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Introdução à Criminologia

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AULA 01: CRIMINOLOGIA: CONCEITO. MÉTODOS: 
EMPIRISMO E INTERDISCIPLINARIDADE. OBJETOS DA 
CRIMINOLOGIA: DELITO, DELINQUENTE, VÍTIMA, 
CONTROLE SOCIAL. 
 SUMÁRIO 
!
1. CRIMINOLOGIA – PARTE I .......................................................................... 5 
1.1. Fundamentos teóricos .............................................................................. 5 
1.1.1. Conceito .................................................................................................. 5 
1.1.2. Objeto de estudo ...................................................................................... 6 
1.1.3. Etapas evolutivas do pensamento criminológico ............................................ 7 
1.2. Escolas do pensamento criminológico ...................................................... 7 
1.2.1. Escola clássica ......................................................................................... 7 
1.2.2. Escola positivista ...................................................................................... 8 
1.2.3. Decorrências do positivismo: a criminologia clínica e a criminologia sociológica . 8 
1.2.4. O estrutural-funcionalismo ......................................................................... 9 
1.2.5. A criminologia crítica ............................................................................... 11 
1.3. Vitimologia ............................................................................................. 13 
1.3.1. Conceito e classificação ........................................................................... 13 
1.3.2. Processos de vitimização ......................................................................... 15 
1.4. Processos de criminalização ................................................................... 17 
1.4.1. Criminalização primária ........................................................................... 17 
1.4.2. Criminalização secundária ....................................................................... 17 
2. EXERCÍCIOS DA AULA ............................................................................... 18 
3. EXERCÍCIOS COMENTADOS ....................................................................... 24 
4. GABARITO ................................................................................................. 37 
 
 
Olá, meus amigos! 
 
É com imenso prazer que estou aqui, mais uma vez, pelo 
ESTRATÉGIA CONCURSOS, tendo a oportunidade de poder contribuir 
para a aprovação de vocês no concurso da POLÍCIA FEDERAL. Nós 
vamos estudar teoria e comentar exercícios sobre CRIMINOLOGIA, para 
o cargo de DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL. 
E aí, povo, preparados para a maratona? 
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O edital ainda não foi publicado, mas especula-se que saia agora 
em 2016. A Banca, provavelmente, será o CESPE. 
Bom, está na hora de me apresentar a vocês, não é? 
Meu nome é Renan Araujo, tenho 28 anos, sou Defensor Público 
Federal desde 2010, atuando na Defensoria Pública da União no Rio de 
Janeiro, e mestre em Direito Penal pela Faculdade de Direito da 
UERJ. Antes, porém, fui servidor da Justiça Eleitoral (TRE-RJ), onde 
exerci o cargo de Técnico Judiciário, por dois anos. Sou Bacharel em 
Direito pela UNESA e pós-graduado em Direito Público pela Universidade 
Gama Filho. 
Disse a vocês minha idade propositalmente. Minha trajetória de vida 
está intimamente ligada aos Concursos Públicos. Desde o começo da 
Faculdade eu sabia que era isso que eu queria para a minha vida! E 
querem saber? Isso faz toda a diferença! Algumas pessoas me perguntam 
como consegui sucesso nos concursos em tão pouco tempo. Simples: 
Foco + Força de vontade + Disciplina. Não há fórmula mágica, não há 
ingrediente secreto! Basta querer e correr atrás do seu sonho! Acreditem 
em mim, isso funciona! 
É muito gratificante, depois de ter vivido minha jornada de 
concurseiro, poder colaborar para a aprovação de outros tantos 
concurseiros, como um dia eu fui! E quando eu falo em “colaborar para a 
aprovação”, não estou falando apenas por falar. O Estratégia 
Concursos possui índices altíssimos de aprovação em todos os 
concursos! 
Neste curso vocês receberão todas as informações necessárias para 
que possam ter sucesso na prova da POLÍCIA FEDERAL. Acreditem, 
vocês não vão se arrepender! O Estratégia Concursos está 
comprometido com sua aprovação, com sua vaga, ou seja, com 
você! 
Mas é possível que, mesmo diante de tudo isso que eu disse, você 
ainda não esteja plenamente convencido de que o Estratégia Concursos 
é a melhor escolha. Eu entendo você, já estive deste lado do computador. 
Às vezes é difícil escolher o melhor material para sua preparação. 
Contudo, alguns colegas de caminhada podem te ajudar a resolver este 
impasse: 
 
 
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Esse print screen acima foi retirado da página de avaliação do 
curso. Deste mesmo curso (Criminologia para Delegado da PF), só 
que ministrado em 2015. Vejam que, dos 40 alunos que avaliaram o 
curso, 38 o aprovaram. Um percentual de 95%. 
Ainda não está convencido? Continuo te entendendo. Você acha 
que pode estar dentro daqueles 5%. Em razão disso, disponibilizamos 
gratuitamente esta aula DEMONSTRATIVA, a fim de que você possa 
analisar o material, ver se a abordagem te agrada, etc. 
Acha que a aula demonstrativa é pouco para testar o 
material? Pois bem, o Estratégia concursos dá a você o prazo de 30 
DIAS para testar o material. Isso mesmo, você pode baixar as aulas, 
estudar, analisar detidamente o material e, se não gostar, devolvemos 
seu dinheiro. 
Sabem porque o Estratégia Concursos dá ao aluno 30 dias 
para pedir o dinheiro de volta? Porque sabemos que isso não vai 
acontecer! Não temos medo de dar a você essa liberdade. 
Neste curso estudaremos todo o conteúdo de Criminologia 
estimado para o Edital. Utilizaremos, como parâmetro, o edital do 
último concurso. 
Estudaremos teoria e vamos trabalhar também com exercícios 
comentados. 
Abaixo segue o plano de aulas do curso: 
AULA CONTEÚDO DATA 
Aula 00 
1 Criminologia. 1.1 Conceito. 1.2 
Métodos: empirismo e 
interdisciplinaridade. 1.3 Objetos da 
criminologia: delito, delinquente, 
vítima, controle social. 
25.01 
Aula 01 
2 Funções da criminologia. 2.1 
Criminologia e política criminal. 2.2 
Direito penal. 3 Modelos teóricos da 
criminologia. 3.1 Teorias sociológicas. 
3.2 Prevenção da infração penal no 
Estado democrático de direito. 3.3 
Prevenção primária. 3.4 Prevenção 
secundária. 3.5 Prevenção terciária. 
3.6 Modelos de reação ao crime. 
05/02 
 
ATENÇÃO! Caso o edital traga algum conteúdo novo, não previsto no 
nosso cronograma inicial, este novo conteúdo será incluído sem 
qualquer custo adicional para os alunos já matriculados. 
 
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Trata-se de um curso pequeno, eis que o conteúdo do edital sobre o 
qual vamos trabalhar não é extenso. 
As aulas serão disponibilizadas no site conforme o cronograma 
apresentado. Em cada aula eu trarei algumas questões que foram 
cobradas em concursos públicos. Sempre que possível, 
trabalharemoscom questões do próprio CESPE, que é a Banca do 
concurso. Contudo, como esta é uma matéria que quase não é cobrada 
em provas, trabalharemos com questões de diversas Bancas. 
ATENÇÃO! Este curso é somente em formato PDF, não possui 
videoaulas! 
 
No mais, desejo a todos uma boa maratona de estudos! 
Prof. Renan Araujo 
 
Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais 
(copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida 
a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. 
 
Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os 
professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe 
adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos. 
;-) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1.! CRIMINOLOGIA – PARTE I 
 
1.1.! Fundamentos teóricos 
 
1.1.1.! Conceito 
Inicialmente, devemos analisar a criminologia por seu conceito. 
A criminologia pode ser conceituada como a ciência empírica 
(humana e social) que busca estudar o crime, o criminoso, a 
vítima, o controle social, bem como todas as circunstâncias que 
envolvem o fenômeno do crime. 
Na definição de GARCÍA-PABLOS DE MOLINA1, “(...) trata-se de uma 
ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do crime, da 
pessoa do infrator, da vítima e do controle social do comportamento 
delitivo(...).” 
Inicialmente, a palavra CRIMINOLOGIA fora utilizada por 
RAFFAELE GAROFALO. Porém, há indícios de que esta palavra já teria 
sido utilizada anteriormente, por TOPINARD. 
Diz-se que a criminologia é uma ciência empírica porque ela trabalha 
sobre bases concretas, através da análise dos acontecimentos no mundo 
real, e não meramente abstratos, utilizando-se, portanto, do método da 
observação e da experimentação. 
Entende-se a criminologia, ainda, como uma ciência 
INTERDISCIPLINAR, eis que como seu objeto de estudo é por demais 
amplo, ela necessariamente se vale de outros ramos da ciência como 
forma de auxílio (Dentre elas a psicologia, a sociologia, a antropologia, 
etc.). 
Embora seja reconhecida pela maioria da Doutrina como uma ciência 
autônoma em relação ao Direito Penal, há quem defenda sua vinculação 
ao Direito Penal. 
Contudo, prevalece, com acerto, a separação entre ambos. 
O Direito Penal é uma ciência meramente NORMATIVA, que 
analisa o fenômeno do crime do ponto de vista da transgressão da norma 
pura e simplesmente, e as consequências que dessa transgressão 
advirão. 
A Criminologia, por sua vez, é uma ciência CAUSAL-
EXPLICATIVA, ou seja, busca explicar o delito não como mera violação à 
norma, mas tendo em conta todas as suas causas (sejam elas 
psicológicas, biológicas, sociais, etc.), bem como se volta à análise do 
delinquente numa perspectiva ressocializadora (PREVENÇÃO ESPECIAL). 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
1 GARCÍA-PABLOS DE MOLINA, Antônio; FLÁVIO GOMES, Luiz. Criminologia. editora RT. 
São Paulo, 2002. Página 30. 
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Assim, ambos analisam o CRIME, só que cada um analisa por um 
prisma próprio. Assim: 
 
