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Indaial – 2021 Fundamentos da Contabilidade Prof. Andréia de Lima 1a Edição Copyright © UNIASSELVI 2021 Elaboração: Prof. Andréia de Lima Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: apresentação A Contabilidade é uma ciência antiga que sempre buscou atender as necessidades dos seus usuários. Inicialmente utilizada para o controle patrimonial, nas últimas décadas passou a ser também um instrumento de controle gerencial para as empresas. Apesar da maioria das entidades ser obrigada por lei a manter a Contabilidade, seu maior benefício está no diferencial competitivo que a informação contábil pode gerar tanto para seus usuários internos (sócios e gerentes), quanto para os usuários externos (acionistas, sociedade, instituições financeiras, governos, etc.). Diante disso, o profissional contábil se tornou cada vez mais indispensável no mundo dos negócios. Este caderno apresenta os aspectos iniciais da ciência contábil, contribuindo assim para a construção do seu conhecimento: Na Unidade 1 você conhecerá aos aspectos introdutórios da contabilidade. Abordaremos desde a sua origem até sua utilização atualmente. Analisaremos os principais conceitos, a importância da informação contábil para seus usuários, as normas e princípios contábeis que devem ser seguidos pelo profissional desta área e também os principais elementos do patrimônio de cada entidade. Na Unidade 2 estudaremos principalmente as relações entre o Plano de Contas e a Escrituração Contábil, destacando os aspectos que devem ser considerados ao se realizar o registro dos atos e fatos contábeis, visando sempre a qualidade da informação contábil. Por fim, na Unidade 3, operacionalizaremos os lançamentos contábeis básicos e mais comuns das entidades como: constituição da empresa, compras, vendas, provisão, etc. E, também a elaboração das demonstrações contábeis. A Contabilidade é uma área vasta e neste caderno estão presentes os aspectos fundamentais. Assim, nossa pretensão consiste em apresentar o estudo dessa ciência e instigá-lo a pesquisar, e conhecer cada vez mais sobre o tema. Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi- dades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra- mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida- de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun- to em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen- tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! LEMBRETE sumário UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA CONTÁBIL ................................................................. 9 TÓPICO 1 Aspectos Gerais ................................................................................................................ 11 Autoatividade ...................................................................................................................................... 21 TÓPICO 2 A Importancia da Informação Contábil ........................................................................ 22 Autoatividade ...................................................................................................................................... 29 TÓPICO 3 Elementos do Patrimônio ............................................................................................... 30 Autoatividade ...................................................................................................................................... 33 Resumo ................................................................................................................................................. 34 UNIDADE 2 ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL .................................................................................. 35 TÓPICO 1 As Contas Contábeis ....................................................................................................... 37 Autoatividade ...................................................................................................................................... 44 TÓPICO 2 Plano De Contas ............................................................................................................... 45 Autoatividade ...................................................................................................................................... 63 TÓPICO 3 Ferramentas E Métodos Para Escrituração ................................................................. 64 Autoatividade ...................................................................................................................................... 75 Resumo ................................................................................................................................................. 76 UNIDADE 3 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS .......................................................................... 77 TÓPICO 1 Os Lançamentos Contábeis ............................................................................................ 79 Autoatividade ...................................................................................................................................... 89 TÓPICO 2 Registro das Principais Operações ................................................................................ 90 Autoatividade .................................................................................................................................... 101 TÓPICO 3 Demonstrações Contábeis ......................................................................................... 102 Autoatividade .................................................................................................................................... 122 Resumo ............................................................................................................................................... 123 Referências ......................................................................................................................................... 124 9 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverámelhor as informações. CHAMADA INTRODUÇÃO À CIÊNCIA CONTÁBIL UNIDADE 1 Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um deles, você encontrará atividades visando à compreensão dos conteúdos apresentados. TÓPICO 1 - Aspectos gerais TÓPICO 2 - A importancia da informação contábil TÓPICO 3 - Elementos patrimoniais A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • Compreender os principais aspectos da ciência contábil; • Conhecer a importância dos princípios contábeis e normas vigentes; • Definir os principais conceitos dos elementos de patrimoniais. 10 Você já parou para analisar a extensão do seu patrimônio e o quanto isso impacta na sua vida? Estou falando aqui não só dos seus bens, mas também das suas dívidas, caso existam. Agora, pense que você quer realizar algum sonho e um amigo que sabe o quanto isso é importante para você, decidir te emprestar dinheiro para que coloque o seu sonho em prática. Logicamente, quando seu amigo te emprestou dinheiro, ele gostaria de saber como está sendo usado e, principalmente se ao final desse processo de seguir seu sonho, você será capaz de devolver esse valor para ele. Essa lógica também é aplicada às empresas. Os sócios, acionistas e bancos, por exemplo, investem recursos financeiros, tempo e/ou capital intelectual em uma organização esperando que esses recursos retornem para eles no futuro. No acompanhamento desse processo de onde e como os recursos estão sendo aplicados, a Contabilidade é um instrumento essencial para divulgar as informações a respeito das variações patrimoniais de uma empresa para as partes interessadas. 11 UNIDADE 1 ASPECTOS GERAIS TÓPICO 1 História da contabilidade Você já pensou como estudamos todas as ciências de maneira separada, no entanto, às vezes nos esquecemos de como tudo está interligado? A contabilidade é talvez, uma das ciências mais antigas que se tem registro na história. Ela foi evoluindo através do tempo, acompanhando as necessidades das sociedades de cada período, e nos permite entender muitas vezes a própria história. A história da contabilidade é a história da nossa era; de muitas formas, a própria contabilidade conta essa história, pois os registros contábeis fazem parte da matéria-prima dos historiadores. Aprendemos muito a respeito de Isaac Newton e John Wesley graças aos livros contábeis que mantiveram. (HENDRIKSEN; VAN BREDA, 2014, p. 39). Os registros não tinham por objetivo contar os acontecimentos da maneira que encontramos nos livros de história, por exemplo. Mas, apresentar os fatos que alteram o patrimônio, seja por meio de registros de despesas ou testamentos que ajudam os historiadores a compreenderem melhor as situações ocorridas na época. Um testamento, por exemplo, pode ajudar a compreender não somente o tamanho do patrimônio, mas também sobre os herdeiros de pessoas importantes na história, ou em relação a árvore genealógica de alguém. Não se sabe ao certo quem “inventou” a contabilidade. Lunkes e Schnorrenberger (2009, p. 2) salientam que alguns estudiosos defendem que “procedimentos contábeis já ocorriam quando os homens das cavernas precisavam prever a necessidade de comida para os longos invernos, bem como quando contavam suas ovelhas e avaliavam a evolução dos seus rebanhos”. Entretanto, há diversos registros de documentos contábeis na biblioteca de Alexandria. [...] os agricultores egípcios nas margens do Nilo pagavam aos coletores de tributos com cereais e linhaça pelo uso de água