Buscar

NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO DE NÃO RUMINANTES

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO DE NÃO RUMINANTES
Observações de Aula
AULA 1 - CARACTERÍSTICAS ANÁTOMO-FISIOLÓGICAS NOS ANIMAIS NÃO RUMINANTES
11 de agosto de 2021
➢ Aparelho Digestório de Monogástricos
○ Aves: a maioria das aves possuem uma prolongação do exôfago conhecida como “papo”, servindo de
armazenamento de alimentos. Aliás, é no papo das aves que está presente a amilase salivar. Desse mesmo modo, o
estômago das aves se chama pró ventrículo. As aves também possuem um compartimento chamado “moela”,
responsável pela trituração dos alimentos. O intestino grosso das aves é bifurcado.
○ Equino: o intestino grosso do equino é bastante desenvolvido pois é a região responsável pela digestão da matéria
fibrosa.
○ Herbívoro: um pônei, por exemplo, possui um intestino menor que um intestino de um carnívoro visto que a
alimentação é diferente.
○ Canino: um cão come alimentos com mais proteína, isto é, alimentos mais solúveis. A digestão da proteína tem
início no estômago, resultando em um estômago maior.
○ Suíno: onívoros são animais que se alimentam de alimentos de origem vegetal e animal, resultando em um
excelente desenvolvimento do intestino grosso e do intestino delgado.
○ Ema: a ema se alimento de forragem/pastejo, por isso não possui papo pois quando ela apreende o alimento, ela
mastiga, deglute, faz a homogeneização do alimento e o direciona para o exôfago, chegando ao pró ventrículo.
Importante: apesar dos animais não ruminantes serem animais monogástricos, eles apresentam diferenças quanto ao sistema
digestório.
Importante: o hábito alimentar influencia na anatomia e desenvolvimento dos órgãos responsáveis pela digestão.
Importante: o intestino grosso faz a digestão da matéria fibrosa.
Importante: o papo é uma dilatação do exôfago, funcionando como armazenamento de alimentos e digestão proteica.
➢ Função do Sistema Digestivo
○ Apreensão: é necessário que os animais apreendam os alimentos e essa ação depende da característica do animal.
○ Mastigação: torna as moléculas solúveis pois agora são menores, sendo capazes de serem deglutidas.
Importante: a digestão mecânica é importante pois quanto menor a partícula, maior será a superfície de ação da enzima sobre o
substrato/alimento.
Importante: as enzimas são produzidas no organismo de qualquer animal, onde cada enzima é ativada para agir em um substrato
específico.
Importante: a digestão é um conjunto de processos que visa retirar as substâncias/nutrientes essenciais dos alimentos, ou seja, a
digestão é a transformação dos alimentos.
➢ Processos da Digestão
○ Processo Mecânico: ocorre a partir da mastigação e trituração (aves/moela). A digestão mecânica facilita a
trituração inicial dos alimentos, tornando o alimento homogêneo.
○ Processo Enzimático: envolve o suco pancreático e o entérico, que disponibilizam enzimas para a digestão.
➢ Sistema Nervoso Central: é o responsável pelo controle digestivo.
○ Sistema Nervoso Simpático: inibe a secreção e motilidade gastrointestinal e contrai os vasos sanguíneos
(vasoconstrição) e os esfíncteres.
○ Sistema Nervoso Parassimpático: estimula a secreção e motilidade gastrointestinal e dilata os vasos sanguíneos
(vasodilatação) e os esfíncteres.
➢ Fases da Digestão
○ Apreensão dos alimentos
○ Mastigação e umedecimento
■ Ação enzimática: a amilase salivar está presente em onívoros, iniciando a digestão do amido que é um
carboidrato complexo, disponibilizando, rapidamente, a energia do amido.
○ Deglutição: a deglutição passa pelo exôfago, contraindo e relaxando o alimento até chegar ao estômago, onde vai
ter o suco digestivo, formado pelo HCl e pelo pepsinogênio. Após a digestão, acontece a circulação desses
nutrientes no sangue. Esses nutrientes vão agir em órgãos alvo, ou seja, órgãos que estejam precisando de
energia/proteína/lipídeos, para que se atenda às funções que o animal está precisando.
➢ Aparelho Digestório
○ Exôfago: secreta muco e possui movimentos peristálticos, contraindo e relaxando o músculo que circula a parede
do aparelho digestório. Quando o músculo relaxa, o alimento cai. Quando o músculo contrai no alto, o bolo é
empurrado para baixo.
○ Estômago: é uma região glandular que secreta glândulas responsáveis pela liberação de fluidos digestivos e esses
fluidos são responsáveis pela digestão de proteínas no estômago; no estômago não há digestão de carboidratos e
lipídeos, apenas de proteínas; acrescenta fluídos digestivo a digesta; o estômago também tem função de
armazenar o alimento, isso quer dizer que enquanto possuir alimento no estômago, o animal estará com uma
maior saciedade; o estômago também produz muco para proteger a parede do estômago.
■ Produção de Muco: produzido pela prostaglandina do estômago (PGE2) para a proteção da parede do
estômago; função física e mecânica; previne e minimiza lesões, desgaste e raspagem enzimáticas e
químicas.
Importante: se não tivesse muco, poderia acontecer uma perfuração no exôfago.
Importante: a secreção gástrica formada no estômago é o HCl (ácido clorídrico). Entretanto, para que haja a formação do HCl é
necessário que o cloro ligue-se ao hidrogênio e quem faz essa ligação é a bomba de prótons, na célula parietal, na camada epitelial
do estômago.
➢ Hormônios Secretados do Estômago
○ Histamina: também age no estômago, estimulando as células parietais do estômago fazendo com que aumente a
produção de ácido gástrico e, consequentemente, a secreção gástrica. É como se fosse uma proteína que muitas
vezes causa eritema (alergia) que, consequentemente, implica em vasodilatação.
○ Acetilcolina: é um neurotransmissor que estimula as células parietais a produzirem ácido gástrico.
○ Prostaglandina (PGE2): produz bicarbonato de sódio (importante pois produz uma solução tampão), produz o
muco que protege contra a ação do ácido gástrico, aumenta o fluxo sanguíneo quando está na digestão, faz com
que haja a epitelização do estômago, caso aconteça descamação no estômago. A prostaglandina age para que o
ácido gástrico não seja nocivo. A prostaglandina é produzida a partir da ciclooxigenase (COx-1 e COX-2), produzida
a partir do ácido araquidônico (lipídeo/ácido graxo essencial).
○ Gastrina: produzida pelas células G, estimula a produção do ácido clorídrico (HCl), ativação do pepsinogênio.
○ Somatostatina: produzida pelas células D, inibe a liberação/produção de gastrina, fazendo com que o HCl seja
menos liberado.
Importante: se o anti inflamatório age na dor, ele age na cicloxigenase. A partir do momento em que se administra um anti
inflamatório preferencial ou seletivo para a COX-1, ela inibe que a prostaglandina aja no estômago. Por isso, quando se prescreve um
anti inflamatório, prescreve-se também um protetor gástrico.
➢ Antiácidos
○ O antiácido visa a inibição da produção do HCl, inibindo a bomba de prótons. Exemplos: omeprazol e pantoprazol.
➢ Controle da Secreção Gástrica
○ Fase Psicogênica ou Cefálica: é uma fase de controle da secreção gástrica, relacionada com estímulos visuais e/ou
olfatórios, fazendo com que aconteça a liberação gástrica.
○ Fase Gástrica: relaciona-se com a distensão da parede do estômago.
■ Nesse momento, considera-se que o animal já deglutiu e que a digesta chegou ao estômago. A digesta
aumentou de tamanho, resultando na liberação do HCl.
■ A alteração/diferença do pH do estômago também influencia na liberação do HCl.
➢ Êmese
○ É o mesmo que vômito, sendo causado por alergia alimentar, inflamações no intestino e estômago, gastrite aguda
e crônica, doenças hepáticas, intoxicações, doenças renais, endotoxinas.
○ A êmese é controlada pelo centro do vômito. O centro do vômito é controlado por receptores periféricos, centro
vestibular, córtex cerebral e zona quimiorreceptora do gatilho. Essa zona se liga aos receptores acetilcolina,
serotonina, dopamina, neurocinina e histamina.
○ Os animais capazes de vomitar são carnívoros, suínos, répteis e determinadas aves, enquanto equinos, ruminantes,
roedores e coelhos são incapazes de vomitar.
■ No caso de animais capazes devomitar, os receptores se ligam à zona de gatilho. Os que não conseguem,
os receptores não se ligam à zona de gatilho.
○ Fármacos Eméticos: estimula o vômito, possuindo ação central, agindo no córtex cerebral, ativando o centro do
vômito. Exemplos: água morna, peróxido de hidrogênio.
○ Fármacos Antieméticos: bloqueia o vômito, bloqueando os receptores que se ligam à zona de gatilho. Possui ação
central e periférica.
➢ Intestino Delgado
○ Formado por duodeno, jejuno e íleo.
○ Função de digestão e absorção de nutrientes.
○ Região em que ocorre a maior parte da digestão e absorção do TGI.
○ Intensa atividade de suco digestivo.
○ pH entre 7 e 9.
○ Digestão de carboidratos, proteínas, lipídeos e ácidos nucleicos.
○ Fase luminal: enzimas pancreáticas.
○ Fase Mucosa: enzimas de membrana da mucosa do intestino delgado.
○ Suco Pancreático
■ Produz bicarbonato de sódio, fazendo com que ocorra aumento do pH.
■ Produz enzimas, proteínas, carboidratos, lipídeos, ácidos nucléicos e vitaminas.
Importante: se o estômago libera secreção ácida e o intestino delgado tem o pH entre 7 e 9, se não houver produção de muco, pode
ocorrer uma lesão no intestino delgado.
Importante: a amilase pancreática é produzida no pâncreas.
➢ Fígado
○ Produz constante da bile com ação detergente, emulsificando e tornando o lipídeo mais solúvel, fazendo com que
ocorra a absorção de vitaminas lipossolúveis, além da absorção de colesterol.
○ Os equinos não possuem vesícula biliar.
➢ Intestino Grosso
○ Só acontece a digestão microbiana.
AULA 2 - PARTICULARIDADES DO METABOLISMO DE CARBOIDRATOS PARA NÃO RUMINANTES
18 de agosto de 2021
➢ Particularidades dos Carboidratos
○ São os nutrientes mais abundantes na natureza, fazendo parte da estrutura da membrana e da parede celular, e
sendo a principal fonte de energia para animais não ruminantes (aves e suínos), com exceção de carnívoros visto
que os carnívoros alimentam-se, principalmente, de proteínas.
