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Profa. Ma. Ana Lúcia Machado UNIDADE III Teoria da Comunicação Comunicação Comunicação: nosso desejo em partilhar uma parte do nosso eu: informações, conhecimentos, emoções. A comunicação é marcada pelas intersubjetividades, cujos saberes são compartilhados nas interações. Comunicação Gênese do saber Saberes de conhecimento verificável Mundo → Homem Saber Científico Saber Experiência Saber de Revelação Saber de Opinião Saberes de crença subjetividade Homem → Mundo Sistemas de organização do pensamento Teoria Empiria Doutrinas Opinião Comum Opinião Relativa Opinião Coletiva Imaginários Somente o conhecimento (sem contar as informações, os sentimentos e outros) já constitui vários mundos, desde o compartilhamento de saberes científicos até as opiniões comuns. Meios de comunicação se intensificaram em suas inovações em meios eletrônicos, difusão e penetração, durante o século XX, e estudiosos da área das teorias da comunicação e da linguística, preocuparam-se com o impacto e a interferência dos meios nas nossas vidas. Comunicação e mídia Martino e Marques (2015) comparam três gerações de sua família ao tratar da teoria do meio. Eles fazem referências à infância do avô, que morava na cidade de São Paulo, brincava nas ruas sem asfalto e tinha brinquedos de madeira feitos em casa. Na década de 1930, as ruas não tinham luz elétrica, o cinema era para os momentos raros e o rádio era para as famílias ricas. Comunicação Fontes: https://unsplash.com/s/photos/children-playing A infância dos autores foi décadas depois, em 1980, quando as crianças tinham brinquedos de plástico e a televisão fazia parte do cotidiano, levando-o a imitar personagens de série e animação. O filho de Martino, em 2012, com 8 meses de idade, era atraído pela imagem digital da televisão, estendia a mão para pegar o celular ou o tablet, e queria brincar com o teclado do computador. Comunicação Fontes: https://unsplash.com/s/photos/tech-children Martín-Barbero: preocupação com a realidade da América Latina, que marca um espaço geopolítico, em que os receptores e os processos sociais de dominação se interligam na comunicação. Propõe a alfabetização em comunicação para o desvelamento do impacto das mídias (meio), e para a apropriação e a inserção dos sujeitos nas mídias, o próprio espaço da comunicação e de novos sentidos. Causaria, então, uma reversão do processo comunicativo baseado nos meios midiáticos: dos meios à mediação. Comunicação social Ação e/ou reação dos grupos sociais que usam a mídia como a mediadora para assumir a sua voz. A comunicação pode, então, se tornar um sistema de uso para as vozes de pós-colonização da América Latina, de grupos sociais oprimidos, como no caso das mulheres, da própria imprensa jornalística e das mídias que lutam pelo direito de expressão. Quadro social da comunicação Fontes: https://www.publicdomainpictures.net/en/hledej. php?hleda=latin+american Dado, informação e conhecimento são elementos fundamentais para a comunicação e, nesse sentido, o papel da comunicação é o de: a) Minimizar o processo de transformação do conhecimento dos interlocutores. b) Minimizar as interferências individuais no processo de transformação do conhecimento. c) Transformar os dados em informação e a informação em conhecimento. d) Transformar o conhecimento em informação, minimizando as interferências individuais nesse processo de transformação. e) Interferir, o mínimo possível, no processo de conhecimento. Interatividade Dado, informação e conhecimento são elementos fundamentais para a comunicação e, nesse sentido, o papel da comunicação é o de: a) Minimizar o processo de transformação do conhecimento dos interlocutores. b) Minimizar as interferências individuais no processo de transformação do conhecimento. c) Transformar os dados em informação e a informação