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Antibacterianos 1 Introdução O que são antibacterianos? São metabólitos microbianos, ou seus análogos sintéticos, que em doses pequenas, inibem o crescimento (bacteriostáticos) ou a sobrevivência (bactericidas) de microrganismos sem toxicidade grave para o hospedeiro. A conceito-chave é a toxicidade seletiva. Introdução Estima-se que existem 10x mais células bacterianas do que células humanas. Geralmente, esses microrganismos são inofensivos contra o hospedeiro e, por vezes, atuam de maneira a beneficiá-lo. Introdução Entretanto, todos os nossos fluidos corporais, órgãos, estruturas corporais são estéreis sob circunstâncias normais. Assim sendo, a presença de bactérias, fungos, vírus, protozoários e etc. nesses locais é evidência de infecção! Abordagem terapêutica geral CLASSE PREFIXO/SUFIXO EXEMPLO Penicilinas -cilina Ampicilina Cefalosporinas Cef- Cefalexina Fluoroquinolonas -floxacina (o) Ciprofloxacino Alguns termos Amplo espectro – agentes capazes de inibir uma ampla gama de microrganismos (gram-positivos e gram-negativos). Ex.: Tetraciclinas. Espectro estreito – inibem um pequeno grupo de gêneros bacterianos. Ex.: Vancomicina, utilizada quase que exclusivamente para bactérias gram-positivas e microrganismos anaeróbicos. Terapia empírica Quadros infecciosos particulares estão associados com espécies individuais de bactérias. Sendo assim, determinados antibióticos são mais apropriados que outros para realizar o tratamento. Ex.: ITU, primeira ocorrência, geralmente são causadas por Escherichia coli. Infecções de pele geralmente são resultantes de infecções por Staphylococcus aureus. Terapia baseada em experimentos Isolamento do microrganismo a partir de material infeccioso do paciente antes de instituir a terapia medicamentosa. A bactéria identificada é cultivada em meios contendo diversos antibióticos, observando-se qual antibiótico será capaz de inibir o crescimento ou a sobrevivência da respectiva bactéria. Terapia baseada em experimentos Terapia baseada em experimentos 1/1 1/2 1/4 1/8 1/16 1/32 1/64 CIM CBM Susceptibilidade microbiana Resistência É a falha em inibir o crescimento ou matar o microrganismo. Intrínseca: presente antes de o microrganismo ser exposto ao fármaco; Adquirida: desenvolvimento subsequente à exposição ao fármaco. Susceptibilidade microbiana Classes terapêuticas Agentes antimicrobianos sintéticos Não podem ser chamados de antibióticos, pois não foram oriundos de modificações moleculares de nenhum produto natural com tal ação. Interferentes da síntese e ação do folato SULFAS E TRIMETROPRIMA Interferentes da síntese e ação do folato Sulfas - propriedades antibacterianas descobertas em meados dos anos 30; Prontosil rubrum® Gerhard Domagk Sulfas Foi demonstrado mais tarde que a urina dos animais tratados com o prontosil® era bioativa in vitro. Estrutura geral Sulfanilil Sulfamil Sulfanilamido Substituição por grupo heteroaromáticos retiradores de elétrons nessa posição aumenta a potência O grupo SO2 tem um forte caráter retirador de elétrons, fazendo com que o NH2 ligado a ele adquira um caráter levemente acídico. 18 Mecanismo de ação Análogo estrutural do ácido p-aminobenzóico. PABA Sulfonamida Mecanismo de ação PABA Folato Tetraidrofolato (Ácido fólico) Timidilato DNA Diidropteroato sintetase Diidrofolato redutase Sulfas Trimetoprima Mecanismo de ação Catalisada por DIIDROPTEROATO SINTETASE Mecanismo de ação Ácido diidropteróico Mecanismo de ação Mecanismo de ação Ácido diidrofólico Sulfas disponíveis na clínica Sulfadiazina Sulfametazina Sulfametoxazol Sulfassalazina Aspectos farmacocinéticos São prontamente absorvidas pelo TGI e alcançam concentrações plasmáticas máximas após 4 horas de