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Suporte Básico - B 1
Suporte Básico - B
Questões de Aprendizagem
1. Que tipo de trauma pode comprometer a respiração e qual a conduta em Suporte Básico de Vida.
2. Anatomia do Pulmão
3. Sinais e sintomas de Pneumotórax e Hemotórax e a conduta nestes casos em Suporte Básico de Vida
4. Músculos acessórios da respiração
5. Tempo de ventilação para criança e adulto com o AMBU
Avaliação da Cinemática do Trauma (Padrão básico de lesões)
A avaliação da cinemática do trauma deve ser realizada em toda abordagem de pacientes de trauma com o objetivo de 
relacionar o mecanismo de trauma e a presença de lesões específicas, ampliando a capacidade de suspeição para a presença 
de lesões e a tomada de decisão.
Conduta
Avaliar aspectos de cada tipo de trauma.
Avaliar aspectos gerais
Como se apresenta o local?
Número de veículos? (caso seja automobilístico)
Tipo de veículo?
Número de pacientes envolvidos?
Adultos? Crianças?
Quem atingiu o que ?
Direção do impacto?
Houve frenagem?
Velocidade aproximada?
Pacientes utilizavam dispositivos de segurança? airbag acionado? capacete?
Ocupantes foram ejetados? colidiram com algo?
Estragos no carro?
Considerar os padrões de lesão esperadas segundo os diferentes tipos de impacto.
Impacto frontal 
Lesões esperadas
fratura de coluna cervical
tórax instável anterior.
contusão miocárdica
pneumotórax
secção de aorta
Lesão de baço ou fígado
Suporte Básico - B 2
Fratura ou luxação de quadril e/ou joelho e tornozelo
ejeção
Considerar a trajetória possível: por cima do volante (cabeça em direção ao parabrisa) ou por baixo do volante 
(cabeça em direção ao painel).
Achados no veículo
Deformidade na parte anterior
Deformidade no volante;
marcas no painel
parabrisa em "olho de boi"
airbag acionado
Impacto Lateral
Lesões esperadas
fratura de clávicula;
fratura de costelas;
contusão pulmonar;
pneumotórax;
compressão de órgãos sólidos;
entorse contralateral do pescoço;
fratura de coluna cervical;
fratura de pelve ou acetábulo
Achados no veículo
Intrusão da porta
Intrusão de painel lateral
Suporte Básico - B 3
Impacto traseiro
Lesões esperadas
Lesão de coluna por hiperextensão (chicote)
Achados no veículo 
Intrusão da parte posterior do veículo alvo
Avaliar posição do encosto de cabeça
Capotamento
Lesões esperadas
lesões variadas derivadas dos diferentes impactos sofridos;
lesões de órgãos internos mesmo com uso de restritores de segurança;
ejeção
Achados no veículo
Impactos de ângulos diferentes
A ejeção coloca o paciente no grupo de risco de praticamente todo tipo de lesão E a mortalidade aumenta 
consideravelmente.
Atropelamento
Avaliar
3 impactos no adulto: contra MMII e quadris; tronco contra o capô; paciente contra o chão; 
peso e altura do paciente em relação à altura do veículo.
Lesões esperadas
traumatismo craniano;
Suporte Básico - B 4
traumatismo raquimedular;
lesões torácicas e abdominais;
fraturas das extremidades inferiores;
ejeção
Achados no veículo
intrusão da parte anterior
parabrisa quebrado.
Colisões de Motocicleta
Lesões esperadas
traumatismo craniano;
traumatismo raquimedular;
lesão de MMII;
lesões torácicas e abdominais;
fraturas das extremidades inferiores;
Por não haver contenção, há alto risco de ejeção e suas lesões decorrentes.
Achados
sinais de impacto no capacete e no guidão
Queda
Aspectos gerais
estimar a altura da queda, superfície sobre a qual o paciente caiu e qual a primeira parte do corpo que 
entrou em contato com a superfície;
alturas superiores a 3x a altura do paciente são graves
Lesões esperadas
síndrome de Don Juan: quando as primeiras partes a atingirem o solo forem os pés (lesão de calcâneos, 
tornozelos, tíbias, fíbulas, joelhos, ossos longos e quadril);
traumatismo craniano;
lesões torácicas e abdominais.
se o paciente cair para a frente sobre as mãos espalmadas: Fratura de extremidades superiores.