para irrigação. Recibos eram dados aos agricultores desenhando-se figuras de recipientes de cereais nas paredes de suas casas. Os arqueólogos creem que as fichas de argila abundantes na Mesopotâmia eram usadas, de maneira similar, para fins contábeis. Sistemas contábeis sofisticados parecem ter existido na China já em 2.000 a.C., e referências intrigantes denotam uma familiaridade com o sistema de partidas dobradas em Roma no início da era cristã (HENDRIKSEN; VAN BREDA, 2014, p. 42). UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA CONTÁBIL 12 O principal marco da história contábil é o livro Suma de arithmetica, geométrica, proportioni et porportionalitá, escrito em 1494, por Luca Pacioli – um frei franciscano, que segundo Hendriksen e Van Breda (2014), foi professor e estudante das universidades de Perúgia, Florença, Pisa e Bolonha. Luca Pacioli convidado pelo Papa Leão X, foi professor de Matemática na Universidade de Roma, onde encerrou sua carreira. O livro de Pacioli, publicado pouco tempo após a invenção da prensa, apesar de destacar a matemática, incluía uma seção sobre o sistema de escrituração de partidas dobradas O Método das Partidas dobradas consiste basicamente em uma igualdade de valor entre os débitos e créditos. Ou seja, para todo débito deve haver um ou mais créditos que totalizem o valor e vice-versa. Desse modo, a soma dos saldos devedores sempre equivalerá à soma dos saldos credores. ATENCAO Contudo, os sistemas de escrituração Partidas Dobradas (no qual se baseiam os lançamentos contábeis) já eram utilizados antes da publicação do livro de Pacioli. O primeiro registro de um sistema completo de escrituração por Partidas Dobradas foi encontrado nos arquivos municipais da cidade de Gênova, Itália, no ano de 1340. Fragmentos anteriores foram encontrados nas contas de Giovanni Farolfi & Companhia, uma empresa de mercadores de Florença em 1299-1300, e nas de Rinieri Fini & Irmãos, que negociavam em feiras e eram famosos em sua época na região de Champagne, na França (HENDRIKSEN; VAN BREDA, 2014). Crepaldi e Crepaldi (2017) mencionam que nos séculos seguintes ao livro de Pacioli, a contabilidade começou a ser utilizada por instituições como a Igreja e o Estado, tornando-se também um importante instrumento no desenvolvimento do capitalismo. Nesse período, as técnicas e as informações ficavam restritas ao dono do empreendimento, pois os livros contábeis eram considerados sigilosos. O que prejudicou o desenvolvimento da ciência. Pense comigo: se os dados contábeis eram sigilosos e de acesso a poucos, como haveria troca de ideias entre os profissionais possibilitando o desenvolvimento desta ciência? Neste sentido, SOUZA (2014) destaca, que por volta do ano de 1500, surgiram os primeiros bancos e investidores, cujas fortunas vieram do comércio. Assim, em parceria com os reis e príncipes estabeleceram as primeiras associações de capital, gerando, consequentemente, a necessidade de haver contabilidade para prestação de contas aos principais investidores. Já com a Revolução Industrial, em 1756, surgiram as primeiras fábricas. E, com a expansão do capitalismo, nasceram as primeiras corporações empresariais espalhadas por vários países, o que exigiu relatórios contábeis mais sofisticados. ASPECTOS GERAIS 13 No Quadro 1, é apresentada a evolução da contabilidade ao longo dos últimos cinco séculos. Quadro 1 — Evolução da contabilidade Período Principais características da contabilidade 1299 a 1300 Utilização do método das partidas dobradas nas contas de Giovanni Farolfi & Companhia, uma empresa de Florença, e nas de Rinieri Fini & Irmãos, da região de Champagne, na França. Até 1500 Primórdios da era do pensamento científico da contabilidade, com a publicação da obra de Frei Luca Pacioli. Primeiras demonstrações contábeis preparadas para fins de prestação de contas aos financiadores das expedições marítimas. 1500 a 1900 Ênfase nos balancetes financeiros. Sistema de partidas dobradas para os registros contábeis preparados quase que exclusivamente para os proprietários do capital. Surgimento da auditoria interna e dos arrecadadores de impostos. 1900 a 1930 Primórdios da auditoria externa e dos contadores públicos certificados. Aparecimento das grandes corporações transnacionais americanas e aprimoramento das demonstrações contábeis para atender a finalidades tributárias e imposto de renda. 1930 a 1950 Surgimento da contabilidade de custos e dos primeiros relatórios da contabilidadegerencial. 1950 a 1970 Aprimoramento da contabilidade de custos. Desenvolvimento de técnicas e procedimentos para as análises de custos, estatísticas de produção, custo- padrão, contabilidade pública, contabilidade e planejamento tributário. 1970 a 1990 Aperfeiçoamento da contabilidade gerencial, custeio por atividades, custo- padrão, orçamento e planejamento estratégico. Primórdios da contabilidade social e ambiental. Nesse período, a contabilidade assume suas características como um sistema de informações à disposição dos gestores para as tomadas de decisões, com o uso intensivo da informática. São discutidas as primeiras tentativas da padronização dos procedimentos contábeis em âmbito internacional. 1990 a 2000 Surgimento do balance score card e disseminação da controladoria estratégica. Surgem no Brasil as primeiras dissertações e teses sobre capital intelectual. Globalização crescente da economia, dos investimentos internacionais e do uso de instrumentos financeiros. 2000 em diante Fortalecimento das práticas de governança corporativa e da tentativa de harmonização dos padrões de contabilidade internacional. Fonte: Adaptado de Souza (2014) e Hendriksen e Van Breda (2014) Cada etapa da história da contabilidade foi fundamental para que esta ciência se desenvolvesse do modo como está hoje. Desde os primeiros registros da utilização do método das partidas dobradas até os dias atuais, a ciência contábil está em constante evolução. O surgimento das sociedades de capital aberto – que negociam ações na bolsa de valores – também merece destaque, pois atraiu a atenção para a contabilidade. Sendo que, a informação contábil que antes era sigilosa, passou a ser de interesse de todos os envolvidos (investidores, governo, fornecedores, clientes, etc.). UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA CONTÁBIL 14 Definição e objetivos Ao contrário do que muitos pensam, a contabilidade não é considerada uma ciência da área de exatas e sim uma ciência social aplicada. Isso significa, que ela visa atender os aspectos práticos da vida das pessoas e das organizações. (PADOVEZE, 2017). Assim como a própria ciência, a sua definição foi aprimorada ao longo dos anos. Para RIBEIRO (2017, p. 2) a contabilidade “é uma ciência social que tem por objeto o patrimônio das entidades econômico-administrativas”. Desse modo, o principal objetivo da contabilidade é controlar as variações do patrimônio das entidades. Mas o que é o patrimônio e o que são essas entidades? O patrimônio são todos os elementos necessários para a existência da entidade, segundo Ribeiro (2017). Por exemplo, as mercadorias, os materiais de consumo, móveis, imóveis, veículos, além de todos os valores, que a entidade tem para receber e pagar. É estranho se pensar nas dívidas como patrimônio, entretanto os empréstimos, impostos, salários a pagar, e as dívidas com fornecedores, por exemplo. Esses elementos, financiam o desenvolvimento das atividades da entidade, sendo necessários para sua existência e, portanto, se enquadram na definição de patrimônio. A entidade, segundo Padoveze (2017, p. 2), “é o conjunto patrimonial que pode ou deve ser objeto de controle individualizado, ou seja, merece um controle separado dos demais conjuntos patrimoniais possíveis”. Na Figura 1 são apresentados alguns exemplos de entidade. Figura 1 — Exemplos de entidades Indivíduo Empresas Governo Instituições Financeiras Associação de esportes Famílias Organizações sem fins lucrativos Fonte: Adaptado de Greco e Arend (2017). ASPECTOS GERAIS 15 No Brasil, a legislação atual estipula que não existe a obrigatoriedade de elaboração de contabilidade para as empresas individuais (pessoas jurídicas) que estejam enquadradas como MEI – Microempreendedor Individual. IMPORTANTE De acordo com Greco e Arend (2017) as entidades podem ser pessoas físicas (indivíduos) ou pessoa jurídica (empresas e instituições). Logo, o campo de aplicação da contabilidade é composto por pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades econômicas. Para algumas pessoas físicas e jurídicas, a contabilidade é obrigatória por lei, quando as pessoas físicas se utilizam da contabilidade para atender as exigências do imposto de renda. E, as pessoas jurídicas, salvo algumas exceções, são obrigadas pelo Código Civil a manterem os registros, declarações e/ ou escrituração contábil. A contabilidade consiste na obrigatoriedade legal, e atua no registro, controle e análise das variações patrimoniais, e gera informação que auxilia a administração da entidade no processo de decisões. Para Greco e Arend (2017) a função da contabilidade determina o registro, estudo e interpretação (por análise) dos fatos financeiros e econômicos, que afetam a situação patrimonial da pessoa física ou jurídica. A situação patrimonial apresenta as demonstrações contábeis tradicionais e de relatórios de exceção específicos para determinadas finalidades, de acordo com a situação do usuário. Estudaremos sobre as demonstrações contábeis, a informação contábil e os usuários da contabilidade nas próximas seções deste material. UNI Na Figura 2 é apresentado um diagrama que apresenta