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CRIMINOLOGIA-1

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SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4 
1 MODELOS TEÓRICOS EXPLICATIVOS ....................................................... 5 
1.1 Conceitos de criminologia .................................................................... 6 
2 GIRO SOCIOLÓGICO .................................................................................... 8 
2.1 Objetos da criminologia ...................................................................... 10 
2.1.1 Delito ............................................................................................ 13 
2.1.2 Delinquente .................................................................................. 13 
2.1.3 Vítima ........................................................................................... 15 
2.1.4 Vitimização primária, secundária e terciária ................................. 17 
3 TEORIAS DO CONSENSO .......................................................................... 19 
4 TEORIAS DO CONFLITO ............................................................................ 20 
5 MODERNA CRIMINOLOGIA CIENTÍFICA .................................................. 22 
5.1 Modelos teóricos explicativos do comportamento criminal ................. 23 
5.2 Sociologia criminal.............................................................................. 23 
5.2.1 Escola de Chicago ....................................................................... 24 
5.2.2 Associação diferencial .................................................................. 24 
5.2.3 Anomia. Subcultura delinquente ................................................... 25 
5.2.4 Subcultura delinquente ................................................................. 25 
 
 
 
5.2.5 Labelling approach (interacionismo simbólico, etiquetamento, 
rotulação ou reação social) ................................................................................ 26 
5.2.6 Teoria crítica ou radical ................................................................ 27 
5.3 Psicologia criminal .............................................................................. 27 
5.3.1 Principais áreas da psicologia forense ......................................... 29 
5.4 Biologia criminal ................................................................................. 30 
6 CONTROLE SOCIAL ................................................................................... 31 
7 TIPOLOGIAS CRIMINOLÓGICAS: .............................................................. 32 
8 INSTÂNCIAS DE CONTROLE DA CRIMINALIDADE ................................. 35 
9 CRIMINOLOGIA CULTURAL: NOÇÕES INICIAIS ...................................... 38 
9.1 Criminologia cultural, subculturas delinquentes e comportamentos 
desviantes.... .......................................................................................................... 40 
10 CRIMINOLOGIA CLÍNICA ........................................................................... 40 
11 PERSONALIDADE X CRIME ....................................................................... 42 
11.1 A agressividade do ser humano ...................................................... 43 
12 BIBLIOGRAFIA: ........................................................................................... 44 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Prezado aluno! 
 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da 
sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno 
se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, 
para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. 
 O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos 
ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as 
perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão 
respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e 
prazos definidos para as atividades. 
 
 
Bons estudos!
 
5 
 
1 MODELOS TEÓRICOS EXPLICATIVOS 
A criminologia é uma ciência que se desenvolve por meio de métodos, que é 
moderna e não se ajusta aos paradigmas da certeza, portanto MOLINA diz que a 
criminologia não é uma ciência exata, que possua receitas mágica para acabar com o 
problema da criminalidade, senão uma ciência do ser e, como tal, não se sustenta no 
binômio causa-causalidade, que se ocupa de fatores, variáveis e correlações. 
(MOLINA apud. VIANA, p.150. 2020) 
A Criminologia por ser uma ciência, não é um fator definitivo nem 
absolutamente verdadeira, ela é apenas uma probabilidade, que se baseia em 
informações confiáveis, relativas ao multifatorial problema do fenômeno criminal. 
A Criminologia é também uma ciência aberta, que é flexível e está em constante 
evolução. 
A esse respeito PENTEADO (2020) traz um conceito sobre a criminologia: 
Pode-se conceituar criminologia como a ciência empírica (baseada na 
observação e na experiência) e interdisciplinar que tem por objeto de análise 
o crime, a personalidade do autor do comportamento delitivo e da vítima, e o 
controle social das condutas criminosas. 
A criminologia é uma ciência do “ser”, empírica, na medida em que seu objeto 
(crime, criminoso, vítima e controle social) é visível no mundo real e não no 
mundo dos valores, como ocorre com o direito, que é uma ciência do “dever-
ser”, portanto, normativa e valorativa. (PENTEADO, p. 16, 2020) 
Essas ponderações se servem a demonstrar que erigir uma disciplina à 
categoria de ciência foi tarefa extremamente complicada, mas ao mesmo tempo 
extremamente proveitosa. E o percurso histórico da Criminologia demonstrou isso. 
Contudo, como afirmado, se se tem como inquestionável que a Criminologia é ciência, 
cumpre, agora, identificar o seu método e o seu objeto. Antes, porém, é imperioso 
conceituá-la. 
 
 
6 
 
1.1 Conceitos de criminologia 
A criminologia não possui um conceito determinado uma vez que segundo 
VIANA (2020) as definições de criminologia variam de autor para autor por razões 
facilmente compreensíveis, uma vez que a definição de Criminologia se dá, por cada 
um dos autores, assim como a extensão do seu objeto e método, motivo de haver 
descrições ligadas ao paradigma positivo causal-explicativo, outras que se ligam 
apenas ao crime e criminoso e, finalmente, conceitos críticos e abrangentes. 
VIANA (2020) traz ainda conceitos de criminologia por variados autores com o 
objetivo de demonstrar a sua amplitude enquanto ciência criminal. 
 GAROFALO definiu a Criminologia como a ciência do delito, onde, ele 
diferenciava o delito sociológico, ou seja, o delito natural, como do delito jurídico, 
sendo o delito jurídico puramente normativo, uma vez que era o que o legislador 
considerava como digno de proteção pela lei penal. 
Já, o delito natural era compreendido como uma lesão relativa ao sentimento 
moral e consiste nos sentimentos altruístas fundamentais, ou seja, piedade e 
probidade, segundo o padrão em que se encontram as raças humanas superiores, 
cuja medida é necessária para a adaptação do indivíduo à sociedade. (GAROFALO. 
apud. VIANA, 2020) 
QUINTILIANO SALDAÑA: 
(...)em sua obra “A nova criminologia”, define a Criminologia como a ciência 
do crime ou estudo científico da criminalidade, suas causas e meios para 
combatê-la. No Brasil, muito próximo, Afrânio Peixoto a define como ciência 
que estuda o crime e o criminoso, isto é, a criminalidade. (QUINTILIANO 
SALDAÑA. Apud. VIANA. 2020) 
SEELING, definea criminologia como “conduta psíquico-corpórea e culposa de 
um homem, que por ser contrária à sociedade, é juridicamente proibida e ameaçada 
com uma pena”. (SEELING, apud. VIANA, 2020) 
 
