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Abordagem do paciente com tosse, cianose, dispneia e hemoptise

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1 Maria Clara Cavalcante 
Abordagem do paciente com tosse, cianose, dispnéia e hemoptise 
Tosse 
A tosse é uma queixa frequente 
Existem muitos fatores causadores da tosse 
O corpo humano possui muitas áreas tussígenas 
Causa desconforto pessoal e social 
É um sintoma, mas as vezes um sinal, porém é 
principalmente um mecanismo de defesa. 
Sem um reflexo de tosse efetivo, corremos risco de 
reter secreções e material aspirado nas vias 
respiratórias. Porém, em outro extremo, a tosse 
excessiva pode complicar em: 
• Vômitos 
• Síncope 
• Dor muscular 
• Fraturas das costelas 
• Agravamento de hérnias inguinais ou 
abdominais 
• Incontinência urinária 
A tosse pode ser um indício da presença de doenças 
respiratórias. 
Para certos germes é a maneira como ele consegue se 
deslocar de uma pessoa para outra 
É um mecanismo de defesa para expelir agentes 
irritativos, corpos estranhos e secreções da árvore 
respiratória, através de um mecanismo explosivo das 
vias aéreas que envolve zonas tussígenas, SNC, órgãos 
respiratórios e musculatura acessória da respiração 
É desencadeada pela recepção/ativação de receptores 
vaniloides tipo 1 
É um reflexo fisiológico 
Possuímos receptores para tosse até a 17ª geração 
de brônquios 
As pregas vocais se fecham, a musculatura da faringe 
se contrai, gerando uma pressão intercostal 
Circunstâncias: fatores ambientais ou pessoais 
Fatores atenuantes: “melhora a noite ou com 
remédios?” 
Manifestações associadas: dispneia 
Tipos de tosse: 
Tosse aguda Tosse crônica 
Dura até 3 semanas 
Tuberculose 
Resfriado 
Sinusite bacteriana 
Coqueluche 
Bronquite aguda 
Rinite alérgica 
Irritantes ambientais 
Pneumonias 
Insuficiência cardíaca 
Embolia pulmonar 
Engasgos 
Após 8 semanas 
Tuberculose 
Gotejamento pós-nasal 
Asma 
Refluxo gasteoesofágico 
Tosse prolongada pós-
resfriado 
Tabagismo 
Remédios da classe dos 
inibidores de 
angiotensina – 
aumentam a 
bradicinina, ativando a 
musculatura lisa 
Bronquite eosinofílica 
Mecanismo da tosse 
Tosse espontânea é desencadeado por estimulação de 
extremidades nervosas sensoriais. 
Reflexo de Arnold – mecanismo da tosse 
Classificação 
É classificada para facilitar o seu diagnóstico 
➔ Aguda: até 3 semanas 
➔ Subaguda: 3 – 8 semanas 
➔ Crônica: Após 8 semanas 
Pode ter características como: 
➔ Produtiva 
➔ Seca 
A tosse produtiva tem origem brônquica enquanto a 
tosse tem origem fora da árvore brônquica, podendo 
ser até do ouvido ou até mesmo por refluxo 
gastroesofágico 
O som que a pessoa emite também é importante, se é 
com: 
Geralmente essa tosse é mais aguda 
➔ Estridor 
➔ Timbres 
➔ Sibilos 
A sua duração é relacionada não ao tempo que foi 
adquirida e sim com a relação a frequência -> 
quintosa -> a pessoa tosse, aspira e tem tempo de 
respirar normalmente 
Na tosse quintosa a pessoa tosse 5 vezes sem 
conseguir inspirar. 
 
