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!∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!1!()!23! AULA 01: CRIMINOLOGIA: CONCEITO. MÉTODOS: EMPIRISMO E INTERDISCIPLINARIDADE. OBJETOS DA CRIMINOLOGIA: DELITO, DELINQUENTE, VÍTIMA, CONTROLE SOCIAL. SUMÁRIO ! 1. CRIMINOLOGIA – PARTE I .......................................................................... 5 1.1. Fundamentos teóricos .............................................................................. 5 1.1.1. Conceito .................................................................................................. 5 1.1.2. Objeto de estudo ...................................................................................... 6 1.1.3. Etapas evolutivas do pensamento criminológico ............................................ 7 1.2. Escolas do pensamento criminológico ...................................................... 7 1.2.1. Escola clássica ......................................................................................... 7 1.2.2. Escola positivista ...................................................................................... 8 1.2.3. Decorrências do positivismo: a criminologia clínica e a criminologia sociológica . 8 1.2.4. O estrutural-funcionalismo ......................................................................... 9 1.2.5. A criminologia crítica ............................................................................... 11 1.3. Vitimologia ............................................................................................. 13 1.3.1. Conceito e classificação ........................................................................... 13 1.3.2. Processos de vitimização ......................................................................... 15 1.4. Processos de criminalização ................................................................... 17 1.4.1. Criminalização primária ........................................................................... 17 1.4.2. Criminalização secundária ....................................................................... 17 2. EXERCÍCIOS DA AULA ............................................................................... 18 3. EXERCÍCIOS COMENTADOS ....................................................................... 24 4. GABARITO ................................................................................................. 37 Olá, meus amigos! É com imenso prazer que estou aqui, mais uma vez, pelo ESTRATÉGIA CONCURSOS, tendo a oportunidade de poder contribuir para a aprovação de vocês no concurso da POLÍCIA FEDERAL. Nós vamos estudar teoria e comentar exercícios sobre CRIMINOLOGIA, para o cargo de DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL. E aí, povo, preparados para a maratona? 40458728683 !∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!4!()!23! O edital ainda não foi publicado, mas especula-se que saia agora em 2016. A Banca, provavelmente, será o CESPE. Bom, está na hora de me apresentar a vocês, não é? Meu nome é Renan Araujo, tenho 28 anos, sou Defensor Público Federal desde 2010, atuando na Defensoria Pública da União no Rio de Janeiro, e mestre em Direito Penal pela Faculdade de Direito da UERJ. Antes, porém, fui servidor da Justiça Eleitoral (TRE-RJ), onde exerci o cargo de Técnico Judiciário, por dois anos. Sou Bacharel em Direito pela UNESA e pós-graduado em Direito Público pela Universidade Gama Filho. Disse a vocês minha idade propositalmente. Minha trajetória de vida está intimamente ligada aos Concursos Públicos. Desde o começo da Faculdade eu sabia que era isso que eu queria para a minha vida! E querem saber? Isso faz toda a diferença! Algumas pessoas me perguntam como consegui sucesso nos concursos em tão pouco tempo. Simples: Foco + Força de vontade + Disciplina. Não há fórmula mágica, não há ingrediente secreto! Basta querer e correr atrás do seu sonho! Acreditem em mim, isso funciona! É muito gratificante, depois de ter vivido minha jornada de concurseiro, poder colaborar para a aprovação de outros tantos concurseiros, como um dia eu fui! E quando eu falo em “colaborar para a aprovação”, não estou falando apenas por falar. O Estratégia Concursos possui índices altíssimos de aprovação em todos os concursos! Neste curso vocês receberão todas as informações necessárias para que possam ter sucesso na prova da POLÍCIA FEDERAL. Acreditem, vocês não vão se arrepender! O Estratégia Concursos está comprometido com sua aprovação, com sua vaga, ou seja, com você! Mas é possível que, mesmo diante de tudo isso que eu disse, você ainda não esteja plenamente convencido de que o Estratégia Concursos é a melhor escolha. Eu entendo você, já estive deste lado do computador. Às vezes é difícil escolher o melhor material para sua preparação. Contudo, alguns colegas de caminhada podem te ajudar a resolver este impasse: 40458728683 !∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!2!()!23! Esse print screen acima foi retirado da página de avaliação do curso. Deste mesmo curso (Criminologia para Delegado da PF), só que ministrado em 2015. Vejam que, dos 40 alunos que avaliaram o curso, 38 o aprovaram. Um percentual de 95%. Ainda não está convencido? Continuo te entendendo. Você acha que pode estar dentro daqueles 5%. Em razão disso, disponibilizamos gratuitamente esta aula DEMONSTRATIVA, a fim de que você possa analisar o material, ver se a abordagem te agrada, etc. Acha que a aula demonstrativa é pouco para testar o material? Pois bem, o Estratégia concursos dá a você o prazo de 30 DIAS para testar o material. Isso mesmo, você pode baixar as aulas, estudar, analisar detidamente o material e, se não gostar, devolvemos seu dinheiro. Sabem porque o Estratégia Concursos dá ao aluno 30 dias para pedir o dinheiro de volta? Porque sabemos que isso não vai acontecer! Não temos medo de dar a você essa liberdade. Neste curso estudaremos todo o conteúdo de Criminologia estimado para o Edital. Utilizaremos, como parâmetro, o edital do último concurso. Estudaremos teoria e vamos trabalhar também com exercícios comentados. Abaixo segue o plano de aulas do curso: AULA CONTEÚDO DATA Aula 00 1 Criminologia. 1.1 Conceito. 1.2 Métodos: empirismo e interdisciplinaridade. 1.3 Objetos da criminologia: delito, delinquente, vítima, controle social. 25.01 Aula 01 2 Funções da criminologia. 2.1 Criminologia e política criminal. 2.2 Direito penal. 3 Modelos teóricos da criminologia. 3.1 Teorias sociológicas. 3.2 Prevenção da infração penal no Estado democrático de direito. 3.3 Prevenção primária. 3.4 Prevenção secundária. 3.5 Prevenção terciária. 3.6 Modelos de reação ao crime. 05/02 ATENÇÃO! Caso o edital traga algum conteúdo novo, não previsto no nosso cronograma inicial, este novo conteúdo será incluído sem qualquer custo adicional para os alunos já matriculados. 40458728683 !∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!5!()!23! Trata-se de um curso pequeno, eis que o conteúdo do edital sobre o qual vamos trabalhar não é extenso. As aulas serão disponibilizadas no site conforme o cronograma apresentado. Em cada aula eu trarei algumas questões que foram cobradas em concursos públicos. Sempre que possível, trabalharemoscom questões do próprio CESPE, que é a Banca do concurso. Contudo, como esta é uma matéria que quase não é cobrada em provas, trabalharemos com questões de diversas Bancas. ATENÇÃO! Este curso é somente em formato PDF, não possui videoaulas! No mais, desejo a todos uma boa maratona de estudos! Prof. Renan Araujo Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos. ;-) 40458728683 !∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!6!()!23! 1.! CRIMINOLOGIA – PARTE I 1.1.! Fundamentos teóricos 1.1.1.! Conceito Inicialmente, devemos analisar a criminologia por seu conceito. A criminologia pode ser conceituada como a ciência empírica (humana e social) que busca estudar o crime, o criminoso, a vítima, o controle social, bem como todas as circunstâncias que envolvem o fenômeno do crime. Na definição de GARCÍA-PABLOS DE MOLINA1, “(...) trata-se de uma ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle social do comportamento delitivo(...).” Inicialmente, a palavra CRIMINOLOGIA fora utilizada por RAFFAELE GAROFALO. Porém, há indícios de que esta palavra já teria sido utilizada anteriormente, por TOPINARD. Diz-se que a criminologia é uma ciência empírica porque ela trabalha sobre bases concretas, através da análise dos acontecimentos no mundo real, e não meramente abstratos, utilizando-se, portanto, do método da observação e da experimentação. Entende-se a criminologia, ainda, como uma ciência INTERDISCIPLINAR, eis que como seu objeto de estudo é por demais amplo, ela necessariamente se vale de outros ramos da ciência como forma de auxílio (Dentre elas a psicologia, a sociologia, a antropologia, etc.). Embora seja reconhecida pela maioria da Doutrina como uma ciência autônoma em relação ao Direito Penal, há quem defenda sua vinculação ao Direito Penal. Contudo, prevalece, com acerto, a separação entre ambos. O Direito Penal é uma ciência meramente NORMATIVA, que analisa o fenômeno do crime do ponto de vista da transgressão da norma pura e simplesmente, e as consequências que dessa transgressão advirão. A Criminologia, por sua vez, é uma ciência CAUSAL- EXPLICATIVA, ou seja, busca explicar o delito não como mera violação à norma, mas tendo em conta todas as suas causas (sejam elas psicológicas, biológicas, sociais, etc.), bem como se volta à análise do delinquente numa perspectiva ressocializadora (PREVENÇÃO ESPECIAL). !