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Resumo II - Epidemiologia

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1 
 
 
Rafaela Pamplona 
Epidemiologia 
 
Medicina Baseada em Evidências (MBE) 
▪ Movimento em defesa do paciente que busca otimizar 
os benefícios e reduzir os danos nas decisões que 
são tomadas no dia a dia da assistência em saúde 
▪ Competências: garantir que pacientes e suas famílias 
estejam informados sobre os riscos e os benefícios 
de cada opção de tratamento no contexto da melhor 
evidência e das diretrizes 
▪ Sobrecarga de informações tanto para os 
profissionais quanto para os pacientes traz muitas 
vezes duvidas e informações que confundem 
▪ Definir prioridades 
- Impacto que as decisões podem ter na saúde das 
pessoas 
- Atrasos 
- Desperdícios 
- Desigualdades 
▪ Decisões compartilhadas: a sociedade quer participar 
das decisões sendo essencial as evidências 
▪ Tratamento na antiguidade 
- As sangrias e a utilização de sanguessugas eram 
utilizadas em larga escala no início do século XIX 
▪ Pierre Charles Alexandre Louis (1828) 
- Extremamente minucioso em suas observações 
clínicas e foi o introdutor do método estatístico, ou 
método numérico e teve participação fundamental 
no desenvolvimento da moderna epidemiologia 
- Considerado um dos precursores da aplicação de 
métodos estatísticos à pesquisa clínica 
- Primeiro estudo de caso controle, comprovando que 
a sangria não era um tratamento aceitável 
- Primeira evidencia que levou a uma decisão clínica 
- Importância para o desenvolvimento da 
epidemiologia, por conta do estímulo à criteriosa 
observação do paciente, da aplicação de técnicas 
estatísticas, no estudo comparativo entre grupos 
com características semelhantes, na possibilidade 
de extrapolação de suas observações ao restante 
da população 
 
 
▪ James Lind (1747) 
- Primeira tentativa de encontrar novos métodos para 
os ensaios clínicos 
- Agrupou dois a dois, doze marinheiros com 
escorbuto e administrou, a cada grupo, um dos seis 
tratamentos então aconselhados: cidra, ácido 
sulfúrico, vinagre, água do mar, noz-moscada e 
duas laranjas e um limão 
- Desta forma conseguiu demonstrar a superioridade 
terapêutica dos citrinos e contribuir para o 
desaparecimento da doença 
 
1º Ensaio Clínico Randomizado 
▪ 1948 – Experimentos com tuberculosos que tentava 
buscar evidências de que a estreptomicina era 
eficiente 
▪ Primeiro estudo cego → médico que avaliava as 
radiografias não sabia qual paciente utilizava placebo 
ou a estreptomicina 
▪ Trata-se do procedimento preferencial nos 
experimentos terapêuticos, sendo frequentemente 
utilizado para testar a eficácia de uma dada 
abordagem terapêutica em uma população de 
pacientes, ou para coletar informações sobre efeitos 
secundários de um dado tratamento 
▪ O termo "randomizado" diz respeito ao fato de que os 
grupos utilizados no experimento têm seus 
integrantes escolhidos de forma aleatória 
▪ O termo "controlado" diz respeito a determinadas 
variáveis que são controladas, buscando-se 
identificar a relação entre variáveis 
 
Cochrane Brasil 
▪ Archibald Leman Cochrane (1979) 
- Práticas clínicas sociais orientadas por evidências 
- Uniu a clínica a epidemiologia 
▪ Organização não governamental 
▪ Sem fins lucrativos 
▪ Sem fontes de financiamento 
2 
 
 Rafaela Pamplona 
▪ Metanálise: caracteriza o método estatístico de 
análise de evidência reunida sistematicamente 
▪ Objetivo: contribuir para o aprimoramento da tomada 
de decisões em saúde 
▪ Missão: elaborar, manter e divulgar revisões 
sistemáticas de ensaios clínicos randomizados, o 
melhor nível de evidência para tomada de decisões 
em saúde 
▪ Mais de 37 mil voluntários, de mais de 130 países 
realizarem revisões sistemáticas com metodologia 
Cochrane 
 