 
 
 
1.1.2.! Objeto de estudo 
Como dissemos anteriormente, não só do crime vive a criminologia, 
ela também se ocupa: 
DO CRIMINOSO – A criminologia, enquanto ciência causal-
explicativa, está sempre em busca de entender o delinquente, a 
estrutura social que o cerca, bem como todos os fatores internos e 
externos que o levaram a delinquir. 
DA VÍTIMA – Antigamente não se dava muita importância para o 
papel da vítima no estudo do fenômeno conhecido como “crime”, 
relegando-a a um papel meramente secundário. Curioso que, nos dias 
atuais, a vítima não só ganhou mais espaço, como recebeu atenção 
destacada, tendo sido criado um sub-ramo específico para seu estudo 
(A VITIMOLOGIA). 
DO CONTROLE SOCIAL – Como diria Hobbes, o “Homem é lobo do 
Homem”. Partindo desta premissa, podemos concluir que o ser 
humano é incapaz de viver em sociedade sem que haja algum aparato 
de controle, cuja finalidade é estabelecer um conjunto normativo apto 
a reger as relações interpessoais, sob pena de estabelecimento do 
caos. Um dos instrumentos de que se vale o Estado para o exercício 
deste controle é o DIREITO PENAL. Contudo, o controle social não 
se dá apenas pelo Estado, mas também por meio dele. Existem 
formas de controle social não vinculadas ao Estado, e inclusive prévia 
a ele, como a família, a religião, etc. Todas estas são formas de 
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controle social, ainda que não formais. Quando estas formas de 
controle social se mostram deficitárias, o indivíduo tende a desvirtuar-
se e o Estado é chamado a intervir a posteriori, por meio do seu 
instrumento de repressão por excelência: O DIREITO PENAL. 
 
 
 
1.1.3.! Etapas evolutivas do pensamento criminológico 
O estudo da criminologia nem sempre esteve calcado em 
fundamentos científicos. Podemos dividir o estudo criminológico em 
dois grandes períodos: 
PERÍODO PRÉ-CIENTÍFICO 
PERÍODO CIENTÍFICO 
 
Durante o primeiro período, o estudo do delito se deu de forma 
meramente superficial, sem um apego aos elementos que identificam 
uma verdadeira ciência (objeto, método e problema). 
Já no período científico, esse sim rico em contribuições para a 
criminologia, há toda uma elaboração do que seria o fenômeno do crime e 
suas causas. 
A Doutrina aponta o término do período PRÉ-CIENTÍFICO e o início 
do período CIENTÍFICO com a obra de LOMBROSO, embora haja certa 
divergência, havendo quem inclua nesse marco de transição, também, 
BECCARIA. 
Contudo, a melhor análise da evolução do pensamento criminológico 
se dá através do estudo das ESCOLAS DO PENSAMENTO 
CRIMINOLÓGICO. 
 
1.2.! Escolas do pensamento criminológico 
 
1.2.1.! Escola clássica 
A Escola Clássica é o primeiro esboço de análise do crime e suas 
causas. Os autores da Escola Clássica entendiam o crime como uma 
ofensa à autoridade, seja ela de Deus ou do Soberano, ou seja, o crime 
seria uma mera ofensa à autoridade divina ou à autoridade monárquica. 
Não havia, na Escola Clássica, uma preocupação com a análise 
dos fatores que conduziram o delinquente à prática do delito, até 
porque, como dito antes, os clássicos entendiam o delito como mera 
manifestação de desobediência a uma autoridade pré-constituída, 
seja ela de cunho divino ou não. 
Até mesmo em razão disso, autores como Santo Agostinho irão ver a 
pena não como forma de retribuição pelo mal causado (na ideia de 
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Justiça retributiva aristotélica), tampouco sob o aspecto da prevenção 
(geral ou especial), mas meramente como forma de expiação, de 
purificação para o restabelecimento da ligação com Deus. 
 
1.2.2.! Escola positivista 
A Escola positivista, por outro lado, surge no calor do iluminismo do 
século XVIII, trazendo consigo todo o ideal científico e 
antropocêntrico que permeia o pensamento deste período. 
É com essa Escola que a criminologia dá seu primeiro grande passo. 
Como decorrência lógica das ideias iluministas, os positivistas vão se 
dirigir aoestudo do crime valendo-se de métodos científicos, e o primeiro 
grande expoente será AUGUSTO COMTE. 
Paralelamente à evolução do pensamento criminológico, o 
positivismo jurídico vai se contrapor ao até então intocável 
jusnaturalismo, defendendo que o Direito deve ser estudado com base 
naquilo que é concreto, delimitado, ou seja, a norma positivada. 
Considerando esta mudança de paradigma no estudo das Ciências 
Jurídicas em geral, a Criminologia passa a ter uma preocupação maior 
com a objetivação de seu estudo, e através do método da observação e 
da experimentação (tipicamente científico) irá tentar explicar o fenômeno 
da criminalidade tendo como base de seu estudo a figura do criminoso. 
 
1.2.3.! Decorrências do positivismo: a criminologia clínica e a 
criminologia sociológica 
Natural que, em tendo sido reduzido o estudo da criminalidade ao 
método da observação e da experimentação, se buscasse delimitar os 
fatores observáveis e que dariam o substrato científico necessário para 
que se fossem alcançadas as conclusões. 
Nesse diapasão, surgiram duas vertentes: 
CRIMINOLOGIA CLÍNICA – Entende que o delinquente se 
dedica à atividade criminosa porque ele é uma pessoa 
predisposta a isso, em razão de fatores internos (biológicos 
ou psicológicos) ou da conjunção de fatores internos e 
externos. Dentre os defensores da primeira tese temos o clássico 
CESARE LOMBROSO, que trouxe ao mundo sua obra “O homem 
delinquente”. Nela Lombroso defende que o criminoso possuía 
alguns sinais (por ele chamados de “stigmata”) físicos e psicológicos 
que poderiam indicar sua predisposição ao delito, dentre eles as 
sobrancelhas fartas, a forma do crânio, etc. Enrico FERRI, por sua 
vez, agregava a possibilidade de influência de fatores externos 
sobre o delinquente, mas entendia, assim como Lombroso, que o 
delinquente era um anormal. 
CRIMINOLOGIA SOCIOLÓGICA – Trata-se de uma corrente 
criminológica que se contrapõe aos enunciados da criminologia 
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clínica. Para ela, os fatores externos devem ser considerados como 
causa preponderante em relação ao fenômeno da criminalidade. 
Enrico FERRI, que era adepto da criminologia clínica, pode 
ser considerado como o primeiro expoente da criminologia 
sociológica, isso porque apesar de ser adepto da teoria clínica, 
Ferri reconhecia a extrema importância dos fatores externos. Tal 
concepção sociológica é a raiz axiológica de teorias 
contemporâneas, como a teoria da “coculpabilidade penal”, segundo 
a qual a sociedade também é culpada pela prática de um delito, já 
que ela não é capaz de proporcionar condições iguais para todos. 
Desta forma, quanto maior for a integração social conferida ao 
delinquente, menor será a coculpabilidade penal, e vice-versa. Este 
novo modelo (sociológico) não marca o fim da pesquisa 
etiológica (pesquisa das causas do crime), apenas desloca o 
foco do estudo do criminoso para a sociedade, para o meio 
social. 
 
1.2.4.! O estrutural-funcionalismo 
A teoria ou concepção estrutural-funcionalista rompe com as 
teorias clínica e sociológica. Para esta teoria, o crime é um fenômeno 
“natural”, inerente à sociedade, de forma que seriam inválidas as ideias 
de criminoso como anormal, bem como as tentativas de explicar o crime 
com base em aspectos sociológicos. 
DURKHEIM, talvez o principal nome desta teoria, entendia que o 
crime era algo “normal” na sociedade, pois uma sociedade sem 
crime seria absolutamente inviável, e que patologia social não 
seria a existência de crime, mas a sua ausência. 
Para DURKHEIM, o crime era o fenômeno o social que permitia a 
reafirmação da ordem social, pois toda vez que um crime era praticado 
surgia a possibilidade de reafirmação e legitimação dos vínculos 
estruturais e estruturantes da sociedade. 
 
