deles, você encontrará atividades visando à compreensão dos conteúdos 
apresentados.
TÓPICO 1 - Aspectos gerais
TÓPICO 2 - A importancia da informação contábil
TÓPICO 3 - Elementos patrimoniais
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• Compreender os principais aspectos da ciência contábil;
• Conhecer a importância dos princípios contábeis e normas vigentes;
• Definir os principais conceitos dos elementos de patrimoniais.
10
Você já parou para analisar a extensão do seu patrimônio e o quanto isso 
impacta na sua vida? Estou falando aqui não só dos seus bens, mas também das 
suas dívidas, caso existam.
Agora, pense que você quer realizar algum sonho e um amigo que sabe o 
quanto isso é importante para você, decidir te emprestar dinheiro para que coloque 
o seu sonho em prática. Logicamente, quando seu amigo te emprestou dinheiro, 
ele gostaria de saber como está sendo usado e, principalmente se ao final desse 
processo de seguir seu sonho, você será capaz de devolver esse valor para ele.
Essa lógica também é aplicada às empresas. Os sócios, acionistas e bancos, 
por exemplo, investem recursos financeiros, tempo e/ou capital intelectual em 
uma organização esperando que esses recursos retornem para eles no futuro. No 
acompanhamento desse processo de onde e como os recursos estão sendo aplicados, 
a Contabilidade é um instrumento essencial para divulgar as informações a respeito 
das variações patrimoniais de uma empresa para as partes interessadas.
11
UNIDADE 1
ASPECTOS GERAIS
TÓPICO 1
História da contabilidade
Você já pensou como estudamos todas as ciências de maneira separada, no 
entanto, às vezes nos esquecemos de como tudo está interligado? A contabilidade 
é talvez, uma das ciências mais antigas que se tem registro na história. Ela foi 
evoluindo através do tempo, acompanhando as necessidades das sociedades de 
cada período, e nos permite entender muitas vezes a própria história. 
A história da contabilidade é a história da nossa era; de muitas formas, 
a própria contabilidade conta essa história, pois os registros contábeis 
fazem parte da matéria-prima dos historiadores. Aprendemos muito 
a respeito de Isaac Newton e John Wesley graças aos livros contábeis 
que mantiveram. (HENDRIKSEN; VAN BREDA, 2014, p. 39).
Os registros não tinham por objetivo contar os acontecimentos da maneira 
que encontramos nos livros de história, por exemplo. Mas, apresentar os fatos 
que alteram o patrimônio, seja por meio de registros de despesas ou testamentos 
que ajudam os historiadores a compreenderem melhor as situações ocorridas na 
época. Um testamento, por exemplo, pode ajudar a compreender não somente o 
tamanho do patrimônio, mas também sobre os herdeiros de pessoas importantes 
na história, ou em relação a árvore genealógica de alguém. 
Não se sabe ao certo quem “inventou” a contabilidade. Lunkes e 
Schnorrenberger (2009, p. 2) salientam que alguns estudiosos defendem que 
“procedimentos contábeis já ocorriam quando os homens das cavernas precisavam 
prever a necessidade de comida para os longos invernos, bem como quando 
contavam suas ovelhas e avaliavam a evolução dos seus rebanhos”. Entretanto, 
há diversos registros de documentos contábeis na biblioteca de Alexandria.
[...] os agricultores egípcios nas margens do Nilo pagavam aos coletores 
de tributos com cereais e linhaça pelo uso de água para irrigação. Recibos 
eram dados aos agricultores desenhando-se figuras de recipientes de 
cereais nas paredes de suas casas. Os arqueólogos creem que as fichas 
de argila abundantes na Mesopotâmia eram usadas, de maneira similar, 
para fins contábeis. Sistemas contábeis sofisticados parecem ter existido 
na China já em 2.000 a.C., e referências intrigantes denotam uma 
familiaridade com o sistema de partidas dobradas em Roma no início 
da era cristã (HENDRIKSEN; VAN BREDA, 2014, p. 42).
UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA CONTÁBIL
12
O principal marco da história contábil é o livro Suma de arithmetica, 
geométrica, proportioni et porportionalitá, escrito em 1494, por Luca Pacioli – um 
frei franciscano, que segundo Hendriksen e Van Breda (2014), foi professor e 
estudante das universidades de Perúgia, Florença, Pisa e Bolonha. Luca Pacioli 
convidado pelo Papa Leão X, foi professor de Matemática na Universidade de 
Roma, onde encerrou sua carreira. O livro de Pacioli, publicado pouco tempo 
após a invenção da prensa, apesar de destacar a matemática, incluía uma seção 
sobre o sistema de escrituração de partidas dobradas
O Método das Partidas dobradas consiste basicamente em uma igualdade 
de valor entre os débitos e créditos. Ou seja, para todo débito deve haver um ou mais 
créditos que totalizem o valor e vice-versa. Desse modo, a soma dos saldos devedores 
sempre equivalerá à soma dos saldos credores.
ATENCAO
Contudo, os sistemas de escrituração Partidas Dobradas (no qual se 
baseiam os lançamentos contábeis) já eram utilizados antes da publicação do livro 
de Pacioli. O primeiro registro de um sistema completo de escrituração por Partidas 
Dobradas foi encontrado nos arquivos municipais da cidade de Gênova, Itália, no 
ano de 1340. Fragmentos anteriores foram encontrados nas contas de Giovanni 
Farolfi & Companhia, uma empresa de mercadores de Florença em 1299-1300, e 
nas de Rinieri Fini & Irmãos, que negociavam em feiras e eram famosos em sua 
época na região de Champagne, na França (HENDRIKSEN; VAN BREDA, 2014).
Crepaldi e Crepaldi (2017) mencionam que nos séculos seguintes ao livro 
de Pacioli, a contabilidade começou a ser utilizada por instituições como a Igreja e 
o Estado, tornando-se também um importante instrumento no desenvolvimento 
do capitalismo. Nesse período, as técnicas e as informações ficavam restritas ao 
dono do empreendimento, pois os livros contábeis eram considerados sigilosos. 
O que prejudicou o desenvolvimento da ciência. Pense comigo: se os dados 
contábeis eram sigilosos e de acesso a poucos, como haveria troca de ideias entre 
os profissionais possibilitando o desenvolvimento desta ciência?
Neste sentido, SOUZA (2014) destaca, que por volta do ano de 1500, 
surgiram os primeiros bancos e investidores, cujas fortunas vieram do comércio. 
Assim, em parceria com os reis e príncipes estabeleceram as primeiras associações 
de capital, gerando, consequentemente, a necessidade de haver contabilidade para 
prestação de contas aos principais investidores. Já com a Revolução Industrial, em 
1756, surgiram as primeiras fábricas. E, com a expansão do capitalismo, nasceram 
as primeiras corporações empresariais espalhadas por vários países, o que exigiu 
relatórios contábeis mais sofisticados.
ASPECTOS GERAIS
13
No Quadro 1, é apresentada a evolução da contabilidade ao longo dos 
últimos cinco séculos. 
Quadro 1 — Evolução da contabilidade
Período Principais características da contabilidade
1299 a 1300
Utilização do método das partidas dobradas nas contas de Giovanni Farolfi 
& Companhia, uma empresa de Florença, e nas de Rinieri Fini & Irmãos, da 
região de Champagne, na França.
Até 1500
Primórdios da era do pensamento científico da contabilidade, com a 
publicação da obra de Frei Luca Pacioli. Primeiras demonstrações contábeis 
preparadas para fins de prestação de contas aos financiadores das expedições 
marítimas.
1500 a 1900
Ênfase nos balancetes financeiros. Sistema de partidas dobradas para 
os registros contábeis preparados quase que exclusivamente para os 
proprietários do capital. Surgimento da auditoria interna e dos arrecadadores 
de impostos.
1900 a 1930
Primórdios da auditoria externa e dos contadores públicos certificados. 
Aparecimento das grandes corporações transnacionais americanas e 
aprimoramento das demonstrações contábeis para atender a finalidades 
tributárias e imposto de renda.
1930 a 1950 Surgimento da contabilidade de custos e dos primeiros relatórios da contabilidadegerencial.
1950 a 1970
Aprimoramento da contabilidade de custos. Desenvolvimento de técnicas e 
procedimentos para as análises de custos, estatísticas de produção, custo-
padrão, contabilidade pública, contabilidade e planejamento tributário.
1970 a 1990
Aperfeiçoamento da contabilidade gerencial, custeio por atividades, custo-
padrão, orçamento e planejamento estratégico. Primórdios da contabilidade 
social e ambiental. Nesse período, a contabilidade assume suas características 
como um sistema de informações à disposição dos gestores para as tomadas 
de decisões, com o uso intensivo da informática. São discutidas as primeiras 
tentativas da padronização dos procedimentos contábeis em âmbito 
internacional.
1990 a 2000
Surgimento do balance score card e disseminação da controladoria 
estratégica. Surgem no Brasil as primeiras dissertações e teses sobre 
capital intelectual. Globalização crescente da economia, dos investimentos 
internacionais e do uso de instrumentos financeiros.
2000 em diante Fortalecimento das práticas de governança corporativa e da tentativa de harmonização dos padrões de contabilidade internacional.
Fonte: Adaptado de Souza (2014) e Hendriksen e 
Van Breda (2014)
Cada etapa da história da contabilidade foi fundamental para que esta 
ciência se desenvolvesse do modo como está hoje. Desde os primeiros registros da 
utilização do método das partidas dobradas até os dias atuais, a ciência contábil 
está em constante evolução.