Definição de MBE 
▪ Conceito de MBE surge nos anos 1990 
▪ É a prática da medicina clínica integrada à 
capacidade de analisar criticamente e aplicar de 
forma racional a informação científica a fim de se 
melhorar a assistência médica. Ou seja, ao se 
resolver problemas de pacientes, surgem dúvidas que 
deverão servir de estímulos para a atualização do 
conhecimento 
▪ Para se realizar a medicina baseada em evidências, o 
médico deve se atualizar em periódicos, artigos, 
capítulos de livros e outras fontes confiáveis de 
informação 
▪ “O emprego consciencioso, explícito e judicioso da 
melhor evidência disponível na tomada de decisões 
sobre os cuidados de saúde de um paciente. A MBE 
requer a integração da melhor evidência com a 
competência clínica e os valores e as circunstâncias 
do paciente” 
 
 
 
Sequência para a MBE Acrônimo F-I-R-E 
1. Formular uma pergunta que possa ser respondida 
▪ Componentes de uma pergunta bem formulada 
 Acrônimo P- I-C-O 
- Paciente ou problema (P): descrição do 
paciente ou do problema a ser resolvido 
Ex.: homem com dor abdominal e tomografia 
computadorizada compatível com o diagnóstico 
de apendicite 
- Intervenção (I): pode incluir um teste 
diagnostico, um fator de prognostico, um 
tratamento etc 
Ex.: apendicectomia videolaparoscópica 
- Comparação (C): pode ser com uma 
intervenção ou com uma exposição 
Ex.: apendicectomia por laparotomia 
- Desfecho (Outocome) (D): o(s) desfecho(s) de 
interesse para o paciente, relacionado(s) ou 
não ao tempo 
Ex.: complicações pós-operatórias 
 
2. Informação é o objetivo desta etapa 
▪ Fontes de informação 
- Revisões sistemáticas e metanálises 
- Diretrizes clínicas 
- Tópicos avaliados criticamente (resumo de 
evidências) 
- Artigo original 
 
3. Revisar as informações e fazer uma avaliação 
crítica 
▪ Determinar a relevância do estudo 
- Qual o tamanho da amostra (quando se 
aplica)? 
- Os critérios de seleção e exclusão foram 
definidos? 
- Como se deu o estudo (método)? 
- Observe a significância estatística 
- Os resultados são confiáveis? 
- Esse artigo ajuda a responder minha pergunta? 
 
4. Empregar os resultados na prática clínica diária 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 Rafaela Pamplona 
Estudos Observacionais 
▪ Quando um pesquisador assume o papel de analisar 
um fato que ocorre sem interferir no processo, quer 
dizer: não há administração de medicamento, nem 
procedimentos cirúrgicos ou qualquer outro tipo de 
modificação no curso do processo evolutivo do objeto 
de pesquisa 
▪ Os dados são identificados e analisados sem que o 
pesquisador precise modificar algo na população de 
estudo e ver o que acontece depois. 
▪ Tipo: ecológico ou transversal 
 
Estudos Ecológicos 
▪ Principal característica: a unidade de análise é a 
população e não o indivíduo 
▪ Utilidade: incidência de determinada doença em 
diferentes populações 
▪ Objetivos 
- Gerar hipóteses etiológicas a respeito da 
ocorrência de uma determinada doença (mais 
comum) 
- Testar hipóteses etiológicas 
- Avaliar a efetividade de intervenções na 
população, ou seja, testar a aplicação de um 
determinado procedimento para prevenir uma 
doença ou promover saúde em grupos 
populacionais 
▪ Fragilidade: não ser possível conhecer, por exemplo, 
entre os expostos, quem adoeceu e, entre os não 
expostos, quem não adoeceu 
- Devido a todas as variáveis serem medidas 
agrupadas, não discriminando os indivíduos 
expostos que adoeceram 
▪ Características da tabela de contingência 2x2 em 
estudos ecológicos 
Fator em 
estudo (X) 
doença (Y) 
caso não-caso total 
exposto ? ? e1 
não exposto ? ? e0 
total m1 m0 n 
 