○ Juntamente com as proteínas, os carboidratos fazem parte da constituição corpórea.
○ Os carboidratos participam de até 70% da matéria seca, no caso de forragem. Por outro lado, no caso de grãos, os
carboidratos participam de até 85% da matéria seca. Aliás, quando se fala em matéria seca, se fala em nutrientes,
visto que a matéria seca é justamente uma matéria sem umidade, ficando apenas os nutrientes.
○ A principal função dos carboidratos é a geração de energia. Isso acontece devido a serem os componentes mais
abundantes da natureza, possuindo uma maior participação no fornecimento de energia, principalmente da
glicose. Aliás, quando a glicose não é utilizada, ela fica armazenada no músculo (tecidos) e no fígado, em forma de
glicogênio.
○ No caso de carboidratos solúveis em água, para serem absorvidos, eles precisam de transportadores.
➢ Classificação dos Carboidratos
○ Grupo A: são carboidratos que, quando ingeridos, rapidamente geram energia através da glicose. São carboidratos
não fibrosos, solúveis em água. Exemplo: açúcares e ácidos orgânicos. Podem ser ofertados para carnívoros.
○ Grupo B1: são carboidratos não fibrosos e solúveis. Entretanto, os carboidratos desse grupo precisam passar por
algumas transformações para serem utilizados. Exemplo: amido (polissacarídeo) e pectina. Podem ser ofertados
para carnívoros.
○ Grupo B2: são carboidratos estruturais, que fazem parte da fibra (FDN). Exemplo: celulose e hemicelulose. Podem
ser ofertados para carnívoros, mas é indicada, principalmente, herbívoros e onívoros.
○ Grupo C: são carboidratos indigestíveis (FDNi). Exemplo: uma forragem mais velha, um capim mais passado, que
ficou amarelo, isso significa que tem muita lignina, e a lignina interfere na digestão. Em outras palavras, o animal
comerá essa forragem, mas não absorverá os nutrientes. Indicada, principalmente, para ruminantes.
➢ Carboidratos das Plantas
○ Parede celular: constituída por carboidratos fibrosos e estruturais do grupo B2 e do grupo C. Entretanto, apesar da
pectina ser um carboidrato estrutural da parede celular, ela é uma fibra solúvel em detergente neutro (FSDN),
sendo um carboidrato não fibroso.
○ Conteúdo Celular: constituído por carboidratos não estruturais. Exemplo: amido.
➢ Exemplos de Carboidratos
○ Celulose: é o principal carboidrato estrutural das plantas, sendo não digerível por enzimas do animal, mas sendo
digerível por enzimas dos microrganismos. Devido a isso, são carboidratos digeridos no intestino grosso. Em outras
palavras, o animal não produz enzimas que quebram as fibras da celulose, mas os microorganismos produzem. A
celulose é degradada pela enzima celulase microbiana, localizada no ceco, gerando energia e vitaminas solúveis
em água.
■ Se a celulose é um carboidrato, e ele é formado por glicose, por que a enzima que é produzida pelo
animal não consegue degradar a fibra/celulose? Devido ao tipo de ligação, visto que o tipo de ligação
entre uma glicose e outra é beta 1-4. Toda ligação beta 1-4 de um carboidrato é quebrada apenas
mediante enzima microbiana.
○ Hemicelulose: é um carboidrato fibroso e estrutural (ligação beta 1-4), entretanto, é um carboidrato com boa
solubilidade. a hemicelulose é digerível por enzimas dos microrganismos e degradada apenas pela enzima celulase
microbiana, localizada no ceco.
○ Amido: é um carboidrato não fibroso, sendo o principal polissacarídeo presente nas plantas, ao mesmo tempo em
que está presente, em grandes quantidades, nos grãos de cereais. Para que o amigo seja absorvido em forma de
monossacarídeos, ele precisará passar por processos. De polissacarídeos, ele se transformará em trissacarídeo,
depois em dissacarídeo e finalmente, em monossacarídeo. O amido é fracionado em amilose (união linear) e
amilopectina (união linear e ramificada), sendo formado por ligação alfa 1-4 e alfa 1-4 e alfa 1-6, respectivamente.
➢ Metabolismo dos Carboidratos
○ Estômago: visto que todo e qualquer estômago digere, unicamente, proteínas, os carboidratos não serão digeridos
no estômago. Entretanto, há uma paralisação da amilase no estômago devido ao pH ácido do estômago,
responsável por inativar a amilase.
○ Intestino Delgado: visto que os carnívoros e herbívoros não possuem amilase salivar, a digestão do amido
acontecerá, unicamente, no intestino delgado, através da amilase pancreática.
■ Digestão da Fase Luminal: as enzimas que agem nessa fase são produzidas pela própria mucosa do
intestino delgado. Em onívoros, a fase luminal é mais rápida visto que os onívoros possuem amilase salivar
na cavidade oral.
■ Carnívoros: a absorção da glicose para cães e gatos precisa de um processamento chamado cozimento.
Esse cozimento aumenta a digestibilidade dos carboidratos, modificando a forma física da ração e
aumentando a interação amido-proteína.
➢ Absorção de Carboidratos
○ Pode ocorrer mediante transporte ativo e difusão facilitada.
○ Devido a solubilidade dos carboidratos, eles precisam de um transportador para entrarem na célula.
○ A maior fração de todo carboidrato absorvido por aves, suínos e outros animais não ruminantes é metabolizada na
forma de lipídeos, servindo de reserva energética animal.
○ Difusão Facilitada: não há gasto de energia. Em outras palavras, a membrana, que é fosfolipídica, precisará de uma
proteína que se conforma de acordo com a molécula de glicose do carboidrato, para jogá-la para dentro da célula,
de acordo com o gradiente de concentração. Ou seja, ela não sai do lugar. Essas proteínas são chamadas de
proteínas transportadoras. Exemplo: frutose.
■ A difusão facilitada da frutose acontece através da proteína GLUT5.
○ Transporte Ativo: há gasto de energia devido a despolarização da célula. Em outras palavras, as proteínas
específicas precisam de energia para conformarem-se de acordo com a substância, contra o gradiente de
concentração. Exemplo: glicose e galactose.
■ A presença de sódio significa que há gasto de energia.
■ O transporte ativo é realizado através das proteínas GLUT1, que captura a glicose ou galactose.
➢ Destino Metabólico dosCarboidratos na Dieta
○ Em cães e gatos, a glicose funciona como energia, sendo o combustível da célula. Essa energia pode ocorrer em
forma de amido mas também pode ocorrer em forma de glicerol e aminoácidos.
■ No caso de carnívoros, existe uma rota que é chamada de gliconeogênese, onde, a partir de aminoácidos
e glicerol, há conversão de glicose. No caso de uma cadela em lactação, a relação entre energia e proteína
aumenta, pois é a energia que faz com que ela produza leite. Essa energia vem da reserva criada durante
o período gestacional e de uma ração que contém aminoácidos e glicerol.
○ Utilização: 80% dos produtos finais da digestão de carboidratos são glicose e 20% são frutose e galactose que, no
fígado, são convertidas em glicose. Isso porque os carboidratos, no sangue, são transportados, exclusivamente, na
forma de glicose.
➢ Rotas dos Carboidratos
○ Glicogênese: é a formação do glicogênio a partir da glicose para armazenamento e ocorre em todas as células,
sobretudo nas do fígado e músculos. Exemplo: o boi, na vaquejada, come a ração com fornecimento imediato de
energia.
○ Glicogenólise: é a degradação do glicogênio celular em glicose a partir da enzima fosforilase, cuja reação é ativada
pela epinefrina (estresse) e pelo glucagon. Exemplo: se o animal come e não precisa de energia, a glicose fica
armazenada.
○ Gliconeogênese: é a formação da glicose a partir de aminoácidos e glicerol, funcionando como rota principal dos
carnívoros para gerar energia.
○ Glicólise: é a conversão de CHO a piruvato, funcionado como rota principal para o fornecimento de energia (ATP).
➢ Fibra
○ É a fração indigestível dos alimentos, sendo digerida, apenas, no intestino grosso, por enzimas dos microrganismos.
○ Função: aumento da viscosidade intestinal, movimentos peristálticos (o intestino delgado se movimenta o tempo
todo), regula a taxa de passagem do alimento e controle de consumo , gerando maior saciedade.
○ Composição: celulose, hemicelulose, pectina e lignina.
○ Função em Cães e Gatos: saúde intestinal, melhora o tempo do trânsito intestinal, produz ácidos graxos de cadeia
curta, é a própria fibra que faz parte da estrutura da mucosa intestinal, composição da microbiota, melhora e
aumenta a excreção de fezes.
➢ Utilidade da Fibra - Equinos
○ Precisa de fibra volumosa e de boa qualidade, com 35% a 55% de FDN e 25% a 35% de FDA.
○ Quantidades insuficientes de fibra podem desencadear vícios (aerofagia e coprofagia).
○ Manutenção da flora microbiana saudável.
○ Fonte de energia.
○ O excesso de ração concentrada para equinos pode provocar distúrbios metabólicos tais como a laminite.
Importante: na ração de carnívoros, a matéria fibrosa deve possuir mais FDN, visando uma boa solubilidade, devido a presença de
hemicelulose. Entretanto, toda matéria fibrosa das rações é composta por FDN e FDA.
Importante: a FDN é uma fibra com maior solubilidade, permitindo uma digestão mais rápida. Por outro lado, a FDA possui mais
lignina, resultando em menor disponibilidade da fibra.
Importante: FSDN significa fibra solúvel em detergente neutro.
Importante: na FDA, tem-se celulose e lignina, enquanto na FDN, tem-se celulose, hemicelulose e lignina.
Importante: quanto mais velha for a planta, maior a presença de lignina.
Importante: toda e qualquer ração que possuir a presença de cereais, terá amido.
Importante: os onívoros (suínos) possuem amilase salivar, começando a digestão do amido ainda na cavidade oral, resultando um
ciclo de produção mais rápido.
Importante: para o fármaco ser absorvido, ele precisa ser, primeiramente, desintegrado. Isso também acontece com os carboidratos.
Quando o animal come a ração, os carboidratos dessa ração precisam ser desintegrados, ou seja, digeridos, para formarem
monossacarídeos, principalmente a glicose. Aliás, para que o carboidrato seja absorvido, ele precisa entrar na célula através de
proteínas transportadoras específicas. Dentro da célula, se o fármaco for livre, ele será metabolizado, semelhantemente à glicose. Se
o animal não precisa de energia, essa glicose será armazenada no tecido adiposo.