2 Maria Clara Cavalcante 
A coqueluche causa uma tosse muito intensa, porém, 
por exemplo, se em uma enfermaria de pessoas com 
coqueluche um dos pacientes começar a tossir, os 
outros também irão tossir. Essa reação é 
desencadeada devido a um reflexo do centro 
nervoso, ou seja, a pessoa lembra que está com a 
doença e tosse. 
É necessário observar a relação do momento: 
➔ Tosse a noite 
➔ Tosse durante o dia 
E fazer uma relação com o local onde acontece 
Fatores desencadeantes também são importantes, 
como locais, alimentos... 
Ao inspirar, a glote irá fechar, os pulmões irão se 
encher de ar e vai criar uma pressão. A musculatura 
acessória que irá ajudar a fazer essa compressão. A 
glote abrirá abruptamente e terá uma capacidade 
muito grande de expelir partículas, secreções etc. 
Tosse ineficaz 
Tosse fraca 
Compromente a capacidade de limpar as infecções do 
trato respiratório inferior, predispondo a infecções 
mais graves e suas sequelas 
Causas principais: 
• Fraqueza 
• Paralisia 
• Dor nos músculos expiratórios (abdominal e 
intercostal) 
A força da tosse é, em geral, avaliada 
qualitativamente. 
O pico do fluxo expiratório ou a pressão expiratória 
máxima na boca pode ser usado como marcador 
substituto para a força da tosse. 
Causas: 
• Força do músculo expiratório diminuída 
• Força do músculo inspiratório diminuída 
• Deformidade da parede torácica 
• Fechamento glótico prejudicado ou 
traqueostomia 
• Traqueomalacia 
• Secreções de vias respiratórias anormais 
• Depressão respiratória central (p. ex., 
anestesia, sedação ou coma) 
Tosse sintomática 
A tosse proveniente da bronquite crônica em 
fumantes de longo prazo raramente leva o paciente a 
procurar ajuda médica. Ela dura apenas segundos a 
poucos minutos, é produtora de escarro mucoide de 
aparência benigna e geralmente não causa 
desconforto 
A duração da tosse é a pista para a sua etiologia 
➔ Aguda: até 3 semanas 
Infecção no trato respiratório, aspiração ou inalação 
de agentes químicos nocivos ou fumaça 
➔ Subaguda: 3 – 8 semanas 
Resíduo comum de traqueobronquite 
“Síndrome tussígena pós-viral” 
➔ Crônica: Após 8 semanas 
Causada por ampla variedade de doenças 
cardiopulmonares, infecciosas, neoplásicas... 
Ex: Asma, refluxo gastresofágico, mediações 
(inibidores de angiotensina) são causas mais comuns 
Avaliação da tosse crônica: 
A tosse produtiva tem origem brônquica 
A tosse tem origem fora da árvore brônquica 
Uma boa anamnese pode ajudar a saber a etiologia da 
tosse , com fatores de melhora e piora e o início dela, 
se há a produção de escarro ou não... 
No exame físico é bom procurar por pistas de 
presença de doenças cardiopulmonares, além de 
sibilos ou crepitações 
Radiografia torácica 
Em paciente com tosse produtiva crônica, o exame do 
escarro eliminado é necessário, pois a determinação 
da causa da hipersecreção de muco é de importância 
fundamental. 
Tosse crônica com radiografia torácica normal: 
“Síndrome de tosse por hipersensibilidade” 
Causa de tosse crônica refratária. Se apresenta com 
tosse seca ou pouco produtiva, além de pigarro na 
garganta que piora ao falar, rir, fazer exercícios... 
É mais comum em mulheres e pode durar anos 
Causas da tosse: 
 