O surgimento das sociedades de capital aberto – que negociam ações 
na bolsa de valores – também merece destaque, pois atraiu a atenção para a 
contabilidade. Sendo que, a informação contábil que antes era sigilosa, passou 
a ser de interesse de todos os envolvidos (investidores, governo, fornecedores, 
clientes, etc.). 
UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA CONTÁBIL
14
Definição e objetivos 
Ao contrário do que muitos pensam, a contabilidade não é considerada 
uma ciência da área de exatas e sim uma ciência social aplicada. Isso 
significa, que ela visa atender os aspectos práticos da vida das pessoas e das 
organizações. (PADOVEZE, 2017).
Assim como a própria ciência, a sua definição foi aprimorada ao longo 
dos anos. Para RIBEIRO (2017, p. 2) a contabilidade “é uma ciência social 
que tem por objeto o patrimônio das entidades econômico-administrativas”. 
Desse modo, o principal objetivo da contabilidade é controlar as variações do 
patrimônio das entidades.
Mas o que é o patrimônio e o que são essas entidades? O patrimônio são todos 
os elementos necessários para a existência da entidade, segundo Ribeiro (2017). Por 
exemplo, as mercadorias, os materiais de consumo, móveis, imóveis, veículos, além 
de todos os valores, que a entidade tem para receber e pagar.
É estranho se pensar nas dívidas como patrimônio, entretanto os 
empréstimos, impostos, salários a pagar, e as dívidas com fornecedores, por 
exemplo. Esses elementos, financiam o desenvolvimento das atividades da 
entidade, sendo necessários para sua existência e, portanto, se enquadram na 
definição de patrimônio.
A entidade, segundo Padoveze (2017, p. 2), “é o conjunto patrimonial 
que pode ou deve ser objeto de controle individualizado, ou seja, merece um 
controle separado dos demais conjuntos patrimoniais possíveis”. Na Figura 1 são 
apresentados alguns exemplos de entidade.
Figura 1 — Exemplos de entidades
Indivíduo
Empresas
Governo
Instituições
Financeiras
Associação de
esportes
Famílias
Organizações sem
fins lucrativos
Fonte: Adaptado de Greco e Arend (2017). 
ASPECTOS GERAIS
15
No Brasil, a legislação atual estipula que não existe a obrigatoriedade de 
elaboração de contabilidade para as empresas individuais (pessoas jurídicas) que estejam 
enquadradas como MEI – Microempreendedor Individual. 
IMPORTANTE
De acordo com Greco e Arend (2017) as entidades podem ser pessoas 
físicas (indivíduos) ou pessoa jurídica (empresas e instituições). Logo, o campo de 
aplicação da contabilidade é composto por pessoas físicas ou jurídicas que exerçam 
atividades econômicas. Para algumas pessoas físicas e jurídicas, a contabilidade 
é obrigatória por lei, quando as pessoas físicas se utilizam da contabilidade para 
atender as exigências do imposto de renda. E, as pessoas jurídicas, salvo algumas 
exceções, são obrigadas pelo Código Civil a manterem os registros, declarações e/
ou escrituração contábil.
A contabilidade consiste na obrigatoriedade legal, e atua no registro, 
controle e análise das variações patrimoniais, e gera informação que auxilia a 
administração da entidade no processo de decisões. Para Greco e Arend (2017) a 
função da contabilidade determina o registro, estudo e interpretação (por análise) 
dos fatos financeiros e econômicos, que afetam a situação patrimonial da pessoa 
física ou jurídica. A situação patrimonial apresenta as demonstrações contábeis 
tradicionais e de relatórios de exceção específicos para determinadas finalidades, 
de acordo com a situação do usuário. 
Estudaremos sobre as demonstrações contábeis, a informação contábil e os 
usuários da contabilidade nas próximas seções deste material. 
UNI
Na Figura 2 é apresentado um diagrama que apresenta a atuação da 
contabilidade, bem como seus principais usuários. 
UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA CONTÁBIL
16
 Figura 2 — Atuação da contabilidade
A CONTABILIDADE 
FATOS CONTÁBEIS 
PESSOAS Instituições
(não lucrativas) 
Empresas (lucrativas)
de DIREITO PÚBLICO ou
de DIREITO PRIVADO
FÍSICAS
JURÍDICAS 
capta, registra, acumula, resume e interpreta os
isto é, os fenômenos que afetam patrimonial, financeira das
Fonte: Greco e Arend (2017, p. 3).
Greco e Arend (2017) destacam a finalidade da contabilidade em assegurar 
o controle do patrimônio, e fornecer as informações sobre a composição e variações 
patrimoniais, assim como, o resultado das atividades econômicas desenvolvidas. 
Essas informações devem permitir aos usuários uma nítida avaliação da situação 
patrimonial (econômica e financeira) da entidade. Neste sentido, Marion 
(2018) acrescenta que a contabilidade mensura os resultados das empresas, avalia 
o desempenho dos negócios, e fornece diretrizes para tomadas de decisões, ou 
seja, é a linguagem dos negócios.
Os usuários
Os usuários que utilizam das informações fornecidas pela contabilidade 
são pessoas interessadas na situação e informações da empresa. Assim, os 
administradores buscam, nesse tipo de informação, um apoio para gerirem melhor 
o seu negócio. De modo igual, os investidores (sócios ou acionistas) interessados 
no lucro, utilizam dos relatórios contábeis para analisarem se a empresa possui 
condições financeiras. As condições implicam no pagamento das dívidas, na 
possibilidade de empréstimo bancário, nos impostos gerados para os cofres 
públicos, e para conhecimento de outros interessados na situação da empresa como 
os empregados, sindicatos, concorrentes e outros. (MARION, 2018). 
Na figura 3 são apresentados os usuários da informação contábil.
ASPECTOS GERAIS
17
 Figura 3 — Usuários da contabilidade
Investidores/
Sócios
Bancos/
Financiadores
Informações
Contábeis
Empregadores/
Prestadores de
serviços
Fornecedores/
Consultores
Sindicatos/
Clientes
Setor público/
Governo
Analistas/
Administradores
Fonte: MARION (2018, p. 4).
De acordo com Silva e Rodrigues (2018) os usuários da informação contábil 
podem ser classificados em usuários internos ou externos. Os usuários internos 
da contabilidade são as pessoas que trabalham na entidade, por exemplo, os 
gerentes, os diretores e os empregados. Para esses usuários, a informação possui 
um caráter gerencial importante, pois são os responsáveis pela tomada de decisão 
na empresa.
O processo de tomada de decisão compreende estimar o que acontecerá 
no futuro, ou seja, a escolha sobre uma ação será de acordo com o que se espera 
do seu resultado, segundo um benefício futuro. Para se preparar para o futuro é 
fundamental saber o que aconteceu no passado, bem como o que está acontecendo 
agora,e nesse aspecto a contabilidade é a principal fonte de informação. 
O administrador inteligente, que sabe usar a informação contábil e que 
conhece suas limitações, tem em suas mãos um poderoso instrumento 
de trabalho que lhe permite tomar decisões visando ao futuro com 
maior segurança, bem como conhecer a situação atual e o grau de 
acerto ou desacerto de suas decisões passadas. (MARION, 2018, p. 2).
UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA CONTÁBIL
18
A figura 4 apresenta as principais questões relacionadas aos usuários 
internos, que a contabilidade auxilia a responder. 
 Figura 4 — Questões de usuários internos
O que devo
produzir?
Qual é a
evolução do meu
resultado?
Obtive lucro
com a minha
filial?
Qual o preço do
meu produto?
Fonte: Silva e Rodrigues (2018, p. 9).
O gerente de produção, por exemplo, precisa saber se um produto terá 
aderência no mercado, e qual o seu custo de produção em relação ao resultado 
estimado para as vendas. Assim, caso essa equação seja negativa, pode ser que 
opte por não fabricar o produto. A alta gerência necessita dos dados gerados 
pela contabilidade para traçar estratégias em relação ao futuro da empresa, e que 
proporcionem o melhor resultado para seus sócios e acionistas. 
A informação contábil consiste no elemento fundamental como um 
diferencial competitivo para a empresa, quando utilizada de modo assertivo 
pelos seus usuários internos. Greco e Arend (2017) destacam que os interesses 
dos administradores, diretores e executivos de uma entidade atingem o grau 
mais profundo de análise e frequência, sendo que os usuários são os responsáveis 
pelas decisões que influenciam o futuro da empresa. Mas, para proceder dessa 
forma, é indispensável conhecer os fatos que aconteceram no passado, e o que 
acontece no atual momento.
Os usuários externos são indivíduos que mantêm uma relação indireta 
com a entidade, por exemplo, o governo, fornecedores, sociedade em geral e os 
investidores, principalmente do mercado de ações. Assim, os usuários externos 
não se envolvem diretamente com a entidade, e o nível de informação que recebem 
não será o mesmo que o de um usuário interno, assim ocorre o que chamamos de 
assimetria informacional. 
ASPECTOS GERAIS
19
A assimetria informacional é uma falha de mercado que ocorre quando um 
dos lados envolvidos em uma operação possui mais informação do que o outro. 