administração. São metabolizadas principalmente pelo fígado, sendo o derivado acetilado inativo. São excretadas pela urina. Efeitos adversos: náuseas, vômitos, cefaleia e depressão mental. Trimetoprima Quimicamente relacionada com a pirimetamina (antimalárico). PIRIMETAMINA TRIMETOPRIMA Mecanismo de ação Ácido diidrofólico Mecanismo de ação Ácido tetraidrofólico Reação catalisada pela DIIDROFOLATO REDUTASE Mecanismo de ação Semelhança estrutural com a metade pteridínica Age como antagonista do folato sobre a Diidrofolato redutase Aplicação terapêutica Pode ser aplicada como agente terapêutico único para o tratamento oral de ITUs. É mais comummente usada em associação ao sulfametoxazol na proporção 1:5 (Bactrim®) Quinolonas Quinolonas Substâncias antimicrobianas sintéticas que possuem em comum o anel 3-carboxipirid-4-ona N-1-alquilado ligado a outro anel aromático, que por si só pode possuir outros substituintes. Quinolonas Ácido nalidíxico – foi a primeira quinolona a ser comercializada. Era classificada como uma quinolona de primeira geração devido a suas propriedades biológicas e farmacocinéticas. Atuava apenas sobre um pequeno número de microrganismos gram(-), recebendo, portanto, pouca importância clínica. Quinolonas A partir do descobrimento de que a substituição por um flúor na posição 6 aumentava significativamente a atividade, diversos agentes foram, então, sintetizados, AS FLUOROQUINOLONAS. Fluoroquinolonas Norfloxacino (1986) Ciprofloxacino Mecanismo de ação Inibem tanto a DNA girasse quanto a topoisomerase IV, enzimas extremamente importantes para a conformação do DNA. As respectivas inibições tornam o material genético inacessível, resultando na morte celular. Relação estrutura-atividade Grupamento farmacofórico: Redução destas posições inativam a molécula Substituição na posição 2 interfere com a ligação com as enzimas. Flúor nesta posição aumenta significativamente a lipofilicidade da molécula, facilitando a penetração da parede celular. Heterociclos nesta posição aumenta o espectro de atividade contra organismos gram(-). Relação estrutura-atividade São incompatíveis com íons metálicos polivalentes como: Ca2+, Mg2+, Zn2+, Fe2+, Al3+ Resistência Estão associadas às mutações dos genes gyrA e gyrB, que codificam a DNA girase, e parC e parE, que codificam a topoisomerase IV. Efeitos adversos/colaterais Tendinites e ruptura de tendões; Ação pró-convulsivante, especialmente quando coadministrado com AINES; Alucinações, insônia e distúrbios visuais. Diarreia, vômito, dores abdominais e anorexia. Efeitos adversos/colaterais Potencialmente danosa no primeiro trimestre da gravidez, uma vez que predispõe ao risco de acidose metabólica e anemia hemolítica. Agentes diversos Compostos nitroheteroaromáticos Nitrofurantoina (Macrodantina®) Metronidazol, R = OH Tinidazol, R = SO2C2H5 Nitrofurantoína Utilizada para profilaxia e tratamento para tratamento de infecções do trato urinário quando a função renal não está comprometida, além de inibir o crescimento de cálculos renais. Mecanismo de ação: Inibe as funções do DNA e RNA através de mecanismos ainda não compreendidos. Metronidazol Introduzida, inicialmente, para o tratamento de vaginoses causadas por amebas. Também é útil para o tratamento de tricomoníase, giardíase e Gardnerella vaginalis. Mecanismo de ação: Interfere com a ação do DNA e RNA. Metenamina Utilizada para a desinfecção da urina acidificada Consiste de um polímero de baixo peso molecular da amônia e do formaldeído, que em meio ácido é revertido para seus precursores. O formaldeído é o componente com ação antimicrobiana. Fosfomicina (Monuril®) Inibe a enolpiruvial transferase, enzima que catalisa a fase inicial da biossíntese da parede celular, resultando na síntese reduzida do peptidoglicano. Utilizada em ITU. Inibidores da síntese da parede celular Células bacterianas As células das bactérias são incluídas dentro de uma parede celular amplamente rígida e complexa. Suas funçõessão: Fornecer uma barreira semipermeável; Fornecer uma barreira forte o suficiente para resistir a mudanças na pressão osmótica; Prevenir a digestão por enzimas do hospedeiro. Os peptidoglicanos são uma série de açúcares alternados ligados pelas posições (1,4)-beta formando uma longa cadeia.. 