 
CUIDADO! DURKHEIM não entendia que o delito era algo “bom”, mas 
apenas que era inerente à sociedade (não confundir isso). Além disso, ele 
entendia que o delito poderia ser considerado como algo normal dentro de 
determinados limites que, caso ultrapassados, poderiam, sim, comprometer 
a estrutura social. 
Assim: 
CRIME DENTRO DOS LIMITES – Inerente à sociedade, não é uma 
patologia clínica ou social. Oportunidade de reafirmação da ordem e do 
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sistema normativo vigente. 
CRIMINALIDADE QUE EXCEDE OS LIMITES – Perigo ao 
desenvolvimento e à estrutura social, pondo em risco a própria existência 
do sistema normativo. 
 
Além de DURKHEIM, destaca-se ROBERT MERTON. Para este autor, 
o crime também seria um fenômeno natural. Contudo, seria decorrência 
da existência de um descompasso entre o que a sociedade exige 
do indivíduo e das ferramentas que ela lhe oferece. 
Assim, como o indivíduo não consegue alcançar os objetivos 
utilizando-se dos meios legalmente colocados à sua disposição, tende, 
inexoravelmente, a se valer de meios ILEGAIS para atingi-los. 
 
EXEMPLO: Poderíamos dar, como exemplo, a exigência social implícita 
de que as pessoas sejam bem sucedidas financeiramente, e que este 
sucesso é pressuposto para sua aceitação como parte integrante da 
sociedade. Como sabemos, nem todos poderão alcançar este fim por 
meio dos instrumentos legais, o que conduziria aos comportamentos 
desviantes, cuja finalidade é alcançar o objetivo socialmente 
estabelecido. 
 
Merton não explica, porém, os chamados “crimes do colarinho 
branco”, eis que estes indivíduos, em regra, já dispõem dos mecanismos 
necessários ao alcance dos fins sociais estabelecidos, e muitas vezes até 
já os atingiram. 
Em razão disso, autores como SUTHERLAND e BARATTA 
questionaram a validade dos ensinamentos de Merton. O primeiro 
defende que a criminalidade é um fenômeno que, à semelhança de todas 
as condutas humanas, se baseia na “imitação”, ou seja, o indivíduo tende 
a repetir aquilo que ele observa, no que chamou de TEORIA DA 
ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL. SUTHERLAND se vale das ideias de GABRIEL 
TARDE e suas “Leis da Imitação”. Tal teoria fundamenta a TEORIA DAS 
SUBCULTURAS CRIMINAIS2. 
BARATTA, por sua vez, adepto da teoria do conflito, entende o 
delito como a imposição de uma classe sobre a outra. Para ele o delito 
não seria um fenômeno natural, mas normativo. Naturais seriam as 
condutas, e o “crime” seria um rótulo atribuído pelas classes dominantes 
às condutas eminentemente praticadas pelas classes subalternas, com 
pequenas exceções cuja finalidade é confirmar a regra. 
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Voltando às subculturas criminais, reconhece-se como inegável que, 
muitas vezes, o delinquente enquanto produto de uma microssociedade 
com valores próprios ainda assim está em contato direto ou indireto com 
a “cultura oficial”. 
Desta forma, o delinquente adotaria o que se chama de TÉCNICAS 
DE NEUTRALIZAÇÃO para justificar internamente a conduta desviante. 
São elas: 
EXCLUSÃO DA PRÓPRIA RESPONSABILIDADE – O criminoso se 
vê como um produto social, negando seu próprio livre-arbítrio, 
numa inconsciente regressão à criminologia social.CONDENAÇÃO DOS QUE CONDENAM – O delinquente se volta 
contra as instâncias formais de Poder, alegando que sua conduta é 
reflexo ou reação a uma agressão prévia por parte do Estado. 
APELO ÀS INSTÂNCIAS SUPERIORES – O delinquente, aqui, 
retira a legitimidade hierárquica do Estado, transportando-a para 
outros sujeitos informais (família, organização criminosa, etc.), de 
forma que a transgressão da norma não seria transgressão àqueles 
a que realmente está subordinado. 
NEGAÇÃO DA ILICITUDE – O criminoso tende a entender sua 
conduta como legítima, ainda que formalmente incriminada. Trata-
se de reflexo consciente ou inconsciente dos valores que lhe são 
caros e que emergem no grupo social em que está inserido. 
NEGAÇÃO DA VITIMIZAÇÃO – O delinquente entende a vítima 
como alguém que merece o mal que lhe está sendo imposto. Nas 
sociedades contemporâneas, isso ocorre, com maior intensidade, 
nos crimes contra o patrimônio. 
 
1.2.5.! A criminologia crítica 
A criminologia crítica rompe com o pensamento até então vigente, 
calcado no que se chamou de TEORIA DO CONSENSO. 
Para a teoria do consenso o Direito Penal é o fruto da convergência 
de vontades dos membros do corpo social, que elegem determinados 
valores como sendo absolutamente indispensáveis e relevantes, e cuja 
violação é merecedora de repressão rígida, por meio do Direito Penal. 
A criminologia crítica, por sua vez, de viés marxista, está 
fundamentada no que se denominou “TEORIA DO CONFLITO”, ou seja, 
a sociedade é uma grande luta de classes, de maneira que a classe 
dominante necessita manter a classe dominada nesta condição e, para 
tanto, se vale de diversas ferramentas, dentre elas o Direito Penal. 
 
TEORIA DO CONFLITO – Direito Penal como instrumento de dominação 
de classes, de forma que visa a tutelar os interesses da classe 
dominante, selecionando condutas que são praticadas pela classe 
dominada e as incriminando, como forma de manter os dominados 
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sempre no cabresto social. 
 
Como decorrência de seu viés “parcial”, o Direito Penal não é 
isonômico, ou seja, não atua de maneira uniforme sobre todas as 
camadas sociais. 
Como consequência desta compreensão, a criminologia crítica 
NEGA legitimidade ao Direito Penal. No Brasil, podemos citar como 
maiores expoentes, dentre outros, JUAREZ CIRINO DOS SANTOS e NILO 
BATISTA. 
No seio da criminologia crítica, surge a TEORIA DO LABELLING 
APROACH, ou “Teoria do Etiquetamento”. 
A teoria do etiquetamento vai dizer, basicamente, que o crime não é 
um dado ontológico, ou seja, não existem condutas que são, por sua 
própria natureza, criminosas. 
O que existem são condutas, simplesmente, condutas. 
A qualidade de “criminosa” a uma conduta é o que revela o 
caráter de “etiquetamento” do Direito Penal, ou seja, as condutas, 
em seu estado natural, não são criminosas, até que surge um dado 
novo, de cunho normativo, que lhes confere tal “estigma”. 
 
EXEMPLO: A conduta criminosa prevista no art. 169, § único, II do CP, 
que estabelece o crime de “apropriação de coisa achada”. Vejamos a 
redação: 
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, 
caso fortuito ou força da natureza: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. 
Parágrafo único - Na mesma pena incorre: 
(...) 
Apropriação de coisa achada 
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, 
deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à 
autoridade competente, dentro no prazo de 15 (quinze) dias. 
Vejam, assim, que a conduta de “apropriar-se de coisa achada” não 
é, por si só, crime. Ela passa a ser crime quando a norma penal assim 
estabelece. 
Qual é a grande sacada desta teoria? Ela desmistifica a ideia de 
criminoso. Imagine que a ideia de criminoso esteja centrada sobre aquele 
que furta. Se amanhã surgir nova lei dizendo que furto não é crime, 
aquela pessoa “deixaria de ser criminoso” e todos os estudos referentes 
ao crime e suas causas iriam por água abaixo. 
Além disso, seguindo a linha da teoria do conflito, a teoria do 
etiquetamento entende que o Direito Penal procede à “rotulação” de 
condutas não em razão da persecução de um fim legítimo e a defesa de 
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valores comuns aos cidadãos, mas tendo como objetivo supremo a 
perpetuação da estrutura social dividida em classes. 
Desta forma, o Estado se vale do Direito Penal para rotular como 
“criminosas” as condutas praticadas com maior frequência pelos 
membros das classes mais baixas, bem como impõe a elas penas mais 
severas. Com relação às condutas praticadas com maior frequência pelas 
classes altas, ou não são rotuladas como criminosas ou, quando o são, 
recebem penas brandas. 
 