ATENCAO
Assim como os usuários internos, os usuários externos também se utilizam 
da contabilidade para buscar respostas para seus questionamentos a respeito da 
entidade. Conforme pode ser observado na Figura 5:
Figura 5 — Questões de usuários externos
A entidade está
endividada? 
Onde a entidade
está investindo?
A entidade está
ajudando o meio
ambiente?
O resultado da
entidade está
crescendo?
Fonte: Silva e Rodrigues (2018, p. 10).
Assim como demonstrado na figura 5, os fornecedores, bancos e 
investidores utilizam da informação contábil para identificar se a entidade 
apresenta dívidas. Os acionistas/investidores pretendem conhecer o resultado que 
a empresa apresenta, e em como a sociedade utiliza as informações divulgadas 
pela contabilidade, na análise do seu impacto no ambiente. 
UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA CONTÁBIL
20
Segundo Greco e Arend (2017), a informação contábil é utilizada para 
alguns grupos específicos dentre os usuários externos, como, por exemplo, os 
sócios, acionistas e investidores interessados na rentabilidade e segurança de 
seus investimentos, e que buscam na contabilidade informações como: 
•  Qual é a taxa de lucratividade propiciada ao seu investimento na 
empresa? 
•  A empresa oferece, a médio e longo prazo, perspectivas de 
rentabilidade e segurança para o investimento? 
•  Existe alternativa mais adequada para o investimento? 
Os bancos, instituições financeiras e outras fontes de empréstimo utilizam 
as mesmas informações dos acionistas, mas com uma análise aprofundada. O 
governo utiliza as informações contábeis para traçar a política tributária. Os 
economistas analisam os dados contábeis de diversas unidades microeconômicas, 
para fornecerem as bases adequadas para análises macroeconômicas de uma 
região ou do país.
21
AUTOATIVIDADE
1. A Contabilidade contribui em fornecer informações uteis que auxiliam 
nas decisões. Assim, diversos usuários se utilizam da informação contábil na 
busca de respostas para os seus questionamentos. Quanto aos usuários da 
informação contábil, associe a primeira coluna com a segunda: 
(1) Usuários internos 
(2) Usuários externos 
 
( ) Governo 
( ) Sócio-diretor 
(  ) Sociedade 
( ) Instituição financeira 
( ) Gerente 
Gabarito
Respostas: 2, 1, 2, 2, 1.
22
TÓPICO 2
UNIDADE 1
A IMPORTANCIA DA INFORMAÇÃO 
CONTÁBIL
O objetivo da contabilidade, para Iudícibus (2019), consiste em fornecer aos 
seus usuários o máximo possível de informação sobre o patrimônio de uma entidade 
e suas mutações, para serem utilizadas nas decisões atuais, que impactarão no 
futuro da entidade. Entretanto, a contabilidade não consegue produzir informação 
suficiente para prever com exatidão o futuro, mas os registros dos fatos contábeis 
revelam dados para o planejamento do futuro, e na definição das metas e ações 
para uma entidade ao longo de um determinado período.
Para que a informação contábil seja realmente útil para os usuários 
é necessário que obedeça a alguns critérios e garanta, sobretudo, a sua 
fidedignidade. Ou seja, a informação contábil precisa ser confiável e tempestiva 
(no tempo certo) para que o usuário possa fazer uso com segurança. Inclusive, 
para que a informação seja significativa ao usuário, deve apresentar os fatos 
que realmente aconteceram, como no registro de um fato contábil, que se deve 
respeitar a prevalência da essência sobre a forma. 
 Iudícibus (2019) exemplifica na situação em que uma entidade arrenda um 
equipamento por três anos e depois o adquire por R$ 1,00. Nesse caso, a entidade 
assume o controle, os riscos e benefícios do equipamento, mesmo a princípio não 
sendo de sua posse por questões jurídicas, porque por garantia permanece no 
nome do banco financiador. O processo de contabilização dessa situação, situa 
o equipamento no balanço do banco, e não no da indústria. Assim, revela que o 
banco não possui direito recebível do financiamento, de igual modo não informa 
a dívida pertencente a indústria.
Agora pense, desse modo, como o usuário externo saberá o que está 
acontecendo? Acaso não tenha a informação correta e passa a saber disso, acarreta 
uma insegurança e dúvida sobre as informações contábeis. Desse modo, quando 
investir nessa empresa ou banco, exigirá um retorno maior, decorrente do risco 
que assumirá por desconhecer da ocorrência dos fatos. (IUDÍCIBUS, 2019).
A prevalência da essência sobre a forma constitui no pilar básico das normas 
internacionais de contabilidade, e faz com que uma operação seja registrada como 
se apresenta. No exemplo sobre o arrendamento e depois a aquisição do material, 
seria uma operação de compra de um equipamento pela indústria financiada 
pelo banco. Você percebeu sobre o impacto, que uma informação distorcida e 
fornecida pela contabilidade, pode impactar na vida das pessoas, empresas 
e demais instituições? Reflita sobre essa situação tendo em mente os conceitos 
estudados sobre o modo como a contabilidade deve apresentar as informações 
contábeis.
A IMPORTANCIA DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL
23
Qualidade da informação contábil
A informação contábil é divulgada para os seus usuários de diversas 
formas, e a mais comum é por meio das demonstrações contábeis. A NBC TG 
Estrutura Conceitual para relatório financeiro, emitida pelo Conselho Federal de 
Contabilidade (CFC), em seu Capítulo 2, apresenta as características qualitativas 
para que uma informação contábil-financeira seja útil, e as apresenta em duas 
categorias, conforme a Figura 6.
Figura 6 — Classificação da qualidade da informação
Fundamentais
● Relevância.
● Representação
 Fidedigna. 
De melhoria 
● Comparabilidade.● Verificabilidade.
● Tempestividade.
● Compreensibilidade.
Fonte: Adaptado de Conselho Federal de 
Contabilidade (2019).
As características qualitativas fundamentais apresentam a relevância, 
que corresponde à capacidade de uma informação contábil-financeira fazer 
a diferença no processo de decisão pelo usuário. Nesse sentido, a NBC TG 
Estrutura Conceitual para relatório financeiro, em seu Capítulo 2 estabelece 
sobre as informações financeiras que influenciam nas decisões dos usuários 
e no valor preditivo ou confirmatório. Uma vez que, os usuários utilizam das 
informações de valor preditivo são em processos para prever resultados futuros. 
As informações financeiras de valor confirmatório apresentam feedback sobre 
as avaliações anteriores. De modo geral, os valores preditivos e confirmatórios 
das informações financeiras se inter-relacionam. Por exemplo, as informações 
sobre receitas para o ano corrente, servem como base para prever a demanda dos 
próximos anos, e os resultados dessas comparações auxiliam o usuário a corrigir 
e melhorar os processos utilizados nas previsões anteriores.
Nesse processo de relevância é preciso observar a materialidade da 
informação. A referida norma, em seu item 2.11, sobre a materialidade, determina 
“a informação é material se a sua omissão, distorção ou obscuridade puder 
influenciar, razoavelmente, as decisões que os principais usuários de relatórios 
financeiros para fins gerais”. (BRASIL, 2019, s. p.). 
24
UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA CONTÁBIL
Na representação fidedigna a informação contábil deve ser completa, 
neutra e isenta de erros. Diante disso, a informação completa significa que inclui 
todas as informações necessárias, para que o usuário compreenda os fenômenos 
que estão sendo representados, inclusive todas as descrições e explicações 
necessárias. A neutralidade da informação consiste na imparcialidade em 
selecionar ou apresentar as informações financeiras, e a neutralidade associada 
ao princípio da prudência, que será estudado na próxima seção. 
As características qualitativas de melhoria referem-se à comparabilidade, 
que permite aos usuários a identificação e compreensão de aspectos similaridades 
e diferenças entre os itens. A verificabilidade aborda a percepção do usuário, 
e significa que diferentes observadores informados e independentes podem 
chegar ao consenso, embora discordem de alguns termos, de que a representação 
específica seja uma representação fidedigna. A tempestividade significa que a 
informação contábil deve ser fornecida/divulgada ao usuário a tempo, para que 
consiga realizar suas decisões. E, por fim, a compreensibilidade consiste em 
classificar, caracterizar e apresentar as informações de modo claro e conciso, para 
que tornem compreensíveis. (BRASIL, 2019).
Princípios e normas contábeis
As informações disponibilizadas por meio da contabilidade aos diversos 
usuários, implica que devem ser úteis e interpretadas de maneira igual por todos, e 
que o registro e análise dos fatos contábeis siga alguns padrões e princípios. Dessa 
forma, com o objetivo de parametrizar e garantir a qualidade da contabilidade, 
foram criadas as normas e regulamentações. Os princípios contábeis, de acordo 
com Greco e Arend (2017), são as normas que possibilitam a interpretação 
uniforme das demonstrações contábeis, abordados na Resolução CFC n. 750, de 
29/12/1993., contudo, foi revogada.
O Brasil adotou às normas internacionais de contabilidade e os princípios 
contábeis passaram a ser entendidos de maneira indireta pelo Pronunciamento 
Técnico CPC 00 (R2), emitido pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis, que 
trata da Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro. Entretanto, alguns 
princípios apresentam importância em serem conhecidos e seguidos, como 
o da entidade; continuidade; oportunidade; do registro pelo valor original; da 
competência e o da prudência. 