Importante: carboidrato com ligação alfa será digerido no intestino delgado e carboidrato com ligação beta será digerido no
intestino grosso. Isso significa que carnívoros conseguem fazer a digestão do amido pois a ligação é alfa e a amilase produzida pelo
pâncreas é alfa amilase pancreática.
Importante: a amilopectina demora mais para ser digerida devido a sua ligação ramificada.
Importante: a GLUT2 captura a glicose, a frutose e a galactose e os coloca na corrente sanguínea, sem gasto de energia.
Importante: uma ração oleosa é mais digestível.
AULA 3 - PARTICULARIDADES DO METABOLISMO DE LIPÍDEOS PARA NÃO RUMINANTES
25 de agosto de 2021
➢ Particularidades dos Lipídeos
○ Lipídeos são um grupo de substâncias heterogêneas, podendo se ligar a um fósforo, a uma proteína ou ao próprio
carboidrato.
○ São compostos orgânicos oleosos ou gordurosos. Por exemplo: colesterol.
○ São solúveis em éter, acetona e clorofórmio (solventes orgânicos). Aliás, a porcentagem de lipídeos nos alimentos é
analisada em laboratório, utilizando o éter como solvente.
○ São insolúveis em água, com exceção do fosfolipídeo, que é solúvel em água.
○ Também são chamados de ácidos graxos, ou seja, produtos que vêm da digestão dos triglicerídeos. Aliás, os
triglicerídeos são a forma como se oferta lipídeos para os animais, através da alimentação.
○ São armazenados no tecido adiposo, para que o animal possa utilizá-los como reserva energética.
○ Em rações, se chama extrato etéreo.
Importante: para se avaliar a energia de um alimento, observa-se a kcal/g. Isto quer dizer que, para cada grama de determinada
substância, tem-se um número determinado de kcal. Para cada grama de lipídeo, tem-se 9,4 kcal/g. Para cada grama de carboidrato,
tem-se 4,1 kcal/g. Para cada grama de proteína, tem-se 57 kcal/g. Então, visto que o lipídeo oferece mais energia que o carboidrato e
que a proteína, quando se tem interesse em aumentar a densidade energética da ração, aumenta-se a quantidade de lipídeos
presente nela. De mesmo modo, essa energia será disponibilizada para a manutenção do animal, crescimento, reprodução, lactação
e exercícios físicos. No que diz respeito à lactação, os lipídeos estimulam o aumento da produção de leite. No que diz respeito aos
exercícios físicos, os lipídeos estimulam a produção de ATP.
Importante: de acordo com os autores Mateos e Sell (1980), quando se adiciona lipídeos na ração de não ruminantes, tem-se uma
melhora no aproveitamento de carboidrato, tais como sacarose e amido. De acordo com Furman (1992), os lipídeos melhoram a
digestibilidade.
➢ Funções dos Lipídeos
○ Função estrutural, fazendo parte da membrana celular, e reserva energética.
○ Produzem 2,25 vezes mais energia que os carboidratos.
○ Precursores de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) e ácidos graxos essenciais.
○ Precursores na formação de hormônios reprodutivos, tais como a prostaglandina, progesterona e hormônios
esteróides (estrógenos). De mesmo modo, os lipídeos atuam na formação do hormônio luteinizante (LH),
produzido na hipófise, implicando no aumento do tamanho do folículo, possibilitando a ovulação.
○ Precursores na formação da bile, que é formada no fígado e armazenada na vesícula biliar.
○ Isolamento térmico e proteção de órgãos vitais.
○ Quando os lipídeos são adicionados à ração, melhoram a sua palatabilidade, reduzindo a poeira e a perda de
nutrientes. Do mesmo modo, facilitam o processo de peletização e melhoram a conversão da dieta, ou seja, o
quanto o animal come e o quanto é convertido em ganho de peso.
○ Aumento da densidade energética da ração.
Importante: a prostaglandina é responsável pela involução e destruição do corpo lúteo, iniciando um novo ciclo. Ela é sintetizada a
partir dos ácidos graxos insaturados. A prostaglandina também atua na diminuição da progesterona, resultando em um abordo.
Importante: a cicloxigenase produz prostaglandina, que atuana mucosa gástrica, produzindo o muco. Aliás, a prostaglandina,
juntamente aos ácidos graxos essenciais, regulam a resposta inflamatória. Entretanto, a prostaglandina também possui função
patológica, e a partir da ação de macrófagos e monócitos, ela faz com que haja inflamação. Por outro lado, as prostaglandinas são os
grandes alvos dos antiinflamatórios. Ou seja, o que é que o antiinflamatório vai fazer? Se não tem síntese de cicloxigenase, não se
tem a síntese de prostaglandina e, consequentemente, não se tem funções fisiológicas na mucosa gástrica e nem no controle da
inflamação.
➢ Subdivisão dos Lipídeos ou Ácidos Graxos
○ Saturados: possuem ação negativas, são moléculas de lipídeos que não possuem dupla ligação.
○ Insaturados: são essenciais para o organismo, possuem dupla ligação e devem ser ofertados através da
alimentação. Aliás, quanto maior a insaturação do lipídeo, melhor, pois os lipídeos insaturados são os lipídeos que
fazem bem ao organismo. São também chamados de PUFAs (poliinsaturados). Exemplos: ômega 6 (linoleico),
ômega 9 (araquidônico) e ômega 3 (linolênico - EPA e DHA).
Importante: o ácido graxo insaturado ômega 3 é assim chamado pois possui 18 carbonos e dupla ligação no carbono 3. O ácido graxo
insaturado ômega 6 possui 18 carbonos e dupla ligação no carbono 6.
Importante: alguns animais conseguem sintetizar o ácido graxo araquidônico a partir do linoleico enquanto outros não conseguem,
sendo necessário ofertar via alimentação. Exemplo: em cães e gatos, os ácidos graxos linoleicos e linolênicos não são sintetizados,
sendo necessários ofertá-los através da alimentação. Aliás, filhotes de cães e gatos possuem uma redução na atividade enzimática, e
é justamente a atividade enzimática que é responsável pela conversão dos ácidos linoleicos e linolênicos em ácido araquidônico. Do
mesmo modo, cães e gatos idosos ou doentes não possuem atividade enzimática, sendo necessário ofertá-los via alimentação. Em
felinos, o ácido graxo araquidônico depende exclusivamente da oferta via dieta.
Importante: para gatos, a exigência do ácido araquidônico é baixa, de apenas 0,02% na ração.
➢ Funções dos Ácidos Graxos Insaturados
○ Regulação da resposta inflamatória e anti inflamatória dos animais.
○ Aumento do colesterol bom, HDL.
○ Aumentam o tamanho do folículo ovulatório, para que o óvulo seja liberado.
○ Desenvolvimento embrionário.
○ Produzem ácido graxo araquidônico.
➢ Implicações Práticas dos Ácidos Graxos Essenciais
○ Aumento da taxa de crescimento.
○ A ausência de ácidos graxos essenciais implica em alopecia. Aliás, em fêmeas, a ausência de ácidos graxos
essenciais implica em falha na ovulação e na lactação Do mesmo modo, em machos, sua ausência ocasiona
degeneração testicular.
○ Aumentam a imunidade.
○ Melhora da função reprodutiva.
○ Aumento da concentração de progesterona, mantendo a gestação da fêmea e evitando as contrações uterinas no
início da gestação e promovendo as contrações uterinas no final da gestação, facilitando o parto.
○ Manutenção da prenhez.
➢ Gorduras e Óleos
○ Podem ser classificados quanto ao grau de saturação e quanto ao número de átomos de carbono.
■ Quanto ao grau de saturação, podem ser:
● Saturados: ausência de dupla ligação, estado sólido à temperatura ambiente.
● Insaturado: presença de dupla ligação, estado líquido à temperatura ambiente.
■ Quanto ao número de átomos de carbono, podem ser:
● Saturados: entre 20 carbonos.
● Instaurados: abaixo de 20 carbonos.
➢ Aspectos Alimentares dos Lipídeos
○ Processamento: a rancificação é um problema comum no processamento de lipídeos. Ela é ocasionada por
diversos fatores, tais como luminosidade, umidade. A rancificação resulta na oxidação dos lipídeos e na destruição
dos ácidos graxos essenciais, gerando uma alteração da palatabilidade, do sabor e do odor e diminuindo o valor
nutricional do alimento. Exemplo de rancificação: biscoito mole quando fica velho.
○ Antioxidante: existem antioxidantes que evitam o processo de rancificação, dividindo-se em dois tipos, os
sintéticos e os naturais. Os antioxidantes sintéticos são o BHT e o BHA e precisam estar presente na ração até
200mg pois, acima disso, possibilita uma alteração genética celular, ocasionando câncer. Por outro lado, como
exemplo de antioxidantes naturais, há o tocoferol e a vitamina C, que evitam a destruição dos ácidos graxos
essenciais e das vitaminas D e E, que são vitaminas lipídicas.
○ Aumento do Aporte Energético: em animais que vivem em estresse ou confinamento, pode-se aumentar o aporte
energético da ração para que se tenha um maior fornecimento de energia em um menor volume ingerido, uma vez
que o estresse calórico diminui o consumo de alimentos. De mesmo modo, a adição de lipídeos diminui o
incremento calórico, reduzindo a produção de calor.
○ Dieta de Alta Energia: aumenta a quantidade de energia, diminuindo a ingestão da dieta. Essa dieta é indicada
para animais em terminação (abate), uma vez que o animal precisa de mais energia e há menor ingestão de outros
nutrientes.
○ Dieta de Alta Densidade: nessa dieta, além de aumentar o teor de energia, eleva-se também o teor de proteína,
evitando o problema de menor ingestão de outros nutrientes. Essa dieta é indicada para todos os estágios de
criação, uma vez que possui um consumo menor e uma eficiência alimentar maior, ou seja, é uma dieta com uma
melhor conversão alimentar.
➢ Estrutura dos Lipídeos
○ Triglicerídeos: elevam o conteúdo energético.
○ Fosfolipídeos: gordura endógena, produzida no organismo e responsável pela permeabilidade da célula e frações
lipídicas das proteínas transportadoras.
○ Vitaminas lipossolúveis: A, D, E e K.
➢ Metabolismo de Lipídeos
○ O metabolismo ocorre principalmente no tecido adiposo das células hepáticas, ou seja, no fígado.
○ Lipoproteínas
■ Transportam energia via triglicerídeos.