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 1 GARCÍA-PABLOS DE MOLINA, Antônio; FLÁVIO GOMES, Luiz. Criminologia. editora RT. São Paulo, 2002. Página 30. ! 40458728683 !∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!7!()!23! Assim, ambos analisam o CRIME, só que cada um analisa por um prisma próprio. Assim: 1.1.2.! Objeto de estudo Como dissemos anteriormente, não só do crime vive a criminologia, ela também se ocupa: DO CRIMINOSO – A criminologia, enquanto ciência causal- explicativa, está sempre em busca de entender o delinquente, a estrutura social que o cerca, bem como todos os fatores internos e externos que o levaram a delinquir. DA VÍTIMA – Antigamente não se dava muita importância para o papel da vítima no estudo do fenômeno conhecido como “crime”, relegando-a a um papel meramente secundário. Curioso que, nos dias atuais, a vítima não só ganhou mais espaço, como recebeu atenção destacada, tendo sido criado um sub-ramo específico para seu estudo (A VITIMOLOGIA). DO CONTROLE SOCIAL – Como diria Hobbes, o “Homem é lobo do Homem”. Partindo desta premissa, podemos concluir que o ser humano é incapaz de viver em sociedade sem que haja algum aparato de controle, cuja finalidade é estabelecer um conjunto normativo apto a reger as relações interpessoais, sob pena de estabelecimento do caos. Um dos instrumentos de que se vale o Estado para o exercício deste controle é o DIREITO PENAL. Contudo, o controle social não se dá apenas pelo Estado, mas também por meio dele. Existem formas de controle social não vinculadas ao Estado, e inclusive prévia a ele, como a família, a religião, etc. Todas estas são formas de 40458728683 !∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!8!()!23! controle social, ainda que não formais. Quando estas formas de controle social se mostram deficitárias, o indivíduo tende a desvirtuar- se e o Estado é chamado a intervir a posteriori, por meio do seu instrumento de repressão por excelência: O DIREITO PENAL. 1.1.3.! Etapas evolutivas do pensamento criminológico O estudo da criminologia nem sempre esteve calcado em fundamentos científicos. Podemos dividir o estudo criminológico em dois grandes períodos: PERÍODO PRÉ-CIENTÍFICO PERÍODO CIENTÍFICO Durante o primeiro período, o estudo do delito se deu de forma meramente superficial, sem um apego aos elementos que identificam uma verdadeira ciência (objeto, método e problema). Já no período científico, esse sim rico em contribuições para a criminologia, há toda uma elaboração do que seria o fenômeno do crime e suas causas. A Doutrina aponta o término do período PRÉ-CIENTÍFICO e o início do período CIENTÍFICO com a obra de LOMBROSO, embora haja certa divergência, havendo quem inclua nesse marco de transição, também, BECCARIA. Contudo, a melhor análise da evolução do pensamento criminológico se dá através do estudo das ESCOLAS DO PENSAMENTO CRIMINOLÓGICO. 1.2.! Escolas do pensamento criminológico 1.2.1.! Escola clássica A Escola Clássica é o primeiro esboço de análise do crime e suas causas. Os autores da Escola Clássica entendiam o crime como uma ofensa à autoridade, seja ela de Deus ou do Soberano, ou seja, o crime seria uma mera ofensa à autoridade divina ou à autoridade monárquica. Não havia, na Escola Clássica, uma preocupação com a análise dos fatores que conduziram o delinquente à prática do delito, até porque, como dito antes, os clássicos entendiam o delito como mera manifestação de desobediência a uma autoridade pré-constituída, seja ela de cunho divino ou não. Até mesmo em razão disso, autores como Santo Agostinho irão ver a pena não como forma de retribuição pelo mal causado (na ideia de 40458728683 !∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!3!()!23! Justiça retributiva aristotélica), tampouco sob o aspecto da prevenção (geral ou especial), mas meramente como forma de expiação, de purificação para o restabelecimento da ligação com Deus. 1.2.2.! Escola positivista A Escola positivista, por outro lado, surge no calor do iluminismo do século XVIII, trazendo consigo todo o ideal científico e antropocêntrico que permeia o pensamento deste período. É com essa Escola que a criminologia dá seu primeiro grande passo. Como decorrência lógica das ideias iluministas, os positivistas vão se dirigir aoestudo do crime valendo-se de métodos científicos, e o primeiro grande expoente será AUGUSTO COMTE. Paralelamente à evolução do pensamento criminológico, o positivismo jurídico vai se contrapor ao até então intocável jusnaturalismo, defendendo que o Direito deve ser estudado com base naquilo que é concreto, delimitado, ou seja, a norma positivada. Considerando esta mudança de paradigma no estudo das Ciências Jurídicas em geral, a Criminologia passa a ter uma preocupação maior com a objetivação de seu estudo, e através do método da observação e da experimentação (tipicamente científico) irá tentar explicar o fenômeno da criminalidade tendo como base de seu estudo a figura do criminoso. 1.2.3.! Decorrências do positivismo: a criminologia clínica e a criminologia sociológica Natural que, em tendo sido reduzido o estudo da criminalidade ao método da observação e da experimentação, se buscasse delimitar os fatores observáveis e que dariam o substrato científico necessário para que se fossem alcançadas as conclusões. Nesse diapasão, surgiram duas vertentes: CRIMINOLOGIA CLÍNICA – Entende que o delinquente se dedica à atividade criminosa porque ele é uma pessoa predisposta a isso, em razão de fatores internos (biológicos ou psicológicos) ou da conjunção de fatores internos e externos. Dentre os defensores da primeira tese temos o clássico CESARE LOMBROSO, que trouxe ao mundo sua obra “O homem delinquente”. Nela Lombroso defende que o criminoso possuía alguns sinais (por ele chamados de “stigmata”) físicos e psicológicos que poderiam indicar sua predisposição ao delito, dentre eles as sobrancelhas fartas, a forma do crânio, etc. Enrico FERRI, por sua vez, agregava a possibilidade de influência de fatores externos sobre o delinquente, mas entendia, assim como Lombroso, que o delinquente era um anormal. CRIMINOLOGIA SOCIOLÓGICA – Trata-se de uma corrente criminológica que se contrapõe aos enunciados da criminologia 40458728683 !∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!9!()!23! clínica. Para ela, os fatores externos devem ser considerados como causa preponderante em relação ao fenômeno da criminalidade. Enrico FERRI, que era adepto da criminologia clínica, pode ser considerado como o primeiro expoente da criminologia sociológica, isso porque apesar de ser adepto da teoria clínica, Ferri reconhecia a extrema importância dos fatores externos. Tal concepção sociológica é a raiz axiológica de teorias contemporâneas, como a teoria da “coculpabilidade penal”, segundo a qual a sociedade também é culpada pela prática de um delito, já que ela não é capaz de proporcionar condições iguais para todos. Desta forma, quanto maior for a integração social conferida ao delinquente, menor será a coculpabilidade penal, e vice-versa. Este novo modelo (sociológico) não marca o fim da pesquisa etiológica (pesquisa das causas do crime), apenas desloca o foco do estudo do criminoso para a sociedade, para o meio social. 1.2.4.! O estrutural-funcionalismo A teoria ou concepção estrutural-funcionalista rompe com as teorias clínica e sociológica. Para esta teoria, o crime é um fenômeno “natural”, inerente à sociedade, de forma que seriam inválidas as ideias de criminoso como anormal, bem como as tentativas de explicar o crime com base em aspectos sociológicos. DURKHEIM, talvez o principal nome desta teoria, entendia que o crime era algo “normal” na sociedade, pois uma sociedade sem crime seria absolutamente inviável, e que patologia social não seria a existência de crime, mas a sua ausência. Para DURKHEIM, o crime era o fenômeno o social que permitia a reafirmação da ordem social, pois toda vez que um crime era praticado surgia a possibilidade de reafirmação e legitimação dos vínculos estruturais e estruturantes da sociedade. CUIDADO! DURKHEIM não entendia que o delito era algo “bom”, mas apenas que era inerente à sociedade (não confundir isso). Além disso, ele entendia que o delito poderia ser considerado como algo normal dentro de determinados limites que, caso ultrapassados, poderiam, sim, comprometer a estrutura social. Assim: CRIME DENTRO DOS LIMITES – Inerente à sociedade, não é uma patologia clínica ou social. Oportunidade de reafirmação da ordem e do 40458728683 !∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!1:!()!23! sistema normativo vigente. CRIMINALIDADE QUE EXCEDE OS LIMITES – Perigo ao desenvolvimento e à estrutura social, pondo em risco a própria existência do sistema normativo. Além de DURKHEIM, destaca-se ROBERT MERTON. Para este autor, o crime também seria um fenômeno natural. Contudo, seria decorrência da existência de um descompasso entre o que a sociedade exige do indivíduo e das ferramentas que ela lhe oferece. Assim, como o indivíduo não consegue alcançar os objetivos utilizando-se dos meios legalmente colocados à sua disposição, tende, inexoravelmente, a se valer de meios ILEGAIS para atingi-los. EXEMPLO: Poderíamos dar, como exemplo, a exigência social implícita de que as pessoas sejam bem sucedidas financeiramente, e que este sucesso é pressuposto para sua aceitação como parte integrante da sociedade. Como sabemos, nem todos poderão alcançar este fim por meio dos instrumentos legais, o que conduziria aos comportamentos desviantes, cuja finalidade é alcançar o objetivo socialmente estabelecido. Merton não explica, porém, os chamados “crimes do colarinho branco”, eis que estes indivíduos, em regra, já dispõem dos mecanismos necessários ao alcance dos fins sociais estabelecidos, e muitas vezes até já os atingiram. Em razão disso, autores como SUTHERLAND e BARATTA questionaram a validade dos ensinamentos de Merton. O primeiro defende que a criminalidade é um fenômeno que, à semelhança de todas as condutas humanas, se baseia na “imitação”, ou seja, o indivíduo tende a repetir aquilo que ele observa, no que chamou de TEORIA DA ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL. SUTHERLAND se vale das ideias de GABRIEL TARDE e suas “Leis da Imitação”. Tal teoria fundamenta a TEORIA DAS SUBCULTURAS CRIMINAIS2. BARATTA, por sua vez, adepto da teoria do conflito, entende o delito como a imposição de uma classe sobre a outra. Para ele o delito não seria um fenômeno natural, mas normativo. Naturais seriam as condutas, e o “crime” seria um rótulo atribuído pelas classes dominantes às condutas eminentemente praticadas pelas classes subalternas, com pequenas exceções cuja finalidade é confirmar a regra. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ∗ !∀∋+∋!),−∋!−).+%∋/!∋!,.0%)(∋()!)&0.&−+∋1,)!(%2%(%(∋!)3!(%2)+,∋,!045−4+∋,/!&43!∃+∋&()!)3∋+∋&6∋(.!()!∃+47.,! 0.3!2∋5.+),!7+87+%.,/!()!3∋&)%+∋!94)!.!()5%−.!&:.!,)+%∋!∋!()3.&,−+∋;:.!()!(),7+)<.!=!.+()3!.4!∋4,>&0%∋!()! 2∋5.+),/!3∋,/!∋7)&∋,/!∋!()3.&,−+∋;:.!()!.4−+.,!2∋5.+),?! 40458728683 !∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!11!()!23! Voltando às subculturas criminais, reconhece-se como inegável que, muitas vezes, o delinquente enquanto produto de uma microssociedade com valores próprios ainda assim está em contato direto ou indireto com a “cultura oficial”. Desta forma, o delinquente adotaria o que se chama de TÉCNICAS DE NEUTRALIZAÇÃO para justificar internamente a conduta desviante. São elas: EXCLUSÃO DA PRÓPRIA RESPONSABILIDADE – O criminoso se vê como um produto social, negando seu próprio livre-arbítrio, numa inconsciente regressão à criminologia social.CONDENAÇÃO DOS QUE CONDENAM – O delinquente se volta contra as instâncias formais de Poder, alegando que sua conduta é reflexo ou reação a uma agressão prévia por parte do Estado. APELO ÀS INSTÂNCIAS SUPERIORES – O delinquente, aqui, retira a legitimidade hierárquica do Estado, transportando-a para outros sujeitos informais (família, organização criminosa, etc.), de forma que a transgressão da norma não seria transgressão àqueles a que realmente está subordinado. NEGAÇÃO DA ILICITUDE – O criminoso tende a entender sua conduta como legítima, ainda que formalmente incriminada. Trata- se de reflexo consciente ou inconsciente dos valores que lhe são caros e que emergem no grupo social em que está inserido. NEGAÇÃO DA VITIMIZAÇÃO – O delinquente entende a vítima como alguém que merece o mal que lhe está sendo imposto. Nas sociedades contemporâneas, isso ocorre, com maior intensidade, nos crimes contra o patrimônio. 1.2.5.! A criminologia crítica A criminologia crítica rompe com o pensamento até então vigente, calcado no que se chamou de TEORIA DO CONSENSO. Para a teoria do consenso o Direito Penal é o fruto da convergência de vontades dos membros do corpo social, que elegem determinados valores como sendo absolutamente indispensáveis e relevantes, e cuja violação é merecedora de repressão rígida, por meio do Direito Penal. A criminologia crítica, por sua vez, de viés marxista, está fundamentada no que se denominou “TEORIA DO CONFLITO”, ou seja, a sociedade é uma grande luta de classes, de maneira que a classe dominante necessita manter a classe dominada nesta condição e, para tanto, se vale de diversas ferramentas, dentre elas o Direito Penal. TEORIA DO CONFLITO – Direito Penal como instrumento de dominação de classes, de forma que visa a tutelar os interesses da classe dominante, selecionando condutas que são praticadas pela classe dominada e as incriminando, como forma de manter os dominados 40458728683 !∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!14!()!23! sempre no cabresto social. Como decorrência de seu viés “parcial”, o Direito Penal não é isonômico, ou seja, não atua de maneira uniforme sobre todas as camadas sociais. Como consequência desta compreensão, a criminologia crítica NEGA legitimidade ao Direito Penal. No Brasil, podemos citar como maiores expoentes, dentre outros, JUAREZ CIRINO DOS SANTOS e NILO BATISTA. No seio da criminologia crítica, surge a TEORIA DO LABELLING APROACH, ou “Teoria do Etiquetamento”. A teoria do etiquetamento vai dizer, basicamente, que o crime não é um dado ontológico, ou seja, não existem condutas que são, por sua própria natureza, criminosas. O que existem são condutas, simplesmente, condutas. A qualidade de “criminosa” a uma conduta é o que revela o caráter de “etiquetamento” do Direito Penal, ou seja, as condutas, em seu estado natural, não são criminosas, até que surge um dado novo, de cunho normativo, que lhes confere tal “estigma”. EXEMPLO: A conduta criminosa prevista no art. 169, § único, II do CP, que estabelece o crime de “apropriação de coisa achada”. Vejamos a redação: Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. Parágrafo único - Na mesma pena incorre: (...) Apropriação de coisa achada II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de 15 (quinze) dias. Vejam, assim, que a conduta de “apropriar-se de coisa achada” não é, por si só, crime. Ela passa a ser crime quando a norma penal assim estabelece. Qual é a grande sacada desta teoria? Ela desmistifica a ideia de criminoso. Imagine que a ideia de criminoso esteja centrada sobre aquele que furta. Se amanhã surgir nova lei dizendo que furto não é crime, aquela pessoa “deixaria de ser criminoso” e todos os estudos referentes ao crime e suas causas iriam por água abaixo. Além disso, seguindo a linha da teoria do conflito, a teoria do etiquetamento entende que o Direito Penal procede à “rotulação” de condutas não em razão da persecução de um fim legítimo e a defesa de 40458728683 !∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!12!()!23! valores comuns aos cidadãos, mas tendo como objetivo supremo a perpetuação da estrutura social dividida em classes. Desta forma, o Estado se vale do Direito Penal para rotular como “criminosas” as condutas praticadas com maior frequência pelos membros das classes mais baixas, bem como impõe a elas penas mais severas. Com relação às condutas praticadas com maior frequência pelas classes altas, ou não são rotuladas como criminosas ou, quando o são, recebem penas brandas. 1.3.! Vitimologia 1.3.1.! Conceito e classificação A vitimologia é, basicamente, o estudo da vítima e sua importância no fenômeno do crime. Este sub-ramo da criminologia passou a ganhar relevância com a obra de MENDELSOHN, que entendia que a vítima não poderia, de forma alguma, continuar a ser analisada como mero coadjuvante. Na classificação de MENDELSOHN, temos que a vítima pode ser: ! VÍTIMA IDEAL (OU COMPLETAMENTE INOCENTE) – É aquele que não contribui, em nada, para a ocorrência do delito. EXEMPLO: Um trabalhador que é assaltado e tem sua carteira roubada, sem que estivesse ostentando qualquer bem ou, de alguma forma, chamando a atenção. ! VÍTIMA DE CULPABILIDADE MENOR (OU POR IGNORÂNCIA) – Trata-se da vítima que contribui para a ocorrência do delito, embora não haja um direcionamento doloso para isso. EXEMPLO: Mulher que sai à noite, sozinha, em local escuro e ermo, com roupas extremamente sensuais e acaba sendo estuprada. ! VÍTIMA TÃO CULPADA QUANTO O INFRATOR (OU VOLUNTÁRIA) – Trata-se da vítima que contribui para o delito em grau semelhante ao do próprio infrator. O exemplo clássico é o da roleta-russa. ! VÍTIMA MAIS CULPADA QUE O INFRATOR – Aqui nós temos a figura da vítima que dá causa, que provoca a ação do infrator. EXEMPLO: A vítima que mata o filho do vizinho e acaba sendo por ele assassinada. ! VÍTIMA UNICAMENTE CULPADA – Classificam-se em: vítima infratora (aquela que se torna vítima por ter praticado um delito prévio), vítima simuladora (aquela que simula a ocorrência de um delito para gerar uma acusação em face de alguém) e vítima imaginária (por um problema psicológico, acredita que foi vítima de crime, quando não foi). 