- É possível saber 
 nº total de casos (m1) ou de não-casos (m0) 
 Total de expostos (e1) e de não expostos (e0) 
à determinado fator 
 NÃO se pode determinar de forma específica 
quem estava exposto ao fator de risco em 
estudo (X) e desenvolveu a doença (Y) 
 
Estudos Seccionais ou Transversais 
▪ Caracterizado pela observação direta de determinada 
quantidade de indivíduos em uma única oportunidade 
▪ O pesquisador tem um contato com o sujeito da 
pesquisa e obtém todos os dados necessários que 
sãooriginários deste indivíduo 
▪ Para se observar algo, é preciso ter contato com o 
objeto de estudo 
▪ A coleta de dados não é uma intervenção 
▪ É possível se identificar de forma precisa expostos ao 
fator de risco em estudo e que desenvolveram a 
doença (desfecho) em questão 
- É possível porque os dados de cada indivíduo 
estão disponíveis e não em grupos 
▪ Características da tabela de contingência 2x2 
 
Frequência doentes não-doentes total 
exposto a b a+b 
não exposto c d c+d 
total a+c b+d n 
 
- É possível saber 
 Quantos indivíduos que desenvolveram a 
doença em estudo foram expostos ao fator de 
risco observado (a) 
 Total que não desenvolveu a doença 
(desfecho), mesmo estando exposto (b) 
- É possível calcular o risco relativo de se 
desenvolver determinada doença quando 
exposto ao fator de risco em estudo 
 Qual é o risco de uma pessoa exposta a uma 
doença desenvolver a doença em estudo? 
𝑅(𝑟𝑖𝑠𝑐𝑜) =
𝑎
𝑎 + 𝑏
 
 O cálculo do risco tem pouca aplicabilidade 
prática, a grande questão é sabermos quantas 
vezes é maior o risco de desenvolver a doença 
entre os indivíduos expostos em relação aos 
não-expostos 
4 
 
 Rafaela Pamplona 
 Saber quantas vezes corresponde o risco de 
algo em relação ao risco de outra grandeza, 
risco relativo (RR) 
𝑅𝑅 =
𝑎
𝑎 + 𝑏
𝑐
𝑐 + 𝑑
 
 
Estudo Caso-controle 
▪ Característica: há uma seleção de um grupo de 
pessoas que são portadoras de determinada doença 
ou alguma outra condição específica que 
será comparado com outro grupo que não 
apresentam a doença ou a condição em estudo 
▪ Objetivo: identificar características que ocorrem com 
maior frequência nos casos ou nos controles, tais 
características são exposições ou fatores de risco 
▪ Os controles são selecionados para estimar a frequência 
da exposição nesta população 
▪ Estudos caso-controle podem ser vistos como uma 
amostra da população que produziu os casos 
▪ Os casos são deliberadamente selecionados para serem 
comparados com os identificados como controle do estudo 
▪ Como o número de casos e de controle é definido de forma 
arbitrária pelo investigador, os dados não refletem a 
relação real do número de casos total de pessoas em 
uma população 
▪ Estudos caso-controle não podem calcular os riscos 
de uma doença em expostos e não expostos 
▪ Razão de chance de exposição ou odds ratio (OR): é 
uma medida de associação que compara os casos 
com os controles 
- Finalidade de medir quanto a exposição é mais 
frequente em casos do que nos controles 
 