a atuação da contabilidade, bem como seus principais usuários. UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA CONTÁBIL 16 Figura 2 — Atuação da contabilidade A CONTABILIDADE FATOS CONTÁBEIS PESSOAS Instituições (não lucrativas) Empresas (lucrativas) de DIREITO PÚBLICO ou de DIREITO PRIVADO FÍSICAS JURÍDICAS capta, registra, acumula, resume e interpreta os isto é, os fenômenos que afetam patrimonial, financeira das Fonte: Greco e Arend (2017, p. 3). Greco e Arend (2017) destacam a finalidade da contabilidade em assegurar o controle do patrimônio, e fornecer as informações sobre a composição e variações patrimoniais, assim como, o resultado das atividades econômicas desenvolvidas. Essas informações devem permitir aos usuários uma nítida avaliação da situação patrimonial (econômica e financeira) da entidade. Neste sentido, Marion (2018) acrescenta que a contabilidade mensura os resultados das empresas, avalia o desempenho dos negócios, e fornece diretrizes para tomadas de decisões, ou seja, é a linguagem dos negócios. Os usuários Os usuários que utilizam das informações fornecidas pela contabilidade são pessoas interessadas na situação e informações da empresa. Assim, os administradores buscam, nesse tipo de informação, um apoio para gerirem melhor o seu negócio. De modo igual, os investidores (sócios ou acionistas) interessados no lucro, utilizam dos relatórios contábeis para analisarem se a empresa possui condições financeiras. As condições implicam no pagamento das dívidas, na possibilidade de empréstimo bancário, nos impostos gerados para os cofres públicos, e para conhecimento de outros interessados na situação da empresa como os empregados, sindicatos, concorrentes e outros. (MARION, 2018). Na figura 3 são apresentados os usuários da informação contábil. ASPECTOS GERAIS 17 Figura 3 — Usuários da contabilidade Investidores/ Sócios Bancos/ Financiadores Informações Contábeis Empregadores/ Prestadores de serviços Fornecedores/ Consultores Sindicatos/ Clientes Setor público/ Governo Analistas/ Administradores Fonte: MARION (2018, p. 4). De acordo com Silva e Rodrigues (2018) os usuários da informação contábil podem ser classificados em usuários internos ou externos. Os usuários internos da contabilidade são as pessoas que trabalham na entidade, por exemplo, os gerentes, os diretores e os empregados. Para esses usuários, a informação possui um caráter gerencial importante, pois são os responsáveis pela tomada de decisão na empresa. O processo de tomada de decisão compreende estimar o que acontecerá no futuro, ou seja, a escolha sobre uma ação será de acordo com o que se espera do seu resultado, segundo um benefício futuro. Para se preparar para o futuro é fundamental saber o que aconteceu no passado, bem como o que está acontecendo agora,e nesse aspecto a contabilidade é a principal fonte de informação. O administrador inteligente, que sabe usar a informação contábil e que conhece suas limitações, tem em suas mãos um poderoso instrumento de trabalho que lhe permite tomar decisões visando ao futuro com maior segurança, bem como conhecer a situação atual e o grau de acerto ou desacerto de suas decisões passadas. (MARION, 2018, p. 2). UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA CONTÁBIL 18 A figura 4 apresenta as principais questões relacionadas aos usuários internos, que a contabilidade auxilia a responder. Figura 4 — Questões de usuários internos O que devo produzir? Qual é a evolução do meu resultado? Obtive lucro com a minha filial? Qual o preço do meu produto? Fonte: Silva e Rodrigues (2018, p. 9). O gerente de produção, por exemplo, precisa saber se um produto terá aderência no mercado, e qual o seu custo de produção em relação ao resultado estimado para as vendas. Assim, caso essa equação seja negativa, pode ser que opte por não fabricar o produto. A alta gerência necessita dos dados gerados pela contabilidade para traçar estratégias em relação ao futuro da empresa, e que proporcionem o melhor resultado para seus sócios e acionistas. A informação contábil consiste no elemento fundamental como um diferencial competitivo para a empresa, quando utilizada de modo assertivo pelos seus usuários internos. Greco e Arend (2017) destacam que os interesses dos administradores, diretores e executivos de uma entidade atingem o grau mais profundo de análise e frequência, sendo que os usuários são os responsáveis pelas decisões que influenciam o futuro da empresa. Mas, para proceder dessa forma, é indispensável conhecer os fatos que aconteceram no passado, e o que acontece no atual momento. Os usuários externos são indivíduos que mantêm uma relação indireta com a entidade, por exemplo, o governo, fornecedores, sociedade em geral e os investidores, principalmente do mercado de ações. Assim, os usuários externos não se envolvem diretamente com a entidade, e o nível de informação que recebem não será o mesmo que o de um usuário interno, assim ocorre o que chamamos de assimetria informacional. ASPECTOS GERAIS 19 A assimetria informacional é uma falha de mercado que ocorre quando um dos lados envolvidos em uma operação possui mais informação do que o outro. ATENCAO Assim como os usuários internos, os usuários externos também se utilizam da contabilidade para buscar respostas para seus questionamentos a respeito da entidade. Conforme pode ser observado na Figura 5: Figura 5 — Questões de usuários externos A entidade está endividada? Onde a entidade está investindo? A entidade está ajudando o meio ambiente? O resultado da entidade está crescendo? Fonte: Silva e Rodrigues (2018, p. 10). Assim como demonstrado na figura 5, os fornecedores, bancos e investidores utilizam da informação contábil para identificar se a entidade apresenta dívidas. Os acionistas/investidores pretendem conhecer o resultado que a empresa apresenta, e em como a sociedade utiliza as informações divulgadas pela contabilidade, na análise do seu impacto no ambiente. UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA CONTÁBIL 20 Segundo Greco e Arend (2017), a informação contábil é utilizada para alguns grupos específicos dentre os usuários externos, como, por exemplo, os sócios, acionistas e investidores interessados na rentabilidade e segurança de seus investimentos, e que buscam na contabilidade informações como: • Qual é a taxa de lucratividade propiciada ao seu investimento na empresa? • A empresa oferece, a médio e longo prazo, perspectivas de rentabilidade e segurança para o investimento? • Existe alternativa mais adequada para o investimento? Os bancos, instituições financeiras e outras fontes de empréstimo utilizam as mesmas informações dos acionistas, mas com uma análise aprofundada. O governo utiliza as informações contábeis para traçar a política tributária. Os economistas analisam os dados contábeis de diversas unidades microeconômicas, para fornecerem as bases adequadas para análises macroeconômicas de uma região ou do país. 21 AUTOATIVIDADE 1. A Contabilidade contribui em fornecer informações uteis que auxiliam nas decisões. Assim, diversos usuários se utilizam da informação contábil na busca de respostas para os seus questionamentos. Quanto aos usuários da informação contábil, associe a primeira coluna com a segunda: (1) Usuários internos (2) Usuários externos ( ) Governo ( ) Sócio-diretor ( ) Sociedade ( ) Instituição financeira ( ) Gerente Gabarito Respostas: 2, 1, 2, 2, 1. 22 TÓPICO 2 UNIDADE 1 A IMPORTANCIA DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL O objetivo da contabilidade, para Iudícibus (2019), consiste em fornecer aos seus usuários o máximo possível de informação sobre o patrimônio de uma entidade e suas mutações, para serem utilizadas nas decisões atuais, que impactarão no futuro da entidade. Entretanto, a contabilidade não consegue produzir informação suficiente para prever com exatidão o futuro, mas os registros dos fatos contábeis revelam dados para o planejamento do futuro, e na definição das metas e ações para uma entidade ao longo de um determinado período. Para que a informação contábil seja realmente útil para os usuários é necessário que obedeça a alguns critérios e garanta, sobretudo, a sua fidedignidade. Ou seja, a informação contábil precisa ser confiável e tempestiva (no tempo certo) para que o usuário possa fazer uso com segurança. Inclusive, para que a informação seja significativa ao usuário, deve apresentar os fatos que realmente aconteceram, como no registro de um fato contábil, que se deve respeitar a prevalência da essência sobre a forma. Iudícibus (2019) exemplifica na situação em que uma entidade arrenda um equipamento por três anos e depois o adquire por R$ 1,00. Nesse caso, a entidade assume o controle, os riscos e benefícios do equipamento, mesmo a princípio não sendo de sua posse por questões jurídicas, porque por garantia permanece no nome do banco financiador. O processo de contabilização dessa situação, situa o equipamento no balanço do banco, e não no da indústria. Assim, revela que o banco não possui direito recebível do financiamento, de igual modo não informa a dívida pertencente a indústria. Agora pense, desse modo, como o usuário externo saberá o que está acontecendo? Acaso não tenha a informação correta e passa a saber disso, acarreta uma insegurança e dúvida sobre as informações contábeis. Desse modo, quando investir nessa empresa ou banco, exigirá um retorno maior, decorrente do risco que assumirá por desconhecer da ocorrência dos fatos. (IUDÍCIBUS, 2019). A prevalência da essência sobre a forma constitui no pilar básico das normas internacionais de contabilidade, e faz com que uma operação seja registrada como se apresenta. No exemplo sobre o arrendamento e depois a aquisição do material, seria uma operação de compra de um equipamento pela indústria financiada pelo banco. Você percebeu sobre o impacto, que uma informação distorcida e fornecida pela contabilidade, pode impactar na vida das pessoas, empresas e demais instituições? Reflita sobre essa situação tendo em mente os conceitos estudados sobre o modo como a contabilidade deve apresentar as informações contábeis. A IMPORTANCIA DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL 23 Qualidade da informação contábil A informação contábil é divulgada para os seus usuários de diversas formas, e a mais comum é por meio das demonstrações contábeis. A NBC TG Estrutura Conceitual para relatório financeiro, emitida pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), em seu Capítulo 2, apresenta as características qualitativas para que uma informação contábil-financeira seja útil, e as apresenta em duas categorias, conforme a Figura 6. Figura 6 — Classificação da qualidade da informação Fundamentais ● Relevância. ● Representação Fidedigna. De melhoria ● Comparabilidade.