40458728683 !∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!15!()!23! Podemos utilizar, portanto, o seguinte esquema: CUIDADO! Imprescindível que se compreenda o conceito de PERIGOSIDADE VITIMAL. Perigosidade vitimal é o nome que se dá ao estado em que a vítima se coloca de forma a estimular sua vitimização, de forma direta ou indireta. Há, ainda, outras classificações menos utilizadas: ! Vítima nata – Apresenta, desde seu nascimento, predisposição para figurar como vítima de crimes. ! Vítima potencial – Apresenta comportamento ou estilo de vida que atrai o criminoso. ! Vítima eventual ou real – Aquela que não contribui em nada para o evento criminoso, é a vítima “verdadeira”. ! Vítima simuladora (ou falsa) – Está consciente de que não foi vítima de delito algum, mas por alguma razão imputa a alguém a prática de um crime contra si. ! Vítima voluntária – Aquela que consentecom o crime, exercendo algum “papel” na produção criminosa. 40458728683 !∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!16!()!23! ! Vítima acidental – Aquela que é vítima de sua própria conduta, geralmente por ausência de observância de um dever de cuidado. ! Vítima ilhada – Aquela que se afasta das relações sociais. SÍNDROME DE ESTOCOLMO – A síndrome de Estocolmo nada mais é que o desenvolvimento de laços afetivos entre vítimas de crimes que envolvam privação da liberdade (sequestro, cárcere privado, etc.) e seus raptores. Termo criado por NILS BEJEROT, a síndrome se desenvolve a partir de uma técnica de defesa, consistente na tentativa da vítima em conquistar a simpatia do infrator, mas acaba criando laços de afeto. 1.3.2.! Processos de vitimização Além da classificação dos “tipos de vítima”, importante se mostra o estudo dos PROCESSOS DE VITIMIZAÇÃO. A vitimização ou processo vitimizatório é o processo pelo qual alguém se torna vítima, em definição livre. Podemos defini-lo da seguinte forma: ! VITIMIZAÇÃO PRIMÁRIA - É aquela inerente ao próprio crime, à própria conduta criminosa, como os danos causados pela prática da conduta (lesões corporais, psicológicas, etc.); ! VITIMIZAÇÃO SECUNDÁRIA - É aquela provocada, direta ou indiretamente, pelo Poder Público, pelas chamadas "instâncias de controle social", quando, na tentativa de punir o crime, acabam por provocar mais danos à vítima (normalmente psicológicos, por ter que relembrar o fato, ter contato com o infrator, etc.); ! VITIMIZAÇÃO TERCIÁRIA - Causada pela sociedade que envolve a vítima, geralmente pelo afastamento, desamparo dos familiares, dos amigos ou do círculo social da vítima, de um modo geral. Ocorre, com maior frequência, nos crimes que provocam efeitos “estigmatizantes”, como o estupro. Nesse sentido: 40458728683 !∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!17!()!23! Esse processo de REVITIMIZAÇÃO também ocorre no plano interno, ou seja, dentro da própria vítima, no que se chamou de AUTOVITIMIZÇÃO SECUNDÁRIA. Neste processo a vítima passa a nutrir sentimentos negativos contra si própria, de culpa inconsciente pela ocorrência do delito.3 A vítima possui papel relevante, ainda, no CP. O art. 59 assim estabelece: Art. 59. "O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como o comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime". Percebam, assim, que o “tipo de vítima” (na classificação de MENDENSOHN) irá influenciar no momento da fixação da pena base, podendo gerar, em alguns casos, a atipicidade da conduta (nos crimes em que a discordância da vítima é exigida) ou a exclusão da ilicitude, dentre outros reflexos. ATENÇÃO! Parte da Doutrina, ao analisar o papel da vítima no campo criminológico e o reflexo deste papel na responsabilidade penal do infrator e na pena aplicada, entende que se está diante de um ramo conhecido como VITIMODOGMÁTICA. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ≅ ! Α.(.,! ),−),! 7+.0),,.,! ()! 2%−%3%<∋;:./! &.−∋(∋3)&−)! ∋! 2%−%3%<∋;:.! ,)04&(#+%∋! )! ∋! −)+0%#+%∋! Β7+.2.0∋(∋,!7)5∋,!∋∃>&0%∋,!()!0.&−+.5)!)!7)5∋!,.0%)(∋()/! +),7)0−%2∋3)&−)Χ/!0.5∋∆.+∋3!7∋+∋!94)!∋! 2Ε−%3∋!∋0∋∆)!,)!(),),−%345∋&(.!&.!7+.0),,.!()!∆4,0∋!7)5∋!74&%;:.!∋.!%&Φ+∋−.+/!34%−∋,!2)<),!,)94)+! 5)2∋&(.! .! Φ∋−.! =! ∋4−.+%(∋()! 0.37)−)&−)/! ,+(%∗,−(−;,! (%! +<(/(;(%! =+∗>∋(%! −∃)∋(%?≅! ,.! %∃Α(≅! ∗−>∋(ΒΧ∃%!∆∃−(∗%!Ε.∃!−Φ,!∃−&∋(/!−(%!∃%&(&Γ%&∗+(%!,>∗+∗(∗%#! 40458728683 !∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!18!()!23! Entretanto, as vítimas nem sempre foram compreendidas da mesma maneira no campo criminológico. GARCÍA-PABLOS DE MOLINA descreve três fases na evolução histórica da compreensão da vítima e seu papel: ! PROTAGONISMO – Deu-se no período da vingança privada. Neste momento histórico a vítima recebe a incumbência de fazer, ela própria, a Justiça. ! NEUTRALIZAÇÃO – Punição com viés imparcial e preventivo, sem grande preocupação com a figura da vítima e a necessidade de reparação dos danos sofridos. ! REDESCOBRIMENTO – Surgiu no segundo pós-guerra, como resposta ao processo de vitimização de minorias que atingiu diversos grupos vulneráveis, como os judeus, por exemplo. 1.4.! Processos de criminalização 1.4.1.! Criminalização primária O processo de criminalização pode ser dividido em fases, no qual temos como fase primária o momento de seleção do bem jurídico- penal que se pretende tutelar, ou o grupo social que se pretende atingir com determinada criminalização, ou seja, com a escolha das condutas que serão criminalizadas. 1.4.2.! Criminalização secundária Já a criminalização secundária não ocorre no plano legislativo, mas no plano concreto, quando o delito já praticado é reprimido pelas Instituições do Estado (MP, Polícia, Judiciário, etc.). Assim, a criminalização primária é abstrata e anterior ao fato criminoso, enquanto a criminalização secundária é concreta e posterior ao fato criminoso. Bons estudos! Prof. Renan Araujo 40458728683 !∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!13!()!23! 2.! EXERCÍCIOS DA AULA 01 - (VUNESP - 2013 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL) Assinale a alternativa correta, a respeito da Vitimologia. A) O comportamento da vítima em nada contribui para a ocorrência do crime contra si praticado. B) A Vitimologia estuda o papel da vítima no episódio danoso, o modo pelo qual participa, bem como sua contribuição na ocorrência do delito. C) A Vitimologia nasceu como ramo das ciências jurídicas, por conta das observações feitas pelos estudiosos a respeito do comportamento da vítima perante o ordenamento jurídico em vigor. D) A Vitimologia surgiu, como ramo da Criminologia, em 1876, por meio da obra “O Homem Delinquente”, de Cesare Lombroso. E) O comportamento da vítima sempre contribui para a ocorrência do crime contra si praticado. 02 - (VUNESP - 2013 - PC-SP - INVESTIGADOR DE POLÍCIA) Um indivíduo que, ao abrir a porta de seu veículo automotor, a fim de sair do estacionamento de um shopping center, é surpreendido por bandido armado que estava homiziado em local próximo, aguardando a primeira pessoa a quem pudesse roubar, é A) tão culpado quanto o criminoso. B) vítima ideal. C) mais culpado que o criminoso. D) exclusivamente culpado. E) vítima de culpabilidade menor. 03 - (VUNESP - 2013 - PC-SP - PAPILOSCOPISTA POLICIAL) Uma das mais importantes teorias do conflito; surgiu nos Estados Unidos nos anos de 1960, e seus principais expoentes foram Erving Goffman e Howard Becker. Trata-se da A) Teoria do labelling approach. B) Teoria da subcultura delinquente. C) Teoria da desorganização social. D) Teoria da anomia. E) Teoria das zonas concêntricas. 40458728683 !∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!19!()!23! 04 - (MPE-SC - 2013 - MPE-SC - PROMOTOR DE JUSTIÇA - MANHÃ) Acriminalização primária, realizada pelos legisladores, é o ato e o efeito de sancionar uma lei penal material que incrimina ou permite a punição de determinadas pessoas; enquanto a criminalização secundária, exercida por agências estatais como o Ministério Público, Polícia e Poder Judiciário, consistente na ação punitiva exercida sobre pessoas concretas, que acontece quando é detectado uma pessoa que se supõe tenha praticado certo ato criminalizado primariamente. 05 - (PC-SP - 2011 - PC-SP - DELEGADO DE POLÍCIA) Assinale a alternativa incorreta. A Teoria do Etiquetamento A) é considerada um dos marcos das teorias de consenso. B) é conhecida como Teoria do Labelling Aproach. C) tem como um de seus expoentes Ervinh Goffman. D) tem como um de seus expoentes Howard Becker. E) surgiu nos Estados Unidos. 