7 
 
VIANA (2020) traz ainda alguns conceitos de outros autores em relação a 
criminologia, mas para encurtar o assunto no mundo moderno, tem-se o conceito de 
Garcia-Pablos de Molina que define a Criminologia como: 
(...) ciência empírica e interdisciplinar a qual tem por objeto o crime, o 
criminoso, a vítima e o controle social do comportamento delitivo e que provê 
uma informação válida, contrastada e confiável sobre a gênese, dinâmica e 
variáveis do crime – contemplando-o como fenômeno individual e produto 
social – bem como sobre sua eficaz prevenção, as formas e estratégias de 
reação ao mesmo e as técnicas de intervenção positiva no infrator e na vítima. 
(PABLOS. apud. VIANA, 2020) 
Alguns autores preferem a definição mais simples, que compreende a 
Criminologia como ciência que estuda os comportamentos delitivos e as reações 
sociais frente a esses. 
Assim, VIANA (2020) observa que não há determinação conceitual preferencial 
ou predominante, e traz o seguinte conceito: Criminologia é uma ciência empírica. Dito 
isso, e considerando-se todas as definições apresentadas, algumas (aparentemente) 
simples outras mais complexas, é possível compreender a Criminologia como ciência 
empírica e interdisciplinar responsável por subministrar elementos para compreender 
e enfrentar o fenômeno desviante. 
PENTEADO (2020) também entende a criminologia como uma ciência empírica 
e multidisciplinar: 
A interdisciplinaridade da criminologia decorre de sua própria consolidação 
histórica como ciência dotada de autonomia, considerando a influência 
profunda de diversas outras ciências, tais como a sociologia, a psicologia, o 
direito, a medicina legal etc (PENTEADO, 2020) 
Diante dos diversos conceitos citados entende-se então que a criminologia é 
um ramo científico que tem por objetivo o estudo do crime, da vítima, do criminoso, na 
modernidade mais voltado para o criminoso, para entender como e porque, ou seja, o 
que leva o indivíduo a praticar o ato criminoso. 
 
8 
 
2 GIRO SOCIOLÓGICO 
 
VERTENTES SOCIOLÓGICAS 
INSTITUTO CONTEÚDO ITEM 
CONCEITO Teorias que fazem parte da chamada virada 
sociológica. Tentam explicar o crime através 
de fatores alheios as questões biológicas; 
não têm paradigmas etiológicos baseados 
na patologia individual. 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
 
CRIMINOLOGIA DO 
CONSENSO 
Parte da ideia de um conjunto de valores e 
ideais comuns a todos os membros da 
sociedade, que baseia e fundamenta a 
ordem social. 
 
 
CRIMINOLOGIA DO 
CONFLITO 
A coesão se funda na coação que alguns 
membros exercem sobre os outros. Com isto 
se determina por meio de normas penais, a 
criação de dispositivos que assegurem tal 
ordem e, por conseguinte, o triunfo da classe 
dominante. 
Fonte: VIANA, p.211, 2020 
 
 
9 
 
Para que se identifique o marco científico da Criminologia, ou seja, quando a 
criminologia passa a ser utilizado o método que lhe caracteriza e, quando, este método 
é, de algum modo, balizado, determinado pelo objeto de estudo da ciência. 
Para tanto, é preciso definir o que é método, busca-se então o que diz Boudon 
e Lazarfeld, metodologia é uma análise sistemática dos procedimentos, hipóteses e 
meios de explicação com que nos deparamos na investigação empírica. A importância 
da metodologia é permitir a teorização mais eficaz dos fenômenos sociais. (VIANA, p. 
152, 2020) 
 Dessa forma o método, é o canal para a aproximação e verificação do objeto 
da ciência, por exemplo, existem alguns crimes que precisa de uma investigação que 
se aproxime da realidade ou seja, por meio de indução objetivando compreendê-lo, 
assim, conforme citado anteriormente presume-se que a Criminologia é uma ciência 
fática, que pertence às ciências empíricas que utilizam métodos indutivos. 
Os criminólogos, iniciam suas pesquisas a partir de dados que objetivam 
induzirem correspondentes conclusões, onde, seu objetivo é antes de tentar explicar 
o fenômeno do crime, a Criminologia pretende conhecê-lo. 
Pelo fato de conforme citado anteriormente a criminologia ser uma ciência 
empírica como também interdisciplinar, ou seja, uma ciência que busca em outras 
respostas para suas perguntas, a partir de uma forte interlocução com outras ciências 
objetivando induzir suas respostas. 
De forma que a interdisciplinaridade representa maior grau de influxos entre as 
ciências, ao passo que a multidisciplinaridade, menor grau de relação. 
VIANA (2020) então conclui ser a Criminologia uma ciência autônoma e 
interdisciplinar, cujo caráter científico é conferido pelo seu método, método esse que 
se orienta a partir das suas políticas de enfrentamento ao fenômeno desviante 
visualizando a realidade fática, assim como as experiências. 
 
10 
 
De forma que, quanto ao fenômeno desviante o diagnóstico sobre o 
comportamento criminal precisa ser resultado da aplicação de um método científico, 
essa comprovação se dá, essencialmente, com a utilização do método empírico, o 
qual evita um diagnóstico meramente causal e especulativo. 
2.1 Objetos da criminologia 
Quanto ao objeto da criminologia pode-se observar que em suas diversas 
ocasiões, no decorrer do tempo este ocupava uma posição diferente, ou seja, em cada 
momento histórico da criminologia, há protagonismo de algum objeto, por exemplo, se 
o delito ocorreu na escola clássica, o protagonista do positivismo criminológico foi o 
delinquente. 
Com o desenvolvimento da criminologia, portanto, bem como o progresso da 
ciência determinou-se um multiprotagonismo dos objetos da Criminologia, os quais 
consolidam-se, modernamente, no seguinte quarteto: 
 Delito. 
 Delinquente. 
 Vítima. 
 Controle social. 
Enquanto o Direito Penal, está majoritariamente interessado no estudo do 
delito, a Criminologia se dispõe a estudar, também, questões relativas às pessoas 
envolvidas no conflito: o autor e a vítima. 
Diante dessa afirmativa a Criminologia ocupa-se do crime sem dúvida, mas 
também dele ocupam-se a Filosofia, a Sociologia e, especialmente, o Direito Penal. 
 
11 
 
 
Fonte: PENTEADO, p. 22. 2020 
 
O conceito de crime é compreendido como um fenômeno jurídico, no entanto 
ele também é visto como um acontecimento com íntima relação com a cultura, com a 
religião e com a moral. 
VIANA (2020) preleciona: a Criminologia é uma ciência autônoma que tem por 
objetivo compreender o crime a partir de sua realidade, bem como contempla o delito 
como problema social, a qual parece ser tarefa obrigatória averiguar como esse 
fenômeno complexo e ambíguo é apreendido pela Criminologia. 
Para PENTEADO (2020) tanto o direito penal quanto a criminologia se ocupam 
de estudar o crime, sendo que, ambos possuem enfoques diferentes para o fenômeno 
criminal. 
 
 
 
 
 
12 
 
DIREITO PENAL CRIMINOLOGIA 
Ciência normativa, visualiza o crime 
como conduta anormal que deve ser 
punida, para tento, fixa uma punição, 
conforme sabe-se o direito penal 
conceitua crime como conduta. 
Vê o crime como um problema social, ou 
seja, um fenômeno que abrange quatro 
elementos constitutivos: 
(ação ou omissão) típica, antijurídica e 
culpável (corrente causalista). 
Incidência massiva na população uma vez 
que o crime não é um fato isolado, pois 
alcança a comunidade deum modo geral; 
 Incidência aflitiva do fato praticado 
quando o crime causa dor à vítima e à 
comunidade; 
 Espaço temporal do fato delituoso quando 
o delito ocorre reiteradamente por um 
período significativo de tempo no mesmo 
território; 
 Consenso inequívoco acerca de sua 
etiologia e técnicas de intervenção 
eficazes (a criminalização de condutas 
depende de uma análise minuciosa 
desses elementos e sua repercussão na 
sociedade). 
Fonte: PENTEADO, p. 19. 202013 
 
 
Ainda segundo os estudos de VIANA (2020) no âmbito criminológico a 
existência de um crime quando concorram os seguintes requisitos: 
 Incidência massiva. 
 Incidência aflitiva. 
 Persistência espaço-temporal. 
 Inequívoco consenso a respeito da sua etiologia e eficazes técnicas de 
intervenção. 
 Consciência generalizada sobre sua negatividade. 
 