 O princípio da entidade estabelece que o patrimônio dos sócios/acionistas 
não deve ser confundido com o patrimônio da organização. Greco e Arend (2017, 
p. 14) destacam que “a personalidade (entidade e proprietário(s) são pessoas 
distintas, juridicamente inclusive) e na autonomia patrimonial (patrimônio 
personalizado e autônomo)”. Portanto, seguir esse princípio é importante para 
manter a saúde financeira da empresa, principalmente em pequenas e médias 
empresas familiares, que por não respeitarem o princípio da entidade vivenciam 
problemas. Os valores e recebimentos pertencem exclusivamente à empresa, e 
não devem ser misturados com os valores a receber ou dívidas dos sócios. 
A IMPORTANCIA DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL
25
O princípio da continuidade, segundo Greco e Arend (2017) considera 
que vida da entidade é continuada, e, por consequência, como as demonstrações 
contábeis são estáticas, não podem ser desvinculadas dos períodos anteriores 
e subsequentes, mesmo que digam respeito a determinado exercício social. Ou 
seja, pressupõe que a instituição manterá suas atividades no futuro, e isso deve 
ser levado em consideração no registro dos fatos contábeis e na elaboração das 
demonstrações financeiras.
O princípio da oportunidade busca evitar a omissão de lançamentos 
de fatos contábeis. Desse modo, as variações no patrimônio da entidade devem 
ser registradas pela contabilidade, e assim que ocorram, precisam divulgar a 
informação contábil e sua relevância. 
O princípio do registro pelo valor original estabelece, que os elementos 
do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das 
transações, expressos em moeda nacional. 
Para saber mais sobre o registro dos componentes do patrimônio de 
uma entidade, bem como, outros parâmetros contábeis a serem seguidos, acesse os 
Pronunciamentos Técnicos emitidos pelo CPC. Disponíveis em: <http://www.cpc.org.
br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos>.
DICAS
O princípio da competência sugere que as receitas e despesas devem ser 
registradas pela contabilidade no período em que ocorreram, independente de 
seu recebimento ou pagamento. Por fim, o princípio da prudência estabelece 
a adoção do menor valor para os elementos do ATIVO, e do maior para os do 
PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas, para a 
quantificação das mutações patrimoniais que alterem o Patrimônio Líquido.
Caso você ainda não compreende a definição de Ativo e Passivo, não se 
preocupe. Esses conceitos serão apresentados na próxima seção. 
ESTUDOS FU
TUROS
No Brasil, até o ano de 2007, a contabilidade estava praticamente atrelada 
a normas fiscais. No entanto, a partir da promulgação da Lei nº 11.638/2007 e da 
Lei nº 11.941/2008, o país adotou as normas internacionais de contabilidade. A 
criação do CPC - Comitê de Pronunciamentos Contábeis, e uma série de outras 
ações, constituíram como fatos importantes para esse processo. 
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos
26
UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA CONTÁBIL
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis produz pronunciamentos, 
interpretações e orientações, a partir das normas internacionais emitidas por 
meio do IASB. O IASB é o órgão internacional que tem por objetivo a atualização 
dos IAS (International Accounting Standards) emitidos pelo IASC (International 
Accounting Standards Committee), a edição e atualização dos IFRS (International 
Financial Reporting Standards) com a finalidade de buscar a convergência com as 
normas contábeis nacionais dos países-membros. (IUDÍCIBUS, 2019).
Para saber mais sobre os órgãos internacionais de contabilidade, faça uma 
pesquisa rápida na internet. Esse conhecimento é importante para qualquer profissional 
contábil.
UNI
Como mencionado anteriormente, as normas internacionais de 
contabilidades foram convergidas pelos órgãos responsáveis para a realidade 
brasileira. No quadro 2, estão relacionadas essas normas.
A IMPORTANCIA DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL
27
Quadro 2 — Normas Brasileiras de ContabilidadeNova numeração
NBC TG ESTRUTURA 
CONCEITUAL
Resolução CFC
DOU 13/12/2019 
Nome de Norma
Estrutura Conceitual para Elaboração e 
Divulgação de Relatório Contábil Financeiro
CPC
CPC 00R2
IASB
FRAMEWORK
NBC TG 01 (R4) DOU 22/12/2017 Redução ao valor Recuperável de Ativos CPC 01R1 IAS 36
NBC TG 02 (R3) DOU 22/12/2017 Efeitos das Mudanças nas taxas de câmbio e conversão de demonstrações contábeis CPC 02R2 IAS 21
NBC TG 03 (R3) DOU 22/12/2016 Demonstração dos fluxos de caixa CPC 03R2 IAS 7
NBC TG 04 (R4) DOU 22/12/2017 Ativo Intangível CPC 04R1 FIAS 38
NBC TG 05 (R3) DOU 01/12/2014 Divulgação sobre partes relacionadas CPC 05R1 IAS 24
NBC TG 06 (R3) DOU 22/12/2017 Arrendamentos CPC 06R2 IFRS 16
NBC TG 07 (R2) DOU 22/12/2017 Subvenção e Assistência Governamentais CPC07R1 IAS 20
NBC TG 08 1.313/10 Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores Mobiliários CPC 08R1 IAS 39 (part)
NBC TG 09 1.138/08 Demonstração de valor adicionado (dva) CPC 09 Não há
NBC TG 10 (R3) DOU 22/12/2017 Pagamento baseado em ações CPC 10R1 IFRS 2
NBC TG 11 (R2) DOU 22/12/2017 Contratos de Seguro CPC 11 IFRS 4
NBC TG 12 1.151/09 Ajuste e Valor Presente CPC 12 Não há
NBC TG 19 (R2) DOU 06/11/2015 Negócios em Conjunto CPC 19R2 IAS 23
NBC TG 20 (R2) DOU 22/12/2017 Custos de Empréstimos CPC 20 IAS 23
NBC TG 21 (R4) DOU 22/12/2017 Demonstração Intermediária CPC 21 IAS 34
NBC TG 22 (R2) DOU 06/11/2015 Informações por Segmento CPC 22 IFRS 8
NBC TG 15 (R4) DOU 22/12/2017 Combinação de Negócios CPC 15R1 IFRS 3
NBC TG 16 (R2) DOU 22/12/2017 Estoques CPC 16R1 IAS 2
NBC TG 18 (R3) DOU 22/12/2017 
Investimento em Coligada, em Controlada e 
em Empreendimento Controlado em 
Conjunto.
CPC 18R2
NBC TG 13 1.152/09 Adoção inicial da lei nº.11.638/07 e da Medida Provisória nº 449/08 CPC 13 Não há
NBC TG 23 (R2) DOU 22/12/2017 Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro CPC 23 IAS 8
NBC TG 24 (R2) DOU 22/12/2017 Evento Subsequente CPC 24 IAS 10
NBC TG 25 (R2) DOU 22/12/2017 Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes 
CPC 25 IAS 37
NBC TG 26 (R5) DOU 22/12/2017 Apresentação das Demonstrações Contábeis CPC 26R1 IAS 1
NBC TG 28 (R4) DOU 22/12/2017 Propriedade para Investimento CPC 28 IAS 40
NBC TG 27 (R4) DOU 22/12/2017 Ativo Imobilizado CPC 27 IAS 16
NBC TG 29 (R2) DOU 06/11/2015 Ativo Biológico e Produto Agrícola CPC 29 IAS 41
NBC TG 31 (R4) DOU 22/12/2017 Ativo Não Circulante Mantido para Venda e 
Operação Descontinuada 
CPC 31 IFRS 6
NBC TG 32 (R4) DOU 22/12/2017 Tributos sobre o Lucro CPC 32 IAS 12
NBC TG 33 (R2) DOU 06/11/2015 Benefícios a Empregados CPC 33R1 IAS 19
NBC TG 35 (R2) DOU 26/12/2014 Demonstrações Separadas CPC 35R2 IAS 27
NBC TG 36 (R3) DOU 06/11/2015 Demonstrações Consolidadas CPC 36R3 IAS 27
NBC TG 37 (R5) DOU 22/12/2017 Adoção Inicial das Normas Internacionais de Contabilidade
CPC 37R1 IFRS 1
NBC TG 39 (R5) DOU 22/12/2017 Instrumentos Financeiros: Apresentação CPC 39 IAS 32
NBC TG 40 (R3) DOU 22/12/2017 Instrumentos Financeiros: Evidenciação CPC 40 IFRS 7
NBC TG 41 (R2) DOU 22/12/2017 Resultado por Ação CPC 41 IAS 33
NBC TG 42 DOU 21/12/2018 Contabilidade em Economia Hiperinflacionária CPC 42 IAS 29
NBC TG 43 1.315/10 Adoção Inicial das NBC Ts Convergidas em 2009 CPC 43R1 Não há
NBC TG 44 DOU 26/06/2013 Demonstrações Combinadas CPC 44 Não há
NBC TG 45 (R3) DOU 22/12/2017 Divulgação de Participações em Outras 
Entidades 
CPC 45 IFRS 12
NBC TG 46 (R2) DOU 22/12/2017 Mensuração de Valor Justo CPC 46 IFRS 13
NBC TG 47 DOU 22/12/2016 Receita de Contrato com Cliente CPC 47 IFRS 15
NBC TG 48 DOU 22/12/2016 Instrumentos Financeiros CPC 48 IFRS 9
NBC TG 49 DOU 24/05/2018 Contabilização e Relatório Contábil de Planos de Benefícios de Aposentadoria CPC 49 IAS 26
ITG 01 (R1) DOU 22/12/2017 Contratos de Concessão ICPC 01R1 IAS 12
ITG 07 (R1) DOU 20/12/2013 Distribuição de Lucros in Natura ICPC 07 IAS 17
IAS 28
28
UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA CONTÁBIL
ITG 08 1.398/12 Contabilização de proposta de Pagamento de 