■ Participam do metabolismo de lipídeos.
■ Forma a estrutura da membrana (colesterol).
○ Digestão dos Lipídeos - Boca
■ De acordo com o NRC (2016), os gatos não possuem lipase salivar.
■ Animais lactantes possuem lipase salivar.
○ Digestão de Lipídeos - Intestino Delgado
■ Em animais adultos, quando há a oferta de gordura, quem age é a lipase pancreática, que quebra o
triglicerídeo, liberando o diglicerídeo e o monoglicerídeo para serem absorvidos pela célula.
○ Ação dos Sais Biliares
■ São formados no fígado.
■ Liberação da ação hormonal através da colecistoquinina.
■ É importante na formação de micelas, uma vez que as micelas facilitam o transporte dos lipídeos pelas
microvilosidades.
■ Possuem ação detergente, reduzindo gotículas.
■ Atraem as enzimas colipase e lipase.
○ Suco Pancreático
■ Presença das enzimas fosfolipase e hidrolase.
■ Liberando colesterol da ligação ésteres.
■ Hidrólise dos ésteres das vitaminas lipossolúveis.
■ Produto da digestão: AGL e monoglicerídeos.
■ Gorduras, vitaminas lipossolúveis e ácidos graxos de cadeia longa.
○ Absorção
■ Dentro da célula, acontece a reesterificação do lipídeo, que foi quebrado no lúmen, se englobou na micela
e entrou na célula quebrado e, posteriormente, juntado pela proteína para ser transportado no sangue
através de quilomícrons.
○ Ciclo dos Lipídeos
■ Tecido adiposo.
■ Síntese e captação do ácido graxo.
■ Esterificação do ácido graxo em triglicerídeos.
■ Lipólise.
■ Liberação de ácido graxo livre (AGL) para a célula.
○ Síntese de Ácido Graxo no Fígado
■ Capacidade de formar ácido graxo através do carboidrato glicose.
■ Sintetizado a partir do acetil-coa no metabolismo de carboidratos.
■ O fígado normal é responsável pela oxidação, pela hidrólise e pela redução dos nutrientes/metabólitos. Os
metabólitos ativos vão para o sangue e, posteriormente, para a fase 2, onde serão conjugados e
eliminados. Os metabólitos inativos serão eliminados diretamente, sem irem para o sangue.
Importante: no estômago, não há digestão de gordura, apenas de proteínas.
Importante: a bile quebra as gotículas de gordura, as transformando em gotículas menores.
Importante: fosfolipídeose glicerol são de origem endógena, ou seja, produzidos pelo próprio organismo.
importante: dentro da célula, o que foi desfeito pela lipase, é feito novamente.
Importante: a micela é tudo o que foi digerido pela lipase pancreática, somado ao fosfolipídeos e ao glicerol. Com a micela, tudo o
que é lipídeo entra de uma vez na célula. Sem a micela, entrariam separadamente.
Importante: o quilomicron faz o transporte de lipídeos de origem dietética/alimentícia, de triglicerídeos. Enquanto as lipoproteínas
faz o transporte de lipídeos endógenos, que é o fosfolipídio e o colesterol.
Importante: quanto maior a solubilidade, maior a absorção.
Importante: o fígado gorduroso ocorre devido ao armazenamento de gordura sob condições de alimentação, ou seja, um animal
com dieta muito calórica, começa a armazenar o lipídeo endógeno e não libera energia. O fígado gorduroso acontece quando as
células hepáticas estão cheias de gordura.
➢ Transporte de Lipídeos
○ LDL: lipoproteína de baixa densidade, gordura endógena.
○ VLDL: lipoproteína de densidade muito baixa, gordura endógena.
○ HDL: lipoproteína de alta densidade, pega a gordura e joga no fígado, para ser, posteriormente, eliminada.
➢ Manutenção da Vida
○ A dieta precisa atender as necessidades energéticas.
○ Energia para a produção.
○ O excesso de energia ocasiona a estocagem na forma de lipídeos.
Importante: para uma dieta rica em colesterol, aumenta-se a síntese de esteróides como, por exemplo, o estrógeno, fazendo com
que as fêmeas tenham as características sexuais e fazendo com que o animal entre em estro.
Importante: os ácidos graxos essenciais produzem o ácido graxo araquidônico que, a partir de lipoxigenase, pode produzir
leucotrienos, aumentando a ação dos macrófagos efetores, ocasionando a fagocitose.
Importante: a cicloxigenase sintetiza o tromboxano, implicando no aumento de plaquetas. As plaquetas, por outro lado, fazem um
tampão plaquetário, evitando a coagulação.
Importante: a histamina, a bradicinina e a citocina geram uma cascata de inflamação de macrófagos e monócitos. Isto é, quando se
leva uma pancada e ocasiona inflamação, significa que no local há a presença de macrófagos, monócitos e interleucinas que
responderam a ação da prostaglandina e a síntese da cicloxigenase que veio a partir do ácido araquidônico.
Importante: quando o animal está gestante, tem-se muita presença de progesterona.
Importante: os mamíferos, com exceção dos felinos, conseguem sintetizar a taurina a partir de metionina.
AULA 4 - PARTICULARIDADES DO METABOLISMO DE PROTEÍNAS PARA NÃO RUMINANTES
01 de setembro de 2021
➢ Particularidades das Proteínas
○ São polímeros de aminoácidos, unidos por ligações peptídicas.
○ São substâncias nitrogenadas, ou seja, constituídas de nitrogênio.
○ Estão presentes em células animais e vegetais, ou seja, alimentos de origem animal e vegetal ofertam proteínas.
○ São compostas por 4 carbonos, hidrogênio e oxigênio, entretanto, algumas podem conter enxofre e ferro.
○ As proteínas podem divergir entre si a depender do aminoácido que se liga ao radical.
➢ Funções das Proteínas
○ Estrutural: as proteínas fazem parte da estrutura das células e dos tecidos do corpo.
○ Enzimática: as enzimas são sintetizadas por proteínas.
○ Transporte: a hemoglobina transporta oxigênio, a albumina transporta fármacos e outros nutrientes e as
lipoproteínas transportam lipídeos.
○ Defesa: os anticorpos são formados por proteínas.
○ Nutritiva: a proteína caseína está presente no leite e a albumina está presente no ovo.
○ Contrátil: as proteínas actina e miosina atuam na contração muscular.
○ Reguladora: a insulina regula os níveis de glicemia no sangue e o hormônio do crescimento regula o crescimento.
○ Hormonal: a insulina e o glucagon são hormônios protéicos, enquanto a ocitocina é responsável pela contração
uterina, auxiliando na descida do leite.
Importante: se um fármaco ou nutriente, após ingerido, não se ligar a uma proteína transportadora, ele será eliminado. Entretanto,
quando um fármaco ou nutriente é absorvido, caindo na circulação sistêmica e ligando-se à uma proteína, ele será metabolizado por
um metabólito ativo ou inativo e, posteriormente, excretado.
Importante: as proteínas ligam-se aos fármacos ou nutrientes, ocasionando a biotransformação e, consequentemente, fazendo com
que o fármaco ou nutriente atue no órgão alvo. Essa ligação depende da concentração protéica, além da afinidade. Aliás, as
proteínas vêm dos alimentos e a concentração protéica será boa somente mediante uma alimentação balanceada.
Importante: a albumina transporta algumas drogas mais ácidas, sendo digeridas no estômago. Por outro lado, existem drogas
básicas que serão digeridas no intestino delgado, tais como glicoproteínas alfa-1 e a globulina, que pode se ligar aos hormônios
sexuais tais como estrógeno e testosterona.
Importante: nos alimentos vegetais, cerca de 16% é nitrogênio. Em outras palavras, de 100g de um alimento vegetal, cerca de 16%
corresponde à nitrogênio. Aliás, o fator de correção da proteína bruta de alimentos vegetais é adquirido, justamente, pela divisão de
100g por 16%, totalizando 6,25.
Importante: as proteínas são compostas de nitrogênio mas também são compostas por aminoácidos e, na natureza, existem mais de
150 aminoácidos. Entretanto, desses 150, se tem conhecimento de apenas 20 aminoácidos, no que se refere às suas funções. Desse
modo, desses 20 aminoácidos, 10 são considerados essenciais para monogástricos, com exceção dos felinos. Para felinos, 11
aminoácidos são essenciais, dos quais inclui a taurina.
Importante: o excesso de proteínas ou quando as proteínas que não são absorvidas são convertidas em amônia e, quando não são
eliminadas, se tornam tóxicas.
Importante: em plantas, existem alguns aminoácidos que são responsáveis pela fixação das raízes ao solo, enquanto outros são
responsáveis pela defesa. Do mesmo modo, existem aminoácidos responsáveis pela regulação de água, enquanto outros são
responsáveis pela fotossíntese.
➢ Classificação dos Aminoácidos
○ Aminoácidos Essenciais: não são sintetizados no organismo animal ou são encontrados em quantidade insuficiente
nos alimentos, fazendo com que seja necessário adicioná-los através da dieta e da suplementação. São eles: lisina,
metionina, triptofano, valina, histidina, fenilalanina, leucina, isoleucina, treonina e arginina.
○ Aminoácidos Não Essenciais: são sintetizados a partir dos aminoácidos essenciais, pela síntese proteica. São eles:
alanina, aspartato, asparagina, cisteína, glutamato, glutamina, glicina, prolina, serina e tirosina.
○ Aminoácidos Limitantes: a ausência desses aminoácidos no organismo limita o crescimento, o desempenho e a
síntese proteica. Os principais aminoácidos limitantes são a lisina e a metionina. Esses dois aminoácidos são
essenciais.
■ Primeiro Aminoácido Limitante: para aves, é a metionina, pois relaciona-se com o crescimento das penas.
Para os suínos, é a lisina, pois relaciona-se com a deposição protéica, ou seja, com a formação muscular.
■ Segundo Aminoácido Limitante: para aves, é a lisina, pois proporciona síntese proteica. Para os suínos, é
a metionina.
➢ Principais Aminoácidos Limitantes
○ Lisina: é um aminoácido referência, estritamente essencial, não sendo sintetizado pelo organismo, cujo
fornecimento se faz necessário via dieta através da suplementação de L-lisina industrial.
○ Metionina: é importante no processo de muda, assim como na recuperação do sistema reprodutivo, regenerando
a capacidade produtiva e aumentando a produtividade entre 25 e 30 semanas. A metionina também atua na
síntese da proteína do ovo e na síntese da proteína corporal.