Frequência doentes não-doentes 
exposto a b 
não exposto c d 
total a+c b+d 
 
a → chance do exposto desenvolver a doença 
c → chance do não-exposto desenvolver a doença 
b → chance do exposto não desenvolver a doença 
d → chance do não-exposto não desenvolver a doença 
 
 
▪ Razão de chances 
𝑅 =
𝑎
𝑏
𝑐
𝑑
 
a/b → chance do exposto adoecer 
c/d → chance do não-exposto adoecer 
▪ Características importantes dos estudos do tipo caso-
controle 
- São retrospectivos: os dados são coletados de 
informações do passado que podem ser obtidas 
de entrevistas, registros etc 
- Objetivo de identificar a frequência com que 
ocorrem as exposições nos grupos 
- O foco neste tipo de estudo é a ocorrência de 
casos e de controles 
▪ Quando escolher caso-controle 
- Obtenção dos dados de exposição é difícil ou 
custosa 
- Doença é rara 
- Doença tem um longo período de indução e de 
latência 
- Quando se conhece pouco da doença 
- Quando a população é dinâmica 
 
Estudo de Coorte 
▪ A situação do paciente quanto à exposição de 
interesse é o que determinará sua seleção para o 
estudo 
▪ Principal característica é que os indivíduos serão 
monitorados ao longo do tempo para avaliar a 
incidência da doença ou do desfecho que está sendo 
pesquisado 
▪ Vantagens 
- É possível estudar vários desfechos para a 
exposição 
- Estabelece associação temporal 
- Pode calcular incidência 
▪ Desvantagem 
- Alto custo 
- Podem demorar muitos anos 
- Perda de indivíduos 
▪ Ao longo do intervalo de tempo definido pelo 
pesquisador colhe-se informações sobre a exposição 
de interesse, sobre as variáveis e sobre o desfecho 
▪ Podem ser 
5 
 
 Rafaela Pamplona 
- Retrospectivos ou não-concorrente: quando 
analisam eventos no passado. A exposição e 
desfecho já ocorreram antes do início do estudo 
- Prospectivos ou concorrente: a exposição pode ou 
não já ter ocorrido antes do início do estudo, mas 
o desfecho ainda não ocorreu, sendo necessário 
acompanhar os indivíduos por tempo suficiente 
que permita que o desfecho ocorra 
▪ O foco é a ocorrência de expostos e não-expostos 
▪ Busca-se os casos para que o estudo transcorra, não 
sendo valor representativo da população 
 
Frequência doentes não-doentes total 
exposto a b a+b 
não exposto c d c+d 
 
▪ O risco relativo e a razão de chance podem ser 
obtidas com sucesso, mas se a incidência de uma 
doença é baixa, (abaixo de 10% na população) 
a Odds Ratio tende a se aproximar do Risco Relativo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estudo de Intervenção 
▪ São caracterizados pela ação do pesquisador, 
intencionalmente, no curso da doença ou do desfecho 
e tal intervenção é o próprio objeto de estudo 
▪ Podem se referir a indivíduos ou a comunidades 
▪ A intervenção tem que ocorrer sob condições 
controladas 
▪ Na prática os estudos de intervenção são ensaios 
clínicos 
 
Ensaios Clínicos 
▪ Experimento controlado 
▪ Objetivo 
- Avaliar a segurança e eficácia de tratamentos ou 
intervenções contra as doenças e problemas de saúde 
de qualquer natureza 
- Determinar os efeitos farmacológicos, farmacocinéticos 
e farmacodinâmicos de novas terapias 
- Inclui o estudo de reações adversas 
 
 
 
▪ Características 
- A exposição pode ser aleatória 
- Prospectivos 
- Longitudinais 
- Não tem como critério de seleção baseado em resultado 
ou exposição 
- Pretende-se isolar a contribuição de um fator 
(intervenção) mantendo constante todos os outros 
determinantes 
▪ Validade externa: extensão em que os resultados 
possibilitam a generalização para outras circunstâncias = 
generalidade ou aplicabilidade 
▪ Validade interna: extensão em que o desenho e 
condução de um estudo são capazes de prevenir 
erros sistêmicos ou viés 
6 
 