2.1.1 Delito 
Para VIANA (2020) a criminologia ocupa-se do delito, bem como a filosofia, a 
sociologia e o direito penal, ainda nos dizeres de VIANA é difícil delimitar o delito, 
sendo seu conceito normativo e formal, ainda traça que alguns fatos que são 
penalmente irrelevantes, possuem repercussão e interesse criminológico, ele traz 
como exemplo o suicídio, o exercício da prostituição, bem como o aborto. 
Observa-se ainda, fatos que são considerados penalmente irrelevantes e que 
nem sempre são considerados pela sociedade como desviados, ou seja, como delito, 
a exemplo da posse de substância entorpecente para uso pessoal. 
2.1.2 Delinquente 
Quando se fala em delinquente a Criminologia tem como objeto de estudo o 
protagonista do acontecimento (crime) que, na imagem tradicional da terminologia 
penal, denomina-se delinquente. 
 
14 
 
O denominado delinquente é o protagonista da etapa positiva, ou seja, da 
escola positiva. 
As compreensões clássica e positiva, possuem duas outras concepções de 
delinquentes: a correcionalista e a marxista. Veja as diferenciações no quadro a 
seguir: 
CORRECIONALISTA, MARXISMO 
O infrator é um ser inválido, incapaz de 
dirigir-se a si mesmo. Isso justifica, 
assim, a adoção de um modelo de 
Estado paternalista em relação ao 
delinquente, o qual chega a tratá-lo 
como menor. 
A responsabilidade do crime é da 
sociedade; o delinquente, convertido em 
vítima, é produto da estrutura econômica 
do Estado. 
 
Ainda se deve observar a teoria do labelling approach que possui especial 
repercussão, no qual se entende que se o crime é resultado de um processo de 
definição o qual, não tem uma realidade ontológica o criminoso, como tal, é o indivíduo 
definido como criminoso. (VIANA, 2020) 
De forma que alguém ser, ou não, criminoso está associado ao processo 
(social) de definição. Por isso, não fica difícil perceber que a definição de delito 
operada pela Criminologia destaca o seu giro sociológico e o consequente desloca o 
delinquente para um plano coadjuvante. 
 
 
15 
 
2.1.3 Vítima 
Anteriormente a vítima era deixada de lado pelo sistema penal, uma vez que o 
foco da criminologia era o estudo do comportamento do criminoso, entretanto, 
atualmente a vítima vem despertando o interesse da criminologia, de forma que 
compete então a Vitimologia o estudo científico das vítimas do delito. 
Nos dizeres de PENTEADO (2020) vitimologia é um conceito evolutivo, que 
passou do aspecto religioso para o jurídico, traz ainda que no decorrer dos tempos e 
por razões de cultura, ou seja, de costumes a sociedade sempre tratou o ofensor com 
ódio e não com piedade. 
A vitimologia é a ciência que se ocupa da vítima e da vitimização, cujo objeto é 
a existência de menos vítimas na sociedade, quando esta tiver real interesse nisso. 
(MENDELSOHN. apud. PENTEADO, 2020) 
Conforme PENTEADO (2020) cita em seu livro MENDELSOHN, classifica em 
3 (três) grupos a vítima: 
 Vítima inocente: que não concorre de forma alguma para o injusto típico. 
 Vítima provocadora: de forma voluntária ou imprudente colabora com o 
ânimo criminoso do agente. 
 Vítima agressora, simuladora ou imaginária: suposta ou pseudovítima, 
que acaba por justificar uma legítima defesa do agressor. 
 
No Brasil, Edgar de Moura Bittencourt, foi um dos pioneiros da vitimologia com 
sua obra Vítima, debaixo de muitas críticas trouxe o entendimento da vítima 
duplamente vitimizada, que além da vítima ser o sujeito passivo do crime lhe era 
transferida a responsabilidade pelo delito, a denominada vitimlogia clássica. 
 
16 
 
A partir da influência que a vitimologia causou na criminologia PENTEADO 
(2020) traz um esquema dessa remodelagem da criminologia: 
 
Na forma de descrever e 
medir a delinquência: 
 
Na necessária atenção 
que os controles sociais 
devem dispensar à vítima: 
Na forma de controlar a 
criminalidade não 
somente no âmbito da 
repressão como também 
no âmbito da prevenção. 
Isso porque o interesse da 
criminologia pela 
delinquência real derivou 
da constatação da 
existência de uma 
criminalidade oculta. 
A vitimologia evidenciou a 
desproteção das vítimas, 
o que influenciou a 
desproteção das vítimas, 
o que influenciou e 
precipitou o surgimento de 
importantes inovações 
legislativas; 
Naquele, por exemplo, a 
Vitimologia provocou o 
desenvolvimento da 
vitimodogmática. No 
âmbito da prevenção, os 
estudos vitimológicos 
foram, e ainda são, 
sobremodo importantes 
para o estudo da 
personalidade de vítima; 
mais precisamente do que 
se convencionou chamar 
de “predisposição da 
vítima”, cujo objetivo é 
duplo: realizar uma 
prevenção dos sujeitos 
que possuem aquela 
predisposição e, em 
relação àquelas que já 
tenham sido objeto de 
 
17 
 
vitimização, estabelecer 
programas de tratamentos 
terapêuticos que 
permitam a sua 
recuperação e 
impossibilitem a 
reincidência vitimaria. 
Fonte: Viana, p.166. 2020 
 
2.1.4 Vitimização primária, secundária e terciária 
Com a nova estruturação da criminologia dada a vitimização, as razões 
criminológicas não são tão claras, havendo um modelo de estruturação sistêmica 
baseada em uma sociedade conflituosa, no entanto essa nova perspectiva 
criminológica bem como o estudo da vitimização, ou seja, os prejuízos derivados da 
experiência do fenômeno do crime, passa por um processo de consequências com 
especial importância, que se distingue diante das seguintes categorias: primária, 
secundária e terciária. 
VIANA (2020) conceitua a vitimização primária como um processo pelo qual a 
vítima sofre, direta ou indiretamente, os efeitos de um delito, que podem trazer 
traumas tanto traumáticos, quanto psíquicos. 
Ainda existe a vitimização secundária, também denominada de 
sobrevitimização ou revitimização, a qual consiste em custos adicionais causados à 
vítima em razão da necessidade de busca de ajuda dos meios formais de controle 
social, a exemplo dos crimes de estupro, onde a vítima encontra dificuldade na busca 
 