○ Metionina + Cistina: atua no metabolismo de fosfolipídios, cuja deficiência ocasiona prejuízos renais e hepáticos.
Para mamíferos, essa interação de metionina e cistina forma a taurina.
Importante: quando a lisina é ofertada somente na quantidade presente na ração, o tanque de leite fica pela metade. Entretanto,
quando a lisina é adicionada atravésde suplementos, o tanque de leite fica cheio.
Importante: a lisina é um aminoácido referência, uma vez que é o primeiro aminoácido a ser colocado nos alimentos.
Importante: a metionina e a cistina interagem com a cisteína e essa interação gera o ácido cisteína sulfínico. Esse ácido será
desnaturado, ou seja, quebrado/catabolizado, pela enzima ACS descarboxilase, convertendo em hipotaurina e taurina. Essa é uma
reação que ocorre nos mamíferos, com exceção dos felinos, uma vez que a enzima ACS descarboxilase não consegue converter o
ácido cisteína sulfínico em hipotaurina e, posteriormente, em taurina. Então, para felinos, em vez da enzima ACS descarboxilase
realizar essa conversão, gerando a taurina, o ácido cisteína sulfínico será convertido em piruvato, gerando energia.
Importante: rações que trabalham com proteína ideal vêm com o balanço exato de aminoácidos necessários, sem excesso ou falta.
Exemplos: rações super premium. As vantagens da ração com proteína ideal são a redução da excreção de nitrogênio, o maior
aproveitamento da proteína e a ração de menor custo.
➢ Proteína Taurina
○ Aminoácido essencial para felinos que contém enxofre.
○ Funções da Taurina:
■ Formação do pigmento da visão (retina), fazendo com que o gato não tenha cegueira noturna.
■ Previne a cardiomiopatia congestiva, que é a menor contração do miocárdio. A ausência de taurina, em
felinos, faz com que o miocárdio, que é o músculo do coração, perca a capacidade de contração e,
consequentemente, a diminuição do fluxo cardíaco, levando à morte.
■ Síntese dos sais biliares.
■ Antioxidante.
■ Controla o fluxo de cálcio que entra e sai das células.
➢ Fatores de Escolha de Ingredientes
○ Fonte de Proteínas e Aminoácidos: balanço e a biodisponibilidade de aminoácidos compatíveis com a exigência do
animal.
○ Controle de Qualidade: facilidade de avaliação do ingrediente quanto a sua padronização ou adulteração.
➢ Proteínas em Equinos
○ Quando o equino é atleta, precisa de suplementação com lisina, metionina e treonina.
○ O excesso de proteínas em equinos ocasiona o excesso de amônia que não é eliminada, acumulando no sangue,
causando uma série de distúrbios, tais como alteração da flora intestinal, transformando-a em flora patogênica;
enterotoxemia que é a produção de toxinas no organismo e pode ocasionar laminite, inflamação do casco;
problemas hepáticos, uma vez que o fígado está metabolizando demais a proteína, gerando amônia; má
recuperação após exercício; transpiração excessiva, gerando um suor espumante; produção de gases, gerando
cólica e timpanismo.
Importante: as proteínas são digeridas no estômago. O HCL ativa o pepsinogênio que, por sua vez, será convertido, em pH ácido, na
enzima pepsina, responsável por degradar as proteínas formadas por aminoácidos e peptídeos. Do estômago, passa para o intestino
delgado. As enzimas que agem no intestino delgado são as enzimas produzidas no pâncreas e no próprio intestino delgado, ou seja,
a enzima do suco pancreático e a enzima do suco entérico. Aliás, existem hormônios que atuam na liberação dessas enzimas, tais
como a secretina e a colecistocinina. A colecistocinina age na vesícula biliar, liberando a bile. A secretina age no pâncreas,
ocasionando a liberação do suco pancreático.
Importante: zimogênios são as enzimas inativas. Exemplo: as enzimas do pâncreas estão inativas, uma vez que, se ativas, elas
estariam digerindo o próprio órgão e são ativadas somente quando chega o alimento.
Importante: absolutamente tudo (fármacos, hormônios, enzimas, carcinogênicas e neurotransmissores) passa pelo fígado. Devido a
isso, a proteína CYP450 é uma proteína encontrada no fígado que atua diretamente na ativação ou inativação de metabólitos. A
CYP450 é uma proteína presente no fígado, rins e na mucosa intestinal. Além disso, ela é o principal mecanismo de metabolização. A
falta dessa proteína ocasiona falência hepática.
Importante: no lúmen, acontece a digestão de enzimas pancreáticas, convertendo as enzimas em aminoácidos. Depois vem a
digestão da mucosa, no enterócito e quem age aqui são as enzimas produzidas pelo próprio intestino delgado, para transformar,
posteriormente, a proteína em um aminoácido livre para que haja absorção.
Importante: a absorção de aminoácidos livres é um transporte ativo, uma vez que precisa de transportador.
Importante: a hipoproteinemia leva à falência hepática. A falência hepática, por sua vez, resulta em uma menor síntese de albumina
e, consequentemente, não há a distribuição de nutrientes, resultando em um défice.
Importante: a proteína da ração tem dois caminhos. O primeiro caminho é para ser digerida por protease, sintetizando novas
proteínas e gerando energia, água ou CO2. O segundo caminho é não digerido, sendo eliminado nas fezes ou utilizado pela flora
microbiana. A proteína não digerida é uma proteína de baixa qualidade.
Importante: a amônia é uma proteína que foi digerida mas não foi utilizada.
➢ Deficiência de Proteínas em Cães e Gatos
○ A arginina é um aminoácido essencial para cães e gatos e sua deficiência faz com que o animal apresente um
excesso de amônia no corpo, resultando em diversos sintomas, tais como diminuição de ingestão de alimentos,
convulsões, coma e letargia. A sua deficiência também afeta o sistema reprodutivo, afetando os fetos e neonatos
com problemas cardíacos e imunológicos. Sua recomendação diária é de 250mg/dia.
○ A deficiência de proteínas em animais de produção pode ocasionar anorexia, para de crescimento, infertilidade,
tamanho reduzido do feto, queda da produção, síntese reduzida de hormônios e enzimas e atraso no
desenvolvimento mental e corporal.
AULA 5 - VITAMINAS E MINERAIS PARA ANIMAIS NÃO RUMINANTES
08 de setembro de 2021
➢ Particularidades das Vitaminas
○ São compostos orgânicos nitrogenados e essenciais, ou seja, não são sintetizados no organismo.
○ São necessárias pois participam do metabolismo, ou seja, do funcionamento do organismo.
○ São precursores de enzimas, atuando como coenzimas, responsáveis pela ativação enzimática. Em outras palavras,
as vitaminas ativam as enzimas.
○ São antioxidantes, ou seja, evitam a morte das células. Exemplo: vitamina E e C.
○ São precursores de hormônios, principalmente as vitaminas lipossolúveis que são precursoras de hormônios
esteróides, responsáveis pela reprodução.
Importante: a idade, o gênero e o estado fisiológico são fatores determinantes para a exigência das vitaminas. Em outras palavras,
nenhum animal possui a mesma exigência e, a depender desses fatores, a exigência pode aumentar ou diminuir.
Importante: etiologia é o estudo de uma possível causa para uma doença. As causas de uma doença podem estar ligadas à fatores
intrínsecos ao animal, tais como raça, sexo, idade e a própria genética; fatores extrínsecos, tais como o ambiente; e fatores
determinantes, como a nutrição.
➢ Conceitos das Vitaminas
○ Avitaminose: estado de doença devido a carência extrema de vitaminas ou a deficiência de vitaminas.
○ Hipovitaminose: é uma carência parcial que, a partir de uma suplementação vitamínica, pode reverter essa
situação temporária.
○ Hipervitaminose: é o excesso de vitaminas lipossolúveis no fígado, causando lesões e doenças.
➢ Classificação das Vitaminas
○ Hidrossolúveis: relacionam-se com o complexo B e com a vitamina C. Uma vez que tais vitaminas não são
armazenadas no organismo, é necessário realizar uma suplementação diária. As vitaminas hidrossolúveis atuam
como coenzimas e essas coenzimas são responsáveis pela ativação enzimática; pelo metabolismo de carboidratos,
de proteínas, de aminoácidos e de lipídeos; pela síntese do crescimento dos tecidos e pela produção de células
sanguíneas (glóbulos vermelhos, hemácias). São representadas pelo complexo B, integrante de vários sistemas
enzimáticos, e pela vitamina C. A absorção das vitaminas hidrossolúveis se dá em pequenas concentrações e
acontece via transporte ativo ou difusão facilitada.
○ Lipossolúveis: são ligadas aos lipídios, sendo digeridase absorvidas junto aos lipídeos. São armazenadas no tecido
adiposo, principalmente no fígado, e no músculo e sua excreção do organismo se dá através das fezes.
➢ Absorção de Vitaminas Lipossolúveis
○ São absorvidas juntamente com os lipídeos via dieta, passando pelas vilosidades do intestino, chegando na célula,
para, posteriormente, cair no sistema linfático para serem liberadas por quilomícrons, atingindo o sangue e
formando as lipoproteínas, ou seja, para serem incorporadas às lipoproteínas.
○ Formam micelas na luz do intestino delgado, ou seja, no duodeno. Aliás, as vitaminas lipossolúveis encontram-se
dentro das micelas.
○ A vitamina A é armazenada no fígado enquanto as vitaminas D, E e K são transportadas por lipoproteínas para
outros tecidos.
Importante: as provitaminas são substâncias que, ao entrar em contato com o organismo do animal, serão convertidas em
vitaminas. Exemplo: radiação solar é convertida em vitamina D; e carotenóides presentes nas forragens que são convertidos em
vitamina A. Entretanto, cães e gatos não conseguem sintetizar a vitamina D a partir da radiação solar, sendo necessário suplementar.
➢ Particularidade das Vitaminas
○ Vitamina A: sua deficiência causa a redução de crescimento, cegueira noturna, redução da resposta imune e
problemas com fertilidade. Em aves, pode causar lesões epiteliais ocasionando manchas de sangue nos ovos.
○ Vitaminas do Complexo B: são vitaminas hidrossolúveis.
■ Vitamina B1 - Tiamina: em gatos, sua deficiência prejudica a visão, causa convulsões, anorexia e vômitos.
Para animais no geral, a tiamina é responsável pela manutenção, pelo crescimento e pela reprodução. Sua
exigência geral é de 4 a 10 mg/kg de matéria seca.