Dividendos 
ICPC 08R1 Não há
ITG 09 (R1) DOU 22/12/2016 
Demonstrações Contábeis Individuais, 
Demonstrações Separadas, Demonstrações 
Consolidadas e Aplicação de Métodos de 
Equivalência Patrimonial
ICPC 09 Não há
ITG 16 (R2) DOU 22/12/2017 Extinção de Passivos Financeiros com Instrumentos Patrimoniais ICPC 16 IAS 19
ITG 17 1.375/11 Contratos de Concessão: Evidenciação ICPC 17 SIC 29
ITG 18 DOU 19/09/2013 Custos de Remoção de Estéril de Mina de Superf Fase de Produção ICPC 18 IFRIC 20
ITG 19 DOU 01/12/2014 Tributos ICPC 19 IFRIC 21
ITG 12 1.265/09 Mudanças em Passivos por Desativação, Restauração e Outros Passivos Similares ICPC 12 IAS 1
ITG 13 (R2) DOU 22/12/2017 
Direitos e Participações Decorrentes de 
Funções de Desativação, Restauração e 
Reabilitação Ambiental
ICPC 13 IAS 5
ITG 15 1.289/10 
Passivos Decorrentes de Participação em 
Mercado Específico Resíduos de 
Equipamentos Eletroeletrônicos
ICPC 15 IAS 6
ITG 10 1.263/09 
Interpretação sobre a Aplicação Inicial ao 
Ativo Imobilizado e à Propriedade para 
Investimento 
ICPC 10 Não há
ITG 20 DOU 28/11/2014 
Limite de Ativo de Benefício definido, 
Requisitos de Custeio (funding) Mínimo e sua 
Interação
ICPC 20 IFRIC 14
ITG 21 DOU 22/12/2017 Transação em Moedas Estrangeira e Adiantamento ICPC 21 IFRIC 22
ITG 22 DOU 22/12/2017 Incerteza sobre Tratamento de Tributos sobre o Lucro 
ICPC 22 IFRIC 23
ITG 23 DOU 21/12/2018 Aplicação de Abordagem de Atualização Monetária Prevista na NBCTG 42 ICPC 23 IFRIC 7
CTG 02 1.157/09 Esclarecimentos sobre as Demonstrações Contábeis de 2008 OCPC 02 Não há
CTG 01 1.154/09 Entidades de Incorporação Imobiliária OCPC 01 Não há
CTG 04 1.317/10 Aplicação de Interpretação Técnica ITG 02 - Contrato de Contratos de Setor Imobiliário OCPC 04 Não há
CTG 05 1.318/10 Contratos de Concessão OCPC 05 Não há
CTG 06 DOU 26/06/2013 Apresentação de Informações Financeiras Pro Forma OCPC 06 Não há
CTG 07 DOU 01/12/2014 Evidenciação na Divulgação dos relatórios Contábil-financeiros de Propósito geral OCPC 07 Não há
Fonte: Conselho Federal de Contabilidade 
(recurso online, 2020).
Os trabalhos desenvolvidos na contabilidade necessitam acompanhar 
as mudanças do ambiente e as necessidades dos usuários. Outro aspecto a ser 
considerado consiste na revisão constante das normas, visto que, algumas se 
encontram na quarta revisão (R4). Esse fato representa o esforço das entidades, em 
se manterem informadas sobre a contabilidade atual, para atingir seus objetivos.
29
AUTOATIVIDADE
A informação contábil, seja fornecida por meio de relatórios gerenciais ou 
nas demonstrações contábeis, visa atender as necessidades do seu usuário. 
Em muitos casos, pode ser um diferencial competitivo para as empresas e 
investidores no processo de decisão, desde que mantenha sua qualidade. 
Neste sentido, disserte sobre as características que garantem a qualidade da 
informação contábil.
30
TÓPICO 3 
UNIDADE 1
ELEMENTOS DO PATRIMÔNIO
Introdução
O que vem à sua mente quando alguém pergunta qual o tamanho do 
seu patrimônio? Para responder esse questionamento, geralmente pensamos 
na quantidade de bens mensuráveis em dinheiro que temos, como casa, carro, 
terrenos e outros.
Para Crepaldi (2013) o patrimônio de uma entidade é o conjunto de bens, 
direitos e obrigações, susceptíveis de avaliação em moeda, vinculados a uma 
empresa ou pessoa física, num determinado momento. Desse modo, no conceito 
de patrimônio estão inclusos os bens materiais e as dívidas de uma empresa. 
O patrimônio de uma organização é apresenta na demonstração contábil, 
denominada de Balanço Patrimonial.
Na Unidade 3 estudaremos as principais demonstrações contábeis, inclusive 
o Balanço Patrimonial.
ESTUDOS FU
TUROS
A representação gráfica do balanço patrimonial é apresentada no Quadro 3. 
Quadro 3 — Balanço Patrimonial
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Bens e direitos Obrigações
Patrimônio Líquido
Fonte: O autor (2021).
ELEMENTOS DO PATRIMÔNIO
31
Opatrimônio de uma entidade, demonstrado no quadro 3, apresenta o 
balanço patrimonial Ativo, que inclui os bens e direitos, assim como, o Passivo 
com as obrigações da entidade e o patrimônio líquido. Assim, a união dos três 
elementos, bens e direitos, obrigações e patrimônio líquido, representam a 
equação fundamental do patrimônio:
 PatrimônioLíquido = Ativo - Passivo (1)
A equação pode ser apresentada da seguinte maneira:
 Ativo = Passivo + PatrimônioLíquido (2)
Dessa forma, deve haver uma igualdade entre o valor registrado no 
lado esquerdo e o valor registrado no lado direito do Balanço Patrimonial. Essa 
informação lembra, mesmo que vagamente, o Método das Partidas Dobradas, 
apresentado na primeira seção? Pois bem, estudaremos os elementos que 
compõem o Balanço Patrimonial e você conhecerá mais sobre o assunto.
Ativo
O Ativo compreende os bens e direitos de uma entidade. A NBC TG 
Estrutura conceitual financeira, define Ativo, no seu item 4.3, como um recurso 
econômico presente e controlado pela entidade, como resultado de eventos 
passados. O Recurso econômico representa bens e direitos que apresentem 
potencial de geração de benefício futuro para a entidade. 
Marion (2018) esclarece que bens são as coisas úteis, capazes de satisfazer 
às necessidades das pessoas e das empresas. Os bens podem ser tangíveis ou 
intangíveis. Os bens tangíveis são aqueles que são palpáveis (mesa, automóvel, 
caneta, etc), e os intangíveis, não apresentam característica física (marcas, patentes, 
capital intelectual, etc). 
Para conhecer mais sobre os bens intangíveis, sugere-se a leitura do 
livro “Avaliação de ativos intangíveis: goodwill, capital intelectual, marcas e patentes, 
propriedade intelectual, pesquisa e desenvolvimento” dos autores Paulo Schimidt e José 
Luiz dos Santos.
DICAS
32
UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA CONTÁBIL
Os bens podem ser classificados em móveis e imóveis. Os bens móveis 
são aqueles que podem ser removidos por si próprios ou por outras pessoas, 
por exemplo, máquinas, equipamentos, estoques de mercadorias, etc. Os bens 
imóveis são aqueles que não podem ser retirados sem causar destruição ou danos, 
como os edifícios, construções, árvores etc. (MARION, 2018). Para Padoveze 
(2017), os bens mais comuns de uma entidade consistem no dinheiro, estoque de 
mercadorias, imóveis, instalações, veículos, móveis e utensílios, equipamentos de 
informática, máquinas e equipamentos, por exemplo.
O Ativo de uma entidade é composto pelos direitos que possui. Marion 
(2018) afirma, que no sentido contábil, direito é o poder de exigir algo. Por exemplo
Após um mês de trabalho, desde que o pagamento estabelecido seja 
mensal, você tem direito de receber seu salário. Assim, salários a 
receber é um direito. Depositando determinada quantia num banco, 
você tem direito de sacar esse depósito a qualquer momento. Assim, 
dinheiro depositado em bancos é um direito (MARION, 2018, p. 18).
Os direitos mais comuns de uma entidade são os saldos bancários, valores 
a receber de clientes, aplicações financeiras, impostos a recuperar e ações de 
outras empresas (caso a entidade seja acionista de outra empresa). 
Passivo 
No lado direito do Balanço Patrimonial está o Passivo, que compreende 
as obrigações da entidade. Padoveze (2017) informa que as obrigações decorrem 
de responsabilidades assumidas junto a terceiros, por utilização de produtos e 
serviços a serem liquidados no futuro.
Uma dívida com fornecedor, por exemplo, pode decorrer da compra de 
mercadorias ou matéria-prima, sendo que, no futuro será exigido o pagamento 
da dívida. Outra situação, compõe no empréstimo para financiar as atividades da 
empresa (muitas vezes para capital de giro), a instituição realizará a cobrança na 
data acordada. Assim como, um funcionário que trabalha o mês para empresa, e 
ao final deste período espera receber seu salário. Os contextos apresentados nos 
exemplos, são passivos comuns de uma empresa, o pagamento aos fornecedores, 
contas, empréstimos e financiamentos, salários, encargos trabalhistas, impostos a 
recolher, dentre outros. 