18 
 
por seus direitos pelo fato de se encontrar envergonhada, bem como outras situações 
que causam a vítima indecisão por procurar a polícia. 
Já a vitimização terciária de acordo com VIANA (2020) é um conceito que se 
encontra ainda em fase de concretização, ou seja, cita situações em que a vítima foi 
penalizada por meio de práticas de tortura, abusos e maus tratos. 
Existem as situações onde os delitos não “possuem vítimas”, são os casos em 
que algumas classes de pessoas estão sujeitas a sofrerem determinado delito, em 
razão do seu grupo social, situações e fatores que influenciam, a exemplo dos fatores 
de risco bem como o grau de vulnerabilidade. 
Existem as situações em que não existe uma vítima determinada, mas a 
coletividade é vítima daquele delito, a exemplo do porte de arma de fogo, pode-se 
citar ainda a denominada cifra negra, que é em relação à quantidade de crimes 
existentes e que não são denunciados, que não se consegue então determinar a 
quantidade real de crimes cometidos em um tempo e lugar determinados, a exemplo 
dos crimes de aborto que não se consegue precisar a quantidade existente. 
As denominadas cifras douradas tratam dos crimes de colarinho branco, que 
são as conhecidas práticas de crime que ocorrem por pessoas que detêm um certo 
poder, político e econômico. 
Para finalizar a vítima dogmática é aquela que compreende o exame do 
comportamento da vítima como um fator a ser considerado com o objetivo a considerar 
o equilíbrio do autor em relação ao tipo penal. 
VIANA(2020) traz um quadro exemplificativo a respeito da vítima-dogmática: 
VÍTIMA DOGMÁTICA 
 Direção moderada Direção radical 
 
19 
 
Representantes HullenKamp; 
Winfried Hassemer 
Schunemann 
Fundamento Algumas vezes o 
comportamento da vítima 
pode diminuir o conteúdo 
da antijuricidade 
(danosidade social) do 
autor ou culpabilidade. 
Princípio da 
fragmentariedade, 
subsudiariedade. A 
intervenção jurídico-penal 
somente será legítima nas 
condutas que violem bens 
jurídicos de uma vítima 
merecedora de proteção. 
Consequência O comportamento da 
vítima somente pode 
repercutir no âmbito da 
dosimetria da pena, 
funcionando como critério 
de atenuação da 
responsabilidade do autor. 
Possibilidade de isenção 
da responsabilidade penal 
do autor em uma 
determinada classe de 
delitos, cometidos sem 
violência, como o de 
estelionato, por exemplo. 
 
3 TEORIAS DO CONSENSO 
Teorias do consenso (etiológicas, epidemológicas ou integração): A teoria do 
consenso está ligada ao conservadorismo, cujo objetivo da sociedade ocorre quando 
existe concordância com as regras de convívio. 
 
20 
 
De modo que se as instituições funcionam perfeitamente, de modo que as 
pessoas compartilhem objetivos comuns e aceitam as normas vigentes, então a 
finalidade da sociologia será atingida. 
São exemplos da Teoria do consenso: Escola de Chicago; teoria da associação 
diferencial; teoria da anomia; teoria da desorganização social, teoria da subcultura 
delinquente e teoria da neutralização. 
Ao que se entende da teoria do consenso é de que toda a humanidade cada 
um fazendo a sua parte tudo funciona bem e aquele que destoa ou seja, que age de 
forma criminosa deve ser punido. 
A teoria do consenso se caracteriza pelos seguintes postulados: 
 A ordem social se fundamenta no consenso; 
 O Direito representa e tutela os valores básicos do sistema; 
 O Estado garante na sociedade pluralista uma aplicação neutra das leis, 
colocando os interesses gerais da sociedade acima dos interesses 
particulares dos diversos grupos; 
 A Criminologia examina as causas do comportamento delitivo que afasta 
certas pessoas do referido consenso (MOLINA, Antonio. PABLOS, 
García. 2006) 
 
4 TEORIAS DO CONFLITO 
 
Quando se fala em teoria do conflito observa-se que se trata de teorias ligadas 
a movimentos revolucionários, movimentos estes que sustentam o entendimento de 
que a sociedade decorre de imposição de alguns e sujeição de outros. 
 
21 
 
Observa-se então que parte da ideia que os membros do grupo não 
compartilham os mesmos interesses, e o controle social se presta a garantia do poder 
vigente. 
Sendo assim, o conflito seria natural e, até mesmo, desejado quando, 
controlado, para o progresso e mudanças necessárias da sociedade. 
A exemplo das teorias do conflito: 
a) Marxistas: a causa da criminalidade estaria na luta de classes, gerada pelo 
capitalismo. 
b) Não Marxistas: relacionam a criminalidade com as tensões geradas pela 
distribuição desigual de poder. 
São exemplos da teoria do conflito: Labelling Approuch (Etiquetamento ou 
Rotulação) e Teoria crítica ou radical. 
 
TEORIAS DO CONSENSO TEORIAS DO CONFLITO 
A finalidade da sociedade é atingida 
quando há um perfeito funcionamento 
das suas instituições de forma que os 
indivíduos dividem os objetivos comuns 
a todos os cidadãos, aceitando as regras 
vigentes e compartilhando as regras 
sociais dominantes. 
A coesão e a ordem na sociedade são 
fundadas na força e na coerção, na 
dominação por alguns e sujeição por 
outros. 
Ignora-se a existência de acordos em 
torno de valores de que depende o 
próprio estabelecimento da força. 
 
22 
 
As teorias do consenso não postulam 
que, empiricamente (no plano da 
realidade), haja um consenso geral de 
fato em torno de valores, mas trabalha 
com a premissa de que esse consenso 
pode ser construído no plano teórico, 
como premissa. 
Também chamadas de teorias da 
integração (de vertente funcionalista). 
Para os defensores da visão conflitiva da 
sociedade, a natureza coercitiva 
da ordem social é um pressuposto. 
PREMISSAS: 
Toda sociedade é uma estrutura de 
elementos relativamente persistentes e 
estáveis; toda sociedade é uma estrutura 
de elementos bem integrada; todo 
elemento em uma sociedade tem uma 
função, isto é, contribui para sua 
manutenção como sistema; toda 
estrutura social em funcionamento é 
baseada em um consenso entre seus 
membros sobre valores. 
PREMISSAS: 
Toda sociedade está, a cada momento, 
sujeita a processos de mudança; a 
mudança social é permanente; toda 
sociedade exibe a cada momento 
dissensão e conflito e o conflito é 
permanente; todo elemento em uma 
sociedade contribui de certa forma para 
sua desintegração e mudança; toda 
sociedade é baseada na coerção de 
alguns de seus membros por outros. 
Fonte: SANCHES, p. 14. 2020. 
5 MODERNA CRIMINOLOGIA CIENTÍFICA 
Quando se fala em moderna criminologia científica se fala da 
interdisciplinaridade entre biologia, sociologia e psicologia criminal. 
 