● Verificabilidade. ● Tempestividade. ● Compreensibilidade. Fonte: Adaptado de Conselho Federal de Contabilidade (2019). As características qualitativas fundamentais apresentam a relevância, que corresponde à capacidade de uma informação contábil-financeira fazer a diferença no processo de decisão pelo usuário. Nesse sentido, a NBC TG Estrutura Conceitual para relatório financeiro, em seu Capítulo 2 estabelece sobre as informações financeiras que influenciam nas decisões dos usuários e no valor preditivo ou confirmatório. Uma vez que, os usuários utilizam das informações de valor preditivo são em processos para prever resultados futuros. As informações financeiras de valor confirmatório apresentam feedback sobre as avaliações anteriores. De modo geral, os valores preditivos e confirmatórios das informações financeiras se inter-relacionam. Por exemplo, as informações sobre receitas para o ano corrente, servem como base para prever a demanda dos próximos anos, e os resultados dessas comparações auxiliam o usuário a corrigir e melhorar os processos utilizados nas previsões anteriores. Nesse processo de relevância é preciso observar a materialidade da informação. A referida norma, em seu item 2.11, sobre a materialidade, determina “a informação é material se a sua omissão, distorção ou obscuridade puder influenciar, razoavelmente, as decisões que os principais usuários de relatórios financeiros para fins gerais”. (BRASIL, 2019, s. p.). 24 UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA CONTÁBIL Na representação fidedigna a informação contábil deve ser completa, neutra e isenta de erros. Diante disso, a informação completa significa que inclui todas as informações necessárias, para que o usuário compreenda os fenômenos que estão sendo representados, inclusive todas as descrições e explicações necessárias. A neutralidade da informação consiste na imparcialidade em selecionar ou apresentar as informações financeiras, e a neutralidade associada ao princípio da prudência, que será estudado na próxima seção. As características qualitativas de melhoria referem-se à comparabilidade, que permite aos usuários a identificação e compreensão de aspectos similaridades e diferenças entre os itens. A verificabilidade aborda a percepção do usuário, e significa que diferentes observadores informados e independentes podem chegar ao consenso, embora discordem de alguns termos, de que a representação específica seja uma representação fidedigna. A tempestividade significa que a informação contábil deve ser fornecida/divulgada ao usuário a tempo, para que consiga realizar suas decisões. E, por fim, a compreensibilidade consiste em classificar, caracterizar e apresentar as informações de modo claro e conciso, para que tornem compreensíveis. (BRASIL, 2019). Princípios e normas contábeis As informações disponibilizadas por meio da contabilidade aos diversos usuários, implica que devem ser úteis e interpretadas de maneira igual por todos, e que o registro e análise dos fatos contábeis siga alguns padrões e princípios. Dessa forma, com o objetivo de parametrizar e garantir a qualidade da contabilidade, foram criadas as normas e regulamentações. Os princípios contábeis, de acordo com Greco e Arend (2017), são as normas que possibilitam a interpretação uniforme das demonstrações contábeis, abordados na Resolução CFC n. 750, de 29/12/1993., contudo, foi revogada. O Brasil adotou às normas internacionais de contabilidade e os princípios contábeis passaram a ser entendidos de maneira indireta pelo Pronunciamento Técnico CPC 00 (R2), emitido pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis, que trata da Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro. Entretanto, alguns princípios apresentam importância em serem conhecidos e seguidos, como o da entidade; continuidade; oportunidade; do registro pelo valor original; da competência e o da prudência. O princípio da entidade estabelece que o patrimônio dos sócios/acionistas não deve ser confundido com o patrimônio da organização. Greco e Arend (2017, p. 14) destacam que “a personalidade (entidade e proprietário(s) são pessoas distintas, juridicamente inclusive) e na autonomia patrimonial (patrimônio personalizado e autônomo)”. Portanto, seguir esse princípio é importante para manter a saúde financeira da empresa, principalmente em pequenas e médias empresas familiares, que por não respeitarem o princípio da entidade vivenciam problemas. Os valores e recebimentos pertencem exclusivamente à empresa, e não devem ser misturados com os valores a receber ou dívidas dos sócios. A IMPORTANCIA DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL 25 O princípio da continuidade, segundo Greco e Arend (2017) considera que vida da entidade é continuada, e, por consequência, como as demonstrações contábeis são estáticas, não podem ser desvinculadas dos períodos anteriores e subsequentes, mesmo que digam respeito a determinado exercício social. Ou seja, pressupõe que a instituição manterá suas atividades no futuro, e isso deve ser levado em consideração no registro dos fatos contábeis e na elaboração das demonstrações financeiras. O princípio da oportunidade busca evitar a omissão de lançamentos de fatos contábeis. Desse modo, as variações no patrimônio da entidade devem ser registradas pela contabilidade, e assim que ocorram, precisam divulgar a informação contábil e sua relevância. O princípio do registro pelo valor original estabelece, que os elementos do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. Para saber mais sobre o registro dos componentes do patrimônio de uma entidade, bem como, outros parâmetros contábeis a serem seguidos, acesse os Pronunciamentos Técnicos emitidos pelo CPC. Disponíveis em: <http://www.cpc.org. br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos>. DICAS O princípio da competência sugere que as receitas e despesas devem ser registradas pela contabilidade no período em que ocorreram, independente de seu recebimento ou pagamento. Por fim, o princípio da prudência estabelece a adoção do menor valor para os elementos do ATIVO, e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas, para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o Patrimônio Líquido. Caso você ainda não compreende a definição de Ativo e Passivo, não se preocupe. Esses conceitos serão apresentados na próxima seção. ESTUDOS FU TUROS No Brasil, até o ano de 2007, a contabilidade estava praticamente atrelada a normas fiscais. No entanto, a partir da promulgação da Lei nº 11.638/2007 e da Lei nº 11.941/2008, o país adotou as normas internacionais de contabilidade. A criação do CPC - Comitê de Pronunciamentos Contábeis, e uma série de outras ações, constituíram como fatos importantes para esse processo. http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos 26 UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA CONTÁBIL O Comitê de Pronunciamentos Contábeis produz pronunciamentos, interpretações e orientações, a partir das normas internacionais emitidas por meio do IASB. O IASB é o órgão internacional que tem por objetivo a atualização dos IAS (International Accounting Standards) emitidos pelo IASC (International Accounting Standards Committee), a edição e atualização dos IFRS (International Financial Reporting Standards) com a finalidade de buscar a convergência com as normas contábeis nacionais dos países-membros. (IUDÍCIBUS, 2019). Para saber mais sobre os órgãos internacionais de contabilidade, faça uma pesquisa rápida na internet. Esse conhecimento é importante para qualquer profissional contábil. UNI Como mencionado anteriormente, as normas internacionais de contabilidades foram convergidas pelos órgãos responsáveis para a realidade brasileira. No quadro 2, estão relacionadas essas normas. A IMPORTANCIA DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL 27 Quadro 2 — Normas Brasileiras de ContabilidadeNova numeração NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL Resolução CFC DOU 13/12/2019 Nome de Norma Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil Financeiro CPC CPC 00R2 IASB FRAMEWORK NBC TG 01 (R4) DOU 22/12/2017 Redução ao valor Recuperável de Ativos CPC 01R1 IAS 36 NBC TG 02 (R3) DOU 22/12/2017 Efeitos das Mudanças nas taxas de câmbio e conversão de demonstrações contábeis CPC 02R2 IAS 21 NBC TG 03 (R3) DOU 22/12/2016 Demonstração dos fluxos de caixa CPC 03R2 IAS 7 NBC TG 04 (R4) DOU 22/12/2017 