51 Inibidores da síntese da parede celular 52 Inibidores da síntese da parede celular Antibióticos β-lactâmicos α β O nome lactama é dado a amidas cíclicas e seus análogos. A nomenclatura contemporânea classifica esse grupo como azetidinona. Constitui-se como o grupamento farmacofórico da classe!! Penicilinas Caracterizadas pela conjugação de um anel de 5 membros (tiazolidina) Síntese Penicillium chrysogenum Benzilpenicilina Síntese Ácido 6-aminopenicilâmico Ligação mais instável! Relação estrutura-atividade O substituinte químico acoplado ao núcleo da penicilina pode influenciar bastante a sua estabilidade e espectro de ação. Grupos retiradores de elétrons em R1 diminuem a densidade eletrônica da carbonila, protegendo-as da hidrólise ácida. Relação estrutura-atividade Fármaco Substituinte % de fármaco intacto absorvido Benzilpenicilina ArCH2- 15-30 Pen V (fenoxipenicilina) ArOCH2- 60-73 Ampicilina ArCH(NH)- 30-50 Amoxicilina HOArCH(NH)- 75-90 Penicilinas resistentes a beta-lactamases Substituição da cadeia lateral por grupos volumosos causam o impedimento estérico, anulando a ação da enzima. R1 = R2 = H, oxacilina R1 = H, R2 = Cl, cloxacilina R1 = R2 = Cl, dicloxacilina Inibidores de beta-lactamases Ácido clavulânico Baixa atividade antibacteriana Inibidor irreversível de beta-lactamase Substrato suicida Aumenta a potência de penicilinas de amplo espectro. Inibidores de beta-lactamases Sulbactam Tazobactam A oxidação do átomo de S a sulfona aumenta consideravelmente a potência do fármaco Aumenta a potência de penicilinas de amplo espectro Cefalosporinas Caracterizadas pela conjugação de um anel de 6 membros (diidrotiazina) Propriedades químicas A perda de reatividade pelo aumento do tamanho do anel é compensada por: Ligação olefínica entre os C2 e C3; Grupo metilenoacetoxi ou outro grupo de saída na posição 3. Instabilidade química clinicamente relevante Metabolismo Metabolizado Metabolismo Grupo de saída muito pobre! Metabolismo Perda da carboxila livre! Perde a similaridade com os aminoácidos!! Relação estrutura atividade Adição de um grupo amino e um H nas posições alfa2 e alfa, respectivamente, resulta em um composto básico que é protonado sob as condições ácidas do estômago. Essencial para a atividade X = OR, melhoramento da atividade. Y = S, melhor atividade do que quando Y = O. O contrário é verdadeiro para resistência a beta-lactamases. Z = anel de 5 membros, apresenta melhor atividade do que anel de 6 membros. Melhorando a estabilidade frente as beta-lactamases Isômero L é 30-40x mais estável que o D Metoxioximas (100x) Melhorando a estabilidade frente as beta-lactamases Isômero Z 20.000x mais potentes que o isômero E Isômero E Metabolismo Cefuroxima Nomenclatura e classificação A maioria das cefalosporinas recebe o prefixo cef- na sua nomenclatura. São classificadas com base na ordem de introdução no mercado, estando esta classificação intimamente relacionada com o espectro de ação. 1ª geração, 2ª geração, 3ª geração e 4ª geração Cefalosporinas de 1ª geração Ativas in vitro contra cocos gram-positivos, estreptococos do grupo A beta-hemolíticos, estreptococos do grupo B e Streptococcus pneumoniae. Não são eficazes contra MRSA. Não são significativamente eficazes