3 Maria Clara Cavalcante 
Infecção bacteriana ou viral 
Inicialmente as infecções bacterianas não dão para 
distinguir das virais 
O primeiro local para a verificação é a orofaringe 
A corda vocal também é uma causa comum de tosse 
Além disso, se há algum irritante nas pleuras é normal 
que haja tosse 
O coração muitas vezes pode ocasionar tosse por arco 
reflexo. Pessoas com arritmias intensas tossem e 
aquilo ajuda a diminuir a arritmia 
As crianças possuem a Trompa de Eustáquio mais 
horizontal que os adultos, logo, se comerem deitados 
a comida vai para o ouvido pela trompa de Eustáquio, 
que vai desde a orofaringe até o ouvido. 
➔ Trompa de Eustáquio 
• Mais horizontal em crianças do que em 
adultos 
• Vai desde a orofaringe até o ouvido 
Caso haja uma lesão na corda do tímpano, pode haver 
a perda do paladar e não ter nenhuma alteração no 
ouvido. 
➔ Reflexo de Arnold 
• Quando o ramo auricular do nervo vago 
estimula a sequência de eventos que ocorrem 
na medula para iniciar o mecanismo de tosse 
• Esôfago e certos órgãos abdominais também 
podem desencadear a tosse, vez que também 
são inervados pelo nervo vago 
Medicamentos como captopril, que atua através das 
bradicininas, podem desencadear tosse. 
25% das pessoas que usam captopril tossem e apenas 
3% o enalapril 
Consequências da tosse 
Alcançar o objetivo principal do mecanismo de defesa 
O ato de tossir irrita as vias aéreas 
Secreções e broncoespasmos: se tossir muito pode 
produzir secreções 
Vasodilatação 
Muitas vezes a irritação faz a manutenção da tosse 
O mecanismo do espirro é bem parecido com o da 
tosse 
Em certos casos de tosse severa pode acionar o centro 
do vômito 
Consideraçõesgerais 
A exposição regular à poluição do ar pode causar 
tosse e pigarro crônicos, bem como doença do trato 
respiratório inferior. 
Fumaça de combustíveis para cozinha doméstica e 
sistema de aquecimento em locais com ventilação 
inadequada; exposições tóxicas em ambientes de 
trabalho sem a implementação de padrões de 
segurança ocupacional; e substâncias químicas e 
particuladas em ambientes externos altamente 
poluídos são formas de poluição do ar que causam 
tosse. 
Há poucas opções terapêuticas disponíveis; o 
tratamento se concentra na melhora da qualidade do 
ar ambiente (p. ex., uso de chaminé para o forno 
doméstico), na remoção da exposição e no uso de 
máscara facial apropriada. 
Tratamento sintomático da tosse 
Tratamento empírico da tosse crônica idiopática 
mostra sucesso com: 
• Corticoides inalatórios 
• Broncodilatadores anticolinérgicos inalatórios 
• Antibióticos macrolíteos 
Os mais potentes são os narcóticos supressores da 
tosse, como codeína ou hidrocodona que parecem 
agir no “centro da tosse” – podem causar sono e 
constipação 
Dextrometorfano é um inibidor da tosse vendido sem 
receita médica, que age centralmente, com poucos 
efeitos colaterais e menor eficácia se comparado 
com os narcóticos supressores da tosse. Ele parece 
ter um local de ação diferente dos narcóticos 
supressores da tosse, podendo ser usado junto com 
eles, se necessário. Considera-se que 
o benzonatato iniba a atividade neural dos nervos 
sensitivos na via do reflexo de tosse. Ele geralmente 
não tem efeitos colaterais; contudo sua efetividade 
na inibição da tosse é variável e imprevisível. 
 
 
 