Suporte Básico - B 5
se cair de cabeça: Traumatismo raquimedular.
Ferimentos Penetrantes
Aspectos gerais
tipo de objeto: Alta energia (fusis e metralhadoras), média energia (revolveres e rifl es) e baixa energia (faca 
e picador de gelo);
distância do agressor;
armas de baixa energia: sexo do agressor, lesão = trajetória, arma foi removida?,órgãos próximos?;
armas de média energia: a cavidade temporária é 3 a 5 x maior que o projétil, considerar ainda perfil 
desconhecido do projétil, rolamento e fragmentação;
armas de alta energia: a cavidade temporária é até 25 x maior que o projétil; considerar ainda perfil 
desconhecido do projétil, rolamento e fragmentação;
local do ferimento (único ou múltiplo?);
características dos ferimentos externos.
Lesões por explosão
Suspeita de traumatismo grave
Em quedas >1,5 vezes a altura do paciente;
Atropelamento;
Colisões com veículos a mais de 30 Km/hora;
Ejeção do paciente;
Morte de um ocupante de veículo acidentado;
Danos graves ao veículo;
Capotamentos;
Ferimentos penetrantes de cabeça, pescoço, tórax, abdome, pelve e coxa.
Sistema Respiratório
O tórax, ou parede torácica, é a parte do tronco situada entre o pescoço e o abdome, que contém os principais órgãos dos 
sistemas respiratório e circulatório. É uma das regiões mais dinâmicas do corpo, que altera seu volume a cada 
Suporte Básico - B 6
movimento respiratório, aumentando durante a inspiração e diminuindo na expiração, devido à contração e relaxamento 
dos músculos torácicos, abdominais e o diafragma.
O tórax é dividido em mediastino, que é a cavidade central que abriga as vísceras torácicas (exceto os pulmões), e nas 
cavidades pulmonares direita e esquerda (de cada lado do mediastino). A maior parte da cavidade torácica é ocupada 
pelos pulmões, sendo o restante ocupado pelo coração, vasos e outras estruturas responsáveis pela condução do ar e do 
sangue que entram e saem através dos pulmões (traqueia e brônquios).
A parede torácica é formada pela caixa torácica (esqueleto torácico), músculos que se estendem até as costelas, pele e 
músculos da superfície anterolateral, que na parte posterior são estruturas englobadas como pertencentes ao dorso.
A parede torácica, além de proteger o conteúdo da cavidade, possui função de participar do mecanismo da respiração. É 
constituída por pele, tecido subcutâneo, fáscia, músculos e arcabouço ósseo.
Esqueleto da Parede Torácica
12 pares de costelas e cartilagens costais
São ossos alongados, em forma de semiarcos, que ligam as vértebras torácicas ao esterno. São classificados 
em: verdadeiras (1ª a 7ª - articulam-se diretamente ao esterno), falsas propriamente ditas (8ª a 10ª - articulam-
se ao esterno por cartilagem) e falsas flutuantes (11ª e 12ª - são livres). Entre as costelas estão os espaços 
intercostais, que são numerados de acordo com a costela que forma a borda superior.
12 pares de vértebras torácicas e discos intervertebrais
Possuem corpos, arcos vertebrais e processos para conexões musculares e articulares
Suporte Básico - B 7
Osso esterno
Osso plano, alongado que fica na região intermediárias da parte anterior da caixa torácica. É dividido em: 
manúbrio, corpo e processo xifóide.
Articulações da Parede Torácica
Vértebras: articulações interventebrais.
Costela e vértebras: articulações costovertebrais.
Costela e cartilagens costais: articulações costocondral
Cartilagens costais: articulações intercondrais.
Esterno e cartilagens costais: articulações esternocostais.
Esterno e clávicula: articulação esternoclavicular
Partes do osso esterno: sincondroses manúbrioesternal e xifoesternal
A respiração consiste nos movimentos de inspiração e expiração do ar para o interior e exterior dos pulmões. Tais 
movimentos são realizados por músculos que se encontram no entorno da caixa torácica, os quais são responsáveis 
por expandí-la e retraí-la ao inspirar e expirar, respectivamente, possibilitando a entrada e saída adequada de ar. Os 
músculos da inspiração são o diafragma, os músculos intercostais externos, o peitoral menor, o 
esternocleidomastóideo e os escalenos.Já os músculos da expiração são os músculos da parede abdominal e os 
intercostais internos. Na inspiração os determinados músculos elevam a grelha costal aumentando o volume 
torácico, e na expiração a grelha costal e o esterno são abaixados reduzindo o volume torácico.