06 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – PAPILOSCOPISTA) De acordo com a Sociologia Criminal, pode-se citar como exemplo da Teoria de Consenso: a) a Teoria crítica. b) a Teoria radical. c) a Teoria das janelas quebradas. d) a Teoria da associação diferencial. e) a Teoria do conflito. 07 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – PAPILOSCOPISTA) De acordo com Benjamim Mendelsohn, as vítimas são classificadas em: a) vítimas primárias, vítimas secundárias e vítimas terciárias. b) vítimas ideais, vítimas menos culpadas que os criminosos, vítimas tão culpadas quanto os criminosos, vítimas mais culpadas que os criminosos e vítimas como únicas culpadas. c) vítimas desatentas, vítimas desinformadas, vítimas descuidadas, vítimas inocentes, vítimas provocativas e vítimas participativas. d) vítimas perfeitas, vítimas participativas, vítimas concorrentes, vítimas imperfeitas e vítimas contumazes. e) vítimas inocentes, vítimas conscientes e vítimas culpadas. 08 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – AGENTE) É correto afirmar que a Criminologia 40458728683 !∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!4:!()!23! a) é uma ciência do dever-ser. b) não é uma ciência interdisciplinar. c) não é uma ciência multidisciplinar. d) é uma ciência normativa. e) é uma ciência empírica. 09 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – AGENTE) É correto afirmar que a Criminologia contemporânea tem por objetos a) o delito, o delinquente, a vítima e o controle social. b) a tipificação do delito e a cominação da pena. c) apenas o delito, o delinquente e o controle social. d) apenas o delito e o delinquente. e) apenas a vítima e o controle social. 10 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – AGENTE) Cesare Lombroso (1835~1909), médico e cientista italiano, foi considerado um dos expoentes da corrente de pensamento denominada: a) Escola Positiva. b) Escola Clássica. c) Escola Jusnaturalista. d) Terza Scuola. e) Escola de Política Criminal ou Moderna Alemã. 11 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – AGENTE) O comportamento inadequado da vítima que de certo modo facilita, instiga ou provoca a ação de seu verdugo é denominado a) vitimização terciária. b) vitimização secundária. c) periculosidade vitimal. d) vitimização primária. e) vitimologia. 12 – (VUNESP – 2014 – PC-SP – PERITO) Sobre a Criminologia, é correto afirmar que (A) ela não é considerada uma ciência para a maior parte dos autores. (B) tal conhecimento encontra-se inteiramente subordinado ao Direito Penal. 40458728683 !∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!41!()!23! (C) ela ocupa-se do estudo do delito e do delinquente, mas não se ocupa do estudo da vítima e do controle social, uma vez que tal assunto constitui objeto de interesse da Sociologia. (D) ela ocupa-se do estudo do delito e do controle social, mas não se ocupa do estudo do delinquente e da vítima, uma vez que tal assunto constitui objeto de estudo da Psicologia. (E) ela constitui um campo fértil de pesquisas para psiquiatras, psicólogos, sociólogos, antropólogos e juristas. 13 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – PERITO) A Teoria do labelling approach, a qual explica que a criminalidade não é uma qualidade da conduta humana, mas a consequência de um processo em que se atribui tal estigmatização, também é denominada teoria (A) da desorganização social. (B) da rotulação ou do etiquetamento. (C) da neutralização. (D) da identificação diferencial. (E) da anomia. 14 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – PERITO) Entende-se por vitimização secundária ou sobrevitimização aquela (A) provocada pelo cometimento do crime e pela conduta violadora dos direitos da vítima, proporcionando danos materiais e morais, por ocasião do delito. (B) que não concorreu, de forma alguma, para a ocorrência do crime. (C) que, de modo voluntário ou imprudente, colabora com o ânimo criminoso do agente. (D) que ocorre no meio social em que vive a vítima e é causada pela família, por grupo de amigos etc. (E) causada pelos órgãos formais de controle social, ao longo do processo de registro e apuração do delito, mediante o sofrimento adicional gerado pelo funcionamento do sistema de persecução criminal. 15 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) O método científico utilizado pela Criminologia é o método biológico e como ciência empírica ________e________que é. Completam as lacunas do texto, correta e respectivamente: A) experimental ... jurídica B) sociológico ... experimental C) físico ... social 40458728683 !∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!44!()!23! D) filosófico ... humana e) psicológico ... normativa 16 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) São objetos de estudo da Criminologia moderna __________, o criminoso,_________e o controle social. Assinale a alternativa que completa, correta e respectiva- mente, as lacunas do texto. A) a desigualdade social ... o Estado B) a conduta ... o castigo C) o direito ... a ressocialização D) a sociedade ... o bem jurídico E) o crime ... a vítima 17 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) Conceitua-se a criminologia, por ser baseada na experiência e por ter mais de um objeto de estudo, como uma ciência. A) abstrata e imensurável. B) biológica e indefinida. C) empírica e interdisciplinar. D) exata e mensurável E) humana e indefinida. 18 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) Dentre os modelos sociológicos, as teorias da criminologia crítica, da rotulação e da criminologia radical são exemplos da teoria. A) do consenso B) da aparência C) do descaso D) da falsidade. E) do conflito. 19 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) Uma vítima que, ao querer registrar uma ocorrência, encontra resistência ou desamparo da família, dos colegas de trabalho e dos amigos, resultando num desestímulo para a formalização do registro, ocasiona o que é chamado de “cifra negra”. Neste caso, estamos diante da vitimização. A) primária. 40458728683 !∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!42!()!23! B) secundária C) quaternária D) quintenária E) terciária. 20 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) “Vítima inocente, vítima provocadora e vítima agressora, simuladora ou imaginária”. Essa foi uma das primeiras classificações, de forma sintetizada, que levou em conta a participação ou provocação das vítimas nos crimes. O autordessa classificação foi. A) Francesco Carrara B) Giovanni Carmignani C) Cesare Lombroso. D) Benjamim Mendelsohn E) Cesare Beccaria 21 - (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) A teoria funcionalista da anomia e da criminalidade, introduzida por Emile Durkheim no século XIX, contrapunha à ideia da propensão ao crime como patologia a noção da normalidade do desvio como fenômeno social, podendo ser situada no contexto da guinada sociológica da criminologia, em que se origina uma concepção alternativa às teorias de orientação biológica e caracterológica do delinquente. 22 - (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) O surgimento das teorias sociológicas em criminologia marca o fim da pesquisa etiológica, própria da escola ou do modelo positivista. 23 - (VUNESP – 2015 – PC-CE – DELEGADO) Os objetos de estudo da moderna criminologia estão divididos em a) três vertentes: justiça criminal, delinquente e vítima. b) três vertentes: política criminal, delito e delinquente. c) três vertentes: política criminal, delinquente e pena. d) quatro vertentes: delito, delinquente, justiça criminal e pena. e) quatro vertentes: delito, delinquente, vítima e controle social. 24 - (VUNESP – 2015 – PC-CE – DELEGADO) Quando a vítima, em decorrência do crime sofrido, não encontra amparo adequado por parte dos órgãos oficiais do Estado, durante o processo de registro e apuração do crime, como, por exemplo, o mau atendimento por 40458728683 !∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!45!()!23! um policial, levando a vítima a se sentir como um “objeto” do direito e não como sujeito de direitos, caracteriza a) vitimização estatal ou oficial. b) vitimização secundária. c) vitimização terciária. d) vitimização quaternária. e) vitimização primária. 25 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLICIAL) Para a aproximação e verificação de seu objeto de estudo, a Criminologia dos dias atuais vale-se de um conceito a) empírico e interdisciplinar. b) dedutivo e dogmático. c) dedutivo e interdisciplinar. d) dogmático e lógico-abstrato. e) empírico e lógico-abstrato. 26 - (CESPE – 2015 – DEPEN – AGENTE PENITENCIÁRIO) Em relação aos preceitos da criminologia contemporânea e a aspectos relevantes sobre a justiça criminal, o sistema penal e a estrutura social, julgue o item que se segue. Na criminologia contemporânea, não se consideram os protagonistas do crime — vítima, infrator e comunidade — nem o desenvolvimento de técnicas de intervenção e controle, pois essas matérias devem ser objeto de políticas públicas de segurança pública e não da ciência criminológica. 