contra bactérias gram-negativas, embora algumas cepas de Escheriquia Coli, Klebsiella pneumoniae, Proteus mirabilis, and Shigella sp. Possam ser sensíveis. Cefalosporinas de 1ª geração Cefadroxila Cefazolina Cefalexina Cefalosporinas de 2ª geração Mantém a atividade anti-gram-(+) daquelas de 1ª geração, acrescentando Haemophilus influenzae e melhoria na atividade anti-gram(-) Algumas cepas de Acinetobacter, Citrobacter, Enterobacter, E. coli, Klebsiella, Neisseria, Proteus, Providencia e Serratia também são sensíveis. Cefalosporinas de 2ª geração Algumas cefalosporinas possuem o grupo N-metil-5-tiotetrazol (MTT) na posição 3. A perda deste grupo está associada com a deficiência de protrombina e, portanto, problemas na coagulação. Além disso, ocorrem efeitos semelhantes ao uso do dissulfiram, resultando na intolerância aguda ao álcool. Cefalosporinas de 2ª geração Cefalosporinas de 2ª geração Cefalosporinas de 3ª geração São menos ativas contra Staphylococcus do que as de 1ª geração, mas muito mais ativas contra bactérias gram-(-) do que os de 1ª e 2ª geração. Particularmente úteis contra infecções nosocomiais por cepas multirresistentes. Morganella sp. e Pseudomonas aeruginosa são frequentemente sensíveis. Cefalosporinas de 3ª geração São menos ativas contra Staphylococcus do que as de 1ª geração, mas muito mais ativas contra bactérias gram-(-) do que os de 1ª e 2ª geração. Particularmente úteis contra infecções nosocomiais por cepas multirresistentes. Morganella sp. e Pseudomonas aeruginosa são frequentemente sensíveis. Cefalosporinas de 3ª geração Ceftriaxona Cefalosporinas de 3ª geração Cefalosporinas de 3ª geração Cefalosporinas de 4ª geração Possuem espectro de ação semelhante ao das de 3ª geração, adicionando-se algumas enterobactérias que são resistentes a essas. São também mais ativas contra microrganismos gram-(+). Cefalosporinas de 4ª geração Cefepima Ajuda a penetrar as bactérias gram-(-) 86 Carbapenêmicos Streptomyces cattleya Tienamicina Características: Amplo espectro Inibição de betalactamases 87 Carbapenêmicos Imipenem Não é oralmente ativo! Diidropeptidase-1 renal rompe a ligação beta-lactâmica. Pode induzir convulsões!!! 88 Imipenem Imipenem Cilastatina Inibe a diidropeptidase-1 renal Meropenem Confere uma resistência natural contra a diidropeptidase-1 Risco de convulsões significativamente diminuído! Monobactâmicos A fermentação de microrganismos não usuais levou à descoberta de uma classe de antibióticos beta-lactâmicos monocíclicos. Nenhum demonstrou uma atividade consideravelmente importante! Aztreonam Espectro de atividade quase que exclusivo para gram-(-) Relembra a carboxila em C-2 de outros beta-lactâmicos Confere estabilidade frente às beta-lactamases Inibidores da biossíntese de proteínas Base da seletividade Assim como nos microrganismos procariotos, os organismos eucariotos também realizam a síntese de proteínas através de ribossomos. Entretanto, os ribossomos bacterianos são estruturalmente diferentes dos ribossomos dos seres humanos!! Ex.: Escherichia coli Exemplos Aminoglicosídeos e aminociclitóis Inositol Aminoglicosídeos e aminociclitóis Estreptamina Aminoglicosídeos e aminociclitóis 2-desoxiestreptamina Aminoglicosídeos e aminociclitóis Espectamina 100 Aminoglicosídeos e aminociclitóis N1,N3-bis(aminoiminometil)-estreptamina Características físico-químicas Todos são solúveis em água em todos os intervalos de pH possíveis. São bases, portanto, formam sais ácidos. Não são significativamente absorvidos no TGI. Assim sendo, sua ação se limita ao TGI quando administrado oralmente. Características físico-químicas São excretados na urina em sua forma ativa em altas concentrações após a administração endovenosa. A função renal comprometida