1.3.! Vitimologia 
 
1.3.1.! Conceito e classificação 
A vitimologia é, basicamente, o estudo da vítima e sua importância 
no fenômeno do crime. 
Este sub-ramo da criminologia passou a ganhar relevância com a 
obra de MENDELSOHN, que entendia que a vítima não poderia, de forma 
alguma, continuar a ser analisada como mero coadjuvante. 
Na classificação de MENDELSOHN, temos que a vítima pode ser: 
! VÍTIMA IDEAL (OU COMPLETAMENTE INOCENTE) – É 
aquele que não contribui, em nada, para a ocorrência do delito. 
EXEMPLO: Um trabalhador que é assaltado e tem sua carteira 
roubada, sem que estivesse ostentando qualquer bem ou, de 
alguma forma, chamando a atenção. 
! VÍTIMA DE CULPABILIDADE MENOR (OU POR 
IGNORÂNCIA) – Trata-se da vítima que contribui para a 
ocorrência do delito, embora não haja um direcionamento doloso 
para isso. EXEMPLO: Mulher que sai à noite, sozinha, em local 
escuro e ermo, com roupas extremamente sensuais e acaba sendo 
estuprada. 
! VÍTIMA TÃO CULPADA QUANTO O INFRATOR (OU 
VOLUNTÁRIA) – Trata-se da vítima que contribui para o delito em 
grau semelhante ao do próprio infrator. O exemplo clássico é o da 
roleta-russa. 
! VÍTIMA MAIS CULPADA QUE O INFRATOR – Aqui nós 
temos a figura da vítima que dá causa, que provoca a ação do 
infrator. EXEMPLO: A vítima que mata o filho do vizinho e acaba 
sendo por ele assassinada. 
! VÍTIMA UNICAMENTE CULPADA – Classificam-se em: 
vítima infratora (aquela que se torna vítima por ter praticado um 
delito prévio), vítima simuladora (aquela que simula a ocorrência de 
um delito para gerar uma acusação em face de alguém) e vítima 
imaginária (por um problema psicológico, acredita que foi vítima de 
crime, quando não foi). 
 
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Podemos utilizar, portanto, o seguinte esquema: 
 
 
 
 
CUIDADO! Imprescindível que se compreenda o conceito de 
PERIGOSIDADE VITIMAL. Perigosidade vitimal é o nome que se dá ao 
estado em que a vítima se coloca de forma a estimular sua vitimização, de 
forma direta ou indireta. 
 
Há, ainda, outras classificações menos utilizadas: 
! Vítima nata – Apresenta, desde seu nascimento, predisposição para 
figurar como vítima de crimes. 
! Vítima potencial – Apresenta comportamento ou estilo de vida que 
atrai o criminoso. 
! Vítima eventual ou real – Aquela que não contribui em nada para o 
evento criminoso, é a vítima “verdadeira”. 
! Vítima simuladora (ou falsa) – Está consciente de que não foi 
vítima de delito algum, mas por alguma razão imputa a alguém a prática 
de um crime contra si. 
! Vítima voluntária – Aquela que consentecom o crime, exercendo 
algum “papel” na produção criminosa. 
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! Vítima acidental – Aquela que é vítima de sua própria conduta, 
geralmente por ausência de observância de um dever de cuidado. 
! Vítima ilhada – Aquela que se afasta das relações sociais. 
 
SÍNDROME DE ESTOCOLMO – A síndrome de Estocolmo nada mais 
é que o desenvolvimento de laços afetivos entre vítimas de 
crimes que envolvam privação da liberdade (sequestro, cárcere 
privado, etc.) e seus raptores. 
Termo criado por NILS BEJEROT, a síndrome se desenvolve a partir de 
uma técnica de defesa, consistente na tentativa da vítima em conquistar 
a simpatia do infrator, mas acaba criando laços de afeto. 
 
1.3.2.! Processos de vitimização 
Além da classificação dos “tipos de vítima”, importante se mostra o 
estudo dos PROCESSOS DE VITIMIZAÇÃO. 
A vitimização ou processo vitimizatório é o processo pelo qual 
alguém se torna vítima, em definição livre. 
Podemos defini-lo da seguinte forma: 
! VITIMIZAÇÃO PRIMÁRIA - É aquela inerente ao próprio 
crime, à própria conduta criminosa, como os danos causados pela 
prática da conduta (lesões corporais, psicológicas, etc.); 
! VITIMIZAÇÃO SECUNDÁRIA - É aquela provocada, direta 
ou indiretamente, pelo Poder Público, pelas chamadas 
"instâncias de controle social", quando, na tentativa de punir o 
crime, acabam por provocar mais danos à vítima (normalmente 
psicológicos, por ter que relembrar o fato, ter contato com o 
infrator, etc.); 
! VITIMIZAÇÃO TERCIÁRIA - Causada pela sociedade que 
envolve a vítima, geralmente pelo afastamento, desamparo dos 
familiares, dos amigos ou do círculo social da vítima, de um modo 
geral. Ocorre, com maior frequência, nos crimes que provocam 
efeitos “estigmatizantes”, como o estupro. 
 
Nesse sentido: 
 
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Esse processo de REVITIMIZAÇÃO também ocorre no plano 
interno, ou seja, dentro da própria vítima, no que se chamou de 
AUTOVITIMIZÇÃO SECUNDÁRIA. Neste processo a vítima passa a 
nutrir sentimentos negativos contra si própria, de culpa inconsciente pela 
ocorrência do delito.3 
A vítima possui papel relevante, ainda, no CP. 
O art. 59 assim estabelece: 
Art. 59. "O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta 
social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e 
consequências do crime, bem como o comportamento da vítima, 
estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e 
prevenção do crime". 
 
Percebam, assim, que o “tipo de vítima” (na classificação de 
MENDENSOHN) irá influenciar no momento da fixação da pena base, 
podendo gerar, em alguns casos, a atipicidade da conduta (nos crimes em 
que a discordância da vítima é exigida) ou a exclusão da ilicitude, dentre 
outros reflexos. 
ATENÇÃO! Parte da Doutrina, ao analisar o papel da vítima no campo 
criminológico e o reflexo deste papel na responsabilidade penal do 
infrator e na pena aplicada, entende que se está diante de um ramo 
conhecido como VITIMODOGMÁTICA. 
 
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Entretanto, as vítimas nem sempre foram compreendidas da mesma 
maneira no campo criminológico. 
GARCÍA-PABLOS DE MOLINA descreve três fases na evolução 
histórica da compreensão da vítima e seu papel: 
! PROTAGONISMO – Deu-se no período da vingança privada. Neste 
momento histórico a vítima recebe a incumbência de fazer, ela própria, a 
Justiça. 
! NEUTRALIZAÇÃO – Punição com viés imparcial e preventivo, sem 
grande preocupação com a figura da vítima e a necessidade de reparação 
dos danos sofridos. 
! REDESCOBRIMENTO – Surgiu no segundo pós-guerra, como resposta 
ao processo de vitimização de minorias que atingiu diversos grupos 
vulneráveis, como os judeus, por exemplo. 
 
1.4.! Processos de criminalização 
 
1.4.1.! Criminalização primária 
O processo de criminalização pode ser dividido em fases, no qual 
temos como fase primária o momento de seleção do bem jurídico-
penal que se pretende tutelar, ou o grupo social que se pretende 
atingir com determinada criminalização, ou seja, com a escolha das 
condutas que serão criminalizadas. 
 
1.4.2.! Criminalização secundária 
Já a criminalização secundária não ocorre no plano 
legislativo, mas no plano concreto, quando o delito já praticado é 
reprimido pelas Instituições do Estado (MP, Polícia, Judiciário, etc.). 
Assim, a criminalização primária é abstrata e anterior ao fato 
criminoso, enquanto a criminalização secundária é concreta e posterior 
ao fato criminoso. 
 
Bons estudos! 
Prof. Renan Araujo 
 
 
 
 
 
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2.! EXERCÍCIOS DA AULA 
 
01 - (VUNESP - 2013 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL) 
Assinale a alternativa correta, a respeito da Vitimologia. 
A) O comportamento da vítima em nada contribui para a ocorrência do 
crime contra si praticado. 
B) A Vitimologia estuda o papel da vítima no episódio danoso, o modo 
pelo qual participa, bem como sua contribuição na ocorrência do delito. 
C) A Vitimologia nasceu como ramo das ciências jurídicas, por conta das 
observações feitas pelos estudiosos a respeito do comportamento da 
vítima perante o ordenamento jurídico em vigor. 
D) A Vitimologia surgiu, como ramo da Criminologia, em 1876, por meio 
da obra “O Homem Delinquente”, de Cesare Lombroso. 
E) O comportamento da vítima sempre contribui para a ocorrência do 
crime contra si praticado. 
 
02 - (VUNESP - 2013 - PC-SP - INVESTIGADOR DE POLÍCIA) 
Um indivíduo que, ao abrir a porta de seu veículo automotor, a fim de 
sair do estacionamento de um shopping center, é surpreendido por 
bandido armado que estava homiziado em local próximo, aguardando a 
primeira pessoa a quem pudesse roubar, é 
A) tão culpado quanto o criminoso. 
B) vítima ideal. 
C) mais culpado que o criminoso. 
D) exclusivamente culpado. 
E) vítima de culpabilidade menor. 
 
03 - (VUNESP - 2013 - PC-SP - PAPILOSCOPISTA POLICIAL) 
Uma das mais importantes teorias do conflito; surgiu nos Estados Unidos 
nos anos de 1960, e seus principais expoentes foram Erving Goffman e 
Howard Becker. Trata-se da 
A) Teoria do labelling approach. 
B) Teoria da subcultura delinquente. 
C) Teoria da desorganização social. 
D) Teoria da anomia. 
E) Teoria das zonas concêntricas. 
 