Hemoptise 
 
4 Maria Clara Cavalcante 
Expectoração de sangue pelo trato respiratório 
A primeira etapa é avaliar se o sangue vem da árvore 
respiratória, das cavidades nasais em si ou do TGI – 
pois as terapias são diferentes. 
O termo pode ser aplicado a: 
• Escarro sanguinolento 
• Secreção rosada e espumosa do edema 
pulmonar 
• Sangramento franco 
Anatomia e fisiologia 
Pode se originar em qualquer local to trato 
respiratório – glote até o alvéolo 
Porém, é mais comum se originar nos brônquios ou 
nas vias aéreas de médio calibre 
Característica única do pulmão que predispõe a 
hemoptise é o seu DUPLO SUPRIMENTO SANGUÍNEO 
– circulações pulmonares e brônquicas 
A maioria dos casos de hemoptise se deve a vasos na 
circulação brônquica e está sob a pressão sistêmica, 
dificultando a interrupção do sangramento 
Etiologia 
Resulta de infecção, câncer ou doença vascular 
➔ Infecções: 
A maioria se deve a bronquites virais 
Pacientes com bronquites crônicas tem risco de 
superinfecção bacteriana, por microrganismos como 
Streptococcus pneumoniae, Haemophilus 
influenzae ou Moraxella catarrhalis 
Devido a infecções bacterianas recorrentes, as vias 
aéreas com bronquiectasia ficam: 
• DILATADAS 
• INFLAMADAS 
• ALTAMENTE VASCULARIZAS 
Em séries de casos, a bronquiectasia é a principal 
causa de hemoptise maciça e morte subsequente 
A tuberculose era, há tempos, a causa mais comum 
de hemoptise no mundo todo, mas foi ultrapassada 
pela bronquite e bronquiectasias nos países 
industrializados. 
Agentes fúngicos (endêmicos), como Nocardia e 
micobactérias não tuberculosas podem apresentar 
doença pulmonar cavitaria complicada pela 
hemoptise 
Curiosidade 
A paragonimíase pode simular a tuberculose e é 
outra causa significativa de hemoptise a nível global; 
ela é comum no sudeste da Ásia e na China, embora 
tenham sido relatados casos na América do Norte a 
partir da ingestão de lagostins crus. Ela deve ser 
considerada como causa de hemoptise em pessoas 
que recentemente emigraram de áreas endêmicas. 
➔ Vasculares: 
A hemoptise comumente resulta de edema pulmonar 
por elevação da pressão sistólica final do VE – a 
expectoração do escarro no edema pulmonar é 
“rosado e espumoso”. 
Embolia pulmonar com infarto do parênquima pode 
apresentar hemoptise, apesar de a maioria dos 
embolos pulmonares não causarem ela 
Vaso ectásico em uma via aérea ou malformação 
arteriovenosa pulmonar podem ser fontes de 
sangramento. 
Apesar de rara a ruptura de uma fístula 
aortobrônquica pode causar sangramento maciço e 
morte súbita 
Hemorragia alveolar difusa é uma causa incomum de 
hemoptise. 
“Síndromes pulmonares-renais” podem levar a 
hemoptise e hematúria 
➔ Neoplasias malignas: 
Carcinoma broncogênico de qualquer histologia é uma 
causa comum de hemoptise 
Carcinomas de pequenas células e de células 
escamosas costumam ser centrais e têm mais chance 
de causar erosão dos vasos pulmonares principais, 
resultando em hemoptise maciça. 
Porém, as metástases pulmonares de tumores 
distantes (p. ex., melanoma, sarcoma, 
adenocarcinomas de mama e cólon) também podem 
causar sangramento 
O sarcoma de Kaposi, é muito vascularizado e pode 
surgir em qualquer lugar ao longo do trato 
respiratório – dos brônquios até a cavidade oral. 
Ou seja, carcinomas centrais ou mais distantes 
podem causar hemoptise. 
 
5 Maria Clara Cavalcante 
➔ Causas mecânicas e outras: 
Além das acima, há outros processos que podem 
causar a hemoptise 
A endometriose pulmonar causa sangramento cíclico, 
chamado de hemoptise catamenial. 
A aspiração de corpos estranhos também pode 
causar 
Procedimentos diagnósticos e terapêuticos 
Casos de trombocitopenia, coagulopatia, 
anticoagulação, terapias antiplaquetárias... 
Avaliação e manejo 
História: 
A primeira etapa é determinar a quantidade ou 
intensidade do sangramento 
➔ A descrição que o paciente faz do escarro (ex; 
raias de sangue, sangue vivo, coágulos) 
 
É fundamental avaliar se a quantidade de sangue é 
maciça 
 
 
 
 
 
 
 