obriga a redução da dose para prevenir acumulação até níveis tóxicos. São bastante utilizadas como pomadas ou soluções para tratamento de infecções oftalmológicas. Mecanismo de ação São bactericidas devido a combinação de uma série de efeitos tóxicos. Ligam-se a subunidade 30S, impedindo a função de revisão dos ribossomos. Aligação induz uma mudança conformacional na estrutura ribossomal, levando a erros na tradução, com seleção de aminoácidos errados e formação de proteínas non-sense. Mecanismo de ação Resistência A bactéria produz enzimas que modificam quimicamente os fármacos, fazendo com que eles não sejam mais considerados substratos da subunidade ribossomal 30S. AAC – Aminoglicosídeo acetilase APH – Aminoglicosídeo fosforilase ANT – Aminoglicosídeo nucleotídeo transferase Resistência Resistência Resistência Também pode ser mediada por modificações estruturais na subunidade 30S. Efeitos adversos Os efeitos tóxicos dos aminoglicosídeos são evidenciados pelas funções mediadas pelo oitavo nervo craniano (vestíbulococlear). Perda de audição e de equilíbrio. Efeitos adversos Necrose tubular renal também pode ocorrer, ocasionando a diminuição da função glomerular. Estes efeitos estão relacionados aos vasos sanguíneos, e são mediados aparentemente pela afinidade especial dos aminoglicosídeos pelas células renais e sensoriais do ouvido interno. Pode ocorrer também um bloqueio muscular semelhante ao do curare, agravando a fraqueza muscular em pacientes com miastenia gravis e parkisonianos. Aminoglicosídeos e aminociclitóis APH(3’)-I APH(3’)-II AAC Amicacina L-hidroxiaminobutiril amida (HABA) Impede a fosforilação e adenilação nos aminoaçúcares Derivado semissintético da canamicina Gentamicina A gentamicina é uma mistura de antibióticos, sendo os mais proeminentes as gentamicinas C-1, C-2 e C-1a. Gentamicina Aminoglicosídeos e aminociclitóis Canamicina Amicacina Tobramicina Gentamicina Spectinomicina Estreptomicina Macrolídeos São ésteres cíclicos. Os componentes clinicamente importantes dessa família possuem dois ou mais açúcares característicos ligados a sua estrutura (normalmente cladinose e desosamina). Estrutura Estrutura Propriedades físico-químicas Bases fracas (pKa ~8) Não são muito solúveis na forma de base livre, sendo necessária utilização de sais. São instáveis em ambientes ácidos (importância clínica). Propriedades físico-químicas Para contornar esse problema, os comprimidos são revestidos!!! Mecanismo de ação Ligam-se à subunidade ribossomal 50S, mais especificamente ao rRNA 23S, inibindo a biossíntese de proteínas. Resistência As bactérias sintetizam enzimas que metilam resíduos de guanina específicos no próprio RNA ribossomal. A síntese proteica se torna menos eficiente, mas com os ribossomos ligando-se menos aos macrolídeos. Resistência Mutação, com substituição da adenina para guanina em determinado domínio. Redução de até 10.000x na capacidade de ligação à subunidade 23S do RNA do ribossomo. Macrolídeos aplicados na terapêutica Eritromicina (sais, ésteres); Claritromicina; Azitromicina; Relação estrutura-atividade Claritromicina Conversão semissintética da –OH em C-6 Previne a formação de cetal cíclico. Relação estrutura-atividade Azitromicina Inserção de um grupo N-metil entre os carbonos 9 e 10, formando um ciclo de 15 membros. Essa alteração impede a formação de cetal cíclico. Mais estável frente a degradação ácida. Lincosamidas Estrutura: Açúcar de 8 carbonos, tiometil amino-octosídeo (O-tio-lincosamida) + Ácido N-metilpirrolidilcarboxílico substituído com n-propil São ácidos fracos, formando cloridratos clinicamente úteis. Mecanismo de ação Sobrepõem parcialmente o mesmo sítio de ligação dos macrolídeos na subunidade 50S. Possuem o mesmo mecanismo de