Suporte Básico - B 8
Músculos da Parede Torácica
Diafragma
O diafragma é uma espécie de divisão musculotendínea em forma de dupla cúpula que separa o tórax do 
abdome. A sua face superior é convexa e voltada para a cavidade torácica, já a face inferior é côncava e 
voltada para a cavidade abdominal. O topo da cúpula é constituído por uma zona plana de tecido 
conjuntivo que se chama centro frénico. Durante a respiração em repouso o Diafragma contrai-se, o que 
provoca o abaixamento do centro frênico, comprimindo e afastando as vísceras abdominais, elevando as 
costelas, expandindo a caixa torácica e, dessa maneira, realizando a inspiração.
Durante a respiração em repouso a expiração ocorre quando o diafragma e os músculos intercostais se 
relaxam e as propriedades elásticas dos pulmões e do tórax provocam uma diminuição passiva no volume 
da caixa torácica.
Músculos Intercostais Externos
São 11 pares de músculos que ocupam os espaços intercostais externamente, posterior e anteriormente. 
Esses músculos seguem inferoanteriormente de uma costela acima até uma costela abaixo. A contração 
dos intercostais externos auxiliam o diafragma na elevação das costelas e expansão do tórax, realizando a 
inspiração.
Músculo Peitoral Menor
Atua principalmente nos membros superiores, mas em caso de respiração forçada e profunda também 
pode atuar como músculo acessório da respiração, 
ajudando a elevar as costelas para expandir a cavidade torácica. 
Músculos Escalenos
Suporte Básico - B 9
Localizam-se no pescoço, descendo das vértebras cervicais até a primeira e segunda costelas. Os músculos 
escalenos atuam principalmente na coluna vertebral. No entanto, também atuam como acessórios da 
respiração, fixando essas costelas e tornando os músculos que unem as costelas abaixo mais eficazes na 
elevação da grelha costal durante a inspiração forçada.
Músculo Esternocleidomastóideo (ECOM)
É um músculo longo que se insere no processo mastoide, na clavícula e no manúbrio do esterno. Em 
situação de respiração forçada e profunda, o ECOM pode ser um músculo acessório da respiração 
elevando as clavículas e o esterno, possibilitando uma maior expansão da caixa torácica.
Músculo da Parede Abdominal
Os músculos da parede abdominal se encontram na região abdominal e têm a função de sustentar as 
vísceras. Na respiração, eles atuam regressando as vísceras aos seus lugares e empurrando o 
diafragma para cima durante a expiração, na qual a cavidade torácica reduz seu volume e a 
cavidade abdominal se expande. Alguns exemplos desses músculos são os oblíquos internos e externos, 
o reto do abdome e o transverso do abdome.
Músculos Intercostais Internos
Seguem profundamente e perpendicularmente aos músculos intercostais externos. Fixam-se nas costelas 
desde o esterno. Atuam no movimento de expiração 
reduzindo o volume da cavidade torácica e retornando as costelas ao lugar.
Suporte Básico - B 10
Esforço x Repouso
Existem diferenças significativas na respiração normal, em repouso e em esforço. Durante a respiração em 
esforço todos os músculos inspiratórios atuam e a contração é mais forte do que durante a respiração em 
repouso, condicionando um maior aumento do volume da caixa torácica. Durante a respiração em esforço, a 
contração intensa dos músculos intercostais internos e dos abdominais gera uma diminuição maior e 
mais rápida do volume torácico do que a resultante da retração passiva do tórax e dos pulmões que 
ocorre em repouso.
Cavidades Pulmonares. Pulmões e Pleura
As cavidades pulmonares correspondem aos compartimentos laterais do tórax, situado lateralmente, dos dois lados do 
mediastino.
Pleura
Cada pulmão é revestido por um saco composto de membranas compostas continuamente
Pleura Visceral: Reveste os pulmões, incluindo as faces dentro das fissuras.
Pleura Parietal: Reveste as cavidades pulmonares.
Cavidade Pleural: Espaço entre as duas pleuras;
Líquido Pleural
Pulmões
Estão separados um do outro pelas estruturas do mediastino. O hilo pulmonar corresponde a área na face medial de 
cada pulmão, no qual estruturas entram e saem, como as artérias, veias pulmonares e brônquios.