23 
 
5.1 Modelos teóricos explicativos do comportamento criminal 
 
Existem fatores individuais que vai levar o homem a se tornar criminosos, ou 
seja, do indivíduo criminoso, que possui um tratamento individualizado, já no âmbito 
social ele vai tratar das causas sociais que venham a levar o homem a cometer o 
crime. 
5.2 Sociologia criminal 
As teorias criminológicas contemporâneas passaram por transformações, 
onde, deixaram de limitar à análise do delito segundo uma visão do indivíduo ou de 
pequenos grupos, passando a analisar a sociedade como um todo, levando o 
pensamento criminológico moderno a ser influenciado por duas visões: uma de cunho 
funcionalista, denominada teoria de integração, mais conhecida por teorias de 
consenso; uma de cunho argumentativo, chamada de teoria de conflito, conforme 
citado anteriormente como exemplo de teorias de consenso tem-se: 
 Escola de Chicago. 
 A teoria de associação diferencial. 
 A teoria da anomia. 
 A teoria da subcultura delinquente. 
Ainda assim, alguns exemplos de teorias de conflito o labelling approach e a 
teoria crítica ou radical. 
Diante dos entendimentos aqui mencionados os sistemas sociais dependem da 
voluntariedade de pessoas e instituições, que dividem os mesmos valores, as teorias 
consensuais partem dos seguintes postulados: toda sociedade é composta de 
 
24 
 
elementos perenes, integrados, funcionais, estáveis, que se baseiam no consenso 
entre seus integrantes. 
Diversas teorias sociológicas que buscam explicar o fenômeno criminal, entre 
eles estão a Escola de Chicago, a associação diferencial, a anomia, a subcultura 
delinquente, o labelling approach e a teoria crítica (radical). 
5.2.1 Escola de Chicago 
De acordo com PENTEADO (2020) uma teoria criada pela Universidade de 
Chicago, determinou a teoria da desorganização social, que expressa que a partir da 
Revolução Industrial bem como uma grande expansão do mercado que ocasionou 
uma aproximação entre as classes, ainda um crescimento desordenado da cidade de 
Chicago, culminando em graves problemas sociais, econômicos, culturais etc. ainda 
de acordo com o supracitado autor essas mudanças proporcionaram um ambiente 
que favoreceu a instauração da criminalidade, passando então a escola de Chicago a 
usar os inquéritos sociais na investigações dos crimes ocorridos. 
A partir dessas investigações tornou-se possível criar um perfil de carreira 
delitiva, a partir de uma metodologia que encontrou no mapa da cidade o ponto de 
partida dos eventos. 
5.2.2 Associação diferencial 
O sociólogo americano Edwin Sutherland (1883-1950), criou a denominada 
teoria de consenso, inspirado em Gabriel Tarde, os denominados crimes do colarinho 
branco, nome esse para designar os autores de crimes específicos, que se 
diferenciavam dos criminosos comuns. 
 
25 
 
Teoria essaque afirma a respeito do comportamento criminoso que este é 
aprendido, nunca herdado como acreditava Lambroso, observando assim as 
definições entre favoráveis e desfavoráveis ao delito. 
5.2.3 Anomia. Subcultura delinquente 
A anomia também é conforme mencionado anteriormente como teoria do 
consenso, de acordo com os doutrinadores que estudam a anomia, a sociedade é um 
todo orgânico que se encontra de forma articulada com o objetivo de funcionar de 
forma perfeita, a qual necessita que os indivíduos se relacionem em um ambiente 
comum bem como possuam valores e regras comuns. 
Havendo assim a necessidade de resgatar o Estado toda vez que este falhar, 
pois conforme preleciona PENTEADO (2020): 
(...) o fracasso no atingimento das aspirações ou metas culturais em razão da 
impropriedade dos meios institucionalizados pode levar à anomia, isto é, a 
manifestações comportamentais em que as normas sociais são ignoradas ou 
contornadas. (PENTEADO, p. 86, 2020) 
Desse modo, a anomia diz-se de uma situação em que o Estado se encontra 
fora de ordem, ou seja, um conflito cultural ou de normas cujo sistema de valores 
esteja em conflito com outro segmento. 
5.2.4 Subcultura delinquente 
Criada pelo sociólogo Albert Cohen (Delinquent boys, 1955), a teoria subcultura 
delinquente é tida como teoria do consenso, e ainda possui três ideias básicas as 
quais sustentam a subcultura: 
 O caráter pluralista e atomizado da ordem social. 
 A cobertura normativa da conduta desviada. 
 
26 
 
 As semelhanças estruturais, na gênese, dos comportamentos regulares 
e irregulares. 
 
Contrária a noção de ordem social ofertada pela criminologia tradicional, possui 
a premissa de que se identificam como exemplos de gangues de jovens delinquentes, 
onde, um garoto passa a aceitar os valores daquele grupo, passando a tê-los como 
seus. 
Ainda assim a subcultura delinquente é caracterizada por três fatores: 
 Não utilitarismo da ação: quando se observa que muitos delitos não 
possuem uma motivação racional. 
 Malícia: trata-se de uma conduta pelo simples prazer de prejudicar o 
outro. 
 Negativismo: nasce a partir de um negativismo em relação à sociedade. 
 
5.2.5 Labelling approach (interacionismo simbólico, etiquetamento, rotulação 
ou reação social) 
Também conhecida como uma teoria de conflito, a qual surgiu em 1960, nos 
Estados Unidos, pela qual a criminalidade não é uma qualidade da conduta humana, 
mas sim consequência de um processo, onde o enfoque é o processo de interação 
onde o indivíduo é chamado de criminoso. 
Segundo estudiosos a teoria da rotulação cria um estigma para os condenados 
gerando desigualdades. 
 
27 
 
5.2.6 Teoria crítica ou radical 
PENTEADO (2020) afirma a respeito da teoria crítica ou radical que essa teoria 
afirma, em relação as condutas delituosas dos menos favorecidos são efetivamente 
perseguidas, ao contrário do que acontece com a criminalidade dos poderosos. 
De acordo com a teoria, de origem marxista, a realidade não é neutra, 
permitindo que se verifique todo o processo de estigmatização da população 
marginalizada, se estendendo também aos trabalhadores. 
De acordo com os doutrinadores essa classe é alvo preferencial do sistema 
punitivo, sistema esse que visa criar um temor diante da possibilidade da 
criminalização e da prisão que possuem o objetivo de manter a estabilidade da 
produção e da ordem social, cujas principais características da corrente crítica são: 
 A concepção conflitual da sociedade e do direito (o direito penal se 
ocupa de proteger os interesses do grupo social dominante); 
 Reclama compreensão e até apreço pelo criminoso; 
 Critica severamente a criminologia tradicional; 
 O capitalismo é a base da criminalidade; 
 Propõe reformas estruturais na sociedade para redução das 
desigualdades e, consequentemente, da criminalidade. 
 
5.3 Psicologia criminal 
A psicologia criminal também conhecida como psicologia jurídica ou psicologia 
forense, a psicologia criminal então se refere à aplicação da psicologia no sistema 
legal, ou seja, no mundo jurídico, tendo o seu foco voltado para a denominada 
psicologia clínica. 
 