em conhecimento. d) Transformar o conhecimento em informação, minimizando as interferências individuais nesse processo de transformação. e) Interferir, o mínimo possível, no processo de conhecimento. Resposta A partir do século XX cada geração teve um tipo de contato com uma mídia, que altera o modo de viver e entender a realidade. Devido a essa interferência, a mídia passou a ser o foco de atenção de estudiosos das teorias da comunicação. A teoria do meio ou a teoria das mídias procura, justamente, entender as interferências da mídia na vida cotidiana. Nessa perspectiva, o interesse dos estudiosos recai sobre os meios e não sobre a informação (mensagem) em si. Diante desse interesse, primeiramente, é preciso discutir sobre o significado dos termos “mídia” e “meio”. Meio de comunicação No esquema de comunicação de Jakobson (2000), o elemento canal é o meio físico pelo qual a mensagem é enviada. O canal pode ser o suporte físico do livro, gibi, folheto, jornal, da televisão, do rádio, do celular, entre tantos outros. Meio, canal e suporte são termos empregados em diferentes áreas de estudo da comunicação e das Ciências da Linguagem, mas que servem para se referir ao mesmo fenômeno. Meio de comunicação Fontes: https://unsplash.com/s/photos/media O sentido da palavra “meio” depende do contexto no qual a palavra está inserida. Em contexto topológico, o sentido da palavra “meio” pode ser “um meio entre dois pontos”; “contexto cronológico relacionado ao intervalo”, como na expressão “meio-dia”; em sentido quantitativo, em situação de notas escolares, por exemplo, temos a famosa preocupação dos alunos, a “média”; e, em um sentido qualitativo, a palavra meio dá origem ao adjetivo “mediano”. Em concepção de relação, o meio ocorre se os seus elementos estão, ao mesmo tempo, afastados e postos em contato por outra coisa que não eles mesmos. Dito de outra maneira: o que está em relação, o que se dá, o que aparece, o que se transmite, o que se anuncia só pode ocorrer através ou por meio de outra coisa que não ele mesmo. Meio de comunicação Em Língua Portuguesa, a palavra “meio” é usada nos sentidos: Já apontados (topológico, cronológico etc.); Como advérbio “entre”; Como um dos elementos da comunicação; Também temos a palavra “médium” empregada por determinadas religiões praticadas no Brasil; Também passamos a ter a palavra “mídia”, referente, principalmente, à imprensa jornalística e aos meios eletrônicos, como o rádio e a televisão. Palavra “meio” Na área da comunicação, a palavra “meio” está relacionada à palavra “canal”, que tem origem na língua latina – canna, que significa “cano pequeno”, “lugar para escoar água”. Assim, o meio é um canal, ou seja, a ferramenta de armazenamento e transporte. Quando falamos em meios de comunicação, referimo-nos a um suporte físico em que a mensagem já foi codificada para ser transmitida, conforme o esquema de comunicação de Jakobson. Palavra “meio” No contexto do esquema de comunicação, o meio não é considerado importante, mas a informação sim. Com a proliferação da tecnologia da informação e do entretenimento, o meio passou a ser mais relevante, economicamente, do que a mensagem em si. McLuhan, estudioso da área das teorias da comunicação, percebeu que “o meio é a mensagem”, ou seja, os meios de comunicação tornaram-se o próprio conteúdo da informação. McLuhan faz alusão ao mito de Narciso e afirma que o homem não reconhece o meio como a extensão de si, assim como o Narciso narcotizado não se reconhecia em seu próprio reflexo. Os meios, por atuarem, diretamente, em nossos sentidos, alteram a nossa própria percepção e consciência. Na área da Linguística, em especial, do fim do século XX em diante, em vez dos termos “meio” ou “canal”, os estudiosos da área empregam o termo “suporte” por considerar que a comunicação envolve a interação, a troca entre o enunciador