O pulmão direito possui três lobos (superior, médio e inferior) e duas fissuras (horizontal e obliqua), já o pulmão 
esquerdo possui dois lobos (superior e inferior) e uma fissura obliqua. Os pulmões possuem um ápice e uma base, 
possuem três faces (costal, mediastinal e diafragmática) e três margens (anterior, inferior e posterior).
Traqueia:
Estende-se da margem inferior da laringe até a bifurcação em brônquios principais direito e esquerdo, ao nível do 
ângulo do esterno. Posteriormente a entrada dos brônquios principais no hilo pulmonar, estes ramificam-se para 
formarem a árvore brônquica.
Brônquios
Os brônquios principais entram nos hilos pulmonares e se ramificam na seguinte ordem: brônquios principais, 
brônquios lobares, brônquios segmentares, bronquiolos terminais, bronquiolos respiratórios, ductos alveolares, 
sacos alveolares e alvéolo (unidade estrutural básica da respiração).
Suporte Básico - B 11
Suporte Básico - B 12
Vacularização Pulmonar:
Cada pulmão possui uma artéria pulmonar grande e duas veias pulmonares (superior e inferior). As artérias 
pulmonares são ramos do tronco pulmonar e dão origem as artérias lobares, que por sua vez, darão origem as 
artérias intrasegmentares. As veias intrasegmentares drenam para as intersegmentares, que por fim drenas para as 
veias pulmonares. Essas artérias e veias são responsáveis pela hematose, ou seja, processo de troca gasosa que 
ocorre nos alvéolos.
As artérias brônquicas são responsáveis pelo suprimento arterial para o pulmão, incluindo a pleura visceral. E as 
veias bronquiais drenam o sangue venoso para o sistema ázigo (lado direito) ou hemiázigo (lado esquerdo)
Inervação Pulmonar
Os nervos pulmonares originam dos plexos pulmonares situados anterior e posterior à raiz dos pulmões. Essas redes 
nervosas contêm fibras parassimpáticas do nervo vago e das fibras simpáticas provenientes do tronco simpático. Os 
nervos da pleura parietal derivam dos nervos intercostais e frênico.
Fisiologia
Quando o ar inspirado atinge os alvéolos, o oxigênio passa através da membraúa alvéolo-capilar para as hemácias, que 
são conduzidas pelo sistema circulatório até as células do organismo, onde o oxigênio é utilizado como combustível no 
metabolismo celular; O dióxido de carbono faz o caminho inverso do oxigênio, isto é, das hemácias para os alvéolos, 
onde são eliminados pelo processo da expiração. 
A troca de oxigênio por dióxido de carbono na membrana alveolar é denominada de difusão pulmonar. As hemácias 
liberam o oxigênio nas células que irão utilizá-lo em seu metabolismo, enquanto liberam dióxido de carbono - 
subproduto do metabolismo - no plasma sanguíneo. Este processo é denominado de perfusão celular. 
Trauma de Tórax
Os traumatismos torácicos representam a principal causa de mortes, diretas em traumatizados. Cerca de 85% das vítimas de 
trauma de tórax podem ser tratadas com sucesso através de procedimentos clínicos como analgesia, fisioterapia respiratória e 
ventilação adequada ou procedimentos cirúrgicos como a drenagem torácica. A 
toracotomia na sala de urgência restrita a 15% dos casos.
O exame físico do tórax é um exercício comparativo, isto é, cada região avaliada deve ser comparada com a região 
semelhante do hemotórax oposto. As alterações encontradas ao exame físico devem ser descritas seguindo a orientação das 
linhas que determinam as regiões do tórax, como já descrito, evitando-se a utilização de termos 
confusos. A pesquisa do mecanismo de trauma pode alertar para a possibilidade de lesões torácicas e precede o exame físico 
que, por sua vez deve ser realizadosegundo a seqüência:
Inspeção
Pesquisar por:
escoriações (esfolado, ralado, arranhão)
abrasões (desgaste por atrito/lesão superficial leve da pele ou de uma mucosa)
cicatrizes
afundamentos (sinal de fratura de arcos costais)
hematomas
assimetria na expansão torácica durante a inspiração (pneumotórax ou hemotórax)
perfurações
traumatopnéia (pneumbtórax aberto)
objetos impactados
dispnéia e taquipnéia (FR fisiológica: entre 16 e 20 movimentos respiratórios por minuto) 
Suporte Básico - B 13
enfsema subcutâneo (pneumotórax hipertensivo ou trauma de traquéia).