Os pacientes raramente morrem de exsanguinação, 
em vez disso, tem maior risco de morte por asfixia 
pelo volume de sangue preenchendo em vias e 
espaços aéreos. 
Curiosidade: ao perguntar para o paciente, fazer o uso 
de referencias como xícaras. 
Uma boa anamnese pode apontar a causa de 
hemoptise 
➔ História de tabagismo ou perda ponderal não 
intencional aumentam as chances de câncer. 
Exame físico: 
1º) Revisão dos sinais vitais 
Presença de hipoxemia, taquipneia e taquicardia 
devem aumentar a preocupação 
Os médicos devem examinar as cavidades oral e nasal 
Observação do padrão respiratório 
O baquetamento digital pode sugerir doença 
pulmonar subjacente, como: 
• Câncer de pulmão 
• Fibrose cística 
Sinais de diátese hemorrágica (equimoses e 
petéquias) ou telangiectasias podem sugerir 
predisposição a hemoptise 
Exames diagnósticos: 
• Mensuração do hemograma completo 
Para avaliação de infecção, anemia ou tromocitopenia 
• Exame comum de urina 
para excluir doença pulmonar-renal 
Em pacientes com hemoptise de pequeno volume, 
pode-se realizar uma avaliação ambulatorial. 
TODOS os pacientes com hemoptise devem fazer 
exame de imagem do tórax 
Pacientes com fatores de risco para câncer (idade ou 
tabagismo) devem realizar exames adicionais. 
1º) Tomografia de tórax 
2º) Broncoscopia flexível (para excluir carcinoma 
broncogênico) 
Já em pacientes sem fatores de risco para câncer e 
com radiografia de tórax normal, o tratamento e o 
acompanhamento cuidadoso são eficientes 
Maciça 
400mL em 24 
ou 
100 – 150mL 
expectorados em 
uma única vez 
A hemoptise 
maciça só ocorre 
em 5 – 10% dos 
casos 
 
Esses números 
derivam do 
volume da árvore 
traqueobrônquica 
(geralmente 100 
– 200mL) 
 
 
6 Maria Clara Cavalcante 
Séries de casos mostram que pacientes com 
hemoptise e broncoscopias normais tem bons 
desfechos clínicos 
Intervenções: 
Quantidade maciça 
Objetivos: 
1º Proteger o pulmão que não está sangrando 
2º Localizar o foco de sangramento 
3º Controlar o sangramento 
➔ Proteção do pulmão que não está sangrando: 
É fundamental, pois a asfixia pode ocorrer 
rapidamenteSe o lado que sangra for conhecido, o paciente deve 
ser posicionado com o LADO SANGRANTE PARA 
BAIXO, a fim de usar a gravidade para manter o 
sangue fora do pulmão que não sangra. 
Deve ser EVITADA a intubação endotraqueal, a menos 
que realmente seja necessária. Se for necessária deve-
se proteger o pulmão não sangrante por meio de: 
• INTUBAÇÃO SELETIVA DE PULMÃO 
• INSERÇÃO DE TUBO ENDOTRAQUEAL DE 
DUPLO LÚMEN 
 
➔ A localização do ponto de sangramento: 
Radiografia de tórax 
Angiotomografia ajuda a localizar o extravasamento 
ATIVO 
Broncoscopia flexível é útil para identificar o lado 
sangrante, apesar de ter apenas 50% de chance de 
localizar o local – especialistas não chegam a um 
consenso sobre o momento para broncoscopia 
Na fibrose cística a broncoscopia flexível NÃO é 
recomendada, pois pode retardar o manejo definitivo 
Assim, é melhor passar direto para a angiografia 
➔ Controle do sangramento: 
O controle do sangramento pode ser obtido com 1 – 3 
maneiras: 
• A partir do lúmen da via aérea 
• A partir do vaso sanguíneo envolvido 
• Ressecção cirúrgica da via aérea ou do vaso 
envolvido 
O broncoscópio flexível pode ser usado para a 
aspiração de coágulos e a inserção de um cateter com 
balonete. 
A maioria das hemoptises maciças se originam na 
circulação brônquica e por isso a embolização de 
artéria brônquica é o procedimento de escolha para o 
seu controle - ela possui riscos (embolização da 
artéria espinal anterior é uma complicação conhecida, 
mas costuma ser bem-sucedida em curto prazo. 
A ressecção cirúrgica tem alta taxa de mortalidade e 
não deve ser tentada a menos que outras medidas 
iniciais tenham sido feitas e tenham falhado. 
Os candidatos ideias para a cirurgia tem doença 
localizada e parênquima pulmonar normal 
Considerações finais: 
Geralmente a pessoa elimina esse sangue, mas as 
vezes pode ser sem tosse 
Pode ser: 
• Leve (menos de 100mL) 
• Moderada (até 600mL) 
• Grave 
É necessário observar as características do sangue: 
• Puro 
• Espumoso 
• Necrose 
• Geralmente é sangue velho 
• Geleia 
• Mesclado 
É necessário saber a se há a presença de odor. 
• Odor muito acentuado - pensar em abcesso 
pulmonar (pacientes alcoolistas), necrose 
(tumor avançado de pulmão) 
Caverna pulmonar -> parece um “Buraco” no pulmão, 
realmente uma “caverna” 
Presença de sangue rosácea e expectoração 
espumosa possui origem alveolar (pode ser edema 
pulmonar) 
Sangue com aparência vermelha possui origem 
brônquica 
 