Mas se Passivo são somente esse tipo de obrigação, por que na imagem 
do Balanço Patrimonial destaca o Patrimônio Líquido no lado esquerdo do 
demonstrativo? Pense um pouco sobre isso. 
Segundo Greco e Arend (2017) no patrimônio líquido estão o capital social, 
que representa os recursos aplicados pelos proprietários (sócios, acionistas) 
em troca de cotas, ações ou outras modalidades de participação e também os 
lucros. Dessa forma, o sócio ou acionista ao investir na empresa, espera que o seu 
investimento gere um benefício econômico futuro, o que constitui uma espécie de 
obrigação com a empresa.
33
AUTOATIVIDADE
O patrimônio de uma entidade consiste em todos os elementos que possui, 
o, que representa sua riqueza. Isso inclui não somente os bens, mas também 
as suas dívidas. Pode-se dividir o patrimônio de uma entidade em Ativos 
e Passivos, incluído nesse último o Patrimônio Líquido. Com base no que 
você estudou, assinale a assertiva que corresponde somente à Ativos de uma 
entidade.
a. Dinheiro em espécie, terrenos e financiamentos;
b. Marca registrada, encargos trabalhistas e veículos;
c. Software, estoques e impostos a recuperar;
d. Aplicações financeiras, impostos a recolher e contas a receber.
34
RESUMO
Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem 
pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao 
AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
CHAMADA
34
A Contabilidade é uma ciência social muito antiga. Seu principal marco foi a 
publicação do livro ‘Suma de arithmetica, geométrica, proportioni et porportionalitá’, 
escrito por Luca Pacioli, que difundiu o Método das Partidas Dobradas;
Os usuários da informação contábil podem ser divididos em internos 
(sócios, diretores, gerentes, funcionários, etc.) e externos (investidores, governo, 
bancos, etc); 
Para garantir a qualidade da informação contábil, deve-se observar algumas 
características como, relevância, representação fidedigna, comparabilidade, 
verificabilidade, tempestividade e compreensibilidade. 
O patrimônio de uma entidade é dividido em Ativo, que corresponde aos 
bens e direitos, e Passivo, que corresponde às obrigações (inclusive o patrimônio 
líquido).
35
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
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em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
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CHAMADA
ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL
UNIDADE 2
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um 
deles, você encontrará atividades visando à compreensão dos 
conteúdos apresentados.
TÓPICO 1 - As contas contábeis 
TÓPICO 2 - Plano de contas 
TÓPICO 3 - Ferramentas e métodos de escrituração 
A partir desta unidade você será capaz de:
•  Entender o funcionamento das contas contábeis;
•  Analisar a estrutura de um plano de contas;
•  Conhecer os métodos e instrumentos de escrituração.
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Introdução da Unidade
A pessoa que é correntista de um banco possui, nessa instituição financeira, 
uma conta em seu nome e a quantia monetária. Por meio dessa conta, realiza as 
movimentações relacionadas aos depósitos, transferências e pagamentos. 
Na Contabilidade existem contas, organizadas de modo semelhante. 
Dessa forma, existe uma conta para cada elemento (terreno, dinheiro, veículos) 
ou grupo de elementos do patrimônio de uma entidade, com o registro da sua 
movimentação contábil. 
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UNIDADE 2
AS CONTAS CONTÁBEIS
TÓPICO 1 
Teoria das contas
Ao longo do tempo, diversas escolas de pensamento contábil guiaram a 
teoria e prática contábil. Uma das mais conhecidas, a escola italiana, enfatizava 
a teoria das contas como um dos principais fundamentos da contabilidade. 
Entretanto, a partir de 1920, a escola norte-americana tem prevalecido em âmbito 
mundial, em decorrência de sua objetividade. (PADOVEZE, 2017).
Contaé o nome técnico que identifica um elemento patrimonial ou um 
elemento de resultado, que pode constituir uma despesa ou receita. (RIBEIRO, 2018). 
IMPORTANT
E
As escolas defendiam teorias diferenciadas a respeito do estudo das 
contas contábeis. Na figura 7, são apresentadas algumas noções. 
ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL
38
Figura 7 — Teorias das contas
Teorias das 
contas
Teoria materialista
Contas de correspondentes 
Contas dos agentes
consignatários 
Contas do proprietário
Bens
Direitos
Obrigações
Receitas
 Despesas
Situação Líquida
Direitos
Obrigações
Receitas
Despesas
Caixas
Ativo
Receitas
Despesas
Passivo
Integrais
Diferenciais
Contas patrimoniais 
Contas de resultado 
Teoria personalística 
Teoria patrimonialista 
Fonte: Bazzi (2014, p. 129).
Para a teoria Materialística, cujo nome de destaque é Fábio Besta, as contas 
representavam valores materiais, sendo divididas em dois grupos, em Integrais 
com os bens, direitos e obrigações, e Diferenciais que apontam sobre Patrimônio 
Líquido e suas variações. (BAZZI, 2014).
A teoria Personalista supõe que as contas representam a responsabilidade 
de pessoas na entidade. Ou seja, devem prestar contas, em relação as contas 
responsáveis para a administração da entidade. Essa teoria explica os conceitos 
de saldo devedor e credor das contas. Assim, de acordo com Padoveze (2017), o 
responsável pela conta de clientes deve para entidade, e o responsável pela conta 
de empréstimos é credor junto à entidade. Nessa teoria, as contas estão divididas 
em três grupos, dos agentes consignatários, de correspondentes e do proprietário. 
Os principais nomes dessa escola são Francesco Marchi e Giuseppe Cerboni.
AS CONTAS CONTÁBEIS
39
A teoria Patrimonialista, criada por Vincenzo Masi e usualmente adotada 
no Brasil, estabelece que o objeto de estudo da ciência contábil representa o 
patrimônio de uma entidade. Desse modo, a contabilidade tem como finalidade 
controlar o patrimônio e apurar o resultado das empresas, por meio do uso das 
contas patrimoniais e contas de resultado.
Classificação das contas
De acordo com a teoria patrimonialista as contas de uma entidade podem 
ser classificas em dois grupos, patrimoniais e de resultado. As contas patrimoniais, 
representam os elementos do patrimônio, e são subdividas em Ativas, sobre os 
bens e direitos da entidade, e as Passivas, que correspondem às obrigações e 
patrimônio líquido. 
No quadro 4 é apresentado uma representação gráfica das contas 
patrimoniais e sua posição no Balanço Patrimonial de uma entidade. 
Quadro 4 — Contas patrimoniais e de resultado
CONTAS PATRIMONIAIS
ATIVO PASSIVO
(Contas de natureza devedora) (Contas de natureza credora)
Bens (+)
Direitos (+)
(Contas de natureza devedora)
Obrigações (-)
Patrimônio líquido (+ ou -)
(Contas de natureza credora)
CONTAS DE RESULTADO
DESPESAS (-) 
 
RECEITAS (+)
Fonte: Ribeiro (2018, p. 31.)
As contas de resultado representam as variações patrimoniais por meio 
das receitas e despesas. As receitas de uma entidade decorrem da venda de 
bens, inclusive de mercadorias, produtos e prestação de serviços. Além dessas 
situações, também são receitas os descontos obtidos, o direito de receber juros e 
os aluguéis de bens que a empresa possua com espaços locados para terceiros. 
As Despesas caracterizam-se pelo consumo de bens e pela utilização 
de serviços durante o processo de obtenção das receitas. Por exemplo: 
a energia elétrica consumida, os materiais de limpeza consumidos 
(sabões, desinfetantes, vassouras, detergentes), o café consumido, os 
materiais de expediente consumidos (canetas, papéis, cartuchos de 
tintas para impressoras, impressos e outros), a utilização dos serviços 
telefônicos etc. (RIBEIRO, 2018, p. 31).
ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL
40
Existem algumas contas que podem aparecer no grupo das despesas e no 
grupo das receitas. Ou ainda, uma conta patrimonial do Ativo que também esteja 
elencada no Passivo. Para diferenciar o grupo de classificação de cada uma dessas 
contas, utiliza-se um termo, que complementa o nome da conta. Por exemplo, em 
relação ao aluguel: 
•  Aluguel – conta de resultado (despesa). 
•  Aluguel a pagar – conta patrimonial (passiva). 
•  Aluguel a receber – conta patrimonial (ativa). 
•  Receita de aluguel – conta de resultado (receita). 
Assim como o exemplo do aluguel, a complementação do termo ocorre 
em outras contas, como juros e descontos. Nesse momento dos estudos, o assunto 
pode parecer complexo, mas à medida que você conhecer o plano de contas, 
perceberá que é não é algo difícil de se compreender. 
Na próxima seção estudaremos sobre a codificação das contas, que será útil 
para o entendimento sobre a diferenciação entre os tipos de contas. 
ESTUDOS FU
TUROS
Funcionamento das contas 
As contas são uma ferramenta importante para a Contabilidade controlar 
a movimentação de todos os componentes patrimoniais (contas patrimoniais), 
extrapatrimoniais (contas de compensação) e das variações do patrimônio 
líquido (contas de resultado). Dessa forma, a sua finalidade integra a prestação 
de informações aos usuários sobre o patrimônio e suas variações. 