Ativo Intangível CPC 04R1 FIAS 38 NBC TG 05 (R3) DOU 01/12/2014 Divulgação sobre partes relacionadas CPC 05R1 IAS 24 NBC TG 06 (R3) DOU 22/12/2017 Arrendamentos CPC 06R2 IFRS 16 NBC TG 07 (R2) DOU 22/12/2017 Subvenção e Assistência Governamentais CPC07R1 IAS 20 NBC TG 08 1.313/10 Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores Mobiliários CPC 08R1 IAS 39 (part) NBC TG 09 1.138/08 Demonstração de valor adicionado (dva) CPC 09 Não há NBC TG 10 (R3) DOU 22/12/2017 Pagamento baseado em ações CPC 10R1 IFRS 2 NBC TG 11 (R2) DOU 22/12/2017 Contratos de Seguro CPC 11 IFRS 4 NBC TG 12 1.151/09 Ajuste e Valor Presente CPC 12 Não há NBC TG 19 (R2) DOU 06/11/2015 Negócios em Conjunto CPC 19R2 IAS 23 NBC TG 20 (R2) DOU 22/12/2017 Custos de Empréstimos CPC 20 IAS 23 NBC TG 21 (R4) DOU 22/12/2017 Demonstração Intermediária CPC 21 IAS 34 NBC TG 22 (R2) DOU 06/11/2015 Informações por Segmento CPC 22 IFRS 8 NBC TG 15 (R4) DOU 22/12/2017 Combinação de Negócios CPC 15R1 IFRS 3 NBC TG 16 (R2) DOU 22/12/2017 Estoques CPC 16R1 IAS 2 NBC TG 18 (R3) DOU 22/12/2017 Investimento em Coligada, em Controlada e em Empreendimento Controlado em Conjunto. CPC 18R2 NBC TG 13 1.152/09 Adoção inicial da lei nº.11.638/07 e da Medida Provisória nº 449/08 CPC 13 Não há NBC TG 23 (R2) DOU 22/12/2017 Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro CPC 23 IAS 8 NBC TG 24 (R2) DOU 22/12/2017 Evento Subsequente CPC 24 IAS 10 NBC TG 25 (R2) DOU 22/12/2017 Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes CPC 25 IAS 37 NBC TG 26 (R5) DOU 22/12/2017 Apresentação das Demonstrações Contábeis CPC 26R1 IAS 1 NBC TG 28 (R4) DOU 22/12/2017 Propriedade para Investimento CPC 28 IAS 40 NBC TG 27 (R4) DOU 22/12/2017 Ativo Imobilizado CPC 27 IAS 16 NBC TG 29 (R2) DOU 06/11/2015 Ativo Biológico e Produto Agrícola CPC 29 IAS 41 NBC TG 31 (R4) DOU 22/12/2017 Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada CPC 31 IFRS 6 NBC TG 32 (R4) DOU 22/12/2017 Tributos sobre o Lucro CPC 32 IAS 12 NBC TG 33 (R2) DOU 06/11/2015 Benefícios a Empregados CPC 33R1 IAS 19 NBC TG 35 (R2) DOU 26/12/2014 Demonstrações Separadas CPC 35R2 IAS 27 NBC TG 36 (R3) DOU 06/11/2015 Demonstrações Consolidadas CPC 36R3 IAS 27 NBC TG 37 (R5) DOU 22/12/2017 Adoção Inicial das Normas Internacionais de Contabilidade CPC 37R1 IFRS 1 NBC TG 39 (R5) DOU 22/12/2017 Instrumentos Financeiros: Apresentação CPC 39 IAS 32 NBC TG 40 (R3) DOU 22/12/2017 Instrumentos Financeiros: Evidenciação CPC 40 IFRS 7 NBC TG 41 (R2) DOU 22/12/2017 Resultado por Ação CPC 41 IAS 33 NBC TG 42 DOU 21/12/2018 Contabilidade em Economia Hiperinflacionária CPC 42 IAS 29 NBC TG 43 1.315/10 Adoção Inicial das NBC Ts Convergidas em 2009 CPC 43R1 Não há NBC TG 44 DOU 26/06/2013 Demonstrações Combinadas CPC 44 Não há NBC TG 45 (R3) DOU 22/12/2017 Divulgação de Participações em Outras Entidades CPC 45 IFRS 12 NBC TG 46 (R2) DOU 22/12/2017 Mensuração de Valor Justo CPC 46 IFRS 13 NBC TG 47 DOU 22/12/2016 Receita de Contrato com Cliente CPC 47 IFRS 15 NBC TG 48 DOU 22/12/2016 Instrumentos Financeiros CPC 48 IFRS 9 NBC TG 49 DOU 24/05/2018 Contabilização e Relatório Contábil de Planos de Benefícios de Aposentadoria CPC 49 IAS 26 ITG 01 (R1) DOU 22/12/2017 Contratos de Concessão ICPC 01R1 IAS 12 ITG 07 (R1) DOU 20/12/2013 Distribuição de Lucros in Natura ICPC 07 IAS 17 IAS 28 28 UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA CONTÁBIL ITG 08 1.398/12 Contabilização de proposta de Pagamento de Dividendos ICPC 08R1 Não há ITG 09 (R1) DOU 22/12/2016 Demonstrações Contábeis Individuais, Demonstrações Separadas, Demonstrações Consolidadas e Aplicação de Métodos de Equivalência Patrimonial ICPC 09 Não há ITG 16 (R2) DOU 22/12/2017 Extinção de Passivos Financeiros com Instrumentos Patrimoniais ICPC 16 IAS 19 ITG 17 1.375/11 Contratos de Concessão: Evidenciação ICPC 17 SIC 29 ITG 18 DOU 19/09/2013 Custos de Remoção de Estéril de Mina de Superf Fase de Produção ICPC 18 IFRIC 20 ITG 19 DOU 01/12/2014 Tributos ICPC 19 IFRIC 21 ITG 12 1.265/09 Mudanças em Passivos por Desativação, Restauração e Outros Passivos Similares ICPC 12 IAS 1 ITG 13 (R2) DOU 22/12/2017 Direitos e Participações Decorrentes de Funções de Desativação, Restauração e Reabilitação Ambiental ICPC 13 IAS 5 ITG 15 1.289/10 Passivos Decorrentes de Participação em Mercado Específico Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos ICPC 15 IAS 6 ITG 10 1.263/09 Interpretação sobre a Aplicação Inicial ao Ativo Imobilizado e à Propriedade para Investimento ICPC 10 Não há ITG 20 DOU 28/11/2014 Limite de Ativo de Benefício definido, Requisitos de Custeio (funding) Mínimo e sua Interação ICPC 20 IFRIC 14 ITG 21 DOU 22/12/2017 Transação em Moedas Estrangeira e Adiantamento ICPC 21 IFRIC 22 ITG 22 DOU 22/12/2017 Incerteza sobre Tratamento de Tributos sobre o Lucro ICPC 22 IFRIC 23 ITG 23 DOU 21/12/2018 Aplicação de Abordagem de Atualização Monetária Prevista na NBCTG 42 ICPC 23 IFRIC 7 CTG 02 1.157/09 Esclarecimentos sobre as Demonstrações Contábeis de 2008 OCPC 02 Não há CTG 01 1.154/09 Entidades de Incorporação Imobiliária OCPC 01 Não há CTG 04 1.317/10 Aplicação de Interpretação Técnica ITG 02 - Contrato de Contratos de Setor Imobiliário OCPC 04 Não há CTG 05 1.318/10 Contratos de Concessão OCPC 05 Não há CTG 06 DOU 26/06/2013 Apresentação de Informações Financeiras Pro Forma OCPC 06 Não há CTG 07 DOU 01/12/2014 Evidenciação na Divulgação dos relatórios Contábil-financeiros de Propósito geral OCPC 07 Não há Fonte: Conselho Federal de Contabilidade (recurso online, 2020). Os trabalhos desenvolvidos na contabilidade necessitam acompanhar as mudanças do ambiente e as necessidades dos usuários. Outro aspecto a ser considerado consiste na revisão constante das normas, visto que, algumas se encontram na quarta revisão (R4). Esse fato representa o esforço das entidades, em se manterem informadas sobre a contabilidade atual, para atingir seus objetivos. 29 AUTOATIVIDADE A informação contábil, seja fornecida por meio de relatórios gerenciais ou nas demonstrações contábeis, visa atender as necessidades do seu usuário. Em muitos casos, pode ser um diferencial competitivo para as empresas e investidores no processo de decisão, desde que mantenha sua qualidade. Neste sentido, disserte sobre as características que garantem a qualidade da informação contábil. 30 TÓPICO 3 UNIDADE 1 ELEMENTOS DO PATRIMÔNIO Introdução O que vem à sua mente quando alguém pergunta qual o tamanho do seu patrimônio? Para responder esse questionamento, geralmente pensamos na quantidade de bens mensuráveis em dinheiro que temos, como casa, carro, terrenos e outros. Para Crepaldi (2013) o patrimônio de uma entidade é o conjunto de bens, direitos e obrigações, susceptíveis de avaliação em moeda, vinculados a uma empresa ou pessoa física, num determinado momento. Desse modo, no conceito de patrimônio estão inclusos os bens materiais e as dívidas de uma empresa. O patrimônio de uma organização é apresenta na demonstração contábil, denominada de Balanço Patrimonial. Na Unidade 3 estudaremos as principais demonstrações contábeis, inclusive o Balanço Patrimonial. ESTUDOS FU TUROS A representação gráfica do balanço patrimonial é apresentada no Quadro 3. Quadro 3 — Balanço Patrimonial BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Bens e direitos Obrigações Patrimônio Líquido Fonte: O autor (2021). ELEMENTOS DO PATRIMÔNIO 31 Opatrimônio de uma entidade, demonstrado no quadro 3, apresenta o balanço patrimonial Ativo, que inclui os bens e direitos, assim como, o Passivo com as obrigações da entidade e o patrimônio líquido. Assim, a união dos três elementos, bens e direitos, obrigações e patrimônio líquido, representam a equação fundamental do patrimônio: PatrimônioLíquido = Ativo - Passivo (1) A equação pode ser apresentada da seguinte maneira: Ativo = Passivo + PatrimônioLíquido (2) Dessa forma, deve haver uma igualdade entre o valor registrado no lado esquerdo e o valor registrado no lado direito do Balanço Patrimonial. Essa informação lembra, mesmo que vagamente, o Método das Partidas Dobradas, apresentado na primeira seção? Pois bem, estudaremos os elementos que compõem o Balanço Patrimonial e você conhecerá mais sobre o assunto. Ativo O Ativo compreende os bens e direitos de uma entidade. A NBC TG Estrutura conceitual financeira, define Ativo, no seu item 4.3, como um recurso econômico presente e controlado pela entidade, como resultado de eventos passados. O Recurso econômico representa bens e direitos que apresentem potencial de geração de benefício futuro para a entidade. Marion (2018) esclarece que bens são as coisas úteis, capazes de satisfazer às necessidades das pessoas e das empresas. Os bens podem ser tangíveis ou intangíveis. Os bens tangíveis são aqueles que são palpáveis (mesa, automóvel, caneta, etc), e os intangíveis, não apresentam característica física (marcas, patentes, capital intelectual, etc). Para conhecer mais sobre os bens intangíveis, sugere-se a leitura do livro “Avaliação de ativos intangíveis: goodwill, capital intelectual, marcas e patentes, propriedade intelectual, pesquisa e desenvolvimento” dos autores Paulo Schimidt e José Luiz dos Santos. DICAS 32 UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA CONTÁBIL Os bens podem ser classificados em móveis e imóveis. Os bens móveis são aqueles que podem ser removidos por si próprios ou por outras pessoas, por exemplo, máquinas, equipamentos, estoques de mercadorias, etc. Os bens imóveis são aqueles que não podem ser retirados sem causar destruição ou danos, como os edifícios, construções, árvores etc. (MARION, 2018). Para Padoveze (2017), os bens mais comuns de uma entidade consistem no dinheiro, estoque de mercadorias, imóveis, instalações, veículos, móveis e utensílios, equipamentos de informática, máquinas e equipamentos, por exemplo. O Ativo de uma entidade é composto pelos direitos que possui. Marion (2018) afirma, que no sentido contábil, direito é o poder de exigir algo. Por exemplo Após um mês de trabalho, desde que o pagamento estabelecido seja mensal, você tem direito de receber seu salário. Assim, salários a receber é um direito. Depositando determinada quantia num banco, você tem direito de sacar esse depósito a qualquer momento. Assim, dinheiro depositado em bancos é um direito (MARION, 2018, p. 18). Os direitos mais comuns de uma entidade são os saldos bancários, valores a receber de clientes, aplicações financeiras, impostos a recuperar e ações de outras empresas (caso a entidade seja acionista de outra empresa). Passivo No lado direito do Balanço Patrimonial está o Passivo, que compreende as obrigações da entidade. Padoveze (2017) informa que as obrigações decorrem de responsabilidades assumidas junto a terceiros, por utilização de produtos e serviços a serem liquidados no futuro. Uma dívida com fornecedor, por exemplo, pode decorrer da compra de mercadorias ou matéria-prima, sendo que, no futuro será exigido o pagamento da dívida. Outra situação, compõe no empréstimo para financiar as atividades da empresa (muitas vezes para capital de giro), a instituição realizará a cobrança na data acordada. Assim como, um funcionário que trabalha o mês para empresa, e ao final deste período espera receber seu salário. Os contextos apresentados nos exemplos, são passivos comuns de uma empresa, o pagamento aos fornecedores, contas, empréstimos e financiamentos, salários, encargos trabalhistas, impostos a recolher, dentre outros. Mas se Passivo são somente esse tipo de obrigação, por que na imagem do Balanço Patrimonial destaca o Patrimônio Líquido no lado esquerdo do demonstrativo? Pense um pouco sobre isso. Segundo Greco e Arend (2017) no patrimônio líquido estão o capital social, que representa os recursos aplicados pelos proprietários (sócios, acionistas) em troca de cotas, ações ou outras modalidades de participação e também os lucros. Dessa forma, o sócio ou acionista ao investir na empresa, espera que o seu investimento gere um benefício econômico futuro, o que constitui uma espécie de obrigação com a empresa. 33 AUTOATIVIDADE O patrimônio de uma entidade consiste em todos os elementos que possui, o, que representa sua riqueza. Isso inclui não somente os bens, mas também as suas dívidas. Pode-se dividir o patrimônio de uma entidade em Ativos e Passivos, incluído nesse último o Patrimônio Líquido. Com base no que você estudou, assinale a assertiva que corresponde somente à Ativos de uma entidade. a. Dinheiro em espécie, terrenos e financiamentos; b. Marca registrada, encargos trabalhistas e veículos; c. Software, estoques e impostos a recuperar; d. Aplicações financeiras, impostos a recolher e contas a receber. 34 RESUMO Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. CHAMADA 34 A Contabilidade é uma ciência social muito antiga. Seu principal marco foi a publicação do livro ‘Suma de arithmetica, geométrica, proportioni et porportionalitá’, escrito por Luca Pacioli, que difundiu o Método das Partidas Dobradas; Os usuários da informação contábil podem ser divididos em internos (sócios, diretores, gerentes, funcionários, etc.) e externos (investidores, governo, bancos, etc); Para garantir a qualidade da informação contábil, deve-se observar algumas características como, relevância, representação fidedigna, comparabilidade, verificabilidade, tempestividade e compreensibilidade. O patrimônio de uma entidade é dividido em Ativo, que corresponde aos bens e direitos, e Passivo, que corresponde às obrigações (inclusive o patrimônio líquido). 35 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL UNIDADE 2 Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um deles, você encontrará atividades visando à compreensão dos conteúdos apresentados. TÓPICO 1 - As contas contábeis TÓPICO 2 - Plano de contas TÓPICO 3 - Ferramentas e métodos de escrituração A partir desta unidade você será capaz de: • Entender o funcionamento das contas contábeis; • Analisar a estrutura de um plano de contas; • Conhecer os métodos e instrumentos de escrituração. 36 Introdução da Unidade A pessoa que é correntista de um banco possui, nessa instituição financeira, uma conta em seu nome e a quantia monetária. Por meio dessa conta, realiza as movimentações relacionadas aos depósitos, transferências e pagamentos. Na Contabilidade existem contas, organizadas de modo semelhante. Dessa forma, existe uma conta para cada elemento (terreno, dinheiro, veículos) ou grupo de elementos do patrimônio de uma entidade, com o registro da sua movimentação contábil. 37 UNIDADE 2 AS CONTAS CONTÁBEIS TÓPICO 1 Teoria das contas Ao longo do tempo, diversas escolas de pensamento contábil guiaram a teoria e prática contábil. Uma das mais conhecidas, a escola italiana, enfatizava a teoria das contas como um dos principais fundamentos da contabilidade. Entretanto, a partir de 1920, a escola norte-americana tem prevalecido em âmbito mundial, em decorrência de sua objetividade. (PADOVEZE, 2017). Contaé o nome técnico que identifica um elemento patrimonial ou um elemento de resultado, que pode constituir uma despesa ou receita. (RIBEIRO, 2018). IMPORTANT E As escolas defendiam teorias diferenciadas a respeito do estudo das contas contábeis. Na figura 7, são apresentadas algumas noções. ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL 38 Figura 7 — Teorias das contas Teorias das contas Teoria materialista Contas de correspondentes Contas dos agentes consignatários Contas do proprietário Bens Direitos Obrigações Receitas Despesas Situação Líquida Direitos Obrigações Receitas Despesas Caixas Ativo Receitas Despesas Passivo Integrais Diferenciais Contas patrimoniais Contas de resultado Teoria personalística Teoria patrimonialista Fonte: Bazzi (2014, p. 129). Para a teoria Materialística, cujo nome de destaque é Fábio Besta, as contas representavam valores materiais, sendo divididas em dois grupos, em Integrais com os bens, direitos e obrigações, e Diferenciais que apontam sobre Patrimônio Líquido e suas variações. (BAZZI, 2014). A teoria Personalista supõe que as contas representam a responsabilidade de pessoas na entidade. Ou seja, devem prestar contas, em relação as contas responsáveis para a administração da entidade. Essa teoria explica os conceitos de saldo devedor e credor das contas. Assim, de acordo com Padoveze (2017), o responsável pela conta de clientes deve para entidade, e o responsável pela conta de empréstimos é credor junto à entidade. Nessa teoria, as contas estão divididas em três grupos, dos agentes consignatários, de correspondentes e do proprietário. Os principais nomes dessa escola são Francesco Marchi e Giuseppe Cerboni. AS CONTAS CONTÁBEIS 39 A teoria Patrimonialista, criada por Vincenzo Masi e usualmente adotada no Brasil, estabelece que o objeto de estudo da ciência contábil representa o patrimônio de uma entidade. Desse modo, a contabilidade tem como finalidade controlar o patrimônio e apurar o resultado das empresas, por meio do uso das contas patrimoniais e contas de resultado. Classificação das contas De acordo com a teoria patrimonialista as contas de uma entidade podem ser classificas em dois grupos, patrimoniais e de resultado. As contas patrimoniais, representam os elementos do patrimônio, e são subdividas em Ativas, sobre os bens e direitos da entidade, e as Passivas, que correspondem às obrigações e patrimônio líquido. No quadro 4 é apresentado uma representação gráfica das contas patrimoniais e sua posição no Balanço Patrimonial de uma entidade. Quadro 4 — Contas patrimoniais e de resultado CONTAS PATRIMONIAIS ATIVO PASSIVO (Contas de natureza devedora) (Contas de natureza credora) Bens (+) Direitos (+) (Contas de natureza devedora) Obrigações (-) Patrimônio líquido (+ ou -) (Contas de natureza credora) CONTAS DE RESULTADO DESPESAS (-) RECEITAS (+) Fonte: Ribeiro (2018, p. 31.) As contas de resultado representam as variações patrimoniais por meio das receitas e despesas. As receitas de uma entidade decorrem da venda de bens, inclusive de mercadorias, produtos e prestação de serviços. Além dessas situações, também são receitas os descontos obtidos, o direito de receber juros e os aluguéis de bens que a empresa possua com espaços locados para terceiros. As Despesas caracterizam-se pelo consumo de bens e pela utilização de serviços durante o processo de obtenção das receitas. Por exemplo: a energia elétrica consumida, os materiais de limpeza consumidos (sabões, desinfetantes, vassouras, detergentes), o café consumido, os materiais de expediente consumidos (canetas, papéis, cartuchos de tintas para impressoras, impressos e outros), a utilização dos serviços telefônicos etc. (RIBEIRO, 2018, p. 31). ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL 40 Existem algumas contas que podem aparecer no grupo das despesas e no grupo das receitas. Ou ainda, uma conta patrimonial do Ativo que também esteja elencada no Passivo. Para diferenciar o grupo de classificação de cada uma dessas contas, utiliza-se um termo, que complementa o nome da conta. Por exemplo, em relação ao aluguel: • Aluguel – conta de resultado (despesa). • Aluguel a pagar – conta patrimonial (passiva). • Aluguel a receber – conta patrimonial (ativa). • Receita de aluguel – conta de resultado (receita). Assim como o exemplo do aluguel, a complementação do termo ocorre em outras contas, como juros e descontos. Nesse momento dos estudos, o assunto pode parecer complexo, mas à medida que você conhecer o plano de contas, perceberá que é não é algo difícil de se compreender. Na próxima seção estudaremos sobre a codificação das contas, que será útil para o entendimento sobre a diferenciação entre os tipos de contas. ESTUDOS FU TUROS Funcionamento das contas As contas são uma ferramenta importante para a Contabilidade controlar a movimentação de todos os componentes patrimoniais (contas patrimoniais), extrapatrimoniais (contas de compensação) e das variações do patrimônio líquido (contas de resultado). Dessa forma, a sua finalidade integra a prestação de informações aos usuários sobre o patrimônio e suas variações. As contas de compensação são utilizadas para o registro de atos administrativos relevantes, cujos efeitos possam se concretizar no futuro, implicando em modificações no patrimônio. Por exemplo: a hipoteca, o penhor, as assinaturas de contratos de compra e vendas de mercadorias e as assinaturas de contratos de seguros. UNI AS CONTAS CONTÁBEIS 41 As contas contábeis são movimentadas por meio de lançamento de créditos e débitos. Entretanto não se assemelham ao extrato bancário, pois crédito difere de uma situação positiva, assim como, o débito não significa uma situação favorável para uma conta. Antes de entendermos os conceitos de débito e crédito, faz-se necessário entender como a contabilidade registra e controla as variações das contas: Isso ocorre da seguinte maneira: o contabilista cria nos registros contábeis um gráfico em forma de T para controlar cada elemento patrimonial ou de resultado. Cada gráfico será identificado na contabilidade pelo nome do elemento componente do patrimônio ou representativo de despesa ou de receita, como: Caixa, Móveis e Utensílios, Aluguéis Passivos etc. Nesses gráficos, o contabilista controlará a movimentação de cada elemento, registrando seus aumentos (ingressos, entradas, compras) e suas diminuições (saídas, vendas). (RIBEIRO, 2018, p. 34). Observe a o gráfico em forma de T apresentado na figura 8, perceba que no lado esquerdo estão os débitos e do lado direito, os créditos. Figura 8 — Razonete CLIENTES Débito Crédito Fonte: O autor (2021). Segundo Ribeiro (2018) as contas do Ativo e as contas de despesas são consideradas de natureza devedora (que representam o destino dos recursos da empresa, ou seja, para onde vai o dinheiro), e as contas do Passivo, bem como as contas de receitas, de natureza credora (que representam as origens dos recursos, ou seja, de onde vêm o dinheiro da empresa). Em termos gerais, significa que os débitos aumentam o saldo positivo das contas do Ativo, e das de despesas e dos créditos reduzem o valor dessas contas. Desse modo, o inverso é válido, onde, os créditos aumentam o valor das contas do Passivo, e das receitas e dos débitos diminuem o valor dessas contas. Exemplo: a conta de clientes é uma conta patrimonial do Ativo que representa os valores a receber de clientes oriundos de vendas a prazo. Agora, vamos analisar as seguintes situações e o seu impacto no saldo da conta. 1. Venda de mercadoria a prazo, gerando o direito de a empresa receber R$ 500,00 de cliente. Esse lançamento será a débito já que a conta dos clientes é uma conta patrimonial e aumentará o saldo dessa conta. ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL 42 2. Recebimento de clientes no valor de R$ 200,00. Esse lançamento será a crédito na conta clientes e diminuirá seu saldo. 3. Venda de mercadoriaa prazo no valor de R$ 100,00. Esse lançamento, assim como o primeiro, será a débito e aumentará o saldo da conta. Essas movimentações estão demonstradas na tabela 1. Tabela 1 — Registro no razonete da conta Clientes CLIENTES Débito Crédito 1 500,00 3 100,00 400,00 200,00 2 Fonte: O autor (2021). Observe, que se somarmos todas as vendas a prazo (débitos) e subtrairmos os pagamentos (crédito), ao final dos lançamentos, a conta clientes fica com um saldo a débito de R$ 400,00. Esse saldo é positivo e significa que a empresa ainda possui R$ 400,00 para receber de suas vendas a prazo. Essa lógica é aplicada de maneira semelhante para as demais contas contábeis. Ribeiro (2018) lembra que: • As contas com saldos de natureza devedora serão debitadas sempre que ocorrer entradas de valores nas respectivas contas, ou seja, serão debitadas para registrar os aumentos em seus saldos; da mesma forma essas contas serão creditadas para registrar saídas de valores, ou seja, diminuições em seus saldos. • As contas com saldos de natureza credora serão creditadas sempre que ocorrer entradas de valores nas respectivas contas, ou seja, serão creditadas para registrar os aumentos em seus saldos; da mesma forma essas contas serão debitadas para registrar saídas de valores, ou seja, diminuições em seus saldos. A conta Fornecedores, por exemplo é uma conta patrimonial do Passivo que representa os valores das obrigações com fornecedores decorrentes de compras a prazo. Agora, vamos analisar as seguintes situações e o seu impacto no saldo da conta. AS CONTAS CONTÁBEIS 43 1. Compra de mercadorias para revenda, a prazo, no valor de R$ 5.000,00. Esse lançamento será a crédito, pois a conta Fornecedores é uma conta do Passivo – para as quais os créditos aumentam o seu valor. 2. Pagamento de fornecedores no valor de R$ 2.000,00. Esse lançamento será a débito, diminuindo assim o valor da conta. 3. Compra de mercadorias para revenda, a prazo, no valor de R$ 3.000,00. Assim como o primeiro lançamento, esse também será a crédito, para aumentar o saldo da conta. Essas movimentações estão demonstradas na tabela 2. Tabela 2 — Registro no razonete da conta Fornecedores FORNECEDORES Débito Crédito 2 2000,00 5.000,00 1 3.000,00 3 6.0000,00 Fonte: O autor (2021). Observe, que se somarmos todas as compras a prazo (créditos) e subtrairmos os pagamentos (débitos), ao final dos lançamentos, a conta Fornecedores fica com um saldo a débito de R$ 6.000,00. Esse saldo é positivo e significa que a empresa ainda possui R$ 6.000,00 para de dívidas com fornecedores. 44 AUTOATIVIDADE 1. Ao longo do tempo, surgiram escolas contábeis com teorias diversas a respeito da classificação das contas contábeis. A teoria utilizada hoje em dia é a patrimonialista que separa as contas em patrimoniais e de resultado. A respeito disso, classifique as assertivas em "V" se verdadeiro e "F" se falso: ( ) As Despesas são contas de natureza credora, ou seja, seu saldo aumenta se creditadas. ( ) As contas do Ativo são de natureza devedora, para indicar um aumento no seu saldo devem ser debitadas. ( ) As contas de Receitas aumentam seu saldo com lançamento no lado direito do razonete. ( ) As contas do Passivo devem ser debitadas para indicar um aumento no valor de seu saldo. Gabarito 1. Resposta: F, V, V, F. 45 TÓPICO 2 UNIDADE 2 PLANO DE CONTAS Definição Na Unidade 1 estudamos sobre as necessidades dos usuários da contabilidade, em saberem sobre as informações, e que as informações contábeis devem seguir critérios para serem relevantes, úteis e capazes de interpretação. Desse modo, é fundamental um sistema ordenado de contas que apresente as variações patrimoniais de uma entidade. Podemos definir plano de contas como o conjunto de contas contábeis, estruturado de forma ordenada e classificada, criado e necessário para permitir a captura e registro dos lançamentos contábeis das transações dos eventos econômicos e obter os saldos e movimentos das contas contábeis, de modo a ensejar a elaboração das demonstrações contábeis societárias, fiscais e gerenciais, traduzindo-se na espinha dorsal do sistema de informação contábil (PADOVEZE, 2017, p. 62). Bazzi (2014) complementa que o plano de contas é um conjunto de dados que atende as necessidades de registro das contas patrimoniais e de resultado, possibilitando também o desenvolvimento ordenado das demonstrações contábeis. Assim, serve de orientação à escrituração contábil, e possibilita unidade de trabalho, dificulta a existência de erros naturais causados pela ausência de sistematização, facilita a transmissão de serviços e constitui um meio de controle. (GRECO; AREND, 2017). O plano de contas, segundo Ribeiro (2018), é um conjunto de contas, diretrizes e normas que disciplina as tarefas do setor de contabilidade, objetivando a uniformização dos registros contábeis. Mas, não significa que existe uma estrutura engessada de plano de contas obrigatória para todas as entidades. É importante salientar que existem exceções. As instituições financeiras, dentre elas os estabelecimentos bancários, estão sujeitas à adoção do plano de contas específico das Instituições do Sistema Financeiro Nacional (COSIF). Da mesma forma, as companhias que atuam no ramo de seguros estão sujeitas à adoção do Plano de Contas específico aprovado pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). UNI 46 ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL Um plano de contas deve ser criado de acordo com as necessidades específicas de cada entidade, observando a Legislação e as Normas Brasileiras de Contabilidade. Assim, para Ribeiro (2018) tendo em vista o porte, o ramo de atividade da empresa, bem como a quantidade de informações demandadas pelos usuários, o plano de contas poderá conter um número maior ou menor de informações. Segundo Padoveze (2017) um plano de contas deve: I. Capturar a visão da organização, sua estrutura física, organizacional e hierárquica; II. Capturar a visão dos negócios da organização, suas áreas de