 
 
 
7 Maria Clara Cavalcante 
Cianose 
É a coloração azulada da pele 
Possui mecanismo central, periférico ou misto 
Central ou periférico está relacionado ao oxigênio 
Comumente acontece em distúrbios da hemoglobina 
(dificuldade de oxigenar o corpo) 
As causas pulmonares geralmente são as principais 
causas de cianose 
Fatores podem favorecer a cianose em alguns locais, 
como lábios e nariz devido a defesa do organismo, 
que faz uma vasoconstrição 
A temperatura também influencia a cianose 
As vezes a cianose não possui causa alguma, como nos 
recém-nascidos, basta aquecer a criança e o problema 
é resolvido. Pode ser central ou periférica: quanto 
mais CARBOXIHEMOGLOBINA, mais escuro o sangue 
fica. 
A diferença de cianose central e periférica é de nível 
semiológico 
CIANOSE 
CENTRAL 
CIANOSE 
PERIFÉRICA 
CIANOSE MISTA 
Baixa tensão de 
oxigênio no ar 
inspirado 
(grandes 
altitudes) 
Vasoconstrição 
por exposição 
ao ar ou água 
gelada 
 
Insuficiência 
cardíaca 
congestiva 
Alterações da 
ventilação 
pulmonar 
(tumor, corpo 
estranho, 
bronquite 
crônica) 
Fenômeno de 
Raynaud 
Hipotensão + 
lesão congestiva 
(sepse e embolia 
pulmonar) 
Alteração na 
oxigenação 
pulmonar 
(pneumonia, 
fibrose, 
congestão) 
Obstrução 
arterial 
 
Hipotensão 
grave 
 
Shunt sanguíneo 
direito-esquerdo 
Trombose 
venosa 
 
 
Cianose por alteração da hemoglobina 
Cianose por obstrução venosa: a pele adquire 
coloração entre cor a pele e azulada 
Cianose por obstrução arterial: a pele fica toda 
azulada/arroxeada 
Dispneia 
“Experiência subjetiva de angústia respiratória, que 
consiste em sensações qualitativamente diferentes 
com intensidades variáveis. Essa experiência é 
causada por interações de vários fatores fisiológicos, 
psicológicos, sociais e ambientais e pode desencadear 
respostas fisiológicas e comportamentais 
secundárias.” 
Ou seja, é a dificuldade de respirar 
Em contrapartida, a taquipneia é a aceleração da 
respiração (pode ser relatado pelo próprio médico) 
A dispneia, um sintoma, pode ser percebido apenas 
pela própria pessoa (sensação pessoal) – é comum em 
doenças causadoras de tosse 
FR normal – 18 – 22x por minuto 
Epidemiologia 
É comum 
A prevalência aumenta com a idade ( > 70 anos) 
O grau de dispneia pode predizer melhor os desfechos 
na DPOC 
A dispneia também pode predizer os desfechos de 
outras doenças crônicas cardíacas e pulmonares. 
Mecanismos subjacentes da dispneia 
“Aperto no peito” ou “falta de ar” 
Pode surgir por uma variedade de vias, incluindo: 
• Sinais aferentes do sistema respiratório para 
o SNC – SR -> SNC 
Estimulam o SNC, incluindo: 
• Quimiorreceptores periféricos – causando a 
sensação de “falta de ar” 
• Mecanorreceptores nas vias aéreas 
superiores, nos pulmões e na parede torácica 
• Sinais eferentes do SNC para os músculos 
ventilatórios – SNC -> SR 
Enviados a partir do SNC para os músculos 
ventilatórios. O medo e a ansiedade podem aumentar 
a sensação de dispneia por exacerbarem o distúrbio 
fisiológico subjacente em resposta a um aumento da 
FR. 
Particularmente quando há um desequilíbrio na 
sinalização das duas vias, pode ser “desequilíbrio 
eferente-aferente” 
 