Durante a inspeção do tórax deve ser realizada também a inspeção do pescoço a procura de jugulares dilatadas 
(pneumotórax hipertensivo ou tamponamento cardíaco);
Formato do Tórax
o tórax normal conserva uma relação de 2:1 entre o diâmetro 
ântero-posterior e látero-Iateral, sendo o último duas vezes maior que o primeiro. Algumas doenças podem alterar 
esta relação e sugerir doenças pré-existentes que devem ser 
detectadas durante a avaliação primária, como:
Formato Globoso
a relação entre os diâmetros é de 1:1 e pode sugerir doenças crônicas obstrutivas como DPOC. asma e 
bronquiectasia. Pode ainda estar relacionado a alterações 
degenerativas, próprias do envelhecimento;
Tórax em peito de pombo
definido por uma proeminência do esterno que pode ser 
congênita ou adquirida. Na forma congênita a alteração se pronuncia com o desenvolvimento da criança. A 
causa mais freqüente da fomla adquirida (50% dos doentes) 
se deve ao aumento do ventrículo direito, mas também pode ser causado por asma grave persistente na 
infância;
Tórax em peito escavado
o tórax se deprime permitindo que os arcos costais anteriores se projetem mais que o esterno, porém não traz 
nenhuma repercussão clínica;
Cifoescoliose
determinada pela curvatura torácica lateralmente (escoliose), posteriormente (cifose) ou uma combinação das 
duas alterações (cifoescoliose). Pode ser significativo de doenças como: neurofibromatose, distrofia muscular, 
sequela de poliomielite.
Palpação
Pesquisar por
Dor
Crepitação (sugere fratura de arcos costais)
Enfisema subcutâneo (pode evidenciar pneumotórax e trauma de traquéia)
Pesquisa da expansibilidade dos lobos pulmonares
Lobos superiores
o examinador deve localizar as mãos nas regiões supraclavículares e os dois polegares devem juntar-se na linha 
médio-esternal, na região infraclavicular, fazendo 
uma prega cutânea, que deverá ser desfeita simetricamente quando o paciente respirar profundamente;
Suporte Básico - B 14
Lobo médio
as mãos do examinador deverão alcançar o côncavo axilar até a linha axilar posterior. Neste caso a prega 
cutânea aparece entre os polegares ao nível da linha médio esternal, que deverá se desfazer simetricamente 
com a respiração profunda
Lobos inferiores
a expansibilidade dos lobos inferiores é quase que exclusivamente lateral. O examinador posiciona as mãos no 
tórax posterior atingindo o côncavo axilar até a 
linha axilar anterior e a prega cutânea deverá aparecer na linha vertebral, e desfeita simetricamente com a 
inspiração profunda. Esta manobra poderá ser abolida na avaliação do traumatizado pela necessidade de manter 
o paciente sentado.
Pneumotórax aberto - Ferimento aberto no tórax
Lesão aberta no tórax com franca comunicação entre o ar ambiente e a cavidade pleural, evidenciada pela visível 
passagem do ar através do ferimento. Geralmente é produzido por objetos perfurantes ou lesões por armas de fogo ou 
arma branca e, ocasionalmente, por trauma contuso.
Conduta
Realizar avaliação primária (Protocolo BT1) com ênfase para:
avaliação da ventilação: presença de dispneia ou desconforto respiratório, taquipneia, presença de sinais de 
hipoxia (ansiedade e agitação ou apatia) e presença de cianose;
avaliação da parede torácica anterior e posterior (se possível) para detecção do ferimento; e
cobrir imediatamente o ferimento com curativo oclusivo com plástico ou papel metálico, com 3 
pontos/lados de fixação.
Administrar O2 em alto fluxo para manter a saturação de O2 acima de 94%
Monitorizar a oximetria de pulso
Realizar avaliação secundária (Protocolo BT2)
Suporte Básico - B 15
Membros
observar em especial a palpação de pulsos distais e perfusão dos membros (reenchimento capilar)
avaliar a força motora, solicitando que o paciente movimente os pés e/ou eleve uma perna de cada 
vez, aperte a mão do profissional e/ou eleve um braço de cada vez, se não houver suspeita de lesão;
avaliar a sensibilidade;
sempre realizar a avaliação comparando um membro com o outro.