 Rafaela Pamplona 
Estudo Antes e Após (before and after) 
▪ Cada sujeito da pesquisa é acompanhado antes e 
depois de iniciar o tratamento em análise 
▪ Quer dizer, se o grupo deseja observa o impacto no 
curso de uma doença o paciente pode ser 
acompanhado ou avaliado sem o tratamento e todos 
recebem o tratamento e o impacto no curso da 
doença é observado 
▪ Vantagem de que o próprio sujeito é controle deles 
mesmo, reduzindo o viés de comparação 
▪ Desvantagem: não é controlado e nem sempre se 
pode garantir que a melhora seja, realmente, por 
conta da intervenção ou por uma simples diferença 
estatística 
 
Ensaios Clínicos Controlados Randomizados 
▪ Os testes em determinado grupo são realizados e 
comparados com os resultados dos mesmos testes 
realizados em outro grupo que não passou pelo 
mesmo tratamento que é considerado o grupo 
controle 
▪ Antigamente comparava-se um grupo que toma um 
novo medicamento com outro grupo que não recebe 
qualquer tratamento, no entanto, o entendimento 
lógico atual é que essa não é uma medida ética, o 
ideal é que todos os sujeitos da pesquisa recebam 
um tratamento, pois é, no mínimo, irresponsável 
saber que determinada pessoa é portadora de uma 
doença e priva-la de seu tratamento, portanto, 
atualmente o que se faz é comparar um grupo que 
recebe o medicamento novo, em teste, e o grupo 
controle recebe outro medicamento mais tradicional 
- Exceção para doenças que não existem 
tratamentos específicos, como, por exemplo, 
aconteceu com a COVID-19 
▪ Fases dos ensaios clínicos servem para garantir a 
eficácia e segurançado medicamento, de modo que 
as fases posteriores são aprovadas após a 
comprovação de resultados positivos na fase anterior 
- Fase I 
 O produto é avaliado num pequeno grupo (de 
20 a 100 pessoas) de voluntários, geralmente 
sadios, embora, em raras ocasiões, possa 
envolver indivíduos com doenças específicas 
como câncer ou AIDS, por exemplo. 
 Objetivo: estabelecer segurança, tolerabilidade, 
farmacocinética e perfil farmacodinâmico 
 Aproximadamente 70% dos produtos mostram-
se seguros e são testados na fase II 
- Fase II 
 Realizada em pacientes portadores de 
determinadas doenças 
 Objetivo de estabelecer tanto a segurança a 
curto prazo quanto a dose-resposta e a eficácia 
do produto 
 Uma quantidade maior de pacientes participa 
desta fase, mas esse número (de 70 a 200 de 
pessoas, em média) ainda é considerado 
pequeno 
 Somente se os resultados forem promissores é 
que o produto seguirá para estudo clínico na 
fase III 
 Aproximadamente 33% dos produtos testados 
na fase II são considerados seguros e aptos a 
passar para a próxima fase 
- Fase III 
 O novo produto ou tratamento é comparado 
com os padrões já existentes 
 O número de pacientes pesquisados varia de 
300 a 3.000 
 Objetivo principal é determinar a relação 
risco/benefício a curto e longo prazo e o valor 
terapêutico do produto 
 Exploram-se nesta fase o tipo e o perfil das 
reações adversas mais frequentes 
 É muito comum que esses estudos sejam 
randomizados, ou seja, os pacientes são 
divididos aleatoriamente, por sorteio, para os 
grupos controle (produto/tratamento padrão) ou 
grupo experimental (produto/tratamento em 
teste) 
 Aproximadamente entre 25 e 30% dos 
produtos testados são aprovados nessa fase 
- Fase IV 
 Verificam se os resultados obtidos na fase 
anterior são aplicáveis a uma grande parte da 
população doente 
7 
 