8 Maria Clara Cavalcante 
A sensação de falta de ar provavelmente deriva de uma combinação de estímulos que aumentam 
o drive respiratório, como hipoxemia ou hipercapnia 
A dispneia surge em parte por desequilíbrio percebido entre mensagens eferentes para os músculos ventilatórios e 
sinais aferentes dos pulmões e da parede torácica. O aperto no peito, geralmente associado com broncospasmo, é, 
em grande parte, mediado por estimulação de receptores de irritação vagal. 
 Avaliação da dispneia 
 
 
 
 
 
 
Diagnóstico diferencial 
Dispneia crônica – sintomas duram mais que 1 mês 
 
 
Abordagem ao paciente 
Anamnese e exame físico + oximetria no teste da 
caminhada + avaliação do pico de fluxo 
➔ Diagnóstico? 
• Sim – tratar 
• Não – exames adicionais FASE 1 
FASE 1 
• Radiografia de tórax 
• Espirometria 
• ECG 
• Hemograma completo, painel metabólico 
➔ Diagnóstico? 
• Sim – tratar 
• Não - exames adicionais FASE 2 
FASE 2 
• TC de tórax 
• Volumes pulmonares 
• Teste de função neuromuscular 
• Ecocardiografia, teste cardíaco de estresse 
➔ Diagnóstico? 
• Sim – tratar 
• Não – Exames adicionais FASE 3 
0 Não perturbado pela falta de ar, exceto em esforços intensos 
1 Falta de ar ao caminhar em solo plano ou subir uma pequena inclinação 
2 Caminha mais devagar que as pessoas de idade semelhante em solo 
plano devido a falta de ar ou tem que parar para descansar ao caminhar 
em ritmo normal em solo plano 
3 Para a fim de descansar após caminhar 100 metros ou após caminhar por 
alguns minutos em solo plano 
4 Falta de ar grave demais para sair de casa ou dispneia com atividades da 
vida diária (ex. vestir-se) 
 
9 Maria Clara Cavalcante 
FASE 3 
• Considerar teste de esforço cardiopulmonar 
• Encaminhamento para subespecialidade 
FASE 1 FASE 2 FASE 3 
Radiografia 
de tórax 
 
Espirometria 
 
ECG 
 
Hemograma 
completo 
 
Painel 
metabólico 
 
 
5 exames 
 
TC de tórax 
 
Volumes 
pulmonares 
 
Testes de 
função 
neuromuscular 
 
Ecocardiografia 
 
Teste cardíaco 
de estresse 
 
5 testes 
Teste de esforço 
cardiopulmonar 
 
Encaminhamento 
para 
subespecialidade2 processos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Tratamento 
O primeiro objetivo é corrigir a(s) etiologia(s) 
subjacente(s) causadora(s) da dispneia, abordando as 
causas potencialmente reversíveis com o tratamento 
apropriado para determinada condição. Pode haver 
necessidade de múltiplas intervenções diferentes, 
pois a dispneia costuma ter causas multifatoriais. Se o 
seu alívio com o tratamento da condição subjacente 
não for completamente possível, deve-se tentar 
reduzir a intensidade dos sintomas e seus efeitos 
sobre a qualidade de vida do paciente. É necessário 
administrar O2 suplementar se a saturação de O2 em 
repouso for ≤ 88% ou se a saturação do paciente cair 
para esse patamar durante a atividade ou o sono. Foi 
demonstrado que os opioides reduzem os sintomas 
de dispneia, em grande parte por reduzir a sensação 
de falta de ar e, assim, provavelmente suprimindo 
o drive respiratório e influenciando a atividade 
cortical. Porém, os opioides devem ser considerados 
para cada paciente individualmente com base no 
perfil de risco-benefício com relação aos efeitos de 
depressão respiratória. Os estudos de ansiolíticos 
para dispneia não demonstraram benefício 
consistente. 
Considerações finais 
Exames complementares: 
• Raio X de tórax 
• Laringoscopia 
• Raio x dos seios da face 
• PPD 
• Endoscopia digestiva alta 
Exames físicos: 
• Orofaringe em todos os pacientes 
• Avaliar ouvido 
• Observar a tosse quintosa 
Classificar a dispneia de acordo com a escala de MRC: 
1- Quando o indivíduo tem IAM da coronariana 
direita ele tem sinais vogais 
2- Edema alveolar – diminuição do trabalho do 
coração causa uma diminuição do fluxo 
sanguíneo 
O acúmulo de líquido aciona os receptores J, que 
geram informações para o centro respiratório. 
Quando o ar entra em um alvéolo com líquido gera 
estertores, o que causa os ruídos escutados na 
ausculta 
Fisiopatologia da dispneia: 
Centro regulador da respiração: presente no bulbo. O 
bulbo cerebral possui quimiorreceptores sensíveis aos 
gases, que percebe que o CO2 está aumentado e 
manda uma informação para o córtex, que manda 
uma informação para a musculatura respiratória que 
realiza a respiração. 
Os sinais da respiração ocorrem através das vias C, 
que são vias rápidas. 
 