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04 - (MPE-SC - 2013 - MPE-SC - PROMOTOR DE JUSTIÇA - MANHÃ) 
Acriminalização primária, realizada pelos legisladores, é o ato e o efeito 
de sancionar uma lei penal material que incrimina ou permite a punição 
de determinadas pessoas; enquanto a criminalização secundária, 
exercida por agências estatais como o Ministério Público, Polícia e Poder 
Judiciário, consistente na ação punitiva exercida sobre pessoas 
concretas, que acontece quando é detectado uma pessoa que se supõe 
tenha praticado certo ato criminalizado primariamente. 
 
05 - (PC-SP - 2011 - PC-SP - DELEGADO DE POLÍCIA) 
Assinale a alternativa incorreta. A Teoria do Etiquetamento 
A) é considerada um dos marcos das teorias de consenso. 
B) é conhecida como Teoria do Labelling Aproach. 
C) tem como um de seus expoentes Ervinh Goffman. 
D) tem como um de seus expoentes Howard Becker. 
E) surgiu nos Estados Unidos. 
 
06 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – PAPILOSCOPISTA) 
De acordo com a Sociologia Criminal, pode-se citar como exemplo da 
Teoria de Consenso: 
a) a Teoria crítica. 
b) a Teoria radical. 
c) a Teoria das janelas quebradas. 
d) a Teoria da associação diferencial. 
e) a Teoria do conflito. 
 
07 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – PAPILOSCOPISTA) 
De acordo com Benjamim Mendelsohn, as vítimas são classificadas em: 
a) vítimas primárias, vítimas secundárias e vítimas terciárias. 
b) vítimas ideais, vítimas menos culpadas que os criminosos, vítimas tão 
culpadas quanto os criminosos, vítimas mais culpadas que os criminosos e 
vítimas como únicas culpadas. 
c) vítimas desatentas, vítimas desinformadas, vítimas descuidadas, 
vítimas inocentes, vítimas provocativas e vítimas participativas. 
d) vítimas perfeitas, vítimas participativas, vítimas concorrentes, vítimas 
imperfeitas e vítimas contumazes. 
e) vítimas inocentes, vítimas conscientes e vítimas culpadas. 
 
08 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – AGENTE) 
É correto afirmar que a Criminologia 
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a) é uma ciência do dever-ser. 
b) não é uma ciência interdisciplinar. 
c) não é uma ciência multidisciplinar. 
d) é uma ciência normativa. 
e) é uma ciência empírica. 
 
09 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – AGENTE) 
É correto afirmar que a Criminologia contemporânea tem por objetos 
a) o delito, o delinquente, a vítima e o controle social. 
b) a tipificação do delito e a cominação da pena. 
c) apenas o delito, o delinquente e o controle social. 
d) apenas o delito e o delinquente. 
e) apenas a vítima e o controle social. 
 
10 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – AGENTE) 
Cesare Lombroso (1835~1909), médico e cientista italiano, foi 
considerado um dos expoentes da corrente de pensamento denominada: 
a) Escola Positiva. 
b) Escola Clássica. 
c) Escola Jusnaturalista. 
d) Terza Scuola. 
e) Escola de Política Criminal ou Moderna Alemã. 
 
11 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – AGENTE) 
O comportamento inadequado da vítima que de certo modo facilita, 
instiga ou provoca a ação de seu verdugo é denominado 
a) vitimização terciária. 
b) vitimização secundária. 
c) periculosidade vitimal. 
d) vitimização primária. 
e) vitimologia. 
 
12 – (VUNESP – 2014 – PC-SP – PERITO) 
Sobre a Criminologia, é correto afirmar que 
(A) ela não é considerada uma ciência para a maior parte dos autores. 
(B) tal conhecimento encontra-se inteiramente subordinado ao Direito 
Penal. 
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(C) ela ocupa-se do estudo do delito e do delinquente, mas não se ocupa 
do estudo da vítima e do controle social, uma vez que tal assunto 
constitui objeto de interesse da Sociologia. 
(D) ela ocupa-se do estudo do delito e do controle social, mas não se 
ocupa do estudo do delinquente e da vítima, uma vez que tal assunto 
constitui objeto de estudo da Psicologia. 
(E) ela constitui um campo fértil de pesquisas para psiquiatras, 
psicólogos, sociólogos, antropólogos e juristas. 
 
13 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – PERITO) 
A Teoria do labelling approach, a qual explica que a criminalidade não é 
uma qualidade da conduta humana, mas a consequência de um processo 
em que se atribui tal estigmatização, também é denominada teoria 
(A) da desorganização social. 
(B) da rotulação ou do etiquetamento. 
(C) da neutralização. 
(D) da identificação diferencial. 
(E) da anomia. 
 
14 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – PERITO) 
Entende-se por vitimização secundária ou sobrevitimização aquela 
(A) provocada pelo cometimento do crime e pela conduta violadora dos 
direitos da vítima, proporcionando danos materiais e morais, por ocasião 
do delito. 
(B) que não concorreu, de forma alguma, para a ocorrência do crime. 
(C) que, de modo voluntário ou imprudente, colabora com o ânimo 
criminoso do agente. 
(D) que ocorre no meio social em que vive a vítima e é causada pela 
família, por grupo de amigos etc. 
(E) causada pelos órgãos formais de controle social, ao longo do processo 
de registro e apuração do delito, mediante o sofrimento adicional gerado 
pelo funcionamento do sistema de persecução criminal. 
 
15 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) 
O método científico utilizado pela Criminologia é o método biológico e 
como ciência empírica ________e________que é. 
Completam as lacunas do texto, correta e respectivamente: 
A) experimental ... jurídica 
B) sociológico ... experimental 
C) físico ... social 
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D) filosófico ... humana 
 e) psicológico ... normativa 
 
16 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) 
São objetos de estudo da Criminologia moderna __________, o 
criminoso,_________e o controle social. 
Assinale a alternativa que completa, correta e respectiva- mente, as 
lacunas do texto. 
A) a desigualdade social ... o Estado 
B) a conduta ... o castigo 
C) o direito ... a ressocialização 
D) a sociedade ... o bem jurídico 
E) o crime ... a vítima 
 
17 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) 
Conceitua-se a criminologia, por ser baseada na experiência e por ter 
mais de um objeto de estudo, como uma ciência. 
A) abstrata e imensurável. 
B) biológica e indefinida. 
C) empírica e interdisciplinar. 
D) exata e mensurável 
E) humana e indefinida. 
 
18 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) 
Dentre os modelos sociológicos, as teorias da criminologia crítica, da 
rotulação e da criminologia radical são exemplos da teoria. 
A) do consenso 
B) da aparência 
C) do descaso 
D) da falsidade. 
E) do conflito. 
 
19 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) 
Uma vítima que, ao querer registrar uma ocorrência, encontra resistência 
ou desamparo da família, dos colegas de trabalho e dos amigos, 
resultando num desestímulo para a formalização do registro, ocasiona o 
que é chamado de “cifra negra”. Neste caso, estamos diante da 
vitimização. 
A) primária. 
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B) secundária 
C) quaternária 
D) quintenária 
E) terciária. 
 
20 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) 
“Vítima inocente, vítima provocadora e vítima agressora, simuladora ou 
imaginária”. Essa foi uma das primeiras classificações, de forma 
sintetizada, que levou em conta a participação ou provocação das vítimas 
nos crimes. O autordessa classificação foi. 
A) Francesco Carrara 
B) Giovanni Carmignani 
C) Cesare Lombroso. 
D) Benjamim Mendelsohn 
E) Cesare Beccaria 
 
21 - (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
A teoria funcionalista da anomia e da criminalidade, introduzida por Emile 
Durkheim no século XIX, contrapunha à ideia da propensão ao crime 
como patologia a noção da normalidade do desvio como fenômeno social, 
podendo ser situada no contexto da guinada sociológica da criminologia, 
em que se origina uma concepção alternativa às teorias de orientação 
biológica e caracterológica do delinquente. 
 
22 - (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
O surgimento das teorias sociológicas em criminologia marca o fim da 
pesquisa etiológica, própria da escola ou do modelo positivista. 
 
23 - (VUNESP – 2015 – PC-CE – DELEGADO) 
Os objetos de estudo da moderna criminologia estão divididos em 
a) três vertentes: justiça criminal, delinquente e vítima. 
b) três vertentes: política criminal, delito e delinquente. 
c) três vertentes: política criminal, delinquente e pena. 
d) quatro vertentes: delito, delinquente, justiça criminal e pena. 
e) quatro vertentes: delito, delinquente, vítima e controle social. 
 
24 - (VUNESP – 2015 – PC-CE – DELEGADO) 
Quando a vítima, em decorrência do crime sofrido, não encontra amparo 
adequado por parte dos órgãos oficiais do Estado, durante o processo de 
registro e apuração do crime, como, por exemplo, o mau atendimento por 
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um policial, levando a vítima a se sentir como um “objeto” do direito e 
não como sujeito de direitos, caracteriza 
a) vitimização estatal ou oficial. 
b) vitimização secundária. 
c) vitimização terciária. 
d) vitimização quaternária. 
e) vitimização primária. 
 