negócios, produtos e serviços; III. Identificar as necessidades de informações de todos os usuários nos seus três níveis hierárquicos, nesta ordem: presidência e diretoria, gerência média e chefia. Padoveze (2017) salienta que após identificadas todas as necessidades gerenciais, obtidas nesses três aspectos apresentados, o contador deverá incorporar as necessidades legais (societárias e fiscais), e por último suas necessidades operacionais. A elaborar um plano de contas requer, que atenda às necessidades gerenciais da entidade, e depois às necessidades fiscais. O principal propósito da contabilidade é fornecer informações para os usuários internos e externos, que para a alta gerência a informação contábil significa na possibilidade de alterar o rumo da empresa. Por isso é importante que o plano de contas atenda às necessidades gerenciais de informação. Em relação ao plano de contas: a) Deve atender primeiramente as necessidades gerenciais específicas de cada entidade e atender às necessidades de informações de todos os usuários da organização; b) Em segundo lugar, deve atender as necessidades legais, societárias e fiscais; c) A classificação deve partir do geral para o particular; d) O plano de contas deve ser codificado para facilitar o processo de trabalho e integração computacional com os demais sistemas de informações da organização; e) Os agrupamentos de contas devem ser elaborados a partir das necessidades de geração das demonstrações contábeis, financeiras e relatórios futuros; f) Os títulos das contas contábeis devem refletir imediatamente e com precisão semântica os eventos econômicos que formaram os saldos das contas; g)Deve ter flexibilidade para incorporação das necessidades de informação futuras. (PADOVEZE, 2017, p. 63). A maioria dos sistemas contábeis traz uma estrutura de plano de contas seguindo os aspectos legais, o que facilita a elaboração das demonstrações contábeis. Entretanto, isso não significa que a empresa não possa fazer modificações que alterem alguma coisa da estrutura, mas poderá atrapalhar futuramente. PLANO DE CONTAS 47 Composição Agora que você estudou sobre o plano de contas, vamos discutir a sua composição. Ribeiro (2018) orienta que o plano de contas considera o elenco de contas, manual de contas e modelos de demonstrações contábeis padronizadas. Elenco das contas O elenco de contas é uma relação das contas utilizadas para o registro dos fatos administrativos responsáveis pela movimentação do patrimônio da empresa, bem como, dos atos administrativos considerados relevantes (das contas de compensação). O elenco de contas envolve a intitulação (rubrica, nome) e o código de cada conta. (RIBEIRO, 2018). Como mencionado anteriormente, independente da empresa, é importante agrupar as contas de acordo com a estrutura estabelecida nas Leis e Normas Contábeis, o que facilita a elaboração das demonstrações contábeis. A elaboração do elenco de contas, conforme salientam, Greco e Arend (2017), considera a necessidade de atendimento aos usuários da informação contábil. Dessa forma, contêm os detalhes exigidos para efeitos da legislação do imposto de renda, e as informações de interesse da administração da empresa. O elenco de contas pode ser sintético ou analítico. No aspecto sintético, as contas são agrupadas por elementos do ativo, passivo, patrimônio líquido, receitas, despesas, transitórias e de compensação. E, no analítico, as contas são distribuídas em grupos e/ou subgrupos do ativo, passivo, patrimônio líquido, receitas e despesas, incluindo as transitórias e de compensação. Um elenco de contas nunca deve classificar as contas conforme a sua natureza (devedora/credora). Caso isso ocorra, as contas do Ativo ficariam no mesmo grupo que as Despesas, e as contas do Passivo ficariam no mesmo grupo que as Receitas. Essa forma de agrupamento é incorreto, pois essas contas representam situações diferentes e não devem estar juntas. IMPORTANT E Greco e Arend (2017) afirmam que o agrupamento mínimo do elenco de contas será: • Ativo; • Passivo; • Patrimônio líquido; 48 ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL • Receitas; • Despesas/Custos; • Intermediárias/Transitórias; • Compensado. As contas intermediárias são utilizadas para satisfazer uma situação transitória, registrando um fato ainda sem classificação definida. O seu uso é temporário, pois na sequência, o seu saldo será transferido para a conta adequada. Essas contas são constituídas para uso temporário, e seu saldo será futuramente transferido para a conta adequada, que registrará o fato após definido. As contas de compensação correspondem as contas que não fazem parte do patrimônio e servem apenas para controle, de modo geral, são contas que integrarão o patrimônio no futuro. Greco e Arend (2017) definem essas contas como um conjunto de contas optativo, que tem a finalidade informar os atos internos da empresa, servindo como meio para seu controle. Segundo a NBC-T-25, as contas de compensação constituem um sistema próprio com o registro dos atos relevantes, cujos efeitos possam ser traduzidos em modificações no patrimônio da entidade. A escrituração nas contas de compensação será obrigatória, somente nos casos em que haja determinação específica, expedida por órgão competente, e não serão permitidas nas demonstrações contábeis. Um exemplo de seu uso é o lançamento para registrar o valor de seguro contratado: DÉBITO Seguros Contratados CRÉDITO Contratos de Seguros Esse lançamento corresponde ao valor do seguro contratado e não ao valor do prêmio do seguro, que constitui uma despesa. Ao elaborar o elenco de contas é importante observar a estrutura das demonstrações contábeis. Para evitar um retrabalho, o de ter que adaptar as contas na hora de elaborar as demonstrações do período. A NBC TG 26 (R5) dispõe sobre apresentação das demonstrações contábeis, bem como a respeito de sua estrutura. Assim, determina sobre a organização das contas do Ativo segregadas em Ativo Circulante e Ativo Não Circulante. As constas do Ativo Não Circulante se subdivide em realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. Essas contas são ordenadas por grau de liquidez. No Ativo Circulante estão elencados todos os bens e direito da entidade realizáveis (que serão convertidos em dinheiro) durante um exercício social. PLANO DE CONTAS 49 O exercício social compreende um período de 12 meses e coincidente com o ano civil, que inicia no dia 1º de janeiro e finda em 31 de dezembro. Desse modo, ao final desse período, as empresas apuram os seus resultados e elaboram as Demonstrações Contábeis. IMPORTANT E Segundo Ribeiro (2018), o Ativo Circulante compreende os bens e direitos que estão em frequente circulação no Patrimônio, no capital de giro da empresa, nos valores transformados em dinheiro ou aqueles, que estejam em processo até o término do exercício social subsequente, bens a venda ou para consumo, despesas pagas antecipadamente com vencimentos fixados até 12 meses da data do Balanço, e os direitos com vencimentos no decorrer deste período. Os valores realizáveis do Ativo Circulante não são convertidos diretamente em dinheiro. Sobretudo com os tributos que a empresa recolhe antecipadamente, e serão compensados com as obrigações fiscais, no pagamento aos órgãos públicos, ou com materiais de consumo e despesas pagas antecipadamente. O grupo dos Direitos Realizáveis no curso do exercício social seguinte, pode ser subdividido em créditos com clientes, outros créditos, tributos a recuperar, investimentos temporários a curto prazo e estoques. Os bens e os direitos que representam os recursos aplicados consistem em quantias de dinheiro presentes no caixa, ou depositadas em contas correntes, no nome da empresa, em bancos. De modo geral, essas contas são que possuem maior grau de liquidez entre as demais contas do Ativo. O crédito com clientes consiste nos direitos a receber de terceiros oriundos de vendas de mercadorias, ou de prestação de serviços realizados a prazo. Igualmente, os direitos a receber das administradoras de cartões de crédito que provêm das vendas de mercadorias ou de prestação de serviços realizados a prazo. Outros créditos representam os direitos da empresa em receber quantias de terceiros, que não correspondam as vendas a prazo de mercadorias e serviços. Os tributos a recuperar advêm dos impostos, taxas ou contribuições recolhidas antecipadamente, ou indevidamente, que por meio da Legislação, serão compensados em até 12 meses. Os investimentos temporários a curto prazo indicam as aplicações em dinheiro em instrumentos financeiros, como títulos e valore mobiliários, representativos ou não do capital de outras empresas. Nos estoques os bens são destinados à produção, prestação de serviços, venda ou consumo. Dessa forma, os estoques de mercadorias e produtos vendidos à vista são transformados em dinheiro, os estoques de materiais destinados ao processo produtivo, assim que incorporados aos produtos de fabricação, se 50 ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL tornam em custos. Os estoques de materiais destinados à prestação de serviços passam a ser custos, devido a sua aplicação na prestação dos serviços, e os estoques de materiais de consumo assim que forem consumidos se transformam em despesas. Em relação às despesas, as que são pagas antecipadamente, constituem em despesas do exercício seguinte, e as pagas, em exercício atual. As despesas pagas antecipadamente, são registradas no Ativo porque representam um o benefício futuro que ocorre no ato do pagamento. As assinaturas anuais
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