10 Maria Clara Cavalcante 
Receptores tipo J receptores interalveolares que 
geram aferencia ao centro respiratório, que gera 
dispneia. (acúmulo de líquido nos alvéolos) 
Metabolorreceptores: ficam no sistema 
musculoesquelético que geram informações para 
levar a dispneia. 
IMPORTANTE: 
Deve-se pedir ao paciente para descrever com suas 
próprias palavras o desconforto que sente, assim como 
os efeitos da posição, das infecções e dos estímulos 
ambientais na dispneia, pois a sua descrição pode ser 
útil para apontar uma etiologia 
A ortopneia é um indicador comum de insuficiência 
cardíaca congestiva (ICC) 
Dispneia noturna sugere ICC ou asma 
QUESTÕES 
1 Dentre os quadros de dispneia, assinale a 
alternativa que caracteriza melhor a semiologia 
deste referido sintoma, no que diz respeito às 
doenças cardiológicas. Ex: Insuficiência cardíaca, 
Valvulopatias, etc: 
a) Dispnéia precipitada pela exposição a poeiras e 
irritantes e que melhora com uso de 
broncodilatadores. 
b) Dispnéia que surge durante quadro de tosse com 
expectoração esverdeada e febre alta. 
c) Dispnéia súbita, acompanhada de dor torácica, 
hemoptise e cianose. 
d) Dispneia de início insidioso, presente aos esforços e 
após algumas horas de sono provocando o despertar 
do paciente e a necessidade de elevar sua cabeceira 
2 A cianose é uma coloração azulada da pele ou de 
mucosas em razão de a hemoglobina transportar 
quantidades reduzidas de oxigênio. Sobre a cianose, 
é correto afirmar: 
a) Ocorre em consequência da dilatação dos capilares. 
b) A cianose central pode ser observada examinando-
se a língua e o palato mole. 
c) É um sinal precoce de hipoxemia. 
d) É a medida mais confiável do estado de oxigenação. 
3. A tosse pode provocar hemorragia conjuntivas, 
fraturas nos arcos costais, hérnias inguinais em 
pessoas idosas e grande desconforto nos pacientes 
recém-operados. 
Verdadeiro 
 Falso 
4. O paciente A é idoso, tabagista, e apresenta 
hemoptise frequentemente e o paciente B que é 
jovem não fuma e apresentou hemoptise uma única 
vez; considerando causas de hemoptise, é correto 
afirmar que: 
(A) Ambos os pacientes têm riscos iguais para doenças 
aguda e/ou crônicas. 
(B) O paciente B tem maior probabilidade de 
apresentar cardiopatia como causa de sua hemoptise. 
(C) A causa da hemoptise do paciente jovem deve ser 
por tuberculose. 
(D) O paciente A tem maior probabilidade de 
apresentar neoplasia pulmonar ou bronquiectasias 
5. Num paciente que apresenta tosse produtiva e 
ausculta pulmonar com roncos, é correto afirmar que 
a origem da tosse é: 
(A) Do canal auditivo externo 
(B) Dos brônquios 
 (C) Da pleura 
(D) Do palato mole 
Gabarito: 
1- D 
2- B 
3- V 
4- D 
5- B

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