 Rafaela Pamplona 
 O medicamento já foi aprovado para ser 
comercializado 
 Vantagem dos estudos da fase IV é que eles 
permitem acompanhar os efeitos dos 
medicamentos a longo prazo, incluindo o 
acompanhamento de novas reações adversas 
▪ Depois de realizadas todas as etapas, as autoridades 
regulatórias – ANVISA – avaliam os resultados e, se 
eles forem satisfatórios, registram o medicamento 
▪ Com o registro, o produto pode ser prescrito por 
médicos, dentistas e demais profissionais 
devidamente qualificados 
 
Teste Diagnóstico 
▪ São recursos utilizados para se definir o diagnóstico 
de um paciente 
▪ A questão é que, dependendo do teste escolhido, a 
probabilidade de errar o diagnóstico pode ser maior 
ou menor, portanto, fazer a escolha correta do 
método é imprescindível 
▪ Teste padrão ouro: avalia com exatidão, utilizado 
para avaliar quantitativamente os testes de 
sensibilidade e especificidade 
▪ Avaliação clínica é uma ferramenta importante, mas 
também apresenta seu percentual de erro, para 
melhorar os resultados é importante atender aos 
protocolos e coletar o máximo de informações 
possível para montar a história clínica de forma mais 
aprofundada de modo que os conjunto de dados 
possa proporcionar maior precisão 
▪ Diagnósticos clínicos, testes bioquímicos, 
hematológicos, de imagem, etc 
▪ Cada teste tem capacidade diferente dos demais para 
levar de forma mais ou menos precisa ao diagnóstico 
correto do paciente 
▪ Alguns testes são aplicados a diversas pessoas com 
o objetivo de encontrar quais indivíduos apresentam 
determinada doença. Ex.: testes de triagem para 
COVID-19 
▪ Validade dos testes de rastreamento: diferenciar 
quem tem ou não a doença 
- Teste de sensibilidade 
 É a capacidade de identificar corretamente 
aqueles que apresentam a doença 
 É utilizado para que todos os positivos sejam 
encontrados, 
 Útil para triagem, buscando aleatoriamente por 
pessoas que apresentam a doença 
 Usado para 
~ Doença perigosa ou grave, mas tratável 
~ Rastreamento, excluindo doenças 
~ Dá pouco falsos negativos 
~ Evidenciar os doentes 
- Teste de especificidade ou teste confirmatório 
 É a capacidade de identificar corretamente 
aqueles que não apresentam a doença 
 Não deve reagir com qualquer outra coisa a 
não ser a doença em questão 
 Usado para 
~ Eliminar falso positivo 
~ Quando o tratamento requer medidas mais 
agressivas ou invasivas 
~ Dá pouco falso positivo 
~ Evidenciar os não doentes 
- Deste modo, os testes sensíveis focam em 
localizar os indivíduos positivos, já os 
testes específicos têm o objetivo de se eliminar as 
os negativos 
 
 
 
▪ Valor preditivo 
- Quanto maior a prevalência VPP e VPN 
- Quanto mais sensível, melhor o VPN 
- Quanto mais específico, melhor o VPP 
 Presente Ausente total 
Positivo 
a 
verdadeiro 
positivo 
b 
falso 
positivo 
a+b 
Negativo 
c 
falso 
negativo 
d 
verdadeiro 
negativo 
c+d 
total a+c b+d a+b+c+d 
 