■ Vitamina B2 - Riboflavina: atua no metabolismo energético e é responsável pelo pigmento da retina e do
funcionamento da glândula adrenal. Sua exigência é de 2 a 6 mg/kg de matéria seca.
■ Vitamina B3 - Niacina: sua deficiência causa lesões de pele, dermatite, diarréia, demência e morte. No
geral, a niacina relaciona-se com o controle do colesterol e sua deficiência faz com que ocorra o acúmulo
de colesterol nas células. A niacina também protege contra infartos e sua exigência é de 10 a 26 mg/kg de
matéria seca.
■ Vitamina B5 - Ácido Pantotênico: evita o aparecimento de doenças de pele em aves. É responsável pela
síntese de proteínas carregadoras no ácido graxo. Sua exigência geral é de 10 a 20 mg/kg de matéria seca.
■ Vitamina B6 - Piridoxina: catalisam reações de aminoácidos; atuam na síntese de neurotransmissores,
tais como serotonina e noradrenalina; atua no crescimento do animal e no metabolismo de aminoácidos.
Sua exigência se dá de acordo com a reprodução e crescimento.
■ Vitamina B9 - Ácido Fólico: é importante na formação de purina e pirimidinas, além de ser responsável
pela formação do Grupo Heme, que é um grupo responsável pela fixação do ferro através da ferritina,
uma proteína produzida no fígado, ou seja, o ácido fólico é uma vitamina anti anemia. Também é
responsável pela síntese dos ácidos nucleicos, pela divisão celular, pelo crescimento e pela síntese de
aminoácidos. Sua exigência depende da fase fisiológica do animal, ou seja, se o animal está em
reprodução ou lactação, sua exigência é maior.
■ Vitamina B12 - Cobalamina: é importante na formação das hemácias, é responsável pelo metabolismo de
ácidos graxos e pela síntese de metionina. Atua na reprodução, na produção e na fertilidade dos ovos. Sua
exigência depende da fase fisiológica do animal, ou seja, se o animal está em reprodução ou lactação, sua
exigência é maior.
○ Vitamina C - Ácido Ascórbico: vitamina hidrossolúvel que atua como antioxidante, evitando que haja a destruição
de células normais pelo ataque de radicais livres. Além disso, ela aumenta a imunidade e realiza a síntese de
colágeno, de adrenalina, de esteróides e de sais biliares; e é importante na absorção de ferro e no metabolismo
ósseo. Sua exigência geral é de 10 a 60 mg/1000kcal. Em lactação, sua exigência aumenta, ficando entre 50 a 60
mb/1000kcal.
○ Vitamina D: é importante na homeostase do cálcio e do fósforo no organismo. Aliás, a absorção de cálcio pelo
organismo só é possível mediante a presença da vitamina D. Sua deficiência reduz a qualidade da casca e causa o
raquitismo, osteomalácia e osteoporose. Em gatos, pode afetar o sistema neural e causar paralisias.
○ Vitamina E: é responsável pela ativação fagocitária e na ativação de macrófagos, além de ser um antioxidante. A
suplementação necessária é de 110 e 220 mg/kg. Sua deficiência causa uma menor ativação dos fagócitos da
resposta imunológica dos macrófagos, fazendo com que o animal com deficiência fique com o sistema imunológico
comprometido. Em cães, a sua deficiência implica menor imunidade, degeneração do músculo esquelético,
espermatogênese e falha na gestação (aborto). Em gatos, causa doença da gordura amarela, anorexia e letargia.
Em suínos e aves, a vitamina E atua diretamente na estimulação sexual e sua deficiência pode diminuir essa
estimulação, diminuindo, consequentemente, a fertilidade. Em machos, pode causar esterilidade. Em fêmeas,
pode causar falhas reprodutivas e falhas na síntese de prostaglandina.
○ Vitamina K: atua na coagulação sanguínea através do processo de tampão plaquetário. Sua deficiência pode causar
sangramento excessivo e hemorragias. Em aves, sua deficiência pode causar lesões hemorrágicas, principalmente
na debicagem, isto é, a raspagem do bico.
Importante: animais em confinamento precisam de uma quantidade maior de vitamina D, portanto, é necessário ofertá-la via
suplementação. A deficiência D em suínos causa a inibição de crescimento, além de impedir a absorção de cálcio e fósforo.
Importante: a hipovitaminose da vitamina D, ou seja, a falta temporária de vitamina D, implica em uma falta de cálcio ou em excesso
de fósforo. Esse desequilíbrio na relação cálcio e fósforo pode causar fraturas ósseas.
➢ Suplementação de Vitaminas
○ Suplemento OGRAX-3: a suplementação se dá através de ácidos graxos essenciais, implicando no controle das
inflamações, controle dos níveis de gordura, prevenindo e retardando o câncer (ômega 3) e protegendo as funções
renais e crônicas. A suplementação depende das características intrínsecas e da necessidade do animal.
○ Suplemento Aminomix: suplemento vitamínico, mineral e com aminoácidos. É um suplemento mais completo que
atua no melhoramento do organismo, fazendo com que haja uma melhor construção e manutenção das células.
Melhora o estado geral do animal.
○ Glicopan PET: suplemento vitamínico com glicose, aminoácidos e vitamina B, aumentando o apetite e a eficiência
energética.
○ Organew: suplemento de vitaminas, probióticos e prebióticos para animais em crescimento, visando melhorar a
saúde intestinal.
➢ Particularidades dos Probióticos
○ São modificadores de digestão.
○ São os próprios microorganismos vivos e benéficos que melhoram o balanço microbiano da flora intestinal.
○ Modo de Ação: inibição da proliferação de E. coli, Salmonella, Clostridium perfringens.
○ Agem como antibióticos.
○ Atua na síntese de enzimas digestivas tais como amilase e protease.
○ Atuam na síntese de ácido lático, reduzindo o pH intestinal e mantendo-o dentro da faixa ideal.
○ Estimulam a resposta imune.
➢ Particularidades dos Prebióticos
○ São ingredientes alimentares que estimulam e selecionam o crescimento ou a atividade de bactérias benéficas,
promovendo a saúde do animal.
○ Simbióticos: junção de probióticos e prebióticos.
➢ Particularidade dos Minerais
○ São compostos inorgânicos e essenciais.
○ 80 a 85% dos minerais presentes no organismo dos animais encontram-se no esqueleto, via cálcio e ferro.
○ Funções dos Minerais: estrutura do esqueleto ósseo; formação de compostos orgânicos, ligando-se à proteínas e
lipídeos; catalisadores, atuando como coenzimas; manutenção das concentrações dos componentes corporais
através da homeostase; manutenção da pressão osmótica; permeabilidade das membranas; fluído cerebral; sucogástrico; regulatória da replicação e diferenciação celular, etc.
➢ Classificação dos Minerais
○ Os minerais são classificados de acordo com a necessidade orgânica do animal.
○ Macrominerais: são aqueles que têm uma participação maior no peso corporal, tais como Ca, P, Mg, Na, K, Cl e S.
O cálcio e o fósforo são importantes na formação de ossos, além de serem essenciais para animais que estão
sintetizando leite. Também atua na formação de uma casca de ovo mais rígida, na coagulação do sangue e na
ativação de enzimas. O excesso de cálcio, em aves e suínos, causa o desequilíbrio dos fluidos corporais. Por outro
lado, o excesso de fósforo, em aves, causa a mineralização da casca do ovo. Em equinos, o desequilíbrio na relação
cálcio e fósforo causa a “cara inchada”, ou seja, começa a ter a mobilização do cálcio ósseo para a região das
narinas. O enxofre é encontrado nas proteínas cisteína, cistina e metionina, essenciais para o crescimento do pelo.
○ Microminerais: são aqueles que têm uma participação menor no peso corporal, tais como Fe, Cu, Co, Mn, Zn, I, Se,
Mo, Cr e F. O ferro é importante na formação da hemoglobina. Inclusive, rações super premium contém
quantidades suficientes de ferro. O ferro também é importante na formação das proteínas mioglobina e da
ferritina. A deficiência de ferro, por outro lado, é responsável por 9 a 60% da mortalidade dos leitões do terceiro ao
quinto dia de vida. O cobre é parte integrante das enzimas, tais como colágeno e elastina. Também participa do
metabolismo do ferro e sua deficiência causa problemas na reprodução e na fertilidade, além de despigmentação.
➢ Absorção dos Minerais
○ São absorvidos como íons, junto com a dieta via suco digestivo, no intestino delgado e no intestino grosso.
○ Circulam na corrente sanguínea.
○ São excretados via urina.
Importante: os minerais constituem cerca de 3 a 4% do peso das aves e 3¢ do peso dos suínos. Em equinos, os minerais atuam na
reprodução, implicando em uma maior qualidade espermática e fazendo com que o folículo seja um folículo dominante, estimulando
a ovulação. Também atua no metabolismo de carboidratos.
Importante: em suínos, a carência de potássio causa distúrbios cardíacos, renais e de crescimento, ocasionando morte dos leitões de
seis semanas.
➢ Mineral Quelatado
○ É uma molécula inorgânica ligada a uma molécula orgânica, ou seja, um mineral ligado a um aminoácido.
○ Aumenta a absorção e eficiência dos minerais.
Importante: existem fatores que afetam o ganho de peso dos leitões após o desmame, tais como secreção insuficiente de enzimas
digestivas, baixa secreção de ácido gástrico, comprometimento da integridade do triglicerídeo (TGI), retirada do leite, consumo de
ração insuficiente e irregular, baixo consumo de água e desidratação e adaptação lenta à nova dieta e ao novo ambiente.
AULA 6 - EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS PARA ANIMAIS NÃO RUMINANTES
15 de setembro de 2021
➢ Fatores de Variação da Exigência Nutricional
○ Espécie: animais de espécies distintas apresentam exigências nutricionais distintas. Exemplo: a taurina é essencial
para gatos e não para cães.
○ Idade: animais de idades distintas apresentam exigências nutricionais distintas. Exemplo: a exigência de uma égua
adulta não é a mesma exigência que a de um potro.
○ Genética: animais que possuem um grau de genética maior, raças de puro sangue, possuem exigências nutricionais
mais elevadas em comparação com animais sem raça definida.
○ Estado Fisiológico: uma égua em lactação apresenta exigência nutricional distinta de uma égua em manutenção,
uma cadela filhote apresenta exigência nutricional distinta de uma cadela idosa.
○ Nível de Energia da Ração: o nível de energia da ração favorece animais em confinamento, em sistema intensivo.