e o enunciatário, o lugar e o momento. O termo “canal” tornou-se específico, empregado no contexto científico, que segue a linha estruturalista, em especial, dos estudos desenvolvidos por Jakobson. Meio, canal, suporte da comunicação Para o linguista Maingueneau (2001), o lugar em que o texto está, faz muita diferença na situação comunicacional. Ele exemplifica ao diferenciar um anúncio publicitário em um cartaz na plataforma metroviária e em uma revista. Enquanto o anúncio é visto, rapidamente, na plataforma e seu público é indeterminado, podendo ser homens, crianças, pessoas de qualquer profissão etc., na revista, o anúncio é itinerante, pois a revista pode ser levada e lida em qualquer lugar, disponibilizada por um tempo indeterminado e o seu público é específico. Suporte e interação Leia a tirinha e, depois, verifique as considerações sobre o papel da mídia na vida social: I. A televisão, entendida como meio de comunicação de massa, promove a falta de raciocínio crítico; II. Verificam-se os efeitos de manipulação exercidos pela mídia, especificamente, pela televisão, em públicos considerados mais vulneráveis, como as crianças e os adolescentes; III. A mídia, como a televisão, finge ser frívola, mas, ao se situar para além do conhecimento do público, reforça o seu estado de servidão. Está(ão) correto(s): a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) I, II e III. Interatividade Fonte: WATTERSON, B. Os dias estão simplesmente lotados: um livro de Calvin e Haroldo por Bill Watterson. São Paulo: Best News, 1995, p. 55. OH, PODEROSO DA MÍDIA DE MASSA, OBRIGADO POR ELEVAR A EMOÇÃO, REDUZIR O PENSAMENTO E ANIQUILAR A IMAGINAÇÃO! OBRIGADO PELA ARTIFICIALIDADE DAS SOLUÇÕES RÁPIDAS E PELA MANIPULAÇÃO TRAIÇOEIRA DOS DESEJOS HUMANOS PARA FINS COMERCIAIS. ESTA TIGELA DE TAPIOCA MORNA REPRESENTA O MEU CÉREBRO. EU A OFEREÇO EM HUMILDE SACRÍFICIO. MANTENHA A SUA LUZ OSCILANTE PARA SEMPRE. Leia a tirinha e, depois, verifique as considerações sobre o papel da mídia na vida social: I. A televisão, entendida como meio de comunicação de massa, promove a falta de raciocínio crítico; II. Verificam-se os efeitos de manipulação exercidos pela mídia, especificamente, pela televisão, em públicos considerados mais vulneráveis, como as crianças e os adolescentes; III. A mídia, como a televisão, finge ser frívola, mas, ao se situar para além do conhecimento do público, reforça o seu estado de servidão. Está(ão) correto(s): a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) I, II e III. Resposta Fonte: WATTERSON, B. Os dias estão simplesmente lotados: um livro de Calvin e Haroldo por Bill Watterson. São Paulo: Best News, 1995, p. 55. OH, PODEROSO DA MÍDIA DE MASSA, OBRIGADO POR ELEVAR A EMOÇÃO, REDUZIR O PENSAMENTO E ANIQUILAR A IMAGINAÇÃO! OBRIGADO PELA ARTIFICIALIDADE DAS SOLUÇÕES RÁPIDAS E PELA MANIPULAÇÃO TRAIÇOEIRA DOS DESEJOS HUMANOS PARA FINS COMERCIAIS. ESTA TIGELA DE TAPIOCA MORNA REPRESENTA O MEU CÉREBRO. EU A OFEREÇO EM HUMILDE SACRÍFICIO. MANTENHA A SUA LUZ OSCILANTE PARA SEMPRE. O conceito da sociedade midiatizada ou midiática surge da ideia de uma ação da mídia sobre a sociedade, sendo a influência da mídia o principal fator de moldura contemporânea. A mídia tem o poder de destruir os aspectos sociais que o mundo, hoje, observa; são frutos do resultado permanente e constante de igualar as ideias que ela tem colocado. O meio de comunicação tem parte sobre os papéis sociais, no sentido de que o acesso ao meio, em si, e aos modos da interação que ele disponibiliza, para se comunicar e agir, começa a funcionar na sociedade midiatizada. A midiatização não acontece, apenas, quando se está produzindo ou recebendo as informações; acontece, também, quando se fala com os amigos sobre um vídeo da internet ou curso on-line. Midiatização A comunicação é uma prática social, e passa a haver a