ação dos macrolídeos. Possuem resistência cruzada com aquela classe (macrolídeos). Relação estrutura-atividade Lincomicina Isolada de Streptomyces lincolnensis Ponto de partida para a síntese da clindamicina Relação estrutura-atividade Clindamicina Melhor absorvida que lincomicina após administração oral (90%). Mais lipossolúvel e bioativa após a Tetraciclinas e glicilciclinas Naftaceno Tetraciclinas Propriedades físico-químicas São substâncias anfotéricas, com 3 valores de pKa (2,8 a 3,4 – 7,2 a 7,8 – 9,1 a 9,7) Ponto isoelétrico – pH = 5,0 O componente básico da molécula é a substituição C-4-alfa-dimetilamino. Estrutura geral REA das tetraciclinas Quelação As funções ácidas das tetraciclinas são capazes de formarem sais através da quelação com íons metálicos. Os mais comuns são: Fe+2, Ca+2, Mg+2 e Al+3 Quelação Quelação E se for necessário administrar medicamentos contendo íons incompatíveis com as tetraciclinas? Deve-se administrar os íons 1 h antes das tetraciclinas Ou Administrar os íons 2 h depois das tetraciclinas. Quelação Epimerização A orientação alfa do grupo dietilamino em C-4 é essencial para a atividade das tetracilcinas. Desidratação A maioria das tetraciclinas naturais possui uma hidroxila terciária e benzílica em C-6. Esta característica favorece a ocorrência de desidratação catalisada em meio ácido envolvendo o hidrogênio na posição C-5 alfa. Desidratação “Quebra em bases” São reações de degradação que também envolvem a hidroxila em C-6 em valores de pH superiores a 8,5. Fototoxicidade As tetraciclinas substituídas por Cl em C-7 (demeclociclina) absorvem luz na região visível. Essa característica resulta na formação de radicais livres, causando eritema severo em pacientes sensíveis quando se expõem a luz solar. Mecanismo de ação Interferem com a síntese de proteínas, ligando-se a subunidade 30S do ribossomo. Mecanismo de ação Resistência Síntese de proteínas que se ligam ao ribossomo de tal forma que, mesmo após a ligação da tetraciclina a ele, a síntese proteica continua. Síntese de proteínas que promovem o efluxo das tetraciclinas a partir da células bacteriana. Efeitos colaterais Danos renais Náusea Vômitos Diarreia Tontura Vertigem Tromboflebite (endovenoso) Exemplares Tetraciclina Demeclociclina Minociclina Doxiciclina Tigeciclina Outros antibióticos Cloranfenicol Mecanismo de ação Inibição da biossíntese de proteínas. Liga-se a subunidade 50S dos ribossomos bacterianos. Resistência Sofrem acetilação enzimática! Efeitos adversos/colaterais Discrasias sanguíneas (Pancitopenia) Inibição da hematopoiese Síndrome do bebê cinzento Síndrome do bebê cinzento Peptídeos cíclicos Vancomicina Cadeia Hexapeptídica glicosilada Mecanismo de ação Inibidor da biossíntese da parede celular Inibe as transglicosidases e as transpeptidase. Os peptidoglicanos são uma série de açúcares alternados ligados pelas posições (1,4)-beta formando uma longa cadeia.. 158 Mecanismo de resistência Ocorre a alteração do segmento D-alanil-D-alanina para D-alanil-D-lactato nos precursores da parede celular bacteriana. Efeitos adversos/colaterais Estão relacionados com a infusão, especialmente de doses elevadas ou muito rápidas. Reações anafilactoideas (hipotensão, chiado, dispneia, urticaria e prurido). Nefrotoxicidade e danos ao nervo auditório Efeitos adversos/colaterais Efeitos adversos/colaterais Estreptograminas Estreptograminas Mecanismo de ação Inibem a síntese de proteínas por ligarem-se a subunidade 50S dos ribossomos bacterianos. Possuem efeitos sinérgicos, com a dalfopristina facilitando a ligação da quinupristina com o ribossomo. Polimixina B Mecanismo de ação Atua sobre a membrana celular das bactérias, causando danos na estrutura da mesma. Liga-se aos radicais fosfato (PO4-) Bacitracina Mecanismo de ação Inibe a biossíntese de peptidoglicanos em um estágio tardio. Inibe a desfosforilação do carreador de fosfolipídeos, impedindo o mesmo de carrear o bloco de construção NAM-pentapeptídeo. Linezolida Membro da classe oxazolidinodinonas. Mecanismo de ação Inibição da biossíntese de proteínas no início do processo. Ligam-se à subunidade 50S do ribossomo, prevenindo a formaçãode um complexo de iniciação funcional que inclui o N-formilmetionil-tRNA, a subunidade 30S, o RNAm e fatores iniciadores. Resistência Mutação no RNA da subunidade 23S; Bombas de efluxo expressas por microrganismos gram(-). Mupirocina Mupirocina Pertence a um grupo de ácidos lipídicos Só pode ser utilizado topicamente, pois é hidrolisada in vivo Impede a síntese de proteínas por ligar-se à isoleucil tRNA sintetase, impedindo a ligação da isoleucina às´proteínas bacterianas. Resumindo... N S O N H 2 O N N H 2 N H 2 N H 2 N H 2 O O S N S O N H 2 O N N H 2 N H 2 Fígado [H + ] 3 5 2 6 4 1 R 2 HN (4) N (1) O O S H R 1 N H 2 N H 2 O O S N H 2 O H O N O N N H N H N H 2 O O H O P O H O H O P O O H N H 2 + Diidropteroato difosfato PABA O O H N H N O N H N N H N H 2 + Ácido diidropteróico O O H N H N O N H N N H N H 2 N H 2 O H O O H O Ácido glutâmico O N H N H N O N H N N H N H 2 O H O O H O N H 2 N N N H O O S C H 3 C H 3 N H 2 N N N H O O S C H 3 N H 2 N N H O O O S N N H N N H O O O H O O S C H 3 Cl N H 2 N H N N H C H 3 C H 3 C H 3 N H N H N H N H O O O O N H N H N H O N H N N H N H 2 O H O O H O N H N H N H N H N O O O H C H 3 N N O O O H C H 3 C H 3 N N O O O H C H 3 F N O O O H C H 3 F N N H N O O O H F N N H O O O H R R 5 R 6 R 7 R 8 N N H N O O O N + O – O N N C H 3 R N + O – O N N N N O C H 3 PO 3 H 2 N O H N O S C H 3 C H 3 N H N O O O O H S C H 3 C H 3 6 2 7 5 3 N 1 O O O H S 4 H H N H 2 C H 3 C H 3 N O O O H S H H N H R 1 O O C H 3 O N C H 3 R 1 R 2 O O C H 3 C H 3 N O O H O H O O H N S O H O O H O O C H 3 C H 3 N S O H O O H O O C H 3 N N N 7 N 1 6 8 2 3 S 5 4 O 7 N 1 6 8 2 3 S 5 4 O O O C H 3 7 N 1 6 8 2 3 S 5 4 O Z N S O C H 3 O O RCOHN H H O H O N S O H O RCOHN H H O H O N S O O RCOHN H H O 7 N 1 6 2 3 Y 5 4 O Z X N H C O C a 2 a Ph CO 2 H H N H C O C Ph N O C H 2 COOH N H C O C Ph N O C H 2 HOOC C H 3 N H N N N O H O O O H O H O O O S C H 3 N H 2 N H N O H O O O H O S C H 3 N N H N N N N N N O O O O H S S S C H 3 N H 2 N H N O O O H O S C H 3 C H 3 N H 2 N H N N N N N O O O H O O H O O O S S S S C H 3 C H 3 N H 2 N N H N N H N N N O O O O O H O O S S S S N + O O H O N H O N O C H 3 N S N H 2 C H 3 H C H 3 N H 2 N O H O O O H S C H 3 N H N H N O H O O O H S C H 3 N H N H N O H O O O H S C H 3 C H 3 N H 2 N O H O O H O O H S C H 3 C H 3 C H 3 C H 3 N H N N O H O O O O H S N H O C H 3 C H 3 C H 3 N H 2 N N H N N O O O H O O O H O O S S O H O H O H O H O H O H O H O H O H O H O H O H O H O H N H 2 O H N H 2 O H O H O H N H 2 N H 2 O H O H O H N H O H N H O H C H 3 C H 3 O H O H N H O H N H O H N H N H 2 N H N H 2 8 7 9 10 11 O 14 12 13 6 5 4 1 3 2 O C H 3 O H C H 3 O H C H 3 O C H 3 O C H 3 O C H 3 O H C H 3 O RO N C H 3 C H 3 C H 3 O C H 3 O H C H 3 O C H 3 O O C H 3 O H C H 3 O H C H 3 O C H 3 O C H 3 O C H 3 O C H 3 O O H N C H 3 C H 3 C H 3 O C H 3 O H C H 3 O C H 3 C H 3 O C H 3 O H C H 3 O H C H 3 O C H 3 O C H 3 O C H 3 O H C H 3 O O H N C H 3 C H 3 C H 3 O C H 3 O H C H 3 O C H 3 N C H 3 O C H 3 O N H H C H 3 O H O H O H SCH 3 O H H C 3 H 7 O C H 3 O N H Cl C H 3 H O H O H SCH 3 OR H C 3 H 7 A B C D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 O N H 2 O H X O H O R 2 R 1 O H O O H R 3 H N(CH 3 ) 2 H N + O O – O H N H O H O Cl Cl R R N O F N O O NHAc C H 3 (CH 2 ) 8 O O H O H O O O C H 3 C H 3 O H O H O
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