○ Temperatura Ambiente: se o animal está em um sistema de criação intensivo com alta temperatura, isso influencia
na termorregulação do animal, nas respostas comportamentais e fisiológicas e na mobilização de energia, onde o
animal mobiliza energia para manter a temperatura interna constante.
○ Fatores Antinutricionais: fatores que interferem na digestão do alimento. Exemplo: ácido cianídrico.
Importante: a exigência nutricional é a quantidade mínima de nutrientes que o animal precisa ingerir diariamente para que ele
consiga atingir um determinado nível de produção e essa quantidade deve ser ofertada para manutenção, funcionamento geral dos
órgãos.
➢ Balanço Eletrolítico
○ É responsável pela homeostase dos animais, uma vez que é a relação entre ácido base. Aliás, o sódio, o cloro e o
potássio são responsáveis pelo balanço eletrolítico, ou seja, a manutenção da pressão osmótica.
○ Se uma ração não apresenta um balanço eletrolítico ideal, o animal vai ter uma deficiência no crescimento, o
apetite vai diminuir, vai ter um menor desenvolvimento ósseo, menor resposta imune ao estresse, menor
metabolismo de aminoácidos, vitaminas e matéria mineral, e também terá uma redução na produção de ovos.
○ É importante na ativação de sistemas enzimáticos.
○ A absorção ocorre no duodeno e no intestino grosso.
○ A sudorese aumenta a necessidade.
○ Varia de acordo com categorias e estágios de desenvolvimento. Exemplo: gestação, idade, espécie.
AULA 7 - FISIOLOGIA DA DIGESTÃO E ALIMENTAÇÃO DE COELHOS E EQUINOS
22 de setembro de 2021
➢ Características Digestivas de Coelhos
○ São animais monogástricos, ou seja, realizam a digestão gástrica no estômago.
○ São animais herbívoros, ou seja, sua alimentação principal deve ser oriunda de volumosos/fibra.
○ São fermentadores pós-gástricos, pois realizam uma fermentação ceco-cólica.
○ Produzem dois tipos de fezes. As fezes duras, que será eliminada; e as fezes moles, que será retida por maior
tempo e sofrerá ação fermentativa para ser novamente ingerida (cecotrofia).
○ Possuem o estômago e o ceco bem desenvolvidos, sendo capazes de fazer a digestão da forragem no estômago e
no intestino delgado.
○ Tem a excreção rápida e seletiva das fezes, ao passo em que fazem a retenção de frações solúveis dos alimentos.
○ Fazem a apreensão e mastigação dos alimentos. Entretanto, com relação aos cecotrofos, não mastigados, são
deglutidos e são ingeridos diretamente do ânus.
○ São animais que não possuem receptores para se ligar aos dopaminérgicos e por isso não vomitam.
○ Pode apresentar gastrite devido à liberação constante de ácido clorídrico na ausência de alimentação.
➢ Capacidade do Estômago de Coelhos
○ Possui capacidade variável de mais ou menos 500ml.
○ Divisões da Mucosa Gástrica do Estômago
■ Esofágica: mucosa alcardia.
■ Fúndica: região onde há liberação das secreções gástricas.
■ Antral: próxima à saída do estômago e início do duodeno.
➢ Características do Intestino Delgado de Coelhos
○ Se desenvolve entre 9 a 11 semanas, sendo o principal sítio da digestão.
○ É formado pelo duodeno, pelo jejuno e pelo íleo.
○ O suco pancreático, formado no pâncreas, atua na produção de hormônios para o controle da glicemia sanguínea.
○ São animais de gestação rápida, entre um mês e dois meses.
➢ Características do Intestino Grosso de Coelhos
○ Formação: ceco, cólon e reto.
○ Função: local de intensa atividade microbiana, que realiza a fermentação anaeróbica, ou seja, sem a presença de
oxigênio, principalmente no ceco e no cólon. Além de realizar a fermentação anaeróbica, o intestino grosso secreta
bicarbonato, para que haja o tamponamento dos ácidos graxos voláteis que serão utilizados como fonte de energia
para esses animais.
○ Ceco: representa cerca de 40% de todo o tubo digestivo, ou seja, de todo o trato gastrointestinal. O apêndice fecal,
localizado no ceco, também realiza fagocitose de algumas moléculas. O realiza movimentos de contrações rápidas
e movimentos peristálticos, fazendo com que o alimento/digesta se movimente e, parte vá para o apêndice, parte
vá para a junção ileocecocólica.
○ Válvula Ileocecal: também chamada de porção proximal do ceco e do íleo, liga a porção final do íleo com o ceco.
Sua função é fazer com que o material vindo do intestinodelgado chegue, em parte, ao ceco e, em parte, ao cólon.
Em outras palavras, a válvula ileocecal faz a diferenciação do material que continuará no ceco do material que irá
para o cólon. Devido à isso, tanto as fezes duras como as fezes moles passam por essa válvula.
○ Cólon: uma porção do intestino grosso que subdivide-se em quatro regiões, sendo a região do colo anterior
proximal, colo posterior proximal, fusus coli e colo distal. A região do Fusus coli é onde acontece a separação das
partículas que vão continuar no ceco (partículas menores, fezes moles) ou que vão para o cólon (fezes duras). Essas
partículas são, justamente, os dois tipos de fezes.
Importante: quando o coelho come, passa pelo exôfago e chega no estômago, onde ocorrerá a digestão proteica. Quando ele sai do
estômago e vai para o intestino delgado, ocorre a digestão dos nutrientes solúveis. Posteriormente, no intestino grosso, ocorre a
digestão de fibras.
Importante: as fezes duras que foram para o cólon proximal serão modeladas no cólon distal para serem eliminadas através de
contrações e movimentações que fazem com que essas fezes passem do cólon distal para o reto. Isso significa que as fezes duras que
o coelho elimina é a fração insolúvel do alimento, ou seja, fezes que não foram retidas. Por outro lado, as fezes que os coelhos
conseguem digerir, ou seja, as frações solúveis, ficam retidas por tempo prolongado no ceco, sofrendo fermentação. Essa fração
solúvel que fica retida no ceco é chamada de partículas menores ou cecotrofos. Esse ação de modelagem do cecotrofo depende da
glândula supra renal, sendo um mecanismo essencial para que haja a fermentação ceco-cólica.
Importante: as fezes duras serão separadas no Fusis coli, que é uma região do intestino grosso. Enquanto as fezes moles continuarão
no ceco pois são fezes ricas em microorganismos que fazem a fermentação.
Importante: coelhos adrenalectomizados, ou seja, que apresentam problemas na glândula supra renal, apresentam distúrbios no
ritmo das contrações e na produção e diferenciação de fezes, correndo o risco de eliminar o cecotrofo. Entretanto, coelhos com esse
problema, que receberam injeções de hidrocortisona, resultaram no ritmo normal da produção de cecotrofos.
➢ Fisiologia Digestiva e Cecotrofia
○ A ingestão do cecotrofo acontece nas horas mais tranquilas do dia, principalmente à noite. Além disso, é ingerido
diretamente do reto, sem cair no chão.
○ A cecotrofia acontece devido à melhor utilização da proteína.
○ Coelhos selvagens e domésticos iniciam a cecotrofia a partir do momento que ingerem alimentos sólidos, ou seja,
a partir da terceira semana de vida.
Importante: as fezes moles são protegidas por um muco com sistema tampão de pH ácido (entre 6 e 6,5) e são ricas em proteínas,
em vitaminas do complexo B e K e ricas em ácidos graxos voláteis, então, como eles não conseguem absorver tais nutrientes, eles
ingerem novamente. As fezes moles são eliminadas depois das fezes duras. Os coelhos conseguem distinguir se vai sair fezes duras
ou moles devido ao conteúdo do cecotrofo que é semelhante ao ceco, com odor característico ao ácido graxo volátil. O coelho
perderá o muco com sistema tampão quando o cecotrofo chega no estômago.
Importante: os coelhos se assemelham aos ruminantes. Entretanto, se diferencia devido às populações microbianas em número e
espécies de microorganismos. Além disso, os coelhos possuem uma menor densidade bacteriana fecal e possuem bactérias
gram-positivas, enquanto os ruminantes possuem mais gram-negativas. Por fim, os coelhos apresentam ausência de lactobacilos e
protozoários, mas possuem fungos.
Importante: os coelhos aproveitam o nitrogênio não proteico através do alimento. O animal come o alimento com nitrogênio e esse
nitrogênio cai na corrente sanguínea para ser convertido em uréia circulante, necessária para que haja a síntese de proteína dos
cecotrofos. As proteínas dos cecotrofos vêm dos microorganismos.
Importante: a mucosa cecal produz a enzima urease que vai degradar a ureia que chega no intestino grosso, transformando-a em
amônia, ou seja, fonte de energia para o crescimento dos microrganismos. Em outras palavras, as proteínas que estão no cecotrofo
são de origem microbiana. Parte da amônia que não foi incorporada à proteína do cecotrofo será incorporada a mucosa cecal para
cair no sangue e posteriormente no sistema-porta do fígado para ser convertida em uréia, ainda no fígado, e para ser eliminada via
urina.
Importante: o autor Arruda observou que existe uma relação entre a oferta de fibra e a atividade microbiana. Rações com aumento
de fibra e de carboidrato (amido), favorecem a atividade fermentativa. Isso é importante para a origem e enriquecimento nutricional
dos cecotrofos.
Importante: Menezes (2019) observou que uma dieta inadequada causa diminuição da motilidade gastrointestinal (estase), fazendo
com que o alimento fique parado, e ocasiona obstrução intestinal em coelhos domésticos. A estase também pode ser causada por
problemas dentários e doenças sistêmicas e seus sinais clínicos incluem desidratação, diarreia, ausência de defecação e cecotrofos
não ingeridos. Por outro lado, a principal causa da obstrução intestinal é a ingestão de corpos estranhos e os sinais clínicos incluem
abdômen dilatado e estômago timpanizado, isto é, inchaço devido a grande quantidade de gases.
➢ Características de Equinos
○ São animais sensíveis visto que qualquer motivo pode provar cólica intestinal.
○ Possui digestão eficiente da fibra.
○ O intestino grosso é muito grande, sendo uma região de intensa fermentação realizada por microorganismos. Além
disso, o intestino grosso é dividido em ceco, cólon maior e ceco.
○ As enzimas produzidas pelo pâncreas e pela mucosa do intestino delgado realizam a digestão no intestino delgado.
○ São animais que possuem comportamento de bando e fuga, uma vez que é uma presa.
➢ Fisiologia Digestiva de Equinos
○ São animais que possuem duas fases de digestão, a luminal e a membranosa.