25 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – ATENDENTE DE NECROTÉRIO 
POLICIAL) 
Para a aproximação e verificação de seu objeto de estudo, a Criminologia 
dos dias atuais vale-se de um conceito 
a) empírico e interdisciplinar. 
b) dedutivo e dogmático. 
c) dedutivo e interdisciplinar. 
d) dogmático e lógico-abstrato. 
e) empírico e lógico-abstrato. 
 
26 - (CESPE – 2015 – DEPEN – AGENTE PENITENCIÁRIO) 
Em relação aos preceitos da criminologia contemporânea e a aspectos 
relevantes sobre a justiça criminal, o sistema penal e a estrutura social, 
julgue o item que se segue. 
Na criminologia contemporânea, não se consideram os protagonistas do 
crime — vítima, infrator e comunidade — nem o desenvolvimento de 
técnicas de intervenção e controle, pois essas matérias devem ser objeto 
de políticas públicas de segurança pública e não da ciência criminológica. 
 
3.! EXERCÍCIOS COMENTADOS 
 
01 - (VUNESP - 2013 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL) 
Assinale a alternativa correta, a respeito da Vitimologia. 
A) O comportamento da vítima em nada contribui para a 
ocorrência do crime contra si praticado. 
B) A Vitimologia estuda o papel da vítima no episódio danoso, o 
modo pelo qual participa, bem como sua contribuição na 
ocorrência do delito. 
C) A Vitimologia nasceu como ramo das ciências jurídicas, por 
conta das observações feitas pelos estudiosos a respeito do 
comportamento da vítima perante o ordenamento jurídico em 
vigor. 
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D) A Vitimologia surgiu, como ramo da Criminologia, em 1876, por 
meio da obra “O Homem Delinquente”, de Cesare Lombroso. 
E) O comportamento da vítima sempre contribui para a ocorrência 
do crime contra si praticado. 
COMENTÁRIOS: A Vitimologia é o ramo da criminologia focado na 
vítima, analisando seu comportamento, ou seja, seu papel no evento 
criminoso. 
O comportamento da vítima pode possuir relevância penal, conduzindo, 
em alguns casos, à própria atipicidade da conduta, pelo que se chama de 
“consentimento do ofendido”. Em determinados casos, pode reduzir a 
pena do condenado ou excluir a ilicitude. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
 
02 - (VUNESP - 2013 - PC-SP - INVESTIGADOR DE POLÍCIA) 
Um indivíduo que, ao abrir a porta de seu veículo automotor, a 
fim de sair do estacionamento de um shopping center, é 
surpreendido por bandido armado que estava homiziado em local 
próximo, aguardando a primeira pessoa a quem pudesse roubar, 
é 
A) tão culpado quanto o criminoso. 
B) vítima ideal. 
C) mais culpado que o criminoso. 
D) exclusivamente culpado. 
E) vítima de culpabilidade menor. 
COMENTÁRIOS: No caso em tela, podemos identificar, sem maiores 
problemas, que a vítima EM NADA CONTRIBUIU para o evento criminoso, 
de forma que podemos considera-la, na classificação tradicional, como 
vítima ideal, ou vítima inocente, ou seja, aquela que não possui qualquer 
culpa pelo fato criminoso. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
 
03 - (VUNESP - 2013 - PC-SP - PAPILOSCOPISTA POLICIAL) 
Uma das mais importantes teorias do conflito; surgiu nos Estados 
Unidos nos anos de 1960, e seus principais expoentes foram 
Erving Goffman e Howard Becker. Trata-se da 
A) Teoria do labelling approach. 
B) Teoria da subcultura delinquente. 
C) Teoria da desorganização social. 
D) Teoria da anomia. 
E) Teoria das zonas concêntricas. 
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COMENTÁRIOS: As teorias do conflito são as correntes criminológicas 
que, em contraposição às teorias do consenso, entendem que o Direito 
Penal não parte de um consenso social sobre os bens jurídicos mais 
relevantes e por isso os tutela (ou pretende tutelar). 
As teorias do conflito entendem o Direito Penal como um instrumento nas 
mãos de uma das classes na sociedade, a classe dominante e que, 
portanto, o Direito Penal não selecionaria bens jurídicos mais importantes 
para a sociedade a fim de tutelá-los, mas selecionaria os bens jurídicos 
mais importantes para esta classe dominante, de forma que haveria um 
conflito entre uma classe e outra. 
Erving Goffman e Howard Becker foram dois dos maiores expoentes da 
teoria do Labelling approach, ou teoria do “etiquetamento”, segundo a 
qual o delito não é um dado natural, mas um dado normativo, ou seja, 
nada é delito “por sua própria natureza”. É delito aquele fato que foi 
assim rotulado, e é criminoso, portanto, aquele que foi assim rotulado 
pela lei, já que o fenômeno “crime” necessita de uma previsão normativa. 
Podemos citar como expoentes, ainda, o grande Alessandro Baratta. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 
 
04 - (MPE-SC - 2013 - MPE-SC - PROMOTOR DE JUSTIÇA - MANHÃ) 
A criminalização primária, realizada pelos legisladores, é o ato e 
o efeito de sancionar uma lei penal material que incrimina ou 
permite a punição de determinadas pessoas; enquanto a 
criminalização secundária, exercida por agências estatais como o 
Ministério Público, Polícia e Poder Judiciário, consistente na ação 
punitiva exercida sobre pessoas concretas, que acontece quando 
é detectado uma pessoa que se supõe tenha praticado certo ato 
criminalizado primariamente. 
COMENTÁRIOS: De fato, o processo de criminalização pode ser dividido 
em fases, no qual temos como fase primária o momento de seleção do 
bem jurídico-penal que se pretende tutelar, ou o grupo social que se 
pretende atingir com determinada criminalização, ou seja, com a escolha 
das condutas que serão criminalizadas. 
Já a criminalização secundária não ocorre no plano legislativo, mas no 
plano concreto, quando o delito jápraticado é reprimido pelas 
Instituições do Estado (MP, Polícia, Judiciário, etc.). 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
05 - (PC-SP - 2011 - PC-SP - DELEGADO DE POLÍCIA) 
Assinale a alternativa incorreta. A Teoria do Etiquetamento 
A) é considerada um dos marcos das teorias de consenso. 
B) é conhecida como Teoria do Labelling Aproach. 
C) tem como um de seus expoentes Ervinh Goffman. 
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D) tem como um de seus expoentes Howard Becker. 
E) surgiu nos Estados Unidos. 
COMENTÁRIOS: A teoria do Labelling approach, ou teoria do 
“etiquetamento”, é a teoria segundo a qual o delito não é um dado 
natural, mas um dado normativo, ou seja, nada é delito “por sua própria 
natureza”. É delito aquele fato que foi assim rotulado, e é criminoso, 
portanto, aquele que foi assim rotulado pela lei, já que o fenômeno 
“crime” necessita de uma previsão normativa. 
Esta teoria surgiu nos EUA, em meados dos anos 1960 e tem como 
expoentes Ervinh Goffman e Howard Becker, além de Alessandro Baratta. 
Não se trata de uma das teorias do “consenso”, ao contrário, é uma das 
teorias do conflito social, teorias estas que entendem o Direito Penal 
como um instrumento nas mãos de uma das classes na sociedade, a 
classe dominante e que, portanto, o Direito Penal não selecionaria bens 
jurídicos mais importantes para a sociedade a fim de tutelá-los, mas 
selecionaria os bens jurídicos mais importantes para esta classe 
dominante, de forma que haveria um conflito entre uma classe e outra, e 
não um consenso entre elas contra um “mal comum”. 
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA É A LETRA A. 
 
06 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – PAPILOSCOPISTA) 
De acordo com a Sociologia Criminal, pode-se citar como exemplo 
da Teoria de Consenso: 
a) a Teoria crítica. 
b) a Teoria radical. 
c) a Teoria das janelas quebradas. 
d) a Teoria da associação diferencial. 
e) a Teoria do conflito. 
COMENTÁRIOS: A Teoria do Consenso parte do pressuposto de que o 
Direito Penal não é instrumento de dominação de classes, mas 
instrumento em prol do bem comum de uma sociedade cujos interesses 
são homogêneos. A Teoria do Conflito, por sua vez, entende que a 
sociedade não possui interesses homogêneos, já que existe um conflito de 
classes, e que o Direito Penal nada mais é que uma ferramenta para o 
exercício da dominação de uma classe pela outra. 
Dentre as alternativas, a teoria da associação diferencial é uma das que 
representa a teoria do consenso, pois prega que o delito, como qualquer 
conduta humana, é um aprendizado, uma apreensão de comportamentos 
desviantes, pela Lei da Imitação. Esta teoria não enxerga a existência de 
um grupo pré-determinado como alvo da Lei Penal, ou seja, uma clientela 
já pré-estabelecida, como entende a Teoria do Conflito Social. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. 
 