28 
 
De acordo com HUSS (2011) a psicologia forense possui um ponto de 
interseção entre a psicologia clínica e o direito, onde, seu foco é: a avaliação e o 
tratamento de indivíduos dentro de um contexto legal, incluindo ainda conceitos como: 
psicopatia, inimputabilidade, avaliação de risco, danos pessoais e responsabilidade 
civil. 
Existe também a nível de informação a psiquiatria forense que se diferencia da 
psicologia forense, pois os psiquiatras são doutores em medicina e por isso são 
licenciados para prescrever medicamentos. 
Ainda a psicologia forense se divide em várias áreas, por exemplo: 
 Psicologia policial: é aquela que se dedica a estudar o perfil criminal, ou 
seja, a adequação para avaliações de responsabilidade bem como 
negociação de reféns. 
 Psicologia penitenciária: é aquela que atua nas questões pertinentes a 
instituições correcionais (prisões e cadeias). 
A psicologia jurídica se originou aproximadamente em 1900, o psicólogo 
alemão William Stern foi um dos pioneiros e direcionou o foco do seu estudo para a 
aplicação dos princípios psicológicos ao sistema legal que se baseou no estudo da 
identificação de testemunhas oculares. 
A prática clínica da psicologia bem como sua relação com o sistema legal 
iniciou-se mais ou menos na mesma época. 
Dessa forma a prática clínica da psicologia forense se originou com Lightner 
Witmer e William Healy. (HUSS, 2011) 
 
29 
 
5.3.1 Principais áreas da psicologia forense 
A psicologia forense possui uma divisão de papéis e tarefas que estão 
baseadas na separação legal entre o direito civil e criminal, de forma que o direito 
criminal baseia seus estudos nos atos contra a sociedade, onde é o governo que 
assume a responsabilidade e se encarrega dos assuntos criminais por meio de oficiais 
da lei e promotores. (HUSS, 2011) 
Enquanto o objetivo do direito criminal é punir os infratores, buscando manter 
um senso de justiça na sociedade e prevenir o crime, leva o estado, ou o governo, a 
agir em nome da sociedade. 
O Estado então como autor de um processo apresenta uma acusação contra o 
réu quando observa que o indivíduo violou a lei criminal. 
 
DIREITO CRIMINAL DIREITO CIVIL 
Avaliação de risco no momento da 
sentença 
Guarda dos filhos 
Inimputabilidade e responsabilidade 
criminal 
Responsabilidade civil 
Capacidade para se submeter a 
julgamento 
Danos pessoais 
Tratamento de agressores sexuais Indenização a trabalhadores 
 
30 
 
Transferência do jovem para tribunal 
adulto 
Capacidade para tomar decisões 
médicas 
Fonte: HUSS, p. 26, 2011 
 
5.4 Biologia criminal 
PENTEADO (2020) traz um capítulo que trata das teorias bioantropológicas, ou 
seja, teorias biológicas as quais foram desenvolvidas por Lambroso, onde analisa as 
esferas morfológicas e fisiognômicas. 
A biologia criminal se baseia em estudos feitos em relação as proporções do 
organismo humano e visam através de comparações e estatísticas, a partir de estudos 
fazer essa comparação. 
Alphonse Bertillonn conforme cita PENTEADO (2020) fundou em 1870 o 
primeiro laboratório de identificação criminal, o qual se baseava nas medidas do corpo 
humano, sistema esse que se espalhou rapidamente por toda Europa e Estados 
Unidos. 
Após o desenvolvimento da teoria supracitada, surgiram outras teorias, as 
chamadas: teorias dos tipos de autor (Kretschmer, 1921) e das personalidades 
psicóticas (Schneider, 1923); Kretschmer (tipos de autor) diferenciou quatro tipos de 
constituição corporal. 
Na teoria biológica, acreditava-se que o indivíduo criminoso era um ser 
organicamente diferente do cidadão normal, e que isso explicava a sua predisposição 
para o crime. 
 
31 
 
De forma que os fatores genéticos transmitido as gerações os denominados 
cromossomosdo delito. 
PENTEADO (2020) afirma que a partir do ano de 2000 é que os cientistas 
conseguiram identificar que os genes, ou seja os cromossomos carregam 
características específicas em relação ao sexo, raça, estatura, chegando a 2008, 
onde, HASSEMER, chegou a uma conclusão de que só se consegue estudar o desvio 
criminal através da pessoa em si, e não pelos seus genes. 
 
6 CONTROLE SOCIAL 
Para VIANA (2020) o controle social é o último objeto da criminologia, o qual se 
associa a capacidade que uma sociedade tem de se autorregular, baseada em 
princípios e valores estabelecidos pela mesma através de instrumentos de 
mecanismos e processos que são inevitáveis. 
Não existe uma ordem única de controle social, diante dessa afirmação o 
controle é uma expressão genérica que a partir de mecanismos idôneos buscam 
produzir um padrão de conduta que não se relaciona com os padrões sociais. 
Para que se aproxime ao tão desejado controle social existem alguns 
elementos que são fundamentais a forma de controle social, que são: 
 A existência de normas. 
 A disponibilidade de mecanismos de direção comportamental. 
Estes mecanismos buscam fazer com que os indivíduos sejam capazes de 
seguir um certo padrão, uma vez que o indivíduo decida por não seguir esse padrão, 
ou seja, desobedeça essas normas, ele, será punido. 
 
32 
 
O controle social é também denominado controle regulativo, por meio do qual 
o Estado se utiliza de mecanismos como: polícia, administração penitenciária, 
ministério público, juiz, com o objetivo de controlar a criminalidade. 
Entende-se que as normas e sanções previstas não são suficientes para a 
“socialização” do indivíduo, fazendo-se necessário um sistema jurídico que se 
encarregue de uma série de normas e sanções compor denominado controle social 
informal. 
7 TIPOLOGIAS CRIMINOLÓGICAS: 
A criminologia é dividida pela doutrina em quatro classes: criminologia 
científica, criminologia acadêmica, criminologia clínica e criminologia aplicada. 
A criminologia científica: é baseada em um conjunto de conhecimentos, teorias, 
resultados e métodos, objetivando um estudo apropriado a respeito do delinquente, 
da vítima, seu fim é a investigação. 
A criminologia aplicada se constitui a partir de criminologias científica e 
empírica, criada por juízes, funcionários, profissionais que formam parte do sistema 
penal. 
A criminologia acadêmica é constituída pela sistematização, ensino ou 
disseminação do conhecimento da criminologia em geral, ou seja, é uma criminologia 
didática, bastante eficaz aos profissionais da área jurídica. 
A criminologia analítica: tem por objetivo observar se as demais criminologias 
estão cumprindo o seu objetivo. 
A criminologia clínica é a ciência das condutas antissociais e criminais baseia-
se na observação bem como na análise de cada casos e indivíduo, possui dinâmica 
própria. 
 
33 
 
Para finalizar a criminologia crítica também conhecida como: criminologia 
radical ou moderna, entende-se uma criminologia insuficiente e incapaz de explicar o 
fenômeno da criminalidade. 
 
A CRIMINOLOGIA COMO CIÊNCIA 
INSTITUTO CONTEÚDO ITEM 
 
 
CONCEITO 
Garofalo Ciência do delito. 2 
 
Quintiliano 
Saldaña 
Ciência do crime 
ou estudo científico 
da criminalidade, 
suas causas e 
meios de combate-
la. 
 
 
 
Afrânio Peixoto 
Ciência que estuda 
o crime e o 
criminoso, isto é, a 
criminalidade. 
 