○ Alimentos grosseiros ou mal triturados ocasionam obstrução do intestino delgado que, por sua vez, pode causar
torção intestinal.
○ Intestino Grosso: é a câmara fermentativa de equinos, sendo cheia de microrganismos. A fermentação, por sua
vez, ocorre de forma lenta e gradual, variando de 24h a 48h. O alimento passa de forma lenta devido a porções
estreitas presentes na parede intestinal.
AULA 8 - ESTUDO DE RAÇÕES BALANCEADAS - CÁLCULO DE RAÇÃO
12 de outubro de 2021
➢ Balanço Eletrolítico
○ Principais Minerais: Sódio (Na), potássio (K) e cloro (Cl).
○ Fórmula do Balanço Eletrolítico: BE (mEq/kg) = Na + K + (-Cl). Para realizar o cálculo, precisa-se considerar a massa
atômica do elemento, disponível na tabela periódica. A massa atômica é sempre a mesma, nunca muda, ou seja,
Na+ tem 23,0 de massa atômica; K+ tem 39,1 de massa atômica; e Cl- tem 35,5 de massa atômica.
○ Diferença entre os principais cátions e ânions.
○ Deficiência: crescimento, apetite, desenvolvimento ósseo, resposta ao estresse, metabolismo de aminoácidos, MM
e vitaminas, produção de leite e ovos.
Importante: o balanço eletrolítico é importante, principalmente, para animais que vivem em estresse, uma vez que o balanço
eletrolítico regula a resposta ao estresse. Do mesmo modo, quando o animal está em estresse, tem-se o aumento da sudorese,
aumentando a necessidade do balanço eletrolítico, principalmente em animais em confinamento.
Importante: o valor do balanço eletrolítico da ração, considerando o sódio, o potássio e o cloro, precisa estar entre 200 mEq/kg e
250 mEq/kg, para suínos e aves. Se o balanço eletrolítico estiver abaixo dessa média, o animal apresentará dificuldade na dissipação
de calor, ou seja, dificuldade na termólise, fazendo com que o animal entre em estado de estresse que liberará cortisol e causará
alterações em todo o metabolismo do animal, causando várias reações fisiológicas, alterando, inclusive, a imunidade. Por outro lado,
se o balanço eletrolítico estiver acima damédia, pode provocar alguns distúrbios metabólicos como, por exemplo, o acúmulo desses
sais no meio intracelular ou extracelular, que, consequentemente, podem causar degenerações intracelular ou extracelular. Em
outras palavras, o balanço eletrolítico dentro da média de 200 mEq/kg a 250 Meq/kg serve para verificar se a ração está dentro dos
parâmetros ideais para um animal que vive em situação de confinamento e estresse para que o animal tenha uma resposta a esse
estresse e para que possa dissipar calor, mantendo sua temperatura interna ideal. Isso é somente para suínos e, principalmente, para
aves.
Importante: o índice de trabalho é o quanto o animal gasta, se exercita ou trabalha durante a semana. O índice pode variar de 1 a 2,
de acordo com o estado do cavalo, isso é, se está em manutenção, se está prenha e se possui trabalho leve, moderado ou intenso.
AULA 9 - CÁLCULO DE RAÇÃO DE CÃES E GATOS
20 de outubro de 2021
➢ Qualidade da Ração
○ Alimento de Alta Qualidade: dentro de um alimento de alta qualidade, para calcular-se a exigência metabolizável
em kcal (energia), é necessário saber a porcentagem de carboidrato na ração. Nos alimentos de alta qualidade,
consideram-se os valores de referência quanto à proteína e lipídeos. Isto é, considera-se 5,7 kcal/g para proteínas e
9,4 kcal/g para lipídeos. O carboidrato, por outro lado, precisa de um cálculo. Para calcular a exigência
metabolizável dentro de um alimento de alta qualidade, usa-se a seguinte equação: EM (kcal/kg) = (5.7 x %PB
ração) + (9.4 X %EE ração) + 4.1 x %CHO ração).
○ Alimento de Baixa Qualidade: para calcular a exigência metabolizável dentro de um alimento de baixa qualidade,
usa-se a seguinte equação: EM (kcal/kg) = (3.5 x %PB ração) + (8.5 X %EE ração) + (3.5 x %CHO ração).
Importante: os carboidratos, os lipídeos e as proteínas ofertam energia, dada em kcal ou kj. Os lipídeos ofertam 2,25 vezes mais
energia que os carboidratos. Essa energia é utilizada para manutenção, crescimento, reprodução, lactação e exercícios físicos.
Importante: o carboidrato é composto de carbono, hidrogênio e oxigênio. Devido a isso, o carboidrato é representado pela siglas
CHO. Para calcular o carboidrato na ração, faz-se a seguinte equação: 100 - umidade - proteína bruta - fibra bruta - extrato etéreo -
matéria mineral.
Importante: para distinguir se o cálculo refere-se a uma ração de alta qualidade ou de baixa qualidade, observa-se os valores
considerados de proteína e de lipídeos. Isto é, para alimentos de baixa qualidade, os valores considerados são inferiores aos de alta
qualidade. Além disso, observa-se, ainda, a digestibilidade, a composição química e os ingredientes utilizados.
Importante: quando uma ração contém muito carboidrato, o carboidrato é armazenado no organismo na forma de glicogênio, que
tende a se transformar em gordura. O acúmulo de energia faz com que a glicose fique armazenada, sobretudo, no fígado,
ocasionando lipidose hepática. Se é ofertada uma ração com muito carboidrato para um carnívoro, onde a energia não será utilizada
mas armazenada, pode ocasionar uma degeneração.
Importante: o excesso de nutrientes intracelular e extracelular causa algumas lesões que podem ser reversíveis ou irreversíveis.
➢ Cálculo de Ração
○ Fórmula: EER = (30 x peso corporal) + 70, onde EEM ou EER significa a exigência ou manutenção ou de repouso.
○ Exigência de Gestante: é o dobro da EER, ou seja, 2 x EER.
○ Exigência de Lactação: cada filhote precisa de 25% da exigência da mãe, ou seja, EEG x 25%. O resultado dessa
equação é multiplicado pela quantidade de filhotes.
○ Exigência Total: é a soma da exigência de gestante e da exigência de lactação.
○ Oferta: a oferta de ração por dia de uma cadela em lactação é exigência total dividido por 375 kcal/xícara.
Importante: um animal em mantença significa que está em anestro, ou seja, não está passando por lactação, gestação ou afins.
AULA 10 - CÁLCULO DE RAÇÃO DE AVES E SUÍNOS
27 de outubro de 2021
➢ Quadrado de Pearson
○ Função: o quadrado de pearson é um procedimento simples que permite misturar dois alimentos ou duas misturas
de alimentos para obter uma concentração desejada de um nutriente. Para resolver o problema utilizando o
quadrado de Pearson, a solução desejada é colocada ao centro e dois alimentos são colocados em cada
extremidade, sendo que esses obrigatoriamente devem ter uma concentração maior e menor que a desejada,
respectivamente. A resposta inicialmente é expressa em partes mas pode ser facilmente convertida em
percentagem.
○ Espaço Reserva da Ração: corresponde a 4%, onde estão inclusos os minerais, as vitaminas, os suplementos e
óleos. Para descobrir o espaço reserva da ração, tem-se a equação: 100% (ração) - 4% (espaço reserva) = 96% ou
96 kg. Serve para completar o que está faltando na exigência do animal.
○ Déficit da Ração: é a subtração da exigência energética animal com a energia metabolizável da ração. Em outras
palavras, é o cálculo correspondente ao que falta para atender a exigência energética do animal. O que está
faltando será incluído no espaço reserva.
Importante: para fazer um cálculo de ração, é necessário conhecer o alimento, a composição química, a digestibilidade, a exigência e
a categoria do animal.
AULA 11 - ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DE SUÍNOS
03 de novembro de 2021
➢ Particularidades da Alimentação dos Suínos
○ Monogástricos: São animais monogástricos, ou seja, não ruminantes, que fazem a digestão gástrica apenas no
estômago. Inclusive, o estômago dos suínos é considerado simples, com capacidade de armazenamento entre 7 a 8
litros quando o animal está adulto. Devido a isso, é necessário ofertar alimento, em média, duas vezes ao dia, para
que o animal esteja sempre com alimento chegando ao estômago.
○ Onívoros: se alimentam de alimentos de origem animal, tais como farinha de carne, farinha de peixe, soro do leite
e leite, e vegetal, tais como milho, farelo de soja, farelo de trigo e aveia.
○ Apresentação da Alimentação: farelada, peletizada ou extrusada. A apresentação peletizada e extrusada implica
em um ganho de peso de 6,2% comparado à ração farelada. Em leitões, a apresentação da ração peletizada ou
extrusada apresenta um ganho de consumo de matéria seca 1,2% superior quando comparado a uma ração
farelada. Por fim, a conversão alimentar de ração com apresentação peletizada ou extrusada é de 4,9% superior a
uma ração farelada.
■ Ração Peletizada: é a compactação de nutrientes em pequenas unidades chamadas de pellets. É uma
ração concentrada pois cada pellets contém uma grande quantidade de nutrientes. Para fazer os pellets,
os ingredientes passam por um cozimento em uma determinada pressão e temperatura. É uma ração com
alta digestibilidade e palatabilidade. A ração peletizada é indicada, principalmente, para leitões.
■ Ração Extrusada: é uma ração com maior digestibilidade e palatabilidade, feitas sob cozimento em alta
pressão (superior a 100ºC) e apresentadas em diversas formas e tamanhos. Podem ser granuladas ou em
bastões. A ração extrusada passa por uma pressão maior que a ração peletizada e é indicada,
principalmente, para leitões.
○ Administração da Alimentação: seca, úmida ou líquida.
○ Formas de Alimentação: à vontade ou restrita, esta última é, principalmente, para reprodutores, gestação e
animais em terminação.
Importante: na região central, ou seja, a região ceco cólica em formato de espiral, ocorre a fermentação microbiana, ou seja, a
digestão da fibra. É justamente nessa região que também ocorre a síntese de nutrientes importantes tais como proteína microbiana
e vitaminas solúveis, com exceção do complexo B.
Importante: a inclusão de farinhas na ração é de até 5%.
Importante: o colostro é um nobre produto da glândula mamária, rico em proteínas e distribuído uniformemente em abundância
pelas mamas e mamilos durante e pós-parto. Para garantir a saúde e sobrevivência do recém-nascido é fundamental que o leitão,
imediatamente após o nascimento, alimente-se do primeiro leite

Outros materiais