necessidade, frente ao fenômeno da midiatização, de discutir que tipo de sociedade esse fenômeno está criando. A mídia digital causa problema como a mídia tradicional. A sua interferência no nosso cotidiano é muito mais assombrosa, pois os sistemas digitais são de vigilância. Podem identificar, por exemplo, as práticas de negócios que se baseiam em recursos eletrônicos de redes e nos serviços da internet. A vigilância, sustentada pelos algoritmos da linguagem computacional, é nada mais do que uma maneira sofisticada e refinada da economia política no capitalismo digital, regulado pela biopolítica ocupando o espaço sobre o globo. Midiatização O meio social em que a informação é gerada é essencial, pois neste identificamos as suas ideias, os seus valores e, sobretudo, a ideologia que o caracteriza, refletindo, diretamente, em seu produto final, ora intencionalmente na informação, dando uma característica que marca o meio em que está inserido. É esperado dos interlocutores as habilidades de extração, em que haja a absorção daquilo que convém; ao saber disso, a mídia trabalha por seus meios introduzindo as informações estrategicamente formuladas, para atingir os seus objetivos, usando fatores influenciadores na hora de produzir o seu conteúdo massivo, para atingir o máximo de pessoas possíveis. Manipulação da mídia Nenhuma mensagem está livre de intencionalidade, podendo-se dizer que ela não é pura. Todo e qualquer ato de comunicação tem por trás uma carga ideológica de sentido. A interpretação é um ponto-chave para falarmos de comunicação, pois a mensagem produzida, nem sempre, é reproduzida e interpretada da maneira que o seu emissor a destinou, sendo de extrema relevância o meio cultural em que está inserido, e qual é o conhecimento de mundo do interlocutor. A mídia é um dispositivo que formata a mensagem para quem irá consumi-la. Esse consumo de informações facilitadas é, normalmente, utilizado de forma massiva por indivíduos que, geralmente, se baseiam por um senso comum e consomem a informação à disposição sem a reflexão necessária. Intenção O termo “mídia” engloba uma teia de sentidos. Temos como vertentes midiáticas: mídia televisiva, mídia digital, mídia escrita, entre outras tantas. Com o avanço da tecnologia temos um leque de possibilidades, quando se trata de obter informações. Na palma da mão temos acesso aos smartphones, que são meios de acesso rápido aos conteúdos on-line, e, dessa forma, as mídias digitais de fácil acesso tornaram-se, também, facilmente manipuláveis. Mídia A mídia escrita é tradicional, em aspectos como a fixação de uma imagem que acompanha o texto informativo, junto a um título de impacto. Há certa distância física, nesse formato de mídia, entre o leitor e o seu interlocutor. Entre esses dois pontos existem variações de interpretação do referente, e estas ocorrem devido ao distanciamento da característica de instância da emissão para a instância de recepção, deixando, assim, um espaço entre a mensagem informada e a recebida. Um espaço de amplas formas de percepção do referencial. A mesma mensagem pode não ser visualizada e entendida da mesma forma que é produzida. Mídia Quanto ao assunto da verossimilhança ou ao que está relacionado com o que é verdadeiro dentro de uma informação, temos que ter atenção ao teor ideológico que é apresentado, dando enfoque à intencionalidade que a notícia tem, qual é o seu teor informativo, o que ela representa e o quanto ela afeta o meio. Ao dizer que uma informação é concreta e, totalmente, verdadeira, corremos o risco de ferir a autenticidade dos fatos. São esses questionamentos que o receptor deve se fazer ao se posicionar diante da mensagem transmitida, o quão verossímil é a mensagem, qual é a necessidade da transmissão dessa informação, porque está sendo retratada dessa maneira. Mídia Uma notícia passa pelo seu processo de