8 
 
 Rafaela Pamplona 
- Sensibilidade = a/(a+c) 
- Especificidade = d/(b+d) 
- Valor preditivo positivo VPP= a/(a+b) 
 É a proporção de verdadeiros positivos entre 
todos os indivíduos com teste positivo 
 Expressa a probabilidade de um paciente com 
o teste positivo ter a doença 
 Quanto mais específico um teste, maior seu 
VPP = maior a segurança de que a pessoa 
com teste positivo tem a doença 
- Valor preditivo negativo VPN = d/(c+d) 
 É a proporção de verdadeiros negativos entre 
todos os indivíduos com teste negativo 
 Expressa a probabilidade de um paciente com 
o teste negativo não ter a doença 
 Quanto mais sensível um teste maior seu VPN 
= maior a segurança do médico de que a 
pessoa com teste negativo não tem a doença 
▪ Curva de Roc 
- É uma forma de representar a relação, 
normalmente antagônica, entre a sensibilidade e 
a especificidade de um teste diagnóstico 
quantitativo, ao longo de um contínuo de valores 
de "cutoff point" 
 Cutoff point: quando se tem uma variável 
continua transformamos em variável dicotómica 
(doente/não-doente), baseado em um valor de 
escala continua que discrimine entre essas 
duas classes 
 Quanto maior o cutoff point maior a 
especificidade do teste e menor a sensibilidade 
 Quanto menor o cutoff point maior a 
sensibilidade e menor a especificidade 
- Para construir uma curva ROC traça-se um 
diagrama que represente a sensibilidade em 
função da proporção de falsos positivos (1- 
Especificidade) para um conjunto de valores de 
"cutoff point" 
- As curvas ROC permitem quantificar quanto um 
teste é exato. Essa exatidão é proporcional à área 
sob a curva ROC 
 Quanto mais a curva se aproxima do canto 
superior esquerdo do diagrama, maior a área 
sob a curva e maior exatidão tem o teste 
 
 
Exercícios 
1. Em uma pesquisa acompanharam 50000 
adolescentes por 5 anos. Qual tipo de estudo? 
Coorte (longitudinal) 
2. Pessoas saudável foram acompanhadas por 4 anos 
para observar o surgimento de uma doença. Qual 
tipo de estudo? 
Coorte (incidência) 
3. Um grupo de 500 pessoas é observado em um dado 
momento e mede-se a prevalência de uma doença. 
Qual tipo de estudo? 
Transversal 
4. Em um artigo de caso-controle no New England 
Journal of Medicine. Qual é a medida de associação 
característica? 
Odds ratio ou razão de chance 
5. Um estudo determinou uma Odds ratio para a 
exposição a uma substância foi 0,5. Como esta 
medida pode ser interpretada? 
Efeito de proteção de 50% 
 
 Odds ratio < 1 → fator de proteção 
Odds ratio = 1 → doença não tem relação com a 
exposição 
Odds ratio > 1 → está contribuindo 
 
6. Qual vantagem do estudo de coorte prospectivo? 
Capaz de estabelecer sequência temporal 
 
 
 
9 
 
 Rafaela Pamplona 
Coorte (risco) 
Ponto de partida: fator de exposição (variável 
independente) 
Retrospectivo ou prospectivo 
V: Avaliar incidência 
História natural da doença 
Fator de relação de causalidade 
D: Caro 
Demora 
Perda de pessoas (follow-up) 
Ruim para doençasraras 
 
Caso controle (chance) 
Ponto de partida: doença/desfecho (variável 
dependente) 
Retrospectivo 
Odds ratio ou razão de chance 
Odds ratio < 1 → fator de proteção 
Odds ratio = 1 → doença não tem relação com a 
exposição 
Odds ratio > 1 → está contribuindo 
V: Doenças raras 
Rápido, barato e bom 
D: Sujeito a viés de informação 
Seleção (são comparáveis aos não doentes) 
Relação temporal pouco precisa 
 
Testes diagnósticos 
São utilizados no diagnóstico clínico, triagem e 
pesquisa 
Determinam a presença ou ausência de doença 
Sensibilidade: identificar corretamente quem está 
doente 
Especificidade: identificar corretamente quem não está 
doente

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