Dorso (se possível)
inspecionar a presença de deformidades, contusões, hematomas, ferimentos;
palpar processos espinhosos durante o posicionamento na prancha longa em busca de dor.
Manter atenção para a ocorrência de novo esforço respiratório após essa abordagem inicial
Em caso de piora do esforço respiratório, remover o curativo de 3 pontos para permitir a descompressão da 
tensão acumulada, fixando-o novamente em seguida
Considerar a possibilidade de ocorrência de parada respiratória. Nesse caso, iniciar ventilação sob 
pressão positiva com BVM com reservatório após aplicação do curativo plástico (Protocolo BC4).
BC4 - PCR no adulto
Paciente irresponsivo ao estímulo, com respiração agônica ou ausente, com pulso central palpável
Conduta
Checar responsividade (tocar os ombros e chamar o paciente em voz alta) e checar a presença de 
respiração.
Se não responsivo e respiração ausente ou gasping, posicionar o paciente em decúbito dorsal em 
superfície plana, rígida e seca.
Solicitar (DEA)
Checar pulso central (carotídeo) em 10 segundos
Se pulso presente
abrir via aérea e aplicar 1 insuflação com bolsa valva-máscara.
a insuflação de boa qualidade deve ser de 1 segundo e obter visível elevação do tórax. 
Considerar a escolha da manobra manual segundo a presença de trauma;
precocemente instalar suprimento de O2, alto fluxo (10 a 15l/min) na bolsa valva-
máscara;
considerar a instalação da cânula orofaríngea (COF);
na persistência da PR, realizar 1 insuflação de boa qualidade a cada 5 a 6 segundos (10 a 
12/min);
verificar a presença de pulso a cada 2 minutos. Na ausência de pulso, iniciar RCP com 
compressões torácicas eficientes e seguir Protocolo BC5; e
manter atenção para a ocorrência de PCR (Protocolo BC5)
Se pulso ausente
iniciar RCP com compressões torácicas eficientes e seguir Protocolo BC5
Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma sistematizada.
Suporte Básico - B 16
Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou transporte para a unidade de 
saúde.
Realizar a mobilização cuidadosa e a imobilização adequada da coluna cervical, tronco e membros em 
prancha longa com alinhamento anatômico, sem atraso para o transporte.
Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma sistematizada
Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou transporte para a unidade de saúde.
protocolos PE1(aspectos gerais de avaliação da segurança da cena) PE2(regras gerais de biossegurança) e 
PE3(praticas para a segurança do paciente)
Tórax instável
O tórax instável é um quadro com múltiplas fraturas em ≥ 3 dos arcos costais adjacentes que resultam na separação 
de um segmento da parede do tórax do restante da caixa torácica; é marcador de lesão pulmonar subjacente.
Pode ocorrer fratura em mais de um local de um único arco costal. Se houver fraturas (3 ou mais) em vários arcos 
costais adjacentes em ≥ 2 locais, as fraturas de cada arco costal resultam em um segmento da parede torácica que 
não está mecanicamente ligado ao restante da caixa torácica (segmento instável). Este segmento instável move-se 
paradoxalmente (para fora durante a expiração e para dentro durante inspiração — Tórax instável).
Os pacientes têm alto risco de complicações respiratórias, principalmente porque a grande força necessária para 
provocar um tórax instável normalmente causa contusão pulmonar subjacente significativa. Além disso, o 
movimentoparadoxal do tórax instável aumenta o trabalho da respiração, e a dor torácica tende a limitar a 
inspiração profunda e, portanto, a ventilação ideal.
O diagnóstico do tórax instável é clínico, de preferência observando o movimento paradoxal do segmento instável 
durante a respiração. Mas pode ser difícil ver esse movimento se a profundidade da inspiração estiver limitada pela 
dor ou pela obnubilação decorrente de outras lesões. O movimento paradoxal não ocorre se o paciente estiver em 
ventilação mecânica, mas o segmento instável pode ser identificado pelo seu movimento para fora mais extremo 
durante a insuflação do pulmão. Muitas vezes a palpação pode detectar crepitação do segmento instável e confirmar 
o movimento anômalo da parede torácica.