transformação; para chegar ao seu receptor, ela passa por diversas reduções. Tem-se uma seleção do materialprimeiramente coletado, retirando alguns fatos e, assim, transformando-a em uma informação não completa, mas reduzida, trazendo pontos intencionalmente escolhidos. Essa seleção é feita com critérios de importância e prioridade, transformando a mensagem através do que deve ser informado, o que realmente é relevante, quem está se beneficiando ao produzir e qual é o efeito em quem recebe a notícia. Notícia na mídia escrita O ato de chocar traz ao público sensações e emoções, que lhe prendem e dominam. Por isso, ao tratar de uma história real e optar pela utilização de apelo emocional, estaremos caracterizando a notícia e transformando-a em um drama para prender o público-alvo. Notícia e sensacionalismo (CQA) Considere o print de uma postagem do site Caneta Desmanipuladora, de 13 de novembro de 2019: I. A escolha dos verbos é uma mera questão estilística, sem a relação com o posicionamento ideológico construído no discurso, pois signos diferentes podem representar o mesmo ato; II. O discurso jornalístico, embora apresente um efeito de objetividade, não é neutro; III. No primeiro título, de acordo com a classificação de Jakobson, predomina a função apelativa da linguagem. É correto o que se afirma em: a) I, II e III. b) I e II, apenas. c) II e III, apenas. d) II, apenas. e) III, apenas. Interatividade (CQA) Considere o print de uma postagem do site Caneta Desmanipuladora, de 13 de novembro de 2019: I. A escolha dos verbos é uma mera questão estilística, sem a relação com o posicionamento ideológico construído no discurso, pois signos diferentes podem representar o mesmo ato; II. O discurso jornalístico, embora apresente um efeito de objetividade, não é neutro; III. No primeiro título, de acordo com a classificação de Jakobson, predomina a função apelativa da linguagem. É correto o que se afirma em: a) I, II e III. b) I e II, apenas. c) II e III, apenas. d) II, apenas. e) III, apenas. Resposta Apropriação das mídias: ponto positivo na luta contra o silêncio. O silêncio é, também, o objeto das Ciências da Linguagem, uma vez que ele faz parte da comunicação, podendo ter mais de um significado, como: submissão, resistência, omissão, entre tantos outros. Classificação do silêncio: O silêncio cauteloso consiste em saber calar, considerando a hora e o lugar onde estão os interlocutores, e que tipo de pessoa está na nossa convivência. O silêncio artificial é quando nos calamos para surpreender, desnortear quem declara os seus sentimentos para nós, sem que esse outro saiba dos nossos, ou para tirar uma vantagem do que ouvimos e observar o outro, de maneira sutil ou enganosa. Mediação O silêncio complacente consiste não só em ouvir sem contradizer quem é, mas, também, em lhe mostrar o prazer que sentimos com a sua conversa ou o seu comportamento, como: gestos, olhos, sorrisos etc. O silêncio, no caso, ocupa o lugar da palavra e de aplausos. O silêncio zombeteiro é caracterizado por ser uma reserva irônica, maliciosa e afetada, por não interromper coisas sem sentido ou de pouco interesse. O silêncio inteligente é quando o rosto de uma pessoa é percebido como uma expressão de espírito, de ênfase agradável e adequado, para refletir as ideias ou os sentimentos que se deseja tornar conhecidos sem a ajuda da palavra. Comunicação e silêncio Como exemplo de luta contra o silêncio repressor, há o movimento de circulação pública contra a violência doméstica e contra o abuso sexual. Um desses movimentos é a criação da cartilha realizada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). Fonte: https://www.cnj.jus.br/wp- content/uploads/2021/03/cartilha-sinal- vermelho-AMB-6.pdf A cartilha foi criada para divulgar a campanha “Sinal vermelho contra a violência doméstica”, no enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a