 
 
Ernst Seeling 
Parte do 
pressuposto que 
tanto a 
Criminologia 
quanto o Direito 
Penal são ciências 
 
 
34 
 
do crime e define 
aquela como 
conduta psíquica – 
corpórea e culposa 
de um homem, que 
por ser contrária à 
sociedade, é 
juridicamente 
proibida e 
ameaçada com 
uma pena. 
Garcia- Pablos de 
Molina 
Ciência empírica e 
interdisciplinar que 
tem por objeto os 
crimes, o 
criminoso, a vítima 
e o controle social 
do comportamento 
delitivo; e que 
provê uma 
informação válida, 
contrastada e 
confiável sobre a 
gênese dinâmica e 
variáveis do crime, 
bem como sobre 
sua eficaz 
prevenção, as 
 
 
35 
 
formas e 
estratégias de 
reação a esse e as 
técnicas de 
intervenção 
positiva no infrator 
e na vítima. 
Fonte: VIANA, p. 192.2020 
 
8 INSTÂNCIAS DE CONTROLE DA CRIMINALIDADE 
A vida em sociedade exige do cidadão um certo nível de comportamento, ou 
seja, de limites de forma a não prejudicar direito alheio ou próprio, visando garantir 
assim a paz entre todos os cidadãos. 
Para que haja um controle entre os cidadãos existe por parte do Estado 
conforme mencionado anteriormente: Estabelece-se, por conseguinte, o controle 
social como o conjunto de mecanismos e sanções sociais que visam à submissão do 
homem aos modelos e normas de convívio comunitário (SHECAIRA, 2008. apud 
VIANA, 2020). 
Dessa forma para que exista um controle social adequado, faz-se necessário 
que se implemente um controle social informal, que é aquele onde é necessária a 
participação integrante da família, escola, igrejas, ciclo profissional e etc., assim como 
um controle social formal, o qual é o “controle estatal” que é representado pela polícia, 
Ministério Público, a Justiça, havendo necessidade até mesmo as Forças Armadas 
bem como a Administração Pública. 
 
36 
 
INSTÂNCIAS DE CONTROLE 
Informal – Sociedade Civil Formal – Estado 
Família Polícia 
Escola Ministério Público 
Igrejas 
Ciclo profissional Poder Judiciário 
Fonte: PENTEADO, p.173, 2020 
 
Quanto aos chamados órgãos informais de controle, destaca-se as entidades 
que atuam na “educação” do indivíduo, ou seja, é o processo de socialização pelo 
qual o indivíduo passa durante toda a sua existência, conforme mencionado no início 
deste capítulo o contexto que o indivíduo convive durante toda sua existência que 
exige cordialidade, um certo grau de dependência entre as partes e assim 
automaticamente o controle. 
Sabe-se que a família é o primeiro instituto de controle informal com o qual o 
indivíduo tem que lidar PENTEADO (2020) menciona: 
 Aliás, a família, como célula nuclear da sociedade, é diretamente 
responsável pela moldura do caráter e comportamento de seus integrantes, 
caracterizando-se a necessária autoridade dos pais em decorrência do 
binômio exemplaridade – amor. (PENTEADO, p. 174, 2020) 
Outro mecanismo bastante importante ao controle informal é a escola, na qual 
também entendida com a função de educar o indivíduo e impor os limites, talvez seja 
 
37 
 
o primeiro lugar onde este tenha realmente um encontro com a diversidade de 
indivíduos, raças, crenças, religiões e é ali que aprende as respeitar a todos com suas 
crenças, formas de ser, vestir é onde aprende a se organizar melhor, questões como 
horário para cada coisa. 
Levando então o educador a ter uma importante missão na imposição e 
entendimento de que é necessário o limite e o respeito. 
Outro fator importante quando se trata do controle informal, é o ciclo 
profissional, pela questão mesmo do respeito à uma “autoridade”, onde a duração do 
período no emprego irá depender de requisitos como: disciplina, trato com superiores, 
relacionamento com os colegas, bem como atendimento aos clientes (quando 
houver), e etc. 
As igrejas também são uma comunidade de convivência, além do fato de existir 
o entendimento de uma divindade, ou seja, um Deus que observa as atitudes de cada 
um, também se torna um importante fator de controle social. 
Já as instâncias de controle formal, são aquelas onde se observa a ameaça de 
punição, ou seja, uma sanção ao indivíduo caso este “desobedeça” às regras de 
convivência, de forma que o Estado busca impor-se coercitivamente. 
Quando se fala em controle social formal observa-se que este é seletivo e 
discriminatório, e segundo PENTEADO (2020), leva ao desenvolvimento de carreiras 
criminais e desvios secundários. 
Na instância de controle formal observa-se através da polícia que quando o 
indivíduo cometeum crime, surge para o Estado o ius puniende, ou seja, o dever de 
punir, este direito de punir do Estado se vincula a necessidade de manter-se a 
harmonia social. 
No entanto, o ius puniende não pode ser exercido de forma arbitrária, de forma 
que é exercido por meio da persecução penal, ou seja, persecuti criminis, e 
 
38 
 
observância ao devido processo legal e a ampla defesa, realizado após a investigação 
policial. 
Nos casos em que a necessidade entra em campo a segunda instância de 
controle, que é a atuação do Ministério Público: com a propositura da ação penal e 
consequente instauração da instância judicial, mas também por meio de outros 
instrumentais de sua alçada, como o inquérito civil, a ação civil pública e o termo de 
ajustamento de conduta, a denúncia criminal, como proposta de estabelecimento de 
pena ao autor de um fato delituoso, imprime o caráter estigmatizante com maior 
intensidade. 
Ainda assim, encontra-se o terceiro mecanismo de controle formal que decorre 
na Justiça, ou seja, pelo Poder Judiciário, onde, a existência de uma sentença 
condenatória transitada em julgado, podendo exercer o poder do Estado até mesmo 
a pena mais grave que é a pena privativa de liberdade. 
 
9 CRIMINOLOGIA CULTURAL: NOÇÕES INICIAIS 
Século XXI, cheio de novidades tecnológicas, onde a sociedade vivencia a era 
da informação, de forma que a mídia se reinventou, observa-se que a velocidade de 
informação é quase instantânea. 
Os indivíduos diante de seus computadores, notebooks, smartphones em 
frações de segundo se conectam, o homem ao universo digital. 
Assim, a rede mundial de computadores espalha diversas informações em 
segundos, são: propaganda, política, comércio, notícias, esporte etc, todas veiculados 
em instantes. 
 