Pneumotórax simples
Pneumotórax é ar na cavidade pleural, acarretando colapso pulmonar parcial ou completo. O pneumotórax pode 
ocorrer de modo espontâneo ou em virtude de pneumopatia subjacente, trauma ou procedimentos médicos. O 
diagnóstico baseia-se em exame físico e radiografia de tórax. Em geral, o pneumotórax exige aspiração por cateter 
ou toracostomia com dreno.
Pneumotórax espontâneo primário ocorre em pacientes sem pneumopatia subjacente, tipicamente em jovens do 
sexo masculino, magros e altos, na adolescência ou por volta dos 20 anos de idade. Admite-se que decorra da 
ruptura espontânea de vesículas ou bolhas apicais subpleurais, consequentes ao tabagismo ou hereditárias. Em 
geral, ocorre em repouso, embora alguns casos ocorram durante atividades que envolvem extensão ou estiramento. 
Pneumotórax espontâneo primário também ocorre durante o mergulho ou voo em altas altitudes.
Pneumotórax espontâneo secundário ocorre em pacientes com pneumopatia subjacente. Com maior frequência, 
decorre da ruptura de vesículas ou bolhas em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica grave (FEV1 < 1 
L), infecção por Pneumocystis jirovecii infection no HIV, fibrose cística , ou qualquer doença parenquimatosa 
pulmonar subjacente. O pneumotórax espontâneo secundário é tipicamente mais grave que o primário, pois ocorre 
em pacientes com doença pulmonar que diminui a reserva pulmonar.
O pneumotórax catamenial é uma forma rara de pneumotórax espontâneo secundário que incide dentro de 48 
horas do início da menstruação em mulheres na pré-menopausa e, às vezes, na pós-menopausa, em mulheres que 
tomam estrógeno. A causa é a endometriose intratorácica, possivelmente pela migração de tecido endometrial 
peritoneal através de orifícios diafragmáticos ou por embolização pelas veias pélvicas.
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/les%C3%B5es-intoxica%C3%A7%C3%A3o/trauma-tor%C3%A1cico/t%C3%B3rax-inst%C3%A1vel#v12529521_pt
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/les%C3%B5es-intoxica%C3%A7%C3%A3o/trauma-tor%C3%A1cico/contus%C3%A3o-pulmonar
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/pneumonia/pneumonia-por-pneumocystis-jirovecii
Suporte Básico - B 17
Pneumotórax traumático é uma complicação comum de contusões e lesões torácicas penetrantes.
O pneumotórax iatrogênico é provocado por intervenções médicas, incluindo aspiração transtorácica com agulha, 
toracocentese, instalação de acesso venoso central, ventilação mecânica e reanimação cardiopulmonar.
Fisiopatologia
A pressão intrapleural normalmente é negativa (menor do que a pressão atmosférica) por causa do recuo da 
parede pulmonar para dentro e da parede torácica para fora. No pneumotórax, o ar de fora do tórax ou do 
próprio pulmão entra no espaço pleural através dos planos do tecido mediastinal ou através de perfuração 
pleural direta. A pressão intrapleural aumenta, e o volume pulmonar diminui.
Pneumotórax hipertensivo é um pneumotórax que causa aumento progressivo na pressão intrapleural a níveis 
que se tornam positivos por todo o ciclo respiratório e colapsa o pulmão, desloca o mediastino e prejudica o 
retorno venoso para o coração. O ar continua entrando no espaço pleural, mas não é capaz de sair. Sem 
tratamento adequado, o retorno venoso prejudicado pode causar hipotensão sistêmica e parada respiratória e 
cardíaca (atividade elétrica sem pulso) em poucos minutos. O pneumotórax hipertensivo ocorre mais 
comumente em pacientes em ventilação com pressão positiva (na ventilação mecânica ou particularmente 
durante a reanimação). Raramente, ele é uma complicação do pneumotórax traumático, quando uma lesão 
torácica age como uma válvula unidirecional que aprisiona volumes aumentados de ar no espaço pleural 
durante a inspiração.
Sinais e sintomas
O pneumotórax de pequeno porte às vezes é assintomático. Os sintomas do pneumotórax incluem dispneia e 
dor pleurítica. A dispneia pode ter início súbito ou gradual, dependendo da velocidade de desenvolvimento e 
do tamanho do pneumotórax. A dor pode simular pericardite, pneumonia, pleurísia, embolia pulmonar, lesão 
musculoesquelética (quando referida no ombro) ou processo intra-abdominal (quando referida no abdome). A 
dor também pode simular isquemia cardíaca, embora normalmente a dor de isquemia cardíaca não seja 
pleurítica.