mulher durante o afastamento social, devido ao coronavírus e aos efeitos da pandemia de COVID-19. Como forma de denúncia e de solicitação de medidas protetivas, o programa apresenta e lança a campanha de uma denúncia silenciosa. Basta um “x” vermelho, feito com batom ou qualquer outro material acessível, na palma da mão e a notícia da violência na farmácia ou drogaria cadastrada na campanha. A polícia será acionada. Mediação: uso da mídia Fonte: https://www.cnj.jus.br/wp- content/uploads/2021/03/cartilha-sinal- vermelho-AMB-6.pdf Retrata o corpo da mulher, dando destaque à mão com um “X” pintado de vermelho, em primeiro plano da fotografia. Os elementos sígnicos contextualizam uma representação do medo e da violência, neste caso, a violência contra a mulher. A cor vermelha, que simboliza a violência, a agressividade, e o poder e a superioridade sobre o outro, na mão feminina da capa da cartilha sobrepõe o significado desse símbolo ao potencializar a força da mulher para denunciar e lutar contra a violência. O “X” serve de interação com o outro e constrói um significado, adquirindo, então, grande relevância na comunicação. O “X” em vermelho e a mão levantada com a palma virada para nós, leitores, causam impacto tanto sensorial quanto emocional devido, respectivamente, à cor e à projeção da mão, e ao forte apelo para deter a violência doméstica. Mediação Fonte: https://www.cnj.jus.br/wp- content/uploads/2021/03/ cartilha-sinal-vermelho- AMB-6.pdf Devido ao confinamento por causa da Covid-19, somente os locais com serviços essenciais ficaram abertos para o público. Por isso, conforme a cartilha, a denúncia poderia ser feita em uma farmácia ou drogaria. Nesse novo contexto social, ocorrem as transformações no conceito de espaço que traz à tona a concepção de não lugar, um espaço que, por exemplo, passa a ter outra função. O Jornal do Ônibus, da cidade de São Paulo, divulgou em ônibus e terminais, as atitudes contra o abuso sexual. Fonte: SPTrans (2021). O texto do jornal também solicita à leitora a denúncia, mas por meio de uma interferência com base na sororidade. Além da palavra “sororidade”, a imagem de três figuras femininas reforça a quem o texto se dirige: à mulher. A mulher pode ser vítima, mas ela é, também, forte para lutar contra a violência. Ambos os textos – cartaz e jornal – são exemplos de ruptura do silêncio. Há um terceiro texto, a própria lei, que ajuda nessa ruptura e torna legal a voz contra o silêncio. Mediação O nosso papel frente às mídias, conforme à concepção de mediação de Martín-Barbero, é: a) Desprezar as mídias. b) Atender às demandas dos produtos oferecidos pelas mídias. c) Tornar-se indiferente às mídias. d) Apropriar-se das mídias para usá-las ao nosso favor. e) Consumir os produtos da mídia, em especial, da mídia digital. Interatividade O nosso papel frente às mídias, conforme à concepção de mediação de Martín-Barbero, é: a) Desprezar as mídias. b) Atender às demandas dos produtos oferecidos pelas mídias. c) Tornar-se indiferente às mídias. d) Apropriar-se das mídias para usá-las ao nosso favor. e) Consumir os produtos da mídia, em especial, da mídia digital. Resposta CHARAUDEAU, P. Discurso das mídias. São Paulo: Contexto, 2013. JAKOBSON, R. Linguística e comunicação. Tradução de Izidoro Blikstein e José Paulo Paes. São Paulo: Cultrix, 2000. MAINGUENEAU, D. Análise de textos de comunicação. Tradução de Cecília P. de Souza e Silva, e Décio Rocha. São Paulo: Cortez, 2001. MARTÍN-BARBERO, J. A comunicação na educação. São Paulo: Contexto, 2014. MARTINO, L. M. S.; MARQUES, A. C. S. (Orgs.) Teorias da comunicação: processos, desafios e limites. São Paulo: Plêiade, 2015. MCLUHAN, H. M. Os meios de comunicação como extensões do homem. São Paulo: Cultrix, 1969. Referências ATÉ A PRÓXIMA!
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