As contas de compensação são utilizadas para o registro de atos 
administrativos relevantes, cujos efeitos possam se concretizar no futuro, implicando 
em modificações no patrimônio. Por exemplo: a hipoteca, o penhor, as assinaturas de 
contratos de compra e vendas de mercadorias e as assinaturas de contratos de seguros. 
UNI
AS CONTAS CONTÁBEIS
41
As contas contábeis são movimentadas por meio de lançamento de 
créditos e débitos. Entretanto não se assemelham ao extrato bancário, pois crédito 
difere de uma situação positiva, assim como, o débito não significa uma situação 
favorável para uma conta. Antes de entendermos os conceitos de débito e crédito, 
faz-se necessário entender como a contabilidade registra e controla as variações 
das contas: 
Isso ocorre da seguinte maneira: o contabilista cria nos registros 
contábeis um gráfico em forma de T para controlar cada elemento 
patrimonial ou de resultado. Cada gráfico será identificado na 
contabilidade pelo nome do elemento componente do patrimônio 
ou representativo de despesa ou de receita, como: Caixa, Móveis 
e Utensílios, Aluguéis Passivos etc. Nesses gráficos, o contabilista 
controlará a movimentação de cada elemento, registrando seus 
aumentos (ingressos, entradas, compras) e suas diminuições (saídas, 
vendas). (RIBEIRO, 2018, p. 34).
Observe a o gráfico em forma de T apresentado na figura 8, perceba que 
no lado esquerdo estão os débitos e do lado direito, os créditos. 
Figura 8 — Razonete
CLIENTES
Débito Crédito
Fonte: O autor (2021). 
Segundo Ribeiro (2018) as contas do Ativo e as contas de despesas são 
consideradas de natureza devedora (que representam o destino dos recursos da 
empresa, ou seja, para onde vai o dinheiro), e as contas do Passivo, bem como as 
contas de receitas, de natureza credora (que representam as origens dos recursos, 
ou seja, de onde vêm o dinheiro da empresa). Em termos gerais, significa que 
os débitos aumentam o saldo positivo das contas do Ativo, e das de despesas 
e dos créditos reduzem o valor dessas contas. Desse modo, o inverso é válido, 
onde, os créditos aumentam o valor das contas do Passivo, e das receitas e dos 
débitos diminuem o valor dessas contas. Exemplo: a conta de clientes é uma conta 
patrimonial do Ativo que representa os valores a receber de clientes oriundos de 
vendas a prazo. Agora, vamos analisar as seguintes situações e o seu impacto no 
saldo da conta. 
1. Venda de mercadoria a prazo, gerando o direito de a empresa receber 
R$ 500,00 de cliente. Esse lançamento será a débito já que a conta dos 
clientes é uma conta patrimonial e aumentará o saldo dessa conta.
ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL
42
2. Recebimento de clientes no valor de R$ 200,00. Esse lançamento será 
a crédito na conta clientes e diminuirá seu saldo.
3. Venda de mercadoriaa prazo no valor de R$ 100,00. Esse lançamento, 
assim como o primeiro, será a débito e aumentará o saldo da conta.
Essas movimentações estão demonstradas na tabela 1. 
Tabela 1 — Registro no razonete da conta Clientes
CLIENTES
Débito Crédito
1 500,00
3 100,00
 400,00
200,00 2
Fonte: O autor (2021). 
Observe, que se somarmos todas as vendas a prazo (débitos) e subtrairmos 
os pagamentos (crédito), ao final dos lançamentos, a conta clientes fica com um 
saldo a débito de R$ 400,00. Esse saldo é positivo e significa que a empresa ainda 
possui R$ 400,00 para receber de suas vendas a prazo. 
Essa lógica é aplicada de maneira semelhante para as demais contas 
contábeis. Ribeiro (2018) lembra que:
•  As contas com saldos de natureza devedora serão debitadas sempre 
que ocorrer entradas de valores nas respectivas contas, ou seja, serão 
debitadas para registrar os aumentos em seus saldos; da mesma 
forma essas contas serão creditadas para registrar saídas de valores, 
ou seja, diminuições em seus saldos. 
•  As contas com saldos de natureza credora serão creditadas sempre 
que ocorrer entradas de valores nas respectivas contas, ou seja, serão 
creditadas para registrar os aumentos em seus saldos; da mesma 
forma essas contas serão debitadas para registrar saídas de valores, 
ou seja, diminuições em seus saldos.
A conta Fornecedores, por exemplo é uma conta patrimonial do Passivo 
que representa os valores das obrigações com fornecedores decorrentes de 
compras a prazo. Agora, vamos analisar as seguintes situações e o seu impacto 
no saldo da conta. 
AS CONTAS CONTÁBEIS
43
1. Compra de mercadorias para revenda, a prazo, no valor de R$ 
5.000,00. Esse lançamento será a crédito, pois a conta Fornecedores 
é uma conta do Passivo – para as quais os créditos aumentam o seu 
valor.
2. Pagamento de fornecedores no valor de R$ 2.000,00. Esse lançamento 
será a débito, diminuindo assim o valor da conta.
3. Compra de mercadorias para revenda, a prazo, no valor de R$ 3.000,00. 
Assim como o primeiro lançamento, esse também será a crédito, para 
aumentar o saldo da conta.
Essas movimentações estão demonstradas na tabela 2. 
Tabela 2 — Registro no razonete da conta Fornecedores
FORNECEDORES
Débito Crédito
2 2000,00 5.000,00 1
3.000,00 3
6.0000,00
Fonte: O autor (2021). 
Observe, que se somarmos todas as compras a prazo (créditos) e subtrairmos 
os pagamentos (débitos), ao final dos lançamentos, a conta Fornecedores fica com 
um saldo a débito de R$ 6.000,00. Esse saldo é positivo e significa que a empresa 
ainda possui R$ 6.000,00 para de dívidas com fornecedores. 
44
AUTOATIVIDADE
1. Ao longo do tempo, surgiram escolas contábeis com teorias diversas a 
respeito da classificação das contas contábeis. A teoria utilizada hoje em dia 
é a patrimonialista que separa as contas em patrimoniais e de resultado. A 
respeito disso, classifique as assertivas em "V" se verdadeiro e "F" se falso: 
( ) As Despesas são contas de natureza credora, ou seja, seu saldo aumenta 
se creditadas. 
( ) As contas do Ativo são de natureza devedora, para indicar um aumento 
no seu saldo devem ser debitadas. 
( ) As contas de Receitas aumentam seu saldo com lançamento no lado 
direito do razonete. 
( ) As contas do Passivo devem ser debitadas para indicar um aumento no 
valor de seu saldo. 
Gabarito
1. Resposta: F, V, V, F.
45
TÓPICO 2 
UNIDADE 2
PLANO DE CONTAS
Definição 
Na Unidade 1 estudamos sobre as necessidades dos usuários da 
contabilidade, em saberem sobre as informações, e que as informações contábeis 
devem seguir critérios para serem relevantes, úteis e capazes de interpretação. 
Desse modo, é fundamental um sistema ordenado de contas que apresente as 
variações patrimoniais de uma entidade. 
Podemos definir plano de contas como o conjunto de contas contábeis, 
estruturado de forma ordenada e classificada, criado e necessário para 
permitir a captura e registro dos lançamentos contábeis das transações 
dos eventos econômicos e obter os saldos e movimentos das contas 
contábeis, de modo a ensejar a elaboração das demonstrações contábeis 
societárias, fiscais e gerenciais, traduzindo-se na espinha dorsal do 
sistema de informação contábil (PADOVEZE, 2017, p. 62).
Bazzi (2014) complementa que o plano de contas é um conjunto de dados 
que atende as necessidades de registro das contas patrimoniais e de resultado, 
possibilitando também o desenvolvimento ordenado das demonstrações 
contábeis. Assim, serve de orientação à escrituração contábil, e possibilita unidade 
de trabalho, dificulta a existência de erros naturais causados pela ausência de 
sistematização, facilita a transmissão de serviços e constitui um meio de controle. 
(GRECO; AREND, 2017).
O plano de contas, segundo Ribeiro (2018), é um conjunto de contas, 
diretrizes e normas que disciplina as tarefas do setor de contabilidade, objetivando 
a uniformização dos registros contábeis. Mas, não significa que existe uma 
estrutura engessada de plano de contas obrigatória para todas as entidades.
É importante salientar que existem exceções. As instituições financeiras, 
dentre elas os estabelecimentos bancários, estão sujeitas à adoção do plano de contas 
específico das Instituições do Sistema Financeiro Nacional (COSIF). Da mesma forma, as 
companhias que atuam no ramo de seguros estão sujeitas à adoção do Plano de Contas 
específico aprovado pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). 
UNI
46
ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL
Um plano de contas deve ser criado de acordo com as necessidades específicas 
de cada entidade, observando a Legislação e as Normas Brasileiras de Contabilidade. 
Assim, para Ribeiro (2018) tendo em vista o porte, o ramo de atividade da empresa, 
bem como a quantidade de informações demandadas pelos usuários, o plano de 
contas poderá conter um número maior ou menor de informações. 
Segundo Padoveze (2017) um plano de contas deve: 
I. Capturar a visão da organização, sua estrutura física, organizacional 
e hierárquica; 
II. Capturar a visão dos negócios da organização, suas áreas de negócios, 
produtos e serviços;
III. Identificar as necessidades de informações de todos os usuários nos 
seus três níveis hierárquicos, nesta ordem: presidência e diretoria, 
gerência média e chefia.