Os achados físicos consistem classicamente em ausência de frêmito tátil, hipersonoridade à percussão e 
diminuição dos sons respiratórios no lado com pneumotórax. Se o pneumotórax for grande, o lado 
comprometido pode estar aumentado, com a traqueia visivelmente desviada para o lado oposto. No 
pneumotórax de tensão, pode ocorrer hipotensão.
Pneumotórax hipertensivo
Pneumotórax hipertensivo é o acúmulo de ar no espaço pleural sob pressão, comprimindo os pulmões e diminuindo 
o retorno venoso para o coração.
O pneumotórax hipertensivo ocorre quando uma lesão no pulmão ou na parede torácica é tal que permite a entrada 
de ar no espaço pleural, mas não sua saída (válvula unidirecional). Como resultado, o ar se acumula e comprime o 
pulmão, com o tempo deslocando o mediastino, comprimindo o pulmão contralateral e aumentando a pressão 
intratorácica o bastante para diminuir o retorno venoso para o coração, o que causa choque. Esses efeitos podem 
ocorrer rapidamente, sobretudo nos pacientes submetidos à ventilação com pressão positiva.
As causas são ventilação mecânica (mais comum) e pneumotórax simples (não complicado) com lesão pulmonar 
pérvia após de trauma torácico penetrante ou fechado ou falha de canulação venosa central.
Os sinais e sintomas são, inicialmente, os mesmos do pneumotórax simples . À medida que a pressão intratorácica 
aumenta, os pacientes apresentam hipotensão, desvio da traqueia e distensão da veia jugular. O hemitórax 
comprometido é hipertimpânico à percussão e muitas vezes parece um pouco distendido, tenso e pouco 
compressível à palpação.
Hemotórax
Acumulo de sangue no espaço pleural
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/les%C3%B5es-intoxica%C3%A7%C3%A3o/trauma-tor%C3%A1cico/pneumot%C3%B3rax-hipertensivo
Suporte Básico - B 18
A causa usual de hemotórax é laceração do pulmão, de algum vaso intercostal ou da artéria torácica interna. Pode 
resultar de trauma penetrante ou fechado. Hemotórax muitas vezes é acompanhado de pneumotórax 
(hemopneumotórax).
O volume da hemorragia varia de discreto a maciço. O hemotórax maciço costuma ser definido como o acúmulo 
rápido de ≥ 1.000 mL de sangue. O choque é comum.
Pacientes com hemorragias volumosas geralmente estão dispneicos, têm diminuição dos sons respiratórios e 
macicez à percussão (muitas vezes difícil de reconhecer durante a avaliação inicial dos pacientes com lesões 
múltiplas). Os achados podem não ser notados nos pacientes com hemotórax de pequena monta.
Pneumotórax aberto
Pneumotórax aberto é o pneumotórax com uma abertura pérvia na parede do tórax; quando a abertura é grande o 
bastante, a mecânica respiratória é prejudicada
Alguns pacientes com penumotórax traumático apresentam abertura pérvia na parede do tórax. Quando os pacientes 
com pneumotórax aberto inspiram, a pressão intratorácica negativa gerada pela inspiração faz com que o ar flua 
para os pulmões através da traqueia e, simultaneamente,no espaço pleural através da lesão da parede torácica. O 
fluxo de ar através das pequenas lesões na parede torácica é pequeno e, portanto, causam poucos efeitos adversos. 
Entretanto, quando a abertura na parede da caixa é suficientemente grande (quando o diâmetro da lesão tem cerca 
de dois terços do diâmetro da traqueia ou maior), o ar passa principalmente pela lesão na parede torácica, em vez de 
pela traqueia para o pulmão. As lesões maiores podem eliminar a ventilação no lado afetado. A incapacidade de 
ventilar os pulmões provoca dificuldade respiratória e insuficiência respiratória.
Nos pacientes acordados, a ferida no tórax é dolorosa e os pacientes têm dificuldade respiratória e 
outras manifestações do pneumotórax. O ar que entra na ferida normalmente emite um som típico de sucção.
Referência
Protocolo de Suporte básico de vida - SAMU
Anatomia e fisiologia - Seeley, 6ª edição
MAST

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