39 
 
Tem-se observado transmissões ao vivo vistas em todas as mídias eletrônicas, 
levando os espaços e distâncias a serem abreviados, modernidade e comodidade, 
que acabou por facilitar a vida do homem moderno, dessa forma o que se entende é 
que a internet desconhece limites. 
Também criou um mundo onde: ofensas, ameaças, bullying, racismo, 
terrorismo, fraudes, pedofilia, prostituição e outras práticas antissociais são 
crescentes na mídia digital, assim, o ciberespaço torna-se terra livre e a dark web não 
é só uma lenda, fazendo-se necessário mecanismos de controle também nas mídias. 
Ainda, as diversas notícias de aumento de criminalidade, trazendo sensação 
de insegurança e levando o poder público a aumentar policiamento em busca de 
diminuir a sensação de insegurança, notícias do mundo todo, bem como a divulgação 
das estatísticas oficiais, diversas denúncias de uma polícia corrupta, governos 
contaminados a exemplo da “Operação Lava Jato”. 
Fazendo emergir a criminologia cultural: 
 (...) por meio da análise das expressões culturais urbanas em caráter de 
resistência e confrontação da estética cultural dominante e é importante 
ferramenta na verificação de tais fenômenos, vez que seu estudo parte de um 
modelo intervencionista que busca observar o crime sob o enfoque da cultura, 
ou seja, a compreensão sobre o que se define como criminologia cultural 
deve passar pela análise do crime e do controle social com olhos atentos às 
interações culturais”. 
Os criminólogos analisam todo o contexto cultural de uma sociedade para a 
verificação dos fatores que influenciam as interações sociais, quer sob a 
forma de arte, pintura, música ou qualquer outro símbolo que possa servir de 
suporte a comportamentos humanos contemporâneos. (PENTEADO, p. 185. 
2020) 
 
 
40 
 
9.1 Criminologia cultural, subculturas delinquentes e comportamentos 
desviantes 
PENTEADO (2020) menciona que a partir dos anos 1970 que se iniciou o que 
se entende hoje por criminologia cultural, onde, observou-se a mudança em algumas 
subculturas que ao desempenharem um papel de resistência alternativa às instâncias 
de controle social e político, por intermédio da simbologia e da influência da mídia. 
A denominada criminologia cultural, possui uma relação de indivíduos que não 
aceita limites nos seus métodos de estudo, na medida em que a sociedade está em 
constante mutação, sempre passível de inovações comportamentais, sendo então, a 
denominada criminologia cultural é um campo fecundo e vasto para a análise ampla 
da criminalidade, seus efeitos midiáticos e reflexos no sistema criminal. 
 
10 CRIMINOLOGIA CLÍNICA 
PENTEADO (2020) conceitua a Criminologia clínica como a ciência que, a partir 
de conceitos, princípios e métodos de investigação médico-psicológicos sociais e 
familiares, ao observar o indivíduo condenado, com base nas investigações e de como 
se dá a dinâmica de sua conduta criminosa, examinando sua personalidade, bem 
como suas perspectivas de desdobramentos futuros para, a partir de então propor 
estratégias de intervenção. 
Diante da afirmativa anteriormente mencionada de que a conduta criminosa é 
uma conduta errônea fora da normalidade, a criminologia busca então compreender 
como ocorrem, de onde se derivam, para a partir de um exame criminológico encontrar 
seu controle. 
 
41 
 
Também já foi mencionado o fato da criminologia ser uma disciplina 
interdisciplinar que busca em outras ciências métodos para identificar o 
comportamento criminoso bem como buscar estratégias. 
A criminologia clínica busca conhecer o indivíduo por traz do crime, 
interessando-se pelos motivos que o levam a ter a atitude criminosa, bem como o 
apoio a família do detento. Conforme demonstra a tabela a seguir: 
 
 Antropologia 
Clínica 
Criminologia 
Clínica Tradicional 
Criminologia 
Clínica Moderna 
Enfoque Raça Indivíduo Indivíduo e seu 
meio e contexto 
Causa Atavismos e taras Personalidade 
(estado perigoso) 
Multifatores 
internos e externos 
Concepção Predeterminismo 
racial 
Predeterminismo 
individual 
Reconhece o 
continuum 
delinquência e não 
delinquência 
Objetivo Segurança social 
e cura 
Tratamento Reabilitação e 
reintegração social 
Fonte: PENTEADO, p. 201. 2020 
 
 
42 
 
11 PERSONALIDADE X CRIME 
A criminologia tenta a partir de estudos da personalidade humana traçar o perfil 
do criminoso. Lambroso, acreditava que o indivíduo nascia criminoso, no entanto com 
a evolução dos estudos entendeu-se que a criminalidade não nasce com o criminoso 
é algo que se aprende. 
Diante dessa afirmativa PENTEADO (2020) especifica que alguns 
doutrinadores entendem que não existe diferença entre a personalidade do indivíduo 
delinquente e não delinquente, de modo que não se pode conceituar esta 
personalidade em normal ou anormal. 
A inter-relação entre personalidade e conduta dá-se da seguinte forma: a 
personalidade é a matriz de produção da ação e define as condições e 
modalidades do agir, enquanto a conduta é o processo de materialização da 
personalidade. (PENTEADO, p. 208. 2020) 
Os resultados que a criminologia tem chegado ao estudar indivíduos 
reincidentes é de que eles não possuem uma personalidade criminosa, mas que os 
indivíduos estudados não se distinguem dos indivíduos ditos normais. 
Alguns entendimentos determinantes da criminologia moderna a respeito da 
personalidade criminosa é de que o indivíduo reage de acordo com o meio em que 
vive, e que algumas vivências de alguns indivíduos e a forma como eles recebem ou 
seja, as formas como eles lidam com essas experiências fazem com que eles em dado 
momento da vida entendam ser normal. 
Em dado momento da existência destes indivíduos eles aceitam essa história 
de vida e a assumem como uma modalidade de vida. 
 
 
43 
 
11.1 A agressividade do ser humano 
Ainda dentro do conceito da personalidade e do que se pode entender na leitura 
do capítulo anterior, o indivíduo conforme já mencionado reage como uma forma de 
resposta ao ambiente em que vive. 
Violência e agressividade são sinônimos, no entanto, possuem diferentes 
interpretações, a violência é o comportamento consideradodestrutivo uma vez que 
dispendido contra indivíduos da mesma espécie, em situações que caberiam outro 
tipo de comportamento. 
A criminologia então buscará estudar a partir do indivíduo agressor, do 
indivíduo agredido bem como de um terceiro, que poderá ser uma testemunha, 
devendo ainda observar se houve dolo na agressão. 
Entende-se então que pode existir agressão com ou sem violência, bem como 
violência sem agressão, entretanto a violência sugere a necessidade de ação do 
agressor. 
Podendo de acordo com PENTEADO (2020) a agressão ser uma agressão por 
comportamento inato ou por comportamento adquirido, o autor ainda preleciona a 
existência de uma banalização da violência observada pela doutrina que acaba por 
criar de maneira inconsciente um espírito coletivo agressivo. 
 
 
 
 
 
 
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12 BIBLIOGRAFIA: 
GOMES, Christiano Gonzaga. Manual de criminologia. 2. ed. São Paulo: Saraiva 
Educação, 2020. 
Huss, Matthew T. Psicologia forense: pesquisa, prática clínica e aplicações. 
tradução: Sandra Maria. revisão técnica: José Geraldo Vernet Taborda. Porto Alegre: 
Artmed, 2011. 
MOLINA, Antonio García-Pablos de. Criminologia. Ed. Revista dos Tribunais, 5ª 
edição, SP, 2006 
PRADO, Regis, L. Criminologia. Disponível em: Minha Biblioteca, (4th edição). Grupo 
GEN, 2019. 
SANCHES, Rogério. Direito penal. Disponível em: 
<https://env1.cursopopulardefensoria.com.br/> Acesso em: ago, de 2021. 
VIANA, Eduardo. Criminologia. 9ª ed. ver. atual. e ampl. ed. JusPodvim. 2021. 
 
 
 
 
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