Padoveze (2017) salienta que após identificadas todas as necessidades 
gerenciais, obtidas nesses três aspectos apresentados, o contador deverá 
incorporar as necessidades legais (societárias e fiscais), e por último suas 
necessidades operacionais. 
A elaborar um plano de contas requer, que atenda às necessidades 
gerenciais da entidade, e depois às necessidades fiscais. O principal propósito da 
contabilidade é fornecer informações para os usuários internos e externos, que 
para a alta gerência a informação contábil significa na possibilidade de alterar 
o rumo da empresa. Por isso é importante que o plano de contas atenda às 
necessidades gerenciais de informação. Em relação ao plano de contas:
a) Deve atender primeiramente as necessidades gerenciais específicas 
de cada entidade e atender às necessidades de informações de todos 
os usuários da organização; b) Em segundo lugar, deve atender as 
necessidades legais, societárias e fiscais; c) A classificação deve partir 
do geral para o particular; d) O plano de contas deve ser codificado 
para facilitar o processo de trabalho e integração computacional com os 
demais sistemas de informações da organização; e) Os agrupamentos 
de contas devem ser elaborados a partir das necessidades de geração 
das demonstrações contábeis, financeiras e relatórios futuros; f) Os 
títulos das contas contábeis devem refletir imediatamente e com 
precisão semântica os eventos econômicos que formaram os saldos das 
contas; g)Deve ter flexibilidade para incorporação das necessidades 
de informação futuras. (PADOVEZE, 2017, p. 63).
A maioria dos sistemas contábeis traz uma estrutura de plano de contas 
seguindo os aspectos legais, o que facilita a elaboração das demonstrações 
contábeis. Entretanto, isso não significa que a empresa não possa fazer modificações 
que alterem alguma coisa da estrutura, mas poderá atrapalhar futuramente.
PLANO DE CONTAS
47
Composição
Agora que você estudou sobre o plano de contas, vamos discutir a sua 
composição. Ribeiro (2018) orienta que o plano de contas considera o elenco de 
contas, manual de contas e modelos de demonstrações contábeis padronizadas.
Elenco das contas
O elenco de contas é uma relação das contas utilizadas para o registro 
dos fatos administrativos responsáveis pela movimentação do patrimônio da 
empresa, bem como, dos atos administrativos considerados relevantes (das 
contas de compensação). O elenco de contas envolve a intitulação (rubrica, nome) 
e o código de cada conta. (RIBEIRO, 2018).
Como mencionado anteriormente, independente da empresa, é importante 
agrupar as contas de acordo com a estrutura estabelecida nas Leis e Normas 
Contábeis, o que facilita a elaboração das demonstrações contábeis. 
A elaboração do elenco de contas, conforme salientam, Greco e Arend 
(2017), considera a necessidade de atendimento aos usuários da informação 
contábil. Dessa forma, contêm os detalhes exigidos para efeitos da legislação do 
imposto de renda, e as informações de interesse da administração da empresa.
O elenco de contas pode ser sintético ou analítico. No aspecto sintético, 
as contas são agrupadas por elementos do ativo, passivo, patrimônio líquido, 
receitas, despesas, transitórias e de compensação. E, no analítico, as contas são 
distribuídas em grupos e/ou subgrupos do ativo, passivo, patrimônio líquido, 
receitas e despesas, incluindo as transitórias e de compensação.
 
Um elenco de contas nunca deve classificar as contas conforme a sua 
natureza (devedora/credora). Caso isso ocorra, as contas do Ativo ficariam no mesmo 
grupo que as Despesas, e as contas do Passivo ficariam no mesmo grupo que as 
Receitas. Essa forma de agrupamento é incorreto, pois essas contas representam 
situações diferentes e não devem estar juntas.
IMPORTANT
E
Greco e Arend (2017) afirmam que o agrupamento mínimo do elenco de 
contas será: 
•  Ativo;
•  Passivo; 
•  Patrimônio líquido; 
48
ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL
•  Receitas; 
•  Despesas/Custos; 
•  Intermediárias/Transitórias; 
•  Compensado. 
As contas intermediárias são utilizadas para satisfazer uma situação 
transitória, registrando um fato ainda sem classificação definida. O seu uso é 
temporário, pois na sequência, o seu saldo será transferido para a conta adequada. 
Essas contas são constituídas para uso temporário, e seu saldo será futuramente 
transferido para a conta adequada, que registrará o fato após definido. 
As contas de compensação correspondem as contas que não fazem parte 
do patrimônio e servem apenas para controle, de modo geral, são contas que 
integrarão o patrimônio no futuro. Greco e Arend (2017) definem essas contas 
como um conjunto de contas optativo, que tem a finalidade informar os atos 
internos da empresa, servindo como meio para seu controle. 
Segundo a NBC-T-25, as contas de compensação constituem um sistema 
próprio com o registro dos atos relevantes, cujos efeitos possam ser traduzidos 
em modificações no patrimônio da entidade. A escrituração nas contas de 
compensação será obrigatória, somente nos casos em que haja determinação 
específica, expedida por órgão competente, e não serão permitidas nas 
demonstrações contábeis. 
Um exemplo de seu uso é o lançamento para registrar o valor de seguro 
contratado: 
DÉBITO Seguros Contratados 
CRÉDITO Contratos de Seguros 
Esse lançamento corresponde ao valor do seguro contratado e não ao 
valor do prêmio do seguro, que constitui uma despesa. 
Ao elaborar o elenco de contas é importante observar a estrutura das 
demonstrações contábeis. Para evitar um retrabalho, o de ter que adaptar as 
contas na hora de elaborar as demonstrações do período. 
A NBC TG 26 (R5) dispõe sobre apresentação das demonstrações contábeis, 
bem como a respeito de sua estrutura. Assim, determina sobre a organização 
das contas do Ativo segregadas em Ativo Circulante e Ativo Não Circulante. 
As constas do Ativo Não Circulante se subdivide em realizável a longo prazo, 
investimentos, imobilizado e intangível. Essas contas são ordenadas por grau de 
liquidez. No Ativo Circulante estão elencados todos os bens e direito da entidade 
realizáveis (que serão convertidos em dinheiro) durante um exercício social. 
PLANO DE CONTAS
49
O exercício social compreende um período de 12 meses e coincidente 
com o ano civil, que inicia no dia 1º de janeiro e finda em 31 de dezembro. Desse 
modo, ao final desse período, as empresas apuram os seus resultados e elaboram as 
Demonstrações Contábeis. 
IMPORTANT
E
 Segundo Ribeiro (2018), o Ativo Circulante compreende os bens e direitos 
que estão em frequente circulação no Patrimônio, no capital de giro da empresa, 
nos valores transformados em dinheiro ou aqueles, que estejam em processo 
até o término do exercício social subsequente, bens a venda ou para consumo, 
despesas pagas antecipadamente com vencimentos fixados até 12 meses da data 
do Balanço, e os direitos com vencimentos no decorrer deste período.
Os valores realizáveis do Ativo Circulante não são convertidos diretamente 
em dinheiro. Sobretudo com os tributos que a empresa recolhe antecipadamente, e 
serão compensados com as obrigações fiscais, no pagamento aos órgãos públicos, 
ou com materiais de consumo e despesas pagas antecipadamente. 
O grupo dos Direitos Realizáveis no curso do exercício social seguinte, pode 
ser subdividido em créditos com clientes, outros créditos, tributos a recuperar, 
investimentos temporários a curto prazo e estoques. Os bens e os direitos que 
representam os recursos aplicados consistem em quantias de dinheiro presentes 
no caixa, ou depositadas em contas correntes, no nome da empresa, em bancos. 
De modo geral, essas contas são que possuem maior grau de liquidez entre as 
demais contas do Ativo. 
O crédito com clientes consiste nos direitos a receber de terceiros 
oriundos de vendas de mercadorias, ou de prestação de serviços realizados a 
prazo. Igualmente, os direitos a receber das administradoras de cartões de crédito 
que provêm das vendas de mercadorias ou de prestação de serviços realizados a 
prazo. Outros créditos representam os direitos da empresa em receber quantias 
de terceiros, que não correspondam as vendas a prazo de mercadorias e serviços. 
Os tributos a recuperar advêm dos impostos, taxas ou contribuições 
recolhidas antecipadamente, ou indevidamente, que por meio da Legislação, 
serão compensados em até 12 meses. Os investimentos temporários a curto prazo 
indicam as aplicações em dinheiro em instrumentos financeiros, como títulos e 
valore mobiliários, representativos ou não do capital de outras empresas. 
Nos estoques os bens são destinados à produção, prestação de serviços, 
venda ou consumo. Dessa forma, os estoques de mercadorias e produtos vendidos 
à vista são transformados em dinheiro, os estoques de materiais destinados 
ao processo produtivo, assim que incorporados aos produtos de fabricação, se 
50
ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL
tornam em custos. Os estoques de materiais destinados à prestação de serviços 
passam a ser custos, devido a sua aplicação na prestação dos serviços, e os estoques 
de materiais de consumo assim que forem consumidos se transformam em 
despesas. Em relação às despesas, as que são pagas antecipadamente, constituem 
em despesas do exercício seguinte, e as pagas, em exercício atual. 
As despesas pagas antecipadamente, são registradas no Ativo porque 
representam um o benefício futuro que ocorre no ato do pagamento. As 
assinaturas anuais

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