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SMI II – OBSTETRÍCIA INDUÇÃO DO TRABALHO DE PARTO 1 Indução do trabalho de parto 1. INTRODUÇÃO · Definição: a indução do trabalho de parto consiste na estimulação de contrações uterinas em paciente fora de trabalho de parto por meio de métodos específicos e com o objetivo de promover o parto. · Deve ser considerada quando os benefícios do parto vaginal superam os potenciais riscos maternos e fetais, que incluem elevação das taxas de parto vaginal operatório, de cesáreas, de atividade uterina aumentada e de anormalidades da frequência cardíaca fetal. INDICAÇÕES CONTRAINDICAÇÕES · Pós datismo · Amniorrexe prematura · Pré eclâmpsia, eclâmpsia e Síndrome HELLP · Óbito fetal · Diabetes Mellitus · RCIU · Gestação gemelar · Corioamnionite · Oligoâmnio · Colestase intra-hepática da gravidez · Isoimunização fetal · Incisão uterina prévia de alto risco · Rotura uterina anterior · Miomectomia atingindo a cavidade uterina · Infecção genital ATIVA por Herpes · Placenta prévia · Prolapso de cordão umbilical · Feto com apresentação anômala · Câncer cervical invasivo · Comprometimento da vitalidade fetal 2. MATURAÇÃO CERVICAL · Ao se optar pela indução do parto, sempre lembrar: Quais as condições clínicas em que se encontra o colo uterino? · Uma das formas de se quantificar a maturação cervical é a utilização de índices como o descrito por Bishop em 1964. · Considera-se que valores do índice de Bishop iguais ou superiores a 9 se associam a alta probabilidade de partos normais após a indução do trabalho de parto. Valores inferiores ou iguais a 6 denotam que a maturação cervical não foi completa, com baixa probabilidade de parto vaginal após a indução. · Índice de Bishop ≥ 6: colo favorável // Índice de Bishop ≤ 6: escolher método para preparo do colo/ indução 3. MÉTODOS DE PREPARAÇÃO DO COLO/INDUÇÃO · Vários métodos são descritos como capazes de promover a maturação cervical, sendo classificados em farmacológicos ou mecânicos. · Métodos farmacológicos: PG E2, PG E1, relaxina, óxido nítrico, hialuronidase · Métodos mecânicos: balão, laminária, descolamento de membranas 3.1 Métodos farmacológicos · Algumas drogas são descritas como capazes de promover a maturação cervical, entre elas a hialuronidase, a relaxina e o óxido nítrico; as prostaglandinas, porém, têm sido utilizadas com esse propósito há mais tempo, em vários países, e são consideradas os principais agentes nesse processo. 3.1.1 Prostaglandinas – misoprostol · Metil-análogo sintético da prostaglandina E1; · Atua provocando mudanças no colo uterino e, com frequência, contrações uterinas; · Administração = VO, sublingual, via vaginal, retal – a depender da situação clínica; · 1 CP de 25 mcg via vaginal de 6 em 6 horas; · Efeitos colaterais = náuseas, vômitos, calafrios, hipertermia, hipercontratilidade uterina. CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO CONTRAINDICAÇÕES · Indicação de indução do parto e índice de Bishop < 6 · Peso fetal> 1.500g · Apresentação cefálica · Vitalidade fetal preservada · Ausência de vício pélvico · Ausência de sinais de desproporção cefalopélvica · Ausência de cirurgia uterina prévia · Paridade inferior a 5 · Inserção placentária normal · Febre · Doença materna que se beneficie da interrupção imediata da gestação (síndrome HELLP) · Asma grave* · Alergia ou hipersensibilidade ao medicamento · Glaucoma · Doenças cardiovascular, hepática e renal (contraindicações relativas) · Sangramento vaginal · Trabalho de parto 3.1.2 Ocitocina · Receptores específicos no miométrio; · Meia vida curta (5 minutos); · Melhor opção para INDUÇÃO quando o colo já está amadurecido (índice de Bishop > 6); · USO: endovenoso, 2 ou 5 UI em 500 ml de SF0,9% ou SRL – iniciar com 4 a 8 gotas/min (1 a 2 mUI/min), aumentando 4 gotas a cada 30 minutos. Dose máxima = 40 mUI/min; · Cuidados!! PODE PRODUZIR TAQUISSISTOLIA, HIPERTONIA, HIPERESTIMULAÇÃO UTERINA. 3.2 Métodos mecânicos · O mecanismo de ação de todos os métodos mecânicos é similar e envolve a liberação de prostaglandinas. Os principais riscos associados a esses métodos são infecção, sangramento, rotura de membranas e descolamento de placenta. 3.2.1 Método do Balão (Sonda Foley) · Liberação de prostaglandinas local; · Introduzir sonda com extremidade do balão no espaço entre decídua e membranas ovulares injetar 20 a 30 ml de soro fisiológico ou água destilada para insuflar fixar a outra extremidade na face interna da coxa da paciente; · Tempo de permanência: máximo 24 horas; · Pode ser associada com ocitocina; · Opção para pacientes com cesárea anterior ou que não podem fazer uso do misoprostol. 3.2.2 Laminárias – dilatadores osmóticos · Algas desidratadas: dilatação do canal cervical por meio de expansão radial suave, sem lesões das fibras; · Associada à liberação de prostaglandinas local; · Tempo de uso: 12 a 24 horas.
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