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07 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – PAPILOSCOPISTA) 
De acordo com Benjamim Mendelsohn, as vítimas são classificadas 
em: 
a) vítimas primárias, vítimas secundárias e vítimas terciárias. 
b) vítimas ideais, vítimas menos culpadas que os criminosos, 
vítimas tão culpadas quanto os criminosos, vítimas mais culpadas 
que os criminosos e vítimas como únicas culpadas. 
c) vítimas desatentas, vítimas desinformadas, vítimas 
descuidadas, vítimas inocentes, vítimas provocativas e vítimas 
participativas. 
d) vítimas perfeitas, vítimas participativas, vítimas concorrentes, 
vítimas imperfeitas e vítimas contumazes. 
e) vítimas inocentes, vítimas conscientes e vítimas culpadas. 
COMENTÁRIOS: De acordo com a clássica divisão de Mendelsohn, as 
vítimas podem ser: 
! VÍTIMA IDEAL (OU COMPLETAMENTE INOCENTE) – É 
aquele que não contribui, em nada, para a ocorrência do delito. 
EXEMPLO: Um trabalhador que é assaltado e tem sua carteira 
roubada, sem que estivesse ostentando qualquer bem ou, de 
alguma forma, chamando a atenção. 
! VÍTIMA DE CULPABILIDADE MENOR (OU POR 
IGNORÂNCIA) – Trata-se da vítima que contribui para a 
ocorrência do delito, embora não haja um direcionamento doloso 
para isso. EXEMPLO: Mulher que sai à noite, sozinha, em local 
escuro e ermo, com roupas extremamente sensuais e acaba sendo 
estuprada. 
! VÍTIMA TÃO CULPADA QUANTO O INFRATOR (OU 
VOLUNTÁRIA) – Trata-se da vítima que contribui para o delito em 
grau semelhante ao do próprio infrator. O exemplo clássico é o da 
roleta-russa. 
! VÍTIMA MAIS CULPADA QUE O INFRATOR – Aqui nós 
temos a figura da vítima que dá causa, que provoca a ação do 
infrator. EXEMPLO: A vítima que mata o filho do vizinho e acaba 
sendo por ele assassinada. 
! VÍTIMA UNICAMENTE CULPADA – Classificam-se em: 
vítima infratora (aquela que se torna vítima por ter praticado um 
delito prévio), vítima simuladora (aquela que simula a ocorrência de 
um delito para gerar uma acusação em face de alguém) e vítima 
imaginária (por um problema psicológico, acredita que foi vítima de 
crime, quando não foi). 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
 
08 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – AGENTE) 
É correto afirmar que a Criminologia 
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a) é uma ciência do dever-ser. 
b) não é uma ciência interdisciplinar. 
c) não é uma ciência multidisciplinar. 
d) é uma ciência normativa. 
e) é uma ciência empírica. 
COMENTÁRIOS: A criminologia é entendida como uma ciência empírica, 
interdisciplinar e multidisciplinar, que trabalha com a análise de fatos 
concretos, por meio da observação e experimentação, seja com foco 
sobre o delinquente (aspecto clínico), seja com foco sobre o meio 
(aspecto sociológico). 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
 
09 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – AGENTE) 
É correto afirmar que a Criminologia contemporânea tem por 
objetos 
a) o delito, o delinquente, a vítima e o controle social. 
b) a tipificação do delito e a cominação da pena. 
c) apenas o delito, o delinquente e o controle social. 
d) apenas o delito e o delinquente. 
e) apenas a vítima e o controle social. 
COMENTÁRIOS: A criminologia moderna se ocupa do estudo do crime 
como fenômeno social, analisando o próprio delito, o delinquente, a 
vítima e o controle social, em contraposição à criminologia tradicional, 
que focava seu estudo apenas sobre o delinquente. Desta maneira: 
Criminologia Tradicional: Delinquente como objeto principal. 
Criminologia Moderna: Delinquente + delito + vítima + controle social. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 
 
10 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – AGENTE) 
Cesare Lombroso (1835~1909), médico e cientista italiano, foi 
considerado um dos expoentes da corrente de pensamento 
denominada: 
a) Escola Positiva. 
b) Escola Clássica. 
c) Escola Jusnaturalista. 
d) Terza Scuola. 
e) Escola de Política Criminal ou Moderna Alemã. 
COMENTÁRIOS: Cesare Lombroso foi um dos maiores expoentes da 
Escola Positiva. 
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Mais especificamente, Lombroso foi um expoente da criminologia clínica 
(vertente da Escola Positivista). 
Entende a criminologia clínica que o delinquente se dedica à atividade 
criminosa porque ele é uma pessoa predisposta a isso, em razão defatores internos (biológicos ou psicológicos). Em sua obra “O homem 
delinquente” Lombroso defende que o criminoso possuía alguns sinais 
(por ele chamados de “stigmata”) físicos e psicológicos que poderiam 
indicar sua predisposição ao delito, dentre eles as sobrancelhas fartas, a 
forma do crânio, etc. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 
 
11 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – AGENTE) 
O comportamento inadequado da vítima que de certo modo 
facilita, instiga ou provoca a ação de seu verdugo é denominado 
a) vitimização terciária. 
b) vitimização secundária. 
c) periculosidade vitimal. 
d) vitimização primária. 
e) vitimologia. 
COMENTÁRIOS: O comportamento inadequado da vítima, que de 
alguma forma contribui para o delito, é denominado de “periculosidade 
vitimal”, ou “perigosidade vitimal”. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
 
12 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – PERITO) 
Sobre a Criminologia, é correto afirmar que 
(A) ela não é considerada uma ciência para a maior parte dos 
autores. 
(B) tal conhecimento encontra-se inteiramente subordinado ao 
Direito Penal. 
(C) ela ocupa-se do estudo do delito e do delinquente, mas não se 
ocupa do estudo da vítima e do controle social, uma vez que tal 
assunto constitui objeto de interesse da Sociologia. 
(D) ela ocupa-se do estudo do delito e do controle social, mas não 
se ocupa do estudo do delinquente e da vítima, uma vez que tal 
assunto constitui objeto de estudo da Psicologia. 
(E) ela constitui um campo fértil de pesquisas para psiquiatras, 
psicólogos, sociólogos, antropólogos e juristas. 
COMENTÁRIOS: A Criminologia pode ser entendida como uma ciência 
EMPÍRICA na medida em que trabalha com a análise de fatos concretos, 
por meio da observação e experimentação, seja com foco sobre o 
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delinquente (aspecto clínico), seja com foco sobre o meio (aspecto 
sociológico). 
Pode ser considerada interdisciplinar já que, naturalmente, não está 
isolada na ciência, de forma que utiliza o auxílio da psicologia, da biologia, 
da sociologia, da antropologia e outros ramos da ciência. 
Ou seja, ela é ciência, não está subordinada ao Direito Penal, bem como 
se ocupa do estudo do delito e do delinquente, da vítima e do controle 
social. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
 
13 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – PERITO) 
A Teoria do labelling approach, a qual explica que a criminalidade 
não é uma qualidade da conduta humana, mas a consequência de 
um processo em que se atribui tal estigmatização, também é 
denominada teoria 
(A) da desorganização social. 
(B) da rotulação ou do etiquetamento. 
(C) da neutralização. 
(D) da identificação diferencial. 
(E) da anomia. 
COMENTÁRIOS: A teoria do labelling aproach, ou teoria do 
“etiquetamento” ou da “rotulação”, tem como um dos principais 
expoentes o criminólogo Alessandro Baratta. 
Enquanto o pensamento criminológico até então vigente sustentava que o 
atributo criminal de uma conduta existia objetivamente, como um ente 
natural e até era preexistente às normas penais que o definiam num mero 
exercício de reconhecimento (num alardeado consenso social), a "Teoria 
do Labelling Approach" virá para desmistificar todas essas equivocadas 
convicções. 
O "Labelling Approach" ou "etiquetamento" indica que um fato só é 
tomado como criminoso após a aquisição desse "status" através da 
criação de uma lei que seleciona certos comportamentos como 
irregulares, de acordo com os interesses sociais. Em seguida, a atribuição 
a alguém da pecha de criminoso depende novamente da atuação seletiva 
das agências estatais. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
 
14 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – PERITO) 
Entende-se por vitimização secundária ou sobrevitimização aquela 
(A) provocada pelo cometimento do crime e pela conduta 
violadora dos direitos da vítima, proporcionando danos materiais 
e morais, por ocasião do delito. 
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(B) que não concorreu, de forma alguma, para a ocorrência do 
crime. 
(C) que, de modo voluntário ou imprudente, colabora com o ânimo 
criminoso do agente. 
(D) que ocorre no meio social em que vive a vítima e é causada 
pela família, por grupo de amigos etc. 
(E) causada pelos órgãos formais de controle social, ao longo do 
processo de registro e apuração do delito, mediante o sofrimento 
adicional gerado pelo funcionamento do sistema de persecução 
criminal. 
COMENTÁRIOS: Segundo a Doutrina criminológica, sobrevitimização ou 
vitimização secundária é o fenômeno do sofrimento adicional imputado à 
vítima pelos órgãos de controle social, ao longo do processo, em razão do 
próprio funcionamento do sistema de persecução penal, como a 
necessidade de que a vítima tenha que relembrar os fatos, ter contato 
com o infrator, etc. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
 