3.! EXERCÍCIOS COMENTADOS 01 - (VUNESP - 2013 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL) Assinale a alternativa correta, a respeito da Vitimologia. A) O comportamento da vítima em nada contribui para a ocorrência do crime contra si praticado. B) A Vitimologia estuda o papel da vítima no episódio danoso, o modo pelo qual participa, bem como sua contribuição na ocorrência do delito. C) A Vitimologia nasceu como ramo das ciências jurídicas, por conta das observações feitas pelos estudiosos a respeito do comportamento da vítima perante o ordenamento jurídico em vigor. 40458728683 !∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!46!()!23! D) A Vitimologia surgiu, como ramo da Criminologia, em 1876, por meio da obra “O Homem Delinquente”, de Cesare Lombroso. E) O comportamento da vítima sempre contribui para a ocorrência do crime contra si praticado. COMENTÁRIOS: A Vitimologia é o ramo da criminologia focado na vítima, analisando seu comportamento, ou seja, seu papel no evento criminoso. O comportamento da vítima pode possuir relevância penal, conduzindo, em alguns casos, à própria atipicidade da conduta, pelo que se chama de “consentimento do ofendido”. Em determinados casos, pode reduzir a pena do condenado ou excluir a ilicitude. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 02 - (VUNESP - 2013 - PC-SP - INVESTIGADOR DE POLÍCIA) Um indivíduo que, ao abrir a porta de seu veículo automotor, a fim de sair do estacionamento de um shopping center, é surpreendido por bandido armado que estava homiziado em local próximo, aguardando a primeira pessoa a quem pudesse roubar, é A) tão culpado quanto o criminoso. B) vítima ideal. C) mais culpado que o criminoso. D) exclusivamente culpado. E) vítima de culpabilidade menor. COMENTÁRIOS: No caso em tela, podemos identificar, sem maiores problemas, que a vítima EM NADA CONTRIBUIU para o evento criminoso, de forma que podemos considera-la, na classificação tradicional, como vítima ideal, ou vítima inocente, ou seja, aquela que não possui qualquer culpa pelo fato criminoso. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 03 - (VUNESP - 2013 - PC-SP - PAPILOSCOPISTA POLICIAL) Uma das mais importantes teorias do conflito; surgiu nos Estados Unidos nos anos de 1960, e seus principais expoentes foram Erving Goffman e Howard Becker. Trata-se da A) Teoria do labelling approach. B) Teoria da subcultura delinquente. C) Teoria da desorganização social. D) Teoria da anomia. E) Teoria das zonas concêntricas. 40458728683 !∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!47!()!23! COMENTÁRIOS: As teorias do conflito são as correntes criminológicas que, em contraposição às teorias do consenso, entendem que o Direito Penal não parte de um consenso social sobre os bens jurídicos mais relevantes e por isso os tutela (ou pretende tutelar). As teorias do conflito entendem o Direito Penal como um instrumento nas mãos de uma das classes na sociedade, a classe dominante e que, portanto, o Direito Penal não selecionaria bens jurídicos mais importantes para a sociedade a fim de tutelá-los, mas selecionaria os bens jurídicos mais importantes para esta classe dominante, de forma que haveria um conflito entre uma classe e outra. Erving Goffman e Howard Becker foram dois dos maiores expoentes da teoria do Labelling approach, ou teoria do “etiquetamento”, segundo a qual o delito não é um dado natural, mas um dado normativo, ou seja, nada é delito “por sua própria natureza”. É delito aquele fato que foi assim rotulado, e é criminoso, portanto, aquele que foi assim rotulado pela lei, já que o fenômeno “crime” necessita de uma previsão normativa. Podemos citar como expoentes, ainda, o grande Alessandro Baratta. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 04 - (MPE-SC - 2013 - MPE-SC - PROMOTOR DE JUSTIÇA - MANHÃ) A criminalização primária, realizada pelos legisladores, é o ato e o efeito de sancionar uma lei penal material que incrimina ou permite a punição de determinadas pessoas; enquanto a criminalização secundária, exercida por agências estatais como o Ministério Público, Polícia e Poder Judiciário, consistente na ação punitiva exercida sobre pessoas concretas, que acontece quando é detectado uma pessoa que se supõe tenha praticado certo ato criminalizado primariamente. COMENTÁRIOS: De fato, o processo de criminalização pode ser dividido em fases, no qual temos como fase primária o momento de seleção do bem jurídico-penal que se pretende tutelar, ou o grupo social que se pretende atingir com determinada criminalização, ou seja, com a escolha das condutas que serão criminalizadas. Já a criminalização secundária não ocorre no plano legislativo, mas no plano concreto, quando o delito jápraticado é reprimido pelas Instituições do Estado (MP, Polícia, Judiciário, etc.). Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 05 - (PC-SP - 2011 - PC-SP - DELEGADO DE POLÍCIA) Assinale a alternativa incorreta. A Teoria do Etiquetamento A) é considerada um dos marcos das teorias de consenso. B) é conhecida como Teoria do Labelling Aproach. C) tem como um de seus expoentes Ervinh Goffman. 40458728683 !∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!48!()!23! D) tem como um de seus expoentes Howard Becker. E) surgiu nos Estados Unidos. COMENTÁRIOS: A teoria do Labelling approach, ou teoria do “etiquetamento”, é a teoria segundo a qual o delito não é um dado natural, mas um dado normativo, ou seja, nada é delito “por sua própria natureza”. É delito aquele fato que foi assim rotulado, e é criminoso, portanto, aquele que foi assim rotulado pela lei, já que o fenômeno “crime” necessita de uma previsão normativa. Esta teoria surgiu nos EUA, em meados dos anos 1960 e tem como expoentes Ervinh Goffman e Howard Becker, além de Alessandro Baratta. Não se trata de uma das teorias do “consenso”, ao contrário, é uma das teorias do conflito social, teorias estas que entendem o Direito Penal como um instrumento nas mãos de uma das classes na sociedade, a classe dominante e que, portanto, o Direito Penal não selecionaria bens jurídicos mais importantes para a sociedade a fim de tutelá-los, mas selecionaria os bens jurídicos mais importantes para esta classe dominante, de forma que haveria um conflito entre uma classe e outra, e não um consenso entre elas contra um “mal comum”. Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA É A LETRA A. 06 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – PAPILOSCOPISTA) De acordo com a Sociologia Criminal, pode-se citar como exemplo da Teoria de Consenso: a) a Teoria crítica. b) a Teoria radical. c) a Teoria das janelas quebradas. d) a Teoria da associação diferencial. e) a Teoria do conflito. COMENTÁRIOS: A Teoria do Consenso parte do pressuposto de que o Direito Penal não é instrumento de dominação de classes, mas instrumento em prol do bem comum de uma sociedade cujos interesses são homogêneos. A Teoria do Conflito, por sua vez, entende que a sociedade não possui interesses homogêneos, já que existe um conflito de classes, e que o Direito Penal nada mais é que uma ferramenta para o exercício da dominação de uma classe pela outra. Dentre as alternativas, a teoria da associação diferencial é uma das que representa a teoria do consenso, pois prega que o delito, como qualquer conduta humana, é um aprendizado, uma apreensão de comportamentos desviantes, pela Lei da Imitação. Esta teoria não enxerga a existência de um grupo pré-determinado como alvo da Lei Penal, ou seja, uma clientela já pré-estabelecida, como entende a Teoria do Conflito Social. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. 40458728683 !∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!43!()!23! 07 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – PAPILOSCOPISTA) De acordo com Benjamim Mendelsohn, as vítimas são classificadas em: a) vítimas primárias, vítimas secundárias e vítimas terciárias. b) vítimas ideais, vítimas menos culpadas que os criminosos, vítimas tão culpadas quanto os criminosos, vítimas mais culpadas que os criminosos e vítimas como únicas culpadas. c) vítimas desatentas, vítimas desinformadas, vítimas descuidadas, vítimas inocentes, vítimas provocativas e vítimas participativas. d) vítimas perfeitas, vítimas participativas, vítimas concorrentes, vítimas imperfeitas e vítimas contumazes. e) vítimas inocentes, vítimas conscientes e vítimas culpadas. COMENTÁRIOS: De acordo com a clássica divisão de Mendelsohn, as vítimas podem ser: ! VÍTIMA IDEAL (OU COMPLETAMENTE INOCENTE) – É aquele que não contribui, em nada, para a ocorrência do delito. EXEMPLO: Um trabalhador que é assaltado e tem sua carteira roubada, sem que estivesse ostentando qualquer bem ou, de alguma forma, chamando a atenção. ! VÍTIMA DE CULPABILIDADE MENOR (OU POR IGNORÂNCIA) – Trata-se da vítima que contribui para a ocorrência do delito, embora não haja um direcionamento doloso para isso. EXEMPLO: Mulher que sai à noite, sozinha, em local escuro e ermo, com roupas extremamente sensuais e acaba sendo estuprada. ! VÍTIMA TÃO CULPADA QUANTO O INFRATOR (OU VOLUNTÁRIA) – Trata-se da vítima que contribui para o delito em grau semelhante ao do próprio infrator. O exemplo clássico é o da roleta-russa. ! VÍTIMA MAIS CULPADA QUE O INFRATOR – Aqui nós temos a figura da vítima que dá causa, que provoca a ação do infrator. EXEMPLO: A vítima que mata o filho do vizinho e acaba sendo por ele assassinada. ! VÍTIMA UNICAMENTE CULPADA – Classificam-se em: vítima infratora (aquela que se torna vítima por ter praticado um delito prévio), vítima simuladora (aquela que simula a ocorrência de um delito para gerar uma acusação em face de alguém) e vítima imaginária (por um problema psicológico, acredita que foi vítima de crime, quando não foi). Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 08 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – AGENTE) É correto afirmar que a Criminologia 40458728683 !∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!49!()!23! a) é uma ciência do dever-ser. b) não é uma ciência interdisciplinar. c) não é uma ciência multidisciplinar. d) é uma ciência normativa. e) é uma ciência empírica. COMENTÁRIOS: A criminologia é entendida como uma ciência empírica, interdisciplinar e multidisciplinar, que trabalha com a análise de fatos concretos, por meio da observação e experimentação, seja com foco sobre o delinquente (aspecto clínico), seja com foco sobre o meio (aspecto sociológico). Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 09 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – AGENTE) É correto afirmar que a Criminologia contemporânea tem por objetos a) o delito, o delinquente, a vítima e o controle social. b) a tipificação do delito e a cominação da pena. c) apenas o delito, o delinquente e o controle social. d) apenas o delito e o delinquente. e) apenas a vítima e o controle social. COMENTÁRIOS: A criminologia moderna se ocupa do estudo do crime como fenômeno social, analisando o próprio delito, o delinquente, a vítima e o controle social, em contraposição à criminologia tradicional, que focava seu estudo apenas sobre o delinquente. Desta maneira: Criminologia Tradicional: Delinquente como objeto principal. Criminologia Moderna: Delinquente + delito + vítima + controle social. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 10 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – AGENTE) Cesare Lombroso (1835~1909), médico e cientista italiano, foi considerado um dos expoentes da corrente de pensamento denominada: a) Escola Positiva. b) Escola Clássica. c) Escola Jusnaturalista. d) Terza Scuola. e) Escola de Política Criminal ou Moderna Alemã. COMENTÁRIOS: Cesare Lombroso foi um dos maiores expoentes da Escola Positiva. 40458728683 !∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!2:!()!23! Mais especificamente, Lombroso foi um expoente da criminologia clínica (vertente da Escola Positivista). Entende a criminologia clínica que o delinquente se dedica à atividade criminosa porque ele é uma pessoa predisposta a isso, em razão defatores internos (biológicos ou psicológicos). Em sua obra “O homem delinquente” Lombroso defende que o criminoso possuía alguns sinais (por ele chamados de “stigmata”) físicos e psicológicos que poderiam indicar sua predisposição ao delito, dentre eles as sobrancelhas fartas, a forma do crânio, etc. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 11 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – AGENTE) O comportamento inadequado da vítima que de certo modo facilita, instiga ou provoca a ação de seu verdugo é denominado a) vitimização terciária. b) vitimização secundária. c) periculosidade vitimal. d) vitimização primária. e) vitimologia. COMENTÁRIOS: O comportamento inadequado da vítima, que de alguma forma contribui para o delito, é denominado de “periculosidade vitimal”, ou “perigosidade vitimal”. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 12 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – PERITO) Sobre a Criminologia, é correto afirmar que (A) ela não é considerada uma ciência para a maior parte dos autores. (B) tal conhecimento encontra-se inteiramente subordinado ao Direito Penal. (C) ela ocupa-se do estudo do delito e do delinquente, mas não se ocupa do estudo da vítima e do controle social, uma vez que tal assunto constitui objeto de interesse da Sociologia. (D) ela ocupa-se do estudo do delito e do controle social, mas não se ocupa do estudo do delinquente e da vítima, uma vez que tal assunto constitui objeto de estudo da Psicologia. (E) ela constitui um campo fértil de pesquisas para psiquiatras, psicólogos, sociólogos, antropólogos e juristas. COMENTÁRIOS: A Criminologia pode ser entendida como uma ciência EMPÍRICA na medida em que trabalha com a análise de fatos concretos, por meio da observação e experimentação, seja com foco sobre o 40458728683 !∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!21!()!23! delinquente (aspecto clínico), seja com foco sobre o meio (aspecto sociológico). Pode ser considerada interdisciplinar já que, naturalmente, não está isolada na ciência, de forma que utiliza o auxílio da psicologia, da biologia, da sociologia, da antropologia e outros ramos da ciência. Ou seja, ela é ciência, não está subordinada ao Direito Penal, bem como se ocupa do estudo do delito e do delinquente, da vítima e do controle social. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 13 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – PERITO) A Teoria do labelling approach, a qual explica que a criminalidade não é uma qualidade da conduta humana, mas a consequência de um processo em que se atribui tal estigmatização, também é denominada teoria (A) da desorganização social. (B) da rotulação ou do etiquetamento. (C) da neutralização. (D) da identificação diferencial. (E) da anomia. COMENTÁRIOS: A teoria do labelling aproach, ou teoria do “etiquetamento” ou da “rotulação”, tem como um dos principais expoentes o criminólogo Alessandro Baratta. Enquanto o pensamento criminológico até então vigente sustentava que o atributo criminal de uma conduta existia objetivamente, como um ente natural e até era preexistente às normas penais que o definiam num mero exercício de reconhecimento (num alardeado consenso social), a "Teoria do Labelling Approach" virá para desmistificar todas essas equivocadas convicções. O "Labelling Approach" ou "etiquetamento" indica que um fato só é tomado como criminoso após a aquisição desse "status" através da criação de uma lei que seleciona certos comportamentos como irregulares, de acordo com os interesses sociais. Em seguida, a atribuição a alguém da pecha de criminoso depende novamente da atuação seletiva das agências estatais. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 14 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – PERITO) Entende-se por vitimização secundária ou sobrevitimização aquela (A) provocada pelo cometimento do crime e pela conduta violadora dos direitos da vítima, proporcionando danos materiais e morais, por ocasião do delito. 40458728683 !∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!24!()!23! (B) que não concorreu, de forma alguma, para a ocorrência do crime. (C) que, de modo voluntário ou imprudente, colabora com o ânimo criminoso do agente. (D) que ocorre no meio social em que vive a vítima e é causada pela família, por grupo de amigos etc. (E) causada pelos órgãos formais de controle social, ao longo do processo de registro e apuração do delito, mediante o sofrimento adicional gerado pelo funcionamento do sistema de persecução criminal. COMENTÁRIOS: Segundo a Doutrina criminológica, sobrevitimização ou vitimização secundária é o fenômeno do sofrimento adicional imputado à vítima pelos órgãos de controle social, ao longo do processo, em razão do próprio funcionamento do sistema de persecução penal, como a necessidade de que a vítima tenha que relembrar os fatos, ter contato com o infrator, etc. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 15 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) O método científico utilizado pela Criminologia é o método biológico e como ciência empírica ________e________que é. Completam as lacunas do texto, correta e respectivamente: A) experimental ... jurídica B) sociológico ... experimental C) físico ... social D) filosófico ... humana e) psicológico ... normativa COMENTÁRIOS: A criminologia é considerada uma ciência empírica, sociológica e experimental. Não é uma ciência jurídica pois não está calcada em bases normativas, diferentemente do Direito Penal. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 16 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) São objetos de estudo da Criminologia moderna __________, o criminoso,_________e o controle social. Assinale a alternativa que completa, correta e respectiva- mente, as lacunas do texto. A) a desigualdade social ... o Estado B) a conduta ... o castigo C) o direito ... a ressocialização D) a sociedade ... o bem jurídico 40458728683 !∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!22!()!23! E) o crime ... a vítima COMENTÁRIOS: A criminologia moderna estuda o crime, o criminoso, a vítima e o controle social. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 17 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) Conceitua-se a criminologia, por ser baseada na experiência e por ter mais de um objeto de estudo, como uma ciência. A) abstrata e imensurável. B) biológica e indefinida. C) empírica e interdisciplinar. D) exata e mensurável E) humana e indefinida. COMENTÁRIOS: A criminologia é uma ciência empírica e interdisciplinar. Empírica porque se vale do método da observação e da experimentação. Interdisciplinar porque mantém relações com outros ramos afins, como a psicologia, a sociologia, etc. Na definição de GARCÍA-PABLOS DE MOLINA, “(...) trata-se de uma ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle social do comportamento delitivo(...).” Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 18 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) Dentre os modelos sociológicos, as teorias da criminologia crítica, da rotulação e da criminologia radical são exemplos da teoria. A) do consenso B) da aparência C) do descaso D) da falsidade. E) do conflito. COMENTÁRIOS: Estas teorias são exemplos de teoria do conflito. Para esta teoria a sociedade é uma grande luta de classes, de maneira que a classe dominante necessitamanter a classe dominada nesta condição e, para tanto, se vale de diversas ferramentas, dentre elas o Direito Penal. Como decorrência de seu viés “parcial”, o Direito Penal não é isonômico, ou seja, não atua de maneira uniforme sobre todas as camadas sociais. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 19 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) 40458728683 !∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!25!()!23! Uma vítima que, ao querer registrar uma ocorrência, encontra resistência ou desamparo da família, dos colegas de trabalho e dos amigos, resultando num desestímulo para a formalização do registro, ocasiona o que é chamado de “cifra negra”. Neste caso, estamos diante da vitimização. A) primária. B) secundária C) quaternária D) quintenária E) terciária. COMENTÁRIOS: Neste caso estamos diante de uma hipótese de vitimização terciária, pois praticada pelo grupo social que envolve a vítima, gerando sensação de abandono e isolamento, o que pode agravar os efeitos da vitimização primária (causada pelo próprio delito). Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 20 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) “Vítima inocente, vítima provocadora e vítima agressora, simuladora ou imaginária”. Essa foi uma das primeiras classificações, de forma sintetizada, que levou em conta a participação ou provocação das vítimas nos crimes. O autor dessa classificação foi. A) Francesco Carrara B) Giovanni Carmignani C) Cesare Lombroso. D) Benjamim Mendelsohn E) Cesare Beccaria COMENTÁRIOS: O autor da classificação trazida no enunciado da questão foi Benjamim Mendelsohn. Lembrando que esta definição é uma síntese daquilo que originalmente Mendelsohn estabeleceu, já que “vítima provocadora” englobaria as vítimas menos, tão e mais culpadas que o infrator. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. 21 - (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) A teoria funcionalista da anomia e da criminalidade, introduzida por Emile Durkheim no século XIX, contrapunha à ideia da propensão ao crime como patologia a noção da normalidade do desvio como fenômeno social, podendo ser situada no contexto da guinada sociológica da criminologia, em que se origina uma concepção alternativa às teorias de orientação biológica e caracterológica do delinquente. 40458728683 !∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!26!()!23! COMENTÁRIOS: Item correto. A teoria ou concepção estrutural- funcionalista rompe com as teorias clínica e sociológica. Para esta teoria, o crime é um fenômeno “natural”, inerente à sociedade, de forma que seriam inválidas as ideias de criminoso como anormal, bem como as tentativas de explicar o crime com base em aspectos sociológicos. DURKHEIM, talvez o principal nome desta teoria, entendia que o crime era algo “normal” na sociedade, pois uma sociedade sem crime seria absolutamente inviável, e que patologia social não seria a existência de crime, mas a sua ausência. Para DURKHEIM, o crime era o fenômeno o social que permitia a reafirmação da ordem social, pois toda vez que um crime era praticado surgia a possibilidade de reafirmação e legitimação dos vínculos estruturais e estruturantes da sociedade. Tal Teoria não prega a desvinculação entre crime e ambiente social, apenas entende que o crime é decorrência natural do meio social, e não uma anormalidade. Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 22 - (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) O surgimento das teorias sociológicas em criminologia marca o fim da pesquisa etiológica, própria da escola ou do modelo positivista. COMENTÁRIOS: Embora o surgimento das teorias sociológicas tenha sido um avanço considerável, com rompimento de diversos paradigmas até então vigentes, notadamente aqueles relacionados à biocriminologia, tais teorias não marcam o fim da pesquisa etiológica (pesquisa das causas do crime), apenas deslocam o foco do estudo do criminoso para a sociedade, para o meio social. Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 23 - (VUNESP – 2015 – PC-CE – DELEGADO) Os objetos de estudo da moderna criminologia estão divididos em a) três vertentes: justiça criminal, delinquente e vítima. b) três vertentes: política criminal, delito e delinquente. c) três vertentes: política criminal, delinquente e pena. d) quatro vertentes: delito, delinquente, justiça criminal e pena. e) quatro vertentes: delito, delinquente, vítima e controle social. COMENTÁRIOS: A criminologia moderna possui quatro vertentes de estudo, que são: o delito, o delinquente, a vítima e o controle social. 40458728683 !∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!27!()!23! Na definição de GARCÍA-PABLOS DE MOLINA4, “(...) trata-se de uma ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle social do comportamento delitivo(...).” Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 24 - (VUNESP – 2015 – PC-CE – DELEGADO) Quando a vítima, em decorrência do crime sofrido, não encontra amparo adequado por parte dos órgãos oficiais do Estado, durante o processo de registro e apuração do crime, como, por exemplo, o mau atendimento por um policial, levando a vítima a se sentir como um “objeto” do direito e não como sujeito de direitos, caracteriza a) vitimização estatal ou oficial. b) vitimização secundária. c) vitimização terciária. d) vitimização quaternária. e) vitimização primária. COMENTÁRIOS: Neste caso temos o que os Doutrinadores chamam de “vitimização secundária”. É aquela provocada, direta ou indiretamente, pelo Poder Público, pelas chamadas "instâncias de controle social", quando, na tentativa de punir o crime, acabam por provocar mais danos à vítima. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 25 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLICIAL) Para a aproximação e verificação de seu objeto de estudo, a Criminologia dos dias atuais vale-se de um conceito a) empírico e interdisciplinar. b) dedutivo e dogmático. c) dedutivo e interdisciplinar. d) dogmático e lógico-abstrato. e) empírico e lógico-abstrato. COMENTÁRIOS: A criminologia moderna se vale da INTERDISCIPLINARIEDADE e do EMPIRISMO como ferramentas científicas, pois se trata de um ramo da ciência necessariamente interligado a outras disciplinas (psicologia, sociologia, etc.), bem como se !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 4 GARCÍA-PABLOS DE MOLINA, Antônio; FLÁVIO GOMES, Luiz. Criminologia. editora RT. São Paulo, 2002. Página 30. ! 40458728683 !∀#∃#%&∋&(#)∗+∗,−./!01∗234351.∗6789:;∗ 43.3<14−∗43∗,−./!01∗234351.∗ =>&∀#)∗>∗>?>∀≅Α≅#&Β∗≅&∃>%Χ)∆&Β∗ ,∀&ΕΦ∗5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗+∗1Γ∋)∗89! ! ! ! ,∀&ΕΦ5>%)%∗1∀)ΓΗ&∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!28!()!23! vale da análise dos fatos “concretos”, da realidade empírica, para desenvolver-se. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 26 - (CESPE – 2015 – DEPEN – AGENTE PENITENCIÁRIO) Em relação aos preceitos da criminologia contemporânea e a aspectos relevantes sobre a justiça criminal, o sistema penal e a estrutura social, julgue o item que se segue. Na criminologia contemporânea, não se consideram os protagonistas do crime — vítima, infrator e comunidade — nem o desenvolvimento de técnicas de intervenção e controle, pois essas matérias devem ser objeto de políticas públicas de segurança pública
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