15 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) 
O método científico utilizado pela Criminologia é o método 
biológico e como ciência empírica ________e________que é. 
Completam as lacunas do texto, correta e respectivamente: 
A) experimental ... jurídica 
B) sociológico ... experimental 
C) físico ... social 
D) filosófico ... humana 
e) psicológico ... normativa 
COMENTÁRIOS: A criminologia é considerada uma ciência empírica, 
sociológica e experimental. Não é uma ciência jurídica pois não está 
calcada em bases normativas, diferentemente do Direito Penal. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
 
16 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) 
São objetos de estudo da Criminologia moderna __________, o 
criminoso,_________e o controle social. 
Assinale a alternativa que completa, correta e respectiva- mente, 
as lacunas do texto. 
A) a desigualdade social ... o Estado 
B) a conduta ... o castigo 
C) o direito ... a ressocialização 
D) a sociedade ... o bem jurídico 
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E) o crime ... a vítima 
COMENTÁRIOS: A criminologia moderna estuda o crime, o criminoso, a 
vítima e o controle social. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
 
17 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) 
Conceitua-se a criminologia, por ser baseada na experiência e por 
ter mais de um objeto de estudo, como uma ciência. 
A) abstrata e imensurável. 
B) biológica e indefinida. 
C) empírica e interdisciplinar. 
D) exata e mensurável 
E) humana e indefinida. 
COMENTÁRIOS: A criminologia é uma ciência empírica e interdisciplinar. 
Empírica porque se vale do método da observação e da experimentação. 
Interdisciplinar porque mantém relações com outros ramos afins, como a 
psicologia, a sociologia, etc. 
Na definição de GARCÍA-PABLOS DE MOLINA, “(...) trata-se de uma 
ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do crime, da 
pessoa do infrator, da vítima e do controle social do comportamento 
delitivo(...).” 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
 
18 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) 
Dentre os modelos sociológicos, as teorias da criminologia crítica, 
da rotulação e da criminologia radical são exemplos da teoria. 
A) do consenso 
B) da aparência 
C) do descaso 
D) da falsidade. 
E) do conflito. 
COMENTÁRIOS: Estas teorias são exemplos de teoria do conflito. Para 
esta teoria a sociedade é uma grande luta de classes, de maneira que a 
classe dominante necessitamanter a classe dominada nesta condição e, 
para tanto, se vale de diversas ferramentas, dentre elas o Direito Penal. 
Como decorrência de seu viés “parcial”, o Direito Penal não é isonômico, 
ou seja, não atua de maneira uniforme sobre todas as camadas sociais. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
 
19 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) 
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Uma vítima que, ao querer registrar uma ocorrência, encontra 
resistência ou desamparo da família, dos colegas de trabalho e 
dos amigos, resultando num desestímulo para a formalização do 
registro, ocasiona o que é chamado de “cifra negra”. Neste caso, 
estamos diante da vitimização. 
A) primária. 
B) secundária 
C) quaternária 
D) quintenária 
E) terciária. 
COMENTÁRIOS: Neste caso estamos diante de uma hipótese de 
vitimização terciária, pois praticada pelo grupo social que envolve a 
vítima, gerando sensação de abandono e isolamento, o que pode agravar 
os efeitos da vitimização primária (causada pelo próprio delito). 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
 
20 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) 
“Vítima inocente, vítima provocadora e vítima agressora, 
simuladora ou imaginária”. Essa foi uma das primeiras 
classificações, de forma sintetizada, que levou em conta a 
participação ou provocação das vítimas nos crimes. O autor dessa 
classificação foi. 
A) Francesco Carrara 
B) Giovanni Carmignani 
C) Cesare Lombroso. 
D) Benjamim Mendelsohn 
E) Cesare Beccaria 
COMENTÁRIOS: O autor da classificação trazida no enunciado da 
questão foi Benjamim Mendelsohn. 
Lembrando que esta definição é uma síntese daquilo que originalmente 
Mendelsohn estabeleceu, já que “vítima provocadora” englobaria as 
vítimas menos, tão e mais culpadas que o infrator. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. 
 
21 - (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
A teoria funcionalista da anomia e da criminalidade, introduzida 
por Emile Durkheim no século XIX, contrapunha à ideia da 
propensão ao crime como patologia a noção da normalidade do 
desvio como fenômeno social, podendo ser situada no contexto da 
guinada sociológica da criminologia, em que se origina uma 
concepção alternativa às teorias de orientação biológica e 
caracterológica do delinquente. 
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COMENTÁRIOS: Item correto. A teoria ou concepção estrutural-
funcionalista rompe com as teorias clínica e sociológica. Para esta 
teoria, o crime é um fenômeno “natural”, inerente à sociedade, de forma 
que seriam inválidas as ideias de criminoso como anormal, bem como as 
tentativas de explicar o crime com base em aspectos sociológicos. 
DURKHEIM, talvez o principal nome desta teoria, entendia que o 
crime era algo “normal” na sociedade, pois uma sociedade sem crime 
seria absolutamente inviável, e que patologia social não seria a existência 
de crime, mas a sua ausência. 
Para DURKHEIM, o crime era o fenômeno o social que permitia a 
reafirmação da ordem social, pois toda vez que um crime era praticado 
surgia a possibilidade de reafirmação e legitimação dos vínculos 
estruturais e estruturantes da sociedade. 
Tal Teoria não prega a desvinculação entre crime e ambiente social, 
apenas entende que o crime é decorrência natural do meio social, e não 
uma anormalidade. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
22 - (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
O surgimento das teorias sociológicas em criminologia marca o 
fim da pesquisa etiológica, própria da escola ou do modelo 
positivista. 
COMENTÁRIOS: Embora o surgimento das teorias sociológicas tenha 
sido um avanço considerável, com rompimento de diversos paradigmas 
até então vigentes, notadamente aqueles relacionados à biocriminologia, 
tais teorias não marcam o fim da pesquisa etiológica (pesquisa das causas 
do crime), apenas deslocam o foco do estudo do criminoso para a 
sociedade, para o meio social. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
23 - (VUNESP – 2015 – PC-CE – DELEGADO) 
Os objetos de estudo da moderna criminologia estão divididos em 
a) três vertentes: justiça criminal, delinquente e vítima. 
b) três vertentes: política criminal, delito e delinquente. 
c) três vertentes: política criminal, delinquente e pena. 
d) quatro vertentes: delito, delinquente, justiça criminal e pena. 
e) quatro vertentes: delito, delinquente, vítima e controle social. 
COMENTÁRIOS: A criminologia moderna possui quatro vertentes de 
estudo, que são: o delito, o delinquente, a vítima e o controle social. 
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Na definição de GARCÍA-PABLOS DE MOLINA4, “(...) trata-se de uma 
ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do crime, da 
pessoa do infrator, da vítima e do controle social do comportamento 
delitivo(...).” 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
 
24 - (VUNESP – 2015 – PC-CE – DELEGADO) 
Quando a vítima, em decorrência do crime sofrido, não encontra 
amparo adequado por parte dos órgãos oficiais do Estado, durante 
o processo de registro e apuração do crime, como, por exemplo, o 
mau atendimento por um policial, levando a vítima a se sentir 
como um “objeto” do direito e não como sujeito de direitos, 
caracteriza 
a) vitimização estatal ou oficial. 
b) vitimização secundária. 
c) vitimização terciária. 
d) vitimização quaternária. 
e) vitimização primária. 
COMENTÁRIOS: Neste caso temos o que os Doutrinadores chamam de 
“vitimização secundária”. É aquela provocada, direta ou indiretamente, 
pelo Poder Público, pelas chamadas "instâncias de controle social", 
quando, na tentativa de punir o crime, acabam por provocar mais danos à 
vítima. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
 
25 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – ATENDENTE DE NECROTÉRIO 
POLICIAL) 
Para a aproximação e verificação de seu objeto de estudo, a 
Criminologia dos dias atuais vale-se de um conceito 
a) empírico e interdisciplinar. 
b) dedutivo e dogmático. 
c) dedutivo e interdisciplinar. 
d) dogmático e lógico-abstrato. 
e) empírico e lógico-abstrato. 
COMENTÁRIOS: A criminologia moderna se vale da 
INTERDISCIPLINARIEDADE e do EMPIRISMO como ferramentas 
científicas, pois se trata de um ramo da ciência necessariamente 
interligado a outras disciplinas (psicologia, sociologia, etc.), bem como se 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
4 GARCÍA-PABLOS DE MOLINA, Antônio; FLÁVIO GOMES, Luiz. Criminologia. editora RT. 
São Paulo, 2002. Página 30. 
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vale da análise dos fatos “concretos”, da realidade empírica, para 
desenvolver-se. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 
 
26 - (CESPE – 2015 – DEPEN – AGENTE PENITENCIÁRIO) 
Em relação aos preceitos da criminologia contemporânea e a 
aspectos relevantes sobre a justiça criminal, o sistema penal e a 
estrutura social, julgue o item que se segue. 
Na criminologia contemporânea, não se consideram os 
protagonistas do crime — vítima, infrator e comunidade — nem o 
desenvolvimento de técnicas de intervenção e controle, pois essas 
matérias devem ser objeto de políticas públicas de segurança 
pública

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